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Diretoria (2000-2003) PRESIDENTE Dr. Rui Alberto Ferriani (Ribeirão Preto, SP) VICE-PRESIDENTE Dr. Fernando Freitas (RS) SECRETÁRIO EXECUTIVO Dr. Ricardo Mello Marinho (MG) TESOUREIRO Dr. Aloísio José Bedone (Campinas, SP) CHEFE DOS DELEGADOS REGIONAIS Dr. Mauri Piazza (PR) SOCIEDADE BRASILEIRA DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA Nº 13 ANO IV JULHO 2002 Artigos recentemente publicados no Journal of the American Medical Association (JAMA) trazem dados da continuação do polêmico estudo HERS (Heart and Estrogen/progestin Replacement Study), que avaliaram os resultados do uso a longo prazo da terapia de reposição hormonal (TRH) contínua combinada em mulheres na pós-menopausa. Nessa extensão do estudo, as mulheres que concordaram participar foram seguidas por aproximadamente 7 anos, sendo avaliados não apenas os resultados cardiovasculares, mas também outros resultados como ocorrência de tromboembolismo venoso, litíase biliar, câncer e sobrevida geral. O protocolo original do HERS foi desenhado para determinar o quanto a TRH poderia ser capaz de reduzir a incidência de eventos cardiovasculares em mulheres na pós- menopausa portadoras de doença cardiovascular. Como é do conhecimento de todos, o estudo falhou em demonstrar eficácia da TRH em termos da prevenção secundária de eventos coronarianos, sendo evidenciada, inclusive, uma maior freqüência de eventos nas usuárias de TRH, durante o primeiro ano de uso. Os autores relatam que as taxas reduzidas de eventos coronarianos observadas no grupo que recebeu TRH, entre o terceiro e o quinto anos de seguimento, não persistiram durante os 2,7 anos em que o estudo foi estendido. No relato atual, as usuárias de TRH apresentaram incidência de eventos coronarianos semelhante à observada nas usuárias de placebo. Com relação aos resultados secundários, a TRH foi associada com aumentos das taxas de tromboembolismo venoso e cirurgia do trato biliar, ao passo que as freqüências de fraturas ósseas, câncer e mortalidade geral foram semelhantes entre os grupos. Os novos resultados apresentados trazem de cara alguns viézes que precisam ser considerados antes de se partir para uma análise mais acurada. Durante o período de seguimento, a proporção de mulheres usando TRH diminuiu em cerca de 45%, por volta do sétimo ano de follow-up, atestando as dificuldades conhecidas em relação à adesão Novos estudos sobre TRH trazem poucas informações adicionais das pacientes à terapêutica hormonal. Já no grupo placebo, cerca de 8 % das mulheres originalmente randomizadas para esse grupo passaram a utilizar TRH, de forma que observamos uma redução em mais da metade da casuística estudada, o que afetou seriamente a análise estatística dos dados e o estabelecimento de conclusões fidedignas, principalmente quando se realiza a comparação com o estudo inicial. Na nossa opinião, que é a mesma expressada pela North American Menopause Society (NAMS), os dados devem ser analisados com cautela e as orientações em relação ao tratamento de mulheres portadoras de doença cardíaca permanecem as mesmas até então consideradas: “para aquelas que não estão usando TRH, a conduta mais prudente seria enfatizar outras medidas de redução do risco cardiovascular do que prescrever TRH. Já para as mulheres que estão usando TRH há vários anos sem problemas, esse tratamento deve ser mantido, em vista dos benefícios em relação à preservação da massa óssea e melhora dos sintomas vasomotores e trofismo vaginal”. Cada vez mais se estabelece o preceito de que o tratamento das mulheres na pós- menopausa deve ser individualizado e, quando se fala em individualização, deve-se considerá-la não somente em relação ao fato de utilizar ou não a TRH, mas também quanto ao uso de outras drogas, vias de administração alternativas, doses menores de hormônios e programas personalizados de exercícios físicos, orientados de acordo com a capacidade física e o perfil da cada paciente. E os avanços que a cada dia surgem no campo da assistência à mulher climatérica nos possibilitam isso, sempre com o objetivo principal de proporcionar a esse grupo de pacientes melhorias em sua qualidade de vida, prevenção da ocorrência de doenças e aumento da sobrevida com dignidade. Um cordial abraço Rui Alberto Ferriani Presidente da SOBRAGE George Dantas de Azevedo Editor do Boletim

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Diretoria (2000-2003)

PRESIDENTEDr. Rui Alberto Ferriani (Ribeirão Preto, SP)

VICE-PRESIDENTEDr. Fernando Freitas (RS)

SECRETÁRIO EXECUTIVODr. Ricardo Mello Marinho (MG)

TESOUREIRODr. Aloísio José Bedone (Campinas, SP)

CHEFE DOS DELEGADOS REGIONAISDr. Mauri Piazza (PR)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA Nº 13 ■ ANO IV ■ JULHO 2002

Artigos recentemente publicados no Journal ofthe American Medical Association (JAMA)trazem dados da continuação do polêmicoestudo HERS (Heart and Estrogen/progestinReplacement Study), que avaliaram osresultados do uso a longo prazo da terapia dereposição hormonal (TRH) contínuacombinada em mulheres na pós-menopausa.Nessa extensão do estudo, as mulheres queconcordaram participar foram seguidas poraproximadamente 7 anos, sendo avaliados nãoapenas os resultados cardiovasculares, mastambém outros resultados como ocorrência detromboembolismo venoso, litíase biliar, câncere sobrevida geral.

O protocolo original do HERS foi desenhadopara determinar o quanto a TRH poderia sercapaz de reduzir a incidência de eventoscardiovasculares em mulheres na pós-menopausa portadoras de doençacardiovascular. Como é do conhecimento detodos, o estudo falhou em demonstrar eficáciada TRH em termos da prevenção secundária deeventos coronarianos, sendo evidenciada,inclusive, uma maior freqüência de eventos nasusuárias de TRH, durante o primeiro ano deuso.

Os autores relatam que as taxas reduzidas deeventos coronarianos observadas no grupo querecebeu TRH, entre o terceiro e o quinto anosde seguimento, não persistiram durante os 2,7anos em que o estudo foi estendido. No relatoatual, as usuárias de TRH apresentaramincidência de eventos coronarianos semelhanteà observada nas usuárias de placebo. Comrelação aos resultados secundários, a TRH foiassociada com aumentos das taxas detromboembolismo venoso e cirurgia do tratobiliar, ao passo que as freqüências de fraturasósseas, câncer e mortalidade geral foramsemelhantes entre os grupos.

Os novos resultados apresentados trazem decara alguns viézes que precisam serconsiderados antes de se partir para umaanálise mais acurada. Durante o período deseguimento, a proporção de mulheres usandoTRH diminuiu em cerca de 45%, por volta dosétimo ano de follow-up, atestando asdificuldades conhecidas em relação à adesão

Novos estudos sobre TRH trazempoucas informações adicionais

das pacientes à terapêutica hormonal. Já nogrupo placebo, cerca de 8 % das mulheresoriginalmente randomizadas para esse grupopassaram a utilizar TRH, de forma queobservamos uma redução em mais da metadeda casuística estudada, o que afetouseriamente a análise estatística dos dados e oestabelecimento de conclusões fidedignas,principalmente quando se realiza acomparação com o estudo inicial.

Na nossa opinião, que é a mesma expressadapela North American Menopause Society(NAMS), os dados devem ser analisados comcautela e as orientações em relação aotratamento de mulheres portadoras de doençacardíaca permanecem as mesmas até entãoconsideradas: “para aquelas que não estãousando TRH, a conduta mais prudente seriaenfatizar outras medidas de redução do riscocardiovascular do que prescrever TRH. Já paraas mulheres que estão usando TRH há váriosanos sem problemas, esse tratamento deve sermantido, em vista dos benefícios em relação àpreservação da massa óssea e melhora dossintomas vasomotores e trofismo vaginal”.

Cada vez mais se estabelece o preceito de queo tratamento das mulheres na pós-menopausa deve ser individualizado e,quando se fala em individualização, deve-seconsiderá-la não somente em relação ao fatode utilizar ou não a TRH, mas tambémquanto ao uso de outras drogas, vias deadministração alternativas, doses menores dehormônios e programas personalizados deexercícios físicos, orientados de acordo com acapacidade física e o perfil da cada paciente. Eos avanços que a cada dia surgem no campoda assistência à mulher climatérica nospossibilitam isso, sempre com o objetivoprincipal de proporcionar a esse grupo depacientes melhorias em sua qualidade de vida,prevenção da ocorrência de doenças eaumento da sobrevida com dignidade.

Um cordial abraço

Rui Alberto FerrianiPresidente da SOBRAGE

George Dantas de AzevedoEditor do Boletim

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A infertilidade é caracterizada pela não

ocorrência de gestação espontânea, após

período de pelo menos um ano, com o casal

apresentando atividade sexual regular sem

uso de métodos contraceptivos.

Considerando-se tais condições, estima-se

que, na população geral, cerca de 85% dos

casais apresentarão nesse período, de forma

que o restante buscará auxílio médico com

ginecologista para esclarecimento e resolução

de seus problemas de infertilidade, o que

representa contingente significativo de

pacientes na atualidade.

Um ponto importante a ser considerado é que

não se pode postergar muito o tratamento

realizando baterias excessivas de exames,

especialmente em grupos particulares de

mulheres onde a idade representa um fator

limitante do resultado ou a existência de um

fator de infertilidade bem determinado já

indica o tratamento a ser instituído. Assim,

torna-se necessário otimizar a avaliação da

paciente infértil, realizando apenas exames

que realmente contribuam para o diagnóstico

e o tratamento de cada caso em particular,

sem generalizações ou excessos.

Avaliação da Infertilidade FemininaDr. Fábio Soares de Macedo*

*Professor do Departamento de Tocoginecologia daUniversidade Federal do Rio Grande do Norte.

A avaliação precoce das causas da infertilidade

está indicada em mulheres que apresentem

idade acima de 35 anos, história de oligo/

amenorréia, suspeita de doença tubária,

uterina ou endometriose, e naquelas em que o

companheiro apresente subfertilidade

comprovada ou suspeita. Uma consulta inicial

deve incluir anamnese completa enfatizando a

história menstrual, exame físico geral e

especializado, aconselhamento pré-

concepcional e instruções sobre o melhor

momento para o coito.

História e Exame Físico

Pontos importantes a pesquisar na história

clínica: 1) histórico de gravidez, paridade e

complicações associadas; 2) características do

ciclo menstrual, dismenorréia, sinais clínicos

de ovulação; 3) freqüência sexual, uso de

contracepção e presença de doença

inflamatória pélvica (DIP) ou doença

sexualmente transmissível (DST); 4) tempo

de infertilidade, avaliação e/ou tratamento

anterior; 5) passado de cirurgia abdominal ou

ginecológica; 6) uso de medicamentos,

tabagismo, álcool ou outras drogas; 7) história

familiar de infertilidade ou malformação fetal;

e, 8) sintomas sugestivos de disfunção

tireoidiana dor abdominal, galactorréia,

hirsutismo ou dispareunia.

No exame físico, os seguintes achados devem

sempre ser pesquisados: 1) peso e índice de

massa corporal; 2) palpação da tireóide; 3)

presença de secreção mamária e suas

características; 4) sensibilidade pélvica e

aumento dos órgãos; 5) aspecto da secreção

vaginal; 6) mobilidade, forma, posição e

tamanho do útero; e, 7) presença de massas

pélvicas.

Avaliação diagnósticacomplementar

A avaliação mais dirigida da infertilidade deve

aliar custo e invasibilidade progressiva,

valorizando a história clínica, o exame físico e

a epidemiologia da infertilidade.

Investigação do fator ovulatório

Cerca de 40% das mulheres inférteis

apresentam alguma disfunção ovulatória. A

ausência de ciclicidade menstrual, além da

inexistência de sinais clínicos que presumem

ovulação, como fluidez do muco cervical e

dor do meio do ciclo são indicativos de

anovulação. Entretanto, devemos considerar

que a simples presença de ciclicidade

menstrual não necessariamente indica que a

paciente seja ovulatória. Da mesma forma, a

ocorrência dos eventos indicativos de

ovulação citados previamente não é percebida

por parcela significativa das mulheres, de

forma que a avaliação da presença de um fator

ovulatório freqüentemente demanda a

utilização de outras metodologias. Curva de

temperatura basal monofásica e níveis

séricos de progesterona abaixo de 3,0 ng/ml,

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na segunda fase do ciclo, são exames que

podem confirmar a ausência de ovulação. O

uso de kits urinários que analisam o pico do

LH pode identificar pacientes que

apresentarão ovulação. A biopsia

endometrial, realizada por volta do 22o dia

do ciclo, apresentando endométrio

proliferativo diagnostica a ausência da

ovulação. Defeitos de fase lútea poderiam

também ser suspeitados, mas há controvérsias

sobre a eficácia e necessidade deste método.

Ultra-sonografias transvaginais seriadas

podem acompanhar o desenvolvimento

folicular e sua luteinização, sendo método

comprovatório da ovulação. Dosagens

hormonais devem ser solicitadas conforme

cada caso. Assim, níveis de prolactina e

hormônio tíreo-estimulante (TSH) devem

ser aferidos, caso existam dados clínicos que

indiquem uma possível disfunção tireoidiana

ou hiperprolactinemia. Em pacientes

amenorréicas a dosagem do hormônio

folículo-estimulante (FSH) é mandatória,

para estabelecer o diagnóstico diferencial

entre falência ovariana e causas

hipotalâmicas. Uma dosagem isolada do FSH

no terceiro dia do ciclo ou a realização do

teste do clomifeno podem ser úteis na

avaliação da reserva ovariana em pacientes

acima de 35 anos, com cirurgia ovariana

prévia ou naquelas que apresentaram má

resposta ao uso de gonadotrofinas em ciclo

prévio de estimulação ovariana.

Investigação do fator cervical

A avaliação cervical pode identificar quadro

de cervicite crônica, que seja passível de

tratamento. O teste pós-coito tem sua

indicação discutida, pois não apresenta boa

relação custo-benefício, além do fato de que

normalmente o fator cervical é tratado como

esterilidade sem causa aparente (ESCA), ou

seja, através de hiperestimulação ovariana

associada à inseminação artificial ou

fertilização in vitro.

Investigação do fator uterino

Apesar de não ser causa comum de

infertilidade, a presença de fatores uterinos

pode ser avaliada por meio da

histerossalpingografia (HSG), onde é

possível avaliar a posição do útero, presença

de malformações müllerrianas, assim como

imagens de subtração que sugiram pólipos,

miomas ou sinéquias. A ultra-sonografia

aliada ao recurso da histerossonografia,

onde se faz a injeção na cavidade uterina de

solução salina ou substâncias contrastantes,

apresenta boa sensibilidade na detecção de

pólipos, miomas e sinéquias. A histeroscopia

é, sem dúvida, o método mais eficaz para o

diagnóstico, com a vantagem adicional de

possibilitar o tratamento do fator uterino.

Investigação do fator tubário

A oclusão tubária é uma importante causa de

infertilidade feminina, sendo o exame mais

tradicional na avaliação tubária a

histerossalpingografia (HSG). Por meio

desse exame é possível a identificação do local

da obstrução tubária, o que pode ser utilizado

como indicativo de prognóstico operatório.

Na obstrução proximal, deve-se sempre

estabelecer o diagnóstico diferencial com

espasmo tubário, principalmente se a trompa

contralateral estiver normal. Laparoscopia e

cromotubagem devem ser utilizadas em

pacientes com HSG sugestivas de lesão

tubária significativa. Por meio da

laparoscopia, pode-se avaliar o prognóstico e

seqüelas tuboperitoneais, além do fato de que

poderá ser terapêutica, uma vez que permite a

correção de algumas anormalidades tubárias,

através da lise de aderências, salpingoplastias,

etc, com resultados discutidos em termos de

fertilidade futura. A indicação da laparoscopia

diagnóstica não deve ser rotineira e

generalizada, mas sim indicada conforme

cada caso particular. Dessa forma, casais que

apresentem um fator de infertilidade bem

determinado, como, por exemplo, uma

azoospermia e sem indícios de doença tubária

importante, não se beneficiarão da realização

de laparoscopia. Da mesma forma, a idade da

mulher deve ser considerada como fator

limitante, onde a realização de um

procedimento laparoscópico não deve

retardar a indicação de um procedimento

mais efetivo como a fertilização in vitro (FIV).

Por outro lado, em pacientes com forte

suspeita da presença de hidrossalpinge, a

realização de laparoscopia para diagnóstico e

considerando a realização de salpingectomia,

poderá ser benéfica e melhorar os resultados

de uma FIV futura.

Investigação de fatores peritoneais

Endometriose e aderências tubo-ovarianas

podem causar ou contribuir com a

infertilidade. A história clínica e o exame

físico são de grande valia. A ultra-sonografia

pode revelar imagens suspeitas de

endometriomas. A laparosocopia com a

visualização direta é o exame mais importante

para investigar fatores peritoneais. Deve ser

indicada nas seguintes situações: ESCA e na

suspeita de endometriose ou doença tubária

significativa. Na presença de fator masculino

grave, onde a realização de um procedimento

de reprodução assistida já esteja indicada, esse

exame pode ser desnecessário.

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA Nº 12 ■ ANO IV ■ ABRIL 2002

v i s i t e - n o s

n a i n t e r n e t

HiperprolactinemiaDra. Vivian Ferreira do Amaral*

* Profa. Dra. em Tocoginecologia pela Faculdade deMedicina de Ribeirão Preto-USP; Coordenadora do Setor deEndometriose, Dor Pélvica Crônica e Infertilidade da SantaCasa de Misericórdia de Curitiba-PR

A prolactina é um hormônio polipeptídico

constituído por uma cadeia de 198

aminoácidos, secretado na hipófise anterior,

endométrio decidualizado e no líquido

amniótico. O hipotálamo controla a secreção

de prolactina através dos lactotrófos da

adeno-hipófise, pela ação inibitória da

dopamina.

Na circulação sanguínea as principais formas

de prolactina são: normoprolactina,

considerada a de maior atividade, com peso

molecular de 23 a 30 KD, macroprolactina,

presente na gravidez e com peso molecular

mais elevado (45 a 55KD), megaprolactina,

que tem peso molecular > 100 KD e cuja

hipersecreção propicia o desenvolvimento de

tumores e prolactina glicosilada, que

aumenta em estados fisiológicos como

gravidez e estímulo com TRH. O iso-

hormônio B tem seu papel fisiológico ainda

em fase de investigação.

A secreção de prolactina é pulsátil, com

diversas variações durante o dia. Seus níveis

circulantes aumentam durante o sono, e, no

período da manhã, diminuem

gradativamente.

Anteriormente, as síndromes

hiperprolactinêmicas eram

conceituadas em:

■ síndrome de Chiari-Frommel: presença de

amenorréia e galactorréia pós-parto, sem o

restabelecimento dos ciclos menstruais

normais.

■ síndrome de Forbes-Albright: presença de

amenorréia e galactorréia devido a

adenoma hipofisário

■ síndrome de Ahumada-Del Castillo:

mesmas manifestações clínicas sem

conclusão sobre o fator causal

Causas de hiperprolactinemia

■ Fisiológicas: gravidez, amamentação,

recém-nascido (4 a 6 semanas de vida),

manipulação mamária, estresse, exercício

físico, coito, sono, primeiras horas pós-

prandiais.

■ Farmacológicas: uso de estrogênios,

androgênios, progestagênios,

anticoncepcionais hormonais orais, terapia

de reposição hormonal, bloqueio dos

receptores dopaminérgicos

(metoclopramida, sulpiride, haloperidol,

veralipride, clorpromazina), inibição da

liberação de dopamina (opiáceos-morfina,

metadona), bloqueio dos receptores da

histamina (cimetidina), anestésicos,

anfetaminas, reserpina, alfametildopa,

antidepressivos tricíclicos (imipramina,

amitriptilina), derivados da papaverina,

inibidores da MAO.

■ Patológicas:

— distúrbios hipotalâmicos: histiocitose,

sarcoidose, granuloma eosinofílico,

radioterapia e tumores

(craniofaringeomas, meningeomas,

disgerminoma)

— distúrbios hipofisários: prolactinomas

(microadenoma se diâmetro < 10mm e

macroadenoma se > 10 mm),

acromegalia, síndrome de Cushing,

síndrome de Nelson

— síndrome da sela vazia

— secção da haste hipofisária

— produção ectópica da prolactina:

carcinoma broncogênico, hipernefroma

— hipotireoidismo primário

— insuficiência renal crônica, hepática e

supra-renal

— lesões da parede torácica: herpes zoster,

cicatrizes cirúrgicas

— lesão medular

■ Idiopáticas (Manifestações Clínicas)

— galactorréia: pode estar presente em 30 a

80% dos casos

— distúrbios menstruais: oligomenorréia,

amenorréia ou mesmo polimenorréia

— infertilidade: em decorrência,

principalmente, do quadro de

anovulação crônica

— hirsutismo

— mastodínea

— sintomas neuro-oftálmicos: comuns nos

casos de macroprolactinomas, podendo

chegar à hemianopsia bitemporal

Diagnóstico

■ anamnese e exame físico: caracterizar bem

os sintomas e afastar uso de medicações,

pesquisar galactorréia, avaliar trofismo

vaginal, etc.

■ dosagem dos níveis basais de prolactina: a

coleta sangüínea deve ser feita pela manhã ,

em jejum, com repouso prévio de meia

hora, através de uma punção venosa única,

de preferência até o 7º-8º dias do ciclo

menstrual. Os valores de normalidade

situam-se entre 5 e 25 ng/ml. Níveis

superiores a 100 ng/mL são sugestivos de

tumores e acima de 200 ng/mL são

praticamente confirmatórios.

■ dosagens dos hormônios tireoidianos e

TSH: devem ser sempre realizadas visando

a afastar um quadro de hipotireoidismo

primário

■ investigação radiológica da sela túrcica:

quando disponíveis, a tomografia axial

computadorizada e a ressonância nuclear

magnética são os métodos mais fidedignos.

Na sua ausência, pode ser realizada a

radiografia simples da sela túrcica, ciente

do fato de que apresenta baixa sensibilidade

para detecção de tumores, especialmente

microadenomas.

■ exame neuro-oftalmológico e do campo

visual (campimetria): apresentam

indicação nos casos de

macroprolactinomas, quando há

manifestações suspeitas de compressão do

quiasma óptico e redução dos campos

visuais periféricos.

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A TRH

que repõe a

confiança

da mulher

Tratamento

Nos casos de hiperprolactinemia de causa

farmacológica, suspende-se o uso das

medicações, com restabelecimento rápido dos

ciclos menstruais.

O tratamento clínico é realizado por meio da

utilização de drogas agonistas da dopamina

como a bromocriptina (comprimidos de

2,5mg), bromocriptina SRO (cápsulas de 2,5

ou 5mg) bromocriptina LAR (50mg/injetável/

mês), lisuride (comprimidos de 0,2 mg),

carbegolina (comprimidos de 0,5mg),

pergolide, quimagolide, teguride, ou ergolide.

Inicia-se a bromocriptina com metade da

dose e aumenta-se após 2 a 5 dias, até chegar a

dose final, que deve ser dividida em duas a

três tomadas por dia, durante as refeições. Os

efeitos colaterais (alterações gástricas,

tonturas, cefaléia e hipotensão postural)

tendem a regredir no decorrer do tratamento.

O uso da droga é contínuo, independente do

ciclo menstrual. Após 30 dias, realiza-se nova

dosagem de prolactina e, se persistir elevada,

aumenta-se a dose do medicamento. A

regularização da menstruação costuma

ocorrer em curto prazo (2 a 3 meses de

tratamento) e os ciclos ovulatórios e retorno

da fertilidade podem ocorrer em um período

de 2 a 6 meses. Após normalização dos níveis,

trata-se no mínimo por seis meses e repete-se

a avaliação clinico-laboratorial e, se

necessário, exame radiológico.

Os microadenomas são de crescimento lento

e geralmente sem manifestações compressivas.

Prefere-se iniciar a terapêutica clínica,

reservando-se a cirurgia para os casos de

intolerância à droga, falta de resposta ou

alteração radiológica acentuada. Após

normalização dos níveis de prolactina, o

acompanhamento clínico, laboratorial e

radiológico deve ser anual. Em pacientes

grávidas, suspende-se a medicação e

recomenda-se apenas controle clínico,

oftalmológico e radiológico, conforme a

necessidade.

Para os macroadenomas sem

comprometimento óptico-quiasmático,

inicia-se sempre o tratamento clínico, que

pode ser utilizado inclusive para a redução

pré-cirúrgica do tumor. O tratamento

cirúrgico é uma opção considerada

especialmente nas pacientes com

macroadenomas que apresentam desejo de

engravidar, sem boa resposta ao tratamento

clínico. A radioterapia tem indicações

restritas, em virtude de seus efeitos colaterais,

sendo uma opção terapêutica nos casos em

que o tumor não foi totalmente extirpado ou

em recidivas pós-tratamento cirúrgico.

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Congresso SOBRAC/SOBRAGEPara propiciar um evento de alto nível

científico, o Comitê Organizador do V

Congresso Brasileira de Climatério e

Menopausa e o III Congresso Nacional de

Ginecologia Endócrina de 2003 já está

trabalhando a pleno vapor. “O evento,

organizado a cada três anos, será realizado em

São Paulo, e tem se firmado por apresentar o

estado da arte em temas relacionados a

Endocrinologia Ginecológica e Climatério”,

diz Rui Ferriani, presidente da Sobrage e do

Congresso.

O evento anterior, também em São Paulo,

reuniu mais de 1800 participantes, um

recorde. “Nossa meta é melhorar

continuamente, e vamos trabalhar fortemente

para isso. Através dos jornais das duas

entidades e também de outras formas de

comunicação, os interessados no tema vão se

atualizar sobre os convidados confirmados, a

definição das palestras, seminários e mesas

redondas, as empresas que vão participar da

área de exposição, enfim vamos manter um

contato bastante estreito para receber o maior

número de profissionais possíveis”, explica

Ferriani.

O presidente do Congresso, organizando

conjuntamente pela SOBRAGE e SOBRAC,

adianta que Marcos Felipe Silva de Sá, da

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, foi

nomeado presidente do Comitê Científico.

Os temas previstos são:

Menopausa: últimos aspectos da medicina

baseada em evidências de reposição

hormonal no climatério, novas

abordagens terapêuticas, medicina

alternativa no climatério, abordagem

multidisciplinar com convidados das

áreas de cardiologia, reumatologia,

dermatologia, psiquiatria e nutrição.

Endocrinologia: aspectos atuais da

resistência insulínica, malformações

genitais, terapêutica hormonal, puberdade

precoce e hemorragia disfuncional.

Mais informações podem ser obtidas

diretamente na secretaria do evento:

(11) 3891 1780, com Regina, e-mail:

[email protected]

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As inibinas ovarianas são glicoproteínas

diméricas, membros da família do Fator

Transformador de Crescimento b (TGF-b),

constituídas por uma subunidade a ligada a

uma subunidade b-A (inibina A) ou a uma

subunidade b-B (inibina B), que inibem

seletivamente a secreção hipofisária de FSH1.

A inibina B parece originar-se do conjunto de

folículos antrais, predominando na fase

folicular do ciclo menstrual, enquanto que a

inibina A proviria do folículo pré-ovulatório e

do corpo lúteo2. A reserva ovariana (RO)

relaciona-se ao processo de esgotamento

folicular e qualidade dos oócitos, sendo

investigada com a intenção de prever o futuro

reprodutivo e/ou o sucesso da fertilização in

vitro (FIV)3. Com o avanço da idade há

declínio gradual do número de folículos

ovarianos, levando à redução da inibina B e,

conseqüentemente, ao aumento do FSH4-5.

Essa elevação do FSH, não acompanhado de

alterações no LH, durante a fase folicular

inicial, é o achado mais freqüente associado

ao declínio da RO6.

As dosagens de inibina B têm aplicação clínica

na avaliação da reserva ovariana. Seifer et al

(1997) observaram que mulheres com valores

reduzidos de inibina B (inferiores a 45 pg/ml),

no 3º dia do ciclo menstrual, têm resposta

inadequada na indução da ovulação e com

menor probabilidade de concepção3. Por

outro lado, Corson et al (1999), utilizando-se

O Papel da Inibina B naAvaliação da Reserva OvarianaDra. Eliana Aguiar Petri Nahás*Dra. Anaglória Pontes*

ensaio com inibina B recombinante, que

detecta única forma biologicamente ativa do

hormônio (33kDa), não encontraram

correlação entre a ocorrência de gestações e os

valores de inibina B. Todavia, a maioria das

pesquisas emprega ensaio padrão (ELISA)

com inibina B imunopurificada de fluido

folicular, sensível para pelo menos quatro

formas de inibina B biológica e

imunologicamente ativas (33, 36, 55 e 66kDa).

Esses autores sugerem que enquanto os

ensaios de inibina B não forem padronizados

na rotina, a avaliação da RO com medidas de

FSH e estradiol podem ser utilizadas com

bom prognóstico7. Para Eldar et al (2000)

medidas de inibina B durante a fase folicular

inicial de ciclo induzido com gonadotrofina,

indicariam precocemente o número de

folículos recrutados, com valor preditivo da

hiperestimulação ovariana8. Em recente

estudo, Muttukrishna et al (2000)

compararam as concentrações de inibina B

em mulheres com ciclos menstruais regulares,

divididas em dois grupos, com idade entre os

40 a 50 anos e inferiores a 35 anos.

Verificaram que, naquelas com concentrações

séricas de FSH menor ou igual a 8 mIU/ml,

no 3º dia do ciclo menstrual, os níveis de

inibina B eram semelhantes. Enquanto que,

mulheres com FSH acima desse valor,

mostravam menores concentrações de inibina

B, independentemente da idade9.

A redução natural da fertilidade inicia-se cedo

em mulheres destinadas à falência ovariana

prematura. Embora, ainda não seja possível, a

avaliação correta da idade ovariana seria

crucial no aconselhamento de mulheres

Referências Bibliográficas

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quanto as suas chances de concepção. Na

prática diária, valores de FSH acima de 15

mIU/ml, no 3º dia do ciclo, são medidas

indiretas de diminuição da reserva ovariana10,

que, no entanto, mostra variabilidade entre os

ciclos. Por outro lado, a inibina B, secretada

diretamente pelas células da granulosa, é

indicador sensível e precoce do declínio da

reserva folicular ovariana ao longo dos anos

reprodutivos.

* Profa. Dra. Departamento de Ginecologia e Obstetrícia daFaculdade de Medicina de Botucatu (UNESP)

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