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NR-10 SEP - Curso Complementar

de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

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NR-10-SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

Macaé, RJ

Abril 2017

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Nome do

Curso

NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

Nome do

Arquivo 20170403_AP_SEP_PT_REV02

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Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 5

ÍNDICE

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA ........................... 10 1.

PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ....................................................... 10 1.1.

TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA .................................................... 11 1.2.

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................. 13 2.

PROGRAMAÇÃO E PLANEJAMENTO DOS SERVIÇOS ............................... 13 2.1.

DEFINIÇÕES .......................................................................................... 13 2.2.

TRABALHO EM EQUIPE .......................................................................... 33 2.3.

PRONTUÁRIO E CADASTRO DAS INSTALAÇÕES ..................................... 34 2.4.

COMUNICAÇÃO ..................................................................................... 35 2.5.

ASPECTOS COMPORTAMENTAIS ............................................................ 36 3.

TEORIA DE MASLOW – A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES ................. 36 3.1.

O FATOR HUMANO NO ACIDENTE .......................................................... 37 3.2.

UMA ANÁLISE DE RISCO DEFICIENTE OU INCOMPLETA ........................ 38 3.3.

CONDIÇÕES IMPEDITIVAS PARA SERVIÇOS ......................................... 40 4.

PROCEDIMENTOS .................................................................................. 40 4.1.

CUIDADOS PRELIMINARES ................................................................... 41 4.2.

CHEGANDO AO LOCAL DE SERVIÇO ....................................................... 41 4.3.

RISCOS TÍPICOS NO SEP E SUA PREVENÇÃO ........................................ 44 5.

PROXIMIDADE E CONTATOS COM PARTES ENERGIZADAS ..................... 44 5.1.

INDUÇÃO .............................................................................................. 45 5.2.

DESCARGAS ATMOFÉRICAS ................................................................... 46 5.3.

ESTÁTICA ............................................................................................. 48 5.4.

CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS ..................................................... 51 5.5.

DISRUPÇÃO .......................................................................................... 54 5.6.

FUSÍVEIS E DISJUNTORES .................................................................... 54 5.7.

COMUNICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO ........................................................ 56 5.8.

TRABALHOS EM ALTURA ....................................................................... 57 5.9.

TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO NO SEP ............................................. 61 6.

RISCOS ................................................................................................. 61 6.1.

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR) ................................................ 63 6.2.

CHECK LIST ........................................................................................... 63 6.3.

PROCEDIMENTOS DE TRABALHO – ANÁLISE DE DISCUSSÃO ................ 64 7.

TÉCNICAS DE TRABALHO SOB TENSÃO ................................................. 65 8.

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Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 6

EM LINHA VIVA ..................................................................................... 65 8.1.

AO POTENCIAL ...................................................................................... 68 8.2.

TRABALHO À DISTÂNCIA ...................................................................... 68 8.3.

TRABALHOS NOTURNOS ........................................................................ 70 8.4.

AMBIENTES SUBTERRÂNEOS ................................................................. 70 8.5.

EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DE TRABALHO .................................. 72 9.

CLASSIFICAÇÃO DAS FERRAMENTAS E OU EQUIPAMENTOS .................. 73 9.1.

SISTEMA DE PROTEÇÃO COLETIVA ....................................................... 74 10.

COBERTURAS E PROTEÇÃO.................................................................... 74 10.1.

COBERTURA PARA POSTES .................................................................... 74 10.2.

COBERTURAS PARA CONDUTOR E ISOLADOR DE PINO ATÉ 46KV ......... 75 10.3.

COBERTURAS PARA CONDUTOR, ISOLADOR DE PINO E SUSPENSÃO ATÉ 10.4.

15KV 75

COBERTURAS PARA CRUZETA ............................................................... 76 10.5.

COBERTURAS PARA CHAVE FUSÍVEL ..................................................... 76 10.6.

MANTA DE BORRACHA (LENÇOL INTERIÇO / LENÇOL SEMI-PARTIDO) . 76 10.7.

COBERTURA FLEXÍVEL PARA CONDUTOR .............................................. 77 10.8.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ........................................ 77 11.

LUVAS DE PROTEÇÃO E COBERTURA ..................................................... 77 11.1.

LUVAS DE BORRACHA (PARA LINHA VIVA) ........................................... 78 11.2.

MANGAS DE BORRACHA ........................................................................ 78 11.3.

POSTURAS E VESTUÁRIO DE TRABALHO ............................................... 79 12.

DADOS DE EXPOSIÇÃO AO ARCO ELÉTRICO .......................................... 79 12.1.

REQUISITOS DA NFPA 70E .................................................................... 79 12.2.

EXIGÊNCIAS DA OSHA .......................................................................... 80 12.3.

SEGURANÇA COM VEÍCULOS E TRANSPORTE DE PESSOAS, MATERIAIS E 13.

EQUIPAMENTOS ............................................................................................... 80

LOCAL DE GUARDA E ACONDICIONAMENTO .......................................... 80 13.1.

TRANSPORTE E ACONDICIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS NO VEÍCULO13.2.

81

SINALIZAÇÃO E ISOLAMENTO DE ÁREAS DE TRABALHO ....................... 81 14.

SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA .............................................................. 81 14.1.

LIBERAÇÃO DE INSTALAÇÃO PARA SERVIÇO E PARA OPERAÇÃO E USO 82 15.

LIBERAÇÃO PARA SERVIÇOS ................................................................. 82 15.1.

TREINAMENTO EM TÉCNICAS DE REMOÇÃO, ATENDIMENTO E 16.

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Elétrico de Potência (SEP)

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TRANSPORTE DE ACIDENTADOS ...................................................................... 83

ACIDENTES TÍPICOS – ANÁLISE, DISCUSSÃO E MEDIDAS DE PROTEÇÃO17.

94

RESPONSABILIDADES ........................................................................... 97 18.

A RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR NAS RELAÇÕES DE 18.1.

TRABALHO ....................................................................................................... 97

A RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR POR ATO DO 18.2.

EMPREGADO .................................................................................................... 98

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ......................................................... 101 19.

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 8

REGRAS FALCK Respeite todos os sinais de advertência, avisos de segurança e instruções;

Roupas soltas, jóias, piercings etc. não devem ser usados durante os

exercícios práticos;

Não é permitido o uso de camiseta sem manga, “shorts” ou minissaias,

sendo obrigatório o uso de calças compridas e de calçados fechados;

Terão prioridade de acessar o refeitório, instrutores e assistentes;

Não transite pelas áreas de treinamento sem prévia autorização. Use o EPI

nas áreas recomendadas;

Os treinandos são responsáveis por seus valores. Armários com cadeado e

chaves estão disponíveis e será avisado quando devem ser usados. A FALCK Safety

Services não se responsabiliza por quaisquer perdas ou danos;

O fumo é prejudicial à saúde. Só é permitido fumar em áreas previamente

demarcadas;

Indivíduos considerados sob o efeito do consumo de álcool ou drogas ilícitas

serão desligados do treinamento e reencaminhados ao seu empregador;

Durante as instruções telefones celulares devem ser desligados;

Aconselha-se que as mulheres não façam o uso de sapato de salto fino;

Não são permitidas brincadeiras inconvenientes, empurrões, discussões e

discriminação de qualquer natureza;

Os treinandos devem seguir instruções dos funcionários da FALCK durante

todo o tempo;

É responsabilidade de todo treinando assegurar a segurança do treinamento

dentro das melhores condições possíveis. Condições ou atos inseguros devem ser

informados imediatamente aos instrutores;

Fotografias, filmagens ou qualquer imagem de propriedade da empresa,

somente poderá ser obtida com prévia autorização;

Gestantes não poderão realizar os treinamentos devido aos exercícios

práticos;

Se, por motivo de força maior, for necessário ausentar-se durante o período

de treinamento, solicite o formulário específico para autorização de saída. Seu período de

ausência será informado ao seu empregador e se extrapolar o limite de 10% da carga

horária da Disciplina, será motivo para desligamento;

A Falck Safety Services garante a segurança do transporte dos treinandos

durante a permanência na Empresa em veículos por ela designados, não podendo ser

responsabilizada em caso de transporte em veículo particular;

Os Certificados/Carteiras serão entregues à Empresa contratante. A entrega

ao portador somente mediante prévia autorização da Empresa contratante. Alunos

particulares deverão aguardar o resultado das Avaliações e, quando aprovados,

receberem a Carteira do Treinamento;

Pessoas que agirem em desacordo com essas regras ou que

intencionalmente subtraírem ou danificarem equipamentos serão responsabilizadas e

tomadas às providências que o caso venha a exigir.

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Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 9

DIRETRIZES GERAIS DO CURSO

Quanto à Estruturação do Curso

O candidato, no ato da matrícula, deverá apresentar à instituição que vai ministrar

o curso, cópia e o original (para verificação) ou cópia autenticada dos seguintes

comprovantes:

Atestado de boas condições de saúde física e mental;

RG e CPF originais.

Quanto à Frequência às Aulas

a) A frequência às aulas e atividades práticas são obrigatórias.

O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas ministradas no

curso. Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não

comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de

qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu

desenvolvimento.

Quanto à Aprovação no Curso

Será considerado aprovado o aluno que:

Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a 10 (zero a

dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito satisfatório nas atividades

práticas.

Tiver a frequência mínima exigida (90%).

Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será

considerado reprovado.

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 10

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA 1.

A indústria de energia elétrica tem as seguintes atividades clássicas:

• Produção;

• Transmissão;

• Distribuição;

• Comercialização.

Sendo que esta última engloba a medição e faturamento dos consumidores.

Em muitos casos, como o de fornecimento de energia elétrica para as residências, a

atividade de comercialização é realizada juntamente com a de distribuição. Entre a

produção da energia elétrica até o seu consumo final existe um longo caminho pelo

qual a energia elétrica é transportada, o qual é composto pelas redes de transmissão e

de distribuição. Entre as redes de transmissão e de distribuição existe, em muitas

situações, uma outra rede com a função de repartir a energia. Esta rede intermediária é

chamada de “rede de subtransmissão”.

Ao conjunto das instalações e equipamentos que se prestam para a geração

(conversão de uma dada forma de energia em energia elétrica) e transmissão de grandes

blocos de energia dá-se o nome de sistema elétrico de potência.

PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 1.1.

A energia elétrica pode ser obtida de diversas formas. Normalmente as fontes

de energia elétrica ditas convencionais são as usinas hidrelétricas de grande porte (com

potência acima de 30 MW) e as usinas termelétricas movidas a carvão mineral, óleo

combustível, gás natural ou nucleares, consumindo neste último caso o urânio

enriquecido. Como fontes alternativas de energia elétrica existem uma gama de

possibilidades, incluindo energia solar fotovoltaica, usinas eólicas, usinas utilizando-se

da queima da biomassa (madeira e cana de açúcar, por exemplo), pequenas centrais

hidrelétricas, e outras fontes menos usuais como as que utilizam a força das marés.

A maior parte da energia elétrica gerada no Brasil é proveniente de usinas

hidrelétricas. O Brasil apresenta um grande potencial hidráulico para a geração de

energia elétrica. Uma parte deste potencial se encontra aproveitada. Há atualmente

mais de 110 usinas hidrelétricas em funcionamento. Por outro lado, há muitos locais nos

quais essa modalidade de energia primária ainda pode ser explorada, principalmente na

Amazônia.

Nas grandes usinas geradoras o nível de tensão na saída dos geradores está

normalmente na faixa de 6 a 25 kV.

No caso das hidrelétricas e termelétricas os geradores são do tipo síncrono

operando na frequência nominal de 60 Hz, que é a frequência dos sistemas elétricos

brasileiros. Observa-se que as máquinas da maior usina do Brasil, a Usina de Itaipu-

Binacional, do lado paraguaio funcionam em 50 Hz, mas são interligadas por um sistema

de corrente contínua com a região Sudeste do Brasil. Conversores retificadores são

utilizados para produzir a corrente contínua em Foz do Iguaçu - PR, enquanto que em

Ibiúna-SP há inversores para produzir a corrente alternada.

A tensão de saída dos geradores é ampliada a níveis mais altos por meio dos

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P á g i n a | 11

transformadores elevadores das usinas. Isto é feito para viabilizar as transmissões à

média e longa distâncias, diminuindo-se desta forma, a corrente elétrica e, portanto

possibilitando o uso de cabos condutores de bitolas razoáveis, com adequados níveis de

perdas joule e de queda de tensão ao longo das linhas de transmissão.

TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA 1.2.

Junto às usinas, subestações elevadoras transformam a energia para um nível de

tensão adequado, o qual é função da potência a transportar e às distâncias envolvidas. O

transporte de energia é realizado por diferentes segmentos da rede elétrica que são

definidos com base na função que exercem:

Transmissão: redes que interligam a geração aos centros de carga;

Interconexão: interligação entre sistemas independentes;

Subtransmissão: rede para casos onde a distribuição não se conecta a transmissão,

havendo estágio intermediário de repartição da energia entre várias regiões;

Distribuição: rede que interliga a transmissão (ou subtransmissão) aos pontos de

consumo sendo subdividida em distribuição primária (nível de média tensão - MT) ou

distribuição secundária (nível de uso residencial).

As tensões usuais de transmissão adotadas no Brasil, em corrente alternada,

podem variar de 138 kV até 765 kV incluindo neste intervalo as tensões de 230 kV, 345

kV, 440 kV e 500 kV.

Os sistemas ditos de subtransmissão contam com níveis mais baixos de tensão,

tais como 34,5 kV, 69 kV ou 88 kV e 138 kV e alimentam subestações de distribuição,

cujos alimentadores primários de saída operam usualmente em níveis de 13,8 kV. Junto

aos pequenos consumidores existe uma outra redução do nível de tensão para valores

entre 110 V e 440 V, na qual operam os alimentadores secundários.

As redes com tensões nominais iguais ou superiores a 230 kV são denominadas de

TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA

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P á g i n a | 12

Redes em EHV - Extra Alta Tensão e no Brasil formam a chamada rede “Básica” de

transmissão. As redes com tensões nominais iguais e entre 69 kV e 138 kV são

denominadas Redes em AT – Alta Tensão.

As redes com tensão nominal entre 1 kV e 69 kV são denominadas Redes em MT

– Média Tensão (ou em Tensão Primária) e os sistemas com tensões abaixo de 1 kV

formam as Redes em Baixa Tensão (ou em Tensão Secundária). No Brasil existe um

sistema que opera em corrente contínua, o Sistema de Itaipu, com nível de tensão de ±

600 kVDC.

Para se escolher transmissão entre sistemas de corrente alternada ou corrente

contínua são feitos estudos técnicos e econômicos. Sistemas de corrente contínua

começam a se mostrar viáveis para distâncias acima de 600 ~ 800 km.

No caso de transmissão em corrente alternada, o sistema elétrico de potência é

constituído basicamente pelos geradores, estações de elevação de tensão, linhas de

transmissão, estações seccionadoras e estações transformadoras abaixadoras.

Na transmissão em corrente contínua a estrutura é essencialmente a mesma,

diferindo apenas pela presença das estações conversoras junto à subestação elevadora

(para retificação da corrente) e junto à subestação abaixadora (para inversão da

corrente) e ainda pela ausência de subestações intermediárias abaixadoras ou de

seccionamento.

As linhas de transmissão em corrente contínua apresentam custo inferior ao de

linhas em corrente alternada enquanto que as estações conversoras ainda apresentam

custo relativamente alto, portanto a transmissão em corrente contínua somente se

mostra vantajosa em aplicações específicas como na interligação de sistemas com

frequências diferentes ou para transmissão de energia a grandes distâncias.

A necessidade de sistemas de transmissão em tensão superior à de geração e de

distribuição se deve a impossibilidade de transmitir diretamente, mesmo em distâncias

relativamente pequenas, a potência elétrica gerada nas usinas, pois as correntes seriam

elevadas e as quedas de tensão e as perdas de potência na transmissão inviabilizariam

técnica e economicamente as transmissões. Esse problema é tanto mais grave quanto

maior for à distância de transmissão e quanto maior for a potência a ser transmitida.

Com a elevação da tensão, a potência gerada nas usinas (que é função do produto da

tensão pela corrente) pode ser transmitida com correntes inferiores às de geração, o que

viabiliza a transmissão.

Um fator importante na minimização dos custos de transmissão e de distribuição

está ligado à escolha da seção dos cabos condutores das linhas, ou seja, de sua

resistência ôhmica. Como o custo das linhas (e do sistema de transmissão) aumenta

de forma linear com a seção condutora e as perdas ôhmicas (e, portanto o seu custo)

variam com o inverso da seção dos condutores, existe um ponto de mínimo custo, que

corresponde à seção condutora ótima.

Os consumidores, individualmente, requerem potências inferiores às transmitidas.

Portanto, são previstas estações abaixadoras nas quais as tensões de transmissão são

transformadas para níveis compatíveis com as cargas que vão alimentar regionalmente.

Observa-se que as pequenas potências de distribuição transportadas por circuitos aéreos

ou subterrâneos nas ruas ou avenidas são adequadas às baixas tensões, também por

questões de segurança.

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P á g i n a | 13

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 2.

PROGRAMAÇÃO E PLANEJAMENTO DOS SERVIÇOS 2.1.

O objetivo deste procedimento é estabelecer as diretrizes básicas de Segurança do

Trabalho a serem seguidos nas tarefas de operação, conservação e manutenção de

equipamentos em Redes de Distribuição Aérea Energizadas, (Linha Viva) de modo a

prevenir e controlar as causas que possam provocar acidentes, sendo também muito útil

como material didático para uso pelos Técnicos Supervisores como fonte de consulta.

As Normas e Procedimento descritos a seguir possibilitam um melhor

acompanhamento dos princípios de trabalho, através de um melhor planejamento e

acompanhamento dos serviços.

Esta normalização de métodos possibilita:

• Uma melhor avaliação de desempenho de uma equipe.

• Uma melhor inspeção de segurança relativamente à execução dos trabalhos

• A sistematização do treinamento e reciclagem dos componentes das equipes.

DEFINIÇÕES 2.2.

Esclarecimentos de alguns conceitos ou termos utilizados neste material:

MT - Média Tensão, redes de distribuição trifásica, bifásicas ou mesmo monofásicas,

normalmente com tensões entre 750 volts e 34500 volts;

BT - Baixa Tensão, redes trifásicas, bifásicas e monofásicas com tensões até 750 Volts;

Liner - Protetor de polietileno colocado dentro das cestas aéreas de fibra de vidro para

proporcionar uma segurança a mais aos eletricistas contra acidentes elétricos e

mecânicos;

À Distância - Os eletricistas trabalham em locais que são considerados no potencial de

terra, ou seja, se posicionando em escadas executando todo o serviço usando

ferramentas e equipamentos adequados;

Ao Contato - Os eletricistas ficam em potencial intermediário, isolados dos potenciais

de terra e da rede, executando as tarefas ao contato, através de cestas aéreas ou

plataformas, usando ferramentas e equipamentos adequados;

By-pass - É a interligação provisória entre pontos da mesma fase para dar continuidade

ao circuito elétrico;

Jumper – É a continuidade do condutor, que faz interligação entre pontos da mesma

fase para dar continuidade ao circuito elétrico;

Taco - É a interligação feita entre a fase de circuito elétrico e um equipamento (chaves

fusíveis, interruptores de circuitos, para-raios, transformadores, derivações de circuitos

etc.);

Corrente Elétrica - Podemos dizer que é o movimento dos elétrons através de um

material condutor. Símbolo => I ou i, Unidade => Ampère- A. ex: 10 A;

Tensão ou Voltagem – Pode-se dizer que é a força responsável pelo deslocamento da

corrente elétrica. Símbolo => V ou E, Unidade => Volts- V. ex: 127 V;

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Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 14

Resistência - Pode-se dizer que é a oposição à passagem da corrente elétrica no

condutor. Símbolo => R, Unidade Ohm. Ex: 2 Ohm;

Potência - Pode-se dizer que é a quantidade de calor dissipada numa resistência

quando da passagem de uma corrente elétrica. Símbolo => P, Unidade => Watts W ou

hp. Ex: 1600 W ou 2 hp;

Frequência - Pode-se dizer que é relacionada ao número de vezes que a corrente

elétrica muda de sentido em um circuito elétrico. Símbolo => F, Unidade -> Hertz, Hz ou

Ciclo. Ex: 60 Hz;

Transformador - Pode-se dizer que é uma máquina estática que transfere energia

elétrica de um circuito para outro, através da indução eletromagnética modificando os

valores de tensão e corrente.

O potencial elétrico e o campo elétrico

As expressões potencial elétrico e campo elétrico parecem sinônimas, soam muito

parecidas. São, porém, conceitos diferentes, se referindo a diferentes grandezas

elétricas.

A grandeza com a qual mais lidamos no dia a dia é o conhecido Volt, que é uma

medida de potencial elétrico.

O Volt

Potencial elétrico_ V= J/ C

Definição prática:

Isto significa que um potencial elétrico de 220V consegue impor uma energia de

220J a cada Coulomb de carga sob sua influência.

Exemplos práticos:

Por exemplo, sob 220V, 2 Coulombs receberão uma energia de 440J.

220V= 440J/ 2C

Sob 220V, 0,5 Coulombs receberão uma energia de 110J.

220V= 110J/ 0,5C

Sob 55V, 2 Coulombs receberão uma energia de 110J.

55V= 110J/ 2C

Analogias mecânicas:

Pode-se fazer uma analogia com uma ladeira. Imagine uma ladeira bem inclinada,

com uma descida bem íngreme, digamos de 10 metros de altura (um prédio de 3

andares) em apenas 2 quarteirões, ou seja, 5 metros por quarteirão. Se deixarmos uma

camionete de 3 toneladas descer solta nesta ladeira, ela ao final se chocará com algum

obstáculo e produzirá uma energia “x”. Se deixarmos um caminhão de 9 toneladas

descer solto nesta ladeira, ele ao final se chocará com algum obstáculo e produzirá uma

energia “3x”.

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Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 15

Conclusões:

Daí pode-se concluir que o potencial elétrico só realiza trabalho em presença de

uma carga a ser acelerada. Sem carga a ser acelerada, a voltagem permaneceria

inalterada pelos milênios, como uma ladeira bem inclinada, mas sem nenhum veículo

para descer por ela.

O Volt/ m

Campo elétrico_ E= N/ C

Transformações:

TRANSFORMAÇÕES

Definição prática:

Isto significa que um campo elétrico de 220V/m consegue aplicar uma força de

220N a cada Coulomb de carga sob sua influência a uma distância de 1m.

Analogias mecânicas:

Pode-se aqui também fazer uma analogia com uma ladeira. Imagine uma ladeira

cuja inclinação varie com a posição. A 1m da origem ela tem uma inclinação “x”, a 2m

sua inclinação cai à metade, a 4m cai à metade novamente e assim por diante. Se

deixarmos um carro solto nesta ladeira, ele acelerará sempre, mas conforme se afasta

da origem sua aceleração diminuirá (embora a velocidade sempre aumente).

Conclusões:

Daí pode-se concluir que o campo elétrico a princípio não chega a definir o total de

energia ou de trabalho realizado, apenas determina qual força elétrica atuará sobre uma

carga a cada distância da origem.

Considerações gerais

Condições perigosas nos circuitos elétricos

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Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 16

As seguintes condições podem ocorrer nos circuitos elétricos:

• Curto-circuito – Contato ou ligação intencional e ou acidental entre dois pontos

de diferentes tensões elétricas de um circuito, através de impedância relativamente

insignificante;

• Corrente de curto-circuito – Sobrecorrente que resulta de um contato através de

impedância relativamente insignificante entre diferentes pontos energizados e que

apresentam uma diferença de potencial quando em funcionamento normal. Ocorre

quando o isolamento de um condutor energizado se estraga; na abertura lenta das

chaves, provocando um arco longo que pode saltar para terra ou outra fase; provocada

por manuseio descuidado de ferramentas metálicas ou pelo contato de um condutor

energizado com a terra ou com uma outra fase. Nessas condições, a resistência natural

do circuito é evitada pela corrente, que deste modo passará livremente e com tal

intensidade que provoca aquecimentos elevados, abertura de arco, incêndios, explosões

e destruição dos elementos por onde passa, a menos que os equipamentos de proteção

entrem imediatamente em ação interrompendo a correspondente corrente de curto-

circuito;

• Energização acidental de estruturas – Ocorre quando um condutor energizado nu

ou com isolamento comprometido encosta numa árvore, num poste, numa cruzeta ou em

qualquer estrutura condutora que não esteja adequadamente ligada à terra. Para evitar

acidente por contato humano com essas estruturas energizadas acidentalmente deve-se

onde for possível, ligar-se à terra firmemente e de modo intencional as carcaças e demais

estruturas energizáveis com o propósito de proteger os operadores no caso de ocorrer

comprometimento no isolamento ou queda da fixação de algum condutor que possa vir a

encostar nessas estruturas. A mesma ligação deve ser feita nas carrocerias das cestas

aéreas dos guindautos e outros equipamentos que estejam auxiliando no serviço, junto

às redes energizadas;

• Sobrecarga – Cada condutor pode ser percorrido por uma determinada corrente

até certo valor em ampères sem se aquecer demasiadamente. Passando este limite, seu

aquecimento aumenta rapidamente e pode se tornar perigoso. Conclui-se, portanto que

a corrente de um circuito não pode ultrapassar certo valor; se for além, isto é, se houver

o que se chama sobrecarga, o perigo deve ser afastado pelos fusíveis que se fundem

ou pelos equipamentos de proteção que operam, interrompendo assim a corrente de

sobrecarga;

• Contato defeituoso ou mau contato – Ao ligar um condutor a outro ou a um

equipamento e ao ligar uma chave de faca, se não houver um contato perfeito e firme

nas conexões, ocorre aquecimento que pode causar acidentes ou danos materiais;

Muitas condições anormais são detectadas por componentes de alarme ou de proteção e

são codificadas por uma tabela ANSI, reproduzida a seguir.

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

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1 Elemento principal – Dispositivo de inicialização como uma chave de

controle etc., que serve, diretamente ou através de dispositivos

permissivos como relés de proteção e temporizado, para colocar o

dispositivo em ou fora de operação.

2 Relé de partida ou fechamento temporizado – Dispositivo cuja função é

oferecer uma quantidade desejada de tempo antes ou depois de

qualquer ponto de operação em uma sequência de comutação ou

sistema do relé de proteção, exceto quando fornecido especificamente

pelas funções dos dispositivos 48, 62 e 79.

3 Relé de verificação ou intertravamento – Relé que opera em resposta à

posição de vários outros dispositivos (ou para um número de condições

predeterminadas) no equipamento para permitir que uma sequência de

operação avance, pare ou para fornecer uma verificação de uma

posição destes dispositivos ou condições para qualquer fim.

4 Contato principal – Dispositivo, geralmente controlado pela função do

dispositivo 1 ou equivalente e dispositivos de proteção e permissivos

requeridos, que serve para fechar e interromper os circuitos de

controle necessários para colocar o dispositivo em operação sob

condições desejadas e colocá-lo fora de operação sob condições

anormais.

5 Dispositivo de interrupção – Dispositivo de controle usado

principalmente para desligar o equipamento e mantê-lo fora de

operação. (Este dispositivo pode ser acionado de maneira manual ou

elétrica, mas exclui a função de travamento elétrico [consulte da

função do dispositivo 86] em condições anormais.)

6 Disjuntor de partida – Dispositivo cuja principal função é conectar a

máquina à sua fonte de tensão de partida.

7 Relé de taxa de variação – Relé que funciona em caso de uma variação

excessiva de corrente.

8 Dispositivo de desconexão da energia de controle – Dispositivo de

desconexão, como uma chave de faca, disjuntor ou bornes fusíveis

removíveis, usado para conectar e desconectar a fonte de tensão de

comando para e do barramento de controle ou equipamento. OBS:

Considera-se a tensão de comando para incluir alimentação auxiliar

que abastece estes equipamentos, como motores pequenos e

aquecedores.

9 Dispositivo de reversão – Um dispositivo que é usado para reverter um

campo da máquina ou para o desempenho de outras funções de

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Elétrico de Potência (SEP)

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reversão.

10 Chave de sequência das unidades – Chave que é usada para mudar a

sequência na qual as unidades podem ser colocadas dentro e fora de

serviço em equipamentos de unidades múltiplas.

11 Dispositivo multifunção

12 Dispositivo de sobrevelocidade – Frequentemente, uma chave de

velocidade conectada diretamente que funciona na sobrevelocidade da

máquina.

13 Dispositivo de rotação síncrona – Dispositivo como uma chave de

velocidade centrífuga, um relé de frequência de escorregamento, um

relé de tensão, um relé de baixa corrente ou qualquer tipo de

dispositivo que opera com aproximadamente a velocidade síncrona de

uma máquina.

14 Dispositivo de subvelocidade – Dispositivo que funciona quando a

velocidade de uma máquina diminui abaixo de um valor

predeterminado.

15 Dispositivo de ajuste ou comparação de velocidade ou frequência –

Dispositivo que funciona para ajustar e manter a velocidade ou a

frequência de uma máquina ou de um sistema igual ou

aproximadamente igual que outra máquina, fonte ou sistema.

16 Dispositivo de comunicação de dados

17 Chave de derivação ou descarga – Chave que serve para abrir ou

fechar um circuito de derivação ao redor de qualquer peça ou

equipamento (com exceção de um resistor), como um campo da

máquina, uma armadura da máquina, um capacitor ou um reator.

OBS: Isto inclui dispositivos que realizam estas operações de derivação

já que podem ser necessários no processo de partida de uma máquina

pelos dispositivos 6 ou 42 (ou seus equivalentes), e também exclui

função do dispositivo 73 que serve para a comutação dos resistores.

18 Dispositivo de aceleração ou desaceleração – Dispositivo que é usado

para fechar ou para gerar o fechamento de circuitos que são usados

para aumentar ou diminuir a velocidade de uma máquina.

19 Contator de transição partida-marcha – Dispositivo que opera para

iniciar ou gerar a transferência automática de uma máquina da partida

à conexão de tensão de execução.

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Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 19

20 Válvula operada eletricamente – Válvula operada, controlada ou

monitorada eletricamente em uma linha de vácuo, gás, ar ou fluido.

OBS: A função da válvula pode ser indicada de maneira mais completa

pelo uso de sufixos, como discutido no ponto 3.2.

21 Relé de distância – Relé que funciona quando a admitância, a

impedância ou a reatância do circuito aumenta ou diminui além de um

valor predeterminado.

22 Disjuntor equalizador – Interruptor que serve para controlar ou para

fechar e interromper o equalizador ou as conexões de balanceamento

de corrente para um campo da máquina ou para um equipamento de

regulação em uma instalação de unidades múltiplas.

23 Dispositivo de controle da temperatura – Dispositivo que funciona para

aumentar ou abaixar a temperatura de uma máquina, de um

equipamento ou de qualquer meio quando esta temperatura diminui

abaixo ou aumenta acima de um valor predeterminado. OBS: Um

exemplo é um termostato que liga um aquecedor em um conjunto de

comutadores quando a temperatura cai abaixo do valor desejado. O

mesmo deve ser diferenciado de um dispositivo que é usado para

fornecer regulação automática da temperatura entre limites próximos e

poderia ser designado como função do dispositivo 90T.

24 Relé de sobreexcitação ou Relé de Volts por hertz – Relé que funciona

quando o índice de tensão para frequência excede um valor

predeterminado. O relé pode ter uma característica programada ou

instantânea.

25 Dispositivo de verificação de sincronismo ou sincronização – Dispositivo

que funciona quando dois circuitos CA estão dentro dos limites

desejados de frequência, ângulo de fase e tensão para permitir ou

gerar o paralelismo destes dois circuitos.

26 Dispositivo térmico do equipamento – Dispositivo que funciona quando

a temperatura do equipamento protegido (exceto a enrolamentos de

transporte de carga das máquinas e transformadores, como

mencionado pela função do dispositivo número 49) ou de um líquido ou

outro meio exceder um valor predeterminado; ou quando a

temperatura de um equipamento protegido ou qualquer outro meio

diminuir abaixo de um valor predeterminado.

27 Relé de subtensão – Relé que funciona quando a tensão de entrada é

menor do que um valor predeterminado.

28 Detector de chamas – Dispositivo que monitora a presença da chama

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P á g i n a | 20

piloto ou principal como em equipamentos com turbina a gás ou

caldeira.

29 Contator de isolamento – Dispositivo que é usado principalmente para

desconectar um circuito do outro em operações de emergência,

manutenção ou teste.

30 Relé anunciador – Dispositivo de reset não automático que fornece

diversas indicações visuais separadas sobre o funcionamento dos

dispositivos de proteção e que poderiam ser organizadas para realizar

uma função de travamento.

31 Dispositivo de excitação em separado – Dispositivo que conecta um

circuito, como um campo de derivação de um conversor síncrono, a

uma fonte de excitação separada durante a sequência de partida.

32 Relé direcional de potência – Relé que funciona em um valor

predeterminado do fluxo de tensão em uma determinada direção ou

em um fluxo de tensão reverso, como o resultante do ciclo de motor de

um gerador após a perda do seu motor principal.

33 Chave de posicionamento – Chave que fecha ou interrompe o contato

quando o dispositivo principal ou parte do equipamento que não possui

número de função do dispositivo atinge uma determinada posição.

34 Dispositivo master de sequência ou Dispositivo de inversão –

Dispositivo como uma chave de contatos múltiplos operada por motor

ou equivalente, ou um dispositivo de programação como um

computador, que estabelece ou determina a sequência de operação do

dispositivo principal no equipamento durante a partida e a parada ou

durante outras operações de comutação sequencial.

35 Dispositivo para operação das escovas ou para curto-circuitar os anéis

coletores – Dispositivo para elevar, abaixar ou desviar as escovas de

uma máquina, curtocircuitando seus anéis do coletor, ou conectando e

desconectando os contatos de um retificador mecânico.

36 Dispositivo de polaridade ou de tensão de polarização – Dispositivo que

funciona ou permite a operação de outro dispositivo apenas em uma

polaridade predeterminada ou verifica a presença de uma tensão de

polarização no equipamento.

37 Relé de subcorrente ou subpotência – Relé que funciona quando a

corrente ou fluxo de tensão diminui abaixo de um valor

predeterminado.

38 Dispositivo de proteção do mancal – Dispositivo que funciona na

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temperatura excessiva do mancal ou em condições mecânicas

anormais associadas ao rolamento como o desgaste indevido, que

poderia eventualmente resultar na falha ou na temperatura excessiva

do rolamento.

39 Monitor da condição mecânica – Dispositivo que funciona após a

ocorrência de uma condição mecânica anormal (exceto aquela

associada aos mancais como relatado na função do dispositivo 38),

como vibração excessiva, excentricidade, expansão, choque, balanço

ou falha do selo.

40 Relé de perda de excitação ou Relé de perda de campo – Relé que

funciona em um determinado valor ou anormalmente abaixo do

mesmo, ou na falha da corrente de campo da máquina, ou em um

valor excessivo do componente reativo da corrente da armadura em

uma máquina CA, indicando excitação de campo anormalmente baixo.

41 Disjuntor de campo – Dispositivo que funciona para aplicar ou remover

a excitação de campo de uma máquina

42 Disjuntor de operação normal – Dispositivo cuja principal função é

conectar a máquina à sua fonte de execução ou tensão de operação.

Esta função pode ser usada também para um dispositivo, como um

contator, que é usado em série com um disjuntor ou outro meio de

proteção contra falhas, principalmente para abertura e fechamento

frequente do circuito.

43 Dispositivo seletor ou transferência manual – Dispositivo operado

manualmente que transfere os circuitos de controle para modificar o

plano de operação do equipamento de comutação ou de algum dos

dispositivos.

44 Relé de sequência de partida das unidades – Relé que funciona para

iniciar a próxima unidade disponível no equipamento de unidades

múltiplas após a falha ou não disponibilidade da unidade normalmente

anterior.

45 Monitor da condição atmosférica – Dispositivo que funciona após a

ocorrência de uma condição atmosférica normal, como vapores

nocivos, misturas explosivas, fumaça ou fogo.

46 Relé de reversão ou balanceamento de corrente da fase – Relé que

funciona quando as correntes polifásicas são de sequência de fase

reversa, ou quando as correntes polifásicas estão desequilibradas ou

contêm componentes de sequência de fase negativos acima de um

determinado volume.

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P á g i n a | 22

47 Relé de reversão ou desbalanceamento de tensão ou Relé de sequência

da fase de tensão – Relé que funciona após um determinado valor

predeterminado de tensão polifásica na sequência de fase desejada,

quando as tensões polifásicas estão desequilibradas ou quando a

tensão da sequência de fase negativa excede um determinado volume.

48 Relé de sequência incompleta – Relé que normalmente retorna o

equipamento à posição normal ou off, e bloqueia caso a partida

normal, operação ou sequência de parada não foi concluída

corretamente dentro de um tempo predeterminado.

49 Relé térmico para máquina ou transformador – Relé que funciona

quando a temperatura de um enrolamento da armadura da máquina

ou outro enrolamento ou elemento de transporte de carga de uma

máquina ou transformador de tensão excede um valor predeterminado.

50 Relé de sobrecorrente instantâneo – Relé que funciona

instantaneamente em um valor excessivo de corrente.

51 Relé de sobrecorrente temporizado CA – Relé que funciona quando a

corrente de entrada CA excede um valor predeterminado, e em que a

corrente de entrada e o tempo de operação estão inversamente

relacionados através de uma porção substancial de uma faixa de

desempenho.

52 Disjuntor de corrente alternada – Dispositivo que é usado para fechar e

interromper um circuito de alimentação CA sob condições normais ou

para interromper este circuito sob falha ou condições de emergência.

53 Relé para excitador ou gerador CC – Relé que força a excitação do

campo da máquina CC para acumular durante a partida ou que

funciona quando a tensão da máquina acumulou em um determinado

valor.

54 Dispositivo de acoplamento ou Dispositivo de engate da engrenagem

rotativa – Dispositivo operado, controlado ou monitorado eletricamente

que funciona para que a engrenagem rotativa se engate (ou

desengate) ao eixo da máquina.

55 Relé de fator de potência – Relé que funciona quando o fator de

potência em um circuito CA aumenta acima ou cai abaixo de um valor

predeterminado.

56 Relé de aplicação de campo – Relé que controla automaticamente a

aplicação da excitação do campo em um motor CA em algum ponto

predeterminado no ciclo de escorregamento.

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Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 23

57 Dispositivo para aterramento ou curtocircuito – Dispositivo de

comutação do circuito primário que funciona para curtocircuitar ou

aterrar um circuito em resposta a um meio manual ou automático.

58 Relé de falha de retificação – Relé que funciona se um retificador de

alimentação falhar em conduzir ou bloquear adequadamente.

59 Relé de sobretensão – Um relé que funciona quando a tensão de

entrada é maior do que um valor predeterminado.

60 Relé de balanço de tensão ou corrente – Relé que funciona em uma

determinada diferença de tensão ou na entrada ou saída de corrente

de dois circuitos.

61 Sensor ou chave de densidade – Dispositivo que funciona em um valor

determinado, ou em uma faixa de mudança determinada de densidade

de gás.

62 Relé de interrupção ou abertura temporizada – Um relé temporizado

que funciona em conjunto com o dispositivo que inicia a operação de

desligamento, parada ou abertura em uma sequência automática ou

sistema do relé protetor.

63 Relé de pressão de gás (Buchholz) ou Pressostato – Chave que

funciona em um determinado valor, ou em uma determinada faixa de

mudança de pressão.

64 Relé de proteção de terra – Relé que funciona em caso de falha da

máquina ou outro equipamento de isolamento a terra. OBS: Esta

função não é aplicada a um dispositivo conectado em um circuito

secundário de transformadores de corrente em um sistema de

alimentação aterrado normalmente, onde outros números de

dispositivo com o sufixo G ou N devem ser usados; ou seja, 51N para

um relé de sobrecorrente temporizado CA conectado em um neutro se

65 Regulador – Conjunto de equipamento de controle elétrico, mecânico e

de fluido usado para regular o fluxo de água, vapor e outro meio para

o motor principal para propósitos como partida, velocidade de espera

ou carga, ou parada.

66 Relé de supervisão do número de partidas ou Dispositivo de

intercalação ou escapamento de operação – Dispositivo que funciona

para permitir apenas um número específico de operações de um

determinado dispositivo ou equipamento ou um número específico de

operações sucessivas dentro de um determinado tempo de cada um. É

também um dispositivo que funciona para energizar um circuito

periodicamente ou por frações de intervalos de tempo, ou que é usado

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P á g i n a | 24

para permitir uma aceleração intermitente ou jogging de uma máquina

em velocidades baixas para o posicionamento mecânico.

67 Relé direcional de sobrecorrente CA – Relé que funciona em um valor

desejado de sobrecorrente CA fluindo em uma direção predeterminada.

68 Relé de bloqueio por oscilação de potência – Relé que inicia um sinal

piloto para bloquear o desarme em falhas externas em uma linha de

transmissão ou em outro equipamento sob condições predeterminadas,

ou que coopera com outros dispositivos para bloquear o desarme ou

para bloquear o fechamento em uma condição de fora de sincronismo

ou de oscilação da alimentação.

69 Dispositivo de controle permissivo – Normalmente, um dispositivo de

duas posições que em uma posição permite o fechamento de um

disjuntor ou a colocação de um equipamento em operação, e em outra

posição evita que o disjuntor ou o equipamento seja operado.

70 Reostato – Dispositivo de resistência variável usado em um circuito

elétrico quando o dispositivo é operado eletricamente ou possui outros

acessórios elétricos como chaves de fim de curso, posição ou auxiliar.

71 Dispositivo de detecção de nível ou Chave de nível – Chave que

funciona em um determinado valor, ou em uma determinada faixa de

mudança de nível.

72 Disjuntor de corrente contínua – Disjuntor usado para fechar e

interromper um circuito de alimentação CC sob condições normais ou

para interromper este circuito sob falha ou condições de emergência.

73 Contator de resistência de carga – Contator usado para derivar ou

inserir um passo de carga limitando, desviando ou indicando

resistência em um circuito de alimentação; para comutar um

aquecedor no circuito; ou para comutar uma luz ou resistor de carga

regenerativa de um retificador de tensão.

74 Relé de alarme – Um relé diferente do anunciador, como relatado na

função do dispositivo 30, que é usado para operar ou que opera uma

conexão com um alarme sonoro ou visual.

75 Mecanismo de mudança de posição – Mecanismo usado para

movimentar um dispositivo principal de uma posição a outra no

equipamento; por exemplo, desviando a unidade do disjuntor

removível para e das posições conectada, desconectadas e de teste.

76 Relé de sobrecorrente CC – Relé que funciona quando a corrente em

um circuito CC excede um determinado valor.

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P á g i n a | 25

77 Dispositivo de telemetria – Transmissor usado para gerar e transmitir

para um local remoto um sinal elétrico que representa uma quantidade

medida ou um receptor usado para receber um sinal elétrico de um

transmissor remoto e converte o sinal para representar a quantidade

medida original.

78 Relé de medição de ângulo de fase ou proteção contra falta de

sincronismo – Relé que funciona em um ângulo de fase

predeterminado entre duas tensões ou entre duas correntes, ou entre

tensão e corrente.

79 Relé de religamento CA – Relé que controla o fechamento automático e

o travamento de um interruptor de circuito CA.

80 Chave de fluxo – Chave que funciona em um determinado valor, ou em

uma determinada faixa de mudança de fluxo.

81 Relé de frequência (sub ou sobre) – Relé que responde à frequência de

uma quantidade elétrica, funcionando quando a frequência ou faixa de

mudança de frequência excede ou é menor do que um valor

predeterminado.

82 Relé de religamento de medição de carga CC – Relé que controla o

fechamento e o religamento de um interruptor de circuito CC,

normalmente como resposta às condições de circuito da carga.

83 Relé de seleção de controle ou de transferência automática – Relé que

funciona para selecionar automaticamente entre certas fontes ou

condições em equipamentos ou que realiza automaticamente uma

operação de transferência.

84 Mecanismo de operação – Mecanismo elétrico equipado com

servomecanismo, incluindo o motor de operação, solenóides, chaves

de posição, etc., para um comutador de derivação, regulador de

indução ou qualquer peça similar do equipamento que não possua

número de funcionamento de dispositivo.

85 Relé de receiver ou fio piloto portador – Relé que é operado ou

restringido por um sinal usado em conexão com corrente portadora ou

retransmissão de falha do fio piloto CC.

86 Relé de bloqueio – Relé auxiliar de reset operado elétrica ou

manualmente que é operado após a ocorrência de condições anormais

para manter os dispositivos ou o equipamento associado inoperante

até o seu reset.

87 Relé de proteção diferencial – Relé de proteção que funciona em uma

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P á g i n a | 26

porcentagem, ângulo de fase ou outra diferença de quantidade entre

duas correntes ou outras quantidades elétricas.

88 Motor auxiliar ou motor gerador – Dispositivo usado para operar

equipamento auxiliar como bombas, sopradores, excitadores,

amplificadores magnéticos rotatórios, etc.

89 Chave separadora – Chave usada como uma chave seccionada, de

interrupção de carga ou desconexão em um circuito de alimentação CA

ou CC. (Este número de função do dispositivo normalmente não é

necessário a menos que a chave seja operada eletricamente ou possua

acessórios elétricos, como uma chave auxiliar, uma trava magnética,

etc.)

90 Dispositivo de regulação – Dispositivo que regula quantidades, como

tensão, corrente, alimentação, velocidade, frequência, temperatura e

carga em um determinado valor ou entre certos limites (geralmente

próximos) para máquinas, linhas de contato ou outros equipamentos.

91 Relé direcional de tensão – Relé que funciona quando a tensão através

de um disjuntor aberto ou contator excede um determinado valor em

uma determinada direção.

92 Relé direcional de tensão e potência – Relé que permite ou gera a

conexão de dois circuitos quando a diferença de tensão entre eles

excede um valor determinado em uma direção predeterminada e faz

com que estes dois circuitos sejam desconectados entre si quando o

fluxo de alimentação entre eles excede um valor determinado em uma

direção oposta.

93 Contator de variação de campo – Contator que funciona para aumentar

ou diminuir, em um passo, o valor de excitação de campo em uma

máquina.

94 Relé de desligamento ou disparo livre – Relé que funciona para

desarmar um disjuntor, contator ou equipamento para permitir o

desarme imediato através de outros dispositivos ou evitar o

religamento imediato de um interruptor de circuito se tiver que ser

aberto automaticamente, mesmo se o seu circuito de fechamento

permanecer fechado.

95 Usado para aplicações específicas

96 Relé auxiliar de bloqueio de barra

97 a

99

Usado para aplicações específicas

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Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 27

150 Indicador de falta à terra

AFD Detector de arco voltaico

CLK Clock

DDR Sistema dinâmico de armazenamento de perturbações

DFR Sistema de armazenamento de faltas digital

ENV Dados do ambiente

HIZ Detector de faltas com alta impedância

HMI Interface Homem-Máquina

HST Histórico

LGC Esquema lógico

MET Medição de Subestação

PDC Concentrador de dados de fasores

PMU Unidade de medição de fasores

PQM Esquema de monitoramento de potência

RIO Dispositivo Remoto de Inputs/Outputs

RTU Unidade de terminal remoto / Concentrador de Dados

SER Sistema de armazenamento de eventos

TCM Esquema de monitoramento de Trip

SOTF Fechamento sob falta

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

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P á g i n a | 28

Religamento automático (Bloqueio de Circuito)

A rede aérea é normalmente afetada por defeitos transitórios cuja causa

desaparece rapidamente permitindo que seja reenergizada, logo após, com sucesso.

Essa reenergização é comandada por atuação do relé religador (função 79 ANSI) no

caso dos disjuntores, ou pelos dispositivos de religamento automático no caso dos

religadores (de subestação ou de linha), com redução expressiva do tempo de

interrupções aos clientes, razão porque esses dispositivos e relés devem permanecer

fora de operação durante apenas o tempo necessário à segurança do serviço em linha

energizada.

Planejamento de serviço

Planejamento do serviço é um dos fatores essenciais para a Prevenção de

Acidentes de Trabalho. É durante esta fase que podemos detectar as condições

inseguras e os riscos de acidentes que poderão ocorrer durante a realização de uma

determinada tarefa a ser executada. Conhecendo-se as condições inseguras e os riscos,

podem-se determinar as medidas de controle. Compete ao Supervisor de uma equipe a

responsabilidade direta pela realização das tarefas livres de acidentes do trabalho,

portanto deve planejar cuidadosamente os serviços, de forma a garantir que todos os

Métodos e Procedimentos de Segurança sejam adotados, para o controle efetivo dos

riscos de acidentes. Considera-se Supervisor qualquer empregado designado pelo

superior hierárquico, como responsável pela execução de um serviço. Logicamente,

espera-se que somente sejam indicados como supervisores, empregados que tenham

perfil para atender às exigências da função.

A seguir abordaremos os principais elementos que devem ser observados pelo

Supervisor para o planejamento de um serviço.

“Os serviços somente devem ser atribuídos a empregados que estiverem

habilitados e autorizados a executá-los e distribuir as tarefas de acordo com a

capacidade técnica de cada um.”

Os empregados que forem designados para executar trabalhos em instalações

elétricas devem possuir capacitação através de treinamento para as tarefas específicas,

para prestar os primeiros socorros em caso de acidentes e utilização de agentes

extintores para combater princípios de incêndios.

Não permitir que empregados, mesmo que tecnicamente capacitados, façam

serviços de ajustes em equipamentos, dirijam veículos, subam em escadas ou estruturas,

durante o período que estiverem fazendo uso de medicamentos que alterem o seu

comportamento.

O supervisor deve ter uma visão global do que é de sua incumbência realizar; ele

não poderá se deter em minúcias, perdendo a noção do todo. Deve ser capaz de prever

os resultados sem subestimar possíveis falhas e fazer a distribuição de tarefas.

Determinar o número de empregados suficiente para que a tarefa seja realizada com

segurança, explicar aos empregados o serviço a ser executado e os resultados desejados.

Identificar os riscos do serviço sob sua orientação, alertar devidamente seus

subordinados sobre os controles desses riscos, transmitir-lhes claramente as Normas e

Procedimentos aplicáveis, dedicando especial atenção à execução das tarefas fora da

rotina.

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 29

Cabe também à supervisão corrigir as irregularidades e as situações que possam

comprometer a Segurança no Trabalho. Podemos citar alguns exemplos, como:

• Antes de sair para o local de trabalho assegurar-se que os membros da equipe

sob sua responsabilidade possuam todos os materiais, ferramentas, equipamentos de

proteção individual e coletiva necessários ao serviço e se estão em perfeitas condições

de utilização;

• Lembrar aos integrantes da equipe que as condições de execução de um serviço

nem sempre são as mesmas;

• Procurar iniciar o serviço quando existir a total certeza de que todos os

integrantes da equipe estão conscientes do que devem fazer, de como fazer e quando

fazer;

• Todo condutor ou equipamento elétrico, somente poderá ser considerado

desenergizado, depois de testado para verificação de ausência de tensão e devidamente

aterrado;

• Qualquer trabalho a ser efetuado em instalações elétricas energizadas ou que

possam ficar acidentalmente sob tensão, somente poderá ser realizado com a utilização

de luvas de borracha para eletricista, da classe de tensão compatível com a das

instalações, cobertas pelas luvas de proteção mecânica;

• O planejamento deve prever os riscos de contato do empregado com os

componentes energizados das instalações, para os quais deverão ser adotados protetores

isolantes e sinalização delimitando a área de risco;

• Especial cautela deve ser destacada na sinalização da área de trabalho, de forma

a evitar que pessoas estranhas entrem na área de risco. Nos logradouros públicos, caso

seja inevitável a obstrução total do passeio, deve-se providenciar a devida sinalização de

proteção e orientação para os pedestres;

• Iniciar o serviço somente depois de constatado que todos os dispositivos de

segurança estão colocados em seus lugares e oferecem segurança efetiva;

• Após a realização da tarefa, o supervisor deve reunir a equipe para discutir as

dificuldades encontradas durante a realização do serviço, objetivando utilizá-las como

experiência, com a finalidade de introduzir melhorias em planejamentos futuros.

Cuidados durante e após a execução dos serviços:

Alguns cuidados devem ser tomados, durante e após execução de um serviço em

redes aéreas de distribuições.

a) Religação do circuito caso haja algum desarme:

Após o início dos serviços o Órgão de Operação da Distribuição somente religará o

circuito, caso haja algum desarme da proteção, após contato direto com o Órgão

Executor responsável pelos serviços, no caso o encarregado que está no campo

executando serviço.

b) Falta de energia no circuito com turma de linha viva trabalhando:

Sempre que algum componente da turma de linha viva notar falta de energia no

circuito em que esteja trabalhando, o responsável pela turma deve ligar imediatamente

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 30

para o Órgão de Operação da Distribuição informando se houver algum problema, para

que este órgão decida pela religação manual do equipamento e o restabelecimento do

trecho trabalhado.

c) Treinamento e uso de EPI’s e EPC’s

Todos os eletricistas que forem incumbidos de trabalho com linha energizada

deverão estar treinados e equipados com materiais de segurança individual EPI’s e

coletivo EPC’s conforme a necessidade do serviço.

d) Integrantes da turma somente com treinamento de linha energizada:

Somente poderão integrar turmas de linha energizada os empregados que possuam

treinamento especializado para os serviços pelos métodos de serviço à distância,

contato direto e de segurança do trabalho.

Executando as tarefas com linhas energizadas

É expressamente proibido durante a execução de qualquer tarefa que o eletricista

venha a tocar em qualquer parte do sistema energizado ou que possa a vir a ser

energizado, com as mãos ou qualquer parte do corpo desprotegido, mesmo que esteja

trabalhando dentro de caçambas isoladas e ou plataformas, seja esta, parte do primário,

secundário, condutor neutro, estais, cruzetas, mão francesa, aterramento, poste etc.

NOTA: Da mesma forma é expressamente proibido dois eletricistas trabalharem ao

mesmo tempo em 2 (duas) fases ou potenciais diferentes.

Atenção da equipe durante a execução das tarefas com linhas

energizadas:

O Encarregado e todos os componentes da equipe deverão manter-se atentos,

especialmente o encarregado que terá de se posicionar de forma a ter o melhor ângulo de

visão possível para ter controle total da situação, durante as diversas fases de execução

das tarefas, sobre tudo diante dos fatores adversos ou imprevisíveis que venham

acarretar riscos ao pessoal, como por exemplo, chuvas sobrevindas após o início dos

trabalhos ou mudança na operação do sistema elétrico.

Quanto à liberação do circuito para normalização do religamento automático,

imediatamente após a conclusão do serviço, o órgão executor responsável pelo mesmo

deverá cientificar o responsável pelas manobras do término do serviço, dando a linha

(circuito) como liberada, para que o Órgão de Operação da Distribuição providencie a

normalização do religamento automático do circuito e retirada da etiqueta de segurança e

ou placa de impedimento identificando Turma de Linha Viva trabalhando.

Cuidados com equipamentos e ferramentas

Certos cuidados deverão ser tomados pelos componentes da turma na conservação

e proteção dos equipamentos e ferramentas de linha energizadas para tê-los sempre

pronto para o uso. O cuidado adequado resultará não somente na prevenção dos

equipamentos, bem como também inspirará maior confiança no pessoal que os utiliza.

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Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 31

São os seguintes cuidados a serem observados:

Limpeza:

Além dos itens contidos nas normas e documentos complementares e específicos

de cada equipamento, recomenda-se que sejam adotados alguns critérios para limpeza e

conservação das ferramentas e equipamentos.

Os equipamentos de linha viva energizada, com exceção das luvas, mangas e

bastões, deverão ser limpos e conservados pelo menos uma vez por mês pelos próprios

componentes da turma.

Os bastões deverão ser limpos diariamente, antes e depois do serviço, com um

pano de limpeza tratado com silicone apropriado para tal fim. As coberturas de borracha

(lençóis, cobertura para condutor, etc.) deverão ser lavadas com água e sabão neutro e

colocadas em seguida para secar a sombra. Não deverão ser usados derivados de

petróleo nem detergentes para limpeza destes equipamentos.

As luvas e mangas isolantes deverão ser lavadas, após o serviço com água e

sabão neutro (sabão de coco). Depois de secas à sombra, deverão receber aplicação de

talco industrial. As coberturas termoplásticas poderão ser lavadas com água e sabão

comum e, havendo necessidade, pode-se esfregar com bastante fricção. Na limpeza

deste equipamento deverá ser evitada a utilização de compostos químicos do tipo da

acetona, thinner e tricloroetileno;

As plataformas isolantes não deverão ser lavadas com água e sabão comuns,

devido a sua superfície antiderrapante. Sua Limpeza deverá ser feita com acetona

industrial. Os estropos de nylon e cordas de poly dracon deverão ser lavados com sabão

neutro, deixando-os de molho por 1 hora e colocando-os em seguida para secar ao sol;

Para limpeza de sujeiras em geral, deverão ser utilizados água e sabão neutro. Na

existência de manchas ou contaminação da superfície dos bastões com (óleo, graxa),

estes deverão ser limpos com acetona industrial, aplicada com tecido de algodão cru e

posteriormente restaurador de brilho o serviço deve ser realizado em local ventilado e

seco.

Após a limpeza os bastões deverão ser colocados para secagem em local

apropriado (isento de poeira e protegido dos raios ultravioleta). Esta secagem poderá ser

obtida com um pernoite em tempo seco ou então por um período mais curto, em uma

estufa apropriada; Quando os bastões tiverem partes metálicas, estas deverão ser

lubrificadas, moderadamente com lubrificantes anticorrosivos e não tóxicos. (Usar óleo

fluido dispersante para lubrificação das peças).

Cuidados nos serviços:

Antes de iniciado o serviço, os equipamentos e ferramentas da turma deverão ser

conservadas nos locais apropriados, existentes no veículo especial ou mantidos no carro

de apoio, até o momento de uso.

Antes da execução do serviço poderá ser estendido no chão um encerado de lona

de dimensões apropriadas, limpo e seco evitando assim, que as peças se sujem, raspem

no chão e fiquem úmidas. Deverá ser evitado pisar sobre o encerado de lona.

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P á g i n a | 32

Quando em serviço, os equipamentos de linha energizada não deverão ser

colocados diretamente sobre o solo e sim sobre o encerado de lona ou cavalete para

bastão. Recomendam-se os seguintes cuidados para utilização dos equipamentos e

ferramentas de linha energizada, a serem seguidos pelos componentes da turma.

a) Proteção para luva de borracha

Sobre a luva de borracha para eletricista seja usada uma luva de vaqueta que lhe

dará a proteção mecânica necessária (existem vários tipos, de acordo com o tamanho,

classe de tensão de isolamento e fabricante).

Em caso de necessidade, o eletricista poderá usar uma luva fina de malha em

algodão ou suedine, para absorver os suores das mãos. No caso de recomendações

médicas, o eletricista poderá usar também uma camiseta de manga comprida em malha

de algodão para absorver o suor, quando da utilização das mangas protetoras de

borracha.

b) Conduta para execução de serviço

Ao utilizar esses equipamentos de proteção, o eletricista deverá estar com as

unhas aparadas não devendo usar anéis, relógios ou objetos metálicos de adorno, a fim

de evitar a danificação das luvas e mangas de borracha. Quando estiver usando estes

equipamentos o eletricista não poderá fumar.

c) Manuseio dos equipamentos ao executar os serviços

As coberturas de borracha e protetores isolantes não devem ser deixadas ao

tempo , durante longos períodos, pois poderão danificar-se devido a ação dos raios ultra

violeta. O mesmo cuidado deve ser tomado para os bastões e demais protetores. É

proibido o uso dessas ferramentas e equipamentos isolantes para atender solicitações de

proteções e afastamentos para reformas de prédios e atender pedidos de terceiros com

outras finalidades diferentes da execução dos serviços em rede aérea energizadas.

d) Bastões_ Utilização e Conservação

Os bastões a serem utilizados sejam conservados sempre limpos e secos. Deverão

ser mantidos no veículo ou quarto de materiais, livres de atritos com partes metálicas

ou apoiados sobre o encerado de lona ou cavaletes. Quando os bastões forem passados

de baixo para cima da estrutura ou vice-versa, deverá sempre ser usada a corda com

carretilha e evitando-se choques com estruturas ou outras partes metálicas. Cada

bastão deverá ser utilizado de acordo com sua carga de trabalho e somente executar o

serviço para qual foi projetado.

O uso apropriado dos bastões envolve o conhecimento das cargas de

trabalho das ferramentas, o método correto de operação e, ainda, o conhecimento do

peso aproximado do condutor no vão e das tensões mecânicas da linha ou rede na qual

se trabalha. Cabe ao Centro de Treinamento estabelecer o uso apropriado desses

bastões e estabelecer melhor o serviço para os quais foram especialmente projetados.

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TRABALHO EM EQUIPE 2.3.

Cada vez mais o trabalho em equipe é

valorizado. Porque ativa a criatividade e quase

sempre produz melhores resultados do que o

trabalho individual. Por tudo esses motivos, ficam

aqui dez dicas para trabalhar bem em equipe. E

trabalhar em equipe é uma questão de

sobrevivência do nosso mercado atual. Você poderá

até encontrar empresas em que uma pessoa faz

tudo, mas com certeza esta empresa está fadada,

em caso de crescimento, a falência. E de acordo

com o dicionário, temos:

“Trabalho em equipe ou trabalho de equipe é

quando um grupo ou uma sociedade resolve criar um esforço coletivo para resolver um

problema”.

O trabalho em equipe pode também ser descrito como um conjunto ou grupo de

pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou determinado trabalho.

O trabalho em equipe possibilita a troca de conhecimento e agilidade no

cumprimento de metas e objetivos compartilhados. “Exemplo de uma atuação de um

trabalho em equipe são os esportes em que times ou seleções jogam uns contra os

outros.”

Seja paciente

Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal “cada cabeça uma sentença”.

Por isso é importante que seja paciente. Procure expor os seus pontos de vista com

moderação e procure ouvir o que os outros têm a dizer. Respeite sempre os outros,

mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões.

Aceite as ideias dos outros

Às vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que não temos razão; mas é

importante saber reconhecer que a ideia de um colega pode ser melhor do que a nossa.

Afinal de contas, mais importante do que o nosso orgulho, é o objetivo comum que o

grupo pretende alcançar.

Não critique os colegas

Às vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é muito importante não

deixar que isso interfira no trabalho em equipe. Avalie as ideias do colega,

independentemente daquilo que achar dele. Critique as ideias, nunca a pessoa.

TRABALHO EM EQUIPE

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P á g i n a | 34

Saiba dividir

Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do princípio que é

o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Compartilhar

responsabilidades e informação é fundamental.

Trabalhe

Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações. Dividir tarefas é

uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente.

6. Seja participativo e solidário

Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre que seja

necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido quando necessitar pedir

ajuda.

Dialogue

Ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe tenha sido

atribuída, é importante que explique o problema, para que seja possível alcançar uma

solução de compromisso que agrade a todos.

Planeje

Quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que surja uma tendência

para se dispersarem; o planejamento e a organização são ferramentas importantes para

que o trabalho em equipe seja eficiente e eficaz. É importante fazer o balanço entre as

metas a que o grupo se propôs e o que conseguiu alcançar no tempo previsto.

Evite cair no “pensamento de grupo”

Quando todas as barreiras já foram ultrapassadas, e um grupo é muito coeso e

homogêneo, existe a possibilidade de se tornar resistente a mudanças e a opiniões

discordantes. É importante que o grupo ouça opiniões externas e que aceite a ideia de

que pode errar.

Aproveite o trabalho em equipe

Afinal o trabalho de equipe, acaba por ser uma oportunidade de conviver mais

perto de seus colegas, e também de aprender com eles.

PRONTUÁRIO E CADASTRO DAS INSTALAÇÕES 2.4.

É um documento na forma de um manual que estabelece o sistema de segurança

elétrica da empresa. O PIE sintetiza o conjunto de procedimentos, ações,

documentações e programas que a empresa mantém ou planeja executar para proteger

o trabalhador dos riscos elétricos. Todas as empresas com potência instalada superior a

75 kW devem manter o PIE atualizado.

O Prontuário, segundo a NR10, deverá conter, no mínimo:

10.2.3: As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados

das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de

aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção.

10.2.4:

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P á g i n a | 35

a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de

segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de

controle existentes;

b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra

descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;

c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental

aplicáveis conforme determina esta NR;

d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,

autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;

e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de

proteção individual e coletiva;

f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas;

g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas

de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”.

COMUNICAÇÃO 2.5.

Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles

envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento que permita a

comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com o centro de

operação durante a realização do serviço.

O equipamento que permita a comunicação é aquele que promove a transmissão

de todos os sinais convencionais (fala, códigos, sinais luminosos ou sonoros, por meio

de fios, guias ou radiação). No caso em comento, destina-se ao trânsito de

informações entre equipes de trabalho e ou o centro de operações responsável pelo

controle da instalação elétrica energizada em AT, ou do SEP, objeto do serviço. O

equipamento de comunicação pode ser q u alquer tipo, porém deve permitir a

comunicação permanente entre seus usuários em qualquer local ou distância e ser

utilizado estritamente para os serviços em execução. Devem, também, receber

manutenção rotineira a fim de assegurar-lhe boa qualidade e confiabilidade durante o

uso. O desempenho do equipamento de comunicação está diretamente relacionado

com a segurança, qualidade e rapidez nos serviços, principalmente aqueles

relacionados com a localização e repara de defeitos e atendimentos a consumidores.

Deve ter procedimento de uso e funcionamento, sendo os usuários treinados

quanto aos procedimentos, à legislação e conduta ética operacional no sistema de

comunicação. O registro das comunicações é uma medida recomendável.

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P á g i n a | 36

ASPECTOS COMPORTAMENTAIS 3.

TEORIA DE MASLOW – A HIERARQUIA DAS 3.1.

NECESSIDADES

Maslow cita o comportamento motivacional, que é explicado pelas necessidades

humanas. Entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos que agem com força

sobre os indivíduos, levando-os a ação. Para que haja ação ou reação é preciso que um

estímulo seja implementado, seja decorrente de coisa externa ou proveniente do próprio

organismo. Esta teoria nos dá ideia de um ciclo, o Ciclo Motivacional.

Quando o ciclo motivacional não se realiza, sobrevém a frustração do indivíduo

que poderá assumir várias atitudes:

• Comportamento ilógico ou sem normalidade;

• Agressividade por não poder dar vazão à insatisfação contida;

• Nervosismo, insônia, distúrbios circulatórios e digestivos;

• Falta de interesse pelas tarefas ou objetivos;

• Passividade, moral baixo, má vontade, pessimismo, resistência às modificações,

insegurança, não colaboração, etc.

Quando a necessidade não é satisfeita e não sobrevindo as situações

anteriormente mencionadas, não significa que o indivíduo permanecerá eternamente

frustrado. De alguma maneira a necessidade será transferida ou compensada. Daí

percebe-se que a motivação é um estado cíclico e constante na vida pessoal.

PIRÂMIDE DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES

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P á g i n a | 37

A teoria de Maslow é conhecida como uma das mais importantes teorias de

motivação. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou

seja, uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa que no momento em que

o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as

pessoas busquem meios para satisfazê-la. Por exemplo, poucas pessoas ou nenhuma

pessoa procurará reconhecimento pessoal e status se suas necessidades básicas

estiverem insatisfeitas.

O comportamento humano, neste contexto, foi objeto de análise pelo próprio

Taylor, quando enunciava os princípios da Administração Científica. A diferença entre

Taylor e Maslow é que o primeiro somente enxergou as necessidades básicas como

elemento motivacional, enquanto o segundo percebeu que o indivíduo não sente única e

exclusivamente necessidade financeira.

Maslow apresentou uma teoria da motivação, segundo a qual as necessidades

humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de

influência, numa pirâmide, em cuja base estão as necessidades mais baixas

(necessidades fisiológicas) e no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades

de auto realização).

De acordo com Maslow, as necessidades fisiológicas constituem a sobrevivência do

indivíduo e a preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo, etc. Em um

segundo nível, as necessidades de segurança constituem a busca de proteção contra a

ameaça ou privação e o perigo. Num terceiro nível, as necessidades sociais

incluem a necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos

companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor.

A necessidade de estima envolvem a auto apreciação, a autoconfiança, a

necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração, além

de desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo, independência e

autonomia. A necessidade de auto realização são as mais elevadas, de cada pessoa

realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente.

O FATOR HUMANO NO ACIDENTE 3.2.

A análise de muitos acidentes acaba determinando como causa principal o erro humano.

O operador é considerado um elo fraco na cadeia de prevenção, tese esta reforçada

pelas estatísticas. Ocorre que boa parte dos erros humanos de operações que

deflagraram um evento de acidente são por sua vez causados pelo stress de ter que

tomar decisões sob pressão do tempo ou outras ameaças paralelas. As ameaças que

forçam a tomada de decisões difíceis muitas vezes são causadas por falhas de

equipamentos.

Sendo assim, uma tarefa importantíssima da manutenção, evitando ao máximo a

ocorrência de falhas que poderiam levar os operadores ou líderes a tomar decisões

potencialmente catastróficas.

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UMA ANÁLISE DE RISCO DEFICIENTE OU INCOMPLETA 3.3.

O operador só pode estar seguro de que não está se expondo a uma situação em

que será pressionado pelos eventos se fizer uma boa análise de risco da tarefa a ser

executada. Veja a seguir, como uma análise de risco pode ser deficiente ou incompleta,

expondo o trabalhador.

O principal em um curso de NR é o enfoque na segurança. Algo que não pode

faltar no treinamento de NR é, além da parte técnica, a parte da segurança. E o que o

profissional pode levar de bom de um curso de NR na área da segurança é um bom

treinamento sobre análise de risco.

A primeira coisa importante a se dizer sobre uma análise de riscos de qualquer

tarefa é que ela é mais abrangente do que a tarefa em si, somente. Isto significa que, se

ocorrer um acidente o motivo quase sempre não terá sido algo que ocorreu de maneira

errada na execução do trabalho, mas em tarefas preparatórias ou paralelas.

Por exemplo, ao substituir uma lâmpada, o trabalhador não se acidentará por algo

que faça de errado na troca da lâmpada. Esta tarefa ele faz “de olhos fechados”. Uma

análise de riscos somente da tarefa em si é quase que um exercício de perda de tempo.

Se algo der errado, poderá ter sido originado em alguns dos itens listados a

seguir:

1 - Profissionais, auxiliares e profissionais de apoio quanto à preparação técnica

(qualificação/ capacitação) e preparação física e psicológica (autorização);

2 - Decisão de se fazer a tarefa, quanto à sua real necessidade frente a outras

opções;

3 - Decisão de se fazer a tarefa, quanto à sua aplicabilidade frente a possíveis

outras causas ocultas que estejam gerando o problema;

4 - Decisão de se fazer a tarefa, quanto à sua conveniência frente a impedimentos

ou dificuldades impostas pelo momento escolhido;

5 - Procedimentos, quanto à clareza, detalhamento, atualização, aplicabilidade e

cumprimento;

6 - Ferramentas e equipamentos, quanto à adequação (certificação, calibração);

7 - Peças de reposição e materiais de consumo, quanto à adequação

(especificações);

8 - Acesso ao local de trabalho e transporte de equipamentos e materiais, quanto

à segurança e conhecimento;

9 - Isolações de área e de energias, quanto à possibilidade de execução e correção

na execução; e

10 - A tarefa em si, finalmente, quanto à sua execução.

Como vimos, há pelo menos 10 etapas que podem gerar as condições que iniciam

um acidente, e somente uma delas é a execução da tarefa em si.

Portanto, fazer uma análise de risco de uma tarefa (apenas ela, em si) sem levar

em conta as outras 9 etapas, não acrescenta muito na segurança.

Uma boa maneira de garantir que nenhum destes aspectos seja esquecido antes

de se executarem tarefas (especialmente as que não sejam rotineiras), é ter um check

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P á g i n a | 39

list, ou melhor ainda, ter um documento mais completo que é a Permissão de Trabalho.

A permissão de Trabalho, a conhecida PT, não é uma burocracia com o objetivo de

atrapalhar o trabalho. Ela deve ser vista como aliada, para que não esqueçamos nada

essencial na preparação de uma tarefa.

A segunda coisa importante a se dizer sobre uma análise de riscos de qualquer

tarefa é que, sendo o risco definido como uma quantidade, que é o produto da gravidade

das consequências do acidente e da probabilidade de este acidente ocorrer, deve-se

levar em conta estes dois fatores ao analisar o risco.

ANÁLISE DE RISCO

Mas não é só isto. Seria simples demais. E o pior: uma análise tão superficial não

funcionaria. Do que mais precisamos para quantificar o risco?

Para realmente compreendermos a probabilidade de um acidente ocorrer devemos

saber que ela na verdade é função de três outros parâmetros que precisamos monitorar.

A probabilidade de um acidente ocorrer depende de:

Exposição ao evento – (chamamos a isto de frequência); O quanto o evento ocorre – (chamamos a isto de ocorrência), e O quanto podemos evitar o evento, uma vez que ele tenha sido desencadeado -

(chamamos a isto de possibilidades de evitação).

Vejamos alguns exemplos de frequência, ocorrência e possibilidades de evitação:

A frequência da exposição pode ser, por exemplo:

Alta: 5 pessoas atravessam uma rua movimentada de 2 pistas 4 vezes por dia.

Baixa: 1 pessoa atravessa uma rua movimentada de 1 pista 1 vez por semana.

A ocorrência do perigo pode ser, por exemplo:

Densa: A rua tem tráfego pesado o dia inteiro, com cerca de 20 carros por minuto.

Rarefeita: A rua tem tráfego leve o dia inteiro, com cerca de 1 carro a cada 5

minutos.

As possibilidades evitação podem ser, por exemplo:

Grandes: As pessoas que atravessam a rua são jovens, saudáveis e ágeis.

Pequenas: As pessoas que atravessam a rua são idosas ou têm problemas de

locomoção.

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PROBABILIDADE DA OCORRÊNCIA

Esta análise mais detalhada é indicada pela norma ISO 14.121_ Safety of

Machinery - Risk Assessment (Segurança de Máquinas- Avaliação de Risco).

Resumo da análise de riscos

Resumindo, para que uma análise de riscos mereça este nome, deve-se analisar a

tarefa como um todo desde sua preparação (10 etapas), e não somente a execução da

tarefa em si. Além disso, o risco deve ser quantificado levando-se em conta, para o item

probabilidade, seus 3 fatores, que são a frequência, a ocorrência e as possibilidades.

CONDIÇÕES IMPEDITIVAS PARA SERVIÇOS 4.

PROCEDIMENTOS 4.1.

Muitas tarefas para serem executadas dispõem de procedimentos detalhados

escritos. Quando ouvimos a expressão “procedimentos” logo pensamos nas instruções

passo a passo da tarefa, mas na verdade os procedimentos de uma tarefa são

compostos por pelo menos 4 partes, sendo o item que se refere às instruções passo a

passo, apenas uma das partes dos procedimentos. Estas são as partes em que um

procedimento se divide:

Meios humanos e materiais para a execução da tarefa; Medidas de segurança; Descrição passo a passo da execução, e

Condições impeditivas para a realização da tarefa.

Portanto, as condições impeditivas para a realização de uma tarefa devem constar

nos seus procedimentos, o que não libera o trabalhador de analisar o ambiente e as

condições do momento para aperfeiçoar sua análise de risco.

Além das condições impeditivas listadas no procedimento, também se configuram

como condições impeditivas, quaisquer deficiências em relação à disponibilização dos

outros 3 itens. Portanto, são condições impeditivas também, a falta de meios humanos

ou materiais para a execução da tarefa, a impossibilidade de aplicação de alguma

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medida de segurança ou a impossibilidade de execução de algum dos passos da tarefa

segundo a melhor prática apontada pelo procedimento.

CUIDADOS PRELIMINARES 4.2.

Alguns cuidados devem ser tomados, antes de se iniciar um serviço em redes

aéreas de distribuição, tais como:

Visita ao local: O técnico responsável pela programação dos serviços em linhas

energizada acompanhado ou não pelo Encarregado deve visitar previamente o local de

trabalho para que dificuldades como trânsito, obras civis, estacionamento ou qualquer

outro evento não previsível venham impedir a execução do serviço. Na mesma ocasião

verificam e anotam os números de identificação dos pontos elétricos anteriores e

posteriores ao poste onde será executado o serviço. Nessa identificação pode-se utilizar

número de zonas aéreas, chaves de faca, chaves fusíveis e outras placas de identificação

dos equipamentos instalados no sistema.

Comunicação com o órgão de operação da distribuição: É imprescindível a

existência de rádio transceptor ou qualquer outro meio de comunicação na viatura da

turma, para melhor atender às necessidades de comunicação com o Órgão de Operação

da Distribuição.

CHEGANDO AO LOCAL DE SERVIÇO 4.3.

Chegando ao local de serviço, o Técnico e/ou Encarregado utilizando telefone,

rádio ou outro meio de comunicação disponível entra em contato com o Órgão da

Distribuição e procede da seguinte forma:

Identifica-se, fornecendo nome, tipo de turma e o Setor de Rede correspondente; Informa sua localização (rua, avenida, estrada etc.); Informa a natureza do serviço a ser executado e o método de execução (linha

energizada); Fornece os números de identificação dos equipamentos levantados e anotados na

visita prévia, que caracterizam o ponto (poste) onde executará os serviços e solicita a confirmação do nome da linha e a classe de tensão que está alimentando o local caracterizado;

Confirmada a identificação da linha supridora, solicita-se a retirada de serviço e impedimento do seu relé religador (bloqueio do circuito). Conforme o caso será

solicitado à retirada de serviço do dispositivo de religamento automático do religador na subestação ou no próprio circuito.

RETIRADA DE SERVIÇO RELÉ RELIGADOR (BLOQUEIO DE CIRCUITO)

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Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 42

A retirada de serviço é realizada a mando do Órgão de Operação da Distribuição,

o relé função 79 (relé religador) ou o dispositivo de religamento automático do

religador na subestação ou no próprio circuito, conforme o caso deve ser fixado a

correspondente placa de identificação (Turma de Linha Viva Trabalhando) e ou etiqueta

de segurança no equipamento envolvido.

NOTA: Caso o dispositivo de proteção na subestação e no religador instalado ao longo

da rede não permitir o bloqueio do religamento automático, não deverá ser realizado o

serviço.

A liberação é realizada pelo Órgão de Operação da Distribuição, do trecho a ser

trabalhado para o Órgão Executante, após a confirmação da identificação do nome da

linha e do referido impedimento do dispositivo de religamento automático, antes do início

do serviço.

Recomenda-se que as turmas não trabalhem durante a noite, e durante o dia os

serviços somente deverão ser realizados sob condições meteorológicas favoráveis, sem

os quais os serviços de conservação e manutenção não podem ser iniciados. Quando

iniciados devem ser interrompidos ou reprogramados nos casos de chuva, tempestade,

neblina ou vento forte; todos impeditivos de realizar serviços em redes aéreas de

distribuição energizadas.

LIBERAÇÃO DO CIRCUITO PARA TURMA DE LINHA VIVA

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

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P á g i n a | 43

Além do exame médico periódico de rotina, os empregados que atuam diretamente

nas atividades de linha energizadas deverão semestralmente ser encaminhados ao posto

médico para reavaliação das suas aptidões específicas, requisitos físicos, sensoriais e de

personalidade prescritos pelos Órgãos de Segurança e Medicina do Trabalho.

Seguir rigorosamente a sequência de operação e métodos para cada tipo de

serviço, de acordo com instruções recebidas no Centro de Treinamento para os riscos e

os controles de risco existentes na execução passo a passo da tarefa propriamente dita.

EXAME MÉDICO E AVALIAÇÃO DOS REQUISITOS FÍSICOS

SEQUÊNCIA DE OPERAÇÃO, APLICAÇÃO DOS MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

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P á g i n a | 44

RISCOS TÍPICOS NO SEP E SUA PREVENÇÃO 5.

PROXIMIDADE E CONTATOS COM PARTES ENERGIZADAS 5.1.

O modo como os trabalhos devem ser realizados na área definida pelo SEP, não o

modo técnico e sim o procedimento administrativo dessa técnica visando a segurança.

Para acerto de conceitos deve ser esclarecida a zona de ação: o conceito de Zona de

Risco e de Zona Controlada. A NR10 define como zona de risco (ZR) a região em torno de

parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive involuntariamente, cuja

aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e

instrumentos apropriados de trabalho. Nessa zona, sem os devidos cuidados

mencionados é possível o aparecimento de um campo elétrico, que propicia a descarga

de um arco elétrico danoso.

A NR10 define como zona controlada (ZC), a distância que começa na iminência

da zona de risco cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e que não

propicia o aparecimento de um arco elétrico danoso.

Tomando-se então os exemplos acima, apenas profissionais que fazem uso do EPI especifico

para o trabalho com linhas energizadas podem estar trabalhando nessa região (ZR) e os

trabalhadores que estão devidamente informados e capacitados podem estar

trabalhando nas proximidades das instalações energizadas (ZC) respeitando as

distâncias de segurança.

Exemplo 1:

Utilizando a manta (cor alaranjada) de isolamento sobre o condutor. Nesse caso a

manta estando sobre a parte energizada, atuaria como uma barreira isolante permitindo

que a região controlada (ZC) e a zona de Risco (ZR) se estendessem até a superfície

interna da capa isolante.

Exemplo 2:

Realizando um trabalho em uma linha de energia ao lado de uma linha energizada.

Uma vez que as linhas estão separadas por uma grade (cor alaranjada) de separação

física entre eles, a região de trabalho estaria dentro da zona controlada. Se a grade

estiver então aterrada garantindo a equipontecialidade, então ela também estará

classificada como Zona Livre (ZL).

É importante notar a palavra ‘involuntária’ na definição de Zona de Risco dada

pela NR10. Isso significa que o fato de ser delimitada uma área em torno da parte

energizada, é relevante durante a análise de risco verificar a área realmente necessária

para a instalação de materiais e equipamentos de porte e de alta condução elétrica

como vergalhões e varas de acesso. Isso requer que nesse caso, a área de risco seja

acrescida do comprimento conhecido possível e passível de classificação como

involuntário.

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P á g i n a | 45

O arco elétrico em 4 passos

1 - A proximidade entre os polos permite que uma centelha líder salte no ar, que

tem alta resistência ôhmica.

2 - A centelha aquece o ar por onde passa (efeito Joule).

3 - O ar aquecido se ioniza, tornando-se condutor.

4 - A corrente aumenta devido à redução da resistência do ar: ARCO!

Rigidez dielétrica

A rigidez dielétrica de um certo material é um valor limite de campo elétrico aplicado

sobre a espessura do material (kV/mm), sendo que, a partir deste valor, os átomos que

compõem o material se ionizam e o material dielétrico deixa de funcionar como

um isolante.

O valor da rigidez dielétrica depende de diversos fatores como:

Temperatura; Tempo de aplicação da diferença de potencial; Taxa de crescimento da tensão;

Para um gás, a pressão é fator importante.

Rigidez dielétrica

(exemplos)

A rigidez dielétrica do ar é de 30 kV/ cm. A rigidez dielétrica dos vidros é de 75 a 300 kV/ cm. A rigidez dielétrica da mica é de 600 kV/ cm.

O efeito Corona em 4 passos

1 - A alta voltagem acelera elétrons livres no ar (N2, O2, CO2, etc) à sua volta.

2 - Os elétrons acelerados colidem com elétrons das últimas camadas dos átomos

do ar (N2, O2, CO2, etc).

3 - Os elétrons das últimas camadas dos átomos atingidos passam a orbitar em

níveis mais elevados.

4 - Estes elétrons tendem a voltar ao seu nível original, para o que liberam a

energia armazenada pela colisão, sob a forma de luz, som, etc.

INDUÇÃO 5.2.

O processo de indução eletrostática ocorre quando um corpo eletrizado redistribui

cargas de um condutor neutro. O corpo eletrizado, o indutor, é colocado próximo ao

corpo neutro, o induzido e isso permite que as cargas do indutor atraiam ou repilam as

cargas negativas do corpo neutro, devido a Lei de Atração e Repulsão entre as cargas

elétricas. A distribuição de cargas no corpo induzido mantém-se apenas na presença do

corpo indutor. Para eletrizar o induzido deve-se colocá-lo em contato com outro corpo

neutro e de dimensões maiores, antes de afastá-lo do indutor.

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P á g i n a | 46

DESCARGAS ATMOFÉRICAS 5.3.

No passado, o homem pensava que os raios e trovões eram os avisos dos Deuses

enfurecidos. Muitas crenças relacionavam estes fenômenos meteorológicos. Benjamim

Franklin em 1752 fez os primeiros experimentos sobre as descargas atmosféricas,

utilizando uma pipa com um fio metálico para comprovar que as nuvens podiam conter

cargas elétricas. Desde aquela época os fenômenos dos raios, ou descargas

atmosféricas, vêm sendo estudados. Hoje essas descargas são analisadas como os

fenômenos elétricos entre nuvens e a terra.

Ainda há quem diga que

um raio não cai no mesmo

lugar duas vezes. Este

conceito é errado e para se ter

uma ideia há registros de que

a Torre Eiffel (Paris) e o

edifício Empire State (Nova

York), são alvos de dezenas de

descargas atmosféricas todo o

ano.

A probabilidade de um raio cair

em pontos mais altos é maior

do que nos locais mais baixos.

Uma vez que o objetivo da

descarga é atingir a superfície da terra, os locais altos estão a menor distância entre a

nuvem e a terra. Entretanto isto não é uma regra geral. Há frequentemente registros de

incidências em regiões baixas, mesmo entre colinas, e isto vai depender de uma série de

fatores, como ventos, dimensões da nuvem, características do ar no local, maior

ionização, etc...

A descarga elétrica (raio) ao se deslocar em direção à terra, produz um efeito

luminoso que às vezes chega a ser assustador. Esta descarga produz um efeito térmico

no canal da descida produzindo um som que nós denominamos de trovão. O trovão,

portanto não é o fator perigoso, pois se trata da expansão do ar na descida da descarga,

consequência da energia térmica dissipada.

a) Ação direta de um raio:

São os danos decorrentes da descarga diretamente na estrutura que ela destrói.

Por exemplo: quando uma árvore é destruída por um raio, isto acontece porque a

descarga ocorre da nuvem para terra, ou da terra para a nuvem, passando pela estrutura

da árvore. A brusca elevação de temperatura pela ação da elevadíssima corrente elétrica

provoca uma explosão pela evaporação ultrarrápida da água contida no tronco, o que é

comparável à ação de uma bomba colocada no interior do tronco. Outro exemplo é de

uma descarga sobre uma edificação, como uma casa, por exemplo, que provoca a

destruição total ou parcial da mesma.

Quando uma descarga ocorre numa rede de uma concessionária de energia

elétrica, essa ação direta é absorvida pelos para-raios de rede e desviada para terra sem

DESCARGA ELÉTRICA

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P á g i n a | 47

causar grandes danos. Se não existissem os para-raios de rede, a ação do raio seria

devastadora para os transformadores, para a fiação e para os consumidores e seus

aparelhos (computadores, TVs, etc.).

Para proteger uma edificação usamos o para-raios do tipo Franklin que desvia a

descarga da estrutura para a terra evitando os danos de uma ação direta. Um para-raios

só será eficiente se seu aterramento for muito bem feito e revisado pelo menos uma vez

ao ano por profissionais especializados.

b) Ação indireta de um raio:

Uma descarga elétrica costuma provocar danos num raio de até 1000 m do ponto

de impacto, é a chamada ação indireta ou secundária, que ocorre por indução

eletromagnética ou em decorrência de resíduo da ação dos para-raios de rede. Surto é

toda perturbação elétrica que pode se propagar pela rede elétrica, linha telefônica ou

outras fiações.

Por exemplo, se um raio é absorvido pelo para-raios (bem instalado) de um

edifício, a ação direta do mesmo é evitada, porém, vários aparelhos eletrônicos do

prédio em questão poderão ser danificados pelos surtos induzidos em toda fiação

elétrica, telefônica, antena coletiva, e outros.

CABOS PARA-RAIOS

PARA-RAIOS ISOLADOR

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P á g i n a | 48

Cerca de 70% dos defeitos no hardware dos computadores de outros EES’s são

provocados pela ação indireta das descargas atmosféricas e outros surtos.

c) Como proteger o hardware e a vida do usuário?

A maioria dos usuários de computador acredita que se sua máquina estiver

aterrada e ligada a um estabilizador, ele pode dormir tranquilo que seu computador não

será atingido por problemas oriundos da rede elétrica. Ledo engano. O aterramento

sozinho protege a vida do usuário contra elevações da voltagem na carcaça do

computador, porém não impede que os surtos atinjam os chips e outros componentes da

máquina. Para que o aterramento proteja também os equipamentos, é necessária a

utilização de filtros de linha que desviem para a terra os surtos que chegam pela rede

elétrica ou pela linha telefônica (conectada à placa fax/modem). Quanto ao estabilizador,

a função do mesmo é manter a voltagem de alimentação constante apesar de variação

da voltagem da rede (que no caso de Goiás e DF é de 220 Volts), a maioria dos

oferecidos no comércio não serve para nada, pois a correção que os mesmos

proporcionam está abaixo de + ou – 10% e dentro desta faixa a própria fonte do

computador ou dos outros aparelhos pode compensar as variações. Outros usuários

tomam todas as precauções quanto à rede elétrica, colocando estabilizador e filtro de

linha, mas se esquecem da linha telefônica à qual está ligado o modem.

Resumindo, um aterramento deve estar associado a um filtro de linha para a rede

elétrica e outro para a linha telefônica no caso do computador estar conectado à Internet.

O SPDA (Sistema de proteção contra Descargas Atmosféricas) se divide em 3

partes: o captor, os cabos de descida e o aterramento. Cada uma das 3 partes é

essencial para o bom funcionamento do sistema.

A NBR5410 trata de para-raios no seu capítulo 6.4- Aterramento e

equipotencialização.

A NBR14039 trata de para-raios no seu capítulo 6.4- Aterramento e condutores de

proteção.

ESTÁTICA 5.4.

Com o advento e subsequente miniaturização de

componentes semicondutores, a eletricidade

estática passou a ser identificada como um novo

perigo que ameaça diretamente a produtividade e

a confiabilidade dos produtos eletrônicos. Tornou-

se fundamental então criar programas para evitar

os riscos da ESD - Electrostatic Discharge. Para

tanto, é necessário compreender alguns conceitos

eletrostáticos e as leis que os governam. A geração

de cargas estáticas pode ocorrer de muitas

maneiras. Entre elas podemos citar eletrização por

contato, eletrização triboelétrica, eletrização por

indução, etc. Compreendendo os mecanismos da

eletrização estática, é mais fácil evitar o aparecimento das cargas estáticas, ou então

reduzi-las a níveis seguros. Atualmente, com a larga utilização de materiais sintéticos

ESTÁTICA

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P á g i n a | 49

altamente isolantes, tanto na cobertura de pisos, mesas, cadeiras, roupas, sapatos e em

quase todos os objetos de utilização diária, o aparecimento da eletricidade estática tem

sido muito frequente, pois nestas situações as cargas elétricas não podem ser escoadas.

Dentre todos os processos de geração de carga estática, o mais comum é o

carregamento triboelétrico, o qual é causado pelo atrito entre duas superfícies. A

eletrização triboelétrica se refere à transferência de cargas devido a contato e separação

de materiais. A quantidade de carga gerada por esse processo depende de muitos

fatores, como a área de contato, pressão de contato, umidade relativa, velocidade com

que uma superfície é atritada sobre a outra.

Os materiais sensíveis à descarga eletrostática são identificados pelo símbolo

oficial reproduzido na figura abaixo:

EQUIPAMENTO SENSÍVEL À DESCARGA ELETROSTÁTICA (ESD)

Os prejuízos causados pela ESD A eletricidade estática, que para nós é

imperceptível, pode danificar um componente semicondutor quando a descarga atinge

um ou mais terminais desse componente. Algumas vezes o dano ocasionado por ESD não

será imediatamente perceptível, e a falha será latente. O componente que foi atingido

sofrerá degradação de desempenho ou redução de expectativa de vida. Outras vezes o

componente se danifica imediatamente, e a falha é denominada catastrófica.

Os danos por ESD em componentes semicondutores de um produto eletrônico

podem ocorrer desde a etapa de sua fabricação até sua instalação no usuário final.

Normalmente resultam do manuseio inadequado em áreas com pouco ou nenhum

controle contra ESD.

Um defeito por ESD é um sério inconveniente quando só é observado depois de o

produto chegar ao cliente, porque sua qualidade ficou comprometida por uma falha

latente. Na atual concorrência de mercado, significa ameaça a muitos empregos. Na

tabela abaixo, podemos ver como alguns componentes são classificados por sua

sensibilidade a ESD.

a) Como evitar o risco:

Todas as medidas de proteção dos dispositivos eletrônicos contra eletricidade

estática podem ser resumidas no seguinte conselho: evite descarregamento

eletrostático sobre componentes sensíveis. A proteção de componentes e placas

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P á g i n a | 50

eletrônicas contra ESD deve considerar uma combinação de métodos de prevenção de

geração de cargas com mecanismos de remoção das cargas existentes. Considerem-se

as seguintes áreas para um programa de controle ESD: ambiente, prevenção pessoal e

bancada de trabalho.

Deve-se ter o cuidado de evitar o surgimento de cargas eletrostáticas adotando

medidas preventivas, como o estabelecimento no ambiente de trabalho de áreas

protegidas contra a ESD, que devem ser adequadamente identificadas, possuir piso

dissipativo e controle de umidade.

O uso de guarda-pó apropriado em conjunto com um meio de descarregamento

das pessoas (pulseira de aterramento ou calçado ESD) que trabalham em contato direto

com componentes sensíveis a ESD é o requisito mínimo de prevenção pessoal.

Ainda no campo da prevenção pessoal, as pulseiras de aterramento devem ser

ajustadas ao pulso com a parte metálica em contato direto e conectadas com algum

ponto de terra por seu cabo. A função da pulseira é propiciar o aterramento pessoal, isto

é, dissipar toda a energia estática presente no corpo para a terra. Internamente, a

pulseira possui uma resistência para limitar a corrente elétrica de descarga, protegendo

e evitando também o choque elétrico do usuário.

Devido ao constante manuseio da pulseira, é muito comum ocorrer um rompimento

de sua continuidade. Por esta razão, o valor da resistência da pulseira terá de ser

monitorado frequentemente.

O teste para verificar se a pulseira está em perfeito estado de funcionamento é

bastante simples. Com um multímetro digital, seleciona-se a função ohmímetro e depois

conecta-se uma das pontas de prova ao lado metalizado da pulseira e a outra ponta ao

cabo de aterramento. O valor da resistência a ser medido é 1 MW.

Outras formas de aterramento pessoal são os calçados ou calcanheiras ESD, de

solado especial com uma determinada condutividade elétrica. Lembrando, porém, que

todas as vezes que as calcanheiras estiverem sendo usadas, a tira condutiva deve ser

colocada dentro do sapato, sob o pé. Tanto o calçado como a calcanheira só são

aplicáveis em áreas com piso dissipativo.

Uma das formas mais importantes para o controle de ESD é a utilização de

bancadas aterradas e com superfície dissipativa. A bancada deve ter um ponto de

aterramento para a conexão de pulseiras.

b) Como proteger materiais sensíveis: Todos os dispositivos sensíveis à descarga

eletrostática devem ser embalados e transportados com materiais especialmente

desenvolvidos para proteger os componentes.

O transporte será feito somente dentro de embalagens especiais - caixas

condutivas e sacos metalizados fechados.

Os sacos metalizados são sempre identificados pelo símbolo ESD. Exercem a

função de dissipar as descargas promovidas por contato ou aproximação e também

oferecem blindagem dos componentes quando expostos a um campo elétrico.

Os sacos metalizados devem estar sempre intactos, isto é, sem nenhum furo ou

rasgo. Caso contrário, a proteção contra ESD não existirá e a embalagem perderá sua

função principal.

Algumas caixas possuem um revestimento com material condutor, que oferece

proteção contra ESD ao material embalado, de forma similar ao saco metalizado. As

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P á g i n a | 51

caixas de módulos também são identificadas com o símbolo ESD.

A abertura destas embalagens também exige cuidados. Fitas adesivas, etiquetas

e lacres nunca devem ser retirados bruscamente. O ato de puxar uma fita adesiva gera

altas cargas estáticas. As fitas devem ser sempre cortadas com uma lâmina ou tesoura.

As embalagens e materiais que não possuem identificação ESD devem ser

colocados afastados dos ESDS.

As placas de circuito impresso devem ser manuseadas sempre pelas bordas. Os

módulos, sempre pelo painel frontal. Evitar ao máximo o contato com os componentes da

placa, trilhas e pontos de conexão.

CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS 5.5.

Campos elétricos e magnéticos estão presentes em nosso dia-a-dia, sendo

encontrados tanto no ambiente como fenômenos naturais quanto na rotina doméstica ou

profissional vinculados a aparelhos elétricos e eletrônicos.

Linhas de transmissão em operação também geram campos elétricos e magnéticos

em torno dos cabos energizados. O efeito biológico desses campos tem sido bastante

estudado nos últimos 20 anos, não tendo sido, até o momento, comprovada relação de

causa-efeito entre tais campos e riscos à saúde em seres humanos.

Todavia, como precaução, as entidades de pesquisa e normalização dedicadas a

esses estudos recomendam limites máximos de exposição, abaixo dos quais os valores

de campo são considerados seguros.

Campo magnético

É o campo produzido por um

íman ou por cargas eléctricas em

movimento. O campo magnético de

materiais ferromagnéticos é causado pelo

spin de partículas subatómicas.

Empregos do eletromagnetismo

As bobinas estão por trás do funcionamento da maioria dos motores, gerando

energia em larga escala, pois tal é formada por espiras que são percorridas por

corrente elétrica e formam pólos magnéticos, tal sistema é usado também nas

usinas hidrelétricas.

NBR 5410_ Anexo E (informativo)

Categorias de suportabilidade a impulsos (categorias de sobretensão ou,

ainda, níveis de proteção contra surtos).

CAMPO MAGNÉTICO

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P á g i n a | 52

E.1 Introdução

Há uma tabela, cuja origem é a IEC 60664-1, que especifica valores que, por

constituírem uma referência comum, podem ser identificados segundo três ângulos.

O primeiro é aquele formalmente adotado na tabela: os valores referem-se à

tensão suportável de impulso (valor mínimo) que um material de instalação ou

equipamento de utilização deve apresentar, denotando, em outras palavras, a

categoria de suportabilidade a impulsos desse produto.

O segundo ângulo antecede conceitualmente o primeiro: os valores referem-se

às categorias de sobretensão, isto é, a níveis de sobre tensão transitória que podem

ser esperados em uma instalação elétrica de edificação, alimentada por uma rede

externa, numa situação estatisticamente arbitrada. E isso em diferentes pontos ao

longo de sua extensão. Daí por que esse ângulo antecede o primeiro: como se trata de

uma sobretensão previsível, os componentes da instalação deveriam então poder

suportá-la.

O terceiro ângulo fecha o círculo: os valores da tabela traduzem,

individualmente, o nível de proteção que um dispositivo contra surtos (DPS) deve

minimamente atender para que essa proteção seja compatível com a suportabilidade

do(s) equipamento(s) protegido(s). Isto é, a tensão residual que o DPS deixa passar,

devidamente instalado, deve ser igual ou menor que a suportabilidade do(s)

equipamento(s) protegido(s).

E.2 As categorias

As quatro categorias indicadas na tabela (I, II, III e IV) representam

suportabilidades crescentes nessa ordem. Os produtos com suportabilidade a impulsos

categoria II são produtos destinados a serem conectados à instalação elétrica fixa da

edificação. São, essencialmente, equipamentos de utilização como aparelhos

eletrodomésticos, aparelhos eletro profissionais, ferramentas portáteis e cargas

análogas.

Os produtos com suportabilidade a impulsos categoria I também são destinados

a serem conectados a uma instalação fixa de edificação, mas providos de alguma

proteção específica, que se assume externa ao equipamento — e situada, portanto,

em algum ponto da instalação fixa ou entre a instalação fixa e o produto, limitando as

sobretensões transitórias a um nível especificado.

Os produtos com suportabilidade a impulsos categoria III são componentes da

instalação fixa propriamente dita e outros produtos dos quais se exige um maior nível

de confiabilidade. Aqui podem ser citados, como exemplo, quadros de distribuição,

disjuntores, linhas elétricas (o que inclui condutores, barramentos, caixas de

derivação, interruptores e tomadas de corrente) e outros elementos da instalação fixa,

bem como produtos de uso industrial e equipamentos, como motores elétricos, que

estejam unidos à instalação fixa através de uma conexão permanente.

Por fim, os produtos com suportabilidade categoria IV são aqueles utilizados na

entrada da instalação ou próximo da entrada, a montante do quadro de distribuição

principal. Exemplos: medidores de energia, dispositivos gerais de seccionamento e

proteção e outros itens usados tipicamente na interface da instalação elétrica com a

rede pública de distribuição.

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Tensão

nominal

Aplicação do produto

Entrada da

instalação

Circuitos de

distribuição

e terminais

Equipamentos

de utilização

Especialmente

protegidos

Categoria do produto

IV III II I

Tensão de impulso suportável em kV

120/ 208

127/ 220 4 2.5 1,5 0,8

220/ 380

230/ 400

277/ 480

6 4 2,5 1,5

400/ 690 8 6 4 2,5

FAIXAS DE TENSÃO

SEÇÕES DE FIOS

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P á g i n a | 54

DISRUPÇÃO 5.6.

Disrupção é rompimento. Em eletricidade, se um dielétrico isola duas cargas, dois

potenciais e em dado momento a voltagem entre os dois polos do dielétrico supera sua

rigidez dielétrica, ele sofrerá uma descarga que o atravessa e o destrói.

Uma disrupção em dielétrico sólido é chamada de perfuração. Em dielétrico líquido

ou gasoso é chamada de centelha.

Diz-se que o dielétrico sofreu uma disrupção. A disrupção causa perfuração do

dielétrico. Pode acontecer que antes de ocorrer a perfuração, ocorra uma descarga pela

superfície do componente a uma tensão menor do que a tensão máxima que o material

suporta, e esta descarga superficial, também chamada de flash-over depende das

condições de umidade e limpeza bem como da geometria da superfície do componente.

Quando um dielétrico está sendo polarizado é “atravessado” por uma corrente de

polarização como a dos capacitores. Esta corrente tem uma curta duração, cessando

quando a polarização está completa. Ao mesmo tempo há uma corrente que realmente

continuamente atravessa o dielétrico, e esta corrente é muito pequena em condições

normais, sendo chamada de corrente transversal.

FUSÍVEIS E DISJUNTORES 5.7.

Fusíveis e disjuntores têm funções similares nos circuitos. De uma maneira

genérica pode-se dizer que os fusíveis por não terem partes móveis sujeitas a desgaste

ou danos são mais robustos do que disjuntores, podendo suportar correntes de disrupção

mais elevadas.

Eles são calculados para a instalação levando-se em conta não somente a carga a

jusante, mas também o valor da corrente de curto-circuito presumida para a instalação.

Esta corrente depende da resistência interna do gerador e deve ser informada ao

projetista da instalação pelo fornecedor de energia.

COORDENAÇÃO DE PROTEÇÃO

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Elétrico de Potência (SEP)

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CURVAS DE RESPOSTA DE FUSÍVEIS E DE DISJUNTORES

TRANSFORMADORES

TESTE

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 56

COMUNICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO 5.8.

Da NR-10, temos: “10.10.1 Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser

adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação,

obedecendo ao disposto na NR-26 - Sinalização de Segurança, de forma a atender,

dentre outras, as situações a seguir:

a) identificação de circuitos elétricos;

b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;

c) restrições e impedimentos de acesso;

d) delimitações de áreas;

e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de

movimentação de cargas;

f) sinalização de impedimento de energização; e

g) identificação de equipamento ou circuito impedido. “A norma exige a adoção de

sinalização adequada de segurança nos serviços e nas instalações elétricas. Foi ética ao

remeter a responsabilidade de especificação quanto aos detalhamentos de sinalização à

NR-26, que trata especificamente de sinalização de segurança”.

A sinalização é uma medida complementar de controle de riscos. E sendo

complementar, ela necessita da adoção de outras medidas de prevenção para ser eficaz

(barreiras, invólucros, obstáculos, etc.), contudo se constitui em um item de segurança

simples e simples e eficiente para a prevenção de riscos de origem elétrica em geral.

TESTE DE ISOLAMENTO

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 57

Essa medida de proteção promove a identificação a orientação e advertência nos

ambientes de trabalho. Deve ser adotada a partir da fase de projeto de instalações

elétricas e constarem no memorial descritivo.

Há situações, no entanto, em a sonorização é um meio eficiente para a promoção

de alertas, como por exemplo, utilizar um alarme sonoro que se antecipa à energização

de equipamento.

Comumente é utilizado o sistema de sinalização visual, dotado de símbolos,

ícones, caracteres, letreiros e cores de padronização internacional e nacional, aplicados

em etiquetas, cartões, placas, avisos, cartazes, fitas de comunicação, faixas, cavaletes,

cones, etc. destinados a promover informação, instrução, avisos, alertas ou

advertências de pessoas sobre os riscos ou condições de perigo existentes no ambiente,

equipamento, dispositivo, proibições de ingresso ou acesso, impedimentos diversos,

direções e cuidados ou ainda aplicados para a identificação de circuitos ou partes. É

importante ressaltar que, apesar de não estar explícito na NORMA, os dizeres utilizados

na sinalização são obrigatórios em língua portuguesa, salvo em condições nas quais, sob

justificativa, seja necessário o uso de outro idioma.

TRABALHOS EM ALTURA 5.9.

Considerando que trabalho em altura é qualquer atividade que o trabalhador atue

acima do nível do solo.

Para trabalhos em altura acima de 2 metros é obrigatório, além dos EPIs básicos a

utilização do cinturão de segurança tipo paraquedista.

Para a realização de atividades em altura os trabalhadores devem:

• Possuir os exames específicos da função comprovados no ASO – Atestado de

Saúde Ocupacional (o ASO deve indicar explicitamente que a pessoa está apta a

executar trabalho em local elevado);

• Estar em perfeitas condições físicas e psicológicas, paralisando a atividade caso

sinta qualquer alteração em suas condições;

• Estar treinado e orientado sobre todos os riscos envolvidos.

Durante vários anos os serviços executados em estruturas elevadas eram

realizados com o cinturão de segurança abdominal e toda a movimentação era feita sem

um ponto de conexão, isto é, o trabalhador só teria segurança quando estivesse

amarrado à estrutura, estando susceptível a quedas.

Este tipo de equipamento, devido a sua constituição não permitia que fossem

adotados novos procedimentos quanto à escalada, movimentação e resgate dos

trabalhadores.

Com a preocupação constante em relação à segurança dos trabalhadores, a

legislação atual exigiu a aplicação de um novo sistema de segurança para trabalhos em

estruturas elevadas que possibilitam outros métodos de escalada, movimentação e

resgate.

A filosofia de trabalho adotada é de que em nenhum momento, nas

movimentações durante a execução das tarefas, o trabalhador poderá ficar desamarrado

da estrutura.

Considerando que este processo é altamente dinâmico, a busca de novas soluções

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 58

e tecnologia deve ser uma constante meta para que a técnica e os procedimentos

adotados não fiquem ultrapassados.

1. Cadeiras suspensas,

2. Guincho para pessoas,

3. Trava-quedas móveis,

4. Trava-quedas com cabos retráteis,

5. Linha da vida fixa e móvel,

6. Cinturões e acessórios de ancoragem,

7. Trabalhos em área de cargas,

8. Trabalhos em espaços confinados,

9. Trabalhos em estruturas em construção,

10. Trabalhos em fachadas,

11. Trabalhos em telhados,

12. Cabos de aço e cordas de segurança,

13. Absorvedor de energia,

14. Inspeção do sistema de proteção contra quedas.

Conceitos de segurança e legislação

a) Havendo risco de queda em trabalhos a mais de 2 m (dois metros) de altura do

piso deve ser utilizado cinturão paraquedista (NR 18.23.3), com ligação,

obrigatoriamente, pelas costas ou peito;

b) As argolas ou alças na linha da cintura do cinturão paraquedista devem ter

seu uso restrito para posicionamento de trabalho e limitação de distância (NBR11.

370);

c) As argolas ou alças dos ombros devem ser usadas para movimentação de

emergência (resgate) com o suporte de ombros. Para movimentação constante, deve-

se usar um trava-queda ligado, obrigatoriamente, às argolas ou alças do peito ou das

costas (NBR 11.370);

d) Havendo risco de queda na movimentação vertical ou horizontal deve ser usado

trava-queda (NR 6 – Anexo I);

e) Em andaimes deve ser usado cinturão paraquedista com trava-queda ligado em

cabo independente (NR 18.23.3.1);

f) As cadeiras suspensas e seus guinchos de movimentação vertical devem

possuir duas travas de segurança (NR18.15.51);

g) São proibidas as improvisações de cadeira suspensa e seus guinchos

(NR18.15.54). A cadeira suspensa deve ser fabricada obedecendo às especificações da

NBR 14.751;

h) Os pontos de ancoragem para trava-quedas, cadeiras suspensas e guinchos

devem ter resistência de, no mínimo, 1.500 kg (NBR 14.626 / 627 / 628 / 751);

i) A realização de trabalho em espaço confinado deve ser precedida de inspeção

prévia e elaboração de Ordem de Serviço com os procedimentos a serem adotados (NR

18.20);

j) A realização de trabalho em telhados e coberturas deve ser precedida de

inspeção prévia e elaboração de Ordem de Serviço com os procedimentos a serem

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 59

adotados (NR 18.18);

k) Só deve ser usado trava-queda com cinturão e extensor especificado no CA (NR

6.6.1c).

l) Em cadeira suspensa deve ser usado cinturão paraquedista com trava-queda

ligado em cabo independente (NR18.15.52) pelas costas ou peito.

A NR12_ Máquinas e Equipamentos tem em seu anexo XII_ EQUIPAMENTOS DE

GUINDAR PARA ELEVAÇÃO DE PESSOAS E REALIZAÇÃO DE TRABALHO EM ALTURA

várias determinações sobre cestas aéreas e outros equipamentos similares.

CESTA AÉREA: Equipamento veicular destinado à elevação de pessoas para execução de

trabalho em altura, dotado de braço móvel, articulado, telescópico ou misto, com

caçamba ou plataforma, com ou sem isolamento elétrico, podendo, desde que projetado

para este fim, também elevar material por meio de guincho e de lança complementar

(JIB), respeitadas as especificações do fabricante.

CESTO ACOPLADO: Caçamba ou plataforma acoplada a um guindaste veicular para

elevação de pessoas e execução de trabalho em altura, com ou sem isolamento elétrico,

podendo também elevar material de apoio indispensável para realização do serviço.

CESTO SUSPENSO: Conjunto formado pelo sistema de suspensão e a Caçamba ou

plataforma suspensa por equipamento de guindar que atenda aos requisitos de

segurança deste anexo, para utilização em trabalhos em altura.

Esclarecendo: a diferença entre cesta aérea e cesta acoplada é que a cesta aérea já foi

construída com a finalidade de guindar pessoas, enquanto que a cesta acoplada é uma

adaptação oferecida com um guindaste veicular originalmente projetado para elevar

cargas. Veja o texto abaixo, retirado de:

http://cranebrasil.com.br/newsite/index.php/adendo-a-norma-nr12-regulamenta-

trabalho-com-cestos-aereos/.

Diante da variedade de guindastes e guindautos

disponíveis no mercado, em termos de marcas, modelos e

capacidades, tornou-se uma prática comum a oferta de

cestos acoplados como opcional. Com isso, a empresa

otimiza seus recursos, empregando o mesmo equipamento

para elevação de cargas e pessoas. “Como eles não foram

projetados para esta finalidade, ou seja, o içamento de

profissionais nos trabalhos em grandes alturas, o Anexo

XII estabelece 36 requisitos para essa adaptação”.

Novidades na norma

Na prática, são os mesmos itens exigidos para operação

com cestas aéreas, como a existência de sistema de

nivelamento ativo e automático da caçamba, que evita

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 60

oscilações laterais acima de 5º durante as movimentações

da lança. Além disso, o comando da operação deve estar

sempre com o profissional instalado na caçamba e o

sistema precisa dispor de uma válvula seletora, que

permita habilitar o controle para a parte superior (no

cesto) ou inferior (em terra), sempre desabilitando o

outro.

Em relação aos cestos suspensos, que são caçambas ou

plataformas sustentadas por guindastes através de cabos,

o Anexo XII da NR-12 restringe essa prática apenas a

situações especiais, em que seja inviável a utilização de

cestas aéreas, cestos acoplados ou plataformas aéreas de

trabalho. “Mesmo assim, para obter a permissão para esse

tipo de trabalho, a empresa deve anexar à ART (anotação

de responsabilidade técnica) um laudo técnico que

justifique essa inviabilidade”, completa o especialista.

Nos trabalhos em redes com tensão acima de 1.000 V – ou

próximos delas – o isolamento do cesto deve atender às

exigências da NBR-16092. Se a caçamba for acoplada a

guindaste, a última lança do equipamento também deverá

dispor de isolamento. “Outro ponto importante na norma é

que agora os equipamentos devem ser submetidos a

ensaios regularmente, que podem ser diários, mensais, a

cada 12 meses ou 48 meses”.

CESTO ACOPLADO CESTO SUSPENSO

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

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TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO NO SEP 6.

RISCOS 6.1.

Os riscos à segurança e saúde dos trabalhadores no setor de energia elétrica são,

via de regra, elevados, podendo levar a lesões de grande gravidade e são específicos a

cada tipo de atividade. Contudo, o maior risco à segurança e saúde dos trabalhadores é o

de origem elétrica.

A eletricidade constitui-se um agente de alto potencial de risco ao homem. Mesmo

em baixas tensões ela representa perigo à integridade física e saúde do trabalhador.

Sua ação mais nociva é a ocorrência do choque elétrico com consequências diretas

e indiretas (quedas, batidas, queimaduras indiretas e outras). Também apresenta risco

devido à possibilidade de ocorrências de curtos-circuitos ou mau funcionamento do

sistema elétrico originando grandes incêndios e explosões.

É importante lembrar que o fato da linha estar seccionada não elimina o risco

elétrico, tampouco se pode prescindir das medidas de controle coletivas e individuais

necessárias, já que a energização acidental pode ocorrer devido a erros de manobra,

contato acidental com outros circuitos energizados, tensões induzidas por linhas

adjacentes ou que cruzam a rede, descargas atmosféricas mesmo que distantes dos

locais de trabalho, fontes de alimentação de terceiros.

Riscos de origem elétrica

• Choque elétrico;

• Campo elétrico;

• Campo eletromagnético.

Riscos de queda

As quedas constituem uma das principais causas de acidentes no setor elétrico e

ocorrem em consequência de choques elétricos, de utilização inadequada de

equipamentos de elevação (escadas, cestas, plataformas), falta ou uso inadequado de

EPI, falta de treinamento dos trabalhadores, falta de delimitação e de sinalização do

canteiro do serviço e ataque de insetos.

Riscos no transporte e com equipamentos

Neste item abordaremos riscos de acidentes envolvendo transporte de

trabalhadores e o deslocamento com veículos de serviço, bem como a utilização de

equipamentos.

• Veículos a caminho dos locais de trabalho em campo.

É comum o deslocamento diário dos trabalhadores até os efetivos pontos de

prestação de serviços. Esses deslocamentos expõem os trabalhadores aos riscos

característicos das vias de transporte.

• Veículos e equipamentos para elevação de cargas e cestas aéreas.

Nos serviços de construção e manutenção em linhas e redes elétricas nos quais são

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P á g i n a | 62

utilizados cestas aéreas e plataformas, além de elevação de cargas (equipamentos,

postes) é necessária a aproximação dos veículos junto às estruturas (postes, torres) e do

guindauto (grua) junto das linhas ou cabos. Nestas operações podem acontecer acidentes

graves, exigindo cuidados especiais que vão desde a manutenção preventiva e corretiva

do equipamento, o correto posicionamento do veículo, adequado travamento e fixação,

até a operação precisa do equipamento.

Riscos de ataques de insetos

Na execução de serviços em torres, postes, subestações, leitura de medidores,

serviços de poda de árvores e outros podem ocorrer ataques de insetos, tais como

abelhas e formigas.

Riscos de ataque de animais peçonhentos / domésticos

Estes ocorrem, sobretudo, nas atividades externas de construção, supervisão e

manutenção em redes elétricas.

O empregado deve atentar à possibilidade de picadas de animais peçonhentos

como, por exemplo, cobras venenosas, aranhas, escorpiões e mordidas de cães.

Riscos ocupacionais

Consideram-se riscos ocupacionais, os agentes existentes nos ambientes de

trabalho, capazes de causar danos à saúde do empregado.

Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua

natureza e a padronização das cores correspondentes.

Ruído

Presente em vários locais tais como, usinas de geração de energia

elétrica, devido ao movimento de turbinas e geradores, subestações, redes

de distribuição, necessitando de laudo técnico específico para sua

caracterização. Radiação solar

Os trabalhos em instalações elétricas ou serviços com eletricidade quando

realizados em áreas abertas podem também expor os trabalhadores à radiação solar.

Como consequências podem ocorrer queimaduras, lesões nos olhos e até câncer de

pele, provocadas pela radiação solar.

Calor

Presente nas atividades desempenhadas em espaços confinados, como por

exemplo: subestações, câmaras subterrâneas, usinas (devido deficiência de circulação

de ar e temperaturas elevadas).

Riscos ergonômicos

Os riscos ergonômicos são significativos nas atividades do setor elétrico

relacionados aos fatores:

Biomecânicos: posturas inadequadas de trabalho provocadas pela exigência de

ângulos e posições inadequadas dos membros superiores e inferiores para realização

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Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 63

das tarefas, principalmente em altura, sobre postes e apoios inadequados, levando a

intensas solicitações musculares, levantamento e transporte de carga, etc;

Organizacionais: pressão psicológica para atendimento a emergências ou a situações

com períodos de tempo rigidamente estabelecidos, realização rotineira de horas extras,

trabalho por produção, pressões da população com falta do fornecimento de energia

elétrica;

Psicossociais: elevada exigência cognitiva necessária ao exercício das atividades

associada à constante convivência com o risco de vida devido à presença do risco elétrico

e também do risco de queda (neste caso, sobretudo para atividades em linhas de

transmissão, executadas em grandes alturas);

Ambientais: conforme teoria, risco ambiental compreende os físicos, químicos e

biológicos; esta terminologia fica inadequada, devem-se separar os riscos provenientes

de causas naturais (raios, chuva, terremotos, ciclones, ventanias, inundações, etc.).

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR) 6.2.

Trata-se de uma técnica de análise prévia de riscos que tem como objetivo

antecipar a previsão da ocorrência danosa para as pessoas, processos, equipamentos e

meio ambiente. É elaborada através do estudo, questionamento, levantamento,

detalhamento, criatividade, análise crítica e autocrítica, com consequente

estabelecimento de precauções técnicas necessárias para a execução das tarefas (etapas

de cada operação), de forma que o trabalhador tenha sempre o controle das

circunstâncias, por maiores que forem os riscos.

A Análise Preliminar de Risco é uma visão técnica antecipada do trabalho a ser

executado, que permite a identificação dos riscos envolvidos em cada passo da tarefa, e

ainda propicia condição para evitá-los ou conviver com eles em segurança. Por se tratar

de uma técnica aplicável a todas as atividades, uma grande virtude da aplicação desta

técnica de Análise Preliminar de Risco é o fato de promover e estimular o trabalho em

equipe e a responsabilidade solidária.

CHECK LIST 6.3.

O objetivo deste documento é criar o hábito de verificar os itens de segurança

antes de iniciar as atividades, auxiliando na detecção, na prevenção dos riscos de

acidentes e no planejamento das tarefas, enfocando os aspectos de segurança. Esse

formulário pode ser vinculado no verso de uma “ordem de serviço”.

Será preenchido de acordo com as regras de Segurança do Trabalho. “A Equipe

somente deverá iniciar cada atividade, após realizar a identificação de todos os riscos,

medidas de controle e após concluir o respectivo planejamento da atividade”.

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PROCEDIMENTOS DE TRABALHO – ANÁLISE DE DISCUSSÃO 7.

Os itens da NR 10 que tratam de procedimentos de trabalho são estes a seguir.

10.2 MEDIDAS DE CONTROLE

10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem

constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no

subitem 10.2.3, no mínimo:

a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de

segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de

controle existentes;

10.2.5 As empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do

sistema elétrico de potência devem constituir prontuário com o conteúdo do item 10.2.4

e acrescentar ao prontuário os documentos a seguir listados:

a) descrição dos procedimentos para emergências;

10.6 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS

10.6.4 Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a

entrada em operações de novas instalações ou equipamentos elétricos devem ser

previamente elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos desenergizados, e

respectivos procedimentos de trabalho.

10.7 TRABALHOS ENVOLVENDO ALTA TENSÃO (AT)

10.7.6 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem ser

realizados quando houver procedimentos específicos, detalhados e assinados por

profissional autorizado.

10.11 - PROCEDIMENTOS DE TRABALHO

10.11.1 Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e realizados

em conformidade com procedimentos de trabalho específicos, padronizados, com

descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo, assinados por profissional que atenda

ao que estabelece o item 10.8 desta NR.

10.11.3 Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo, campo

de aplicação, base técnica, competências e responsabilidades, disposições gerais,

medidas de controle e orientações finais.

10.11.4 Os procedimentos de trabalho, o treinamento de segurança e saúde e a

autorização de que trata o item 10.8 devem ter a participação em todo processo de

desenvolvimento do Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho - SESMT, quando houver.

Comentários adicionais

Pelo item 10.11.1 da NR 10 fica claro que todos os serviços em eletricidade devem

ter procedimentos definidos. O profissional não precisa nem deve decorar passos para

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P á g i n a | 65

executar tarefas.

Pelo item 10.2.4 da NR 10, se a empresa tiver uma carga instalada maior que 75

kW, então os procedimentos devem estar anexados ao prontuário de instalações

elétricas.

Além dos procedimentos para a execução de serviços, há os procedimentos a

serem seguidos por ocasião de situações de emergência. O ideal é que todas as

empresas tenham seus procedimentos normais e de emergência definidos, mas pelo item

10.2.5 da NR 10, só se exigem os procedimentos de emergência para empresas que

operam o SEP.

TÉCNICAS DE TRABALHO SOB TENSÃO 8.

EM LINHA VIVA 8.1.

A composição das equipes de linha viva por apresentarem características

específicas das atividades em redes energizadas deve obedecer a critérios rígidos de

seleção e treinamento e ser seguida de processos de reciclagem permanente.

Perfil funcional

O perfil ideal do componente de uma equipe de linha viva é que seja um elemento

com boa desenvoltura em trabalho manuais, ter cursado no mínimo o 1º grau completo,

com habilitação e experiência para dirigir caminhão, que assimile as normas e

procedimentos com facilidade, com espírito participativo e cooperativo, com um bom

equilíbrio emocional, tranquilo, acessível, com altura mínima de 1,65 cm com uma boa

antropometria e gozando de ótima saúde.

Recrutamento

Os candidatos a eletricista deverão ser recrutados preferencialmente nas equipes

de construção ou manutenção de redes desenergizadas e os encarregados serem

selecionados entre os eletricistas que mostrar potencial para o cargo, dentro das equipes

de linha viva existentes, após cuidadoso acompanhamento, avaliando os requisitos

necessários como: liderança, capacidade individual e coletiva, equilíbrio emocional,

organização bom comportamento, atendimento a normas e procedimento etc... É

importante que não se atenha somente como base o histórico individual, mas, também

através de exames médicos e testes psicotécnicos, que permitam fornecer dados

adicionais.

Atividades funcionais

Descrição das principais atividades funcionais de uma equipe de Linha Viva, desde

o Engenheiro, passando pelo Técnico (Supervisor) o Encarregado, e por ultimo os

eletricistas.

Engenheiro

Definir as diretrizes para o planejamento, programação e organização dos

trabalhos em Redes de Distribuição Aéreas Energizadas (Linha Viva), levando em conta

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 66

a importância dos alimentadores, condições de carga, FEC e DEC dos alimentadores,

existência de consumidores especiais, etc.

• Discutir novos métodos de trabalho em Rede de Distribuição Aérea Energizadas

(Linha Viva);

• Analisar Normas Técnicas;

• Discutir Relatórios Mensais de atividades da(s) equipe(s);

• Avaliar o andamento da programação feita para os trabalhos;

• Avaliar se os recursos estão sendo bem utilizados.

Técnico (Supervisor)

Para o desenvolvimento das atividades nesta função o técnico (Supervisor) deverá

possuir uma grande experiência de Redes Aéreas de Distribuição Energizadas e ou

Desenergizadas, bem como ter trabalhado diretamente no campo e estar ciente das

normas e procedimentos para desenvolver sua atividade. Dentre suas atividades

destacamos:

• Planejar, programar e organizar racionalmente os trabalhos da(s) equipe(s);

• Periodicamente, assistir ao desenvolvimento das tarefas da(s) equipe(s)

avaliando a qualidade do serviço, o desempenho e a produtividade;

• Inteirar-se bem na parte técnica, para poder orientar a execução correta dos

trabalhos e corrigir as imperfeições ou improvisações por ventura existentes;

• Reunir a(s) equipe(s), pelo menos uma vez por mês e dialogar com o pessoal,

sobre o desenvolvimento das tarefas e as necessidades se existentes;

• Analisar o relatório de atividades da equipe, fornecido pelo encarregado, a fim de

avaliar o serviço e o tempo gasto na realização das tarefas;

• Dar a máxima condição de trabalho e assistência;

• Fiscalizar a(s) equipe(s), no que diz respeito ao emprego correto dos

equipamentos, das diversas técnicas de trabalho e das normas de segurança e a

conservação dos equipamentos;

• Programar ensaio do material, conforme recomendações;

• Providenciar a reposição de equipamentos e ferramentas danificadas;

• Programar para que as equipes se submetam a uma reciclagem dentro do prazo

estabelecido pelas normas para que seja mantido o bom desenvolvimento técnico se

atualizando com o surgimento de novas técnicas;

• Programar as férias dos componentes de sua(s) equipe(s) preferencialmente

coletiva e dentro do período chuvoso.

Encarregado

Do desenvolvimento de suas atividades é que se pode obter o sucesso de uma

equipe de Linha Viva, pois o mesmo trabalha diretamente no comando da equipe e de

sua capacidade, liderança, julgamento e iniciativa depende a qualidade, a

produtividade dos serviços, a eficiência e a segurança do pessoal. Dentre suas

atividade destacamos:

• Verificação física e psicológica de toda a equipe, para o desempenho de suas

funções;

• Analisar e programar, no local, a melhor maneira de se realizar o serviço e

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NR-10 – SEP - Curso Complementar de Segurança no Sistema

Elétrico de Potência (SEP)

P á g i n a | 67

detalhar as várias etapas a serem seguidas para se conseguir com segurança e

eficiência;

• Colher sugestões, discutir os detalhes e esclarecer todas as dúvidas pertinentes

à execução da tarefa;

• Comunicar ao supervisor sempre que verificar que existir algum problema na

equipe que possam comprometer a segurança dos trabalhos e o desequilíbrio de toda

equipe;

• Zelar pela guarda, limpeza e conservação das ferramentas e equipamentos;

• Observar as condições de limpeza e umidade dos equipamentos, não admitindo

a execução de serviço em dias chuvosos;

• Preencher o relatório de atividades da equipe;

• Sugerir medidas que visem aprimorar a execução das tarefas em Rede Aérea de

Distribuição Energizada.

Eletricista

Efetivamente são eles que executarão as tarefas diretamente nas redes

energizadas e que para tanto devem estar habilitados e suficientemente treinados para

ser um componente de uma equipe de Linha Viva. Dentre suas atividades destacamos:

• Antes da execução de cada tarefa, participar da programação e ouvir

atentamente as orientações dadas pelo encarregado, para que não haja nenhuma

dúvida sobre a tarefa;

• Verificar sempre, antes de iniciar qualquer tarefa, se o seu equipamento e suas

ferramentas estão em perfeitas condições e se entendeu bem a tarefa que lhe foi

confiada, caso contrário pedir esclarecimentos;

• Observar e realizar as diversas tarefas, de acordo com as determinações do

encarregado, dentro da melhor técnica, sem fugir das regras estabelecidas;

• Realizar as tarefas com calma e tranquilidade. Lembrar sempre que, na

execução das tarefas de manutenção em Redes Distribuição Aérea Energizadas, a pressa

é um fator secundário;

A imagem a seguir mostra os três tipos de técnicas de trabalho em linha viva

(energizada).

A primeira mostra o profissional trabalhando diretamente na linha sem o auxílio de

bastões, apenas protegido por luvas, mangas, etc. Ele não está no potencial de terra

nem no potencial da linha, e este método é mais utilizado em tensões médias ou

menores. Este é o método ao contato.

A segunda mostra o profissional trabalhando também diretamente na linha, mas

no mesmo potencial desta. Neste caso ele veste uma vestimenta condutiva que funciona

como uma gaiola de Faraday para seu corpo, e deve se manter a uma distancia segura

de partes aterradas do circuito. Este método é mais utilizado em altas tensões. Este é o

método ao potencial.

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A terceira mostra o profissional trabalhando na linha com o auxílio de bastões e

ferramentas isoladas, a uma distancia segura. Ele está no potencial de terra. Este é o

método ao contato.

AO POTENCIAL 8.2.

Com este método de trabalho os eletricistas se transferem para um potencial

intermediário ficando isolado do potencial de terra posicionando dentro de cesta aérea,

plataforma isolada ou escada isolada (fiberglass) usando ferramentas e equipamentos

adequados.

Na execução de serviços neste método de trabalho o eletricista se acomoda em

uma cesta aérea, ou em cima de uma plataforma isolada ou ainda uma escada isolada

(fiberglass) devidamente paramentados com mangas de borracha, luva de borracha com

luva de cobertura na classe de tensão da rede, e todo o serviço será executado

diretamente na fase energizada.

Descrição dos serviços método ao contato

Praticamente todos os serviços que se fazem necessários nas Redes de Distribuição

Aérea podem ser executados com as redes energizadas, especialmente agora com

desenvolvimento das ferramentas e equipamentos.

TRABALHO À DISTÂNCIA 8.3.

Metodologia de trabalho

Para o desenvolvimento dos trabalhos em Redes de Distribuição Aérea

Energizadas, poderão ser classificados por duas metodologias básicas a serem adotadas

nas tarefas com linha viva como à distância e ao contato. O que não inviabiliza a

utilização simultânea dos dois métodos de trabalho, que é uma técnica muito utilizada e

que se aplica perfeitamente na execução dos serviços com Linha Viva.

TÉCNICAS DE TRABALHO EM LINHA VIVA

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Por se tratar de dois métodos de trabalho diferentes para se executar serviços

com redes energizadas o treinamento dos eletricistas se inicia com o serviço em Linha

Viva à distância que só habilita a executarem serviços somente neste método, passando

por um período de avaliação de 3 a 6 meses para se adaptarem a esta nova sistemática

de trabalho. Deverá ser observada rigorosamente a distância de segurança para

trabalho, mínima necessária para que o eletricista possa se movimentar, inclusive

manipulando equipamentos ou ferramentas, de modo a não ocorrer risco de abertura de

arco elétrico em relação ao seu corpo, como sendo de 75 cm, independente da classe

de tensão da rede entre 1 kV e 26,5 kV, quando em serviços nas redes energizadas

ser à distância ou ao contato. Sempre que não for possível respeitar a distancia de

segurança para o trabalho, devem ser colocados protetores e coberturas isolantes.

Depois deste período de adaptação se inicia o treinamento com Linha Viva ao

contato e só depois de passar por esta fase de avaliação é que o eletricista estaria se

credenciando a trabalhar com rede energizada ao contato ficando apto para executar os

serviços em redes energizadas aplicando os dois métodos de trabalho de acordo com o

procedimento técnico de segurança.

Os trabalhos ao contato direto, somente poderão ser realizados desde que

disponíveis os equipamentos nas seguintes classes de tensões:

• Sistemas de baixa tensão até 1 kV - classe 0 de isolamento;

• Sistemas de media tensão até 17 kV - classe 2 de isolamento;

• Sistemas de media tensão até 26,5 kV - classe 3 de isolamento;

Método à distância

Na execução dos serviços utilizando este método, nestas tarefas com Linha Viva

os eletricistas trabalham em potencial de terra, ou seja, posicionados em escadas

comuns de madeira, ou até mesmo em esporas, executando todos os serviços usando

ferramentas e equipamentos adequados.

Na execução de serviços neste método de trabalho, o eletricista deverá estar

perfeitamente acomodado na escada, calçando luva de borracha com luva de cobertura

na classe de tensão da rede e todo serviço será executado através de bastões. Em

hipótese nenhuma será permitido que o eletricista toque nas redes diretamente, mesmo

equipado com luvas de borracha.

Descrição dos serviços método à distância

No inicio da formação de uma equipe de linha viva se aplica este método para

executar as tarefas mais simples nas Redes de Distribuição Aérea como:

• Substituição de isoladores de pino e ou acessórios como pinos ou amarração,

cadeia com isolador de suspensão em estruturas simples ou duplas;

• Substituição de cruzetas, simples ou duplas em ângulos suaves com isolador de

pino ou suspensão;

• Instalação e ou substituição de postes com estrutura simples;

• Substituição de para raio e ou equipamentos

Na pratica se executa todos os serviços de linha ao contato direto e em

determinada situações durante a execução de algumas tarefas pode ser utilizada serviços

com método à distância facilitando e agilizando o desenvolvimento das tarefas.

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Nos locais de difícil acesso, como alto de morro ou local aonde não se chega com

a cesta aérea aplica-se este método de trabalho com muita eficiência para atendimento

deste tipo serviços. Também se mostra muito útil nas estruturas das subestações para se

executar manutenção, limpeza de isoladores, par raios, etc.

TRABALHOS NOTURNOS 8.4.

Serviços de linha viva à noite Excepcionalmente, durante a noite, o serviço com

linha energizada deverá atender às seguintes exigências: treinamento para serviço

noturno, condições físicas favoráveis dos eletricistas no caso de prorrogação da

jornada, iluminação local de forma a permitir condição para o trânsito de veículos e

pedestres e, principalmente, para execução da tarefa.

AMBIENTES SUBTERRÂNEOS 8.5.

Consideram-se os mesmos cuidados que se teria com trabalhos em espaços

confinados.

Logo: Ambiente confinado é qualquer aérea não projetada para ocupação

continua, com movimentação restrita, a qual tem meios limitados de entrada e saída e a

ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes perigosos e/ou

deficiência/enriquecimento de oxigênio que possam existir ou se desenvolver.

Podemos citar como exemplos de ambientes confinados, dutos de ventilação,

tanques em geral, rede de esgoto ou água, tonéis, containers, cisternas, minas, valas,

vasos, colunas, silos, diques, poços de inspeção, caixas subterrâneas, etc.

Estes ambientes podem possuir uma ou mais das seguintes características:

• Potencial de risco na atmosfera;

• Deficiência de O2 (menos de 19,5%) ou excesso (mais de 23%);

• Configuração interna tal que possa provocar asfixia, claustrofobia, ou que

dificultem a saída rápida de pessoas;

• Agentes contaminantes tóxicos ou inflamáveis.

Tanques abertos podem ser considerados como ambientes confinados, pois a

ventilação natural inexiste, o potencial de acúmulo de fontes geradoras ou de escape de

gás, torna atmosfera perigosa. Para reconhecer um ambiente confinado, é preciso

conhecer o potencial de risco do ambiente, processos, produtos, etc., porém o mais

sério risco se concentra na atmosfera do ambiente confinado.

Todos os ambientes confinados devem ser adequadamente sinalizados,

identificados e isolados, para evitar que pessoas não autorizadas adentrem a estes locais.

Antes de o empregado entrar num ambiente confinado, a atmosfera interna deverá

ser testada por empregado treinado e autorizado, com um instrumento de leitura direta,

calibrado e testado antes do uso, adequado para trabalho em áreas potencialmente

explosivas, intrinsecamente seguro e protegido contra emissões eletromagnéticas ou

interferências de radiofrequências, calibrado e testado antes da utilização para as

seguintes condições:

• Concentração de oxigênio;

• Gases e vapores inflamáveis;

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• Contaminantes do ar potencialmente tóxicos.

Programa de entrada em espaço confinado

• Manter procedimento de acesso;

• Implantar as medidas necessárias para prevenir as entradas não

autorizadas;

• Identificar e avaliar os riscos dos espaços confinados antes da entrada dos

empregados;

• Providenciar treinamento periódico aos empregados envolvidos com

ambientes confinados quanto aos riscos a que estão expostos, medidas de controle e

procedimentos seguros de trabalho; em locais confinados, para supervisores, vigias e

empregados autorizados com os respectivos nomes e assinaturas;

• Manter um plano de emergência o qual será de conhecimento dos

empregados, incluindo equipamentos em perfeitas condições de uso;

• Providenciar exames médicos admissionais, periódicos e demissionais –

ASO (Atestado de Saúde Ocupacional);

• Manter o espaço confinado devidamente sinalizado e isolado,

providenciando barreiras para proteger os terceiros para que não entrem na instalação;

• Proceder às manobras de travas e bloqueios, quando houver necessidade;

• Efetuar teste de resposta do equipamento de detecção de gases;

• Realizar a avaliação da atmosfera para detectar gases ou vapores

inflamáveis, gases ou vapores tóxicos e concentração de oxigênio;

• Avaliar a atmosfera quanto à presença de poeiras, quando reconhecido o

risco;

• Purgar, inertizar, lavar ou ventilar o espaço confinado, para eliminar ou

controlar os riscos atmosféricos;

• Avaliar os riscos físicos, químicos, biológicos e/ou mecânicos.

Equipamentos

Deverão estar disponíveis os seguintes equipamentos, funcionando

adequadamente e assegurando a utilização correta:

• Equipamento de sondagem inicial e monitorização contínua da atmosfera,

calibrado e testado antes do uso, adequado para trabalho em áreas potencialmente

explosivas. Os equipamentos que forem utilizados no interior dos espaços confinados

com risco de explosão deverão ser intrinsecamente seguros e protegidos contra

interferência eletromagnética e radiofrequência, assim como os equipamentos

posicionados na parte externa dos ambientes confinados que possam estar em áreas

classificadas;

• Equipamento de ventilação mecânica para obter as condições de entrada

aceitáveis, através de insuflamento e/ ou exaustão de ar. Os ventiladores que forem

instalados no interior do ambiente confinado com risco de explosão deverão ser

adequados para trabalho em atmosfera potencialmente explosivas, assim como os

ventiladores posicionados na parte externa dos ambientes confinados que possam estar

em áreas potencialmente explosivas;

• Equipamento de comunicação, adequado para trabalho em áreas potencialmente

explosivas;

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• Equipamentos para atendimento pré-hospitalar; e

• Equipamento de iluminação, adequada para trabalho em áreas potencialmente

explosivas.

Procedimentos Gerais

Todo e qualquer trabalho em ambiente confinado terá no mínimo, duas pessoas,

sendo uma delas denominada vigia. Desenvolver e implementar procedimentos para os

serviços de emergência especializado e primeiros socorros para o resgate dos

empregados em ambientes confinados.

Desenvolver e implementar um procedimento para preparação, emissão, uso e

cancelamento de permissões de acesso. Desenvolver e implementar procedimentos de

coordenação e de acesso que garantam a segurança de todos os trabalhadores,

independentemente de haver diversos grupos de empregados no local.

Interromper as operações de entrada sempre que surgir um novo risco de

comprometimento da saúde e segurança dos empregados.

Circunstâncias que requerem a revisão da permissão de entrada em espaços

confinados, porém não limitada a estas:

• Qualquer entrada não autorizada num ambiente confinado;

• Detecção de um risco no ambiente confinado não coberto pela permissão;

• Detecção de uma condição proibida pela permissão;

• Ocorrência de um dano ou acidente durante a entrada;

• Mudança no uso ou na configuração do ambiente confinado;

• Queixa dos trabalhadores sobre a segurança e saúde do trabalho.

EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DE TRABALHO 9.

Em relação às ferramentas e aos equipamentos de trabalho, pela natureza

delicada e perigosa das tarefas envolvendo alta tensão as seguintes recomendações de

segurança devem ser observadas:

• As ferramentas e ou equipamentos utilizados na manutenção de Redes de

Distribuição Energizadas, apresentam um custo muito elevado e sua disponibilidade se

constitui num importante fator para a manutenção do sistema elétrico;

• Todos os materiais, ferramentas e ou equipamentos, desde a especificação,

passando pelo processo de compra, recebem um acompanhamento técnico

extremamente rigoroso. As análises técnicas da concorrência e a aceitação dos

materiais em laboratórios passam por rígidos processos de engenharia. Além dos testes

de recebimento, os materiais são necessariamente submetidos a outros testes e ensaios

elétricos durante sua vida útil;

• Em função disso, devemos implantar uma sistemática de controle dessas

ferramentas e ou equipamentos que possam aumentar sua vida útil, reduzir custos com

reposição, aumentando sua disponibilidade para os serviços e garantir maior segurança

aos eletricistas que trabalham em redes energizadas.

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CLASSIFICAÇÃO DAS FERRAMENTAS E OU 9.1.

EQUIPAMENTOS

Para se ter uma visão geral das ferramentas e ou equipamentos utilizados numa

equipe de Rede de Distribuição Aérea Energizadas foram criados grupos separando-as

conforme sua aplicação no desenvolvimento dos serviços.

A NR10 faz as seguintes exigências aplicáveis a ferramentas e equipamentos:

10.2.4 10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada

superior a 75 kW devem constituir e manter o

Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do

disposto no subitem 10.2.3, no mínimo:

c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva

e individual e o ferramental, aplicáveis conforme

determina esta NR;

e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados

em equipamentos de proteção individual e coletiva;

10.2.5 As empresas que operam em instalações ou

equipamentos integrantes do sistema elétrico de

potência devem constituir prontuário com o conteúdo

do item 10.2.4 e acrescentar ao prontuário os

documentos a seguir listados:

b) certificações dos equipamentos de proteção coletiva e

individual;

10.7.8 Os equipamentos, ferramentas e dispositivos

isolantes ou equipados com materiais isolantes,

destinados ao trabalho em alta tensão, devem ser

submetidos a testes elétricos ou ensaios de laboratório

periódicos, obedecendo-se as especificações do

fabricante, os procedimentos da empresa e na ausência

desses, anualmente.

Ferramentas de tracionamento e suporte

• Bastões;

• Selas e Componentes;

• Talhas, esticadores e suportes;

• Conjunto de elevação e afastamento de linhas .

Ferramentas manuais

• Bastões manuais;

• Alicates e tesourões;

• Aparelhos para testes de linha;

• Jumper provisórios;

• Ferramentas universais.

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Escadas e plataformas

• Cestas aéreas;

• Escadas e acessórios;

• Plataformas e acessórios.

Equipamentos de segurança

• Coberturas e proteção;

• Equipamentos de proteção pessoal.

Manutenção, teste, acondicionamento e transporte do equipamento

• Restauradores e lubrificantes;

• Equipamentos de teste;

• Acondicionamento e transporte.

SISTEMA DE PROTEÇÃO COLETIVA 10.

Os sistemas de proteção coletiva são formados pelas medidas de proteção coletiva,

como o aterramento, e pelos equipamentos de proteção coletiva, como as isolações.

O aspecto de segurança no trabalho é um dos mais importantes e que deve

merecer a maior atenção, em qualquer tarefa que se execute nos mais diversos ramos

da atividade humana. Analogamente, ao realizarmos trabalhos em Linhas Energizadas,

devemos estar atentos a todos os movimentos e ações que possam a vir a provocar um

acidente. É dever de cada um, do executante ao responsável pela turma, estar sempre

atento a tudo que ocorre no local de trabalho. Certamente o alerta do comando poderá

evitar o acidente, em diversas situações. Apresentaremos detalhes de ordem prática dos

equipamentos de segurança próprios para trabalhos em Linhas energizadas, que

compõem o nosso kit de ferramentas e ou equipamentos. Dispensamo-nos aqui de

abordar o capacete, cinto de segurança, botina de segurança etc. por serem

equipamentos de uso comum, cujo emprego permanece obrigatório.

COBERTURAS E PROTEÇÃO 10.1.

As principais características e condição de uso dos diversos equipamentos

empregados para proteger e isolar condutores, isoladores, ferragens, postes, etc,

quando se trabalha com Linhas Energizadas:

COBERTURA PARA POSTES 10.2.

As coberturas para postes e ou (protetores para postes) são construídos em

polipropileno, com pouca maciez e que não deformam até uma temperatura de 78

graus, podendo ser usados em redes energizadas até 34,5 kV.

As coberturas de 152 mm (6”) de diâmetro são lisas, enquanto que os 229 mm

(9”) para cima apresentam estrias internas no sentido longitudinal, propiciando assim um

espaço de ar entre o poste e o protetor, reduzindo o contato entre os mesmos.

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Estes protetores podem ser encaixados uns aos outros pelo uso do botão e do

buraco de encaixe existentes nas extremidades opostas. Puxadores de corda de

polipropileno de 1/4” são atados através de buracos nas áreas sobrepostas das

coberturas. Quando instalados em um poste a ser retirado, deve se passar uma corda de

1/2” de polipropileno, ou uma corda de boa qualidade, enrolando-se na cobertura,

fixando-a aos puxadores, para não deixar cair as coberturas.

COBERTURAS PARA CONDUTOR E ISOLADOR DE PINO 10.3.

ATÉ 46KV

As coberturas para condutor e isolador de pino até 46 kV são construídos em

polipropileno, com pouca maciez e que não deformam até uma temperatura de 78

graus, podendo serem usados em redes energizadas até 34,5 kV.

Estes equipamentos foram desenvolvidos, para proteger o eletricista quando este

estiver trabalhando próximo a linhas energizadas. Estas coberturas, poderão ser usadas

para dar proteção ao eletricista, entre fases até as tensões de 46 kV, podendo ser

instalado manualmente, ou com o bastão de manobras (bastão pega tudo). Uma vez

colocados, não há possibilidade das coberturas caírem dos condutores, pois existe um

fecho que pode ser aberto ou fechado, bastando girar de 1/4 de volta ao gancho a ela

interligado, no caso das coberturas para 46 kV, podendo envolver cabos de até 2” de

diâmetro. As coberturas para isoladores, são fabricados para serem usados juntamente

com duas coberturas para condutor.

Justapõem-se duas coberturas para condutor que se ajustam sobre o isolador de

pino fecham-se sobre as duas coberturas para condutor nas duas pontas. Existe uma

corda de polipropileno que se lança por baixo da cruzeta e se prende no local próprio

com o bastão de manobra (bastão pega tudo).

Isto evita que a cobertura de isolador caia de sua posição pala ação de uma

pancada ou de uma rajada de vento. O material empregado nestes equipamentos é um

polietileno duro e altamente dielétrico. A superfície encerada garante uma boa limpeza

e resiste também à ação de gorduras e outros contaminantes. A cor laranja brilhante dá

grande visibilidade quando em uso.

COBERTURAS PARA CONDUTOR, ISOLADOR DE PINO E 10.4.

SUSPENSÃO ATÉ 15KV

As coberturas para condutor, isolador de pino e suspensão até 15 kv são

construídos em polipropileno, com pouca maciez e que não deformam até uma

temperatura de 78 graus, podendo ser usados em redes energizadas até 15 kV.

Estes equipamentos tem também a finalidade de proteger o eletricista quando

este estiver trabalhando próximo a redes energizadas.

Os três são facilmente instalados manualmente ou através do bastão de manobras

(pega tudo) em seus locais apropriados. São também fabricados com o mesmo

polietileno, com as mesmas características que lhe proporcionam ser altamente

dielétrico, flexível, leve e de cor laranja dos demais equipamentos de proteção. As

coberturas de condutor assentam-se em condutores de até 1” de diâmetro. Podem ser

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P á g i n a | 76

justapostos uns aos outros, ou acoplados as coberturas para isolador de pino e ou

suspensão, para aumentar a área de trabalho protegido.

As coberturas para isoladores são projetados para cobrir isoladores tipo pino

(classe 15 kV.) mas podem também proteger o prendedor de linha.

Outro tipo de cobertura é usado para proteger um isolador tipo suspensão, o

grampo de tensão e a cavilha de sustentação do grampo.

As duas coberturas de isoladores, pino e suspensão são dotados de um pequeno

pedaço de corda de polipropileno, que é atada a um aro achatado a fim de impedir que

ele caia por causa de uma pancada ou uma rajada de vento.

COBERTURAS PARA CRUZETA 10.5.

As coberturas para cruzeta, são construídas em polipropileno, com pouca maciez e

que não deformam até uma temperatura de 78 graus, podendo ser usadas em redes

energizadas até 34,5 Kv,

Estas coberturas para cruzetas são usadas para evitar o contato dos fios de

amarração com a cruzeta, quando efetuamos a operação de amarrar e ou desamarrar

condutores em isolador de pino.

O material nele empregado é o mesmo polietileno altamente dielétrico usado nas

coberturas vista anteriormente. A cobertura de cruzeta foi desenvolvida para ser

empregada em conjunto duplo, e ou estruturas simples. Neste equipamento existe

também uma corda de polipropileno, que quando atada, serve para evitar a queda da

peça.

COBERTURAS PARA CHAVE FUSÍVEL 10.6.

As coberturas para chave fusível, são construídos em polipropileno, com pouca

maciez e que não deformam até uma temperatura de 78 graus, podendo ser usados em

redes energizadas até 25 Kv.

O projeto simplificado deste equipamento torna sua instalação rápida e fácil. Três

lados da cobertura são abertos para melhor adaptação sobre a chave fusível, enquanto

um pino de madeira é colocado nos dois buracos vistos na peça, para garantir maior

segurança durante as operações.

MANTA DE BORRACHA (LENÇOL INTERIÇO / LENÇOL 10.7.

SEMI-PARTIDO)

As mantas de borracha também são usadas para

proteger o eletricista durante a execução dos serviços com

redes energizadas.

Estas mantas de borracha (lençol inteiriço / lençol

semipartido) são fabricados com borracha da mais alta

qualidade, altamente dielétricas, que garante a máxima

vida útil em serviço com redes energizadas. São leves

extremamente flexíveis e resistentes às mais adversas

MANTA

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condições de trabalho, As bordas têm frisos e os ilhós são reforçados.

As mantas de borracha (lençol inteiriço) são usadas para cobertura da armação

vertical de BT, cruzetas etc..., enquanto que as manta de borracha (lençol semipartido)

são empregadas para proteger cabeça de postes, pinos de isolador, cruzetas etc. Para

fixar as mantas usa-se os pregadores manuais de cobertura de plástico para evitar que

caiam ou saia de suas posição por ação de toques ou uma rajada de vento.

COBERTURA FLEXÍVEL PARA CONDUTOR 10.8.

As coberturas flexíveis de borracha

também são usadas para proteger o eletricista

durante a execução dos serviços com redes

energizadas. Estas coberturas são fabricadas

com borracha da mais alta qualidade, altamente

dielétricas, que garante a máxima vida útil em

serviço com redes energizadas. São leves

extremamente flexíveis e resistentes às mais

adversas condições de trabalho. Muito útil para

proteção de jumpers, tacos, etc, pois como já

vimos anteriormente elas poderão envolver os

condutores e ser moldadas com facilidade.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 11.

LUVAS DE PROTEÇÃO E COBERTURA 11.1.

A luva é o mais importante equipamento para se trabalhar com Linhas

Energizadas. Em todas as tarefas com Rede de Distribuição Aérea Energizadas o

eletricista é expressamente proibido trabalhar sem a luva de borracha, devidamente

protegida com a cobertura para luva de borracha e esta, na classe da tensão da rede em

que se esteja trabalhando.

COBERTURA FLEXÍVEL PARA CONDUTOR

LUVAS DE PROTEÇÃO E COBERTURA

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P á g i n a | 78

LUVAS DE BORRACHA (PARA LINHA VIVA) 11.2.

Fabricadas especialmente para se

tralhar com redes energizadas, estas luvas

apresentam as melhores características de

maciez e um composto de borracha altamente

dielétrico.

As luvas de borracha (para linha viva)

devem estar protegidas por luvas de cobertura

de vaqueta e estas deverão ser especialmente

preparadas para ajustarem-se bem ao formato

das luvas borracha, a fim de assegurarem a

perfeita proteção das mesmas. Antes de calçar

as luvas, deve ser feito um teste preliminar,

visando verificar se as mesmas estão em

perfeitas condições de uso. Encha a luva de

ar, e em seguida, force a saída do ar pela palma e pelos dedos, a fim de certifica-se que

os mesmos não estão furados.

Verificação de segurança antes do início do serviço

Os bastões, e as luvas isolantes devem ser inspecionados antes do início do

serviço. As luvas deverão ser insufladas para verificação de possíveis perfurações.

MANGAS DE BORRACHA 11.3.

Fabricadas especialmente para se trabalhar

com redes energizadas, estas mangas apresentam

as melhores características de maciez e um

composto de borracha altamente dielétrico.

Existem vários fabricantes de mangas de borracha

como NORTH, ORION, SALISBURY etc... como

veremos a seguir:

As mangas de borracha (para linha

viva) tem um formato ligeiramente encurvado

que permite uma forma natural em torno da

curva do cotovelo, para dar maior liberdade de

ação e eliminar a elasticidade da borracha o que

poderá torná-la mais fina em algum ponto.

LUVAS DE BORRACHA

MANGAS DE BORRACHA

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POSTURAS E VESTUÁRIO DE TRABALHO 12.

Nos trabalhos realizados em torres e linhas de transmissão elétrica, subestações

de alta tensão ou em outro tipo de linha viva o trabalhador está sujeito dentre outros

riscos, ao risco do campo eletromagnético gerado por esses sistemas. Já amplamente

discutido por profissionais das principais companhias de energia brasileiras, esse risco

exige o uso de vestimentas condutivas.

Produzida no Brasil, esta linha incorpora a mais moderna tecnologia em mesclas

de fibras de aramida (proteção térmica) e de aço modificado (condutibilidade), com os

materiais e acessórios mais indicados para este fim. O resultado: roupas termicamente

seguras, capacidade de blindagem elétrica superior excedendo a exigência normativa

(99,63% contra 99% da norma) e capacidade real de condutibilidade, equilibrando o

usuário ao potencial presente na linha viva onde este está conectado.

A intensa energia e a curta duração de um arco elétrico representam uma

exposição de natureza inigualável.

Uniformes de trabalho feitos de algodão ou de tecido mistos de poliéster e

algodão, independentemente de peso, podem ser inflamar em determinado nível de

exposição e continuarão a queimar, aumentando a extensão das lesões provenientes do

arco.

Utilizando roupas resistentes a chamas, em conformidade com os requisitos das

normas OSHA, pode ser garantida maior proteção a queimaduras mais graves do que as

roupas não Resistentes a Chamas. A ASTM desenvolveu um método de teste para ajudar

a determinar e comparar a capacidade protetora de vários tecidos resistentes a chamas -

ATM F1659 (Standard Test Method for Determining the Arc Thermal Performance Value

(ATPV) of Materials for Clothing).

Os testes de arco elétrico foram conduzidos considerando categorias de pesos de

“Camisas” e “Calça/Macacões” para representar com precisão as roupas comercialmente

disponíveis.

DADOS DE EXPOSIÇÃO AO ARCO ELÉTRICO 12.1.

• Peso informado para tecido que foi lavado de acordo com a norma ASTM F1959

• ATPV significa Valor de Desempenho Técnico do Arco. Quanto mais alto o valor,

mais protegido contra queimaduras de segundo grau.

• HAF significa Fator de atenuação de calor. Quanto mais alto o percentual HAF

mais o tecido bloqueará calor.

REQUISITOS DA NFPA 70E 12.2.

A National Fire Protection (NFPA) publicou a última edição da NFPA 70E

(Especificação padrão do desempenho para matérias têxteis para vestimentas de uso por

trabalhadores do ramo de eletricidade expostos ao arco momentâneo e riscos térmicos

relacionados) em fevereiro de 2000. A NFPA 70E estabelece requerimentos de segurança

para trabalhadores não cobertos pela OSHA 1910.269 para eletricistas e responsáveis de

manutenção. A norma revisada agora inclui trabalhadores que vestem roupas de proteção

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a chama que estão de acordo com os requerimentos da ASTM F1506 onde exista a

possibilidade de exposição ao arco elétrico. Ela especifica uma análise de risco de

exposição para os trabalhadores para determinar a distância de proteção ao arco elétrico.

O padrão é determinado para proteger trabalhadores que trabalhem dentro das áreas

que estão expostas ao risco de arco elétrico, que corresponde a uma categoria de risco

que tem um valor de arco térmico do desempenho (ATPV) para cada valor listado na

tabela padrão das “Características da Roupa de Proteção”, ilustrada abaixo. (FOTO -

PESQUISAR)

EXIGÊNCIAS DA OSHA 12.3.

OSHA_ Segurança Ocupacional e Administração da Saúde, nos Estados Unidos

confirmou que as vestimentas que atendem as exigências da ASTM F1506 estão em

obediência com a OSHA 29 CFR 1910.269 Geração de Força Elétrica, Transmissão e

Distribuição, não contribuem para queimaduras sérias.

Para atender aos pedidos da indústria na utilização de roupas resistentes à

chama, baseada em análise do seu nível de exposição, a ASTM desenvolveu ASTM

F1958 pelo qual as vestimentas não resistentes à chama, que não atendessem as

exigências da ASTM F1506, fossem testadas em um manequim para determinar a

probabilidade de ignição. O empregador seria solicitado a suprir um conjunto de critérios

prescritos, detalhando o potencial de exposição de cada empregado. Para determinar a

probabilidade de ignição seguramente, numerosa série de exposição ao arco deveria

ocorrer. O maior problema associado com a aplicação desse teste é que acidentes não

seguem um conjunto de regras prescritas e o ferimento da queimadura realçado pela

ignição da roupa pode ser o resultado dos desvios das condições não antecipadas.

Utilizando as vestimentas resistentes à chama em obediência as exigências da OSHA

podem ser asseguradas que os ferimentos causados por queimadura pela ignição da

roupa potencialmente mais séria, podem ser evitados.

SEGURANÇA COM VEÍCULOS E TRANSPORTE DE PESSOAS, 13.

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

Recomendam-se os seguintes procedimentos durante a guarda e transporte de

materiais, ferramentas e equipamentos, para serviço em redes energizadas:

LOCAL DE GUARDA E ACONDICIONAMENTO 13.1.

Os equipamentos deverão ser guardados em locais isentos de poeira e umidade. As

peças de borracha e as de fibra de vidro não deverão estar em contato com as peças

metálicas.

Os bastões deverão ser guardados em locais apropriados, secos, sem poeira, fora

da ação solar direta (raios ultravioleta), livres da possibilidade de choques com materiais

duros e do atrito com outra superfície. Os bastões deverão ser guardados em sacolas de

lona ou protegidos por tecidos acolchoados.

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As mantas deverão ser guardadas abertas, ou quando isto não for possível,

enroladas, mas nunca dobradas.

As coberturas de proteção das chaves e isolantes de suspensão deverão ser

colocadas, quando não estiverem em serviço, em peças de madeira especialmente

preparadas para evitar deformação nas mesmas. O local para guarda dos equipamentos,

ferramentas e materiais utilizados pela turma de rede aérea energizada poderá dispor de

um controlador de temperatura ambiente, limitado no máximo 55º Ø “C”.

TRANSPORTE E ACONDICIONAMENTO DOS 13.2.

EQUIPAMENTOS NO VEÍCULO

Para transporte dos equipamentos deverão ser tomados cuidados especiais para

que o mesmo não sofra danos de qualquer natureza. Os bastões deverão ser

transportados em sacolas de lona apropriadas ou em suportes acolchoados instalados

nos compartimentos do veículo, de tal forma que fiquem presos, evitando danos ao

material e ao veículo. As peças metálicas não deverão entrar em contato com as de

fibra de vidro.

Quanto às peças de borracha, deverão ser transportadas livres de qualquer

contato, tanto com as peças metálicas como com as de fibra de vidro.

Os compartimentos do veículo deverão ser suficientemente vedados de forma a

evitar a entrada de água, poeira ou outro produto que possa danificar os equipamentos,

materiais e ferramentas.

SINALIZAÇÃO E ISOLAMENTO DE ÁREAS DE TRABALHO 14.

A sinalização e isolamento dos veículos e da área em torno do local de trabalho

são imprescindíveis para o melhor controle de risco de veículos e pedestres na

prevenção de acidentes com terceiros.

SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA 14.1.

Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada

de segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na NR-

26_ Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as situações a seguir:

a) identificação de circuitos elétricos;

b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;

c) restrições e impedimentos de acesso;

d) delimitações de áreas;

e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de

movimentação de cargas;

f) sinalização de impedimento de energização; e

g) identificação de equipamento ou circuito impedido.

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LIBERAÇÃO DE INSTALAÇÃO PARA SERVIÇO E PARA 15.

OPERAÇÃO E USO

LIBERAÇÃO PARA SERVIÇOS 15.1.

Tendo como base os procedimentos já vistos anteriormente, o circuito ou

equipamento estará liberado para intervenção, sendo a liberação executada pelo técnico

responsável pela execução dos trabalhos.

Somente estarão liderados para a execução dos serviços os profissionais

autorizados, devidamente orientados e com equipamentos de proteção e ferramental

apropriado.

Veja os procedimentos para a desenergização:

Seccionamento onde chaves seccionadoras ou outros dispositivos de isolamento

são acionados pra desenergização dos circuitos;

Impedimento de reenergização onde os bloqueios mecânicos, cadeados ou outros

equipamentos garantem a impossibilidade de reenergização dos circuitos, o que

fica facultado apenas ao responsável pelo bloqueio;

Constatação da ausência de tensão onde os dispositivos de detecção de tensão

garantem a desenergização dos circuitos;

Instalação de aterramento temporário e equipotencialização (curto- circuito das

três fases ligadas ao aterramento).

Após o travamento deve-se sinalizar a área conforme os procedimentos

abaixo:

Observação: A sinalização de impedimento de energização deve ser feita com

etiquetas ou placas contendo avisos de proibição de religamento, tais como:

“Homens trabalhando no equipamento”, “Não ligue esta chave”, “Perigo de morte”,

“Alta-tensão”, etc.

Para concluir os serviços devem ser inspecionados a área, o ferramental e os

equipamentos.

Após a conclusão dos serviços e com autorização de reenergização do

sistema, deve-se:

Retirar todas as ferramentas, utensílios e equipamentos;

Retirar todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização da

zona controlada;

Remover o aterramento temporário da equipotencialização e as proteções

adicionais;

Remover a sinalização de impedimento de energização;

Destravar, se houver, e realizar os dispositivos de seccionamento.

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TREINAMENTO EM TÉCNICAS DE REMOÇÃO, 16.

ATENDIMENTO E TRANSPORTE DE ACIDENTADOS.

Primeiros Socorros

São ações imediatas aplicadas às vítimas em situação de trauma ou mal

súbito, cuja finalidade é manter a vitima viva e evitar o agravamento da lesão.

Considera-se trauma qualquer lesão caracterizada por uma alteração estrutural

fisiológica resultante da ação de um agente externo, que causa a exposição a

determinadas energias, como mecânicas, térmicas ou elétricas.

Considera-se mal súbito a indisposição física que surge repentinamente como por

exemplo o desmaio ou alguma indisposição relacionada a alterações do metabolismo

humano.

RISCOS DA ELETRICIDADE EM NOSSO ORGANISMO

Acidentes envolvendo eletricidade são bastante comuns, pois muitas vezes os

perigos da energia elétrica são subestimados por não serem visíveis.

A corrente elétrica quando passa pelo corpo transforma a resistência do corpo em

calor, provocando uma lesão tecidual muito profunda, porém nem sempre visível. Essa

lesão provoca lesão de fibra muscular. A lesão dos músculos libera uma grande

quantidade de potássio na corrente sanguínea, podendo a vítima ter arritmia em um

período de até 24h, devendo ficar em observação.

Outro problema que a lesão muscular oferece é sobrecarga renal, pela grande

quantidade de mioglobina que é liberada. A corrente elétrica também provoca

queimaduras profundas, principalmente em braços, dedos das mãos, perna e dedos dos

pés. A tetanização, que é a contração muscular, provoca fraturas.

AVALIAÇÃO DA CENA E BIOSSEGURANÇA

É a primeira etapa e a mais importante no atendimento inicial à vítima, pois essa

avaliação fornece informações muito úteis ao socorrista como:

Segurança do local;

Mecanismo da lesão;

Número de vítimas;

Biossegurança

Pedir ajuda

Triagem

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Triagem

A triagem significa separação das vitimas de acordo com sua gravidade.

Na área pré-hospitalar a triagem é definida pelo seguinte contexto:

Emergência: situação clinica onde o risco de morte é iminente. O atendimento

deve ser imediato.

Urgência: situação clínica onde a vítima não apresenta risco de morte iminente. O

atendimento pode aguardar.

Biossegurança

Abordagem primária

Nessa etapa o socorrista deverá avaliar a vítima e possíveis situações que a

coloquem em risco de morte. Sendo assim deverá o socorrista seguir as seguintes

etapas:

Chame a vítima e veja se ela responde

Senhor pode me ouvir? Eu sou o

socorrista. Caso a vítima responda o

socorrista tem uma noção sobre as vias

aéreas.

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Caso a vítima não responda o socorrista deverá abrir as vias aéreas e

verificar se a vítima respira.

Caso a vítima não respire ou respire afonicamente tipo gasping, o socorrista

deverá pedir ajuda pois a mesma se encontra em parada cardiorrespiratória.

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

No choque elétrico essa situação clínica é umas das mais dramáticas. A corrente

quando passa pelo coração altera a condução elétrica, provocando arritmias cardíacas.

A imagem a seguir mostra os componentes necessários à geração e condução do

estímulo elétrico no coração.

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Por isso é importante que alguém peça ajuda para o suporte avançado

trazer um DEA.

Sinais e sintomas de uma pcr

Inconsciência

Sem respiração ou respiração tipo “gasping”;

Ausência de pulso;

Pele fria, pálida e pegajosa.

REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

Conjunto de medidas que visam prover circulação e oxigenação aos tecidos do

corpo, evitando assim suas lesões pela falta de oxigênio. Abaixo o algoritmo simplificado

do suporte básico de vida.

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Diretrizes do American Heart Association - 2015

As manobras de reanimação cardiopulmonar deverão ser seguidas pela seguinte

sequência: CAB.

COMPRESSÕES

Rítmo das compressões cardíacas:

100 a 120 por minuto.

Profundidade external: 5cm-6cm

Permitir o retorno total do tórax

Evitar excesso de interrupções

ABERTURA DAS VIAS AÉREA

Deverá ser feita a manobra adequada de acordo com o tipo da ocorrência_ trauma

ou mal súbito. O objetivo da abertura das vias aéreas é evitar a queda da língua

facilitando a passagem do ar.

BOA VENTILAÇÃO

A cada trinta compressões cardíacas o socorrista deverá realizar duas ventilações,

devendo essas ventilações ser realizadas em dois segundos. Para ventilação temos os

seguintes equipamentos: bolsa válvula máscara (AMBU), máscara de bolso (pocket

mask).

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DEA OU DESA

Chamado de desfibrilador externo automático (DEA) ou desfibrilador externo

semiautomático (DESA) tem como função normalizar o ritmo cardíaco, sendo

imprescindível em vítimas que são acometidas por choque elétrico.

Importante ressaltar que na fibrilação ventricular, assistolia e outros ritmos de

PCR, nenhuma dessas arritmias geram pulso, sendo o DEA que ira verificar se o ritmo é

chocável ou não.

ALGUNS CUIDADOS NO MANUSEIO DO DEA

Não toque na vítima no momento do choque;

Não recomendado desfibrilar a vítima em área classificada;

Remova os metais do corpo da vítima;

Retire o excesso de pelos no tórax, caso necessário.

QUEIMADURA

A passagem da corrente elétrica pelo corpo humano é acompanhada do

desenvolvimento de calor, por efeito Joule, podendo produzir queimaduras. Quanto

maior a intensidade da energia elétrica e mais longo o tempo que ela permanece, mais

graves são as queimaduras produzidas. Além disso, as queimaduras são mais intensas

nos pontos de entrada e saída da energia elétrica pelo corpo. Nas altas tensões, o calor

produz a destruição de tecidos superficiais e profundos, bem como o rompimento de

artérias com consequente hemorragia e destruição dos centros nervosos. As

queimaduras produzidas por energia elétrica podem ser internas e profundas, sendo de

difícil cura. Portanto, apesar da pele apresentar-se aparentemente normal, os músculos

podem apresentar necrose profunda.

A gravidade da queimadura irá depender de diversos fatores, tais como: tensão,

que será determinada pela fonte elétrica; resistência, que irá variar de acordo com as

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características de cada indivíduo; duração do contato com a fonte; percurso do fluxo;

tipo da corrente, ou seja, alternada ou direta; além do local e do grau da lesão.

As queimaduras elétricas podem ser geradas tanto pelo contato direto com a

energia elétrica, quanto pelo contato indireto com a mesma.

Contato indireto - a queimadura é gerada pelo arco elétrico, dependendo da

tensão da eletricidade, esse contato pode gerar desde queimaduras locais até a

carbonização parcial ou total da vítima;

Contato direto – a queimadura é gerada pela baixa tensão, onde a energia elétrica

irá atravessar o corpo, criando um ponto de queimadura no local de entrada e outro de

saída no corpo da vitima. Neste caso, a natureza alternada pode interferir com o ciclo

cardíaco originando arritmias.

A queimadura sempre deverá se analisada como um todo: profundidade, extensão

e local.

ANATOMIA DA PELE

Epiderme - É a camada mais superficial da pele. Por estar em contato direto com o

meio exterior sua espessura irá variar de acordo com a parte do corpo, sendo mais

espessa na planta do pé e mais fina na região da axila;

Derme – Encontra-se logo abaixo da epiderme. É responsável por fornecer

substâncias que conferem elasticidade à pele, como colágeno e elastina.

Hipoderme – Também conhecida como tecido celular subcutâneo, está localizada

abaixo da derme unindo-se de maneira pouco firme aos órgãos adjacentes. Essa camada

atua como isolante, amortecedor de impactos e armazém de energia.

PROFUNDIDADE (GRAU)

PRIMEIRO GRAU SEGUNDO GRAU

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TERCEIRO GRAU QUARTO GRAU

EXTENSÃO

LOCAL

Em razão dos riscos estéticos e funcionais, são mais desconfortáveis as

queimaduras que comprometem face, pescoço, tórax e mãos. Além disso, as localizadas

na face geralmente estão associadas à inalação de fumaça e queimadura de vias aéreas;

queimaduras próximas a orifícios naturais, como boca e ouvido apresentam maior risco

de contaminação; aquelas localizadas no tórax podem gerar desconforto respiratório

devido à dor, gerando consequentemente uma depressão respiratória.

CUIDADOS IMEDIATOS

Primeiramente o socorrista deve certificar-se de que o local está seguro;

Interromper, imediatamente, o contato da vítima com a fonte de energia,

desligando-a na chave específica da área ou chave geral do local;

Não tocar a vítima, se não conseguir desligar a fonte de energia;

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Caso consiga desligar a fonte de energia, avalie a consciência, bem como os sinais

vitais da vítima, se o socorro especializado ainda não foi acionado, faça-o

imediatamente. Se houver necessidade inicie as manobras de RCP;

Nos pontos com queimadura, resfriar com água ou soro fisiológico em temperatura

ambiente.

Os adornos (relógios, colares e outros) devem ser removidos, com exceção dos

que estiverem grudados á pele;

A vítima deve ser coberta com a manta térmica para que ela não evolua para

estado de hipotermia (isso deve ser realizado mesmo se o ambiente que a vítima se

encontra não esteja frio, pois a pele lesionada perde a capacidade de regular a

temperatura corporal, e nunca devemos transportar a vítima com lençóis úmidos, toalhas

nem roupas úmidas e o gelo está completamente contraindicado);

Bolhas não devem ser furadas;

Procurar sempre uma segunda área queimada e tratá-la;

Roupas grudadas à pele não devem ser removidas.

HEMORRAGIAS

O sistema cardiovascular humano é formado, pelos vasos sanguíneos, além de

outras estruturas. Os vasos sanguíneos (artérias, veias e vasos capilares) têm uma

extensão aproximada de 160.000 quilômetros e por estes passam diariamente cerca de

9.500 litros de sangue. Quando alguma parte desses vasos se rompe, ocorre a

hemorragia, extravasando sangue para fora dos vasos.

As hemorragias podem ser classificadas de acordo com o tipo de vaso rompido e

também podem ser classificadas como externas ou internas. Sua gravidade se dará de

acordo com o local e tipo de vaso lesionado.

Hemorragias arteriais - O sangue arterial é rico em oxigênio, de coloração

vermelho vivo e, nos casos de hemorragias externas, sai em jato;

Hemorragias venosas – O sangue venoso é rico em dióxido de carbono, de

coloração vermelho escuro e, nos casos de hemorragia externa, sai escorrendo;

Hemorragias capilares – Como estes vasos são superficiais, ou seja, longe da

bomba (coração), nos casos de hemorragia externa, o sangue sai escorrendo.

TÉCNICAS DE CONTENÇÃO

Dependendo do volume e da pressão que o sangue está saindo do ferimento, o

uso de técnicas simples pode reverter imediatamente a situação, como:

Pressão direta – Utilizando EPI adequado, pressione diretamente o ferimento com

uma gaze seca e estéril;

Elevação do membro – Esta técnica pode ser realizada em conjunto com as outras

descritas acima. Eleve o membro afetado acima do nível do coração, desta forma o fluxo

de sangue será diminuído.

Torniquete- essa técnica só deverá ser realizada se a compressão direta não para

o sangramento. O torniquete é uma técnica agressiva devido ao risco de embolia

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pulmonar, por isso é a técnica de última escolha, e ideal que seja feito por pessoas

qualificadas.

FRATURA

A fratura óssea é a interrupção da continuidade de um osso, independentemente

de ser parcial ou completa, na maioria das vezes é provocada por uma queda ou

traumatismo que gera um impacto violento.

As fraturas podem ser classificadas como abertas e fechadas , os dois tipos têm

riscos próprios, as fraturas abertas quando não são bem tratadas podem provocar

infecção; em contrapartida, as fraturas internas são mais difíceis de serem

diagnosticadas e possíveis hemorragias internas, serão mais difíceis de serem contidas.

Sintomas

Dor;

Deformidade que nem sempre está visível;

Edema;

Crepitação;

Restrição de movimento.

CUIDADOS IMEDIATOS

Os primeiros socorros diante de uma fratura é imobilização da área afetada, e

cuidados com o osso e sangramento caso exista. Porém recomenda-se o trabalhador que

encontrou a vítima deixar o membro da maneira que encontrou, deixando que a

imobilização seja realizada por pessoas qualificadas.

NOÇÕES SOBRE RESGATE E TRANSPORTE

A movimentação ou o transporte de uma vítima deve ser feita com muito cuidado

a fim de não agravar as lesões já existentes.

Rolamento de 90 graus

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ROLAMENTO DE 180 GRAUS

TÉCNICAS DE RESGATE

Essas técnicas somente devem ser realizadas caso o local ofereça risco, pois

podem agravar as lesões da vítima.

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ACIDENTES TÍPICOS – ANÁLISE, DISCUSSÃO E MEDIDAS 17.

DE PROTEÇÃO

Ensaios com hipot e o risco de choque elétrico fatal pouco conhecido pela maioria

dos profissionais – um caso real

(http://consultoriaengenharia.com.br/seguranca-ocupacional/risco-acidente-fatal-

em-testes-com-hipot/)

“hipot ou hi-pot é uma abreviatura de “high potential” ou “hight voltage testing”,

um teste realizado em alta tensão. Normalmente o hipot é um instrumento portátil usado

para realizar ensaios de tensão aplicada em corrente contínua visando verificar a isolação

em cabos, capacitores e isoladores em geral.

O principal objetivo desse texto é chamar a atenção dos gestores e profissionais

da área elétrica para os riscos de um choque elétrico com potencial de fatalidade em

ensaios realizados com o hipot e que em grande parte são desprezados ou mesmo

desconhecidos pela maioria desses profissionais.

Não existe maior dificuldade para os gestores que se comprometem com a

prevenção de acidentes de suas equipes do que o desconhecimento dos riscos envolvidos

em possíveis contatos acidentais com energias armazenadas ou residuais em tarefas e

atividades industriais dos seus profissionais.

RELATO DE UM ACIDENTE COM O HIPOT:

Eletricista de uma empresa de comissionamento realizava testes de isolamento em

redes de distribuição recém-construídas quando sofreu um choque elétrico de alto

potencial de fatalidade ao manusear um Hipot durante a realização de ensaios em uma

linha de distribuição de 13,8 kV e 2.700 m de comprimento estando sobre uma

plataforma elevatória não isolada, logo após ter finalizado exatamente os mesmos testes

em uma rede com as mesmas características e nas mesmas condições sem qualquer

incidente, porém essa outra rede possuía apenas 200 m de comprimento.

Este acidente em particular nos proporciona um grande aprendizado em função de

todas as condições dos testes, relatos, informações técnicas e medições realizadas após

o acidente para entendermos o porquê, o como e o que de fato teria ocorrido com o

eletricista.

O teste consistia em conectar as garras do Hipot no cabo isolado da rede,

aumentar gradualmente a tensão contínua aplicada ao cabo de 0 até 19 kV, aguardar

entre 01 e 02 minutos para verificação de possível corrente de fuga, anotar os valores e

reduzir gradualmente a tensão aplicada até “Zero”, desligar o Hipot conforme indicava o

manual do equipamento e desconectar as garras do Hipot. O eletricista realizou o teste

com o mesmo procedimento nos 3 cabos da rede de 200 metros de comprimento sem

nenhum incidente. Ao realizar o mesmo procedimento no primeiro cabo da rede de 2.700

metros, ao desconectar a garra do Hipot do cabo testado, seu ajudante ouve um forte

estalo e um grito do eletricista que cai desacordado na plataforma.

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A análise técnica desse acidente deve ser dividida em duas partes: 1) Instruções e

princípios básicos de segurança que não foram seguidos e que contribuíram

significativamente para a ocorrência do acidente, e que se fossem respeitadas, o

acidente teria sido evitado ou as consequências reduzidas e 2) Análise das grandezas

elétricas envolvidas e que levaram o profissional a ser submetido a uma descarga

elétrica com potencial de fatalidade, além de explicar o porquê o choque elétrico ocorreu

somente quando se testou o primeiro cabo de 2.700 metros, e não nos testes dos 03

cabos anteriores de 200 metros e que foram submetidos ao mesmo padrão de teste.

1) Instruções e princípios básicos de segurança não seguidos.

a) O eletricista não utilizava EPIs adequados como luvas para trabalhos em média

tensão.

b) O eletricista não realizou o procedimento de “curto-circuitar a alta tensão a

terra antes de desconectar a amostra sob teste” conforme recomendado e grifado como

“Importante” no manual de instruções do fabricante do equipamento utilizado.

c) O eletricista não foi treinado na NBR 6881 que detalha o Ensaio de Tensão

Aplicada, não tinha um procedimento especifico detalhando a sequencia do ensaio e

desconhecia o risco de tensão residual nos cabos blindados da rede após os ensaios.

Utilizou uma plataforma elevatória não isolada, equipamento inadequado para

trabalho em atividades com sistemas/equipamentos/componentes elétricos, conforme

sinalizado através de adesivos bem visíveis em toda a estrutura da plataforma elevatória

e em seu manual de operação.

2) Medições e cálculos das grandezas elétricas envolvidas.

Comparem-se as voltagens residuais e os tempos de descarga dos capacitores

formados nos cabos de 200m e de 2700m.

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De outro trabalho temos uma explanação sobre tensão de retorno em uma

amostra sob ensaio.

(estudo do comportamento das tensões residuais em cabos blindados de média tensão

após a realização de ensaio de tensão aplicada _ KARINE KOU SUZUKI, PATRICK

CARLOS KONDLATSCH, TCHESLEY SCHMIDT GOMES - UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA

FEDERAL DO PARANÁ).

Gráfico da tensão entre os terminais da amostra ao longo do tempo,

durante as três fases do teste de tensão de retorno.

Representação gráfica da tensão nos terminais de uma amostra, durante o teste

de Tensão de Retorno.

Fonte: BRESSAN (2006, p.14).

O gráfico mostra que mesmo após a remoção da tensão e o curto-circuito dos

terminais, dependendo da natureza do material de isolação, podem se desenvolver altas

tensões entre os terminais.

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RESPONSABILIDADES 18.

Responsabilidade_ Obrigação, por parte de alguém, de responder por alguma

coisa resultante de negócio jurídico ou de ato ilícito.

OBS. “A diferença entre responsabilidade civil e criminal está em que esta impõe o

cumprimento da pena estabelecida em lei, enquanto aquela acarreta a indenização do

dano causado”.

Desta forma, se conceituar cientificamente um instituto jurídico já é, de ordinário,

uma atividade complexa, conceituar responsabilidade (e, por consequência,

responsabilidade civil) pode tornar-se uma tarefa inglória, tendo em vista a enorme

quantidade de acepções que a doutrina tradicional tem apresentado sobre o tema,

notadamente no que diz respeito ao seu embasamento jurídico. Inicialmente, devemos

lembrar que a palavra “responsabilidade” tem sua origem no verbo latino “respondere”,

significando a obrigação que alguém tem de assumir com as consequências jurídicas de

sua atividade, contendo, ainda, a raiz latina de “spondeo”, fórmula através da qual se

vinculava, no direito romano, o devedor nos contratos verbais.

Deste verbete, verificamos, de logo, que a responsabilidade pode ser classificada,

a priori, em “responsabilidade civil” e “responsabilidade penal”, propondo o dicionarista

uma diferença básica entre os dois institutos, no que diz respeito às suas consequências.

A RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR NAS 18.1.

RELAÇÕES DE TRABALHO

Todas as reflexões aqui procedidas servem, em última análise, para fixar apenas

uma premissa: a responsabilidade patrimonial do empregador, no nosso direito positivo,

não foge à regra da responsabilidade civil subjetiva, a qual prescinde do dolo ou culpa do

agente.

Assim sendo, não é possível se imputar a qualquer empregador uma

responsabilidade por ato seu, sem que estejam presentes os quatro pressupostos básicos

da responsabilidade civil subjetiva, quais sejam:

a) Ação ou omissão;

b) Dano;

c) Elo de causalidade entre ação/omissão e dano;

d) Dolo ou culpa do agente.

Desta forma, por exemplo, a previsão do art. 7º, XXVIII (“seguro contra

acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está

obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.”), da Constituição Federal de 1988 traz,

em verdade, duas regras distintas de responsabilização: uma objetiva (referente ao

seguro contra acidentes de trabalho), por conta direta do órgão previdenciário (e de

forma indireta, somente, pelo empregador); e outra de natureza subjetiva, com fulcro no

velho art. 159 do Código Civil brasileiro, quando, aí sim, a responsabilização é integral

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do agente patronal lesionante. Esta regra, porém, somente diz respeito à

responsabilidade civil do empregador por ato seu.

Esta afirmação se mostra importante, pelo fato de que, tratando-se de ato do

empregado, além da responsabilidade civil subjetiva deste agente, é possível se invocar a

responsabilidade civil objetiva do empregador. É o que veremos no próximo tópico, como

arremate deste estudo.

A RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR POR ATO 18.2.

DO EMPREGADO

Encerrada toda esta reflexão sobre o instituto da responsabilidade civil, resta

perguntar: qual é a responsabilidade do empregador pelos atos de seu empregado? A

resposta à esta questão se encontra expressa na previsão legal dos arts. 1.521 a 1.523

do Código Civil brasileiro, que dispõem, in verbis:

Art. 1521. São também responsáveis pela reparação civil:

I. Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob seu poder e em sua

companhia;

II. O tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas

condições;

III. O patrão, amo ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no

exercício do trabalho que lhes competir, ou por ocasião dele (art. 1.522);

IV. Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos, onde se albergue

por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e

educandos;

V. Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a

concorrente quantia.

Art. 1.522. A responsabilidade estabelecida no artigo antecedente, nº III, abrange

as pessoas jurídicas, que exercerem exploração industrial.

Art. 1.523. Excetuadas as do art. 1.521, V, só serão responsáveis as pessoas

enumeradas nesse e no art. 1.522, provando-se que elas concorreram para o dano por

culpa, ou negligência de sua parte.”

Essa previsão legal afasta qualquer alegação de não responsabilidade do

empregador pelos atos dos seus prepostos, não havendo motivo para não se incluir

também em relação a lesões extrapatrimoniais.

A redação do art. 1.523 demonstra que esta responsabilização independe do

dolo específico do empregador, satisfazendo-se com a culpa (“in vigilando”, quando

decorre da falta de atenção com o procedimento de outrem, ou “in eligendo”, decorrente

da má escolha do preposto), que, inclusive, engloba a negligência, explicitada no aludido

dispositivo. Contudo, vale destacar que a jurisprudência sumulada do Supremo

Tribunal Federal sobre a matéria interpreta os dois dispositivos no sentido de que “É

presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto”

(Súmula 341), o que demonstra cabal e inequivocamente esta responsabilização legal

por ato de terceiros, o que responde a uma responsabilidade objetiva (ou, no mínimo,

a uma responsabilidade civil com culpa presumível juris tantum). Parece-nos, porém, ser

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medida de extrema justiça resguardar-se, sempre, a possibilidade da ação regressiva do

empregador, pelos atos de seus empregados. Vale destacar, inclusive, que alguns

ordenamentos jurídicos, no Direito Comparado, albergam previsões, por exemplo, de

responsabilidade patrimonial do empregado assediador, independentemente da

responsabilidade patrimonial da empresa.

Esta é uma medida cabível do ponto de vista de justiça, uma vez que o efetivo

violador da norma jurídica foi o empregado, e não diretamente a empresa empregadora.

No Brasil, a sistemática do direito positivo trouxe previsão de responsabilização

direta e com presunção de culpa do empregador pelos atos dos seus prepostos,

conforme verificamos.

Todavia, isto não exclui a possibilidade de uma ação própria, ainda que regressiva,

do empregador contra o empregado assediante/assediador, para ressarcimento dos

gastos que teve pelo ato imputável a este empregado. Havendo previsão contratual

específica, seja na admissão, seja na eventual apuração do fato na vigência da relação

jurídica de direito material (o que é plenamente possível se tiver ocorrido um

procedimento reclamatório interno sério), acreditamos que é possível, inclusive, a

denunciação da lide do empregado assediante, na ação ajuizada pelo empregado

assediado contra a empresa, de forma a verificar especificamente a delimitação de

responsabilidades pelo ato discutido em juízo.

Este nosso posicionamento, inclusive, nos parece respaldado pela previsão do §1º

do art.462 consolidado_ que traz a regra geral sobre a possibilidade de descontos no

salário do trabalhador (“Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários

do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de

contrato coletivo.”) – que expressamente preceitua: “Em caso de dano causado pelo

empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou

na ocorrência de dolo do empregado.”

Não se deve erigir a grau absoluto a responsabilidade objetiva do empregador

quanto ao assédio praticado nas relações de trabalho por seus agentes ou prepostos, pois

isto seria instituir um enorme risco à atividade empresarial, estimulando uma verdadeira

febre de indenizações, sem responsabilizar os autores diretos dos atos considerados

ilícitos, sob a perspectiva da liberdade sexual.

Assim sendo, recomendamos, inclusive, a inserção nos contratos individuais e/ou

coletivos (convenções ou acordos coletivos) de cláusula específica sobre esta matéria, de

forma a resguardar a responsabilidade da empresa pelo ato imputável diretamente ao

empregado. De fato, havendo previsão contratual específica, seja na admissão, seja na

eventual apuração do fato na vigência da relação jurídica de direito material (o que é

plenamente possível se tiver ocorrido um procedimento reclamatório interno sério), é

plenamente possível a denunciação da lide do empregado assediante, na ação ajuizada

pelo empregado assediado contra a empresa, de forma a verificar especificamente a

delimitação de responsabilidades pelo ato discutido em juízo.

Programa do curso de SEP segundo a NR10:

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Anexo III _ Treinamento

2. CURSO COMPLEMENTAR – SEGURANÇA NO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP) E

EM SUAS PROXIMIDADES. Carga horária mínima – 40h.

É pré-requisito para frequentar este curso complementar ter participado com

aproveitamento satisfatório do curso básico.

(*) Estes tópicos deverão ser desenvolvidos e dirigidos especificamente para as condições

de trabalho características de cada ramo, padrão de operação, de nível de tensão e de outras

peculiaridades específicas ao tipo ou condição especial de atividade, sendo obedecida a hierarquia

no aperfeiçoamento técnico do trabalhador.

I - Programação Mínima:

1. Organização do Sistema Elétrico de Potencia – SEP.

2. Organização do trabalho:

a) programação e planejamento dos serviços;

b) trabalho em equipe;

c) prontuário e cadastro das instalações;

d) métodos de trabalho; e

e) comunicação.

3. Aspectos comportamentais.

4. Condições impeditivas para serviços.

5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção (*):

a) proximidade e contatos com partes energizadas;

b) indução;

c) descargas atmosféricas;

d) estática;

e) campos elétricos e magnéticos;

f) comunicação e identificação; e

g) trabalhos em altura, máquinas e equipamentos especiais.

6. Técnicas de análise de Risco no S E P (*)

7. Procedimentos de trabalho – análise e discussão. (*)

8. Técnicas de trabalho sob tensão: (*)

a) em linha viva;

b) ao potencial;

c) em áreas internas;

d) trabalho a distância;

e) trabalhos noturnos; e

f) ambientes subterrâneos.

9. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, conservação, verificação,

ensaios) (*).

10. Sistemas de proteção coletiva (*).

11. Equipamentos de proteção individual (*).

12. Posturas e vestuários de trabalho (*).

13. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e equipamentos (*).

14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho (*).

15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso (*).

16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte de acidentados (*).

17. Acidentes típicos (*) – Análise, discussão, medidas de proteção.

18. Responsabilidades (*).

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Elétrico de Potência (SEP)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 19.

1. http://www.eletrotec.pea.usp.br/

files/25_SistemaEletrico.pdf

2. http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto. asp?id=2037

ANEXO - NR 10 (SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE)