NR 12, A Engenharia Por Decreto (Continuação)

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NR 12, a engenharia por decreto (continuao)

Edio 105 Outubro de 2014

Por Joo Jos Barrico de Souza

Em continuidade ao assunto iniciado na edio anterior, o professor Joo Roberto Cogo d a sua visosobre o impacto da norma regulamentadora n 12:

Um acionamento industrial tpico feito com gaveta extravel mostrado na fotografia ilustrada na

Figura 1, cujo diag rama de comando pode ser visto na Figura 2.

Figura 1 Gaveta extravel.

Figura 2 Diagrama de comando e controle.

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Figura 3 Resumo do acionamento tpico de um motor de induo trifsico com um contator

(K1).

Figura 4 Resumo do acionamento tpico de um motor de induo trifsico com dois

contatores (K1 e K2).

A Figura 2 ilustra uma gaveta industrial completa e todos os seus detalhes, por sua vez, exibidos com

detalhes na Figura 3.

importante observar que, na Figura 2, o acionamento junto ao motor (comando local) e a parte de

potncia, controle, proteo e comando, so desenvolvimentos especficos j consolidados no

mercado nacional.

Na NR 12 Segurana no trabalho em mquinas e equipamento, observase, em seu item 12.37,

que o circuito eltrico do comando da partida e parada do motor eltrico de mquinas deve possuir,

no mnimo, dois contatores com contatos positivamente guiados, ligados em srie, monitorados por

interface de segurana ou de acordo com os padres estabelecidos pelas normas tcnicas nacionais

vigentes e, na falta destas, pelas normas tcnicas internacionais, se assim for indicado pela anlise de

risco, em funo da severidade de danos e frequncia ou tempo de exposio ao risco.

No entanto, no possvel a insero de um contator adicional, como prescreve a NR 12, na grande

maioria das gavetas por conta da falta de espao. Assim, o sistema da Figura 3 deve ser transformado

no sistema apresentado na Figura 4.

Por outro lado, de acordo com o item 12.36 da NR 12, o comando do motor deve ser em extrabaixa

tenso, o que nos acionamentos atuais feito em 110 V, 125 V, 127 V, 220 V e 230 V, o que se faz

necessrio tambm instalar um transformador de comando por gaveta ou um circuito de comando

independente.

Ao observar este item, verificase que a norma se aplica a qualquer tipo de dispositivo, desde uma

furadeira (quando usada na indstria, pois se trata de um equipamento) at um processo

automatizado industrial de produo, por exemplo, de peas automotivas, de siderrgicas,

minerao, ou ainda de uma refinaria de petrleo.

Assim, uma furadeira de uso industrial, por exemplo, dever ter o suprimento de energia em 127

V/220 V e um circuito auxiliar em 24 V para o gatilho (acionamento) que no pode ser simplesmente

uma chave ligadesliga.

Jobson Modena

engenheiro eletricista,

membro do Comit...

Joo Jos Barrico

de Souza

engenheiro eletricista e

de segurana no ...

Jos Starosta

diretor da Ao

Engenharia e Instalaes ...

Juliana Iwashita

Kawasaki

arquiteta, mestre em em

engenharia ...

Luiz FernandoArruda

engenheiro eletricista,

psgraduado em ...
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Ao se adquirir no mercado as unidades industriais novas (antes da vigncia da norma), manda a boa

engenharia que os acionamentos dos motores sejam feitos por cabos, contatores, rels trmicos e

disjuntores (eventualmente fusveis). A ressalva fica para as mquinas de pequeno porte (motores

monofsicos), que so acionadas e controladas por chaves, interruptores etc., totalmente de acordo

com a NBR referenciada pela IEC, mas em desacordo com a NR 12.

Acredito que a indignao com a forma como a norma regulamentadora tratou o assunto de

segurana especificando, ao invs de regulamentar promoveu um eng essamento generalizado

extremamente prejudicial ao nosso parque industrial, criatividade e engenharia nacional, sem

uma contrapartida de mesmo porte em benefcio da segurana dos trabalhadores (as mquinas e

motores continuam funcionando com as mesmas tenses!) .

Estamos falando de quantos motores em mdia? Nas siderrgicas, cerca de 4.000 motores/cada; na

indstria de papel celulose, da ordem de 1.000 motores por linha de produo.

No h dvidas de que a competncia do Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE) est restrita s

relaes de trabalho, porm, este rgo faz parte de um outro maior, o Governo Federal, que tem

responsabilidades sobre as estradas, sobre a sade pblica, sobre a segurana, sobre a educao e

tantos outros aspectos da vida dos brasileiros e que no so tratadas com aparente rigor emprestado

normalizao constante da NR 12.

Referncias bibliogrficas

Ministrio do Trabalho e Emprego: Norma regu lamentadora nmero 12 (NR 12) Mquinas e

equipamentos;

Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT): Eletricidade Geral, Terminologia, NBR 5456;

Ferreira, Aurlio Buarque de Holanda, Novo Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, Editor

Positivo, 4 Edio, 2009;

Cogo, J.R.; S, J.S.; Simes, N.W.B.; Burgoa, J.A.: Anlise do Desempenho de Motores Trifsicos

Nacionais Revista Eletricidade Moderna Ano XXI, no 227 fevereiro 1993, pg inas 26 a 39;

Cogo, J. R. e Outros: Relatrio Tcnico Final Referente a Avaliao do Desempenho dos Motores

Eltricos Trifsicos Convnio EFEI / FUPAI / ELETROBRS / CEMIG / PROCEL. 1990;

Garcia, A.G.P., Impacto da Lei de Eficincia Energtica para Motores Eltricos no Potencial de

Conservao de Energia na Indstria, RJ, Dezembro de 2003;

Neto, M.M., Anlise dos Movimentos de Inovao Tecnolgica e Regulamentao Aplicada a Motores

Eltricos para Melhoria da Eficincia Energtica no Brasil, Revista Engenho, Jundia SP.

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