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www.fdte.org.br Boletim Informativo da FDTE - Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia NRE-POLI, A BÚSSOLA DOS INVESTIDORES Em sua reunião anual, realizada em novembro, o Comitê de Mercado do Núcleo de Real Estate da Poli (NRE-Poli) divulgou perspectivas para o setor em 2014. Neste ano, a nota está enriquecida com a análise de uma enquete feita com um conjunto de formadores de opinião, composto por empresários e executivos de grandes companhias. Segundo o professor João da Rocha Lima Júnior, coorde- nador do núcleo, a enquete mostra, entre outros fatores, que a oferta de pequenos escritórios compartilhados para investimento deverá apresentar queda expressiva em 2014 em relação ao verificado em 2013, exceto os empreendimentos com localização de muita qualidade. Entre os executivos consultados pelo NRE-Poli, 24% acre- ditam que a oferta diminuirá muito, 40% que será pouco menor, enquanto para 21% os resultados serão equivalen- tes aos de 2013. Apenas 11% opinam que a oferta crescerá moderadamente e 4% preveem crescimento expressivo. A enquete mostra ainda que o valor dos aluguéis de lajes corporativas deverá cair ainda mais em 2014 nos grandes centros, ante o patamar de 2013. A queda será resultado dos vazios existentes, inflados pelo aumento da oferta com influência do frágil andamento esperado para a economia brasileira em 2014. Os estudos sobre as perspectivas para 2014 do NRE-Poli abrangem o mercado de imóveis residenciais; empre- endimentos destinados à renda e vendas; desempenho de empresas e crédito. A nota com as perspectivas para 2014 pode ser consultada no link: www.realestate.br. Instalado há três anos, o comitê de mercado é composto por professores do NRE-Poli, empresários e consultores do setor convidados para formar esse grupo de discussões sobre os grandes temas de real estate, em cada momento da conjuntura. Rocha Lima explica que o comitê se reúne cinco vezes por ano para discutir um tema predefinido. Ensino O programa de MBA Real Estate, Economia Setorial e Mercados da Poli conta com o apoio de administração da FDTE. O professor explica que o NRE-Poli é uma uni- dade de ensino em graduação, pós-graduação e MBA e de serviços e consultoria à comunidade. Ele comenta que, ao instalar esta unidade no Departamento de En- genharia de Construção Civil, a Poli passou a desenvolver conhecimento, que é oferecido ao meio empresarial por meio de processos, sistemas e técnicas de avaliação e condução dos negócios do setor econômico. O NRE-Poli é composto pelos professores e pesquisadores do grupo de real estate do departamento, incluindo os alunos de mestrado, doutoramento e do programa de MBA. O núcleo oferece conhecimento especializado e processos inovadores de gestão por meio de suas publicações encon- tradas em www.realestate.br. Nas cartas, diz Rocha Lima, estão publicadas, por exemplo, as discussões sobre bolhas de preços, que tanto atormentam o mercado brasileiro nesta conjuntura. “O conhecimento é transmitido por meio do programa de MBA Real Estate, instalado há vinte anos e que vem formando uma nova visão de gestão no mercado brasileiro. Os alunos egressos do MBA cumprem muitas po- sições de destaque no meio empresarial”, afirma. Os serviços oferecidos pelo núcleo estão em patamar su- perior ao padrão de qualificação existente no mercado. Nesse elenco estão a consultoria para gestão de grandes portfólios de investimento de investidores institucionais e análises de tendências de mercado, com recomenda- ção de investimento e desinvestimento. Nota de rating Rocha Lima lembra que o NRE-Poli oferece o serviço de classificação de edifícios comerciais, que tem sido usado por importantes empreendedores brasileiros. Explica que uma nota de rating de edifício comercial emitida pelo NRE-Poli qualifica o empreendimento a penetrar em seg- mentos de mercado, cujos clientes se apoiam na opinião qualificada e independente do núcleo para aceitar preços de locação diferenciados. “Para alguns empreendedores oferecemos consultoria antes da construção do prédio comercial de modo que, pronto dentro das especificações que recomendamos, ele já se enquadra na categoria pre- tendida pelo empreendedor. Na maioria dos casos, essas consultorias são destinadas aos edifícios AAA, da primeira hierarquia do mercado”, conclui. João da Rocha Lima: coordenador do Núcleo de Real Estate da Poli Debate Enchentes: políticas públicas equivocadas As políticas de combate às enchentes são o tema do debate promovido pela FDTE. Pág. 3 Novo serviço da FDTE O Grupo de Resolução de Controvérsias visa atender à demanda de escritórios de advocacia. Pág. 5 TIC na conservação da biodiversidade A Poli-USP desenvolve sistema computacional para a gestão da biodiversidade. Pág. 4 Poli na construção do Labgene Marinha se prepara para construir o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica. Pág. 5 Fevereiro/2014 Ano 2 Nº 08

NRE-POLI, A BÚSSOLA DOS INVESTIDORES

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Page 1: NRE-POLI, A BÚSSOLA DOS INVESTIDORES

www.fdte.org.br

Boletim Informativo da FDTE - Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia

NRE-POLI, A BÚSSOLA DOS INVESTIDORESEm sua reunião anual, realizada em novembro, o Comitê de Mercado do Núcleo de Real Estate da Poli (NRE-Poli) divulgou perspectivas para o setor em 2014. Neste ano, a nota está enriquecida com a análise de uma enquete feita com um conjunto de formadores de opinião, composto por empresários e executivos de grandes companhias.

Segundo o professor João da Rocha Lima Júnior, coorde-nador do núcleo, a enquete mostra, entre outros fatores, que a oferta de pequenos escritórios compartilhados para investimento deverá apresentar queda expressiva em 2014 em relação ao verificado em 2013, exceto os empreendimentos com localização de muita qualidade.

Entre os executivos consultados pelo NRE-Poli, 24% acre-ditam que a oferta diminuirá muito, 40% que será pouco menor, enquanto para 21% os resultados serão equivalen-tes aos de 2013. Apenas 11% opinam que a oferta crescerá moderadamente e 4% preveem crescimento expressivo.

A enquete mostra ainda que o valor dos aluguéis de lajes corporativas deverá cair ainda mais em 2014 nos grandes centros, ante o patamar de 2013. A queda será resultado dos vazios existentes, inflados pelo aumento da oferta com influência do frágil andamento esperado para a economia brasileira em 2014.

Os estudos sobre as perspectivas para 2014 do NRE-Poli abrangem o mercado de imóveis residenciais; empre-endimentos destinados à renda e vendas; desempenho de empresas e crédito. A nota com as perspectivas para 2014 pode ser consultada no link: www.realestate.br.

Instalado há três anos, o comitê de mercado é composto por professores do NRE-Poli, empresários e consultores do setor convidados para formar esse grupo de discussões sobre os grandes temas de real estate, em cada momento da conjuntura. Rocha Lima explica que o comitê se reúne cinco vezes por ano para discutir um tema predefinido.

EnsinoO programa de MBA Real Estate, Economia Setorial e Mercados da Poli conta com o apoio de administração da FDTE. O professor explica que o NRE-Poli é uma uni-dade de ensino em graduação, pós-graduação e MBA e de serviços e consultoria à comunidade. Ele comenta que, ao instalar esta unidade no Departamento de En-genharia de Construção Civil, a Poli passou a desenvolver conhecimento, que é oferecido ao meio empresarial por meio de processos, sistemas e técnicas de avaliação e condução dos negócios do setor econômico. O NRE-Poli

é composto pelos professores e pesquisadores do grupo de real estate do departamento, incluindo os alunos de mestrado, doutoramento e do programa de MBA.

O núcleo oferece conhecimento especializado e processos inovadores de gestão por meio de suas publicações encon-tradas em www.realestate.br. Nas cartas, diz Rocha Lima, estão publicadas, por exemplo, as discussões sobre bolhas de preços, que tanto atormentam o mercado brasileiro nesta conjuntura. “O conhecimento é transmitido por meio do programa de MBA Real Estate, instalado há vinte anos e que vem formando uma nova visão de gestão no mercado brasileiro. Os alunos egressos do MBA cumprem muitas po-sições de destaque no meio empresarial”, afirma.

Os serviços oferecidos pelo núcleo estão em patamar su-perior ao padrão de qualificação existente no mercado. Nesse elenco estão a consultoria para gestão de grandes portfólios de investimento de investidores institucionais e análises de tendências de mercado, com recomenda-ção de investimento e desinvestimento.

Nota de rating Rocha Lima lembra que o NRE-Poli oferece o serviço de classificação de edifícios comerciais, que tem sido usado por importantes empreendedores brasileiros. Explica que uma nota de rating de edifício comercial emitida pelo NRE-Poli qualifica o empreendimento a penetrar em seg-mentos de mercado, cujos clientes se apoiam na opinião qualificada e independente do núcleo para aceitar preços de locação diferenciados. “Para alguns empreendedores oferecemos consultoria antes da construção do prédio comercial de modo que, pronto dentro das especificações que recomendamos, ele já se enquadra na categoria pre-tendida pelo empreendedor. Na maioria dos casos, essas consultorias são destinadas aos edifícios AAA, da primeira hierarquia do mercado”, conclui.

João da Rocha Lima:coordenador do Nú cleo de Real Estate da Poli

DebateEnchentes: políticas públicas equivocadasAs políticas de combate às enchentes são o tema do debate promovido pela FDTE. Pág. 3

Novo serviço da FDTEO Grupo de Resolução de Controvérsias visa atender à demanda de escritórios de advocacia. Pág. 5

TIC na conservação da biodiversidadeA Poli-USP desenvolve sistema computacional para a gestão da biodiversidade. Pág. 4

Poli na construção do LabgeneMarinha se prepara para construir o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica. Pág. 5

Fevereiro/2014Ano 2Nº 08

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EDITORIAL

TIME LINE

Em 20 de dezembro de 2013, a Universidade de São Paulo elegeu reitor e vice-reitor para o quadriênio 2014-2017. Foram eleitos – com quase dois terços dos votos – os professores Marco Antonio Zago (reitor) e Vahan Agopyan (vice-reitor), sendo este último ex-di-retor da nossa Escola Politécnica. São boas-novas – a sólida relação demonstrada entre os eleitos durante os debates que precederam o pleito nos permite afirmar que a Poli está de volta à reitoria, depois de ausente por longo tempo. Não que a Poli espere qualquer be-nefício especial – aqueles que conviveram com o pro-fessor Vahan sabem que ele age de forma imparcial e justa, em todos os sentidos. Sabemos, entretanto, que o vice-reitor poderá dar expressiva contribuição à universidade, e nos entusiasmamos por sermos parte desta e, portanto, beneficiários diretos dos respectivos resultados.

Esta é uma campanha deslanchada, em 2010, pela toda-poderosa União Internacional de Transpor-te Público (UITP), que congrega mais de cinco mil entidades associadas, de mais de 150 países, entre operadoras, indústrias, associações nacionais e “for-necedoras de soluções”. Nesta última categoria en-quadra-se a FDTE – afiliada desde 1993 –, que, por conta de seu estreito vínculo com a Escola Politéc-nica da USP, é entendida também como uma porta de entrada para o âmbito universitário, participan-do assim da Academic Network da associação.

Em 2003, durante o Congresso Mundial de Madri, a UITP criou a DAL – Divisão América Latina, e a FDTE foi uma das sete signatárias da ata de instituição. Hoje, a DAL tem 62 membros associados. Em sua úl-tima assembleia de membros, na Cidade do México, a DAL decidiu instituir os chamados “eventos técni-cos itinerantes”, em que seus membros levam, a ci-dades latino-americanas, sua experiência na solução dos problemas de transporte público e discutem-se os erros e acertos nas políticas em implantação.

Um primeiro evento técnico dessa natureza acaba de ser realizado, nas cidades argentinas de Bue-

tar impedir a aposentado-ria do saudo-so bonde, que está voltando rebatizado de VLT – Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). TPx2 em 2015? A FDTE certamente está nessa.

Nelson ZuanellaEngenheiro de eletrônica pela Escola Politécnica da USP (1962), onde lecionou nas áreas de tele-comunicações e sistemas digitais. Iniciou sua car-reira profissional em subsidiária da Philips holan-desa, em desenvolvimentos na área de televisão. Instituidor da FDTE, foi seu diretor até 2004 e é membro do Conselho Curador desde então. Atu-almente esta na presidência do órgão. É secretário do Conselho Consultivo da União Pan-americana de Associações de Engenheiros (Upadi) e membro do Conselho Consultivo da Rede América Latina--Europa de Educação Continuada (Recla), entida-de sediada em Bogotá (Colômbia), que presidiu no triênio 2005-2008. É membro titular da Academia Pan-americana de Engenharia.

A FDTE E O TRANSPORTE PÚBLICOTP x 2 em 2015: chegar em 2015 com a participação do transporte público

urbano no mínimo duplicada, em âmbito mundial.

nos Aires e Rosário, com participação da FDTE. Ao filiar-se à UITP, a FDTE, aos 21 anos, já tinha pra-ticamente este mesmo tempo de participação na área de TP – o primeiro projeto, para o Metrô-SP, levou o número 7, na sequência cronológica, que hoje já está em 1.357.

O que a FDTE fez para o TP nos seus 41 anos de vida? Cerca de 70 projetos relacionados à área, diretamente ou indiretamente, como, por exem-plo, planejamentos de tráfego urbano. Entre eles, diversos projetos para a indústria, relacionados aos equipamentos rodantes e à instrumentação embarcada ou externa. A maioria foi destinada para operadoras de TP sobre trilhos e sobre pneus e vários para o poder concedente. Muitos de im-portância vital, ligados à segurança e à confiabili-dade dos sistemas de transporte público – a FDTE é a fiel da segurança do transporte metroviário no país. Alguns têm importância histórica, como os relacionados a corredores de ônibus em São Paulo e Porto Alegre e à monitoração de trens e metrôs, nestas mesmas cidades. Todos influenciando, para melhor, a qualidade de vida do passageiro. Infelizmente, a FDTE não nasceu a tempo de ten-

Nelson Zuanella

PRENÚNCIO DE BONS TEMPOSNão é só: em 14 de fevereiro último, a Congregação da Esco-la Politécnica escolheu – e o reitor confirmou – José Roberto Castilho Piqueira como o novo diretor da Escola Politécnica. Foram 185 votos de 214 possíveis, demonstrando o reconhe-cimento da Congregação ao mérito do diretor que assume.

Piqueira demonstrou, inúmeras vezes, a importância que dá à graduação, que é responsável por aproximadamente 700 novos profissionais no mercado, muitos dos quais retorna-rão à Poli como docentes, o que determinará seu padrão de excelência.

Certamente os programas voltados aos alunos de gradua-ção – e apoiados pela FDTE – terão grande estímulo sob a direção do professor Piqueira. Mais uma vez, permitimo-nos entusiasmar e, otimistas, concluir que temos hoje fortes pre-núncios de bons tempos na Poli e na universidade. André S. Gertsenchtein

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CIDADANIA - DEBATE

As políticas de combate“No final do século passado, as obras da primeira fase de ampliação da calha do rio Tietê estavam acabando quando a empresa de consultoria am-biental Hidroplan anunciou que a sua capacidade, com pouco mais de dez anos do seu início, já esta-va superada em 25%.

Nessa época, o engenheiro Aluisio Canholi, diretor da Hidrostudio, se revoltou: até quando a drena-gem vai viver a reboque da urbanização desorde-nada? Ele tinha acabado de vender o projeto do primeiro piscinão urbano brasileiro para a prefeitu-ra de São Paulo. O piscinão da avenida Pacaembu, inaugurado em 1994, foi um sucesso e teve enorme repercussão. Ficou fácil defender a tese de que a so-lução para o combate às enchentes teria que passar a ser a construção de piscinões e deixar de investir no aumento da capacidade de drenagem.

Conseguiu seduzir os técnicos da prefeitura de São Paulo e do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) do Estado de São Paulo. Formaram um grupo entusiasta dessa ideia, que, aproveitan-do a omissão e incompetência das autoridades de plantão, assumiu o comando das políticas de combate às enchentes em São Paulo. Assim, nos últimos vinte anos, a solução passou a ser a cons-trução de piscinões.

Registro importante: não poderia deixar de lem-brar que nesses 20 anos aconteceu uma exceção significativa, que foi a passagem do engenheiro Antonio Arnaldo de Queiroz e Silva pela Secretaria de Infraestrutura Urbana, que não compactuou com esse processo e fez tudo o que poderia ser feito para revertê-lo. Embora tenha conseguido resultados, veio a falecer sem terminá-lo e os pro-cessos retornaram à situação anterior.

A partir daí passou a ser proibido aumentar a capacidade da drenagem existente e todos os alagamentos deveriam ser enfrentados com os piscinões. Estabeleceram vazões de restrição para todas as bacias e sub-bacias da região nos níveis da época, ou seja, de 20 anos atrás, o que pratica-mente congelava o avanço da urbanização.

Em outras palavras, o setor de combate às en-chentes promoveu uma intervenção no processo de desenvolvimento da região metropolitana. É evidente que, sob o aspecto institucional, o grupo

ENCHENTES: POLÍTICAS EQUIVOCADAS

• Não existindo espaço para sua construção, são implantados fora da melhor posição hidráulica na bacia e em locais impróprios, como as praças pú-blicas, que têm sido muito procuradas pelos ges-tores do programa, causando a deterioração da paisagem urbana e até desequilíbrios ambientais.

• Para dar resultados, dependem de permanen-te operação e manutenção, que são atividades ainda não absorvidas pela nossa cultura técnica nos níveis desejáveis.

• Os piscinões não funcionam quando ocorre uma segunda precipitação em tempo menor que o necessário para o seu esvaziamento.

• Estudos feitos pela Dra. Edna de Cássia Silvé-rio, da Faculdade de Saúde Publica da USP, nos piscinões Anhumas e Caaguaçu, na zona leste, concluíram que os piscinões são locais de proli-feração de mosquitos com potencial epidemio-lógico de transmissão de doenças como a malá-ria, filariose bancroftiana, dengue, entre outras.

• Os altos custos de construção, operação e manu-tenção que devem ser multiplicados pelo gran-de número de unidades necessárias para que produzam os resultados mínimos no combate às enchentes.”

Julio Cerqueira Cesar Neto é engenheiro civil, graduado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) em 1953 e pós-graduado em engenharia civil, também pela Poli, em plane-jamento urbano e regional, barragens e túneis, em 1966. Foi professor da Poli, da Faap e da Faculdade de Saúde Pública da USP. Foi presidente da Associa-ção Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes); membro do Conselho Deliberativo e Con-sultivo do Instituto de Engenharia-SP. Atuou como coordenador na área de saneamento e recursos hídricos, saúde pública e energia e foi diretor de pla-nejamento do DAEE. Presidiu o Comitê Executivo de Estudos Integrados da Bacia do Jaguari-Piracicaba e a Fundação Agência da Bacia do Alto Tietê. É mem-bro do Conselho de Meio Ambiente da Fiesp e autor do livro Política de Recursos Hídricos – Instrumen-to de Mudança (Editora Pioneira/Edusp).

Júlio Cerqueira Cesar Neto

não tinha competência para tomar esta decisão, tanto que a cidade não ficou sabendo e continuou a crescer e se urbanizar normalmente. Sob o as-pecto técnico, sim, tinham competência e na realidade substituíram a engenharia pela ideolo-gia. Esta política continua em vigor.

Dois grandes equívocosPrimeiro, a construção da segunda fase da am-pliação da calha do Tietê (24,5 km): embora já se soubesse que o seu projeto estava superado em 25%, não permitiram o aumento das suas dimen-sões, afirmando que essa incapacidade, além das demais existentes e futuras, seria resolvida com a construção de 134 piscinões. Nesses 20 anos fo-ram construídos 53 piscinões e a incapacidade da calha aumentou de 25% para 100%.

Segundo, ao construir 53 piscinões, as autorida-des olvidaram por completo que esta solução para dar resultados depende de permanente operação e manutenção, mesmo porque nem a prefeitura nem o DAEE estavam – e não estão – preparados para este mister. Recentemente, os sucessivos in-sucessos com este plano levaram o grupo a incluir nas suas programações os custos com operação e manutenção. Para construir os 53 piscinões foram gastos cerca de R$ 4 bilhões e com a perspectiva atual da construção dos demais, agora incluindo estes custos, o programa vai a mais de R$ 25 bi-lhões. Se houvesse uma reversão e voltássemos a aumentar a capacidade dos sistemas de drena-gem, gastaríamos menos de um terço deste valor, num prazo muito menor. Entretanto, mantendo o atual programa a cidade continuará alagada no seu final.

Contra os piscinõesDiante do exposto, minha conclusão é que os pis-cinões não devem ser indicados para controle de enchentes numa área superurbanizada como a nossa metrópole, pois:• Só dão resultado logo a jusante do local do ala-

gamento; para resolver o problema metropoli-tano seriam necessários muito mais piscinões do que os 134 previstos.

• Como em São Paulo a drenagem transporta também esgotos sem tratamento, os piscinões se transformam em decantadores primários de esgoto, só que no meio da cidade. Em termos urbanos, cada piscinão se constitui em um de-sastre sanitário.

Na opinião do professor Júlio Cerqueira Cesar Neto, os piscinões substituíram o programa de drenagem da cidade a um custo muito alto e não impedem os

alagamentos. Em seu artigo, o professor fundamenta sua posição contrária às atuais políticas públicas de combate a enchentes.

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PROJETO

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃONA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

“...PODE-SE VERIFICAR O CRESCIMENTO

OU O DECLÍNIO DE ESPÉCIES...”

A Escola Politécnica da USP (Poli-USP), o Núcleo de Biodiversidade e Computação da USP (Bio-Comp), a Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), com o apoio técnico da GIZ – Agência Alemã de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável, estão desenvolvendo um sistema computacional que possibilitará a gestão de informações e o mo-nitoramento da biodiversidade das Unidades de Conservação (UCs).

Segundo o coordenador do projeto por parte da USP, professor Pedro Luiz Pizzigatti Corrêa, do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Poli, o Sistema de Gestão da Informação e do Monitoramento da Biodiversida-de é voltado para captura, integração, comparti-lhamento, visualização e análise de dados, utili-zando ferramentas computacionais open source, baseadas em padrões internacionais e abertos de interoperabilidade de dados de biodiversidade.

O sistema permitirá a captura de informações de UCs e a visualização integrada de mapas, espécies e espécimes para usuários de dados sobre a biodi-versidade. “A aplicação da tecnologia da informa-ção e comunicação (TIC) ao meio ambiente obje-tiva auxiliar a realização de pesquisas e aumentar

uma ferramenta integradora no ICMBio; e um portal para visualização e análise. O monitora-mento coordenado da biodiversidade em nível de unidades de conservação produz informações relevantes para decisões sobre a proteção do cli-ma. Será possível avaliar se o Sistema Nacional de Unidades de Conservação está sendo efetivo para conservação; se cada UC está cumprindo sua fun-ção e ainda mensurar os impactos das mudanças climáticas sobre a biodiversidade.

Serão monitoradas no final de 2014 Unidades de Conservação localizadas na Amazônia, Mata Atlântica e no Cerrado. Na Amazônica as UCs são: Flona Jamari (RO), Reserva Extrativista Cazumbá--Iracema (AC), Reserva Biológica Uatumã (AM), Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (AP), Parque Nacional Jaú (AM), Reserva Extrativis-ta Rio Unini (AM), Floresta Nacional Carajás (PA), Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns.

O trabalho na Mata Atlântica abrange as UCs: Parque Nacional Serra dos Órgãos (RJ), Reserva Biológica Una (BA), Reserva Biológica Guaribas (PB), Parque Nacional Iguaçu (PR) e Parque Na-cional Superaguí (PR). As UCs do Cerrado são: Parque Nacional Serra do Cipó (MG), Parque Na-cional Chapada dos Guimarães (MT), Parque Na-cional Serra da Bodoquena (MS), Parque Nacio-nal de Brasília (DF), Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) e Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins (TO).

Professor Pedro Luiz Pizzigatti Corrêa com sua equipe de trabalho na USPFo

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o conhecimento, ajudar na divulgação desse conhecimento junto à sociedade e prover apoio à tomada de decisão sobre o uso sustentado dos recursos naturais”, afirma Corrêa.

O professor explica que o monitoramento da bio-diversidade é uma das ferramentas mais impor-tantes para a gestão de unidades de conservação. “Por meio da coleta sistemática e padronizada de dados, pode-se verificar o crescimento ou o declí-nio de espécies e, assim, avaliar políticas de con-servação vigentes no local”, explica. Além disso, permite que sejam feitas análises prévias, como simulações e modelagens, o que pode orientar a tomada de decisão para implantação de metodo-logias e políticas futuras em longo prazo.

A arquitetura do sistema é formada por três pila-res básicos: um sistema de informação que gera banco de dados nas unidades de conservação; Parque Nacional da Serra dos Órgãos

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Na resolução de controvérsias contratuais, o simples fato de as partes em conflito optarem pelo proces-so arbitral ou extrajudicial já demonstra a vontade dos envolvidos em encontrar uma solução mais rápida. Entretanto, segundo o engenheiro Claudio Dall’Acqua, conselheiro da FDTE, a escolha correta dos profissionais de engenharia para a elaboração de pareceres técnicos é fundamental para acelerar a so-lução, gerando economia de tempo e dinheiro.

Ele comenta que, em casos do setor de infraestrutura, nem sempre os escritórios de advocacia têm facilida-de para encontrar o profissional mais adequado para fornecer assistência especializada, visando analisar os documentos técnicos e preparar a argumentação que será apresentada nas audiências.

Para preencher esta lacuna de mercado a FDTE criou o Grupo de Resolução de Controvérsias composto por profissionais de engenharia ligados ou formados pela Escola Politécnica da USP (Poli-USP). Segundo Dall’Acqua, coordenador dos trabalhos, com apenas três meses de atuação, o grupo já contabiliza vários trabalhos realizados e em andamento. “Nossos pro-fissionais já prestaram serviços em processos que envolviam centrais de fornecimento de vapor e ar

FDTE SUPRE LACUNA DE MERCADO

TECNOLOGIA E MERCADO

ACONTECE NA POLI

comprimido em siderúrgicas; avaliação de desempe-nho de caldeiras a vapor em usinas de açúcar e álcool; análise de divergências em implantação de empre-endimentos de uso comercial e imobiliário; opiniões técnicas sobre onerosidade excessiva em contratos de infraestrutura; opiniões técnicas em contratos de obras públicas, entre outros”, comemora.

A criação do Grupo de Resolução Controvérsias foi uma decisão da FDTE, em decorrência da percepção das necessidades do mercado na área de escritórios de advocacia. Alguns desses escritórios manifesta-ram dificuldades para conseguir opiniões, pareceres técnicos, assistência técnica e vistorias de qualidade. Em se tratando de infraestrutura, é muito comum haver demanda por profissionais da engenharia. Como as disputas são em várias áreas e os assuntos abrangem diversas modalidades, fica difícil para um escritório de advocacia conhecer esses profissionais.

Com este grupo, a FDTE supre esta lacuna de merca-do, pois, em função de sua proximidade com a Poli, atende trabalhos em todas as áreas da engenharia. “Não atuamos como árbitros. Nosso trabalho visa o atendimento ao tribunal arbitral ou a um dos conten-dores, oferecendo laudos técnicos, assistência técni-

A Marinha do Brasil se prepara para construir o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene), que será utilizado para validar o projeto e ensaiar todas as condições de operação possíveis para uma planta de propulsão nuclear. O Labgene será composto por 11 prédios principais, entre eles o prédio do reator e o prédio das turbinas.

Segundo o vice-diretor da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), professor José Roberto Castilho Piqueira, toda a supervisão da construção e implantação do Labgene será feita pela Fundação para o Desenvol-vimento Tecnológico da Engenharia (FDTE). “A Mari-nha contrata os serviços da Poli para supervisionar o trabalho de construção e implantação do laboratório por meio da FDTE”, afirma. O Labgene será construído

no Centro Experimental Aramar, localizado na cidade de Iperó, a 120 km de São Paulo.

O professor Piqueira conta que a Poli e a Marinha do Brasil trabalham juntas desde os anos 1950. “O curso de engenharia naval surgiu de uma associação entre a Marinha e a Poli”, diz o vice-diretor. Ele comenta que a parceria se intensificou nos últimos quatro anos, com progresso em novos projetos, inclusive envolvendo a parte de ensino. “Estamos na quarta versão do curso de especialização tecnológica nucle-ar básica oferecido pela Poli aos oficiais da Marinha”. Ele informa que este curso é uma espécie de balão de ensaio para o futuro curso de engenharia nuclear da Poli em parceria com a Marinha e que deve ser lançado dentro de dois ou três anos.

Piqueira conta que a Marinha do Brasil tem a pers-pectiva de doar um terreno para a Poli em Aramar, onde serão construídos laboratórios de pesquisa para o curso de extensão e de pós-graduação e gra-duação na área de projetos de engenharia nuclear. O curso será ministrado na Poli, com algumas disci-plinas práticas em Aramar. Segundo explica, a FDTE tem atuação importante na parceria da Poli com a Marinha. Além do Labgene, a FDTE irá colaborar na implantação do laboratório de software de proje-

tos nucleares, além de gerenciar o sistema de bol-sas de mestrado e de pós-graduação da Marinha.

ProjetosSegundo Piqueira, os projetos de pesquisa da Poli-USP com a Marinha tiveram grande impulso no momento em que o governo brasileiro come-çou a destinar mais recursos ao programa nuclear brasileiro. A partir daí a Escola Politécnica, com o apoio da Marinha, começou a fazer pesquisa em propulsão e reatores. “Foram desenvolvidos vá-rios projetos de reatores, pesquisas de propulsão naval, softwares de controle dos sistemas navais embarcados e automação dos diversos processos da Marinha do Brasil”, comenta.

Além das pesquisas e projetos na área nuclear, a Poli-USP tem vários projetos em desenvolvimento na parte comum da Marinha, como em automa-ção de fragata e corveta e automação de subma-rinos convencionais. Piqueira cita dois exemplos: o projeto de construção do LabHidro, um labora-tório de hidrodinâmica com túneis de vento para testes e simulação para a indústria naval, que será construído com assessoria da Poli em Aramar, e o desenvolvimento dos torpedos, dispositivos guia-dos por processos remotos.

ca, auxiliando o trabalho do advogado na elaboração de sua defesa”, afirma.

Segundo Dall’Acqua, existe muita demanda para este serviço da FDTE. Ele diz que o grupo já conta com diversos contratos. “Nossos clientes estão entre os principais escritórios brasileiros de advocacia e trabalhamos em projetos de relevância para o país. O serviço que realizamos irá mudar o enfoque até hoje dado ao Judiciário no andamento dos processos. A velocidade com que temos atuado na oferta de pa-receres e opiniões sobre os mais variados temas tem sido elogiada por todos”, afirma.

O grupo da FDTE é formado por profissionais com lar-ga experiência em gestão empresarial e de empreen-dimentos. Para este tipo de assistência o profissional precisa conhecer o contexto dos projetos, das condi-ções em que os contratos são executados e dos riscos de sua implantação. “Essa experiência só tem quem viveu isso na prática e os advogados sabem que, ao contratar a FDTE, contam com profissionais que não estão envolvidos na disputa. Um aspecto fundamental na escolha de nosso grupo é a nossa credibilidade como profissionais e a imparcialida-de de posicionamentos”, conclui Dall’Acqua.

POLI NA CONSTRUÇÃO DO LABGENE

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Page 6: NRE-POLI, A BÚSSOLA DOS INVESTIDORES

ExpedienteFTDEDiretor-Superintendente: André Steagall GertsenchteinDiretor de Operações: João Antonio Machado NetoDiretor Administrativo e Financeiro: Antonio Carlos FonsecaDiretora de Assuntos Especiais: Edith RanziniConselho CuradorPresidente: Nelson ZuanellaVice-Presidente: Célio TaniguchiMembros: Antonio Hélio Guerra Vieira

Claudio Amaury Dall’AcquaEttore José BotturaIvan Gilberto Sandoval FalleirosJoão Cyro AndréJosé Roberto CardosoOzires SilvaEndereço: Av. Eusébio Matoso, 1375 – 6º andarPinheiros – São Paulo / SP - CEP: 05423-180Telefone: (11) 3132 - 4000Jornalista responsável: Luiz Voltolini (MTb - 11.095)Diagramação: Samuel Coelho - [email protected]

Tiragem: 1.000 exemplaresPeriodicidade: bimestralA reprodução do conteúdo desta publicação é permitida mediante autorização prévia e citada a fonte

FDTE Informa é uma publicação da FDTE - Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia. Disponível no site da entidade (www.fdte.org.br) e distribuída gratuitamente.

selo FSC

A partir desta edição, o FDTE In-forma começa a publicar esta se-ção com o objetivo de incentivar a leitura, contando ao seu público leitor, formado pela comunidade acadêmica – professores, enge-nheiros e alunos de engenharia –, o que os mestres e doutores da Poli estão lendo atualmente. Nesta edição os professores José Roberto Castilho Piqueira, João Cyro Neto e Alex Abiko fazem breves comentários de livros que estão lendo e recomendam.

José Roberto Castilho Piqueira – Quando se tra-ta de leitura, sou o retrato da incoerência. Vivo no mundo digital, mas não dispenso o livro em papel, bem impresso. Sou um “nerd-exatoide” típico, mas aprecio a poesia e a literatura, característica que desenvolvi ao observar meus colegas professores Antonio Medina Rodrigues (em memória) e José de Paula Ramos Júnior. Por isso vou indicar duas leitu-ras do mesmo autor: Manuel Bandeira.

Começando por 50 poemas escolhidos pelo autor, edição da CosacNaify. É uma dessas joias que po-dem ser admiradas todos os dias e dentro dela des-taco: Profundamente; Irene no céu e Momento num

O Grêmio Politécnico da USP comemorou mais um ano de existência com o lançamento do livro 110 Anos do Grêmio Politécnico da USP, lançado no dia 16 de dezembro em evento realizado no

CURTASPró-reitores - No dia 11 de fevereiro o Con-selho Universitário homologou a nova equi-pe de pró-reitores indicados pelo reitor Mar-co Antonio Zago. Antônio Carlos Hernandes assume a pró-reitoria de Graduação e a professora Dora Gombossy de Melo Franco assume a pró-reitoria de Pós-Graduação. A pró-reitoria de Pesquisa será comandada por José Eduardo Krieger e, na pró-reitoria de Cultura e Extensão, Zago decidiu manter a professora Maria Arminda de Nascimento Arruda, no cargo desde 2010.

EDUCAÇÃO

O QUE ESTOU LENDO

HISTÓRIA VIVA

café. Para quem gosta de crôni-cas, sugiro Crônicas para Jovens, publicado pela Global. Lá, desta-co Minha adolescência, que conta seu ingresso na Poli-USP para o curso de engenheiro-arquiteto, em 1904, e o posterior abandono forçado por grave doença.

João Cyro André – Estou lendo dois livros – Walt Disney: O Triunfo

da Imaginação Americana, de Neal Gabler (Editora Novo Século). Traz uma biografia de Walt Disney. Fala de sua personalidade – difícil e obstinada e de sua capacidade empreendedora –, de distribui-dor de jornal à construção de um império. E Poor Economics: A Radical Tethinking of the Way to Fight Global Poverty, Abhijit V. Banerjee e Esther Duflo – PublicAffairs, NY. Trata-se de experiências, princi-palmente em educação e saúde, no combate à po-breza em diversas regiões do mundo. Indico ainda a obra Eichmann em Jerusalém, de Hannah Arendt (Companhia das Letras). Excelente ensaio sobre o julgamento de Eichmann em Jerusalém, elaborado a partir do que a autora escreveu para o The New Yorker. São notáveis suas apreciações sobre aspec-tos legais e filosóficos e sua reflexão sobre a bana-lidade do mal.

Alex Abiko – Estou lendo dois livros: Rápido e Devagar, de Daniel Kahneman, Prêmio Nobel de Economia. Este livro explica que temos duas formas de pensar: uma rápida, intuitiva e emo-cional e outra mais lenta, deliberativa e lógica e nos ensina como utilizá-las. E A outra face da Lua, de Claude Lévi-Strauss. Este livro traz uma visão deste importante sociólogo francês sobre a civilização japonesa a partir de uma antologia de crônicas, notas pitorescas e artigos.

auditório da Poli, na Cidade Universitária. Estive-ram presentes alunos, professores da Poli e ex--presidentes do grêmio, entre eles alguns que hoje ocupam lugar de destaque na comunidade

politécnica, como o vice-diretor da Poli, José Ro-berto Castilho Piqueira, o superintendente da FDTE, André Steagall Gertsenchtein, e o professor Antonio Luiz Campos Mariani. Eles fizeram parte da mesa ao lado do diretor da Poli, José Roberto Cardoso, e do presidente do grêmio em 2013, Rafael Ganzerli Auad. A obra traz a história da instituição, fazendo um paralelo com a história do Brasil. O livro pode ser adquirido na sede do Grêmio Politécnico, situada na avenida Professor Almeida Prado, 128, Travessa 2 – Prédio do Biênio, 1º andar. Contatos pelo telefone 11-3091.5777 ou pelo e-mail [email protected]: Antonio L. C. Mariani, André S. Gertsenchtein, José Roberto Piqueira e Rafael Auad

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