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Notícias do Ténis - junho 2013
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EDIÇÃO MENSAL ONLINE JUNHO 2013
Notícias do ténis
Esta newsletter foi escrita no âmbito do novo Acordo O
rtográfico. D.R.
Rei em Paris
Frederico Silva (novamente ao lado do britânico Kyle Edmund) sagrou-se campeão no torneio júnior de Roland Garros e conquistou o segundo título em provas do
“Grand Slam”, depois do triunfo no Open dos Estados Unidos, no ano passado. É o único português na galeria dos campeões em torneios “major”.
2 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
Renovadas esperanças
EDITORIAL
Federação Portuguesa de Ténis Rua Ator Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha
Tel.: 214 151 356 Fax: 214 141 520 [email protected] www.tenis.pt
EDIÇÃO ONLINE Direção: Vasco Costa. Coordenação: José Santos Costa
Frederico Silva voltou a ven-cer um torneio júnior no “Grand Slam”. Outra vez com Kyle Edmund, o portu-guês juntou a vitória nos pares em Roland Garros ao título que conquistara no Open dos Estados Unidos, no ano passado. No ano de transição de júnior para sénior, Frederico Silva renovou as esperanças de um futuro risonho em intérpretes portugueses. O passado está recheado de êxitos lusos nos muitos “courts” internacionais e este título na terra batida do “major” francês comprova que o ténis português reúne potencial suficiente para acreditar que rejubilaremos mais vezes. Frederico Silva tem atra-vessado os vários escalões de formação com resultados importantes. Foi campeão europeu de pares em sub-14, ao lado de Gonçalo Lou-reiro, e conquistou o título de sub-16 juntamente com Vas-co Mensurado. No ano pas-sado, em singulares, Frederi-co Silva foi vice-campeão no Campeonato da Europa de sub-18, em Moscovo.
Com 17 anos, Frederico Silva foi sexto no “ranking” júnior mundial em janeiro de 2012, igualando o registo de Gastão Elias, alcançado no mesmo mês, mas em 2008. Estas duas posições “ex aqueo” sucedem ao primeiro lugar no “ranking” mundial júnior atingido nos primeiros meses de 1985 por João Cunha e Silva, após uma bri-lhante campanha em tor-neios na América do Sul. A programação de Frederi-co Silva para este ano é preenchida com torneios no circuito profissional sénior e a participação em provas de “Grand Slam” apenas está reservada aos torneios de juniores. E numa sempre difícil adaptação ao circuito profis-sional sénior, o jovem treina-do por Pedro Felner — que tem conduzido brilhantemen-te o crescimento de Frederi-co Silva desde os oito anos — já está a mostrar que tam-bém o sucesso está ao seu alcance, após a conquista do título de singulares num tor-neio de categoria “Futures” realizado em Portugal, em Monfortinho. Assim continue!
«No ano de transição de júnior para sénior,
Frederico Silva renovou as esperanças de um
futuro risonho em intérpretes portugueses»
VASCO COSTA
Presidente da Federação Portuguesa
de Ténis
FERNANDO CO
RREIA
Campeão em Paris
3 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
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D.R. Frederico Silva e Kyle Edmund conquistaram o título de pares no torneio de juniores de Roland Garros, a se- gunda competição do “Grand Slam” do ano. É o segundo triunfo da dupla luso-britânica num “major”, depois da vitória no Open dos dos Estados Unidos, no ano passado. Se Frederico Silva não passou da segun- gunda eliminatória em singulares, o percurso do tenista português e do britânico em pa- res foi vitorioso em absoluto. Um total de cinco encontros a re- gistar o êxito, dois dos quais com recurso ao “match tie-break”. Na primeira ronda, Frederico Silva e Kyle Edmund eliminaram os coreanos Chung e Lee, por 4-6, 6-4 e 13-11, enquanto o encontro da segunda eliminatória no pó de tijolo de Roland Garros, frente a Gomez e Nakagawa, encerrou com os parciais de 6-2 e 7-5 favoráveis ao par luso-britânico, que garantia a presença
numa fase crucial do torneio júnior.
FREDERICO SILVA e KYLE EDMUND: de novo campeões
Na final, Frederico Silva e Kyle Edmund defrontaram uma dupla chile-na, formada por Garin e Jarry. Um duplo 6-3 garantiu o triunfo do par
constituído pelo português e pelo bri-
Nos quartos de final, Frederico Silva e Kyle Edmund afastaram o japonês Nishioka e o peruano Panta, por 7-5 e 6-4. O encontro das meias-finais vol-tou a ser decidido no “match tie-break” e o triunfo sorriu ao português
e ao britânico, por 6-3, 6-7 (5) e 10-3.
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4 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
D.R. tânico, que arrecadou o segundo tro-féu em torneios juniores do “Grand
Slam”. Semanas depois, ainda em Inglater-ra, Frederico Silva, desta feita com o chileno Nicolas Jarry como parceiro, venceu na relva natural do Aegon Junior International, torneio de prepa-ração para Wimbledon, onde repete a dupla com Kyle Edmund, para tentar o terceiro título em eventos do “Grand
Slam” do ano. Frederico Silva é, de resto, o único tenista português a figurar na galeria de vencedores de provas do “Grand
Slam”. No último ano de júnior, Frederico Silva já compete no circuito profissio-nal, no qual se estreou no ITF Futures Faro de 2010, alcançando então a terceira ronda da fase de qualificação do torneio algarvio, dotado de 10 mil
dólares em prémios monetários. Em março desse ano, com Diogo Soares, Frederico Silva jogou a pri-meira final de pares em torneios de
categoria “Future”, mas não logrou arrecadar o título de campeão em
Albufeira. Por ter terminando 2012 entre os dez juniores mais bem cotados no Mundo, Frederico Silva foi integrado no “ITF Junior Exempt Project”, que possibilitou ao jovem português entrar diretamente no quadro principal de singulares de três torneios de catego-
ria “Future”. Frederico Silva teve acesso direto à grelha principal de singulares em Faro e em dois torneios realizados no Egi-to, no Cairo e outro em Sharm El Sheikh. Contudo, não passou da pri-
meira ronda nos três eventos.
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O primeiro êxito de Frederico Silva no circuito ITF de seniores foi averba-do em maio deste ano, com o triunfo em singulares em Monfortinho, após se ter imposto de forma categórica ao espanhol Ivan Arenas-Gualda (“top” 600 na altura). Uma vitória em solo
português muito festejada. Antes, o pupilo de Pedro Felner logrou afastar o tenista francês Elie Rousset (503.º, na altura) no encontro das meias-finais e o italiano Riccardo Ghedi (306.º) no embate dos quartos
de final.
Frederico Silva, operado a um joe-lho de janeiro, o que impossibilitou o tenista de atuar no Open da Austrália, entrou no torneio de Monfortinho em 1.184.º no “ranking” ATP e, com os 18 pontos averbados com a vitória na competição individual, deu um salto significativo, até se fixar na 740.ª posi-
ção. O melhor registo de Frederico Silva, treinado por Pedro Felner desde os oito anos de idade, é atual 723.º na tabela mundial, registo alcançado a
24 de junho deste ano.
FREDERICO SILVA somou, no pó de tijolo de Roland Garros, o segundo triunfo em pares em provas do “Grand Slam”
D.R.
5 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
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Pedro Felner é o treinador de Fre-derico Silva há mais de uma déca-da. O técnico continua a acreditar no potencial de “Kiko”, “a todos os níveis”. — Até onde pode chegar Fre-derico Silva, que, em pouco tem-po, conquistou mais um título em “Grand Slam” e o primeiro título no circuito profissional? — O principal objectivo é entrar no “top” 100 o mais cedo possível. Sabemos que esse percurso é muito difícil e, cada vez mais, demorado. Depois de o atingir, novos desafios se abrem, sendo que, para todos os tenistas, o sonho é entrar no “top” 10, e o Frederico não é exceção. — O triunfo em Roland Garros é o corolário de trabalho e dedi-cação? — Sim, são muito anos de treino, torneios, viagens. Por todo o seu esforço, o Frederico merece mais este título. No entanto, já passou. Soube muito bem e tenho muito orgulho nesta conquista, mas estou certo que o melhor ainda está para vir. — Houve alguma preocupação na preparação para Roland Gar-ros? — Sim, optámos por fazer uma semana de treino em terra batida,
Pedro Felner: «Frederico Silva tem muitos anos para continuar a evoluir»
numa academia de Barcelona. Não conseguimos que o Frederico che-gasse com o ritmo de jogos ideal a Roland Garros, mas, no entanto, acabou por ser uma excelente semana de treino. Tivemos a opor-tunidade de estar com o Galo Blan-co toda a semana. É um excelente técnico, acredita muito no potencial do Frederico e foi muito proveitoso
trabalharmos com ele essa sema-na. — Frederico Silva, com quem trabalha desde os oito anos, ainda tem margem de progres-são? — Sim, a todos os níveis. O Frederico ainda é júnior e tem muitos anos para continuar a evo-luir o seu jogo. Mesmo os jogado-res de “top” ainda o fazem. Por exemplo, veja-se a evolu-ção que o Nadal tem feito no seu jogo, mesmo depois de estar den-tro do ”top” 10. — Como está a analisar a tran-sição de Frederico Silva de júnior para sénior? — É uma transição muito difícil. Muitas vezes mais difícil para os jogadores que conseguiram estar no “top” mundial júnior. Os tor-neios “Future” trazem novas difi-culdades para estes jogadores, e o Frederico não é excepção. Aos poucos, vai-se adaptando à reali-dade do ténis profissional. As qua-lidades dele estão lá e mais cedo ou mais tarde vão-se reflectir no “ranking” ATP. Apesar de um início de ano um pouco atribulado, acabou por ven-cer, no mês passado, o seu pri-meiro título no circuito profissional e estou certo que ainda muitos virão.
PEDRO FELNER
D.R.
6 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
Formar é preciso
A necessidade de formar monitores foi uma das conclusões do I Encontro Nacional de Padel, promovido pela Federação Portuguesa de Ténis, no auditório do Comité Olímpico de Por-
tugal (COP). Subordinado ao tema “Pensar Padel”, do encontro, que contou com mais de duas dezenas de participan-tes, entre praticantes e promotores, ressaltou a necessidade imediata da formação de técnicos, que João Rapazote, vice-presidente da Federa-ção Portuguesa de Ténis com o pelouro do padel, considerou que
deve ser diferente do ténis. “O padel e o ténis são desportos distintos. A formação deverá vir a ser distinta, pois cada desporto tem a sua formação. Neste momento, estamos a fazer um esforço de maior desenvolvi-mento do padel e a única maneira imediata é formar gente rapidamente”,
sustentou João Rapazote. O presidente da Federação Portu-guesa de Ténis, Vasco Costa, inter-veio no debate, realizado no segundo período do encontro, e referiu que a modalidade “pode evoluir” com certifi-cação de treinadores e anunciou que
a formação será uma das prioridades. “O padel é um desporto que está num ritmo de crescimento acelerado e temos de preparar a certificação inde-pendente do padel”, disse Vasco Cos-ta, acrescentando que “o crescimento do padel, com o aumento do número
de campos, vai ser exponencial”.
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André Gomes da Costa, convidado pela Federação Portuguesa de Ténis em abril para coordenar e dinamizar o padel, também sublinhou que “a for-mação organizada vai fazer crescer o padel em Portugal”, reforçando que é indissociável o desenvolvimento sem
formação. “Temos muita gente a jogar padel, que tem dinamizado a modalidade
nos últimos dois a três anos. Para o
padel começar a crescer com alicer-ces em Portugal, tem de haver forma-
ção”, declarou. Vasco Costa acrescentou que a Federação Portuguesa de Ténis “tem de começar a preparar a certificação independente de padel, assumindo
2014 como ano de partida.
...
NO COP, o padel esteve em discussão, com a necessidade de certificar treinadores da modalidade a ressaltar como uma das conclusões
D.R.
7 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
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... “Vamos preparar um curso com valências de padel o mais rápido pos-sível”, anunciou o presidente da
Federação Portuguesa de Ténis.
Questão fulcral
Outra das participantes da mesa redonda, Filipa Figueiredo, que junta-mente com João Pantier e Cordovil elaborou para a Federação Portugue-sa de Ténis documento orientador sobre padel, referiu que é necessária “a formação de técnicos para o
desenvolvimento da modalidade”. “Esta questão é muito importante para o futuro do padel, pois não há desenvolvimento sem uma formação adequada e sustentada”, afirmou Fili-
pa Figueiredo. Também interveniente na mesa redonda, Juan Garcia Rico, vice-presidente da Federação Espanhola de Padel, ressalvou igualmente a
importância da formação. “Se existe um bom monitor, devida-mente credenciado, e uma boa estru-tura, então o padel pode crescer e muito. Assim, pode-se ter a certeza de que o padel está bem alicerçado e que pode encarar o futuro com uma
ideia de crescimento”, afirmou. João Rapazote reiterou que “a for-mação deverá ser distinta”, pois, acentuou, “cada desporto deve ter a
sua formação”. André Gomes da Costa acrescentou que existe “muita gente a jogar padel, e que dinamizado a modalidade prin-
cipalmente há dois ou três anos”, mas
Duas opções na certificação
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A formação de técnicos foi aborda-da na parte da manhã do I Encon-tro Nacional de Padel na exposição de Vítor Cabral, diretor do Departa-mento de Desenvolvimento (DdD) da Federação Portuguesa de Ténis, em que apontou duas opções para o processo de certifi-cação de técnicos de padel. Na primeira opção, Vítor Cabral assinalou que a cédula de treina-dor de grau 1 “implica a realização de um curso completo para obten-ção da Cédula de Treinador de padel”. O Instituto Português do Despor-to e Juventude (IPDJ) “obriga a fazer todo o percurso” (três graus) e também “à caracterização do percurso de alta competição”. Como problemas, Vítor Cabral aponta a inexistência de “referên-
cias de percurso de desenvolvi-mento do jogador no padel” e “de referências ou estudos nas áreas científicas (fisiologia, biomecânica, metodologia de treino, etc…), que permitam produzir referências ou conteúdos”. Na segunda opção, que o diretor do DdD disse que é “a preferida pelo IPDJ”, preconiza-se “a certifi-cação com um curso curto (dois ou t rês dias”, promovendo a “polivalência dos treinadores dos clubes de ténis”. Esta via “abre caminho para pos-teriores especializações de ténis de praia e ténis em cadeira de rodas”, mas apresenta “o problema principal de obrigar a titularidade de uma Cédula de Treinador de Ténis para ter uma certificação de padel”.
VÍTOR CABRAL apontou duas vias na forma-ção de técnicos de padel
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vincou que “não há crescimento sem
uma formação de uma forma geral”. “Tem de ser um aspeto muito bem pensado e todos temos de nos juntar à Federação Portuguesa de Ténis. O que o padel vai ser amanhã depende
da formação”, notou. Vítor Cabral também interveio na mesa redonda e reforçou a necessi-dade da formação, aludindo à situa-
ção atual do padel em Portugal. O diretor do DdD referiu-se ao fac-tos de haver “clubes e técnicos a fun-cionar em situação legal duvidosa” e à “confusão generalizada com contra informação permanente”, além de “realização de cursos e formações
sem validação do IPDJ”. Por isso, Vítor Cabral sublinhou que é necessário “avançar com os cursos de especialização de Treina-dor de Ténis em setembro”, em Lis-boa, Faro e Porto, e “identificar os técnicos interessados em ter uma certificação de padel, que não sejam
portadores de cédula de Ténis”. Após essa identificação, o respon-sável federativo preconizou “realizar-se um curso de Grau 1 especial para estes técnicos, que confira uma Cédula de Treinador de Ténis com especialização em padel (estágio
realizado em padel)”. Filipa Figueiredo alertou para a necessidade de “se estudar as espe-cificidades do padel” e de “simplificar processos, para manter a pujança de
crescimento”. Também aflorado na mesa redonda, muito participada, foi a competição,
não só no que se refere às seleções
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MAIS de duas dezenas de participantes realizaram uma profunda reflexão sobre a atualidade e o futuro do padel
nacionais, em que se anunciou esta-rem previstos encontros amigáveis com Espanha, como organização de
campeonatos regionais e nacionais. “O padel é um desporto que está em formação. Estamos neste momen-to a dar os primeiros passos para que a modalidade possa crescer bem estruturada, com competições bem
organizadas”, disse João Rapazote. Sustentado que é necessário “um crescimento “pensado e organizado” do padel, sob a égide da Federação Portuguesa de Ténis desde janeiro de
2011, João Rapazote advogou que é
preciso “gerar consensos”, para que a modalidade “nasça com todos os ali-cerces legais, com treinadores e árbi-tros qualificados e certificados pelo IPDJ, jogadores federados, com licen-ças e as inspeções médicas obrigató-rias em dia e com seguro, e campeo-
natos”. Como vector de crescimento, o diri-gente frisou que “não se pode esque-cer que o padel é um desporto essen-
cialmente social”.
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9 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
Por essa razão, João Rapazote referiu que “o crescimento da modali-dade depende do contacto diário dos praticantes com novos praticantes, seus amigos, muito apoiados por
clubes e pelos treinadores”.
Filiação
Na mesa redonda do “Pensar Padel”, a filiação foi outra das matérias abor-dadas, a que Filipa Figueiredo se referiu como “uma das medidas urgentes”, além de ter salientado ainda o padel feminino, a divulgação e promoção da modalidade e a necessidade de “criar sinergias e
parceiros estratégicos”. “É que o padel é um negócio estra-tégico”, afirmou, enquanto Juan Gar-cia Rico aludiu a esse facto, obser-vando que “Espanha está a registar aumento de praticantes [ver realida-de espanhola na página seguinte] e Portugal tem todas as condições para também ter uma evolução muito
grande no padel”. O vice-presidente da Federação Espanhola de Padel ressalvou que a modalidade “é uma oportunidade que deve ser aproveitada”, tanto “institucional como empresarialmen-
te”. João Rapazote lembrou que “Portugal tem entre cinco a seis mil praticantes de padel”, frisando que “uma evolução depende também do aumento do número de campos e da
sua distribuição a nível nacional”.
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de desporto”, concluiu, na mesa redonda do “Pensar Padel”, com muitas intervenções dos mais de vinte inscritos no encontro, quer contribuíram para uma reflexão pro-funda e encontrar caminhos para
trilhar.
D.R.
Convicto de que o “padel vai cres-cer muito rápido” em Portugal, João Rapazote disse que espera que, “daqui a dois anos, o número de pra-
ticantes seja de 25 mil”. “A Federação Portuguesa de Ténis
quer que o padel se torne num gran-
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O I Encontro Nacional de Padel foi aberto por Margarida Dias Ferreira, vice-presidente do Comité Olímpi-co de Portugal, que sublinhou a importância da modalidade para “a
valorização social do desporto”. “O padel preenche todos os requisitos e tem todas as compo-nentes para a valorização social do
desporto”, disse Margarida Dias
Ferreira, que representou o presi-dente do COP, José Manuel Cons-
tantino. Numa breve intervenção, Vasco Costa sublinhou que a Federação Portuguesa de Ténis, uma das fundadoras da federação europeia, “tudo vai fazer para que a modali-dade possa ter desenvolvimento
em Portugal”.
Contributo para a valorização social
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D.R. 10 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
Convidado pela Federação Portu-guesa de Ténis para o “Pensar Padel”, Miguel Medina considerou a modalidade “um desporto muito social”, que, em Espanha, tem “42 mil filiados” na Federação Espanho-la de Padel e um universo “entre
dois e três milhões de praticantes”. “Em Espanha, se falarmos em número de licenças e de atividades desportivas de padel, esse número é muito superior a outras modalida-des”, referiu o presidente da Federa-ção Espanhola de Padel, salientan-do que, por ano, o número de filia-dos tem aumentado “vinte por cen-
to”. Em 2000, a Federação Espanhola de Padel tinha “6.140 filiados e, des-de então, esse número nunca mais parou de crescer”, pelo que Miguel Medina acredita que “até final do ano a barreira dos 43 mil possa ser
ultrapassada”, Para alcançar um crescimento tão acentuado, Miguel Medina referiu que “se estabeleceu uma estrutura”, tomando como exemplo os erros
cometidos na Argentina. “O padel teve uma explosão muito grande na Argentina, mas a estrutu-ra praticamente não existia. Tinha jogadores maravilhosos, mas não tinha normas, regulamentos e orga-nização sustentada”, lembrou o pre-sidente da Federação Espanhola de
Padel. Miguel Medina recordou que o trabalho realizado deu frutos e, no presente, a modalidade, “com carac-
terísticas especiais”, é “um desporto
O exemplo espanhol
maravilhoso”, em que “o jogador se torna fiel às instalações e traz outro e outro ainda”. O caráter social da modalidade foi igualmente mencionado por Juan Garcia Rico, vice-presidente da Federação Espanhola de Padel. “O padel é um desporto social, que se pratica facilmente”, frisou o dirigente, manifestando a convic-ção de que “a modalidade em Por-tugal tem potencial para crescer muito, aglutinada numa estrutura como a Federação Portuguesa de Ténis”. Juan Garcia Rico assinalou que “o padel é um ‘boom’ que tem de ser aproveitado, não só do ponto
de vista institucional como empre-sarial”. No entanto, alertou para “os peri-gos do exemplo argentino”, a que aludiu Miguel Medina. “O padel deve institucionalizar-se numa estrutura muito sólida, que possa também aglutinar interesses e esforços privados do padel, para que a modalidade possa atrair cada vez mais praticantes e ter um crescimento muito grande. Mas, para isso, tudo tem de ser feito em bases muito bem fundadas”, referiu o vice-presidente da estrutura federativa espanhola, que partici-pou na mesa redonda do I Encon-tro Nacional de Padel.
JOÃO RAPAZOTE, JUAN GARCIA RICO, MIGUEL MEDINA e VASCO COSTA
11 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
D.R.
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Depois de uma operação ao coração, em dezembro do ano passado, e de dois meses sem praticar ténis, Antó-nio Sabugueiro, que completa 16 anos no próximo 12 de julho, superou os medos, recuperou a forma física e, desde março, registou êxitos pes-soais assinaláveis na sua carreira de
tenista. No ITF Futures Monfortinho, Antó-nio Sabugueiro venceu o russo Ale-xander Khalanskiy e averbou o pri-meiro ponto ATP. Antes, o jovem, treinado por Luís Ferreira, somou os primeiros pontos no ITF Junior, em singulares e pares, no Open Junior du Conseil General, em Guadalupe
(Caraíbas). Também antes, ao lado de Salvador Bandeira, António Sabugueiro, con-quistou o torneio de pares no Icelan-dic Easter Open, de sub-16, em Kópavogur, na Islândia. A esta vitória em eventos sob a égide da Tennis Europe sucedeu o título individual
somado em Tirana, na Albânia. António Sabugueiro esteve parado sem poder fazer “qualquer esforço físico”, mas, admite o tenista, “o ténis
era apenas uma preocupação menor”. “Quando a vida está em risco, somos obrigados a relativizar outras questões consideradas nesses momentos menos importantes”, acrescenta Sabugueiro, obrigado a intervenção cirúrgica, por causa de
“um problema de arritmia”.
Sabugueiro recorda que a arritmia foi-lhe diagnosticada “há dois anos”, mas apenas com 15 anos seria possí-
vel a operação ao coração. Esse período foi “difícil”, pois temia-se que “ocorresse algum episódio de
arritmia durante o esforço”. Em dezembro, num torneio em Car-cavelos, esse receio surgiu, obrigan-do António Sabugueiro a parar “de imediato”, acabando por ser “agendada a cirurgia, com a brevida-
de necessária”. “O problema de que padecia tem o nome de síndrome de Wolff -
Parkinson-White (WPW) e a interven-
ção consistiu na ablação, que é um método que utiliza cateteres para neutralizar com energia de radiofre-quência a via elétrica extra”, afirma
António Sabugueiro. O “descanso forçado”, como lem-bra, “não soube nada bem”, porém “o retorno aos treinos foi feito de forma gradual quer em termos de tempo
quer em termos de intensidade”. “Depois do médico que chefiou a
operação (João de Sousa) ter dito
ANTÓNIO SABUGUEIRO e LUÍS FERREIRA em Tirana, na Albânia
Com a força do coração
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12 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
... que estava tudo bem, aí voltou-se a falar de ténis e de um desejado regresso à modalidade”, frisou o
jovem tenista.
Sem limitações físicas
No presente, António Sabugueiro assume que não tem quaisquer limita-ções impostas pela intervenção cirúr-gica ao coração. Contudo, continua a ser seguido em “mais avaliações e com intervalos de tempo menores”. “Já passaram alguns meses, tudo está a correr bem. Este ano em ter-mos desportivos está a correr muito bem. Consegui os primeiros pontos ITF Junior e também o primeiro ponto ATP. Por si nada valem, mas são um excelente tónico motivacional para continuar a trabalhar e tentar harmo-nizar com grande esforço a vida des-
portiva e a vida escolar”, sublinha. No segundo semestre deste ano, António Sabugueiro vai apostar nos torneios ITF Júnior Em agosto, jogará “a sequência Leiria, Porto e Vila do
Conde, em juniores.
Em todas as provas em que partici-pará, o objetivo será o mesmo: melhorar o “ranking” ITF Junior e, sobretudo, melhorar como jogador de
ténis”.
No circuito sénior da ITF, os planos não estão ainda definidos, mas o tenista encara a possibilidade de atuar “nos torneios de Espinho e Por-
to, no início de setembro”.
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www.tenis.pt
Em qualquer lugar, a qualquer hora, o ténis em português está à distância de um clique
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ANTÓNIO SABUGUEIRO serve em encontro de pares, com Salvador Bandeira como parceiro
13 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
Em duas semanas
consecutivas, Rita Vilaça disputou duas
finais de pares. Ao lado da suíça Tess Sugnaux (na foto, à direita), Rita Vilaça ganhou no Ama-
rante Ladies Open, mas não conseguiu
somar o segundo título no ITF Women Guima-
rães. Em Amarante, Rita Vilaça conquistou
o primeiro título no circuito profissional
da ITF. Em abril, em Torrent (Espanha), já
tinha disputado a final
de pares, ao lado da brasileira Yasmine
Guimarães. Rita Vilaça foi campeã nacional de sub-12 em
2004 e vice-campeã no ano seguinte. Neste ano, sagrou-se tam-
bém vice-campeã em sub-14. O título nacio-nal neste escalão aca-bou por ser conquista-do em 2007. Em sub-
18, foi vice-campeã em 2010 e também em
seniores, em 2012. Em pares, Rita Vilaça foi campeã em 2007
(sub-16, com Adriana Silva) e vice-campeã
em 2005 (sub-12 e sub-14, com Mariana Sal-
vador e Koehler, respe-tivamente) e 2011 (em seniores, com Adriana
Silva).
O ténis é... um fantástico terreno de trei-no para a vida, que desenvolve forças para
ultrapassar os desafios do quotidiano.
Jogo ténis… porque gosto e porque o ténis representa a condensação perfeita de todas as situações que um ser humano terá de enfrentar ao longo da vida, o chamado
treino de competências de vida.
O que mais gosto no ténis são... os desafios constantes e diferentes. Cada adversário é um desafio diferente, o qual
tenho de identificar e tentar ultrapassar.
O que mais detesto no ténis é… não
conseguir ultrapassar desafios.
Para mim, treinar é... melhorar as habili-dades relacionadas ao desempenho, ape-sar dos constrangimentos que, muitas vezes, podem ocorrer. Em Portugal, torna-se difícil, devido ao número reduzido de jogadoras e, fora do país, às condicionan-
tes financeiras.
O sucesso significa… conseguir realizar os meus sonhos. Todos nós cometemos erros, mas é a nossa persistência que mar-ca a diferença. O lema é: “Não importa as vezes que caio, interessa, sim, são as
vezes que me levanto”.
No ténis, quero atingir... o topo em
todas as vertentes, incluindo as financeiras.
«Ténis é terreno para a vida»
E a maior tristeza no ténis... foi não ter ganho qualquer ronda no Estori Open, agora Portugal Open. Este ano, esteve perto, mas… O falhanço precede o suces-
so. Se eu mandasse no ténis... teria de conhecer a realidade da federação para me poder pronunciar. Por vezes, se não
fazem mais é porque não podem.
Em Portugal, o ténis precisa de…
estratégia a longo prazo.
Um ou uma tenista português no "top" 10 seria... boa notícia e ajuda para
a modalidade. Teremos boas notícias.
Um bom treinador é... alguém que me explique o que “tenho de fazer” e “por que é que tenho de o fazer”. O bom treinador tem de ser alguém que interprete e rein-
terprete o meu sistema de jogo.
O meu ídolo no ténis é atualmente...
Rafael Nadal.
O meu torneio preferido é… Roland
Garros.
A minha superfície preferida é… terra
batida.
No meu saco, não dispenso… o meu telemóvel, um ipod, um livro, uma muda
de roupa e, claro, raquetas e sapatilhas.
D.R.
Pessoal
& transmissível
Rita Vilaça
19 anos
Depois de vencer um encon-tro… lembro-me de um parágrafo que li: “E, de repente, invade-te uma sensação. Não sabes de onde veio, só sabes que é agra-dável. (…) E, nesse momento especial, sabes que há muito mais nesta vida do que aquilo que consegues observar, do que aquilo que consegues atingir
através do pensamento”. Até ao momento, a minha maior alegria no ténis foram...
os títulos que alcancei até hoje.
14 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
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Um chileno que já não se usa
CARLOS FIGUEIREDO Jornalista
«TIE-BREAK»
«De repente, Ulf Schimd saiu do seu
canto e pediu licença para falar e, entre o espanto da enorme platelia, disse para o
árbitro: — Desculpe, a bola é boa!
Na minha já longa vida de escrevinha-dor, seria inevitável que os factos que vou narrar passassem sem uma refe-
rência. Em finais dos anos 50, em que tra-balhei na extinta Emissora Nacional, fui convidado para estada de dois meses em Estocolmo, para substituir uma funcionária brasileira nos servi-ços internacionais da Rádio Suécia
dedicados à língua portuguesa. A Suécia era, para mim, um país particularmente atraente pelas histó-rias que, frequentemente, ouvia con-tar daquele povo que consegue ser feliz com temperaturas regularmente abaixo de zero, com variações clima-
téricas constantes. Nesses anos 50, ainda era um bocado aventureiro fazer uma viagem daqui para a Escandinávia. O avião era um luxo e o comboio, bem organi-
zado na Europa, era a grande opção. Isto para explicar que tomei o com-
boio em Portugal. Como jornalista, independentemen-te dos instrumentos que toquei, era, e sou, também um apaixonado do ténis. Por sorte, um jornal de língua inglesa deu-me conta de que, nesse fim de semana em que chegaria a Estocol-mo, as equipas da Suécia e do Chile
se defrontavam em Estocolmo. Quase posso dizer que atirei com as malas para um canto no quarto e fui a correr para a redação da rádio, onde dispunha de jornais em várias línguas, que me esclareceriam melhor sobre essa informação do confronto
Suécia-Chile, da Taça Davis. As gran-des vedetas das duas equipas eram, do lado sueco, um tal Ulf Schimd e, no
Chile, Luís Ayala. Nos três dias sacramentais da elimi-natória da prova rainha do ténis aconte-ceu um pouco de tudo. Primeiro, a tal chuva do inverno sueco, que obrigou a grandes paragens, talvez em beneficio do chileno, que despendia mais ener-
gias a gritar e a discutir do que a jogar. No segundo dia, pairou a ameaça de transferir a disputa para um ginásio, o que se verificaria no terceiro dia. Acon-teceu que o cotado jogador chileno, famoso na época, já no ultimo e decisi-vo dia tanto praguejou que teve de ser admoestado pelo árbitro e isto porque, a certa altura, atacou uma bola com tanta fúria que mais parecia ter batido para lá das linhas: o árbitro assim entendeu, deu a vitória ao sueco, mas
não conseguiu tapar a boca ao chileno. O diálogo era entre o árbitro e o chile-no, com o sueco num canto. Tanto sar-
rabulho por causa de um ponto. De repente, Ulf Schimd saiu do seu canto e pediu licença para falar e, entre o espanto da enorme plateia, disse para
o árbitro: — Desculpe, a bola foi boa! Um bom par de anos mais tarde, em Nova Iorque, encontrámos Schmid, enve lhecido , mas sempre um “gentleman”. Aquando lhe recordei o episódio, muito modestamente, limitou-
se a dizer: — Ainda se lembra disso. Já foi há tanto a tempo!
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