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EDIÇÃO Nº 17 JANEIRO DE 2016 ARTIGO RECEBIDO ATÉ 30/11/2015 ARTIGO APROVADO ATÉ 30/12/2015
NTE: O PAPEL DO TUTOR NA FORMAÇÃO DOCENTE
Maria Aparecida da Silva Santandel
NEAD – UEMS
RESUMO: Esse trabalho tem por objetivo instigar a reflexão sobre a importância da tutoria realizada pelos
professores multiplicadores da instituição Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas (NTE/TL) na
formação dos docentes da rede estadual de ensino, bem como analisar os possíveis motivos que dão origem às
dificuldades que alguns docentes enfrentaram para concluírem as atividades nos cursos de modalidade EaD. Neste
sentido, utilizaremos como objeto de pesquisa os discursos dos docentes que participaram da formação continuada
promovida pelo Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas, em parcerias com o MEC/SED/COTED, na
plataforma e-proinfo especificamente durante o período de 16/04/2015 a 30/07/2015. Traremos a discussão do
papel do tutor da aprendizagem, bem como a relação dos docentes com as Tecnologias de Informação e
Comunicação na Educação - TIC. Para tanto, consideraremos o evento do Planejamento online nas redes públicas
estaduais como sendo o norteador das novas ações pedagógicas que vivenciam a classe docente atualmente. O
embasamento teórico envolverá o papel do tutor e suas contribuições para a formação profissional nas perspectivas
de (LITWIN, 2001) e as ações com as tecnologias da educação na visão de Almeida (2002) e Prado (2005).
Palavras-chave: NTE; Tutoria; Capacitação; Educação a Distância, Docentes, e-proinfo.
INTRODUÇÃO
Atualmente é comum falarmos em tutoria. No século XXI vivenciamos um contexto
diferenciado - se comparamos há algum tempo atrás - considerando a evolução tecnológica e midiática.
Neste sentido, refletirmos sobre tutoria e sua ação na formação docente requer termos a noção
pedagógica/metodológica - que propomos - como base de construção das nossas ações enquanto
mediadores da aprendizagem e estimuladores de novas habilidades.
Ao considerarmos a multiplicidade de aparatos midiaticos que permeiam o fazer pedagógico
do docente, em sala de aula, buscamos selecionar as suas potencialidades - sem negar a gama de
atividades possíveis para explorá-las. No entanto, a educação passou por importantes transformações
que colocaram em choque algumas concepções docentes no tocante a sua prática pedagógica e a nova
forma de propor aprendizagem. Exemplo disto está a mobilidade que o docente encontra ao deparar-se
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com diferentes equipamentos tecnológicos e midiaticos na unidade escolar disponibilizados para serem
utilizados.
Nesta perspectiva, a partir das instituições públicas de formação docente como os Núcleos de
Tecnologias Educacionais1 (NTEs), Secretaria de Estado de Educação/MS (SED) e Coordenadoria de
Tecnologias de Educação (COTED) desenvolvem várias temáticas de formação continuada para
oferecerem o suporte adequado e necessário aos docentes da rede estadual de ensino considerando a
pedagogia intermediada pela prática de uso dos recursos midiaticos e tecnológicos. Dentre estas ações,
que buscam oferecer o suporte pedagógico aos docentes, estão as Web Oficinas e Web conferências2
sobre diferentes temáticas e disciplinas cujo foco pedagógico é previamente planejado. Para o presente
trabalho, focaremos especificamente no Sistema Online de Planejamento – instituído na rede estadual
de ensino do Estado de Mato Grosso do Sul – pela COTED (Coordenadoria de Tecnologias
Educacionais) - SED/MS a partir de julho 2014. Com este advento, a educação é norteada por ações que
visam à prática docente conciliando o fazer pedagógico dentro da possibilidade do “Diário Online”
amparadas pelas atribuições do Professor Gerenciador de Tecnologias e Recursos Midiáticos (Progetec)3
das unidades escolares que oferecem o suporte para a realização das práticas educativas junto aos alunos.
Este fazer pedagógico, considerado inovador, sofrerá especial atenção, no tocante a formação
docente. Vemos dentro deste contexto que requer destacarmos o conceito que adotaremos de tutoria e
de formação continuada.
Traremos a discussão sobre tutoria conforme a pesquisa intitulada “Breve estudo do papel da tutoria
no Profuncionário – suas relações com as mídias digitais (2010)” em que a perspectiva da aprendizagem online
foge da regra de ser apenas mais uma forma de aprendizado para transformar a mediação como a dinâmica de
estudos dirigidos em ambientes online.
Também consideraremos a dinamização que as formações precisam empregar para contemplar
as pluralidades que atualmente o mercado digital oferece no campo do ensino e da aprendizagem. Ao
falarmos de formação – referimos ao ato de oferecer o suporte quanto a atividade e conteúdos voltados
1 Os NTEs são implantados com a instauração do Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo), criado pela Portaria nº. 522, de 9 de abril de 1997, pelo Ministério da Educação (MEC), para promover o uso pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e médio. 2 As Webconferências e as Weboficinas são realizadas com agendamento junto a Secretaria de Estado de Educação (SED/MS) conforme “Plano de Ação” de cada Núcleo de Tecnologia Educacional. Neste sentido é utilizada a plataforma de aprendizagem denominada RNP, disponível no site http://webconf2.rnp/sed_ms. 3 Atribuições contidas na Resolução nº 2.491 publicada no Diário Oficial em 09 de dezembro de 2011.
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para atender as especificidades dos docentes enquanto mediadores da aprendizagem e não somente com
a preocupação de cumprir a agenda prevista no calendário escolar enquanto “Reserva Técnica” e ou
“Semana pedagógica”4. O ato da aprendizagem alcança também a produção cognitiva. Por isto,
concordamos que toda a metodologia a ser trabalhada no decorrer do processo deve ser devidamente
planejada e focada no contexto tecnológico a que se propõe - justamente porque o fato de termos as
tecnologias ao nosso redor não justifica que faremos – metodologicamente – um bom uso das mesmas.
É necessário mudanças na prática pedagógica.
A educação sofre mudanças e estas mudanças chegam até nossos alunos em sala de aula. Nesse
sentido, as capacitações oferecidas pelos órgãos ou instituições responsáveis, como Ministério da
Educação e Cultura e Núcleo de Tecnologia Educacional, apresentam-se como mediadores no processo
de ensino e aprendizagem, estimulando novas formas de atitudes frente aos recursos midiaticos e
tecnológicos.
Diante do exposto, é importante considerar as ações desenvolvidas pelos NTEs – Núcleo de Tecnologia
Educacional de Três Lagoas para assegurar a formação continuada dos docentes considerando as abordagens
tecnológicas do século XXI. Neste trabalho faremos algumas abordagens que serão essenciais para entendermos
a tutoria enquanto mecanismo de formação e mudanças de paradigmas na unidade escolar.
Para esse estudo, utilizamos como metodologia de análise e descrição de dados qualitativos e
quantitativos, fornecidos pelos cursistas (docentes) participantes do Curso de Tecnologias na Educação e
Informação (TIC), de 60 horas, realizado em Três Lagoas, no período de abril de 2015 a julho de 2015 cujos
tutores na modalidade presencial e a distancia foram os próprios Professores Multiplicadores5 lotados no
NTE/TL. Tais profissionais, previamente capacitados em tutoria, foram os responsáveis pela formação de
servidores não docentes nessa respectiva região e período.
4 Ambas identificam as ações promovidas pela Secretaria de Estado de Mato Grosso do Sul em que garantem – no calendário escolar – as formações continuadas de todos os docentes durante o ano letivo. 5 Conceituamos Professor Multiplicador para todo profissional - docente com capacitações voltadas para tecnologias e mídias educacionais - que estão lotados em NTEs e que são responsáveis pela elaboração de cursos para formação continuada de professores da rede estadual e para municípios jurisdicionados. Tais profissionais também são os conteudistas e mentores de cursos necessários para capacitação dos professores em suas unidades escolares (sempre considerando as perspectivas pedagógicas para uso das mídias e tecnologias na educação). Os professores multiplicadores que formam a equipe atual do NTE de Três Lagoas são 07: Adriana Ramires Ribeiro, Elias da Silva Júnior, Eunice Maria da Silva Camargo, José Aparecido dos Santos, Maria Aparecida da Silva Santandel, Neuraci Reginaldo Vasconcelos, Romilda Meira Barbosa.
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Reunidas em um formulário intitulado Auto Avaliação, aplicado no último dia de capacitação
(conforme Anexo C, página 28) – corpus da pesquisa, as perguntas organizaram-se em questões
fechadas; para cada uma delas, houve dez opções de respostas conceituadas por valores de 1 a 10. Das
11 questões, selecionamos 11 para análise, por contemplar tópicos de relevância na abordagem da tutoria
on line conforme o objetivo desse trabalho. As respostas fornecidas foram tabuladas em gráficos para
melhor visualização.
Trabalhando com o conceito de tutor como profissional que contribui diretamente com a
aprendizagem, seja a distância ou semipresencial, não nos propomos a encerrar os debates relacionados
à tutoria, mas estimular novas reflexões que visem a futuras pesquisas sobre o assunto.
NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL E AS FORMAÇÕES
Ao trazermos neste trabalho a discussão sobre tutoria relacionando-o com a política educacional
dos NTEs (Núcleos de Tecnologias Educacionais), existentes atualmente na rede estadual de ensino,
especificamente, no Estado de Mato Grosso do Sul, queremos focar suas ações não na perspectiva de
políticas públicas apenas, mas na perspectiva de implementações - que corroboram para tomada de
decisões culminadas no fazer pedagógico em sala de aula, visando ao final o produto do aluno – sua
aprendizagem. Nesta perspectiva concordamos com Prado (2005), afirma que atualmente as mídias
digitais estão presentes no contexto escolar e que as formas de interagirmos com elas dependem de como
nos “preparamos” e “somos educadores e profissionais”:
[...] várias escolas públicas e privadas têm disponível o acesso às diversas mídias para serem
inseridas no processo de ensino e aprendizagem. No entanto, diante deste novo cenário
educacional, surge uma nova demanda para o professor: saber como usar pedagogicamente as
mídias. Com isso, o professor que, confortavelmente, desenvolvia sua ação pedagógica tal como
havia sido preparado durante a sua vida acadêmica e em sua experiência em sala de aula, se vê
frente a uma situação que implica novas aprendizagens e mudanças na prática pedagógica.
(PRADO, 2005, p. 01)
Diante do exposto, sabemos que a existência das mídias digitais nas unidades escolares não é
suficiente para ocorrer uma transformação no aprendizado, mas que todas as ferramentas – quando
manuseadas com o planejamento e foco necessário, contribuem para a mudança de paradigmas e de
ações.
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Para tanto, apresentaremos um breve esboço histórico que contempla a justificativa desta
criação enquanto fomentadora das TICs na educação.
A política pedagógica/educativa adotada pelos governos do Estado de Mato Grosso do Sul, na
década de 95 em diante, contribuíram para a instauração do Programa Nacional de Informática na
Educação (ProInfo), criado pela Portaria nº. 522, de 9 de abril de 1997, pelo Ministério da Educação
(MEC), com objetivo de promover o uso pedagógico e educacional da informática na rede pública de
ensino fundamental e médio. Fato essencial para nortear as ações que futuramente, assegurariam as
formações continuadas previstas em calendário escolares pelos NTEs.
Importante ressaltar, neste contexto do Programa Nacional de Informática na Educação
(ProInfo) que não basta apenas ocorrer as formações continuadas na unidade escolar, mas sim, que o
docente – dotado de novas concepções sobre tecnologias – possa atribuir novas formas de pensar e fazer
educação. Neste sentido, também inova-se o formato de realização dos cursos. Não buscam apenas as
informações básicas de informática, e sim, a forma de como planejar, inserindo no contexto educativo
as novas mídias de forma que o aluno seja estimulado a criar, produzir, desenvolver habilidades – que
nem sempre fizeram presentes em sala de aula. Neste aspecto, os NTEs – seguindo as orientações
normativas da Coordenadoria de Tecnologias Educacionais (COTEC6), implantam – aos poucos - as
formações e assim, alcançando um número expressivo de docentes que buscarão fomentar o uso
tecnológico e midiático dentro da perspectiva da construção pela pesquisa e pela ação não fragmentando
o conhecimento. (MORIN, 2006, p. 19).
Atualmente, é comum vermos a divulgação e o enfoque dado à cursos de formação em
modalidade EaD circulando nas unidades escolares7 que nem sempre são propostos por órgãos de
competência. Divulgações esta que ocorrem tanto pelas mídias quanto pelas “bocas” dos próprios
docentes ao saber de alguma novidade para formação. Realizar cursos de formação continuada não tem
sido uma tarefa fácil para os docentes que se dedicam em tempo integral na função e precisam conciliar
também a vida pessoal, restando pouco tempo para os estudos no contra turno. Ao falarmos de
6 Esta mesma secretaria sofreu alteração em sua denominação na gestão do governo Reinaldo (2015), passando a denominar-se COTED – Coordenadoria de Tecnologias Educacionais, porém, com o mesmo objetivo de formação junto aos docentes com uso dos recursos midiaticos e tecnológicos. 7 Um problema geral destes é a confiabilidade (se realmente são reconhecidos em território nacional pelo Ministério de Educação e Cultura - MEC).
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capacitação sabemos que todos estes aspectos devem ser considerados uma vez que dependerá destas
situações para que o sucesso da oferta do curso seja positivo.
Vencermos os primeiros desafios implica em oferecer cursos que considerem o turno de
disponibilidade do docente, sua carga horária e suas habilidades com a informática e softwares
específicos. Não basta apenas querer capacitar, temos8 que conquistar as angústias do docente, fazer com
a proposta da emenda curricular “seja aceita”, adequada às suas necessidades metodológicas para que
ela alcance as expectativas do docente porque acreditamos que assim, o docente terá maiores condições
de aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula com seu aluno sem ficar apenas a tarefa cumprida
de “mais um curso realizado”. É nesta perspectiva de formação que a Secretaria de Estado de Educação
juntamente com a Coordenadoria de Tecnologias Educacionais/SED/COTED/MS introduzem e
estimulam o uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas da rede pública, além de
articular as atividades, em especial, as ações dos Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTEs)9 para o
direcionamento sistemático da aplicação dos cursos à clientela previamente estabelecida.
Ressaltamos que dentre as ações dos NTEs não está especificamente a tutoria como
fomentadora das capacitações, mas a tutoria é utilizada considerando a necessidade de alcançarmos
maior número de docentes e de municípios com deficiência em suas formações. Logo, a tutoria passa a
ser uma forma de remediar e sistematizar o atendimento pedagógico. Neste sentido, os professores
multiplicadores assumem outras tarefas além da criação dos cursos, que justamente é assegurar a
formação dos docentes a partir de suas atuações como tutores nas formações aos docentes e aos
Progetecs. Portanto, utilizamos neste contexto, a concepção de tutoria conforme apresentado por Deslise,
R. et al. (1985),
O tutor é uma pessoa que assume diversos papéis e cujo objetivo principal é o
acompanhamento do estudante em seus esforços de aprender. Tendo conhecimento de
base do conteúdo, ele é um facilitador que ajuda o estudante a compreender os objetivos
do curso, um observador que reflete, um conselheiro sobre os métodos de estudo, um
psicólogo que é capaz de compreender as questões e as dificuldades do aprendiz e de
ajudá-lo a responder de maneira adequada e, finalmente, um especialista em avaliação
8 Incluo-me como sujeito nesse processo uma vez que diretamente participei de diversos cursos de capacitação dos docentes ministrando o Curso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), incluindo o realizado no primeiro semestre de 2015 – cujo teor é analisado neste trabalho. 9 Soares et al (2007, p. 15) afirma que “desta forma, o NTE de Três Lagoas tem a responsabilidade de direcionar o trabalho com a informática educativa nas unidades escolares da Rede Estadual de Educação, atuando também junto a Rede Municipal de Educação quando houver parceria com a Secretaria Municipal de Educação e o compromisso com a capacitação continuada dos seus docentes”.
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formativa. A essas funções pode ser acrescentada aquela de administrador para dar conta
de certas exigências da instituição. (DESLISE et al, 1985, s/p)
Neste contexto de formação é que discutimos a importância desta relação na formação e como
este processo alcança resultados e extrapola a sala de aula.
RELAÇÃO: TUTORIA/ DOCENTE/ ALUNO
Historicamente, entendemos que a maneira de conciliarmos o processo de aprendizagem mudou
drasticamente graças à inserção de novas tecnologias no meio educacional. Neste sentido, o aluno é
estimulado por diferentes mecanismos de acesso e, por outro lado, o docente (professor regente) sente-
se na obrigação de não se perder neste emaranhado de fluidez. Não é fácil mantermos a conexão aluno
e mídias se não houver uma definição prévia do que se pretende. Muitas ações são criteriosamente
planejadas para alcançarmos o objetivo proposto. Toda esta situação não é diferente em si tratando da
EaD e do papel dos tutores.
Nesta perspectiva, concordamos com os estudos de Lévy (1997) cuja afirmação nos remete
pensarmos que é de fundamental importância para o tutor ter ciência de sua atuação diante dos recursos
tecnológicos, compreender como a sociedade do século XXI explora essas ferramentas a fim de
enriquecer o fazer pedagógico e pautar-se na inovação. Não basta entendermos o processo e suas
transformações, há necessidade de termos visões interdisciplinares, com foco voltado para efetiva
utilização dos recursos midiáticos em prol da “descoberta”, do “novo”, no sentido de fazermos uma
educação não mecanicista, mas criativa, independente no pensar, envolvida numa rede de construção
coletiva. Portanto, o tutor extrapola a identidade de ser mero reprodutor cumpridor de tarefas e ou
“gerenciador” de ambientes virtuais, mas ultrapassa o sentido, envolvendo também o estímulo para a
criatividade e desenvolvimento das habilidades de seus alunos.
Os NTEs possuem essa meta enquanto órgão que atua diretamente na formação do docente nos
usos dos recursos tecnológicos e midiaticos uma vez que promove a quebra de paradigma no ato de
ensinar e aprender.
A proposta de ensinar os alunos buscando metodologias ricas e dinâmicas com inserção das
mídias e recursos tecnológicos saem do padrão normal de educação e alcança a área do ciberespaço onde
a criatividade não tem limite. A criação é o muro da realização de cada aluno em que sua meta final seja
a produção autônoma.
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Para que todo este foco não se perca no decorrer das metodologias, tanto docentes quanto alunos
vivenciam a construção coletiva, reflexiva, participativa visando a produção final decorrente de seu
aprendizado. Trazendo esta mesma perspectiva para a educação a distância vê-se que muitas ações são
parecidas, porém, norteadas com maior disciplina para estudos e organização de interação.
Destacaremos aqui a definição de Moran para entendermos como é visto em nosso trabalho o
conceito de educação a distância. Na perspectiva de Moran, educação online é o mesmo que “Educação
a distância”:
Nessa modalidade, mediada por tecnologias, professores e alunos estão separados
espacial e/ou temporalmente. É ensino/aprendizagem onde ambos não estão juntos,
fisicamente, mas estão interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas,
como a internet, o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax.
Na expressão "ensino a distância" a ênfase é dada ao papel do professor, como
“alguém que ensina a distância”. (MORAN, 2003, p.02)
O papel do tutor e do aluno se complementa ao encontrarmos situações em que o aluno,
envolvido pelas tecnologias, possui “interesses” e domínios variados, o que estimula suas explorações
em sala de aula ou em modalidade a distância. Conforme declara Moran (2007), “a relação com a mídia
eletrônica é prazerosa – ninguém obriga – é feita através da sedução, da emoção, da exploração
sensorial.” Nesse sentido, podemos pensar num modelo educacional fomentador desses recursos e, ao
mesmo tempo, incentivar alunos a se sentirem interessados pela quebra de paradigmas conforme se vêem
envolvidos numa sociedade de constante transformação tecnológica e de conceitos.
Podemos concluir neste sentido que o básico desta relação envolvendo tutoria/docente e aluno
é justamente a condição de percebermos as mudanças práticas na aprendizagem em que o tutor estimule
o docente tanto quanto ele precisa estimular seus alunos em questão para que o resultado de todo
processo seja a construção de resultados conscientes de produção.
PLANEJAMENTO ONLINE: REALIDADE E OU PESADELO?
No Estado de Mato Grosso do Sul, o ato de planejar alcançou significação diferenciada
conforme víamos há décadas devido à necessidade da sistematização online.
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Várias políticas foram realizadas para garantir o suporte à prática docente motivada pelo uso dos
recursos midiaticos e tecnológicos, uma dessas políticas inclui a normatização Resolução/SED nº. 2.491,
publicada em 09 de dezembro de 2011 (Diário Oficial páginas 14 a 15) – época do Govenador/MS - André
Puccinelli e da Secretária Estadual de Educação, Cheila Cristina Vendrami, que dispõe sobre o Projeto de
Implementação das Salas de Tecnologias Educacionais - STEs10 e a utilização das diversas tecnologias midiáticas
nas unidades escolares da Rede Estadual de Ensino (conforme Anexo B, página 28) - instituída como prática nas
unidades escolares. Esta resolução define também as atribuições do Progetec - Professor Gerenciador de
Tecnologias e Recursos Midiaticos lotado na unidade escolar para assegurar a dinamização do uso das TICs em
sala de aula. Neste sentido, a resolução também define as atribuições dos Gestores e dos
Coordenadores\Pedagógicos. Dentro do contexto pedagógico, esta medida foi fundamental para habituar o
docente ao planejamento direcionado com os recursos midiáticos e tecnológicos em que a dinamização
priorizaria o aprendizado do aluno em todas as suas habilidades.
Trouxemos para nosso debate esta situação – que consideramos como marco – para que os
docentes busquem apropriar-se do uso adequado das ferramentas e neste sentido, participem de cursos
que fomentem este uso e suas dinamizações. Logo, a formação docente estará focada a uma necessidade
de formação para o mercado institucionalizado situado pela Secretaria de Estado de Educação como
meta primordial para todas as escolas.
Dentre as políticas públicas da Secretaria de Estado de Educação – SED/MS, os Professores
Multiplicadores11 lotados nos NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas) são
responsáveis em ministrar a capacitação de todos os docentes lotados nas unidades escolares da rede
estadual e jurisdição.12 Estas capacitações geralmente estão voltadas para atender as necessidades
pedagógicas com o uso das TICs, também realizam suporte a coordenadores e diretores no tocante aos
usos midiaticos e tecnológicos. Logo, atuam como tutores e como articuladores das formações.
10 Neste trabalho, o termo STE (Sala de Tecnologia Educacional), define o espaço devidamente formado, com a implantação (de computadores, acesso a Internet e impressora), destinado ao uso do docente com seus alunos durante a execução de suas aulas. Local específico para uso dos docentes e alunos da própria unidade escolar em horário de aula, previsto em calendário letivo. 11 Termo usado para definir todo professor lotado no NTE e que é devidamente capacitado em Tecnologias Educacionais e Midiáticas. Em sua maioria, possuem também a habilidade de serem conteudistas para o fomento das capacitações promovidas pelo próprio NTE assegurando resolver a necessidades de temáticas que aparecem nas unidades de sua jurisdição. 12 O Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas acompanha e oferece assessoria pedagógica a 36 municípios contemplados em Três Lagoas e nas cidades jurisdicionadas (conforme Anexo B, página 28.)
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O fato dos Professores Multiplicadores realizarem estas ações de formação, não desarticula as
capacitações promovidas paulatinamente pela SED/MS, mas são somatórias e buscam o mesmo objetivo
que é assegurar o melhor desempenho visando o aprendizado dos alunos em sala de aula.
Com o advento da implantação do Planejamento Online, conforme acesso no site
www.sistemas.sed.ms.gov.br, disponibilizado desde julho/2014pela SED/MS e tornado obrigatório no
fazer docente, houve uma movimentação – por parte dos docentes – junto aos cursos de capacitações
promovidos pelo Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas. Sendo assim, as ofertas de cursos
- em ambiente online - aumentaram consideravelmente. Tivemos procura sempre motivada pela
necessidade de aprendizado e não somente de possuir a certificação. Por outro lado, na rede municipal
de educação, a procura era fundamentada pela necessidade da comprovação do certificado que
assegurava pontuações no ato da lotação na rede – o que promovia disputas entre os mesmos por cursos
de carga horária maior que 40 horas.
Portanto, podemos definir que a existência do Sistema de Planejamento e do Diário Online
instituído no Estado de Mato Grosso do Sul, permitiu melhorias no fazer pedagógico mas, de outro lado,
causou ao docente despreparado com as TICs – uma certa fobia, gerada pelo simples fato de não dominar
o recurso, e ser, inconscientemente “um pesadelo” em sua atuação. Logo, os cursos de modalidade EaD
fomentam uma nova visão pedagógica em que o docente se vê buscando possibilidade não de atender o
aluno, mas também, de resolver um problema que é seu e que não foi preparado durante a sua formação
universitária. É nesta perspectiva que debateremos sobre a TICs nesse trabalho.
TICs E AS POLÍTICAS PÚBLICAS
Trazer à baila reflexões sobre as TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) leva-nos a
entendermos que ela é a determinante do processo e globalização. Processo este antigo uma vez que
ocorre desde outros períodos como mola mestre do efeito de crescimento global. Neste sentido, como
consequência dos avanços tecnológicos, muda-se a forma como os indivíduos veem as produções
cognitivas. No processo de avanço social e econômico, geram novas relações de valores e de
necessidades. Sabemos que no tocante aos estudos e a educação não foi diferente frente a globalização.
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Mesmo ela ocorrendo, houve pontos positivos e negativos em que a sociedade busca a superação de
determinadas necessidades, entre elas, a de aperfeiçoar e de se qualificar.
A EaD, para muitos docentes, tornou-se a oportunidade de unir o útil ao agradável porque
resolveu os problemas iniciais de atender demandas de quem não poderiam frequentar a sala de aula
tradicional. Logo, podemos concluir que nos dias atuais desenvolveram equipamentos e recursos que
somam à educação em massa em que o resultado primordial é atender a demanda de mercado e a
necessidade de mão de obra e isto não é diferente no processo educacional. Isto é consequência da
globalização também! O próprio evento do Sistema de Planejamento Online que trazemos neste trabalho,
é por si só, consequência desta globalização que impulsiona os profissionais a buscarem diferentes
formas de adequar-se ao mercado educacional vigente (que não está excluído da tecnologia atual).
Como discutimos em outros momentos, a educação sofre mudanças e estas mudanças chegam
até nossos alunos em sala de aula. Nesse sentido, as capacitações oferecidas pelos órgãos ou instituições
responsáveis, como Ministério da Educação e Cultura (MEC) e Núcleo de Tecnologia Educacional
(NTE) apresentam-se como “estimuladores de novas ações e, ao mesmo tempo, propiciadores da
derrubada de paradigmas que impedem o avanço das mudanças tão necessárias” (SANTANDEL, 2012).
Prado (2005, p. 01), afirma que atualmente as mídias digitais estão presentes no contexto escolar e
que as formas de interagirmos com elas dependem de como nos “preparamos” e “somos educadores e
profissionais”. Neste sentido, concordamos que o evento das TICs em nosso cotidiano, coloca-nos de frente a
diferentes tipos de comportamentos dependendo da forma como a informação chega até nos, dependendo do
ato de comunicar-se, dependendo de como o docente está ou não interagido no meio midiático tecnológico.
Para que a aprendizagem flua e chegue corretamente ao receptor deve ser considerado todo aspecto:
psicológico, físico e técnico porque o efeito de sentido da comunicação, do discurso em si, formará ou não
opiniões dependendo da forma como chega e isto não é diferente em se tratando das mídias educacionais.
Portanto, alcançar - ou não os resultados – dependerá do mecanismo de articulação liderado pelas ações
pedagógicas.
Em todas as áreas que se utilizam as TICs, deve ser pensado e repensado esta logística de linguagem e
imagens, fazendo com que as construções da linguagem forneçam as informações suficientes. Como docentes
devemos considerar estas abordagens para que nossos alunos sejam conscientes e produtores de informação,
caso contrário, estimularemos a massificação e a reprodução alienatória apenas!
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Concluindo concordamos que não depende termos os recursos em sala de aula, mas sabermos utilizar
de forma adequada. Caso contrário, não teremos os mesmos resultados com a qualidade pretendida.
AUTO AVALIAÇÃO - PAPEL DA TUTORIA NA FORMAÇÃO DOCENTE (SUAS RELAÇÕES
COM O DIÁRIO ONLINE)
As questões do formulário respondido foram analisadas, considerando os tópicos de relevância na
abordagem da tutoria online conforme o objetivo do presente trabalho. Para a resolução do questionário
intitulado “Auto Avaliação”, utilizamos conceitos atribuindo temáticas com peso de zero a dez. Os dados
apresentados na Figura nº 01 estão organizados em temáticas, conforme a ordem das respectivas perguntas
analisadas de 01 a 11 itens, considerando o foco na perspectiva do papel da tutoria na formação docente em
que cada cursista priorizou avaliar suas ações. Neste sentido, a auto avaliação é para nós, neste trabalho, o
corpus baseado nas condições individuais de cada docente que participou integralmente das etapas de
capacitação.
Fig. 01 – Anexo D – Resultado – Gráfico da Auto Avaliação
Fonte; Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS.
Conforme os dados apresentados na Figura 01, traremos reflexões que norteiem as atuais perspectivas
de educação e ensino que os professores cursistas encontram-se ao participar da capacitação oferecida.
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Sabemos que o contexto atual de formação continuada deve ser considerado - uma vez que a iniciativa
de adequar-se as novas diretrizes tecnológicas é um processo em construção desde a década de 80, mas que
muitos professores encontram-se na busca pela melhoria de atuação escolar.
Pudemos perceber que as respostas emitidas pelos professores participantes, trouxeram em cena
algumas de suas expectativas e de suas praticas cotidianas, uma vez que alguns itens destacaram-se sobre
outros, exemplo disto está à afirmação positiva com 85% de concordância sobre o item: “As informações serão
uteis para minha pratica em sala de aula usando as TICs” (conforme Anexo D – Figura 02).
Fig. 02 – Anexo D – Resultado – Gráfico da Auto Avaliação
Fonte; Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS.
Neste sentido, averiguamos que ao concordar com o exposto, o professor considera que curso
oferecido disponibiliza sugestões pedagógicas que possam nortear seu fazer pedagógico necessitando que o
mesmo desenvolva as habilidades necessárias para a prática efetiva em sala de aula. Portanto, é possível que o
professor viabilize planejamentos em que as TICs possam ser inseridas dentro do contexto pedagógico especifico
da disciplina ministrada por ele. Esta situação de envolvimento de prática pedagógica foi confirmada nas
respostas dos professores quando fizemos esta indagação “tem facilidade de colocar em práticas as sugestões
pedagógicas que o curso propõe?” – obtivemos 46% de confirmação (conforme Figura 03, Anexo D) uma vez
que todos declararam ter “elaborado, revisado as atividades antes de postar no ambiente” indicando o
comprometimento com as metodologias e com os resultados de aprendizagem a serem obtidos durante
determinado processo de conhecimento.
Fig. 03 – Anexo D – Resultado – Gráfico da Auto Avaliação
Fonte; Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS.
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Esta porcentagem de 46% sinaliza a característica de organização, gerencia e compromisso com a
informação, que buscamos desenvolver nos alunos quando lecionamos. Portanto, é a partir das atividades e dos
processos de fixação que analisamos o avanço da aprendizagem dos professores cursistas. O fato de cada um
deles promover novas práticas consequentes das sugestões oferecidas no curso estimulam a inovação - com o
compromisso de assimilar vários recursos midiaticos como forma lúdica e de incentivo a produção individual
junto aos alunos. No entanto, o fato dos professores afirmarem que tem facilidade de colocar em pratica a
aprendizagem é uma coisa, e efetivamente, desenvolve-la é outra bem diferente! Logo, estamos deparados
diante de duas situações opostas.
Percebemos que a eficiência metodológica é alcançada a partir do interesse e dedicação que os
professores realizam mediante o contexto temático e midiático, situação esta confirmada na opinião dos
professores ao responderem que “realizaram as leituras de todos os itens solicitados” (conforme Figura 04 –
Anexo D) indicando a dedicação para reflexão teórica dos itens propostos no curso – o que eleva a qualidade de
concepção educacional dos professores – no tocante ao fazer pedagógico com as mídias tecnológicas. Ao todo,
cerca de 38% dos professores manifestaram a atitude citada acima.
Fig. 04 – Anexo D – Resultado – Gráfico da Auto Avaliação
Fonte; Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS.
Em todos os aspectos pedagógicos analisados evidenciam a importância do formador (tutor) no
processo de direcionamento do estudo. Neste sentido, percebemos que a afirmativa dos professores quando
indagados sobre o “Acesso ao curso em momentos planejados, com tempo suficiente para ler, resolver os
exercícios e trocar ideias com o formador”, 31% confirmaram manter esta prática (conforme Figura 05, Anexo
D).
Fig. 05 – Anexo D – Resultado – Gráfico da Auto Avaliação
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Fonte; Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS.
Portanto, aparece neste item a relevância da tutoria no papel do professor formador (tutor) que
auxilia, motiva, gerencia e administra os estudos onlines com seus professores cursistas de forma a sanar as
dificuldades monitorando-as tanto presencialmente quanto por mecanismos a distância como Whatsapp,
Facebook, Skype, e-mail, etc.
Também ressaltamos que os acompanhamentos oferecidos pelos formadores (tutores) ocorriam
presencialmente conforme a necessidade encontrada pelo cursista. Logo, era possível os professores cursistas
realizarem as atividades com tempo hábil para tirar as dúvidas e ou reorganizar as ideias – isto dependia do
empenho de cada um e de sua agenda de estudo individualizado para garantir a presença nas aulas de tutoria
presencial obrigatórias dentro da carga horária do curso.
De uma forma geral, 23% dos professores afirmaram “Ter tido dificuldades de navegar no ambiente
do curso” e “ter acessado o curso em momentos corridos, tempo que sobrava após as tarefas cotidianas”
(conforme Figura 06, Anexo D).
Fig. 06 – Anexo D – Resultado – Gráfico da Auto Avaliação
Fonte; Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS.
Estes dados remetem ao perfil de professor que sabe de suas capacidades básicas ao lidar com as TICs
em momentos de capacitação e também, sinaliza a segurança dos mesmos em garantir – durante a pesquisa –
a confirmação do compromisso de estudo dirigido que buscaram possuir durante o curso. Isto não exclui os
casos de professores cursistas que realmente apresentaram dificuldades por não ter seguido os estudos
conforme proposto na metodologia.
Considerando os resultados apresentados na pesquisa a partir dos onze temas abordados durante as
analises prevaleceram as afirmativas – por parte dos professores – de um uso consciente dos recursos midiaticos
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tecnológicos e dedicação de estudo como compromisso exclusivo do aluno com o acompanhamento do
formador (tutor).
Diante dessa realidade deparamo-nos com a atual reflexão que incomoda-nos ao depararmos com
práticas arcaicas dentro de sala de aula: “O que falta para os professores garantirem a metodologia diferenciada
utilizando os recursos midiaticos e tecnológicos?”. Dificilmente chegaremos ao consenso porque todo processo
não depende apenas da força de vontade, da condição de formação dos professores, do interesse dos alunos,
mas depende, principalmente, de politicas publicas que garantam esta pratica para todos ao mesmo tempo,
sem diferenciação.
Considerações finais
Ao iniciarmos esse trabalho tivemos por objetivo instigar a reflexão sobre a importância da
tutoria realizada pelos professores multiplicadores da instituição Núcleo de Tecnologia Educacional de
Três Lagoas (NTE/TL) na formação dos docentes da rede estadual de ensino, bem como analisar os
possíveis motivos que dão origem às dificuldades que alguns docentes enfrentaram para concluírem as
atividades nos cursos de modalidade EaD. Neste sentido o corpus permitiu escavarmos alguns resultados
que são praticamente, sutis, mas que estão presentes no cotidiano dos professores. Exemplo disso é a
necessidade de capacitação que permeia a categoria neste século XXI como consequência do advento
das mídias tecnológicas.
Muitas dificuldades não são puramente técnica, mas também pedagógica uma vez que os
professores são dependentes do suporte do professor formador (tutor) em todas as etapas das atividades,
o que leva a aprofundarem os estudos durantes os atendimentos presenciais obrigatórios.
Aproveitamos a exploração do objeto de pesquisa - os discursos dos docentes que participaram
da formação continuada promovida pelo Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas, em
parcerias com o MEC/SED/COTED, na plataforma e-proinfo especificamente durante o período de
16/04/2015 a 30/07/2015, sempre visando a perspectiva da investigação do fazer pedagógico dos
professores em contrapartida com a parte teórica ministrada, incentivando as novas praticas
metodológicas em sala de aula.
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Consideramos importante destacar a importância do papel do tutor no processo da
aprendizagem, bem como a relação dos docentes com as Tecnologias de Informação e Comunicação na
Educação – TIC uma vez que as unidades escolares estão, a cada dia, recebendo infraestruturas que
suportem estas metodologias de forma automática e funcional. Exemplo disso estão os retroprojetores,
as lousas digitais, os tablets, etc. Para tanto, destacamos que o evento do Planejamento online nas redes
públicas estaduais foi o fato norteador das novas ações pedagógicas que vivenciam a classe docente
atualmente – de um lado, estimulando novas praticas em sala de aula com uso das TICs e por outro,
levando os professores a mergulharem em constantes capacitações continuadas para assegurar o devido
suporte técnico/pedagógico para suas aulas.
Diante de todas as respostas obtidas no corpus, podemos afirmar que:
- 1) durante o curso, os professores cursistas trouxeram em cena algumas de suas expectativas
e de suas práticas cotidianas uma vez que o curso oferecido disponibiliza sugestões pedagógicas que
possam nortear seu fazer pedagógico necessitando que o mesmo desenvolva as habilidades necessárias
para a prática efetiva em sala de aula.
- 2) é possível que o professor viabilize planejamentos em que as TICs possam ser inseridas
dentro do contexto pedagógico especifico da disciplina ministrada por ele porque demonstram
comprometimento com as metodologias e com os resultados de aprendizagem a serem obtidos durante
determinado processo de conhecimento.
- 3) destaca nas ações dos professores cursistas a característica de organização, gerencia e
compromisso com a informação, que buscamos desenvolver nos alunos quando lecionamos. O curso permite
inovações nas práticas em sala de aula.
- 4) percebemos que a eficiência metodológica é alcançada a partir do interesse e dedicação que os
professores realizam mediante o contexto temático e midiático, indicando a dedicação para reflexão teórica dos
itens propostos no curso – o que eleva a qualidade de concepção educacional dos professores – no tocante ao
fazer pedagógico com as mídias tecnológicas.
- 5) em todos os aspectos pedagógicos analisados evidenciam a importância do formador (tutor) no
processo de direcionamento do estudo porque o mesmo que auxilia, motiva, gerencia e administra os estudos
onlines com seus professores cursistas de forma a sanar as dificuldades monitorando-as tanto presencialmente
quanto por mecanismos a distância como Whatsapp, Facebook, Skype, e-mail, etc. – dependendo do empenho
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de cada professor cursista e de sua agenda de estudo individualizado para garantir a presença nas aulas de
tutoria presenciais obrigatórias dentro da carga horária do curso.
Estes dados remetem ao perfil de professor que sabe de suas capacidades básicas ao lidar com as TICs
em momentos de capacitação e também, sinaliza a segurança dos mesmos em garantir – durante a pesquisa –
a confirmação do compromisso de estudo dirigido que buscaram possuir durante o curso. Isto não exclui os
casos de professores cursistas que realmente apresentaram dificuldades por não ter seguido os estudos
conforme proposto na metodologia.
Finalizamos com esta reflexão “O que falta para os professores garantirem a metodologia diferenciada
utilizando os recursos midiaticos e tecnológicos?” - porque consideramos que este breve estudo não esgotou
todas as possibilidades de informações e debates.
Que venham novas propostas de pesquisas para vislumbrarmos uma educação cada vez mais dinâmica
e autônoma no uso da TICs em sala de aula. Agora, é com você!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DESLISE, R. et al. O Estado da Arte sobre “Tutoria”: modelos e teorias em construção. 1985. Disponível em
<http://www.uab.ufmt.br/uab/images/artigos_site_uab/tutoria_estado_arte.pdf >. Acesso em: 10 mar. 2013.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F da Silva e
Jeanne Sawaya; revisão de Edgard A Carvalho. 11 ed. São Paulo: Cortez; Brasília DF: UNESCO, 2006.
PRADO, M. E. B. Brito. Pedagogia de projetos. In: Mídias na Educação. Disponível em:
<http://midiasnaeducacao-joanirse.blogspot.com/2009/02/pedagogia-deprojetos_24.html>. Acesso em 13 de
dezembro de 2008, P. 105.
EDIÇÃO Nº 17 JANEIRO DE 2016 ARTIGO RECEBIDO ATÉ 30/11/2015 ARTIGO APROVADO ATÉ 30/12/2015
______. Integração de mídias e a reconstrução da prática pedagógica. Disponível em:
<http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2005/itlr/>. Acesso em 13 de dezembro de 2008.
SÁ, Iranita M. A. Educação a Distância: processo contínuo de inclusão social. Fortaleza, C.E.C., 1998.
SANTANDEL, Maria A. da S. Breve estudo do Papel da Tutoria no Profuncionário: suas relações com as mídias
digitais. 2010.
________, Maria A. da S. et al. As TICs na prática pedagógica das escolas estaduais do município de Três Lagoas:
ações e propostas. 2007.
ANEXOS
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ANEXO A - RESOLUÇÃO Nº 2491 DE 08 DE DEZEMBRO DE 2011
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ANEXO B – ATENDIMENTO DO NTE DE TRÊS LAGOAS AOS MUNICÍPIOS JURISDICIONADOS
Relação Nominal das Unidades Escolares assessoradas pelo NTE de Três Lagoas – MS – Ano 2015
MUNICÍPIO ESCOLA
AGUA CLARA
EE CHICO MENDES
EE MAL. CASTELO BRANCO
APARECIDA DO TABOADO
EE ERNESTO RODRIGUES
EE FREI VITAL DE GARIBALDI
EE GEORGINA DE OLIVEIRA ROCHA
BATAGUASSU
EE MANOEL DA COSTA LIMA
EE PERI MARTINS
EE PROF. BRAZ SINIGÁGLIA
EE PROF. LADISLAU DEÁK FILHO
EE PROF. LUIZ ALBERTO ABRAHAM
BRASILÂNDIA
EE ADILSON ALVES DA SILVA
EE DEBRASA
CASSILÂNDIA
EE HERMELINA BARBOSA LEAL
EE RUI BARBOSA
EE SÃO JOSÉ
INOCÊNCIA
EE JOÃO PONCE DE ARRUDA
EE PROF. JOÃO PEREIRA VALIM
EE ARACILDA CÍCERO C.DA COSTA
EE DR. ERMÍRIO LEAL GARCIA
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PARANAÍBA
EE GUSTAVO RODRIGUES DA SILVA
EE JOSÉ GARCIA LEAL
EE MANOEL GARCIA LEAL
EE WLADISLAU GARCIA GOMES
STA RITA DO PARDO EE JOSÉ FERREIRA LIMA
SELVÍRIA EE ANA MARIA DE SOUZA
TRÊS LAGOAS
EE AFONSO FCO. XAVIER TRANNIN
EE AFONSO PENA
EE BOM JESUS
EE DOM AQUINO CORRÊA
EE EDWARDS CORRÊA E SOUZA
EE FERNANDO CORRÊA
EE JOSÉ FERREIRA
EE JOÃO DANTAS FILGUEIRAS
EE JOÃO PONCE DE ARRUDA
EE PADRE JOÃO TOMES
EE PROF. JOÃO MAGIANO PINTO
UNEI
PRESÍDIO
Fonte: Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS
ANEXO C - FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO
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*** CURSO: TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO***
ATIVIDADE 08
AUTO AVALIAÇÃO
Nome completo do cursista:
Tutor/Formador: Maria Aparecida da Silva Santandel
Data:
Faça auto avaliação, pontuando de zero a dez.
Temática Nota atribuída
(0 a 10)
01. Fui a todos os encontros presenciais obrigatórios
02. Realizei as leituras de todos os itens solicitados
03. Acessei o ambiente do curso várias vezes para estudar e aprofundar as leituras nos tempos disponíveis
04. Sanei as dúvidas conforme estudava os conteúdos com o formador
05. Elaborei, revisei as atividades antes de postar no ambiente.
06. Tive dificuldades de navegar no ambiente do curso
07. .As informações serão uteis para minha pratica em sala de aula usando as TICs.
08. Realizei as atividades com tempo hábil para tirar as dúvidas e ou reorganizar minhas ideias
09. Acessei o curso em momentos corridos, tempo que sobrava após minhas tarefas cotidianas.
10. Acessei o curso em momentos planejados, com tempo suficiente para ler, resolver os exercícios e trocar ideias com o formador.
11. Tenho facilidade de colocar em praticas as sugestões pedagógicas que o curso propõe
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Agradecemos sua participação
Tutora Maria Aparecida da Silva Santandel
Fonte: Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS
ANEXO D – RESULTADO – GRÁFICO - AUTOAVALIAÇÂO
Fig. 01 – Resultado obtido da entrevista realizada dia 21/07/2015 com os professores cursistas – Turma de 2015.
Fonte: Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS
Fig. 02 – Anexo D – Resultado – Gráfico da Auto Avaliação
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Fonte; Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS.
Fig. 03 – Anexo D – Resultado – Gráfico da Auto Avaliação
Fonte; Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS.
Fig. 04 – Anexo D – Resultado – Gráfico da Auto Avaliação
Fonte; Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS.
Fig. 05 – Anexo D – Resultado – Gráfico da Auto Avaliação
Fonte; Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS.
Fig. 06 – Anexo D – Resultado – Gráfico da Auto Avaliação
Fonte; Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas/MS.