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Nuestra América em Diálogo

Boletim AELAC Brasil

Nuestra América

em Diálogo

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Boletim AELAC Brasil

Nuestra América em Diálogo – Boletim AELAC BrasilNúmero Zero, junho/2016

Ficha técnica

AELAC Brasil*Editora: Léa Tiriba

Projeto gráfico e diagramação: Sylvio Marinho e Daniel Tiriba

Participaram desta edição: Carmen Sanches Sampaio;Celso

Sanchez; Cláudia Miranda; Diógenes Pinheiro; Eliane Ribeiro;

Jesús Jorge Pérez García; Léa Tiriba; Lia Tiriba; Maria Ciavatta;

Marcelo Aranda; Marcio da Costa Berbat;Terezinha Losada.

Organização: Lia Tiriba

* A AELAC - Associação de Educadores de América Latina e Caribe”, Seção Brasil, é uma organização não governamental que reúne educadores e instituições de diferentes países interessados no estudo, pesquisa e integração dos povos latino americanos, buscando resgatar nossas raízes educacionais e culturais, para construirmos uma Pedagogia Latino Americana que ofereça respostas às nossas realidades.

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Nuestra América em Diálogo

SUMÁRIO

Nuestra América em DiálogoLéa Tiriba ...............................................................................................5

Memórias da AELAC ( I ) – DepoimentoMaria Ciavatta .......................................................................................8

Projetos UNIRIOn Educação intercultural e práticas curriculares no Brasil e na Colômbia

Cláudia Miranda ................................................................................10

n Rede Formad (Rede de Formação Docente: narrativas e experiências) Carmen Sanches Sampaio...............................................................12

n Diálogo Brasil e Uruguai: juventude, processos sociais e políticas públicas na América Latina

Eliane Ribeiro e Diógenes Pinheiro ..................................................14

n Ensino, pesquisa, extensão e militância: reflexões sobre o Grupo de Estudos em Educação Ambiental Desde El Sur -GEASur.

Celso Sanchez e Marcelo Aranda ....................................................16

n Estudos Interdisciplinares em Pedagogia Latino-Americana (Brasil e Cuba) Marcio da Costa Berbat ....................................................................19

Latino-américa: o Neddate e seus trabalhos necessárioLia Tiriba ..............................................................................................22

Jakobson e a Arte CubanaTerezinha Losada ................................................................................24

Carta Brasil - Universidad de Pinar del Rio ........................................28

Hacia un Manual de Estudio: recomendaciones para la capacitaciónacerca del medio ambiente y su educación desde la empresa socialistaJesús Jorge Pérez García ...................................................................31

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Nuestra América em Diálogo “Lo que quede de aldea en América ha de despertar!”.

“ Trincheras de ideas valen más que trincheras de piedra”. (Jose Marti)

11 de setembro de 2014: foi neste dia, de triste memória para os povos da América e do mundo, que nos reunimos em uma pequena sala do segundo andar da Escola de Educação da UNIRIO: éramos cerca de sete professores da casa, alguns alunos da pós e da graduação, uma professora da UFF e a presidente da Associação de Educadores de Latino América e Caribe/AELAC. Nossa intenção era refletir sobre os laços que unem os povos de nosso continente.

Já nas apresentações, foi possível perceber uma grande pro-ximidade entre os projetos de pesquisa, ensino e extensão desen-volvidos pelos professores presentes, principalmente em relação à compreensão da importância da integração latino americana.

Se, do ponto de vista de nossas origens e constituição como nação, estamos profundamente identificados; se somos indígenas, vie-mos da África, fomos “descobertos” por povos ibéricos, nos forjamos na luta pela resistência aos colonizadores, por que nós, brasileiros, mantemos uma relação tão distante com os povos da América?

Num contexto de relações internacionais favoráveis – acordos bilaterais, políticas de solidariedade com os povos da América e África - esta pergunta no levou ao movimento de tessi-tura de uma pequena rede, com o objetivo de potencializar nossas atividades e chegar à criação de um capitulo da AELAC no Rio de Janeiro. Entusiasmados com esta perspectiva, a primeira iniciati-va foi um curso sobre o pensamento pedagógico de educadores latinos e caribenhos - Simon Rodriguez, Carlos Mariátegui, Raul

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Nuestra América em Diálogo

Ferrer, Jose Martí e Paulo Freire – ministradopela presidente da AELAC/BRASIL, Profª Maria Sirley dos Santos.

Hoje, esta associação ainda não está formalmente consti-tuída, mas as sementes estão plantadas, e muitas já viraram belos frutos: encontros de intercâmbio e de formação, seminários, pro-jetos em parceria com universidades do continente, convênios de colaboração.

Esta revista é o fru-to mais jovem desta vontade de aproximação entre povos da América Latina e Caribe. Povos irmãos cujas histó-rias se teceram em luta pela integridade de seus modos de vida, valores, visões de mundo; que, nas duas ulti-mas décadas, derrubaram fe-rozes ditaduras e reconquis-taram espaços de liberdade, acesso à educação, à saúde, direito à terra, afirmação de suas etnias, controle de bens naturais. Conquistas que foram mínimas, se considerarmos que em alguns países – o Brasil, por exemplo - pouco se alteraram os níveis de desigualdade social. Mas que foram significativas para o viver dos povos e comunidades mais pobres; e suficientemente importan-tes para aguçar a ganância doentia das elites do mundo do capital, sempre insaciáveis e devastadoras na reedição das velhas derramas, hoje modernamente denominadas “ajustes estruturais”.

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Assim, depois de duas décadas vivendo em contextos de liberdades democráticas, outra vez nossos países vivem ameaças de golpes, agora midiáticos, jurídicos.

Em tempos de neoliberalismo galopante - em que de novo enfrentamos ameaças de sangria de nossas terras e de nossos povos – mais do que nunca a afirmação da vida é necessária.

“Conocer es resolver. Conocer el país y governarlo confor-me el conocimiento, es el único modo de librarlo de tiranías.”

Inspirados por Jose Marti, pensamos que governar de acor-do com nossos conhecimentos requer o resgate do pensamento de nossos povos originários, para reaprender com eles um modo de sentir, pensar e viver que assume a vida como uma vasta rede de relações; em que, ao contrario da perspectiva cartesiana ocidental, todos os seres estão interconectados, é a diversidade de espécies que assegura a vida na Terra. Por outro lado, educar na perspectiva de reintegração do continente requer a busca de referências en-tre pensadores que ousaram valorizar nossas raízes culturais para construirmos uma Pedagogia latino americana que ofereça respos-tas aos problemas de nossas realidades.

Foi o compromisso com a soberania e a democratização dos saberes de nossos povos que levou a que a universidade pública assu-misse, já na década de 1990, o compromisso de criação da AELAC--Brasil. Primeiramente na Universidade Federal Fluminense (UFF), como revela o depoimento de sua primeira presidente, a Prof.ª Maria Ciavatta. E agora, não é diferente: com o apoio de sua diretora, a Prof.ªSandra Albernaz, a Escola de Educação da Universidade Fe-deral do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) acolhe a AELAC-Rio.

Como José Martí, no século XIX, pensamos que agora “es la hora del recuento, y de la marcha unida, y hemos de andar en

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Nuestra América em Diálogo

cuadro apretado como la plata de las raíces de los Andes”’Esta revista pretende ser, no século XXI, uma expressão

deste recontar em marcha. Num momento histórico de confluência entre luto e luta, ela nasce na universidade pública brasileira, em sintonia com os objetivos da AELAC, no sentido de:

• Defender y estimular una pedagogía latinoamericana y

caribeña, que haga frente a la penetración de una peda-gogía transnacionalizadora y desnacionalizadora.

• Apoyar la unidad, la integración y la solidaridad latinoa-mericana y caribeña de los movimientos pedagógicos.

• Luchar por el reconocimiento de la valoración social de los educadores, de sus condiciones de vida y trabajo.

• Luchar en todos nuestros países, por el reconocimiento de los derechos del niño y exigir el cumplimiento de la Declaración Universal de los Derechos Humanos

“Nuestra América em Diálogo” é um instrumento de difusão dos meios pelos quais articulamos professores, alunos e movimentos sociais, a partir de compromissos com a defesa intransigente da diver-sidade cultural e da biodiversidade do continente americano. Nosso movimento será no sentido de ampliar as trincheiras de ideias para além dos grupos de professores pesquisadores, alunos e universidades envolvidas atualmente com os projetose atividades aqui apresentados.

Sejam bem vindos e bem vindas!

Léa Tiriba – UNIRIO Junho/ 2016

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MEMÓRIAS DA AELAC (I)Depoimento

Maria Ciavatta – Universidade Federal Fluminense (UFF)

“Além dos 500 anos” foi um pensamento e uma expressão que dominou os primeiros anos da década de 1990 na América La-tina, demarcando o sentido da chegada dos espanhóis à América, em 1492. Em 1992, eles propunham a comemoração do “encon-tro entre dois mundos”, mas intelectuais e movimentos sociais do Continente rejeitaram essa palavra de ordem e recuperaram, histo-ricamente, a espoliação do Novo Mundo, de seus povos, de sua ri-queza e de sua cultura ao longo de quinhentos anos. “La conquista de América, la cuestión del otro” de Tzvetan Todorov foi um dos li-vros clássicos que ajudaram a compreender em detalhes, segundo os relatos de Bartolomé de Las Casas, a tragédia da convivência entre os europeus e os nativos.

Foi nesse clima de redescoberta dos países e de suas raízes, da necessidade da luta dos povos para superar a dominação, que a Associación de Educadores de Latinoamérica y Caribe (AELAC) foi criada durante o Pedagogia 90, Encuentro de Educadores por un Mundo Mejor, realizado de 6 a 9 de fevereiro de 1990, em Havana (Cuba), com a participação de professores e estudantes dos países lati-no-americanos e alguns americanos e europeus. Realizado no grande Teatro Karl Marx, chegou a notícia de uma convocação ampla para uma reunião em torno das 12 horas, em um dos auditórios, para criar uma associação de educadores. Chegando lá, havia um pequeno grupo de brasileiros e nos fizemos representar por uma escolha feita na hora, com professores de diversas partes e instituições brasileiras.

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Nuestra América em Diálogo

Constituiu-se um Comitê Organizador com representan-tes de cada país. Pelo Brasil, ficaram representadas as seguintes instituições: ADUFRGS, SME-SP, UFF, CPERS, UNICAMP e SINPRO-RJ. Os cubanos tinham pressa na constituição regional por país, mas, talvez, a distância espacial entre os representantes

brasileiros (não havia internet) não tornava fácil a tarefa. No entanto, en-tre fevereiro de 1990 e junho de 1991, os membros do Comitê Organizador no Brasil, apoiados por seus grupos locais, realizaram várias atividades preparatórias à constituição legal da entidade através da utilização de re-cursos próprios.

No Brasil, o clima dos anos 1990 era de redemocratização das ins-tituições. Animados por esse ideário

de transformação social, criamos a AELAC-Brasil, em uma sala da UERJ, em 15 de junho de 1991. Constituímos uma sede nacional na UFF, subsedes por Região e um Conselho Consultivo Nacional. Como apoiadores, entre outras, participaram as seguintes institui-ções: UFRJ, UFF, ANPEd, ANDES, PACS e IESAE-FGV. Foram eleitas as Profs. Maria Ciavatta / UFF, Presidente; Sandra Maria de Sá Carneiro / UERJ, Secretária Geral; e Edith Frigotto /UFF, Secre-tária Adjunta. Buscávamos “o alargamento recíproco da consciência continental latino-americana e de suas possibilidades de ação”.

Rio, 06 de maio de 2016.

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Projetos UNIRIO

Educação intercultural e práticas curriculares no Brasil e na Colômbia

Claudia Miranda - UNIRIO

O projeto de pesquisa Como a Educação Intercultural impacta as políticas e as práticas curriculares no Brasil e na Colômbia: um es-tudo comparado sobre a participação dos movimentos pedagógicos e as perspectivas de gestores/as e etnoeducadores/as visa dar prossegui-

mento às investigações iniciadas no ano de 2009, e que passamos a desenvolver no âmbito do Grupo de Estudos e Pesquisas Formação de Professores, Cur-rículo (s), Interculturalidade e Pedagogias Decolo-niais (GFPPD). Nosso foco está nos “Movimentos Pedagógicos” no Brasil e na Colômbia que defen-dem outras pedagogias para a descolonização dos currículos formais e praticados, tais como a Rede

Carioca de Etnoeducadoras Negras (Rio de Janeiro) e a Red de Maes-tros y Maestras Tras los Hilos de Ananse (Bogotá) em um trabalho de fortalecimento e promoção das ações de cooperação dos respectivos co-letivos. Trata-se da consolidação de uma investigação pautada nos im-pactos alcançados pela cooperação entre redes dinamizadas por intelec-tuais orgânicos, estudantes e educadoras/es vinculadas/os aos processos emancipatórios e decoloniais rumo a outras epistême1, e des-aprendiza-

1 Sobre isso as inspirações emergiram, em um primeiro momento, do trabalho de Connell (1995).

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gens/re-aprendizagens. Ratificamos o ideário que passa pelo reconheci-mento da importância da pesquisa comparada com o foco nos países da América Latina e Caribe e se consolida como intervenção sociopolítica. Aprendemos que o trabalho em parceria e em rede potencializa a expe-riência com a escola e os “Movimentos Pedagógicos” se converte em uma estratégia de consolidação de outras cosmovisões sobre aprender e construir outros espaços de crítica.

Valeria ressaltar que a proposta de pesquisa comparada vem sendo desenhada ao longo dos últimos dez anos e passa a exigir uma maior estrutura, já que tem avançado com o reconhecimento da sua importância na medida em que publicizamos os resultantes de nossas incursões em rede nesses contextos. Na busca de uma efetiva interlocução, temos apresentado reflexões e análises sobre a proposição de modelos em disputa para a escolha de modelos significativos de Educação Intercultural pertinente a partir do pro-tagonismo dos movimentos de profissionais organizados - no Bra-sil e na Colômbia.

Discutimos a promoção de referências históricas e culturais, as críticas aos modelos de políticas educacionais com foco na “inclu-são”, apresentadas em fóruns organizados no México (2010), no Equador (2012), em Cuba (2014) na Colômbia (2013, 2015; 2016), no Brasil (2013) e em outros países. Vimos, ao longo desse proces-so que se dá em dois países da América Latina – Brasil e Colômbia - a importância de um estudo comparado envolvendo países que herdaram as inspirações coloniais e que ainda estão atravessados pelo ethos da servidão. Países que, por outro lado, exigem com-promissos de resistência e que demandam outras formas de intervir por equidade socioeducacional.

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Projetos UNIRIO

Rede Formad (Rede de Formação Docente: narrativas e experiências)

https://sites.google.com/site/redeformad

Carmen Sanches Sampaio - UNIRIO

Conhecemos a perspectiva das redes de formação docente atra-vés de Daniel Suárez, professor da Universidade de Buenos Aires (UBA), com quem realizei o pós-doutorado. Ficamos encantados com essa ideia. Éramos um grupo de professoras e estudantes vin-culados a universidade e a escola básica e percebemos, à época, que nos organizávamos, sem saber, em coletivos docentes articula-dos entre si e que fomos, ao longo dos anos, construindo de modo (com)partilhado e praticando, com esses coletivos, ações de for-mação docente subsidiadas em pressupostos teórico-epistemológi-cos, metodológicos e políticos comuns. Essa percepção levou-nos a criação da Rede Formad, em 2010, e a participação, em 2011, no VI Encuentro Ibero-americano de Colectivos Escolares y redes de Maestros/as que hacen investigación e inovación desde la Escue-la, realizado em Córdoba, na Argentina.

Durante o VI Ibero conhecemos a Rede RIE (Rede de Investi-gação na Escola/ Brasil), a Red de Lenguaje (Red Latinoamerica-na para la transformación de la Formación Docente en Lenguaje), professores e professoras da escola básica e da universidade vin-culados a outras redes de diferentes países da América Latina e ampliamos nossa articulação com a Red de Formación Docente y Narrativas (Argentina). Neste encontro, com o processo experien-ciado, percebemos, sobretudo, a potência das redes de formação docente: possibilidades de fortalecer a democratização da produ-

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Nuestra América em Diálogo

ção do saber pedagógico e do debate atual sobre o lugar da inves-tigação educativa na formação docente e no cotidiano das escolas de educação básica.

Voltamos ao Brasil com o compromisso de organizarmos a “Visita Pedagógica no Rio de Janeiro”, parte das atividades do VIII Encuentro de la Red de Lenguaje – Congreso Latino-Americano: Pedagogía, Lenguaje y Democracia -, realizado em Rio Claro/São Paulo/Brasil, no ano de 2013.

Pouco a pouco, a Rede Formad foi ampliando-se e enredando--se a outras redes e grupos, brasileiros e de diferentes países lati-no-americanos. Atualmente, somos uma rede constituída por diferentes coletivos docentes, grupos de estudos e/ou pesqui-sa vinculados a universidade ou a esco-la básica de diferentes cidades e estados brasileiros. Investimos em ações de for-mação-investigacão comprometidas com o diálogo horizontal entre a universidade e a escola básica. Para nós, a circulari-dade entre teoria e prática potencializa processos de construção de conhecimen-tos articulados aos saberes e experiências de professores, professoras e estudantes, sejam adultos, jovens ou crianças. Trabalhamos com o conceito de professor(a) pesquisador(a) da própria prática, docentes da esco-la básica compreendidos(as) como produtores de conhecimentos e saberes pedagógicos válidos.

As variadas ações - de ensino, pesquisa e extensão - realizadas pe-los diferentes grupos e coletivos vinculados a Rede Formad apostam em uma escola/universidade pública na qual diariamente se forje a decolonialidade do ser e do saber, na perspectiva defendida, há muito, por autores e pesquisadores de nossa América Latina e Caribe.

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Projetos UNIRIO

Diálogo Brasil e Uruguai:Juventude, processos sociais e políticas públicas na América Latina

Eliane Ribeiro e Diógenes Pinheiro - UNIRIO

Desde 2009, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janei-ro – UNIRIO, por meio do Grupo de Pesquisa Juventudes: processos sociais, políticas públicas e educação, vinculado à Escola de Educação e ao Programa de Pós-graduação em Educação, vem realizando uma profícua aproximação com universidades, organizações não-governa-mentais e coletivos juvenis da América Latina, com o objetivo de co-nhecer e refletir sobre questões que permeiam a juventude contempo-rânea - perfis, demandas, trajetórias, formas de participação, políticas públicas etc-. A perspectiva é sinalizar, por meio da construção de uma sólida rede de pesquisadores, caminhos mais solidários e democráticos para a juventude latino-americana.

Destaca-se o convênio com a Universidad de La Republica – UDELAR, no Uruguay, Facultad de Ciencias Sociales, onde o Grupo de Pesquisa tem participado do curso de Pós-grado: JÓVENES, JUVEN-TUDES Y POLÍTICAS PÚBLICAS, ministrando aulas sobre o tema Educación y Juventud. O curso tem por objetivo analisar a relação entre juventude, educação, meio social e políticas públicas, em sua interface com noções como território, participação e trabalho, valendo-se de re-

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Nuestra América em Diálogo

ferências teóricas abrangentes e interdisciplinares. Este intercâmbio tem permitido aprofundar a análise sobre dinâmicas e processos que contri-buem para a formulação e visibilidade de demandas educacionais, suas disputas e tensões, bem como a reflexão acerca da atuação do Estado, dos movimentos sociais e dos sujeitos na luta pelo direito à educação, com foco nas marcas que produzem e reproduzem distintos contornos de desigualdades sociais, com destaque para os estudos sobre progra-mas para jovens pobres. Todos os anos, o curso conta com a participa-ção de alunos do mestrado e doutorado da UNIRIO.

Uma segunda ação que merece ênfase é a implementação/consolidação, desde 2015, das bases para a internacionalização do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIRIO. O propósito é a implementação de um conjunto de atividades de apoio ao ensino e à pesquisa nas áreas de concentração do curso, a partir da constitui-ção de sólida interlocução com pesquisadores de referência em suas áreas, em especial, de países sul-americanos. Dessa forma, existe em curso um potente intercâmbio de docentes e discentes, fomentando a mobilidade internacional do programa e seus agentes, no âmbito da UDELAR do Uruguai.

Por fim, deve-se ressaltar o trabalho em curso da Pesquisa Comparativa Juventudes Brasil e Uruguai: perfis e opiniões, que está sendo realizada com base em robusto banco de dados de estu-dos nacionais,através da Secretaria Nacional de Juventude do Brasil e do Instituto Nacional de La Juventud do Uruguai. O estudo é mais uma iniciativa da parceria UNIRIO e UDELAR, que espera incidir na construção de políticas públicas que amplie a qualidade de vida da juventude Latino-americana.

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Projetos UNIRIO

Ensino, pesquisa, extensão e militância: reflexões sobre o Grupo de Estudos em Educação Ambiental Desde El Sur - GEASur.

Celso Sanchez e Marcelo Aranda - UNIRIO

O campo da pesquisa em Educação Ambiental (EA) tem cres-cido muito nesses últimos 30 anos, por vários motivos, porém des-tacaremos alguns como a profissionalização acadêmica de militantes ambientalistas e a criação de cursos de Mestrado e Doutorado com linhas de pesquisas relacionadas a esse tema. Relacionado a essas questões em 2012 nasce o GEASur, cuja adjetivação “Desde El Sur”, foi propositalmente proposta para enfatizar a localização epistemoló-gica afinada com a perspectiva latino-americana. Assim, nos interessa a educação ambiental pensada a partir das realidades da região, o que significa atenção e contextualização as demandas dos movimentos por justiça socioambiental, bem como o aporte do pensamento lati-no-americano em ecologia política. Tal abordagem pedagógica parte da premissa Freiriana que educar e de educar-se é um ato político. O objetivo é atuar no ensino, pesquisa e extensão, fazendo a interface da educação ambiental em sua vertente crítica, com os movimentos sociais afrodescendentes, indígenas, justiça ambiental e ambientalista.

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Nuestra América em Diálogo

O grupo defende que o embasamento teórico destes mo-vimentos fundamenta um trabalho de base que contextualiza as demandas da realidade socioambiental latino-americana, bem como, questões relacionadas aos movimentos afrodescendentes e indígenas. Portanto, busca-se identificar os possíveis diálogos que emergem das insurgências e demandas populares e dos movimen-tos sociais em torno da problemática socioambiental, a partir dos referenciais de estudos acerca da descolonialidade e da intercultu-ralidade no contexto regional latino-americano. Para tal, o grupo vem desenvolvendo o projeto “Diálogos desde el Sur” no qual se propõe debates sobre temas comuns às realidades socioambientais de nossa região. Em 2012 o Diálogos desde el Sur Brasil-Peru dis-cutiu o racismo na américa latina, em 2013 foi a vez Brasil Cuba debateu a educação ambiental popular em Cuba e em 2014 discu-tiu-se a relação Brasil -Colômbia.

Atualmente, o Geasur conta com pesquisas desenvolvidas por estudantes do Programa do Mestrado e Doutorado em Educa-ção, da Graduação em Ciências Ambientais, e por outros participan-tes cuja representação inclui desde servidores públicos, educadores populares, ambientalistas e militantes de outros movimentos sociais. A diversidade do grupo enriquece trocas de experiências, de conhe-cimentos e de vivências no campo da educação ambiental crítica. As pesquisas atuam no campo da educação ambiental comunitária, da ecologia política, da justiça ambiental e territorialidade, da ecologia de saberes, educação ambiental à distância e processos de formação de educadores ambientais a partir de saberes indígenas.

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O GEASur prioriza uma metodologia de trabalho coletivo, onde as reuniões semanais são espaços de escrita, orientação, aulas e leituras em grupo, acreditando que este espaço traga aprendizagens com o potencial de proporcionar trocas de saberes e de conhecimentos de uma forma diferenciada do modelo de produção ou de estudo indi-vidual. Segundo o próprio Paulo Freire, uma de nossas referências de base, no livro a Pedagogia do Oprimido (1981, p.23), “ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho. As pessoas se educam entre si”. O grupo realiza imersões para realizar vivenciar e aprofundar alguns temas. Além disso, organiza diversos eventos científicos, tais como “Diálogos Desde El Sur”; Fórum de Pesquisa Crítica e recentemente o Encontro de Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA).

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Projetos UNIRIO

Estudos Interdisciplinares em Pedagogia Latino-Americana (Brasil e Cuba)

Marcio da Costa Berbat – UNIRIO

O projeto de pesquisa Estudos Interdisciplinares em Pedago-gia Latino-Americana (Brasil e Cuba), surge do interesse conjunto de professores da Universidade Federal do Estado do Rio de Janei-ro (UNIRIO) e da Universidade de Pinar Del Río “Hermanos Saiz Montes de Oca” (UPR), anteriormente Universidade de Ciências Pedagógicas “Rafael María de Mendive” Pinar Del Río (UCPPR), iniciados em 2012 e efetivamente concretizados a partir de 2015, com a visita oficial do professor Marcio da Costa Berbat a UPR.

As ações de construção do projeto estão integradas com a atuação em ensino, pesquisa e extensão de vários do-centes e respectivos grupos de pesquisa da Escola de Educa-ção da UNIRIO. Entre os docentes destacamos: Prof. Dr. Mar-cio da Costa Berbat (UNIRIO), Profa. Dra. Léa Tiriba Vargas (UNIRIO), Profa. Dra. Claudia de Oliveira Fernandes (UNI-RIO), Prof. Dr. Celso Sanchez Pereira (UNIRIO), Profa. Dra. Terezinha Losada (UNIRIO) e Profa. Dra. Claudia Miranda (UNIRIO). Integra a equipe, alunos de graduação, mestrandos

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e/ou doutorandos da Escola de Educação e do Programa de Pós-graduação em Educação da UNIRIO.

Para que as atividades tivessem o pleno aproveitamento e amparo legal, foi assinado um convênio (acordo de mútua coo-peração) no ano de 2016, tendo como base a carta de intenção, os nove itens da Carta Brasil, resultado do documento (relatoria de atividades), construído a partir da missão de estudos em 2016 e encaminhado pelo Decano da Faculdade de Educação Média da UPR, Prof. Dr. Roberto Isbel Morejón Quintana para o Reitor da UNIRIO, Prof. Dr. Luiz Pedro San Gil Jutuca, fortalecendo as ações de formação profissional em nível de graduação e pós-graduação entre os dois países latino americanos, potencializando compromis-sos sociais, históricos e culturais, com destaque para a formação de professores para a educação básica, nas licenciaturas de Pedagogia (educação pré-escolar e primária), Geografia e Ciências Naturais.

Para registrar algumas das instituições parceiras, citamos a Associação de Educadores da América Latina e Caribe (AELAC Brasil e AELAC Cuba), Centro Meteorológico (CMP) de Pinar Del Río, Associação de Pedagogos Cubanos (APC), Associação dos Ge-ógrafos Brasileiros (AGB), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Estadual de Santa Cruz/UESC/Bahia. Na coordena-ção pedagógica da Universidade de Pinar Del Río “Hermanos Saiz Montes de Oca” (UPR) estão os seguintes docentes: Profa. Dra. Xio-mara Morejón Carmona, Profa. Dra. Leydis Iglesias Triana, Profa. Dra. Rosa Hernández Acosta e Profa. Dra. Caridad Pérez Garcia.

Como primeiro fruto deste convenio, foi elaborado e submetido

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Nuestra América em Diálogo

à aprovação o projeto “Infâncias em comunidades tradicionais e em áreas de proteção ambiental no Brasil e em Cuba – lições para edu-cação ambiental “. Seu objetivo é o de identificar, reunir e sistemati-zar o conhecimento produzido nas distintas áreas do conhecimento acerca das infâncias brasileiras e cubanas, especificamente aquelas tradicionais ou vivenciadas por comunidades que vivem em áreas de proteção ambiental, com foco na interação das crianças com os ambientes naturais e seus seres.

Além da UNIRIO e da Universidade de Pinar del Rio, este pro-jeto envolve a Universidade Estadual de Santa Cruz/UESC, sendo coordenado pela professora Cristiana Profice.

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Latino-américa: o Neddate e seus trabalhos necessários

Lia Tiriba – Universidade Federal Fluminense

Em todos os cantos do continente latino-americano, uma gran-de quantidade de homens e mulheres tenta driblar as imposições e ameaças do sistema capital. São brasileiros argentinos, chilenos, boli-vianos, equatorianos, haitianos, paraguaios e outros que, contrariando a cultura do trabalho e o modo de vida de seus ancestrais são impeli-dos a vender sua força de trabalho ou ganhar a vida por conta própria. Nesse continente, banhado por dois oceanos e que conta uma riquís-sima diversidade cultural e natural, vivemos as mesmas contradições derivadas de espoliação: fomos dominados pelos impérios português, espanhol, inglês, pelo império estadunidenses e outros impérios que historicamente nos massacraram e continuam a nos massacrar.

Somos apenas um: somos os povos latino-americanos! E é no horizonte de afirmar outros modos de produção da existência humana que caminha o Núcleo de Estudos, Documentação e Dados sobre Tra-balho e Educação (Neddate), da Faculdade de Educação na Universi-dade Federal Fluminense.

Criado em 1985 e tendo sido sede da AELAC Brasil nos anos 1990, sob a coordenação da Profa. Maria Ciavatta, a riqueza do Ned-date (www.neddate.uff.br) está nas dimensões do real que, a partir da perspectiva do materialismo histórico, seus atores se propõem a inves-tigar e transformar. Os campos empíricos constituem-se em fios cres-centes que se entrelaçam e, em movimentos espiralados, vão tecendo saberes sobre as relações históricas entre trabalho e educação. Assim,

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em outubro/2015, foi enriquecedora a vinda da Profª. Dra. Caridad Pérez Garcia, da Universidade de Ciências Pedagógicas “Enrique José Varona” (Havana) para nos falar sobre politecnia e pedagogia da edu-cação profissional em Cuba, o que repercutiu em uma publicação na Revista Trabalho Necessário, no22. Não menos importante têm sido o intercâmbio, desde 2015, com a Universidade de Cuenca (Equador) sobre economia popular e solidária, considerada como elemento do Sumak Kawsay ou Bem-Viver, assegurado na Constituição do Equa-dor (2008) como direito dos povos andinos.

A partir de 2016, com a pesquisa Reprodução ampliada da vida: elementos educativos, econômicos e culturais do trabalho de pro-duzir a vida associativamente, por mim coordenada, damos um passo a mais na relação de amizade com os povos latino-a-mericanos, em especial com Equador e Cuba. Entre os pesquisadores está o Prof. Jesus Jorge Pérez Gar-cia, da Universidade de Pinar del Rio (Cuba) que, sem dúvida, tem muito a contribuir para construção de paradigmas de qualidade de vida que contrariam a reprodução ampliada do capital.

E assim vão se tecendo os fios do Neddate! De acordo com a linha editorial de nossa revista eletrônica, o trabalho como atividade vital da es-pécie humana, que é um dos conceitos centrais do pensamento marxiano, também compreende “o embate político - teórico e prático – pela superação da sociedade das mercadorias [...] Enfim, o traba-lho será sempre necessário”. (www.uff.br/trabalhonecessario/index.php/editorial).

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Jakobson e a Arte Cubana

Terezinha Losada - UNIRIO

Estive em Cuba em Julho de 2015 para realizar duas oficinas sobre leitura de imagens, por meio da parceria entre a Associa-ção de Educadores da América Latina e Caribe (AELAC) e a Uni-versidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), onde ministro a disciplina Arte e Educação, do Curso de Pedagogia. A primeira oficina foi realizada na Universidad de Ciencias Pedagó-gicas Rafael Maria de Mendive, localizada na cidade de Pinar del Rio. A segunda, na Asociación de Pedagogos de Cuba, Capítulo Cuba de la AELAC, sediada em Havana. Nas duas ocasiões, houve a participação muito acolhedora e generosa de estudantes e profes-sores de Pedagogia.

Nas oficinas, utilizei basicamente os conceitos do linguista russo Roman Jakobson, que desenvolveu uma tipologia das men-sagens baseada nos fatores do processo comunicativo: emissor, receptor, referente, código, canal e mensagem. Em síntese, ele ar-gumenta que esses diversos fatores estão presentes em toda e qual-quer mensagem, porém com diferentes ênfases. Embora aplicáveis a qualquer tipo de mensagem, estas formulações de Jakobson ti-veram um grande impacto na crítica e arte, em especial, sobre a produção contemporânea.

É preciso deixar claro que o objetivo do jogo de interpre-tação utilizando tais categorias não é o de enquadrar a obra de arte - de modo reducionista - em uma determinada classifica-ção. Muito ao contrário, as categorias classificatórias devem funcionar como portas que abrem diferentes caminhos de ex-

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ploração da obra, sem nunca esgotar seu significado último, conforme adverte o próprio Jakobson.

A título de exemplo, apresentarei brevemente algumas obras da arte cubana que, com apurada qualidade estética, sintetizam as categorias do autor.

Mensagem – Função Poética (Relação Arte e Criatividade): A obra de arte é a Mensagem que queremos analisar. Segundo Ja-kobson, para isso devemos investigar os dois eixos de construção da linguagem - Seleção e Combinação – que dizem respeito ao processo criativo do artista. Ou seja, a função poética esta implíci-ta em todas as obras de arte, não sendo por isso uma classificação válida, mas sim a incógnita a ser desvendada pelo aluno.

Referente – Função Referencial (Relação Arte e Realidade): Esta função liga-se ao conceito de mimeses, herdado da arte grega antiga. Apesar do declínio desse interesse na arte ocidental depois da invenção da fotografia, no século XIX, tal motivação eventual-mente ressurge entre alguns artistas e movimentos artísticos atuais, caso especial da obra hiper-realista de Flavio Oraá (Fig. 1)

Emissor - Função Emotiva (Relação Arte e Autoria): Diferen-temente da sobriedade naturalista da primeira obra discutida, esta

2. Antonia Eiriz Vásquez (1929-1995), La Anunciación, 1963

1. Flavio Garciandía de Oraá (1954-), Todo lo que Ud, necessita es amor, 1975

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segunda, de Antônia Eiríz, enfatiza a emoção dramática. Tal efeito decorre de estratégias estilísticas tais como a deformação das figu-ras, o uso de diagonais dando movimento à imagem, os contrastes de cores e de claro escuro, bem como a marca do gesto da artista.

Receptor – Função Conativa ou Apelativa (Relação Arte e Públi-co): O trabalho de Tania Bruguera (Fig.3) ilustra essa função. Pois, utilizando-se da linguagem da performance, a artista sai dos espaços institucionais da arte (museus e galerias), interagindo diretamente com o público nas ruas. Este novo papel do público como participan-te, ou mesmo coautor das obras, é uma característica de muitas obras das neovanguardas (1960/70) e da arte contemporânea.

Canal – Função Fática (Relação Arte e Tecnologia): Esta função diz respeito à materialidade da obra de arte. A tradição artística tinha uma delimitação muita clara - e consagrada - sobre quais materiais eram próprios do fazer artístico. No entanto, a partir do ready-made Fonte (1917) de Duchamp, esses limites foram rompidos. Lázaro Saavera, por exemplo, apresenta como obra uma pequena máquina, ironicamente, denominada Detector de Ideologia (Fig. 4).

4.Lázaro Saavera Gonzáles (1964-), Detector de ideologias, 1989

3.Tania Bruguera (1968-), Destierro, 1998

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Código – Função Metalinguística (Relação Arte e Estilo): A ênfase estilística, ora na percepção, ora na emoção e ora na razão é o que distingue, respectivamente, as funções Referencial, Emotiva e esta última, calcada no Código. Aquilo que a caracteriza é a dis-simulação da marca do gesto, criando formas estáveis, simétricas, simplificadas e geometrizadas, como ocorre na obra figurativa de Marcelo Pogolotti (Fig. 5) e no abstracionismo geométrico de Loló Sodevilla (Fig. 6).

.Referências BibliografiasCHALHUB, Samira. Funções da Linguagem. São Paulo, Ática, 1990. JAKOBSON, Roman. Linguística e Comunicação, São Paulo, Cultrix,1969. LOSADA, Terezinha. A Interpretação da Imagem: Subsídios Para o Ensino de Arte. Rio de Janeiro, Editora Mauad X, 2011.MUSEO NACIONAL DE BELLAS ARTES, COLECIÓN DE ARTE CUBANO, LA HABANA, 2013.OSTROWER, FAYGA. UNIVERSOS DA ARTE. RIO DE JANEIRO, ED. CAMPUS, 1986.

5. Marcelo Pogolotti George (1902-1988), Paisaje Cubano, 1933

6. Loló Soldevilla (1901-1971).

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Carta Brasil

Excelentísimo Rector de la Universidad Federal do Estado de Río de Janeiro.Señor LUIZ PEDRO SAN GIL JUTUCA

Un saludo especial desde nuestra Universidad en Pinar del

Río, deseándole muchos éxitos en este nuevo año, especialmente que podamos avanzar en las relaciones entre nuestras universida-des, lo que tributará al fortalecimiento de los procesos sustantivos y al perfeccionamiento de la calidad en la formación de nuestros profesionales.

La estancia, del 18 de enero al 2 de febrero de 2016, en nuestra Universidad, de los profesores de la UNIRIO, Brasil, Dr.C Marcio da Costa Berbat y Dr.C Léa Tiriba Vargas, promovió un amplio intercambio académico, que consideramos muy fructífe-ro para avanzar en la propuesta de la firma de un convenio entre nuestras instituciones. Como parte del intercambio los profesores de la UNIRIO realizaron las siguientes actividades:

Pinar del Río, 2 de febrero de 2016

“Año 58 de la Revolución”

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1 Intercambio con la Vicerrectora de Extensión Universitaria y Relaciones Internacionales Dr.C. María Cristina Salabarría Már-quez y con la Directora de Relaciones Internacionales Dr.C. Ma-ría Elena Fernández.

2 Intercambio con profesores principales de los Departamentos de Educación Especial, Preescolar, Primaria, Pedagogía-Psicología y Ciencias Naturales.

3 Desarrollo de conferencias por los profesores de la UNIRIO, con la participación de 86 docentes de la UPR. Los temas abordados fueron: Geografías e Infancias y Educación Infantil, diversi-dad cultural y biodiversidad.

4 Intercambio con profesores del Departamento de Preescolar so-bre: resultados de investigaciones, modelo del profesional de la Educación Preescolar, disciplinas y asignaturas de los curricu-los básico, propio, y optativo/electivo y los intereses comunes en materia de colaboración […].

5 Intercambio con profesores del Departamento de Ciencias Na-turales. Participaron 12 profesores: de Geografía, Química y Biología. Fueron abordados la enseñanza de la Educación Am-biental, el trabajo metodológico y la interdisciplinariedad en las carreras de Ciencias Naturales y el trabajo de campo como disci-plina integradora en el medio natural y social en las carreras de Biología- Geografía y Biología-Química […]

6 Intercambio con los representantes de los diferentes Departamen-tos sobre principales propuestas para la conformación de un proyecto de convenio de colaboración entre la UNIRIO y la UPR.

7 Trabajo de mesa para la elaboración de un primer proyecto inter-nacional, con el título “Concepción y práctica pedagógica sobre la naturaleza para la formación de maestros y la educación de

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niños y jóvenes: hacia una perspectiva no antropocéntrica”, con el Departamento de Educación Preescolar.

8 Visita a centros de estudio de diferentes enseñanzas: Círculo In-fantil “Futuros Cosmonautas”, Escuela primaria “José Antonio Echevarría” y la Escuela Pedagógica “Tania la Guerrillera” del municipio Pinar del Río. Principales actividades realizadas: Re-corrido por áreas de la Institución, intercambio con directivos y docentes de la institución infantil sobre la formación de niñas y niños en educación ambiental y la formación de maestros.

9 Intercambio con el decano de la Facultad de Educación Media Dr. C. Roberto Isbel Morejón Quintana. sobre la marcha y re-sultados de Intercambio Académico.

Durante toda su estancia en nuestra Universidad, los pro-fesores de ambas instituciones se mostraron muy participativos y colaboradores, considerando de muy positivo el intercambio desar-rollado. Agradecemos su presencia en nuestro Centro de Estudios.

Dr. C. Roberto Isbel Morejón QuintanaDecano de la Facultad de Educación Media, Universidad de Pinar del Río, Cuba

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Artigo

Hacia un Manual de Estudio: recomendaciones para la capacitación acerca del medio ambiente y su educación desde la empresa socialista

Jesús Jorge Pérez GarcíaUniversidad de Pinar del Río. “Hermanos Saís Montes de Oca”

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Educación ambiental: aportes desde Cuba y Brasil

Las relaciones académicas y de amistad con Brasil contribuyeron para la construcción del Manual de Estudio y recomendaciones para la capacitación acerca del medio ambiente y su educación desde la empresa. En el caso de Cuba, no cabe duda que, cuando hablamos de “empresa” no se trata de empresa de capital, sino de empresa socialista. Manual aportamos aspectos metodológicos de cómo introducir la dimensión ambiental a partir del desarrollo de una Estrategia de Capacitación con los dirigentes de la Empresa Transporte Agropecuario de Pinar del Río Cuba, utilizando las potencialidades existentes en la empresa y la comunidad, con un sistema participativo que inciden en este trabajo.

A partir de la realización de un conjunto de actividades, (seminarios, intercambios, talleres, conferencias, barrios debates, diplomados, concursos y la elaboración de documentos) que basados en la aplicación de un sistema de métodos participativos permitieron la capacitación de los dirigentes de la empresa en primer orden; así como la preparación del personal participante, lo que condujo a un comportamiento satisfactorio de los resultados, en relación con el conocimiento y la aplicación de los aspectos esenciales de la Educación Ambiental en el contexto empresarial.

La metodología planteada fue discutida colectivamente y aplicada con buenos resultados en conferencias, talleres de capacitación, cursos cortos, intercambios con diversos proyectos. La PAEDE, Revista Destinos, ELOS, LIEAS, GEASUR, Comunidades Indígena, Núcleo Infancias, Naturaleza y Arte (NINA); pertenecientes al Ministerio de Medio Ambiente (MMA),

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al Instituto Federal de Educación Ciencia y Tecnología de Río de Janeiro, a la Universidad Federal Rural de Río de Janeiro (UFRRJ), a la Universidad Federal de Río de Janeiro (UFRJ), a la Universidad Federal del Estado de Río de Janeiro (UNIRIO) y a la Universidad Estadual de Río de Janeiro (UERJ), con la participación los representantes de los proyectos de medio ambiente antes mencionados.

Las acciones anteriores permitieron intercambiar y construir nuevos conocimientos con un grupo numeroso de profesores, estudiantes y personas de las comunidades visitadas a partir de las nuevas realidades del contexto que propiciaron el debate y análisis de los problemas comunes y aprovechar los resultados de esta investigación, así como su enriquecimiento a partir de las experiencias de la Educación Ambiental Critica de los diferentes actores.

Fue significativa la cooperación prestada para la organización de estos encuentros durante los últimos cinco años, de los profesores líderes de estos proyectos, que propició intercambiar con importantes especialistas de la Educación Ambiental Critica de Río de Janeiro, Sao Paulo y otros estados, la participación en los eventos realizados en este marco, así como los debates con estudiantes de maestrías y doctorados de Educación Ambiental de las Universidades del Estado de Río de Río de Janeiro.

Los espacios abiertos por GEASUR “La Educación Ambiental desde el Sur”, permitieron conocer nuevas experiencias de profesores de universidades de nuestra América de países como Colombia y Venezuela, con otras realidades y propuestas que enriquecieron la experiencia de los participantes respecto a las metodologías participativas que nos ayudan a pensar el tema ambiental como un desafío de “nuestra América”.

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En verdad, los resultados de la experiencia de “investigar para transformar la realidad”, de acuerdo con Estrategia Nacional de Educación Ambiental de Cuba, serán presentados en mi tesis doctoral y leída a mediados de junio/2016, en Cuba. Desde luego, el espacio de esta publicación de la AELAC – Asociación de Educadores de Latinoamérica y el Caribe no permiten hablar de los fundamentos de la educación ambiental y tampoco de la situación general de degradación de la pacha mama, así que ahora presentamos solamente los procedimientos metodológicos que utilizamos para los procesos de educación/ formación de los dirigentes de la Empresa Transporte Agropecuario de Pinar del Río Cuba.

Es importante subrayar que escribir un Manual es una tarea revolucionaria, pues es una de las maneras de socializar los resultados de una investigación comprometida con los retos y las mudanzas ambientales necesarias en la sociedad cubana. En Latinoamérica y Caribe, y en especial en un país socialista como Cuba, no es suficiente teorizar en lo abstracto, sino también crear y socializar las posibles formas de intervención en la realidad. De ahí, que me gustaría compartir con ustedes los métodos, ejemplos de acciones desarrolladas y algunas conclusiones de esta investigación.

Muchas gracias, por la oportunidad de diálogo.

Sobre la metodología

La capacitación de los dirigentes de las empresas de producción y de los servicios constituye no solo una vía principal para la preparación de estos dirigentes en relación con los conocimientos

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del medio ambiente; sino también una necesidad que reclama con urgencia el dominio en esta esfera del conocimiento, que les permita un desempeño profesional acorde con las exigencias actuales del cuidado y conservación del medio ambiente, hacia un desarrollo sostenible.

La Estrategia Nacional de Educación Ambiental de Cuba señala que: “la ausencia de conocimientos y de una conciencia ambiental de los tomadores de decisiones, sobre la interdependencia entre sus decisiones - acciones y los procesos naturales, socioeconómicos y culturales, y su impacto sobre los procesos de desarrollo y calidad de vida de la población” , lo que se considera que afecta las situaciones favorables a la educación ambiental en la población.Numerosos investigadores han abordado la temática, Roque M. M, en su tesis doctoral referiré“… la problemática ambiental, aun cuando está condicionada por sus características naturales ya mencionadas, depende sobre todo de los sistemas de gestión humanos, los cuales la han generado; otros no menos importantes se refieren a una percepción ambiental de la población que apunta a una disminución de la actitud de auto transformación, y de auto responsabilidad y bajos niveles de autogestión local.”

En la Estrategia Ambiental del Sistema Empresarial del Ministerio del Transporte y se plantea la necesidad de introducción de prácticas de producción más limpias (PML), …lo que significa la aplicación continua de una estrategia ambiental preventiva, integrada a los procesos, producciones y servicios, para incrementar su eficiencia, reducir los riesgos al hombre y al medio ambiente, pero la misma no establece una estrategia para su implementación, revisión y control en las instituciones subordinadas.

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Las referidas estrategias afectan a todos los organismos y organizaciones de la sociedad, entre los que las empresas, por su influencia en esta, juegan un papel trascendental. Será necesario, entonces, que los dirigentes tengan los conocimientos y la conciencia ambiental adecuada que les permita gestionar los procesos de que son responsables, logrando un impacto positivo, a su vez, sobre los procesos productivos, de servicios y su influencia directa en la calidad de vida de la población.

La sistematización de los estudios realizados por el autor, su experiencia acumulada, durante más de 30 años de trabajo en comisiones provinciales de medio ambiente, como metodólogo y especialista ambiental, coordinador líder de proyectos comunitarios en el CITMA y los resultados obtenidos en las indagaciones efectuadas permitieron la determinación de las carencias, necesidades e intereses de los dirigentes de la Empresa Transporte Agropecuario de Pinar del Río:

• Insuficientes conocimientos sobre medio ambiente y legis-laciones ambientales.

• Carencia de conocimientos acerca de los problemas am-bientales generales y del contexto, lo que afecta las solu-cioneshacia las transformaciones necesarias.

• Deficiencias en las funciones del consejo de dirección para el tratamiento de los problemas ambientales y la toma de decisiones que generen los cambios necesariosen el entorno.

Estos problemas identificados eleva la necesidad de dotar a los dirigentes empresariales de una preparación sólida y eficiente en educación ambiental que les permita ser competentes, comprender y asumir los cambios que tienen lugar en el mundo actual, así como potenciar la capacitación y actuación de sus subordinados, sobre la

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base de introducir la dimensión ambiental en el sistema de trabajo de la empresa, expresado en la planificación y organización de las acciones de contenido ambientales en el trabajo sistemático.

Constituyen antecedentes a este trabajo los aportes teóricos de algunos investigadores que realizaron estudios de esta proble-mática reflejados por autores como : Valdés Valdés,(1996), Juan J. León Coro (2001), Roque Molina (2003), Rodríguez Abreu R. (2004) Gómez R. (2004), Loredo Federico (2005), Mena Lorenzo J.A. (2008), Cala Hernández E. (2009), Juan C.Vento C. (2010), Moré Estupiñán Mabel (2010), Losada López Z. (2012), Cordero Peña, Elida F. (2013), H Lourdes, (2013),García Rodríguez, R, (2014), los cuales fundamentan teóricamente estos conocimien-tos de educación ambiental en el ámbito educacional y en las empresas para su capacitación con un carácter crítico e integrado a los procesos sociales.

Sin embargo, son muy limitados los resultados de las investigaciones revisadas en torno a la capacitación de las dirigentes de las empresas en educación ambiental, donde se observa falta de integración de las acciones de capacitación que se realizan y en ocasiones no se corresponden con las problemáticas existentes.

El Manual de Estudio tiene como objetivo proponer alternativas de capacitación acerca del medio ambiente en el contexto de las empresas y en sus relaciones con los trabajadores y con las personas de la comunidad donde se ubican, para sensibilizarlos en función de su cuidado y preservación con un trabajo integrado de todos los factores actuantes en ese contexto.

Estas alternativas permitirán el estudio y la actualización a partir de las necesidades diagnosticadas en la empresa, a fin de

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que se pueda realizar un trabajo de acompañamiento educativo para la erradicación de los problemas ambientales que son en ocasiones, el resultado de los modos de actuación no adecuados de sus trabajadores y de las personas que viven en la comunidad; así como de la propia empresa que por desconocimiento u otras causas pueden afectar el cuidado del medio ambiente.

El objeto de investigación es el proceso de capacitación de la educación ambiental de los dirigentes de la empresa y el campo de acción es la capacitación para el mejoramiento de la educación ambiental de los dirigentes; así como el objetivo es elaborar una Estrategia de Capacitación para el mejoramiento de la Educación Ambiental de los dirigentes de la Empresa Transporte Agropecuario que contribuya a la solución de los problemas ambientales identificados en el área.

La metodología utilizada integra métodos de los niveles teóricos y empíricos, así como los estadísticos, que sustentan los resultados y principales aportes relacionados con la sistematización teórica del objeto-campo de investigación. Los resultados alcanzados en las transformaciones logradas, en los comportamientos y el nivel de sensibilidad ante los problemas del medio ambiente; así como los criterios de expertos demostraron su pertinencia y se verificaron las potencialidades educativas que presenta el trabajo, cuando se realiza involucrando a las personas que radican en ese contexto social.

Métodos

Se utilizaron diferentes métodos teóricos como el histórico y lógico, enfoque de sistema, inductivo y deductivo, análisis y síntesis, que permitieron profundizar en los antecedentes y referentes teóricos

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de la educación ambiental, analizar las tendencias más generalizadas a nivel mundial, así como otras relacionadas con las políticas educativas reguladoras de este trabajo en Cuba. Con el enfoque de sistema para establecer las relaciones entre todos los componentes, sus fundamentos y caracterización general de las propuestas de capacitación ambiental en la empresa, así como le inductivo y deductivo permitieron el estudio del medio ambiente, la educación ambiental como proceso general vinculado filosóficamente de lo general a lo particular destacando el papel de la capacitación en el desarrollo de la educación ambiental. El uso del análisis y síntesis, permitió descomponer el proceso decapacitación de educación ambiental que se desarrolla en la comunidad y las formas organizativas que se realizan como el programa de educación ambiental, barrio debate, los talleres y el diplomado de gestión ambiental. Asimismo la sistematización para la interpretación, análisis y modificación de los conocimientos tanto teóricos como prácticos de los dirigentes en la dirección de los procesos de Educación Ambiental en la empresa y su entorno.

También se emplearon métodos del nivel empírico como el análisis de documentos, la observación, la encuesta, la entrevista, los criterios de expertos los cuales permitieron el análisis de toda la bibliografía que la empresa posee, el estudio de documentos normativos y estrategias elaboradas a diferentes instancias. La observación permitió valorar la preparación de los dirigentes de la empresa, trabajadores y miembros de la comunidad involucrados. Con la encuesta y entrevista se constató el estado de opinión de los trabajadores y miembros de la comunidad seleccionados en la investigación. Los criterios de expertos posibilitaron la constatación de la viabilidad teórica y práctica de la Estrategia de Capacitación para el mejoramiento de la Educación Ambiental en la Empresa Transporte Agropecuario de Pinar del Río.

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Desarrollo

La Estrategia de Capacitación para el mejoramiento de la Educación Ambiental de los dirigentes de la Empresa Transporte Agropecuario (Anexo 1) elaborada, se fundamenta en una concepción integral, con componentes, etapas, desarrollo y análisis crítico de las acciones desarrolladas durante el proceso de ejecución en la práctica.

Se tuvo en cuenta las potencialidades y limitaciones de la empresa, la comunidad objeto de análisis y el carácter esencial de la capacitación de los dirigentes de la Empresa Transporte Agropecuario en relación a la Educación Ambiental para un trabajo sistemático y coherente, donde se coordine eimpliquen a los diferentes factores dela comunidad en relación con la educación ambiental, para al desarrollo sostenible a partir propuestas desarrolladas en las diferentes etapas del trabajo.

Durante el desarrollo de la investigación se consultaron diversos autores que han planteado estrategias con diferentes enfoques como resultado de su trabajo científico para cumplir diferentes fines dentro del campo de la Pedagogía, la Didáctica y otras ciencias., dichas propuestas tiene valores importantes que pueden ser adecuados para el trabajo de la estrategia de capacitación de educación ambiental en la empresa, entre los que se destacan; Addine, F. (1998) para la estructura del proceso de enseñanza-aprendizaje, estrategia pedagógica para dirigir el proceso pedagógico, su proyección y autocontrol, Castellanos, D. (2001) estrategias de aprendizaje desarrollador.

El autor de esta obra asume los puntos de vista que plantean los autores De Armas, N. et. al (2005), retomados por Cordero,

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E. respecto a la concepción de la estrategia, los que resultan válidos no solo para las estrategias metodológicas; sino también para estrategias educativas, dadas las potencialidades que ofrece la estructuración y organización de la proyección del trabajo a corto, mediano y largo plazo desde la transformación de un objeto temporal y espacialmente ubicado, desde un estado real hasta un estado deseado, mediante la utilización de determinados recursos y medios necesarios. Estas ideas esenciales constituyen el punto de partida para la orientación de la estrategia educativa.

La Estrategia de Capacitación para el mejoramiento de la Educación Ambiental de los dirigentes de las empresas es un sistema de acciones para la capacitación, conducción y desarrollo de la educación ambiental con los dirigentes de la Empresa Transporte Agropecuario, coherente, jerarquizado de acuerdo con las necesidades y compromisos de sus participantes, desde una adecuada planificación, organización, ejecución y control, en el contexto socio ambiental de la empresa y la comunidad”. Pérez J.J (2013).

Ejemplos de acciones desarrolladas

Acción 1. Talleres participativos, Conceptos, estrategias y legislación ambiental. Resultados de la fase 1 del “Proyecto de Educación Ambiental para el Sector Empresarial y Productivo” (PEASEP) y efemérides ambientales.

Objetivo. Debatir sobre los conceptos de estrategia y legislación ambientales. Resultados del Proyecto de Educación Ambiental en el Sector Empresarial y Productivo. (PEASEP).

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Contenido: Conceptos, estrategias y legislación ambientales. Resultados de la fase 1 del “Proyecto de Educación Ambiental para el Sector Empresarial y Productivo” (PEASEP).

Sugerencias metodológicas: Con técnicas grupales formar 4 grupos de trabajo utilizando fotos, o formando equipos a partir de la selección de 4 compañeros al azar para que después hagan su equipo de trabajo y más tarde cruzarlos para procurar socialización e integración grupal.

Cada equipo selecciona su coordinador o facilitador y trabaja para llegar a un consenso sobre los principales elementos que dan respuesta a las preguntas siguientes.

Equipo No. 11. ¿Qué entienden por Medio Ambiente?2. ¿Qué significa para ustedes el concepto Educación

Ambiental?3. ¿Cómo integran, en sus actividades profesionales cotidianas,

la Educación Ambiental?

Equipo No. 24. ¿Qué es desarrollo Sostenible? ¿Cómo ustedes trabajan

para lograrlo?5. ¿Qué es Dimensión Ambiental?, ¿Cómo la trabajan en sus

actividades cotidianas?6. ¿Cómo lo integran en sus actividades profesionales

cotidianas?

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Equipo No. 37. ¿Qué legislaciones ambientales conocen?8. ¿Cómo trabajar el turismo en nuestro medio?9. ¿Cómo lo integran en sus actividades profesionales

cotidianas?

Equipo No. 410. ¿Qué proyectos ambientales se desarrollan en su empresa

y en la comunidad?11. ¿Qué significa para ustedes Estrategia Ambiental?12. ¿Cómo lo integran en sus actividades profesionales

cotidianas?

Se recomienda utilizar el método preguntas - respuestas y técnicas participativas, el debate, construcción colectiva y la lluvia de ideas. Combinado según las condiciones con 6 horas de trabajo.

Evaluación. Aplicación del método de preguntas-respuestas para cruzarlas y provocar el debate a partir del cual, mediante la construcción colectiva se llega a las definiciones y resultados del proyecto PEASEP apoyados en las observaciones que realicen los participantes.

Bibliografía. Materiales de apoyo tales como: videos, CD, filmes, folletos elaborados durante la investigación, informes del “Proyecto de Educación Ambiental en el Sector Empresarial y Productivo” (PEASEP).

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Acción 2. Diplomado de Gestión Ambiental Empresarial

Objetivo: Accionar en la búsqueda y solución de los problemas ambientales presentes en centros de trabajo y comunidades, a partir de la implementación de las estrategias ambientales, como manifestación concreta del vínculo institucional para el logro de un desarrollo sostenible.

Contenido: Los módulos organizados en el Diplomado de Gestión Ambiental Empresarial.

Sugerencias metodológicas: El diplomado está concebido por los módulos: Tema introductorio, política ambiental, educación ambiental, agricultura sostenible, contaminación ambiental y tratamiento de residuales, el sistema de ciencias e innovación tecnológica; que dan respuestas a los problemas ambientales identificados en la empresa.

Se recomienda ver el anexo de diplomado donde se desglosan los objetivos, contenidos, los métodos, evaluación y orientaciones para impartir cada módulo.

Utilizar los métodos y técnicas expositivas, ilustrativas, elaboración conjunta, trabajo independiente, investigativo y análisis de caso. Combinado según las condiciones con un encuentro semanal de 8 horas que suman 224 horas y se otorgan 15 créditos.

Evaluación. Se realiza por cada encuentro y módulo. La evaluación final se realiza con la presentación por parte de los diplomantes de una tesina que de respuesta a un problema ambiental de la institución o la comunidad, y que responda a los módulos trabajados. Las propuestas pueden ser: una Estrategia Ambiental, un Proyecto, un Programa de Educación Ambiental, un Plan de Acciones u otras propuestas.

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Bibliografía. Materiales impresos acerca del medio ambiente elaborados por el autor y documentos oficiales del CITMA, Legislaciones ambientales, la Estrategia Ambiental y de Educación Ambiental Nacional.

Acción 3. Realización de un Barrio Debate.

Objetivo: Debatir alternativas para la solución colectiva de los problemas del medio ambiente relacionados con el alcoholismo y la familia a partir de las dramatizaciones de sus consecuencias.

Contenido: Análisis de los problemas de convivencia que genera el alcoholismo en la familia, en el trabajo, en la sociedad y su incidencia como factor de riesgo para el aprendizaje y las conductas de niños, jóvenes y personas de la comunidad. Vínculos con problemas ambientales de la localidad.

Sugerencias metodológicas. Se prepara un guión de trabajo que concibe a partir de la selección de temas asociados a los aspectos desarrollados en los talleres participativos, debatidos por los dirigentes de la empresa se incluyen otros de interés de la comunidad (el alcoholismo y la familia, problemas de convivencia).

Se seleccionan los dirigentes de la empresa que coordinaran el trabajo y se organizan en las comunidades Crucero de Echeverría, El Cuchillo y Planta de Asfalto del Consejo Popular Crucero de Echeverría en el municipio Consolación del Sur para que protagonicen las dramatizaciones.

Durante esta etapa se revisa el montaje de cada actividad

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considerando los medios necesarios como (vestuario, música, escenografía, iluminación, audio, fotógrafo, la radio. Se realiza propaganda y la convocatoria a los participantes, se convoca a un concurso, planes de limpieza y embellecimiento de la comunidad.

También se consideran los aseguramientos de logística, seguridad, y coordinación con los factores del consejo popular, cultura, educación, deportes, otros factores municipales y del gobierno.

Identificado el equipo de trabajo se realizan sesiones de ensayo durante varias semanas previas, buscando que llegue con claridad el mensaje educativo de las actividades que se dramatizan.

Se establece un intercambio fraternal entre varios barrios de la comunidad los cuales se preparan para participar en el barrio debate y discutir sobre el tema e iniciativas que llevan las personas de cada barrio.Se inicia la actividad con un recorrido para la observación de las áreas naturales y constructivas de la comunidad y la activación de los factores del Consejo Popular para la participación en las acciones.

Desarrollo del barrio debate comienza informando sobre los resultados del recorrido realizado por la comunidad, los avances registrados en la problemática ambiental y la premiación de los participantes en el concurso.

Se recomienda utilizar los métodos y técnicas del debate, la discusión, el análisis y las dramatizaciones. Combinado según las condiciones con 4 horas para realizar el barrio debate. Se efectúa el barrio debate guiado por su facilitador.

Evaluación. Se realiza de manera oral con la implicación de todos los participantes, los que analizan propuestas de soluciones endógenas para los problemas tratados.

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Bibliografía. Se recomienda la entrega de boletines de contenidos de medio ambiente y los materiales preparados especialmente para la realización de las capacitaciones.

Principales resultados Los principales resultados de la Estrategia Capacitación para el

mejoramiento de Educación Ambiental de los dirigentes de la Empresa Transporte Agropecuario y las comunidades situadas en su entorno, están en la atención dada a los principales problemas ambientales identificados en el diagnóstico; eliminándolos o mitigándolos. Estos resultados se han aplicado en empresas de la provincia y el país:

• Desarrollo de un Diplomado Gestión Ambiental Empresarial sobre la base de los resultados del diagnóstico de la empresa y ampliado después a las necesidades del ámbito empresas de la provincia. Lo han recibido 317 directivos y técnicos empresariales de la provincia, lo que propició el diagnóstico ambiental de estas entidades y la elaboración de 256 propuestas entre, estrategias, programas de educación ambiental, diagnósticos ambientales, planes de acciones ambientales.

• Las vías de capacitación establecen relaciones de construcción colectiva del conocimiento ambiental con formas organizativas como: (conferencias, intercambios, programa, talleres, barrio debates, autodiagnóstico ambiental), con una estructura didáctico - metodológica general (tema, objetivo, contenido, sugerencias metodológicas, métodos y técnicas, evaluación y bibliografías), las cuales constituyen acciones independientes pero a su vez se articulan entre sí, con ejes socio ambiéntales comunes que permiten atenderlos en diferentes espacios y dar tratamiento a los problemas ambientales identificados.

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• Elaboración y aplicación de diferentes medios de capacitación que propiciaron la preparación del personal involucrado a los diferentes niveles a partir de intercambios, conferencias, la aplicación de un programa de educación ambiental, barrios debates, talleres de capacitación, ejercicios de autodiagnóstico ambiental.

• Participación sistemática en la presentación de los resultados obtenidos en eventos provinciales, nacionales e internacionales que propició el intercambio y enriquecimiento con otras experiencias. Como resultado de los mismos se han realizado 8 publicaciones.

• Impulso al trabajo de concursos, e investigaciones que permitieron la participación de los implicados en 4 diplomados, 3 maestrías y un doctorado asociados a las investigaciones practicadas en la empresa y las comunidades.

• La empresa obtuvo el Reconocimiento Ambiental Provincial, el de Ciencia y Técnica por los resultados ambientales integrales del trabajo y el reconocimiento de proeza laboral.

•••••••••

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Conclusiones

El estudio histórico lógico y la sistematización realizada acerca de los fundamentos teóricos y metodológicos de la educación ambiental en dirigentes de la empresa de transporte, propició los conocimientos esenciales para la introducción de su dimensión en el contexto empresarial.

La Estrategia de Capacitación para el mejoramiento de la Educación Ambiental elaborada mejoró la preparación de los dirigentes de la Empresa Transporte Agropecuario a partir de la capacitación y su proyección hacia la comunidad.

La aplicación de la Estrategia de Capacitación para el mejoramiento de la Educación Ambiental permitió sensibilizar a los trabajadores de la empresa, a los directivos y a las personas de la comunidad de manera satisfactoria para el cuidado del medio ambiente.

Es importante subrayar el carácter educativo de la relación dirigente de empresa - trabajador, que se manifiesta en la responsabilidad del dirigente de la empresa en establecer las relaciones de intercambio, comunicación y de capacitación en educación ambiental con los trabajadores y las personas de la comunidad, para que éstos participen conscientemente en las acciones de cuidado, preservación y ahorro de los recursos de la naturaleza.

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Bibliografías

1 Ministerio de Ciencia Tecnología y Medio Ambiente. CITMA. (2011) Estrategia Ambiental Nacional. La Habana. Material Impreso. Pág. 13 y 29.

2 Ministerio de Ciencia Tecnología y Medio Ambiente. CITMA. (1997). Estrategia Nacional de Educación Ambiental. La Habana. Material Digitalizado. Pág.21.

3 Estrategia General de Capacitación de Cuadros del Estado Cubano. La Habana Material Digitalizado.

4 Ministerio de Transporte. Estrategia Ambiental Nacional. (2008). Material Digitalizado. Pág.47.

5 Ibídem.6 Primer informe acerca de la situación comprometedora de la meta del

crecimiento económico (Meandows) (1971) 7 Ibídem.8 Consejo Internacional de Coordinación del Programa sobre Hombre y la

Biosfera. (MAB) (1971).9 Ibídem. 10 UNESCO–PNUMA y según afirma Calvo: “En Tbilisi se crea el Corpus

Teórico de la Educación. (1977).11 Ibídem. Pág.23.12 Congreso internacional UNESCO-PNUMA sobre la Educación y Formación

Ambiental (1987) para los años 1990-1999 .Estrategia para el futuro de la vida. Moscú.

13 Roque M. M. (2003). Tesis en opción al Grado Científico de Doctor en Ciencias en Ciencias Pedagógicas. Instituto Superior Pedagógico “Héctor Alfredo Pineda Zaldívar”. Pág. 17.

14 Declaración de Rio sobre el Medio Ambiente y el Desarrollo. Artículo “Agenda 21”. (1992) Disponible en “ www. urbipedia. org”. (Consultado 30 de junio del 2011). Naciones Unidas.

15 Pérez García J..J (2003). ¿Cómo trabajar la educación ambiental municipal ?.Tesis de Maestría. Pinar del Río. Pág.19.

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