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A aposta das principais ligas mundiais em serviços de streaming parece não fazer parte, por enquanto, dos planos da liga esportiva que foi o maior fenômeno comercial da última década. A liga de lutas UFC conti- nua a usar o pay-per-view como principal meio de divulgação. E, no Brasil, o UFC segue a usar a trinca revelação de atletas, produção de eventos e PPV para crescer. Em entrevista concedida à Máquina do Esporte no novo escritório do UFC no país, David Shaw, vice-presidente de conteúdo e negócios internacionais da liga, reforçou que o UFC tem no país um de seus mercados mais estratégicos. "O Brasil é um grande celeiro de atletas. Hoje, são nove lutadores do país, o que significa que 15% de nossa base de lutadores é de brasileiros. Além disso, os acor- O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR DIANA AMATO Atleta, eventos e PPV guiam UFC no Brasil 1 NÚMERO DO DIA de reais é o quanto a Globo fatura com a comercialização de seis cotas de patrocínio das transmissões de futebol no ano de 2019 1,8 bi EDIÇÃO 1107 - QUARTA-FEIRA, 17 / OUTUBRO / 2018

NÚMERO DO DIA 1,8 cotas de patrocínio das transmissões de ... · churrasco e cerveja no final do evento, a Kaiser lançou nesta terça-feira, ... que chegou a ser o maior campeonato

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Aaposta das principais ligas mundiais em serviços de streaming parece não fazer parte, por enquanto, dos planos da liga esportiva que foi o maior fenômeno comercial da última década. A liga de lutas UFC conti-

nua a usar o pay-per-view como principal meio de divulgação. E, no Brasil, o UFC segue a usar a trinca revelação de atletas, produção de eventos e PPV para crescer.

Em entrevista concedida à Máquina do Esporte no novo escritório do UFC no país, David Shaw, vice-presidente de conteúdo e negócios internacionais da liga, reforçou que o UFC tem no país um de seus mercados mais estratégicos.

"O Brasil é um grande celeiro de atletas. Hoje, são nove lutadores do país, o que significa que 15% de nossa base de lutadores é de brasileiros. Além disso, os acor-

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR DIANA AMATO

Atleta, eventos e PPV guiam UFC no Brasil

1

N Ú M E R O D O D I A

de reais é o quanto a Globo fatura com a comercialização de seis cotas de patrocínio das transmissões de futebol no ano de 20191,8bi

EDIÇÃO 1107 - QUARTA-FEIRA, 17 / OUTUBRO / 2018

dos de conteúdo que temos aqui são um dos melhores do mundo, assim como os acordos comerciais", disse Shaw, que pontuou ainda dois novos mercados que a liga irá atuar nos próximos anos, que são a Rússia e a China, onde começaram a ter alguns combates para aproveitar o interesse que há pelas artes marciais.

A realização de eventos faz parte da estratégia da liga para se estabelecer nos países estratégicos. O Brasil continuará a ter três eventos anuais. Além disso, por meio de geração de conteúdo exclusivo para o país, a liga promove novos atletas.

"Queremos criar conteúdos significativos, não só perfis ou atletas que represen-tam a marca, mas que nos conectem à base de fãs. Terminamos a primeira tem-porada de 'Contender - uma chance no UFC', que foi um sucesso. É uma chance que temos não só para achar a próxima estrela do UFC, mas para saciar a vontade por conteúdo local", afirmou o executivo. A série foi exibida pelo canal Combate.

O streaming, por enquanto, tem servido para dar mais visibilidade para lutas de menor apelo e atrair novos assinantes do PPV. Para isso, a liga usa seus canais no Facebook e no Youtube. O foco no digital é crescer a base de fãs e, também, con-solidar a marca UFC em outros meios, como o games, onde há ações específicas.

"A gente tem alguns limites [comerciais] para o streaming. Há um ano nossos canais em redes sociais já passam as lutas preliminares do UFC, que é uma forma de as pessoas terem acesso a lutas que não passam no Combate sem pagar nada", disse Rafael Corassa, diretor de conteúdo digital e redes sociais do UFC no Brasil.

Veja a reportagem sobre os planos do UFC no Brasil em nosso canal no YouTube.

A P O I O P O L Í T I C O FA Z B A R Ç A V E TA R

R O N A L D I N H O

T I S S O T A M P L I A F O C O N A N B A C O M B U L L S E W I Z A R D S

O Barcelona decidiu distanciar-se de Ronaldinho Gaúcho após o jogador declarar apoio a Jair Bolsonaro, can-didato à presidência da República. A tendência é que o clube não use o ex-atleta como seu embaixador.

Oficialmente, o Barça diz que "vai monitorar" os desdobramentos políti-cos no Brasil para decidir se manterá Ronaldinho como embaixador do clube. Em nota, o time diz respeitar a opinião do atleta, mas afirma que "os valores de Bolsonaro não correspon-dem aos valores do clube".

O posicionamento radical de dire-ita de Bolsonaro tem gerado severas críticas nos países europeus.

A marca suíça de relógios de luxo Tissot anunciou que fechou com o Chicago Bulls e o Washington Wizards para ser relógio e cronômetro oficiais das duas franquias.

De quebra, a Tissot ainda acertou parcerias com Klay Thompson, tricampeão pelo Golden State Warriors, e o novato Trae Young, do Atlanta Hawks, e renovou o con-trato com Tony Parker, agora no Charlotte Hornets.

Pelos acordos com Bulls e Wizards, a Tissot poderá participar de tudo que envolva o marketing dos times.

O P I N I Ã O

Corinthians inverte a própria lógica

Há 8 anos, o Corinthians celebrava seus cem anos de história, numa temporada que ficou marcada pejorativamente como "sem ter nada", em brincadeira como o termo "centenário" e a falta de títulos no pe-

ríodo. Na época, a direção do time tinha convicção: isso é só bobagem de torcedor.E a diretoria do clube tinha toda razão. Formada por Andrés Sanchez e Luís

Paulo Rosenberg, os mesmos que estão no poder hoje, ela estava ciente de que o mais importante era como o clube estava recuperado da crise que o rebaixou no campo em 2007. Recuperado o suficiente para fazer do Centenário enorme sucesso comercial.

Oito anos depois, parece que a lógica se inverteu no Parque São Jorge. Apesar da clara desvantagem técnica frente ao Cruzeiro, não será nenhuma surpresa se a equipe conseguir reverter o resultado e se tornar campeã da Copa do Brasil pela quarta vez

nesta noite. Seria o segundo título no ano, o quarto nas últimas duas temporadas.

Mas será que haveria muito o que celebrar nos bastidores? No curto prazo, o retorno da dupla Sanchez/Rosenberg é um desastre. Reforço o 'curto prazo' por-que houve méritos, como a tomada da gestão de lojas e alguns avanços na Arena, mas nada que tenha representado maiores ganhos ao time. Talvez no ano que vem, uma possível reestruturação mostre mais resultados concretos. Por enquanto...

Publicamente, o maior avanço com patrocínio máster que o time teve foi com a Caixa, o que seria uma piada considerando o desfecho da parceria. E não houve nada de diferente, neste ano, nenhuma parceria que mereça destaque, nenhuma iniciativa que seja digna de nota. O marketing inovador parece ter ficado para trás.

A falta de verba resultou em um planejamento pífio no futebol, digno de rebai-xamento. Foram dois desmanches, contratações ruins, saídas de jovens talentos por preços abaixo da média. Nem mesmo o antigo técnico, claramente talentoso, recebeu um incentivo financeiro para manter sua carreira no Parque São Jorge. O caminho, no futebol, é contrário ao que realizou o Cruzeiro, rival de quarta-feira, que se esfor-çou para segurar o treinador e, mesmo com orçamento menor, manteve sua equipe.

Caso o Corinthians vença a Copa do Brasil, será uma injustiça. Não esportiva, claro. O time se superou para chegar aonde chegou, muito graças ao enorme apoio que tem recebido das arquibancadas. Mas, em termos de gestão, será o contrário do Centenário, com uma administração que tem jogado contra. Coisas do futebol...

O marketing inovador que foi a base

do Corinthians do ano do Centenário

parece agora ter ficado lá no passado

POR DUDA LOPES

diretor de novos negócios da Máquina do Esporte

Uber estreia no Corinthians em

decisão de título

A transmissão da final da Copa do Brasil ajudou o Cruzeiro a con-seguir mais um patrocinador para a sua camisa na decisão desta noite.

Segundo o jornal "Superesport-es", a Fiat fará uma ação pontual na decisão, estampando a marca da montadora e do carro Argo. Os nomes estarão expostos no ombro do uniforme celeste. Além da Fiat, outras seis marcas estarão estam-padas na camisa do clube mineiro: Umbro, Caixa, Cemil, Supermerca-dos BH, Orthopride e Unincor.

O patrocínio é válido apenas para o jogo desta noite, que será transmitido pela Globo em todo o Brasil. A tendência é de que seja uma das maiores audiências do ano.

C R U Z E I R O F E C H A PAT R O C Í N I O P O N T U A L C O M A F I AT PA R A F I N A L

A Estrella Galicia, patrocinadora do Corinthians, fez um vídeo moti-vacional para o torcedor às vésperas

da decisão contra o Cruzeiro. Como o clube precisa reverter o placar de 1

a 0 no jogo de ida, a marca de cerveja criou um vídeo relembrando outras viradas consideradas improváveis do

clube em sua história recente.O vídeo, narrado pelo ex-jogador Basílio, termina com a assinatura

"Aqui é Resistência", que faz parte do atual posicionamento da marca.

ESTRELLA GALIC IA FAZ V ÍDEO PARA

MOTIVAR TORCEDORES

POR REDAÇÃO

A final da Copa do Brasil entre Corinthians e Cruzeiro vai marcar o início da parceria da Uber com mais um clube brasi-leiro. A Arena Corinthians, palco da decisão do torneio esta noite, receberá a primeira de diversas ações da empresa de trasnporte de passageiros. A Uber terá uma área exclusiva de embarque e desembarque pelo portão H da Arena, a exemplo do que a empresa faz em alguns aeroportos.

A chegada da Uber ao Corinthians marca o avanço das em-presa no futebol. Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio, Inter, Cea-rá e Fortaleza contam com aporte da marca. Em todos, tenta facilitar a ida do torcedor aos jogos. Com o clube paulista, o aplicativo terá maior participação em ações dentro da Arena Corinthians. Além do sistema exclusivo de transporte, a mar-ca patrocinará 30 edições do "Esquenta da Fiel", festa com música ao vivo feita para 300 pessoas antes dos jogos.

"Antes de fechar a parceria, realizamos diversos estudos de engenharia de tráfego na região em dias de jogos, além de visitas técnicas às instalações para determinar o melhor projeto e planejar a chegada do motorista parceiro ao es-tádio, o fluxo de carros ideal e os pontos de embarque e desembarque. Realizamos alguns pilotos em jogos anterio-res e hoje estamos prontos para lançar essa parceira que vai transformar a forma como o torcedor se locomove em dias de jogos. É uma parceria completamente alinhada com os novos valores e estratégias", diz Fábio Plein, gerente geral da Uber para São Paulo. O acordo é válido por um ano,

POR ERICH BETING

Ao som de grandes sucessos do pagode dos anos 1990 e com direito a churrasco e cerveja no final do evento, a Kaiser lançou nesta terça-feira, em São Paulo, a Taça Kaiser, competição entre times amadores que ser-

virá para materializar a campanha da marca pela volta do futebol "de verdade". Diferentemente da famosa Copa Kaiser, que chegou a ser o maior campeonato

de futebol amador do país e teve a última edição disputada em 2014, a Taça Kaiser é “apenas” patrocinada pela marca do grupo Heineken e envolve quatro cidades.

O torneio será disputado pelos campeões de quatro campeonatos amadores regionais patrocinados pela marca: Copa Corujão (Belo Horizonte/MG), Liga Ama-dora da Capital (Curitiba/PR), Campeonato Regional da Liga Blumenauense de Futebol (Blumenau/SC) e Copa Cidade Máster (Santa Cruz do Sul/RS).

Os quatro vencedores disputarão as semifinais no dia 19 de janeiro de 2019, no estádio Couto Pereira, em Curitiba (PR). A final será disputada no dia seguinte (20), entre os vencedores das semifinais, também na casa do Coritiba.

A ideia da Kaiser é usar o final de semana também para compartilhar experiên-cias e passar dicas de profissionais do mercado do futebol. Batizada de “Resenha do Conhecimento”, o ciclo de palestras e conversas terá um dirigente de clube da Série A do Brasileiro, um olheiro e um especialista em preparação física.

“O futebol de hoje tem perdido sua essência. Queremos encorajar os homens a manter as coisas simples da vida. Como a Kaiser é uma marca que fala do compor-tamento simples e tradicional masculino, fizemos essa conexão com o futebol ama-dor”, disse à Máquina do Esporte Gustavo Hila, gerente de marketing da Kaiser.

Kaiser aposta na várzea para reforçar conceito

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POR WAGNER GIANNELLA