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A Semente da Vitória Nuno Cobra Nota do Editor Nuno Cobra, um profissional com mais de quarenta anos de atividade, poderia inscrever em seu currículo até mesmo a contribuição para feitos admirados no mundo inteiro, como a conquista de campeonatos de Fórmula 1 do automobilismo. Inscreveria também certas antecipações a que a psicologia deste limiar de século dá ênfase, como a referente à inteligência da emoção - ele fala disso há muitos anos, conforme uma legião de pessoas que já o ouviram pode testemunhar. O Método Nuno Cobra, conhecido no país e além-fronteiras, não dispunha porém de uma formulação a que tivessem acesso os que não são "pupilos" diretos de seu autor, participantes de workshops que ele orienta ou ouvintes das palestras que ministra. A semente da vitória é esse livro que faltava, o primeiro que Nuno Cobra publica. Ele o fez como uma exposição de motivos e propósitos pelos quais criou seu Método. E o fez bem à sua maneira entusiástica, generosa, energizada pela vontade de mudar a vida dos que se beneficiam das suas idéias. Mudar para muito melhor essa vida que é uma só e é o bem mais precioso entre todos que temos. A transformação como avanço qualitativo sempre constituiu um objetivo do SENAC de São Paulo em seu trabalho educacional. Este livro propõe uma transformação pela conquista da saúde, radical e otimista, como é próprio de Nuno Cobra e seu Método. Prefácio O Nuno é uma pessoa predestinada ao especial! Uma estrela que viaja a todo instante pelo universo de todas as pessoas que toca. Tem a magistralidade suprema do desenvolvimento de todo potencial humano. Preenche os espaços do ambiente em que se encontra com a magia de sua energia e a plena convicção de que viver é beber da comunhão do amor que cada ser humano carrega.

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  • 1. A Semente da VitriaNuno CobraNota do EditorNuno Cobra, um profissional com mais de quarenta anos de atividade,poderia inscrever em seu currculo at mesmo a contribuio para feitosadmirados no mundo inteiro, como a conquista de campeonatos de Frmula 1do automobilismo. Inscreveria tambm certas antecipaes a que a psicologiadeste limiar de sculo d nfase, como a referente inteligncia da emoo -ele fala disso h muitos anos, conforme uma legio de pessoas que j oouviram pode testemunhar.O Mtodo Nuno Cobra, conhecido no pas e alm-fronteiras, no dispunhaporm de uma formulao a que tivessem acesso os que no so "pupilos"diretos de seu autor, participantes de workshops que ele orienta ou ouvintesdas palestras que ministra.A semente da vitria esse livro que faltava, o primeiro que Nuno Cobrapublica. Ele o fez como uma exposio de motivos e propsitos pelos quaiscriou seu Mtodo. E o fez bem sua maneira entusistica, generosa,energizada pela vontade de mudar a vida dos que se beneficiam das suasidias. Mudar para muito melhor essa vida que uma s e o bem maisprecioso entre todos que temos.A transformao como avano qualitativo sempre constituiu um objetivo doSENAC de So Paulo em seu trabalho educacional. Este livro prope umatransformao pela conquista da sade, radical e otimista, como prprio deNuno Cobra e seu Mtodo.PrefcioO Nuno uma pessoa predestinada ao especial! Uma estrela que viaja atodo instante pelo universo de todas as pessoas que toca. Tem amagistralidade suprema do desenvolvimento de todo potencial humano.Preenche os espaos do ambiente em que se encontra com a magia desua energia e a plena convico de que viver beber da comunho do amorque cada ser humano carrega.

2. Ama o que faz! Transforma cada pessoa que toca com tal serenidade quea notoriedade de seus gestos faz encantar e suplantar o lado irresoluto da vida.Traz assentada no corao a leveza de cada momento e a certeza detodas as possibilidades que cada ser humano carrega no desabrochar para avida. o mestre do fazer - e do deixar acontecer como resposta sempreextrema de todo enredo do crescer. Tem a palavra-chave de que cada pessoaprecisa - no momento-chave preciso de cada pessoa.Deixa penetrar a perspectiva de cada dia simplesmente porque existesempre a perspectiva de um novo dia. E porque a alegria seu combustvel emcada novo alvorecer.Ter a bno de viver a seu lado, ter a honra de participar na realizaodeste livro e poder compartilhar sua filosofia e o seu trabalho como viver umpouquinho de Deus na Terra com sua contundente inteireza de carter,compaixo e fluxo forte de verdades a nos escancarar a alma a todo instante.Porque nos prova que o certo e o errado no existem e que tudo sempre temuma mensagem.Sua imagem muito mais abrangente do que qualquer palavra que seouse utilizar. o arqutipo do amor! E o prottipo da certeza do encantamento com avida que lhe rodeia a alma em seu mais profundo esplendor.Ele assim... Muito mais que apenas mestre, a prova de que a felicidadeexiste e que vive forte dentro de cada um de ns. nico! Penetra todas as almas e verdades porque, mesmo sabendo quenunca se sabe ao certo o que est por vir, nos faz a todo instante experimentarque o acreditar o que faz a diferena. Porque realmente faz...Dra. Silvia RisetteEspecialista no Mtodo Nuno CobraA FORA DE UMA EXPERINCIASo Jos do Rio Pardo, 1950. Os rudos de marretas e bigornas pareciamuma encantada melodia passeando pela intimidade dos meus ouvidos. Eu, umgaroto magro, franzino e inibido, espreitava, admirado, a intensa movimentaode cavalos puro-sangue e ferraduras incandescentes que saam da forja.Toda a minha ateno estava voltada para um rapaz muito forte que, 3. girando no ar com extrema facilidade uma marreta de 10 quilos, deixava florda pele negra, reluzente de suor, uma exuberante musculatura.Isso me fascinava. Poderia eu tambm conseguir tantos msculos? Seriapossvel eu tambm ficar forte? J tinha estado ali espreita muitas tardes esabia que estaria em muitas outras.Precisava munir-me de coragem para abordar o rapaz. No momento, s oque queria era realizar o sonho de modificar meu corpo com o auxlio dessafascinante figura, cujo nome era Pedro Pexexa, um ferreiro de profisso e lderde um grupo de pescadores nessa distante So Jos da dcada de 1950.Apesar de magro e fraco, eu pressentia que se o Pedro me ajudasse, euconseguiria me transformar completamente. Tive uma educao muito rgida,como era prprio da poca, e isso dificultava aproximar-me de uma pessoaestranha, principalmente por ela representar, para mim, uma pica figura. Muitomagro e fraco, eu era tambm muito acanhado.Mas sentia algo dentro de mim. Uma intuio que falava alto. Era capaz deacreditar na possibilidade de fazer alguma coisa concreta e passava horasimaginando se essa aproximao ainda demoraria a acontecer.O que no podia imaginar era que o contato com essa pessoa to especialmudaria toda a minha vida. So Jos foi onde o engenheiro Euclides da Cunha escreveu Os sertesenquanto construa a ponte de ao sobre o rio Pardo em 1901. Todos os anos,de 9 a 15 de agosto, festejava-se o aniversrio do grande escritor, reunindopessoas de todo o Brasil, em vrios tipos de competio que incluam umaconcorrida maratona intelectual. Era a famosa Semana Euclidiana.Pedro Nogueira, Pexexa, era uma pessoa que fascinava a gente da cidadepor sua bravura ao enfrentar desafios, sempre com feitos admirveis. Eradestaque de fora e habilidade na Semana Euclidiana, principalmente em lutalivre e boxe. Havia por isso a curiosidade de outros atletas, experientesnadadores da capital, no sentido de desafi-Io em provas no rio Pardo. Pedroprevenia para o perigo do rio. Dizia que era completamente diferente de tudo oque eles conheciam, mas eles insistiam em nadar em suas guas bravias. Eraum rio perigoso, no era uma piscina, e sempre causava vtimas deafogamento - mesmo que fossem campees de natao. Aquilo tudo era muitotriste, mas, por mais que a turma do Pedro falasse, de nada adiantava.Vinha o Corpo de Bombeiros de So Paulo com equipamentos demergulho, em vo: era sempre o Pedro que, sem nenhum equipamento,conseguia encontrar e resgatar as vtimas nas profundas guas do Pardo.Dessa maneira, ele era admirado por todos na cidade pela bravura e destemor.Enfrentava tambm com muita coragem a escola noturna para resgatar, j emidade avanada, os estudos aos quais, como arrimo de famlia, no pudera sededicar em idade adequada.Ele era o lder de um grupo de pescadores que se reunia na ilha SoPedro, nas cercanias da cidade, onde havia uma ponte pnsil feita de tbuasde madeira afastadas umas das outras, deixando ver o temvel rio que se movelogo embaixo. Anos depois eu passaria veloz por debaixo dessa ponte,provocando uma reao admirvel em minha alma devido s abruptascorredeiras - a mesma ponte que, no incio, eu s conseguia atravessardevagarinho, segurando com fora nos seus cabos de ao laterais, cheio de 4. medo e insegurana.Pedro era bem mais velho que eu e tinha uma experincia de vidaadmirvel. O que ele dizia fazia muito sentido para mim pois eram coisas queeu tinha visto em livros e de que os professores da escola no falavam. Emcontato to intenso com a natureza do rio, na presena solene das matas, fuidesenvolvendo um outro lado que a convivncia com os colegas de escola e dasociedade rio-pardense no me apresentara.Um novo mundo que conheci com Pedro modificaria por completo toda aminha vida, fazendo-me ver as coisas de forma natural, gostosa e muitointensa, que, certamente, sem esse encontro, eu no conheceria. Tinha agoraoutra turma de influncia, bem diferente da constituda pelas pessoas que sereuniam no clube rio-pardense. Descobri um lado inspito da vida com umasabedoria que impregnaria todo o meu ser - pendi mais para esse lado.A natureza me fascinava. Pedro me ensinou a nadar, a varejar, que ficarem p em cima de uma canoa manobrando uma vara de bambu que empurra eestabelece a direo. A ponta da vara finca nas pedras do fundo dascorredeiras. Era uma manobra difcil que requeria coordenao motora e muitafora nos braos e abdome. Ele me ensinou a saltar de galho em galho nasaltas rvores, o que exigia intenso trabalho de antebraos. Mas o maisadmirvel de tudo eram suas colocaes sobre a vida, depois de nossas lutasgreco-romanas travadas no centro da ilha.Sentados em folhas secas sob rvores imensas que encobriam totalmenteo cu, ele falava dos clssicos da Grcia. Gostava especialmente do Banquete,de Plato, com sua filosofia que sabia de cor e que me embevecia.Percebi que meus estudos acadmicos nada tinham a ver com o querealmente importava e que os professores cobravam muito sobre assuntospouco ou nada ligados com a vida. O ensino tradicional aborrecia-me, afastei-me dele; com isso aborreci minha me, que lutava para me dar um diploma -seu sonho e sua imensa preocupao.Foi uma fase difcil para ela, por eu me aventurar em lugar to perigoso ecomear a me desinteressar pelos estudos regulares. Mas isso faria toda adiferena. Ali envolvido com aquele apaixonante rio e recebendo aulas de vidado Pedro, eu moldava meu carter e desenvolvia uma personalidade combativae destemida. Ele tinha uma viso diferente das coisas que certamente mediferenciaria no curso da vida. Dizia: "No se deve lutar com quem no segosta, para no se igualar a quem voc repudia".Meu maior desafio naquele rio foi aprender a manejar to bem o varejoque era capaz de subir em p na canoa, com as violentas corredeiras no trechosob a ponte pnsil. Varejar entre as pedras traioeiras era um desafio quemexia com algo profundo em minha alma. Se pensasse: "Ser que a canoa vaisuportar?" ou "Ser que vou embicar e bater nas pedras?", estaria morto. Nopodia ter "ser"...s vezes, quando chovia muito de madrugada, o dia amanhecia com o riocaudaloso, "bufando", como diziam os pescadores da regio, assustando quemchegasse perto das margens. Nessas condies eu tinha de fazer como osdemais: vestido s com um calozinho, enregelado de frio, atirava-me decabea do bico mais alto da ponte construda por Euclides da Cunha emdireo s guas que formavam bravias correntezas. Era um impacto toincrivelmente forte que quase me tirava o flego, mas que tambm fortificavameu esprito. 5. Essa atitude corajosa e decisiva de enfrentar os mistrios do rio, semenxergar direito em que abismo caudaloso me lanava, fazia com quecontrolasse minhas emoes e tirasse, sem saber de onde, a necessriacoragem que ia aumentando minha confiana e, acima de tudo, dando tmperaa meu carter.Foi quando aprendi com Pexexa minha grande e profunda lio. Ele meensinou que coragem s mesmo coragem quando sentimos um imensomedo. Dizia ele que, quando nos arremessamos a fazer alguma coisa que emprincpio exige coragem, deve existir junto uma dose de medo, seno aempreitada se revela irresponsvel. Pode-se estar diante de uma loucura, deum desatino ou estupidez.A coragem justamente sentir o medo que enrijece a alma e o poder deenfrentar o desafio serena e positivamente. Dizia ele que o medo faz parte dahistria, necessrio para acordar o organismo e faz-Io reagir com todos osseus recursos.Naquela situao ameaadora, o rio ficava com uma cara to feia que eutinha de solicitar do meu esprito o mximo envolvimento para oferecer aocorpo a fora necessria a dar conta do recado. Percebia que um coquetel deestimulantes invadia minha corrente sangunea, permitindo-me reagir com cadamilmetro dos meus msculos e toda a minha astcia. Podia, dessa maneira,sentir claramente o valor de uma verdadeira coragem.Era a emoo me ajudando, me impelindo com tal poder que s assim euconseguia a determinao necessria para enfrentar o estupendo desafio.Tinha de ter a maior concentrao. Nada podia estar em desatino em mim.Nenhum fio de dvida podia atravessar meu crebro. Apenas a absolutacerteza de que venceria. Qualquer vacilao representava risco de vida.Foram essas oportunidades de desafiar meu esprito, antes acomodado einibido, que fizeram com que me soltasse por inteiro e me tornasse donoabsoluto do meu corpo, fixado agora em uma nova verdade, resoluto edecidido.Essas aventuras do meu esprito integrado em meu corpo moldaram-me ocarter na rudeza das provas e fixaram de forma indelvel minhapersonalidade. A necessidade de superao constante dos obstculosanteriormente intransponveis mostrou ao meu esprito suas possibilidades eseu verdadeiro poder.Isso provocou uma mudana radical em meu comportamento. Com a auto-estima fortalecida, ganhei nova disposio para haver-me com meus medos efiquei apto a enfrentar com coragem tudo o mais que viesse desafiar-me. Essas colossais peripcias foram vagarosa e decididamentedesenvolvendo em meu interior uma fora que jamais antes conceberia queexistisse. Tudo ocorreu gradativamente. Foi uma bola de neve rodandofavoravelmente e fazendo-me dia a dia diferente daquele garoto inseguro etmido. Por outro lado, o contato vigoroso com tal grupo de pessoas, simplesmas to sbias, fazia-me refletir sobre a vida e colocar em xeque a culturaacadmica, o que foi de muita valia no meu crescimento pessoal. Abordei umlado mais natural da filosofia e muito original de ver a vida.Minha enorme transformao nas barrancas do rio Pardo foi realizandouma transferncia altamente positiva para o ambiente escolar e o ncleo de 6. minhas atividades sociais. Perceber muito depois que a total modificao demeu corpo modificaria tambm toda a minha emoo, todo o meu esprito,ampliando de tal forma minha concepo de vida que passei a criardificuldades srias para os professores.Quando uma pessoa resgata no prprio corpo o poder dado por Deus etirado pela sociedade, fica espiritualmente forte. E quando algum fica forteespiritualmente, no engole mais o autoritarismo arrogante que o cerca. Entreiem litgio com os professores, discutia com eles - o que, na poca, eraabsolutamente proibido. Acabava sempre suspenso e, o que era pior, obrigavaminha me a ir diretoria da escola a todo instante, o que me aborreciademais.A essa altura, eu era extraordinariamente forte, chegava a levantar umFusca com as mos. Tinha os braos e principalmente os antebraos muitorijos, resultado das competies que fazamos e que consistiam em atravessara ilha de So Pedro pulando de rvore em rvore sem pisar no cho. Eusempre chegava entre os primeiros. Tinha desenvolvido uma capacidadeincrvel exercitando-me numa barra em casa. Era um fator favorvel que criarapara mim: os outros no tinham barra.Ser aceito e at admirado pelo meu grupo, aos 17 anos, me fez muito bem.E, medida que fui mudando de corpo, mudei tambm minha forma de pensar.Certas coisas que achava verdadeiras tornaram-se convico: esse era ocaminho certo na vida, j no tinha dvidas. Mudei at a forma de merelacionar com as pessoas, fiquei mais socivel, mais tranqilo, mais calmo,mais tolerante, dominava melhor minhas emoes.At chegar o dia em que percebi no ser mais o discpulo do PedroPexexa. A coisa foi fluindo, acontecendo e, de repente, eu que j estavaexplicando a ele como fazer cada exerccio na barra fixa.Foi um momento de muita felicidade porque, pela primeira vez, estava como meu mestre frente e j ganhava dele na queda de brao, at lhe dava umasidias, que ele comentava: "Nuno, voc tem uma imaginao, faz umasanalogias, que coisa bonita". Eu respondia: "Pedro, isso voc j me falou umdia". Ele me devolvia: "Mas no falei exatamente assim". Pedro Pexexa foi ocara que me ajudou demais a ser quem sou, fixando valores e consolidandoparmetros de honestidade, de respeito, de tolerncia, de amor e humanismoque haviam sido colocados fortemente por seu Ribeiro e dona Mariamlia, doisgrandes amigos que me amavam de fato e que trago comigo at hoje bemdentro de meu corao - por sincronismo, meus pais. Eu ento j percebia que o meu esprito dependia do meu corpo e que asaes do meu corpo influenciavam as atitudes do meu esprito. Percebia,enfim, que corpo e esprito so um s.Nascia dessa maneira uma teoria que me colocaria em confronto com asociedade, ainda presa a conceitos de separao de corpo, esprito, mente eemoo.Estvamos no incio da dcada de 1950, lembrem-se, quando o espritoera propriedade da Igreja; o crebro, da universidade; e o corpo, ah!, o corpoainda no existia como tal.Da por diante, a minha vida rolou numa constante de ocorrncias positivase extremamente gratificantes, entremeadas, lgico, de grandes choques e 7. desiluses com a realidade. Mas isso faz parte da vida.O que importa que eu tinha moldado meu corpo - a duras penas, diga-se- e meu corpo tinha moldado meu esprito. Ambos me levaram a ter umacabea segura e decidida, impedindo possveis descontroles mentais ouemocionais. E no me faltaram oportunidades para provar que tinha de seremocionalmente forte e mentalmente poderoso para no me desequilibrar esair do eixo.Era o incio do meu mtodo de trabalho. Eu j havia desenhado de formamarcante a frase que seria meu lema, apesar do assombro que causava naspessoas havia dcadas: Chegar ao crebro pelo msculo e ao esprito pelocorpo.Jamais esqueceria os esportes que tanto me desenvolveram, as lutascorporais nos fins de tarde nas barrancas do rio Pardo, as espetacularesginsticas que pacientemente aprendi e que seriam minhas ferramentas detransformao.Pedro ficaria marcado indelevelmente em minha alma pela suasimplicidade e profunda sabedoria. Seu exemplo de carter e profundo respeito natureza me acompanharia pela vida inteira. Eu costumava ficar na pontepnsil vendo passar as guas abruptas da corredeira. Sem me dar conta, tinhacriado uma forma de dispersar o pensamento. Chegava em casa muito bemdisposto graas queles momentos de devaneio.Esse hbito de devanear acompanhou-me pela vida. Acabei incorporandouma forma de meditao que hoje, num breve momento de qualquer situao -at mesmo andando na calada -, posso interiorizar-me e sentir um profundoestado de tranqilidade, em que o tempo deixa de existir e eu ingresso numespecial estado de conscincia.Uma tarde, j com 17 anos, sob essa mesma ponte pnsil, acabando desair desse estado de meditao, prometi a mim mesmo colocar minha vida nocaminho de ajudar as pessoas a se transformarem. Elegi isso como objetivo devida e procurei da em diante munir-me das ferramentas necessrias para aconsecuo desse ideal de vida.Fui cursar a Escola de Educao Fsica para estudar o ser humano naprofundidade que fosse possvel. No esperava que essa linha de pensamentoarriscava no encontrar guarida no mundo intelectual da poca. Simplesmenteno aceitavam o ser humano como um todo indivisvel. A norma era que oesprito ficasse para um lado, longe, muito longe da mente e mais longe aindada emoo.Foi para mim o mesmo que pregar no deserto, alm de ser motivo dechacota, a tentativa que fiz de propor um pensamento desse tipo em vriasuniversidades. Recolhi-me profundamente, e s consegui chegar onde chegueipor estar fechado para a cincia da poca. O resultado com meus pupilossempre foi to ferico e exultante que me forneceu energia para vencerdificuldades pelo mundo afora, como se eu percorresse uma via marginal dasociedade e do academismo. Assim cheguei a este comeo de sculo comidias muito prprias, que hoje acredito no ser to agressivas e repudiadas.Acredito ser at mais facilmente compreendidas, mas naquela poca...Tudo que prego foi exatamente o que aconteceu comigo. A primeira escolade todas essas possibilidades foi minha incrvel transformao e o fato deperceber a fora do corpo no contexto geral da vida, quando direcionadocorretamente. Acredito que se voc prprio se transforma fica mais fcil 8. transformar as outras pessoas - afinal, j se sabe o caminho e pode-seenxergar com clareza o futuro final. Quando voc muda, voc mesmo sempresaber da importncia do primeiro passo e da importncia das pessoas que oestimulam e o empurram para cima. Terminei o curso de Educao Fsica em dezembro de 1960. J no dia 13de janeiro de 1961 estava diante do meu primeiro desafio, num instituto demenores excepcionais carentes recm-inaugurado pelo governo do Estado.Estava com a "marcha engrenada" na maior velocidade, no esplendor dosmeus 22 anos, repleto de ideais e entusiasmo. Os primeiros seis meses foramterrveis, tanto pela falta de ferramentas apropriadas para desenvolver crianasto especiais quanto pelos hbitos inadequados j incorporados em cada umadelas, nas passagens anteriores por outros abrigos de menores.Foi um trabalho difcil e desgastante, mas as pequenas conquistas na lentamodificao de seus corpos me deixavam verdadeiramente apaixonado pelotrabalho com as crianas.Foram trs longos anos fora do conforto da sociedade a que estavaacostumado. "Internei-me" por 24 horas dirias naquele instituto, no maisestreito contato com as crianas - e as modificaes comearam a acontecer.Usando as ferramentas de que dispunha, que nada mais eram do que atransformao dos corpos, consegui que aquelas crianas - antes indolentes,desarticuladas e desestimuladas, agora alimentadas pelo movimento, o carinhoe a ateno - comeassem a dar sinais de reao a partir de sua extraordinriafora interior. Elas estavam mais atentas e concentradas nas aulas, maisdispostas e alegres para a vida, sempre prontas para qualquer tarefa.Fui percebendo a formidvel alavanca que possua para motiv-Ias. Erauma bomba de tamanho efeito que nem mesmo a fora bruta da sociedade foicapaz de deter as crianas, tal a exploso de vitalidade que aconteceu comcada uma.Sua limitao mental foi se amenizando e chegando aos parmetros danormalidade. Eu tinha diante dos olhos o mximo que era possvel conseguirde autotransformao da pessoa humana, apenas mexendo no que temos demais palpvel: o corpo. Essa viso de um mtodo tornou-se a alavanca do meuprprio trabalho ao longo de 46 anos de experincia, nos quais nunca separeifsico-mente-esprito-emoo, encarando o homem em toda a sua grandeza.Importavam-me l, como me importam hoje, os exerccioscardiovasculares com caminhadas e corridas, que na poca eram totalmentedesconhecidos; importava-me o desenvolvimento muscular, tambmdesconhecido na forma de musculao natural sem pesos, mas com aparelhosdestinados prtica de ginstica olmpica.O mais importante, no entanto, o ponto bsico, o alicerce do mtodo,sempre foi a minha preocupao com o sono e com a alimentao, alm dorelaxamento que, no caso dessas crianas, se fazia todas as noites.Sem dvida nenhuma, meu primeiro contato com o mundo real da prticade minha profisso foi o desencadeador de meu mais profundo e significativoideal de vida. Percebi que s no amor, na entrega pura e verdadeira, um serhumano poderia realizar algo em beneficio de seu semelhante. Que o trabalhoenquanto trabalho, por mais tcnico e perfeito que fosse, nada resolveria sem adoao contnua e permanente. 9. Esse meu primeiro trabalho traava as pegadas do que seria o meumtodo. Estava aprendendo uma forma de agir e pensar diante da vida e umaforma diferente no relacionamento humano. Minhas fabulosas conquistasmarcaram minha entrega a esse mister de transformar as pessoas. Tinha sidopicado pelo inseto do amor, da entrega e da dedicao verdadeira a meusemelhante, nica forma real de desenvolver crianas carentes excepcionais.Aprendi que para se realizar algo vlido na transformao das pessoas imprescindvel o gostar permanente. Percebi que s conseguiria a verdadeiraaplicao do que seria o meu mtodo se houvesse verdadeiro interesse pelapessoa trabalhada. Era a realizao plena de meus sentimentos, era a entregade todo o meu ser quele mister grandioso de as modificar gradativamente.Ia percebendo na contnua labuta que o fixar do controle de suas emoesas tornava cada dia mais confiantes em suas possibilidades e que essecontrole se obtinha pelo desenvolvimento da inteligncia motora.Trabalhvamos continuamente no aperfeioamento de seus movimentos,sabendo da interferncia constante em crebros tolhidos para a funo deanlises matemticas. Desenvolvia-se neles uma outra inteligncia, que, fuipercebendo, era das mais vlidas.Essa inteligncia do movimento fixava em todos eles uma nova viso de siprprios, trazia-Ihes auto-estima suficiente para proporcionar mais confianaem suas aes no instituto. O fato de se destacarem em ginstica olmpica, porexemplo, lhes fornecia combustvel para enfrentar outras atividades cotidianas.Conforme se desenvolvia esse tipo de inteligncia, eles iam se moldando maisadequadamente ao mundo a seu redor. J se faziam mais afveis ecomunicativos, saam do embotamento das muitas inibies e tristezas que asociedade embutira em cada um. Tornavam-se mais receptivos diante dasoutras pessoas.As vitrias que conseguiam com o seu corpo forneciam-lhes umaconfiana sem par, oferecendo, ainda que inconscientemente, a possibilidadede assumir nova postura diante da vida, dos fatos e das coisas. Eu notavaclaramente em meus relatrios que, medida que iam conquistando um corpomais controlado, revelavam-se dotados de um crebro mais atuante.Era evidente o valor desse novo tipo de inteligncia, a indicar-me ocaminho natural do desenvolvimento de uma intelectualidade emocional, comoeu a chamava, que lhes havia proporcionado o controle da prpria vida emesmo o domnio sobre ela.Foi se incorporando em cada um, paulatinamente, uma nova posturadiante da vida e uma nova forma de enfrentar suas adversidades. Percebia-seque o desempenho fsico lhes proporcionava outra postura mental e emocional.Assim, aqueles dois anos de trabalho dirio para desenvolver a intelignciados movimentos e das emoes de crianas especiais compensava odescompasso da sua deficincia analtica e dedutiva. Percebi claramente afora dessas duas novas formas de inteligncia em crescimento. Era para elasuma nova postura diante da vida, suscitada por algo profundo que lhessucedera. Sua confiana aumentara e as fazia mais otimistas. Tornaram-semais alegres, mais comunicativas e menos rebeldes. Bastava explicar-Ihesbem os propsitos de algo para que elas aceitassem sem a postura indolente einatingvel de antes que as deixava irredutveis e agressivas a novas propostas.Ficaram mais desenvolvidas emocionalmente, assumindo um comportamentopr-ativo, completamente diferente do que tinham quando embutidas, 10. complexadas, inibidas e destrutivas. Eram agora mais participantes,colaboradoras e capazes de tarefas antes inconcebveis.Graas a isso pude desenvolver, de forma cada vez mais aprofundada edefinitiva, meu mtodo e meu ideal de vida, que permaneceram puro einclumes em todas essas dcadas. Naquele instituto de menores aprendi aesperar e a fazer da pacincia minha melhor ferramenta de trabalho. Somos todos dependentes da sade do corpo, que no entanto eradesprezado e esquecido naqueles anos 1960, assemelhados nesse aspecto, eda perspectiva atual, prpria Idade Mdia.Parecia impossvel fazer as pessoas acreditarem que os msculos so umprolongamento do crebro. Que so o elemento mais puro da ao cerebral.Eu conseguia enxergar o crebro como msculo e o msculo comocrebro. E essa interao era to forte que poderamos consider-los umacoisa nica. No havia modo de separ-los.Para mim, o msculo no era mais o primo pobre ou o rstico irmo docrebro, como diziam na poca, mas o prprio crebro na sua esplndidaexpresso.Foi devido justamente a essa espantosa inter-relao que o homemdisparou na evoluo das espcies, ao adquirir os movimentos finos das mose diferenciar-se dos macacos.Eu estava cada vez mais seguro e convicto dessas idias apesar de seremcontrrias cincia da poca, em que s valia o intelecto na forma matemticae dedutiva.Resultados concretos comearam inapelavelmente a aparecer, mostrandocada vez mais em meu trabalho o caminho natural da inteligncia domovimento como base para a intelectualidade emocional. Fui ficando confiantea respeito dessas minhas estranhas idias.O sucesso que obtive com atletas de todos os tipos de modalidadeesportiva deixou evidente a intrpida verdade de que realmente existe ligaoentre crebro e msculo, entre corpo, esprito e emoo.Aos poucos, vagarosamente, disseminei minhas idias com a ajuda declaros e conclusivos exemplos, tornados pblicos por meio de publicaes emjornais e revistas ao longo das ltimas dcadas.Vivi experincias de todos os tipos, com crianas, jovens e adultos detodas as idades e camadas sociais. Desenvolvi trabalhos com delinqentes,presidirios, pessoas diversas e dos mais variados nveis intelectuais, culturaise econmicos. Foram experincias ricas, nicas, impossveis de reproduzir.Se hoje tenho o poder de transformar pessoas porque consegui, deforma concreta, uma real transformao de minha prpria pessoa.A essncia do Mtodo Nuno Cobra fazer com que a pessoa se descubrapara a vida. Programo o que deve ser feito a seguir para iniciar odesenvolvimento corpo-mente-esprito-emoo, de acordo com o que cada umnecessita. A fora, a alavanca para a transformao, est em cada um de ns.MEU PRIMEIRO ALUNO 11. Foi depois das retumbantes performances de cinco de meus queridospupilos, Ayrton Senna, Christian Fittipaldi, Rubinho Barrichello, Mika Hakkinene Gil de Ferran - quando, em 1990, o Mika foi campeo da Frmula 3 inglesa;em 1991, o Rubinho venceu esse mesmo campeonato, o Christian, a Frmula3000 Intercontinental Europia e o Ayrton foi tricampeo mundial de Frmula 1;e ainda, em 1992, quando o Gil foi campeo da Frmula 3 inglesa -, que resolviescrever este livro. Tive muita dificuldade em sintonizar, dentro da minha vidade tanto trabalho, em que ponto realmente teve incio o meu mtodo. Oprincpio!Primeiro pensei se no teria sido um pouco antes de conhecer o Ayrton.Ou ento com as crianas deficientes mentais. Talvez com meus pupilos dotnis, em que desenvolvi um estupendo trabalho com tantos deles, como JaimeOncins, Cassio Motta, Cludia Monteiro, Patrcia Medrado, entre outros.Mergulhando no passado, fui cada vez mais para trs e, quanto maisvoltava em busca do ponto de partida, mais emocionante ficava essa viagemno tnel do tempo.Experincias magnficas brotavam onde antes s havia a bruma damemria. Inevitavelmente fui parar em So Carlos, no final da dcada de 1950,e me lembrei do bonito trabalho que realizei com um jovem talentoso,Waldemar Blatkauscas, jogador de basquete que acreditou em meu mtodo eatingiu um nvel fsico invejvel. Alis, o estdio de Piracicaba, cidade que jteve um dos melhores times de basquete do Brasil, leva seu nome para quejamais esqueam suas grandiosas conquistas. Dei-me conta de que j haviatreinado esse outro bicampeo mundial. Mas no parei a. Nessa volta aopassado fui bater l em So Jos do Rio Pardo, no preciso ano de 1953,quando eu, adolescente, acordava todos os dias s 5h30 para treinar oLeozinho d vila em sua casa, perto da praa da Matriz. Ele era aquele amigotpico que todo jovem possui em determinada fase da vida e jamais esquece.De famlia abastada, foi graas a ele que consegui acesso ao clube maischique da cidade e a uma turma de pessoas, como o Juquita, professor defsica, o Paquet, advogado da cidade, o doutor Lo, dentista famoso na regioe pai de Leozinho, o ltagiba, professor de matemtica, entre vrios intelectuaisque matavam minha enorme curiosidade a respeito da vida, uma vez que aescola no ensinava nada sobre isso.Esse momento, pensei, poderia ser considerado a minha primeiraexperincia com um trabalho personalizado, mas lembrei-me de que, naverdade, antes eu j havia treinado meu prprio dolo, o querido amigo PedroPexexa, para participar da So Silvestre.Foi quando meu pensamento, mansamente viajando no tempo, trouxe superfcie da memria o exato momento em que encontrei meu primeiro aluno. Era um sbado como outro qualquer e, apesar de a cidade ser pequenina,a praa da Matriz fervilhava na buclica So Jos do Rio Pardo da minhajuventude. A moada caminhava ao redor da praa. As mulheres pelo lado dedentro, no sentido horrio; os homens, pelo lado de fora, em sentido contrrio.Era o famoso footing, to comum nos velhos tempos - tempos em que aspessoas ainda no haviam sido picadas por esse vrus terrvel que afastacompletamente uns dos outros, mesmo quando todos esto reunidos numnico ambiente. No havia ainda essa maquininha diablica chamada 12. televiso, e todos iam praa da Matriz. Havia mais vida social e umainterao familiar mais intensa.Em um dos lados desse tpico jardim de cidade do interior ficava aAssociao Atltica Rio-pardense. Na porta, os dois enormes bancos demadeira, em que costumavam sentar os lderes da comunidade, estavamocupados. Eu e meus companheiros de tnis contvamos nossas aventurasnas quadras do clube, enquanto um senhor de aproximadamente 50 anos,encostado em uma porta, escutava, quieto, os nossos relatos. De repente, eleinterrompeu nossa animada conversa para dizer que o que mais sentia na vidaera ter passado por ela sem ter tido a chance de aprender a jogar tnis. Econfessou estar morto de inveja de ouvir nossas proezas, que desfivamosorgulhosos naquela alegre noite de domingo. Ele era uma figura familiar nacidade - o doutor Sebastio de Almeida, mdico que no exercia a profisso,rico fazendeiro, solteiro inveterado que, parece, nunca teve tempo paraarranjar uma companheira.Quando ouvi aquele comentrio, quase em forma de splica, feito comtanta sinceridade e emoo, perguntei-lhe, na inocncia dos meus 15 anos, porque ele no aprendia enfim a jogar tnis. Com ar entristecido, respondeu quena sua idade isso seria muito difcil, principalmente porque no era afeito anenhuma modalidade de esporte. Portanto, concluiu o doutor Sebastio, essesonho lhe parecia impossvel de realizar.No sei se foi a forma como falou, mas o fato que eu e ele nosseparamos do grupo e comeamos a andar na praa e conversar, bem modadaquele tempo. Eu lhe dizia que nada era impossvel e que no existia isso deidade, que isso era uma fico. O que de fato importava era somente o querer -tudo o que desejssemos, conseguiramos, bastava acreditar fortemente.Fico pensando hoje de onde saiu tudo o que falei ao doutor Sebastionaquela noite inspirada. O resultado foi imediato: ele topou a parada deaprender a jogar tnis. Disse que eu o tinha feito entender que era possvel, e,mesmo no sabendo como se segurava uma raquete nem como funcionava acontagem desse estranho jogo, ele estava animado.Comearamos na segunda-feira. Sua primeira aula e todas as seguintesviraram uma rotina em minha vida por mais de um ano e meio. Para mim eraum desafio ensinar tnis a uma pessoa que jamais achou possvel praticaresse esporte e que no era nem um pouco familiarizada com os movimentosde bater na bola com uma raquete.No primeiro dia ficamos apenas conversando sobre a necessidade de levaruma vida regrada, de colocar mais ao fsica no pacato cotidiano dofazendeiro, habituado a percorrer sua enorme fazenda de caf sempre aovolante do Jipe 1951, sem jamais aproveitar a ocasio para uma saudvelcaminhada a p. Deixei claro que ele tinha de ir mudando gradativamente seushbitos de vida. Ele no resistia aos meus argumentos: quando a pessoa estanimada diante de um objetivo e vibra com cada pequena conquista, todas ascoisas necessrias a seu progresso so aceitas e ficam mais fceis de realizar.Nessas primeiras aulas ficamos muito tempo sem a raquete. Eu apenasjogava a bola em sua direo, ora do lado direito, depois do esquerdo, acimade sua cabea ou mais abaixo; ele tinha apenas que a apanhar com a modireita. Isso era importante para que entendesse que, quando se sabe onde abola vai estar e se antecipa o gesto da espera, fica muito fcil jogar tnis. Ogrande problema desse esporte querer sempre preparar o movimento quando 13. a bola j chegou.Foi muito interessante a transformao que se operou nesse garoto - elefoi ficando cada dia mais jovem, mais gil, mais elstico. Foi mudando seusvelhos e desastrados hbitos. Passou a se preocupar com sua qualidade devida, dando-se um precioso tempo para praticar aquilo que constitua sua maiorconquista. O grande mrito, alis, foi todo dele. O que distingue aquele que consegue daquele que no sai do lugar ofazer. Todo o segredo est contido nessas cinco letrinhas mgicas: f-a-z-e-r!E l ia todo dia o doutor Sebastio fazendo exatamente o que eu lheapresentava como necessrio, e com isso seguia em sua escalada deconquistas.Logo ficou amigo de outros senhores tenistas e, principalmente, dagarotada que o chamava de tio. Era o tio Tio, querido de todos, alegre e felizcom sua nova arte, que aperfeioava a cada dia.O interessante era a forma de pagamento que arranjou pelos meusservios especializados. Era evidente que eu me achava importante treinandoo doutor Sebastio, pois tinha pouco mais de 15 anos e j me achava umverdadeiro professor. Portanto, tinha de ser remunerado, mesmo que apenaspor meu entusiasmado e delicioso sentimento de ver algum progredir no quefazia.E sabem qual era a minha real remunerao, na materialidade da coisa?Todos os dias ele passava com seu Citroen preto por minha casa para meapanhar, impreterivelmente s 16h30. Antes de nos dirigirmos ao clube, amos Padaria e Confeitaria Raddi, muito chique, que tinha uns doces incrveis. Osdoces eram o meu "pagamento".Meu aluno avanava e ganhava habilidades visveis. Ainda que ostreinamentos fossem na aparncia chatos, como ter de bater trinta minutos deparedo para fixar um determinado golpe que ficara tecnicamente correto, elepacientemente se sujeitava, com o maior empenho e dedicao. Noesmorecia nunca. Tentava ir para a cama mais cedo, ter uma alimentao maissaudvel e pensar sempre de forma positiva, colocando na cabea queconseguiria jogar tnis e, um dia, jogar muito bem. Mais ainda: que aindavenceria um daqueles que haviam olhado para ele com desdm, quandochegou torto e desengonado para a sua primeira aula.O doutor Sebastio era aluno exemplar, no faltava um dia e estava setransformando num atleta. Eu sempre lhe dizia: nada resiste ao trabalho, noexiste muito esse negcio de talento, o que existe mesmo dedicao, esforoe suor.Os meses foram passando e ele j jogava um tnis razovel. Conseguiajogar - e isso j era fantstico para quem achava que nunca teria jeito para umesporte to complicado. Estar na quadra trocando bolas era para ele o maiordeleite do mundo. Dizia nunca ter sentido tanto prazer com nenhuma outrarealizao na vida. Sentia-se realmente muito mais jovem e produtivo em seucotidiano e agora percorria os cafezais com mais agilidade, terminava otrabalho muito mais cedo, s pensando na hora de ir para o treino.Nascia um novo homem... Mais disposto e otimista, com um sorriso decriana estampado no rosto corado e saudvel. Eu me sentia realmenteempolgado com minha "obra". 14. Foi de tal magnitude esse trabalho - nem tanto pelo fato de ter permitido aalgum aprender a jogar tnis, mas, principalmente, pelo alcance espiritual deter auxiliado uma pessoa a realizar seu sonho. Sim, foi nesse momento que,acredito, nasceu esse meu desejo profundo de ajudar a transformar as pessoasna conquista de seus objetivos.O incrvel que o doutor Sebastio no parou mais. Depois de terassimilado toda a bagagem de golpes fundamentais do jogo, foi evoluindo emsua tcnica. Os golpes foram adquirindo uma espantosa consistncia,principalmente para quem comeou a jogar j na idade adulta, pois o tnisrequer como pr-requisito equilbrio dinmico, coordenao neuromotora, forae resistncia cardiovascular.Para se ter uma idia, ainda hoje existe uma incrvel e acirrada disputa queacontece h mais de cinqenta anos e polariza o estado de So Paulo: osJogos Abertos do Interior, que se realizam anualmente. Pois bem, em 1956, aequipe de So Jos do Rio Pardo foi formada por mim, Leozinho d vila e oincrvel doutor Sebastio de Almeida. Fomos a So Carlos no Citroen pretodisputar os jogos que reuniam todas as cidades do estado.Foi uma longa e inesquecvel viagem de trs tenistas para a disputa dejogos importantes, representando nossa querida cidade. Com essa incrvel volta ao passado acabei descobrindo em que ponto, defato, comeou a ser criado o Mtodo Nuno Cobra. Sem dvida foi com o doutorSebastio de Almeida que apliquei pela primeira vez, e ainda sem conscinciade um mtodo, o que viria a ser o meu mtodo - e colhi frutos mais deliciososdo que poderia imaginar...Relembrei nossa epopia e o grau a que o senhor sisudo, sedentrio eavesso ao esporte havia conseguido chegar, confiando cegamente em umgaroto, quase urna criana.Saudades daqueles tempos to queridos! Meu Deus, quanto tempo! Ondeandaria o doutor Sebastio? Fazendo as contas, conclu que ele devia beirar os90 anos e que talvez j no estivesse entre ns. Mas no custava dar umtelefonema ao Leozinho, agora famoso cirurgio-dentista que ainda morava naterrinha querida, para saber de notcias.Qual no foi minha surpresa e emoo ao saber que meu amigo estavavivo e bem disposto. Morava em Mococa, cidade vizinha, cuidando comentusiasmo de suas fazendas. Surpreendi-me com sua longevidade, e maisainda quando o Leozinho me disse que ele estava "inteirao".Quis fazer esta homenagem a uma grande figura humana que acreditoucegamente em meu trabalho. Foi com ele que tive minha primeira experinciaconcreta de professor, a qual, sem dvida, marcou minha alma para sempre.Devo dizer-Ihes que fui a Mococa visitar o doutor Sebastio e que foi muitoforte a emoo desse primeiro encontro depois de tanto tempo. No pudemosimpedir lgrimas a descer pela face. O abrao eternizou-se no tempo enquantoalgo muito forte me queimava o peito. Um colossal flashback em minha mentepercorria caminhos distantes - quando um senhor decidiu confiar num rapazaudacioso...Juntos, bvio, voltamos a pisar numa quadra de tnis. Era de saibro, corto peculiar como a tarde de singular luminosidade e alegria que passamosjogando. 15. Foi espantoso v-Io desferir saques enrgicos, manter movimentoscoordenados, no parecendo nunca carregar a idade que tem, na qual amaioria j desistiu do movimento e do bem-estar.Estava frente a frente com meu amigo, percebendo a grandeza da vida, 46anos depois daquele elevado momento em que pus a girar uma idia em minhacabea.E essa primeira experincia eloqente marcou, indelevelmente, minhaalma, fazendo brotar o ideal de ajudar as pessoas na busca de uma vidamelhor...Foi lindo ver o resultado de minha "obra" esculpida em formato de vida.Como o Todo-Poderoso havia sido bom oferecendo-me esse talento de ajudaras pessoas a buscar seus ideais!Obrigado, doutor Sebastio. Por estar vivo para me mostrar essa minhaobra. Obrigado por ter acreditado no rapaz imberbe que o senhor tevepacincia de ouvir, e pelo seu poder de acreditar nas suas prprias e infinitaspossibilidades.TRABALHANDO O FSICO, O MENTAL, O ESPIRITUAL E OEMOCIONALO crebro burroAlimentao mental: a dieta certaVencer ou perder est em suas mosCorpo frgil no sustenta esprito forteA inteligncia do movimentoO poder do acreditarO trip da anulaoO boicoteA teoria dos sacosO difcil exerccio do elogioQuem muda o corpo, muda a cabeaA debilidade emocionalO homem global formado porcorpo, mente, esprito e emoo.Parece at coisa sabida,praticada, mas no !Vive-se parcialmente.Alguns esquecem do corpoe vivem no templo da mente e por elabuscam aproximar-se do esprito.Mas o corpo esquecido cobra-lhessustentao, o bem-estar, 16. a disposio, o ar fresco pleno nos pulmes.Falta-lhes o sangue forte e vivocorrendo nas veias.Ento suas mentes agonizame seus espritos se apagamcomo luz noturna do farol da vida.Crebro burro!!! uma concluso a que cheguei, por perceber quepodemos manobrar o nosso crebro como quisermos. Simplesmente pordescobrir que ele vulnervel a todo tipo de interferncias externas, comoeducao, cultura, sociedade, famlia, etc., a nos impor tipos e mais tipos decomportamento que nem sempre espelham nossa dinmica realidade.Sei que o termo parece um tanto ousado, mas a inteno mesmo chocar.O crebro ocupa a funo primordial de regular a capacidade metablica doorganismo. responsvel por desenvolver bilhes de mecanismos na buscaincessante de manter a vida. Ele to poderoso que pode nos fazer ficardoentes e possui condies de promover a nossa cura.O crebro capaz de tudo. Mas apenas um fabuloso processador dedados. Ele s tem contato com o mundo exterior por meio dos rgos dossentidos, nos quais colhemos as sensaes que sero sempre moduladaspelas emoes; afinal, ele vive totalmente merc das emoes. Digo que ocrebro burro para as pessoas perceberem que apenas um processador,no sendo capaz de fazer nada por si mesmo.Quem programa o crebro so os rgos dos sentidos. Nada o atinge semantes passar pela audio, pela viso, pelo olfato, pelo paladar ou pelo tato.Ele como um potente computador: vai operar as informaes enviadas pelosrgos dos sentidos.Mas calma l! Se voc pensa que o mais importante no corpo so osrgos dos sentidos, est redondamente enganado. No! Os rgos dossentidos tambm esto submetidos s emoes, que controlam todas asinformaes obtidas. Quer um exemplo? Uma pessoa abre a janela ao acordar,v um lindo dia de sol e diz: "Que dia lindo! Hoje vai ser o mximo. Vou realizaruma poro de coisas boas". Numa outra janela, algum faz o mesmo e diz:"Que droga! Hoje vai fazer calor demais! Vou suar minha roupa! Que saco! Vaiser uma m...".Pode tambm estar um dia chuvoso e a pessoa reagir dizendo: "Ah, essachuva no para, que coisa horrorosa. Vai molhar meus sapatos! Estragou meudia". O crebro escuta e conclui: "Como que o negcio? Est tudo ruim?".Rapidamente ele manda fabricar hormnios de pssima qualidade, autnticosvenenos que envia para a corrente circulatria, fazendo o indivduo sentir-sefisiologicamente mal e deprimido.Uma outra pessoa olha esse mesmo dia de chuva e diz: "Mas que diaincrvel! Vai ser bom demais trabalhar vendo a chuva bater na janela... Vaifazer uma tarde to romntica! Hoje ser um dia especial!". O crebro escuta ereage: "Puxa, a coisa est boa". E manda fabricar hormnios de alta qualidade,que, carreados para a corrente circulatria, provocam um bem-estar fisiolgico.Ento uma coisa puxa outra: bem-estar provoca mais bem-estar e mal-estar aumenta o mal-estar. Podemos dessa maneira induzir o crebro a sentir o 17. que quisermos, bastando mentalizar fortemente o que desejamos queacontea. E, alm do mais, o dia azul e o cinza so ambos incrveis! Cada um sua maneira...Um sem-nmero de vezes isso nos acontece durante o dia no nvelinconsciente. preciso estar mais alerta para fazer o crebro trabalhar a nossofavor - sabendo que raramente nosso estado mental reflete a chamadarealidade, mas, sim, a realidade que criamos a partir das nossas emoes. Porisso ns somos nosso nico inimigo!Dotado de tamanha capacidade, o crebro, mal administrado, pode gerargraves problemas. Podemos, por exemplo, estar muito bem fsicamente,porm, se comearmos a nos preocupar e a acreditar que h algo de erradocom nossa sade, certamente faremos o crebro produzir todos os sintomasdaquilo que estamos imaginando - e ficaremos realmente doentes.So as doenas de fundo psicossomtico, j razoavelmente conhecidas.Mas, se esse "crebro burro" pode somatizar o que no existe, pode tambmcurar o que existe. Alis, o que seria o milagre, a cura, seno essa absurdafora capaz de fazer com que o crebro humano produza substncias quelevam cura de certas doenas, por mecanismos ainda desconhecidos?Portanto, voc tem de se convencer de que a emoo a rainha da vida.O seu estado emocional influi diretamente no funcionamento do organismo,mostrando a enorme importncia de se "direcionar" as emoes para viver emequilbrio. E para sair do "equilbrio" tpico do homem moderno, que consistejustamente em estar fora de equilbrio.Costumo dizer que nosso crebro burro porque age e reage conformenossas emoes. Quando percebe que estamos felizes, lana na correntecirculatria hormnios de excelente qualidade. Se estamos tristes, lanahormnios de pssima qualidade, provocando mal-estar fsico. Ento no sedeve alimentar raiva nunca. Nem guardar rancor.Por isso deve-se ter muito cuidado com a alimentao mental e com afora negativa dos nossos prprios pensamentos. Se a pessoa no acredita emsua capacidade de se modificar, no conseguir se ver superando os prpriosmedos para alcanar seus objetivos. Com isso refora em sua mente aincapacidade de vencer a si prpria.Acaba por criar um bloqueio que entrar em ao assim que se aproximarde algo que deseja muito, fazendo a mente reagir, opondo-se a tal realizao,dada a informao anterior de que incapaz de se transformar. Ao agir assim,a pessoa envia comandos ao crebro para que suas conquistas no sematerializem.O termo alimentao mental foi se incorporando em minha forma deexpresso para mostrar s pessoas os cuidados que devem ter com o queenviam ao seu crebro. Embora sem perceber, fazemos isso a todo instante, odia inteiro. Quando temos uma pssima alimentao fsica, simples perceber;o mesmo no ocorre com a alimentao mental. Tudo se processa muitorapidamente e os terrveis danos que a alimentao deficiente ocasionasubitamente se revelam.Temos de estar ligados na vigilncia dos pensamentos. No podemosesquecer que somos o que pensamos. Se voc se pensa vitorioso, voc se fazvitorioso. Se, por outro lado, voc se pensa derrotado, j se fez um derrotado.H que adotar, sempre, uma atitude mental positiva para ser sempre positivo.Voc hoje exatamente aquilo que tem pensado nos ltimos tempos. 18. preciso ficar bem claro em sua mente que voc faz a sua vida. Se tratar detec-Ia no positivo, ela ser positiva - e vice-versa. Graas ao fato de que ocrebro burro, podemos fazer com que seja alimentado do que quisermos.Lembre-se sempre de que a verdade no existe. Ns que fazemos a nossaverdade. Mantenha-se esperto e trabalhe sempre a seu favor e no a favor deseu inimigo. No pegue a raquete de tnis para atravessar a rede e ir ao outrolado jogar junto de seu adversrio e contra voc mesmo.Tambm importante saber escolher nossas amizades, aproximar-nos depessoas positivas, com uma energia boa. Evitar as pessoas negativistassempre com uma viso horrvel da vida, que nos passam insegurana em tudo. necessrio precaver-se contra o lado negativo apresentado pelateleviso. Ser atingido diariamente por todos os problemas que lana em suacasa dificulta ter uma mente positiva. No quero com isso discutir filosofia decomunicao, mas o fato concreto que, com uma televiso de pssimaqualidade, fica difcil manter a cabea limpa. Voc deve usar a TV, mas nodeve deixar a TV usar voc. Com a cabea direcionada para as intempries domundo fica difcil ser feliz, pensar coisas produtivas e edificantes. De queadianta saber que houve um terremoto no Japo ou que um ataque suicidamatou dezenas de pessoas? Para ficar ainda mais terrvel e acabar de vez comqualquer otimismo, a TV exibe cenas chocantes. Quanto mais sangrentas,melhor. Maior a audincia...Outra coisa importante o relacionamento com as pessoas em seuambiente de trabalho. Existem aquelas para as quais viver uma eternasinfonia de conquistas e descobertas. Essas pessoas nos do a idia de queos problemas e as ocorrncias desagradveis so mais um incentivo paracontinuar lutando do que propriamente um empecilho. Dessas pessoas vocdeve se aproximar para nutrir-se de sua energia e vibrao com a vida.O que importa que voc o responsvel por sua sade, pela sua vida.Ento tudo est em suas mos. Cabe apenas ser rigoroso na busca dessamagistral oportunidade de ser feliz. Alimentemo-nos de coisas saudveis,porque, assim como nosso corpo fsico, o corpo mental necessita de qualidadepara alcanar uma vida longa de realizaes. Alm de ser a base de sua vidaemocional e espiritual.Para quebrar o elo dessa cadeia de pensamentos negativos quefuncionam como armadilha para a auto-estima, temos de nos valer de umaprogramao mental bem positiva e estarmos sempre atentos s vacilaesemocionais e intromisso de pensamentos negativos, mentalizando acapacidade de realizao do que se deseja alcanar.Posso falar sobre isso com a certeza de quem colheu excelentes frutostrabalhando o poder da programao mental positiva com muitos atletas j nasdcadas de 1960 e 1970. Eles conseguiram modificar sua performance deacordo com as prprias indues mentais.Gostaria de observar que muitos atletas estupendos comearamduvidando de si mesmos, completamente inseguros e medrosos. Vrios deles,filhos de pais dominadores e autoritrios, acreditavam-se incapazes de vencer.No entanto, foram em frente e se fizeram campees - depois de vencer a simesmos superando os prprios limites fsicos e emocionais. Ocorrncias comoessas, no incio da dcada de 1970, deram-me fora para fixar meu mtodo.Os atletas, assim como as pessoas em seu dia-a-dia, devem sempreenxergar a vitria. Temos de acreditar sempre! Cabe lembrar aqui uma antiga 19. fala grega: "Nem sempre o mais forte mais longe o disco lana". Eu completo:"Mas, sim, aquele que acredita!".Voc s chega at onde acha que pode chegar. E, como o crebro burro,voc tem de aproveitar. Est em nossas mos. Podemos vencer ou perder. E omais incrvel que no depende de ningum, alm de ns mesmos - e dasnossas emoes. Foi assim que descobri, ainda no incio de minha carreiraprofissional, que a atitude mental positiva contagiante. como um vrus!Voc pode contaminar seu ambiente de trabalho, seu lar, sua famlia, masprecisa, antes de tudo, dar-se essa oportunidade de se deixar contaminar pelaexuberncia da vida. Sempre dei muita importncia fora do pensamento. Sua influncia fointida em relao s performances de meus pupilos. Muitas vezes mesurpreendi com a espantosa fora mental que todos atingiram. Sempre que seconcentravam em seu monitor cardaco (relgio que marca a freqnciacardaca dos batimentos do corao), percebia que os batimentos baixavam,atingindo pontos realmente incrveis. Eu os via mudando o ritmo de batimentosdo prprio corao, um rgo involuntrio, s com a fora de seu pensamento.Veja de que poder incrvel o homem capaz. Alis, todos ns somos capazesde operar fenmenos incrveis. Isso ocorre at em nvel inconsciente, j quemeus pupilos tm abrigada na memria a minha metodologia e sabem que,quanto menor a freqncia cardaca, menor o esforo para o corao.Nossos pensamentos exercem influncia direta sobre o corpo e seumetabolismo. Mas a mente tambm depende do corpo para formular ospensamentos, pois tudo o que chega ao crebro chega por intermdio dosrgos dos sentidos. O crebro no tem acesso direto ao mundo "real". Estisolado do mundo, fechado e protegido na caixa craniana. Sabe somente aquiloque sentimos ou pensamos que sentimos.O crebro tem um fantstico e admirvel talento que nos permite "criar" arealidade. Muitas vezes no importa tanto o local em que realmente estamos,mas o que sentimos nesse lugar. Um mesmo espao, por exemplo, pode sertimo para uns e pssimo para outros. A diferena entre uns e outros est noque a percepo de cada um colhe e a emoo qualifica, enviando essassensaes ao crebro. como duas pessoas que chegam juntas mesmafesta. Uma delas diz: "Que lugar legal, bem decorado. T cheio de gentebonita. Puxa! Que msica gostosa que t tocando. Isto aqui t uma delcia!".Essa pessoa, fisiologicamente, vai sentir-se bem, pois o crebro capaz deperfazer os tais hormnios de alta qualidade que mencionei. Mas outra pessoaque chegou junto na mesma festa diz: "Que lugar medonho, superbrega! Quegente mais esquisita! E que msica mais chata! Que saco que t isto aqui!".Essa pessoa, vai se sentir mal fisiologicamente, pois o crebro tambm capaz de perfazer os tais hormnios de pssima qualidade e lan-Ios nacorrente circulatria.Voc percebe que o que acha que fica valendo como verdade para seucrebro, e no o que o outro acha que ou at o que na verdade. necessrio orientar corretamente seu crebro, desenvolvendo melhor o corpoemocional para lhe enviar coisas boas e positivas. Voc precisa estar sempremuito alerta em relao a seu pensamento. Nosso crebro burro, mas seupoder inigualvel. Voc s precisa colocar de maneira correta o que deseja 20. dele. Ele o mais dcil, precioso e poderoso participante de sua vida e estsempre submetido aos rgos dos sentidos, manipulados no calor da emoo.Existem pessoas extremamente inteligentes que foram primeiros alunos nafaculdade e conseguem o milagre de no obter nenhuma realizao em suaprofisso. Existem pessoas que foram pssimos alunos na faculdade econseguiram timo resultado em sua profisso, fazendo-se vencedores navida. Tudo isso resultado da fora do crebro burro - pode no haver nadaque justifique um resultado, mas tambm pode-se conseguir o resultado que sequiser. O que importa o que voc pensa a respeito de si prprio, no o querealmente voc .Todos tm todas as possibilidades. O que cerceia a pessoa sua prpriacabea, anulada por uma sociedade castradora, que tenta tirar-lhe a confianae o acreditar. Ento digo que so nossas emoes que vo servir de refernciaao nosso crebro para que ele ordene a forma de agir diante dosacontecimentos, e no os acontecimentos em si que impem essa ordem. importante saber qual o procedimento de nosso crebro para podermosotimizar seu funcionamento, de tal maneira que ele trabalhe sempre a nossofavor. Temos de trein-Io para que esteja predisposto a enfrentar todoacontecimento com positividade, sempre favorvel a ns.Tudo permanece sob o controle das emoes. Se adotarmos uma atitudemental positiva, teremos, de sada, pelo menos cinqenta por cento de chancede alcanar o resultado esperado. Mas no pense que isso funciona como umtruque. No h mgica nisso.A emoo tem de ser duramente trabalhada por muito tempo. No adiantadizer: "Eu vou vencer". O desenvolvimento do corpo emocional vir por meio deum esforo contnuo e depois de muito trabalho.O fato que, ao iniciar o movimento com o corpo, trabalhamos antes detudo nosso lado emocional. Ser preciso muita disciplina, fora de vontade econtrole sobre as prprias emoes para calar o tnis e arranjar um tempo.Para colocar o corpo em movimento necessrio fazer um grandeexerccio emocional. A debilidade emocional dificulta passar do saber para ofazer.Fui percebendo ao longo do tempo o que as pessoas ganham quando sepem a fazer esse trabalho. Elas adquirem maior sustentao emocional e issosalta vista de todos com os quais convivem, como muitas vezes me foidemonstrado por relatos familiares.Uma pessoa com o corpo frgil, ao contrrio, no sustenta um esprito fortee, por conseqncia, suas emoes correm soltas e desordenadas, causandoestragos gerais. o caso de quem comea a fazer o trabalho conosco e,naquele dia, tem de executar trinta minutos de caminhada. Ela no teve tempopela manh e no final da tarde est cansada - na verdade, sua cabea queest cansada -, mas precisa se impor e cumprir o trabalho fsico que lhecompete.Em contra partida, aos trinta minutos ela percebe que est estimulada acontinuar e, justamente quando comeou a ficar gostoso, tem de parar. Suavontade ir adiante por mais um tempo, mas no isso que seu organismoespera. No ainda. Ento ela tem de cumprir o seu programa e parar aos trintaminutos.Esse o processo do no querer e ter de fazer e do querer fazer e ter deparar. Tem de fazer quando no quer e tem de parar quando quer fazer. 21. Corpo fraco e debilitado igual a cabea fraca e sem poder. Ningumacorda um vencedor. Faz-se, constri-se um vencedor alicerado num corpodesenvolvido e evoludo. por isso que muita gente fala do poder da mente e parece baleIa. Muitoslivros recomendam pensar positivo, mas pensar positivo apenas no adiantanada.Felizmente as pessoas esto comeando a se voltar para o poder daemoo e no apenas para o poder da sua inteligncia, e assim comeam adesenvolver-se espiritualmente, melhoram mentalmente, ou seja, cuidam dasade em todos os aspectos.Um corpo frouxo, atrofiado, hipotnico, cheio de gordura revela que seudono est levando uma vida no muito feliz. Nem saudvel. Devemos entenderque somente por meio do fazer, da ao concreta, da evoluo com o corpoque realmente nos transformamos mental e emocionalmente, criandocondies para uma vida espiritual mais elevada. O incrvel que essa pessoafraca, frouxa e gorda pode modificar tudo isso quando quiser, porque absolutamente possvel a modificao. Essa pessoa, no estado fsico em queestiver, tem em si o poder para isso. absolutamente impossvel adquirir elevao espiritual num corpo frgil eincapaz de reparar as perdas inerentes prpria atividade diria.A pessoa em defasagem com a vida est sobrevivendo, no est vivendo.Como que ela vai desenvolver a espiritualidade, que a essncia maior dohomem?A pessoa que no tem energia mental tambm no tem energia espiritual.Ela precisa estar com muito bom humor, bem-estar, energia, vitalidade,disposio - enfim, estar inteira - para perceber essa outra dimenso da vida,que o seu prprio esprito. por isso que o meu mtodo alcana fulminantemente o esprito. Pelasconquistas do corpo, a pessoa atinge um tal poder emocional que seu espritose lana a outro patamar, fazendo surgir nele uma nova divindade. Pleno depossibilidades, de conquistas e vitrias, esse esprito se enaltece e se eleva. evidente que essa pessoa se torna mais complacente, vivendo empermanente estado de alegria com mais tolerncia e compaixo. Nesseestgio, far bem espiritualmente tambm s pessoas prximas.Digo isso com base nos depoimentos que ouo de empresrios eexecutivos com os quais trabalho. Um deles me disse: "O que me espantou que l na empresa eles acharam que eu estava espiritualmente diferente".Respondi: "Que bom! Voc precisa perceber mais isso para valorizar oempenho que est tendo em modificar todo o seu corpo e os seus hbitos".Espiritualidade agir, doando-se para as pessoas, percebendo que asoutras pessoas existem tambm e so exatamente como voc. Partilhar suavida realmente se interessar pelos outros, sendo mais solidrio e partilhandoa alegria de viver, essa energia de sua alma, com seu semelhante.Fora fora. No existe o indivduo forte de um lado s. Intelectualmentepoderoso e espiritualmente frgil. Seno, como colocar toda a carga de umcaminho de um nico lado: ele vai tombar na primeira curva. A emoo deveria ser mais bem estudada nas universidades. Ainda espantoso o grau de ignorncia a respeito de algo que controla e domina to 22. completamente o ser humano. Se nosso crebro tivesse apenas a intelignciatal como conhecida, seria muito pouco para toda essa grandeza que ohomem . Se o crebro o centro das decises humanas, a inteligncia assimentendida seria insignificante, pois participaria pouco ou quase nada dasbatalhas humanas. Sempre foi dado muito valor inteligncia, a ponto de sedizer que o homem um animal racional. Talvez racional seja o que ele menos. Prefiro dizer que o homem um animal afetivo, um animal emocional.Outras inteligncias ho de existir alm desta dedutiva e matemtica,pensava eu, pelo simples fato de que a vida me mostrava cada vez mais que asupremacia da razo colabora muito pouco para o sucesso do homem, vistoque t-Ia e no conseguir aplic-Ia igual a no ter racionalidade nenhuma.A mente, na verdade, um corpo orgnico com tarefas determinadas,como pensar, sentir, ser e realizar. Tudo isso s possvel com um mnimo deintelectualidade emocional para sustentar seu enorme poder de fogo.O crebro, esse desconhecido, por demais potente, mas fraco dianteda emoo que o domina por completo, tornando-o um mero espectador deseus feitos e "desfeitos".Nobre aliada da mente, a emoo torna-se inimiga quando no levadaem conta, servindo como arma poderosa contra ns mesmos.Ela pode ser entendida como um talento que as pessoas tm, com mais oumenos desenvolvimento. No um tipo de inteligncia, pelo simples fato deque ilimitada - e pode ser desenvolvida a qualquer momento e ampliada, aocontrrio da inteligncia cognitiva, que atinge sua melhor condio na idadejuvenil e depois comea a decair.A intelectualidade emocional, ao contrrio, est ali para ser desenvolvidaem qualquer momento da vida pelo seguro e fcil caminho do movimento. E,por no ter limite, ela pode aumentar, como costuma acontecer, conforme apessoa vai amadurecendo, ganhando experincia e suporte espiritual,melhorando seu desempenho nas situaes do dia-a-dia, enfim, pelo exerccioe experincia da vida.Quanto maior a elevao espiritual, maior o desenvolvimento emocional. Aemoo no est presa a neurnios e axnios, como a inteligncia, e sim a umentendimento maior de sua capacidade de superao diante das dificuldadesdo momento. Por isso uma pessoa com maior poder de acreditar em si mesmapossui automaticamente mais controle sobre os acontecimentos.Principalmente quando estes so desfavorveis - nessas circunstncias quese desenha o vencedor, j que, quando tudo corre a favor, fica mais fcil ter ocontrole da situao.Quanto mais crescer nossa segurana, auto-estima e o poder de acreditar,maior ser o desenvolvimento emocional - justamente nisso que est agrande contribuio do movimento.Quanto maior controle sobre o movimento voc tiver, maior ser suainteligncia do movimento. E maior sua vitria sobre o prprio corpo, com umacontribuio mais substancial para o desenvolvimento de seu corpo emocional.Um atleta inspirado e com domnio completo dessa incrvel fora consegueatingir o seu pice, assombrando o mundo. Assim foi com todos aqueles quenos momentos-chave souberam fazer valer essa extraordinria fora que vemdo mais profundo de seu ser. 23. Quando colocada a nosso servio, a emoo nos permite realizar algosempre alm do que a princpio nos julgamos capazes. E quando algumacredita que pode, pode. No precisa ser necessariamente o melhor, bastaacreditar que pode ser o melhor. Ento as coisas que me aconteceram, tudo oque vivi, me fizeram crer que, se algum se acha capaz, no precisa de maisnada. Mas tambm no adianta todo o restante do mundo acreditar que ele capaz se ele prprio no achar isso.Esse acreditar tem de ser absoluto. No se pode vacilar: "E se justo nessedia eu no estiver bem? Se o desempenho no for bom? Se a performancecair?". Esse "se" no pode existir nunca. Simplesmente faa! No pense! Deixefluir do fundo de sua alma essa intuio magnfica que nos empurra para afrente. A vida conspira a nosso favor - ns que conspiramos contra a vida.Mas, quando voc se pe a realizar um objetivo, algo ocorre no universo que oimpele em direo vitria. Essa a sincronicidade que nos rege, na qualmuitos ainda no acreditam.Quantas vezes tive pupilos tenistas que perderam o jogo porqueduvidaram, porque permitiram que o "se" minasse sua certeza da vitria. "E sea minha esquerda no sair? Eu nunca consigo mesmo! E se o meu saque noentrar?".Como o crebro burro, tudo o que a pessoa fala o crebro anota eprovidencia - e ento no consegue acertar mais nenhuma esquerda, ossaques no entram, porque ela se programou para dar errado.O crebro uma grande fora nossa disposio. O que quero deixarclaro que acontece um verdadeiro milagre quando voc leva ao crebro umacerteza com emoo. E assim em qualquer assunto da vida. O impossvel algo que impossvel at que passe a ser possvel. necessrio quebrar ostabus, derrubar os paradigmas. Se estes acabam, pode-se alcanar o quequiser.Quando as realizaes concretas com o corpo ocorrem, tornam-se muitofortes em nossa emoo, fazendo-nos entrar em uma outra dimensoespiritual. Abrem-se infinitas possibilidades.Voc tem de acreditar, dar o melhor que pode e deixar fluir. Ns nascemospara a vitria, no para o fracasso. Atingindo esse ponto, no h mais com oque se preocupar, porque a vida conspira sempre a nosso favor. Jamais duvidedisso! A maioria de ns passou a infncia e a adolescncia numa dura batalha desobrevivncia mental contra as regras de uma sociedade que cerceia nossacapacidade de desenvolver e lidar com as emoes. Somos, quase todos ns,analfabetos emocionais.Primeiro so os pais, peritos em anular a auto-estima dos filhos e provarque eles no servem para nada; depois a escola, que insiste em mostrar que acriana est l para se comportar e obedecer e no para desenvolver seustalentos; e, por fim, a religio d o toque final, castrando nossa felicidade e nosimpingindo culpa.Pais, escola e religio formam a base do que chamo de trip da anulao:um bem-aleitado "sistema de educao" que funciona com tal eficincia ehabilidade em produzir pessoas inseguras e frgeis que quase ningumconsegue escapar. 24. A criana veio ao mundo para representar a magnificncia do ser humanoe para viver com plenitude. exatamente o que faz nos primeiros meses eanos de sua vida. Mas essa pessoa ser paulatinamente destruda no cerne dasua existncia.Muitos pais so verdadeiros catedrticos da anulao, doutores singularesda castrao do extraordinrio potencial humano de que a criana dotada.Depois, reclamam de seus filhos adolescentes - que so agressivos, que noos respeitam. Isso fruto do que eles mesmos plantaram.E plantaram a falta de respeito por mais de uma dcada, mandando curtoe grosso: quando o filho queria ir, "voc vai ficar"; quando queria ficar, "euquero que voc v"; quando se aprontava, "essa roupa no gostei, vista outra".A criana vai, ali em suas peripcias e traquinagens naturais, pelejandocom a vida, tentando por para fora seus imensos potenciais e descobrir deforma pura e natural o verdadeiro mundo que est sua frente. Na buscadessa interao magnfica, entra em casa solta e espontnea, com a vida empura alegria e felicidade, com seu jeito natural de ser, na maior algazarra eatropelo, tumultuando a "paz" da casa.O pai j vai dando bronca: "Por que corre tanto?" e continua: "Pare uminstante, saia de cima do sof, desa da cadeira, Olhe a... Vai acabarderrubando o abajur. Sossegue um momento, voc no tem mesmo jeito".Depois, mais calmo, querendo justificar o berreiro, diz ponderado: "Papai estcansado, trabalhou o dia inteiro... D um tempo!". Mas as broncas j ficarammarcadas em seu inconsciente, revelando criana que essa forma de ser no muito legal.Ela est sempre experimentando o que no pode. Quer conhecer a vida,mostrar o que aprendeu na rua: "Olha, me, d uma olhada", e sai correndo,bate as mos no cho e os ps na parede limpinha para plantar umabananeira, e a me j grita: "Pare de sujar a parede, olhe o que voc fez! T decastigo!".A criana ento pensa: "Meu Deus, l na rua s eu consegui. Achei queera um cara incrvel e agora estou de castigo!". Esse um fator inconsciente desurpreendente fora.Ela comea a perceber que, a toda hora que est alegre e feliz, levaporrada. Logo conclui que no est no caminho certo, pensa que esse negciode ser feliz, de ficar alegre no est com nada: "Se a hora em que estou legalrecebo castigo e porrada, o negcio no por a". At o dia em que o garotoest l, parado num canto, macambzio, sorumbtico, tristonho, o pai chega ediz: "Filho, o que voc tem hoje?". Faz cafun, d carinho. O garoto pensa:"Puxa! Eu existo nesta casa...". E fica radiante. Quando estava contente, nofoi estimulado. No recebeu carinho. Recebeu castigo. O que fica noinconsciente? Fica essa fora da anulao do prazer, da alegria, da beleza, dafelicidade, que acabamos carregando pela vida inteira.Todo mundo quer ser aceito. O pai, naquele dia, deu ateno ao filhoporque estava triste, fez carinho. E a me falou: "O que voc tem? Est totristinho...".A criana pensa que descobriu a mina e deduz que o negcio ficar triste.Claro que isso tudo acontece no nvel inconsciente. Mas o inconsciente age noconsciente sem a percepo do consciente e o que se tem uma bomba-relgio de efeito tardio que vai minar os seus desgnios de sade, de sucesso,de alegria de viver. 25. O mais terrvel vem quando a criana adoece. Esse o pior momento paraestimul-Ia, fazer qualquer tipo de agrado, mas o que mais acontece. Claroque precisamos dar o atendimento adequado, saber o que ela tem e procederaos cuidados, correr atrs do diagnstico. Mas no podemos fazer festa comestmulos do tipo: "Olhe, hoje voc vai assistir televiso at mais tarde, mas sporque est doente, viu?", "Olhe, amanh voc no precisa ir pra escola, mass porque voc est doente!", "Hoje a mame vai fazer aquele bolo que vocadora e eu nunca fao, mas s porque voc est doente...".Instala-se nesse momento um programa de autodestruio queacompanhar a criana de forma inconsciente para o resto da sua vida e vaitrabalhar, ainda que sem conscincia disso, diuturnamente na destruio desua sade, de seu sucesso, de sua felicidade... assim que se constri umacriana triste, um adolescente deprimido, um adulto derrotado e autodestruidor. No tenho a filosofia de deixar a criana fazer o que quer. absolutamentenecessrio conduzir seus caminhos, mas precisamos ficar atentos a essaconduo oferecendo elementos para que ela desenvolva ao mximo suaspotencialidades. Temos de estimul-Ia muito, intervindo tambm mas comsabedoria. No o caso de deixar a criana fazer o que quer e sim de que elaqueira aquilo que faz. o ponto fundamental.Ns temos de rever essa forma terrvel de civilizar pessoas, massacrandoidentidades e as desenvolvendo para ser derrotadas e infelizes. sabido queat os 8 anos de idade a criana j ouviu milhares de nos. E o inconsciente uma esponja, principalmente na presena da emoo. tanto no, no, no,que vira uma verdadeira anolao.Ningum pode fugir desse mecanismo da anulao. Alguns ficam maismarcados que outros, mas todos sofrem da dificuldade de manusear afelicidade, a alegria e a sade. Percebi ao longo de minha experincia que umaprofunda insegurana e pessimismo a respeito de suas possibilidades marcavaos jovens que me procuravam. Eles haviam sido de tal modo marcados poressa anulao que, teoricamente, ficava impossvel faz-Ios enxergar ocontrrio.Pareciam j condicionados a achar que nunca dariam certo. Sempreperguntando: "Mas por que justamente eu seria o campeo?". Eu sempre lhesdizia: "E por que no voc?". Eles achavam estranho o que eu dizia. Nemsequer cogitavam da possibilidade de vencer.No af de fazer de seus filhos os melhores, acabam exigindo demais,exaltando suas falhas, corrigindo sempre seus erros e fracassos e talvezachando que algumas de suas vitrias, como acordar cedo, no faltar escola,dar conta das tarefas escolares, enfim, fazer as coisas certas, obrigaodeles. Enaltecem somente seus erros e fracassos. E fazem isso com a vozcarregada de emoo, de forma spera, o que gera adrenalina, fixando parasempre o erro e o fracasso em sua memria.Isso fica acentuado no comportamento dos pais que esquecem que, nacabea dos filhos, eles so deuses e sua palavra a maior verdade que existe.O que os pais dizem lei para o filho. Dessa maneira, fica fixada na memriado adulto, permanentemente, a negatividade, que foi o que mais ouviu na suavida de criana. Seus fracassos ficam marcados. Seus talentos e positividades,por outro lado, parecem nunca ter existido - ou pelo menos no esto gravados 26. em sua mente. Assim fica difcil lembrar-se de ter acertado alguma vez. Osacertos, quando enaltecidos, so colocados para a criana com calma eequilbrio, sem provocar o derramamento de adrenalina em sua correntecirculatria - o que marcaria fisiologicamente esses acertos em sua memria.Que projeto de vida pode inspirar esse rapaz ou essa moa, se traz forteem sua mente a eterna derrota, fixada justamente pelas pessoas que ele ou elamais adora e em quem acredita. Justamente por isso que funciona omecanismo da anulao. Por ser realizada pelas pessoas mais influentes - ospais e os professores.Precisamos mudar radicalmente a forma de civilizar as pessoas, porqueestamos tirando das crianas sua coerncia com a vida, empanturrando-as deintelectualidade, arrancando-Ihes a originalidade, estandardizando amediocridade.Esse tipo de "educao" aplicada com tenacidade pelos pais tem mais doisaliados de peso - a religio e a escola - na ingrata tarefa da anulao do jovem.Hoje as religies esto muito diferentes, mas na minha poca existiam pecadoe inferno. Era um verdadeiro terrorismo com as crianas.A escola o desfecho da destruio da auto-estima juvenil. Na hora emque o adolescente se sente uma pessoa, dimensionado na sua grandeza,repercutida no seu corpo maior, mais desenvolvido, quando, enfim, ele virou"gente" e quer impressionar uma menininha; e a menina, que est virandomulher, quer impressionar um menininho; nessa hora em que eles precisam equerem ser valorizados como pessoas, geralmente so arrasados pelosprofessores. O desenvolvimento de seu corpo fsico deveria ser umaoportunidade imperdvel para o educador lanar esse jovem para cima eamortecer ao mximo as anulaes sofridas em sua infncia, mas, por incrvelque parea, ele o arremessa definitivamente para baixo. Alguns parecemquerer destruir o jovem que precisa de reconhecimento e busca se afirmarinteriormente dizendo: "Eu sou capaz!", "Sou poderoso!", "Eu posso, tenhotodas as possibilidades!".O professor ento se esmera em humilhar e negar todo valor quele ser.Mesmo quando o aluno contraria o alicerce de suas teorias, um verdadeiromestre poderia retrucar dirigindo-se classe: "Puxa, eu penso diferente, masolhem esse rapaz, vejam como ele verbaliza bem, como fala bonito", elevando-o perante seus amigos. Mas o professor ataca com ferocidade ou desprezo:"Cala a boca! Eu sou o professor, voc o aluno! Voc no sabe nada".Ouvi isso centenas de vezes nas trs dcadas em que fui professor ediretor de escola. de chorar, de doer o corao. E se o aluno tem em siuma fora maior, algo que o faa insistir e ir um pouco mais longe, sermassacrado pelo sistema. Ser mandado para a diretoria, ser suspenso. Esse um perfil do desastre a que se condenam crianas e adolescentes. A auto-estima a mola propulsora a contrariar a fora da autodestruio. S que aescola quer mandar, em vez de ensinar a mandar para que se forme overdadeiro lder. Ela completa com eficincia essa terrvel anulao da criana.O verdadeiro mestre aquele que exalta o discpulo e no aquele que oreprime. o que trabalha no desenvolvimento da auto-estima do jovem. No podemos desprezar a fora de nossas anulaes, porque muitasvezes elas ainda esto com razes fincadas em nosso esprito. Elas ameaam 27. com o efeito contraditrio de colocar as pessoas contra elas mesmas quandose empenham na conquista de determinado objetivo, inclusive o de melhorarsua qualidade de vida. um verdadeiro boicote que muitas vezes se faz emprejuzo prprio quando se est perto de conquistar algo por que tanto se luta.Em minha experincia de trabalho com os pupilos vi a fora extraordinriadesse auto boicote de que as pessoas nem sequer se do conta. Tanto nocaso de bater um recorde quanto na de realizar uma importante atividade dodia-a-dia, o boicote aparece muito claro e com tal fora que capaz deinfluenciar o organismo, causando um desarranjo orgnico qualquer ou umaenfermidade, suficientes para impedir o atleta de participar, porque a elevenceria, contrariando sua programao interior.No podemos subestimar a imensa fora desse dispositivo colocado napessoa h vrias dcadas e nela presente em todos os momentos.Principalmente quando tenta contrariar a destrutiva programao do trip daanulao.O dispositivo atua nas pessoas que ficam naquele faz / no faz que asimpede de dar certo. Precisamos estar atentos em relao a esse mecanismoestranho e extremamente forte, para, nos momentos de hesitao, fazer valernossa deciso impondo-nos perante essa fora inconsciente, paraprosseguirmos no caminho adequado sade e ao desenvolvimento pessoal.O boicote mais comum do que se pode pensar, porque vem demansinho, sorrateiro, instala-se em nossa mente e faz valer a forte mensagemimplantada em ns para no darmos certo, no sermos felizes. E como suafora muito grande, possvel que tomemos atitudes que nos afastem depessoas importantes ou que venhamos a agir contra o que verdadeiramentemelhor para ns.Fique esperto, trabalhe a seu favor, combata com deciso esses fatoresque o encaminham para a destruio e que levam a decises contrrias a seumelhor desempenho ou melhor escolha. H muitas dcadas, ao analisar a maneira como meus pupilos lidavamcom suas alegrias e tristezas, com seus acertos e erros, com suas vitrias ederrotas, criei uma teoria que explica o que regula a vida das pessoas. Percebique, quando as pessoas alcanam grandes vitrias em seus negcios, compoucas vicissitudes, do tremenda importncia somente para seus erros. incrvel como os sucessos e acertos, at bem maiores que os erros,pesam to pouco em suas emoes no correr do dia e como os erros edesacertos pesam tanto, a ponto de as emoes terem apenas a influncia dosinsucessos.Perguntei-me para onde ia tudo aquilo que entrava no corpo dessaspessoas por meio de sua mente e por que elas no deixavam as emoesfazerem festa com as coisas boas que haviam acontecido.Parecia que as emoes raptavam de sua cabea as coisas boas e felizesdos acontecimentos dirios. Foi ento que chamei essa teoria de teoria dossacos.Percebi que nascemos com dois recipientes: um em que so colocadasnossas alegrias, nossas conquistas, nossos acertos, tudo o que podemos dizerque so nossas positividades. No outro recipiente colocam-se nossas mazelas,nossas falhas, nossos erros e fracassos, que podemos chamar de 28. negatividades. Para efeito didtico, denominaremos sacos esses doisrecipientes.Desde o incio da vida, ainda na primeira infncia, por necessidade defazer de ns criaturas civilizadas, nossos pais cuidadosamente vo enchendo osaco das negatividades. So as crticas, os nos, as repreenses ourepresses, em que sempre se salientam nossos erros. Os acertos e faanhas,esforos e vitrias parecem no receber a mesma ateno. Por uma questocultural, os acertos so vistos como obrigaes das crianas e jovens, e, comono so louvados e levados em conta, o saco das positividades vai ficandovazio. Com o tempo, nossos erros passam a ser o ponto de referncia paratodas as coisas. E isso desastroso numa personalidade em formao.Querendo nos fazer fortes, nos enfraquecem, acentuam em ns apenas erros,fracassos e desacertos.Claro que os pais sempre agem com boa inteno. no louvvel intuito denos ajudar que nos atrapalham tanto. A criana faz cinco coisas certas e ospais, quando tinham de ficar esfuziantes, parece que tm um bloqueio paraelogiar. As vezes a criana precisa fazer oito ou mais acertos, daqueles muitobons, para ento, a sim, receber um elogio - ainda que fraquinho... Mas se,depois de tantas coisas certas, cometer um nico erro, recebe uma baitabronca com todas as letras.Fica difcil para a criana suportar esse desequilbrio e manter emevoluo o seu carter de vencedora. Um exemplo ntido a entrega doboletim escolar. O jovem chega em casa com as notas da escola. Conseguiunotas boas na maioria das matrias, mas uma delas, apenas uma nota baixa,faz o pai se aborrecer muito. O pai esquece que no mesmo boletim existemoutras oito notas altas. Mas o elogio no vem.Dessa maneira o pai enche o saco das negatividades de seu filho, que,depois de dez, quinze anos, estar realmente com o saco cheio.No mundo, a ordem falar mal. Todos derrotam todos, todos anulam todos- o que pode restar para oferecer a no ser a amargura e o sofrimento daderrota que nos impingiram desde crianas? Se voc tem uma bacia comabacaxis, como vai poder dar uma ma? Ningum d o que no tem. Mas nopodemos sair por a apenas dando o que nos deram. Temos de reciclar issotudo.De um lado, o saco das negatividades passa a vida transbordando; deoutro, o saco das positividades fica sempre magrinho, quase vazio. O que faltaem nossa sociedade o exerccio do elogio, que encheria o saco daspositividades. Mas quem elogia? Quase ningum! Portanto, no se recebeelogio. E, se no se recebe elogio, no se elogia. Somente a crtica tem lugarde destaque em nossa sociedade. E assim caminha a humanidade...H que se inverter esse processo de derrota e injetar na sociedade umelemento de progresso e de conquista. Cada vez que voc elogia uma pessoa um estmulo para ela viver e um incentivo a fazer com que queira repetir o atoque lhe trouxe conforto e gratido. Esse pequeno ato de coragem vantajosona sociedade como um todo. Um ambiente contaminado por tal vrus positivoe estimulante. E preciso coragem, porque o elogio implica lanar a pessoapara cima e s vezes ela pode subir mais alto que voc; porm, se voc ficarpreocupado com o fato de que ela vai mais alto, porque voc mesmo secolocou num nvel muito baixo.O elogio um ato de desprendimento e de confiana em si mesmo. Quem 29. se sente superior elogia muito; quem se considera para baixo fica mais ciosodesse ato de glria; quem nunca elogia talvez nem se encontre mais.O elogio talvez seja o ato de maior fora na sociedade e deveria ser maisusado. Em qualquer lugar, fulminante. Seja em casa, seja na empresa, sejana escola. Se algum comear a exercer mais o ato do elogio, pode passar aser um m em qualquer ambiente - todos querem ficar ao seu lado.A felicidade, na verdade, est no fato de as pessoas tirarem o maiorproveito das ocorrncias do dia-a-dia, salientando ao mximo as coisas boasque acontecem e menosprezando as coisas ruins. A felicidade est na notaque se d a cada coisa.Se voc d nota alta a um acontecimento ruim, claro que vai sentir-se mal,mas se der notas altas somente a coisas boas, viver sempre feliz. As pessoaspositivas so otimistas porque conseguem otimizar a positividade.O resgate que fazemos com as pessoas est muito dentro desse contnuoencher o saco da positividade, salientando as inmeras vitrias que conquistamno seu dia-a-dia de trabalho com o corpo. Sero tantas as vitrias em seutreinamento que essas ocorrncias enchem o saco outrora vazio.O negcio encher o saco de seus filhos, encher o saco de seus alunos,encher o saco de seu vizinho, encher o saco de todo mundo. Mas o esforo no sentido de encher o saco certo. Encham o saco de seus funcionrios epercebam como eles se tornam mais eficazes e felizes. Cara feia, mau humor,crticas em demasia s vo encher o saco errado.Por isso, quando perguntam por que meus pupilos vo sempre ao encontrodo sucesso, eu respondo: "Porque eu encho o saco de todos eles...". Temos de descobrir por ns mesmos quem somos. Ningum nasce commanual de instrues. Essa a razo pela qual passamos a vida em busca deautoconhecimento, nica maneira de desenvolver nossas potencialidades eexpressar o melhor de ns mesmos. Coisa que s ser possvel se tivermoscorpo e esprito fortes, o que levar a ter uma cabea segura, que, por sua vez,manter o controle sobre nossas emoes. Esse trabalho conjunto devecomear pela base: o corpo.Quando algum muda o corpo, muda tambm sua cabea e suasemoes. O caminho do corpo se faz realmente o mais eficaz para que seexplorem as potencialidades humanas e se combata essa idia de fracassoinstalado to fortemente no comportamento das pessoas. Eu utilizo o corpocomo um caminho para chegar mente das pessoas. Esse caminho oferece aoportunidade concreta de proceder ao resgate da verdade sobre a pessoa,buscando o real contato com suas origens, do vencedor que e no doperdedor que quiseram passar sua mente e s suas emoes.Fao do meu mtodo uma verdadeira terapia do corpo, em que se pode irfundo no cerne de cada pessoa, buscar a verdade de sua razo de existncia,desarvoradamente tirada pela sociedade, que a faz insegura, pessimista, tristee com sentimento de inutilidade.Oferecemos o corpo, algo concreto e matemtico, para conduzir vitriaem busca da verdade e de conquistas pessoais. Cada ser humano tem seucorpo, seu bem mais precioso, que o transporta ao longo da vida. Se mudaresse corpo em seu mago, ele muda a vida em seu cerne, em sua essncia.Nada possui mais fora que aquilo que se pode ver, marcar e mensurar 30. para que a pessoa possa ser seu prprio redentor, vivenciando, pelo corpo, ascontnuas e profundas vitrias que realiza consigo mesma. prtico, concreto. voc, transformando voc.Um milho de palavras no podem ser mais fortes que uma conquista real,palpvel e concreta com o prprio organismo, que balance suas estruturascalcadas nas negatividades. E com as transformaes mais amplas vir, semdvida, a transformao por completo. Em meu mtodo ofereo o corpo parasua transformao como pessoa, para que deixe de ser um mero coadjuvantede sua vida e passe a ser seu protagonista. O agente fundamental de sua vida.Em meu mtodo trabalhamos com base em acontecimentos. Penso quesaber de cabea no saber nada! So nmeros, distncia, tempo, freqnciacardaca de esforo, freqncia cardaca de recuperao, dados mensurveisque se entrelaam, mostrando, irrefutveis, a transformao fisiolgica, avitria sobre os obstculos que, com muito critrio, vamos colocando em suafrente para ser ultrapassados. Essa a grande proposta teraputica, pois noh como no se fazer vencedor com a magnitude das transformaes de seuprprio corpo fsico, dentro do mais imprescindvel fluxo de vida: corao,pulmes e circulao sangunea, alm dos msculos que se irodesenvolvendo. Esses elementos que dilataro suas possibilidades mentais eampliaro suas energias fsicas para favorecer o positivo enfrentamento davida.A superao contnua das barreiras fsicas to somente um meiodetonador para que a pessoa tome conhecimento de sua verdadeira fora, quevai se instalando vigorosa pela prpria transformao do corpo. Astransformaes em seu corao, mostradas nos nmeros que se modificam,apontam o caminho certo agraciando o esprito com uma corrente de infindasgratificaes. indiscutvel que uma pessoa com maior capacidade de oxigenao terum crebro potencialmente mais capaz e poder fazer um trabalho mais plenoe equilibrado.Quem muda o corpo muda a cabea, pois ela capaz de perceber asconquistas fisicas. Claro que se fulano est barrigudo, obeso, ele se olha noespelho e se acha horrvel - sua auto-estima est baixa. Se conseguiremagrecer, ficar bonito e elegante, ele ter uma imagem mais positiva de simesmo.Essas vitrias que vamos tendo no dia-a-dia, aprendendo a empurrar cadavez mais nossos limites, do ao crebro condies de acreditar, de formavigorosa, que somos incrveis e muito capazes de nos transformar. Mas,sozinho, o crebro no acha nem decide nada. Ele precisa de aliados, oumelhor, das emoes para assessor-lo.S que esse lado emocional nosso calcanhar-de-aquiles. nosso maiorbem, mas pode tambm nos fazer o maior mal. Depende de como lidamos comas emoes. Temos de desenvolver o corpo emocional, to esquecido epreterido pelo raciocnio - este, sim, valorizado. O emocional sempre teve umaconotao ruim, um estorvo ao nosso desempenho, colocado de lado comonosso inimigo. Esquecemos que ele pode ser o nosso mais precioso amigo evaloroso aliado se o desenvolvermos convenientemente. Quando evoludo, eletrabalha a nosso favor, sustentando qualquer combate e nos trazendo semprea vitria. O que ocorre que a debilidade emocional que caracteriza a nossasociedade acaba fazendo a emoo trabalhar contra ns mesmos. 31. Pensar uma coisa, viver outra completamente diferente... Saber o que bom para ns, quase todos sabemos; no entanto, s uma insignificante minoriafaz algo prtico e concreto em favor de uma vida melhor. Infelizmente, amaioria das pessoas tem apenas o saber, mas no consegue o fazer,continuando nesse status quo, sempre pensando muito e fazendo to pouco esem coragem de enfrentar o novo.Parece que as pessoas congelam e no conseguem dar esse toimportante primeiro passo. Passar para a prtica concreta do fazer que vaidiferenciar aqueles que conseguem daqueles que no conseguem. Aquelesque so desenvolvidos emocio