Nutrição de Ruminantes

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Assuntos AbordadosClassificao e importncia dos animais ruminantes; Caractersticas digestivas dos ruminantes; Anatomia e fisiologia do rmen; Caractersticas e desenvolvimento do sistema digestrio; Caractersticas do rmen como cmara de fermentao; Classificao dos ruminantes quanto sua capacidade digestria; Microbiologia do rmen; Regulao do consumo em bovinos; Digesto e metabolismo de carboidratos, compostos nitrogenados e lipdeos; Exigncias nutricionais de bovinos de corte e leite.

Nutrio de Ruminantes

RuminantesImportncia: Apresentam digesto altamente especializada que permite melhor acesso energia proveniente de alimentos fibrosos quando comparados aos demais herbvorosRuminantes podem produzir unicamente s custas de forragem !

Ruminantes vs No ruminantesVantagens: Utilizao de fibra; a capacidade de converter N no protico em aminocidos; a sntese de vitaminas do complexo B e vitamina K . Desvantagens: A converso de protenas em aminocidos e por fim em nitrognio no protico; a eliminao de metano; a absoro de aucares no ruminante parece ser quase nula.

Nmero de EspciesTotal: 155 espcies catalogadas Espcies domesticadas: bovinos, ovinos, caprinos, bubalinos, renas, iaques. A maior parte das espcies no domesticadas esto sob ameaa de extino.RENA

Ruminantes

IAQUES

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PseudoruminantesRetculo com reas glandulares Omaso Indistinto (fundido ao abomaso) Apenas dois pr-estmagos (rmen e retculo) Camelos e dromedrios apresentam um par de caninos no maxilar superior

Pseudo-Ruminantes

ALPACA

DROMEDRIO

Lhama

CAMLO

Classificao (Hoffman)Seletivos de Concentrados Alce Intermedirios Comedores de Forragem Bovinos Bubalinos OVINOS

Peculiaridades das EspciesAs papilas do rmen dos bovinos so mais longas e numerosas que nos pequenos ruminantes. Os bovinos apresentam maior dificuldades em digerir um alimento altamente protico quando comparados aos caprinos cuja saliva neutraliza mais facilmente a acidez do rmen. Os caprinos tambm demonstram maior capacidade de eliminar produtos txicos que os bovinos.

Caprinos

Girafa

Hbitos AlimentaresBovinos Ovinos Caprinos

CAPRINOSAltamente seletivos; preferem vegetao arbustiva, brotos e leguminosas. Apreciam um grande nmero de espcies vegetais. Recusam alimentos fermentados e sujos; a manuteno dos cochos deve ser diria. Em geral preferem ervas de folhas largas (rvores e arbustos).

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OVINOSEm geral os ovinos selecionam, de preferncia, as ervas de folhas estreitas (gramneas) e dicotiledneas herbceas. Os ovinos lanados, preferem as espcies de porte baixo, enquanto os ovinos deslanados tendem a apresentar um comportamento inverso. Hbitos alimentares vs parasitoses.

BOVINOSPouco seletivos Pastejam em grupos Podem apresentar ramoneio

Anatomia e Fisiologia do Trato Gastro-IntestinalHistrico Grcia antiga: primeira descrio da compartimentao do estmago dos ruminantes feita por Aristteles. 1685: Peyer concluiu que a fermentao ocorria no rmen. 1865: Reiset reconheceu que o metano e o CO2 so produtos da fermentao do rmen.

Anatomia e Fisiologia do Trato Gastro-Intestinal

Histrico1942: Hungat isolou a 1 cultura de protozorios do rmen. Anos 70 : Elucidaram-se os consrcios do rmen. Anos 80: Utilizao do DNA recombinante para descrever a fisiologia do rmen.

CARACTERSTICAS DO RMEN

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RMENCARACTERSTICAS DOS QUATRO COMPARTIMENTOS DO ESTMAGO DOS RUMINANTES o maior dos quatro compartimentos. revestido por clulas queratinizadas, estratificadas, clulas epiteliais escamosas, que no produzem muco. Apresenta numerosas papilas que diferem entre si pela configurao e tamanho de acordo com a sua localizao.

Retculo

Omaso

BOVINO

OVINO O omaso formado por pregas longitudinais delgadas que se dispem com as folhas de um livro (folhoso). Funo: regular o fluxo da digesta, filtrando as grandes partculas. O omaso manda as partculas grande de volta para o retculo e as menores para o abomaso.

o menor dos quatro compartimentos. Apresenta pregas a maneira dos favos de uma colmia. As pregas so denominadas cristas do retculo e delimitam espaos tetra, pena ou hexagonais chamados de clulas do retculo.

AbomasoPILRO

ADAPTAES DO PROCESSO DIGESTIVOPr-ruminante Goteira esofgica Adaptao vida extra-uterina Manuteno do estgio pr-ruminante Transformao do animal pr-ruminante em ruminante.ABOMASO OBS: O colostro deve ser fornecido nas primeiras horas de vida. O abomaso no secreta cido nem pepsinognio durante o primeiro dia de vida, permitindo a absoro de imunoglobulinas sem serem digeridas.

Intestino Delgado

Produz cido clordrico e pepsinognio. Regula a passagem de alimento para o intestino.

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Goteira EsofgicaQuando o filhote succiona a teta da me ou o bico da mamadeira, a goteira esofgica funciona como uma calha que desvia o leite, levando-o diretamente ao abomaso.

Manuteno do estgio PrruminanteProduo do Vitelo: bovino jovem alimentado apenas com leite. A carne tem uma cor rosada mais clara e tem sabor suave. O tempo de abate , no mx.,de 6 meses. Alternativa rentvel para machos de raas leiteiras.

Produo de ViteloO objetivo deste sistema obter bezerros com 115 a 200 kg de peso vivo (70 a 125 kg de carcaa), com aproximadamente, 3 a 4,5 meses de idade. Para tanto os bezerros precisam ganhar, em mdia, mais de 900 g/cabea/dia, com boa converso alimentar.

De Pr-ruminante a RuminanteA mudana de monogstrico para ruminante lenta e normalmente comea a partir da 23 semana de vida e depende muito da disponibilidade de forragens ou gros presentes na dieta alimentar do animal. Quando a dieta apenas lctea o rmen se desenvolve muito vagarosamente.

TransioAos 90 dias de vida o bovino j ruminante. O metabolismo intermedirio desviado da utilizao de glicose para os AGVs.Durante o perodo de transio os pr-estmagos dobram seu tamanho relativo e o abomaso diminui para menos da metade.

Funo do creep feedingSuplementao pr-desmame iniciada aps os 30 dias de vida, que estimula o desenvolvimento precoce do rmen e incentiva os animais a procurar outros alimentos, alm do leite materno. No momento do desmame os animais j estaro habituados a suplementao em cochos, diminuindo o perodo de adaptao e, consequentemente, o estresse e a perda de peso.

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Vantagens do creep feedingAps o 3 ms de lactao a produo de leite comea a diminuir enquanto que o terneiro, inversamente, aumenta suas exigncias nutricionais.

Creep feeding

Desmame vs Volume do Abomaso

Desmame vs Comp. Das Papilas

MOVIMENTOS DO RMENColocam os AGV em contato com a mucosa ruminal promovendo absoro. ERUCTAO: Comea com a contrao do retculo possibilitando a remoo de gases. RUMINAO: Reduz o tamanho das partculas para que os microorganismos possam digerir o material.

ESTABELECIMENTO DA MICROBIOTA(Nas diversas partes do Ap. digestrio) Streptococus e Clostrida a partir das 16 primeiras horas (colonizao estabelecida nas primeiras 24 horas).

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No RmenBactrias urolticas: Iniciam a colonizao a partir dos dois dias de vida (convertem uria em Amnia). Bactrias celulolticas: a partir dos 4 dias de vida. Fungos: de 8 a 10 dias. Protozorios: de 12 a 20 dias.

Bactrias e Fungos do Rmen

Protozorios do Rmen

Protozorios do Rmen

Consideraes FinaisCom os pr-estmagos desenvolvidos e em perfeito funcionamento, possvel usufruir da fisiologia do ruminante no que diz respeito utilizao da fibra como fonte alimentar, garantindo o sucesso do sistema de produo de carne e leite a baixo custo.

Regulao do consumo

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Regulao do Consumo em BovinosIngesto de Alimentos Pelos Ruminantes.- Consumo Voluntrio de AlimentosDefinio quantidade ingerida durante um dia. importante equilibrar consumo e produo para que no haja queda na produtividade ( subalimentao) nem depsito excessivo de gordura (superalimentao).

SubalimentaoTambm deve ser evitada.Fatores que concorrem para a subalimentao: -ingesto insuficiente de alimentos; -baixa digestibilidade (alto teor de fibra); -aumento das necessidades nutricionais (final da gestao, incio da gestao, etc.); -competio pelo espao abdominal (tero pregnante); -reduo do metabolismo geral (doenas). *pastagens de baixa qualidade.

SUbalimentao e superalimentao Superalimentao deve ser evitada pelo controle de consumo: o depsito excessivo de gordura pode diminuir o valor do produto, causar problemas metablicos, reduzir fertilidade e extremamente caro de se produzir.

Adequao da dieta ao apetiteTem por objetivo adequar a quantidade e qualidade da dieta s exigncias do animal:

Principais caractersticas do Hbito de Ingesto-Os animais consomem por pouco espao de tempo;

1- oferecer alimento de alta qualidade quando se objetivar alta produtividade (crescimento, final de gestao, lactao); 2- reduzir a densidade nutricional da dieta em condies metablicas de menores exigncias nutricionais para evitar deposio excessiva de gordura. Pode ser realizado controlando a relao de concentrado e volumoso da dieta (confinamento) e em pastagem observando a altura do pasto juntamente com o ciclo de crescimento da forragem, o tempo de pastejo, etc.

-o nmero de refeies varivel; -a distribuio das refeies durante o dia pode no ser uniforme; -normalmente as maiores refeies so feitas durante o dia.

Teorias Sobre o Controle da Ingesto de Alimentos1 - Teoria do fator nico concentra em um nico e principal controlador de consumo:- Disteno estomacal o consumo restringido pela capacidade fsica do rmen > alterao na digestibilidade e na taxa de passagem modificam o consumo. Aumentos no volume de rgos abdominais (gordura abdominal e tero pregnante) podem causar uma compresso no rmen reduzindo o consumo alimentar. Pesquisadores observaram que o consumo limitado pela capacidade do rmen, existindo uma relao constante entre o enchimento do rmen e o fim de refeies voluntrias de diferentes alimentos. Teoria ainda mantida nos ruminantes.

Teorias Sobre o Controle da Ingesto de Alimentos1 - Teoria do fator nico concentra em um nico e principal controlador de consumo:- Teoria Glicosttica o consumo voluntrio pode ser controlado pelos nveis de glicose no sangue > h pouca evidncia de que a utilizao de glicose ou sua concentrao sanginea tenha um papel significativo no controle da ingesto de alimento em ruminantes. Acetato e propionato parecem exercer uma funo importante no controle do tamanho das refeies. Infuses intra-ruminais desses metablitos deprimem a ingesto de alimentos em bovinos, ovinos e caprinos. Atualmente muitas outras substncias tm sido estudadas no que se refere ao controle de consumo de alimentos mas, nenhuma delas (assim como a glicose) teve seu efeito efetivamente aceito de forma individual.

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Teorias Sobre o Controle da Ingesto de Alimentos1 - Teoria do fator nico concentra em um nico e principal controlador de consumo:- Controle termosttico os animais ingerem alimentos para manterem o calor interno e param de comer para se prevenirem da hipertermia. comumente observado que os animais comem mais na estao fria. A teoria termosttica verdadeira no sentido de que os mamferos em geral mantm uma temperatura corporal relativamente constante e que a produo de calor proporcional ao peso do alimento ingerido. Entretanto, no excesso alimentar ativa-se os mecanismos de perda de calor para prevenir a hipertermia. *existem outras teorias de controle de consumo e outros metablitos envolvidos.

Teorias sobre o controle da ingesto de alimentos2 Teoria de fator mltiplo - pesquisadores concluram que pouco provvel que o consumo alimentar seja regulado por qualquer fator isolado. Com exceo da distenso estomacal, todas as teorias tm em comum a idia de que o consumo ou armazenamento de energia so comandados pelo crebro a fim de preservar a constncia de uma funo orgnica. 3 Controle nervoso central na ingesto de alimentos - Leses no hipotlamo (centro de saciedade e centro da fome) vrios autores no observaram efeitos em ruminantes; - Estimulao qumica : colecistoquinina (CCK), diminui a ingesto; estrgenos, diminuem o consumo; sais de clcio ionizados, estimulam o consumo, etc.

Principais Fatores da Dieta que Afetam a Ingesto de Alimentos1- Digestibilidade - Quanto maior o teor de fibras em uma forragem, menor a sua digestibilidade, maior o tempo de permanncia no TGI e menor ser a ingesto voluntria. Alimentos de baixa digestibilidade tm sua ingesto voluntria normalmente controlada por fatores fsicos. *Dicotiledneas e monocotiledneas. 2- Concentrao de energia - O controle metablico da ingesto de alimentos pela quantidade de energia, tambm feito pelo ruminante de forma a manter mais ou menos constante a ingesto de ED. Comum quando se utiliza alimentos concentrados.

Principais Fatores da Dieta que Afetam a Ingesto de Alimentos3- Protena - O limite mnimo crtico de protena em uma rao aquele nvel abaixo do qual a ingesto voluntria afetada negativamente. Ruminantes podem utilizar a uria contida na saliva ou na dieta para a sntese microbiana de protena. A deficincia de protena na rao de ruminantes reduz a atividade da microflora do rmen e a taxa de degradao da FDN. 4- Deficincia ou excesso de outros constituintes da dieta A deficincia ou excesso de qualquer nutriente essencial pode causar reduo na ingesto de alimentos: inapetncia pode ser causada por deficincia Mn, K, Na, Co, Cu, Vit A, Vit B12, entre outros. Deficincia de Mn pode diminuir a digestibilidade da celulose; excesso de F, Mo, Se e Zn diminuem a Ingesto Voluntria. Excesso ou escassez de Na reduzem a IV.

Principais Fatores da Dieta que Afetam a Ingesto de Alimentos5- Privao de gua A IV de alimentos cai drasticamente com a restrio de gua em bovinos. Provavelmente devido ao aumento da viscosidade da digesta.

Fatores Ambientais Afetando o Consumo1- Temperatura ambiente1.1 ambiente frio Em baixas temperaturas o animal tem que aumentar sua taxa de produo de calor para manter a homeotermia. Este aumento nos requerimentos energticos resulta em aumento no consumo de alimentos. Em temperaturas muito baixas (menores que -10 C) interrompe-se o consumo de alimentos em bovinos de corte. 1.2 ambiente quente Em altas temperaturas ambiente o consumo alimentar decresce a fim de reduzir a produo de calor associada com a alimentao, digesto, absoro e metabolismo, para prevenir aumento da temperatura corporal. Os animais preferem comer noite.

6- Fatores sensoriais A palatabilidade a impresso total de todos os sentidos do animal sobre o alimento. Alta palatabilidade em um alimento ter um efeito positivo sobre a combinao de sinais que controlam a ingesto de alimentos e algumas vezes provocam aumento da ingesto. Forma os ruminantes comem em maior quantidade alimentos peletizados. Gosto os ruminantes so sensveis solues amargas, salgadas (o sal utilizado como controlador de consumo em vrias tcnicas de alimentao de ruminantes), azedas e doces. -

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Fatores Ambientais Afetando o Consumo2- FotoperodoA diferena mais bvia entre o dia e a noite a facilidade que o animal tem para ver o alimento. Refeies mais freqentes ocorrem durante o dia, entretanto isto pode ser modificado se houver a ocorrncia de altas temperaturas ambientais (e a ausncia de sombreamento). Os animais podem pastar mais noite se a lua for brilhante. Em ambientes de latitude intermediria, no inverno, ocorre um maior tempo de alimentao no escuro pois os dias mais curtos no permitem que os bovinos atendam seus requerimentos durante o dia. Gado de corte gastam 75% do seu tempo de alimentao entre 6 e 18 horas.

Fatores Ambientais Afetando o Consumo3 Fatores sociaisBovinos criados em grupo aumenta o consumo alimentar.

4 EstabulaoA estabulao protege os animais de temperaturas extremas, umidade e ventos fortes. As caractersticas do local podem afetar o consumo alimentar e nveis de produo.

5 Distncia da guaRuminantes em sistema extensivo, quando tem que realizar grandes caminhadas, reduzem a ingesto de alimento.

6 DoenasInfestaes com helmintos causam redues no consumo de alimentos, assim como doenas metablicas tais como acidose.

Regulao no Consumo em BovinosTem sido proposto que a ingesto de alimentos simplesmente regulada para maximizar a eficincia do consumo de oxignio. Tem sido tambm hipotetizado que a relao custo/benefcio na ingesto de alimento considervel, e a ingesto de alimento regulada para maximizar a produo de energia lquida por litro de oxignio consumido. O enchimento ruminal mais uma conseqncia do comportamento alimentar do animal do que um efeito regulador do consumo. Esse argumento parcialmente baseado na teoria do envelhecimento e na relao j demonstrada que os processos no corpo resultam em envelhecimento. Assim, os animais tentam alcanar um balano timo entre benefcio e custo no comportamento alimentar (Fisher, 2002)

CARBOIDRATOS

Caracterizao dos CHOA fermentao de CHO no rmen d origem produo de AGV que atendem at 80% das exigncias dirias de energia. O uso de CHO pelos microrganismos do rmen um fator crtico para maximizao da protena microbiana e manuteno da funo ruminal. Os CHO podem ser classificados como CE e CNE. Os CE so encontrados na parede celular (PC) e os CNE esto localizados no contedo celular (CC). A PC composta principalmente de pectina, celulose, hemicelulose e lignina. Nutricionalmente mais interessante classific-los como CNF e CF. Os CNF representam as fraes degradadas mais rapidamente e incluem pectina, amido e acares. Os CF, que ocupam espao no TGI e exigem mastigao para reduo de tamanho das partculas e passagem atravs do trato, incluem celulose e hemicelulose. Os CF juntamente com a lignina representam a FDN frao do alimento de digesto lenta ou indigestvel

Metabolismo de CHO EstruturaisIntroduo Os CHO representam 70 a 80% da rao. So fundamentais para atendimento das exigncias de energia, sntese de protena microbiana, de componentes do leite e manuteno da sade animal. A fibra representa a frao de CHO de degradao lenta, ou indigestvel, e que pode, a depender de sua concentrao e digestibilidade, impor limites ao consumo de MS e energia. A sade dos ruminantes depende diretamente de concentraes mnimas de fibra na rao que permitam manter a atividade de mastigao e motilidade do rmen. A digestibilidade da fibra depende de caractersticas qumicas (composio e relao entre CHOE e concentrao de lignina) e fsicas (capacidade de troca de ctions, poder tampo e hidratao das partculas > lag time = tempo de colonizao das partculas e digesto).

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Principais microrganismos envolvidos com a digesto de CHO

Principais produto formados no processo de digesto dos CHO

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Exigncias de fibra em raes para bovinos

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Exigncias de fibra em raes para bovinos

* Mertens (2000), sugere que, para manter o pH ruminal em torno de 6,0 e o teor de gordura do leite em 3,4%, a rao deve conter no mnimo 21% de peFDN, admitindo-se uma amplitude de 19 a 23% de peFDN na MS da rao.

Exigncias de fibra em raes para bovinos

Quando o contedo de FDN da dieta menor ou igual a 20% da MS, a produo de protena microbiana decresce 2,5% para cada 1% de decrscimo na FDN.

Metabolismo dos CHO no EstruturaisCaracterizao dos CHO no estruturaisCNE so um grupo de biomolculas compostas de C, H e O que esto presentes no CC vegetal. As unidades bsicas so denominadas monossacardeos que, normalmente, apresentam 3 a 6 tomos de C. As pentoses mais comuns so ribose, desoxirribose, arabinose e xilose. As hexoses mais comuns so a glicose, a galactose e a frutose. Apenas uma parte dos CHO sintetizados pelas plantas durante a fotossntese encontra-se na forma de monmeros livres. Os monossacardeos combinam-se para formar dissacardeos, oligossacardeos e polissacardeos. O conjunto de CHO formado pelos acares simples, amido e pectina tambm classificado como CNF. Porm, diferentemente dos acares e amido, a pectina no pode ser digerida por nenhuma enzima produzida pelo ruminante.

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Metabolismo dos CHO no EstruturaisCaracterizao dos CHO no estruturaisACARES so mono, di ou oligossacardeos que possuem como caracterstica a solubilidade em gua. O mais abundante e de interesse nutricional a sacarose, composta de glicose e frutose. A fonte mais importante em regies tropicais a cana-de-acar, que chega a ter aproximadamente 50% de sacarose na MS. AMIDO um polissacardeo no estrutural de elevado peso molecular. As plantas armazenam nas razes, caules, tubrculos e gros. Os gros so as principais fontes de amido na alimentao animal, podendo conter at 80% de amido na MS. Quimicamente o amido formado por dois polmeros amilose (200 a 700 glicoses) e amilopectina (pode conter at mais de 15.000 glicoses). PECTINA est localizada na lamela mdia. Pode ser constituida por cido galacturnico, galactose, ramnose, glicose, xilose e arabinose.

Metabolismo dos CHO no EstruturaisCaracterizao dos CHO no estruturaisPECTINA est localizada na lamela mdia. Pode ser constituida por cido galacturnico, galactose, ramnose, glicose, xilose e arabinose (a constituio das molculas de pectina varivel). Ligam-se entre si por meio de interaes no covalentes com ons clcio. A ausncia de ligao da pectina com a matriz lignificada pode ser comprovada pela sua fcil solubilidade em gua e no detergente neutro, sem a necessidade de clivagem enzimtica, e pela rpida e extensa degradao ruminal (98% em 12 horas). Alguns produtos so ricos em pectina, como polpa ctrica (25%).

Fatores que afetam a digesto dos CHO no EstruturaisACARES so rapidamente e completamente degradados no rmen e convertidos em AGV e, ocasionalmente, em quantidades significativas de lactato. AMIDO - de uma maneira geral so altamente digerveis. Entretanto, so conhecidos alguns fatores que podem afetar a taxa e a extenso da digesto do amido pelo ruminante, interferindo na quantidade que ser fermentada no rmen ou que chegar ao intestino delgado. Entre eles esto a composio qumica, a presena de barreiras fsicas nos gros, fatores antinutricionais, a forma fsica do alimento fornecido e os diferentes tipos e intensidades de processamento aplicados aos alimentos. TAB. 2 P. 236

Fatores que afetam a digesto dos CHO no Estruturais- At certo ponto, o aumento da participao do amido na fermentao ruminal benfica nutricionalmente porque aumenta a disponibilidade de energia rapidamente fermentvel, com consequentes aumentos das produes de protena microbiana e de AGV. Entretanto, efeitos adversos podem ocorrer tais como a acidose ruminal e reduo na digestibilidade dos CE da dieta e das ingestes de forragem e de MS. - Os protozorios podem ter sua populao reduzida (ou mesmo exaurida) em animais alimentados com dietas contendo mais de 75% de concentrados base de gros de cereais devido possivelmente ao baixo pH do rmen, baixa taxa de salivao e aumento da taxa de passagem. - Tem sido sugerido que eles reduzem a taxa e a extenso da digesto do amido no rmen e estabilizam a fermentao ruminal, protegendo os animais da acidose (demoram at 36 horas para metabolizar o amido engolfado e reduzem a populao de bactrias amilolticas).

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ACIDOSE RUMINAL

ACIDOSE RUMINALA presso para o aumento da produtividade tem mudado o perfil das dietas fornecidas aos ruminantes. O fornecimento de CHO rapidamente fermentveis aumenta a produo de AGV e de lactato. Os mecanismos tamponantes do rmen (a saliva, que contm bicarbonato, fosfato e uria, e a absoro de AGVs) podem ser suplantados, e o pH ruminal pode cair para nveis abaixo de 5,5. H reduo dos microrganismos celulolticos, aumento da populao dos amilolticos (principalmente Streptococus bovis), inibio dos consumidores de lactato (Megasphera elsdenii e Selenomonas ruminantium) e aumento de Lactobacillus spp. O S. bovis e o L. vitulinus aumentam a capacidade de produzir lactato quando o pH reduzido para menos de 5,5. -

ACIDOSE RUMINALAs mudanas no ecossistema ruminal com o supercrescimento das bactrias produtoras de lactato podem ocorrer em menos de 24 horas. Ambos L e D ismeros do cido lctico so produzidos. Em pH maior que 6,0 a proporo de 4:1. O L-lactato rapidamente metabolizado pelas enzimas do ruminante localizadas no fgado e corao. Quando o pH cai para valores inferiores a 5,0 o D-lactato, que metabolizado mais lentamente, pode representar mais de 50% do lactato presente no rmen, o que contribui para disfuno fisiolgica geral do animal. Na acidose aguda, podem ocorrer ulceraes nas mucosas ruminal e intestinal, desidratao grave, abscessos hepticos, queda do pH sanguneo. Caracteriza-se por diarria severa e baixo consumo de alimentos; compromete o desempenho animal e gera gastos com medicao.

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ACIDOSE RUMINALA acidose crnica ou subaguda um problema econmico mais grave, porque resulta na reduo do consumo voluntrio e no desempenho, apesar dos animais no parecerem doentes. -

ACIDOSE RUMINALA adaptao permite que haja um equilbrio entre o crescimento de microrganismos produtores e consumidores de lactato no rmen e tambm que a mucosa ruminal aumente a capacidade de absoro de AGVs. Os ionforos so assim chamados por causa de sua propriedade de transportar ons. So compostos que possuem capacidade de formar complexos lipossolveis com ctions e mediar seu transporte atravs de membranas celulares. So altamente efetivos contra bactrias gram-positivas, mas exibem pouca ou nenhuma atividade sobre gramnegativas que possuem porinas (canais de protena) com tamanho limite de aproximadamente 600 Da. A maioria dos ionforos so maiores que 600 Da, e conseqentemente no passam atravs das porinas.

As estratgias para evitar a incidncia de acidose ruminal constituem no controle do fornecimento de alimentos concentrados, no tipo de processamento de gros, correto balanceamento dos CHO da dieta (CE x CNE), monitoramento do tamanho das partculas da forragem fornecida, adaptao gradativa ao aumento de concentrados na dieta*, incluso de ionforos, antibiticos e anticorpos policlonais. * Este perodo de adaptao deve ser aproximadamente 21 dias.

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ACIDOSE RUMINAL- Os anticorpos policlonais integram um grupo de aditivos naturais que atuam como anticorpos especficos contra bactrias ruminais que geram fermentao indesejvel, como as produtoras de cido lctico. - Relata-se, tambm, que o uso de substncias alcalinizantes (bicarbonato de sdio e xido de magnsio) ou de uria, na dieta, ajuda a reduzir a depresso do pH ruminal aps o consumo de grandes quantidades de concentrados.

Produo de AGV em diferentes faixas de pH70

Efeito do excesso de c. Lctico sobre os microrganismosN de Bactrias

Acetato

Ferment.Lctica

Flora Normal Bac.Produtoras de Lactato

50

Butirato30

c. Lctico

Bac.Utilizadoras de Lactato

Faixa tima para10

Propionato6,0 pH do Rmen 5,5 5

Digest. da celulose 6,5 7

Tempo aps alimentao

AcidoseExcesso de carboidratos fermentveis na dieta (acima de 1% do PV) Aumento da produo de AGV, principalmente Propionato Cai o pH e aumenta a pop. de S. Bovis Apenas Lactobacillus sobrevivem Acidose Subclnica pH 6,0

Laminite

pH

5,0

ACIDOSE AGUDA

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Digesto ps-ruminal dos CNEAmido quantidades variveis do amido que escapa da fermentao ruminal so digeridas at glicose no ID ( metabolizada at lactato nos entercitos, auxiliando no suprimento energtico do ID). A produo e secreo de amilase pancretica so dependentes da quantidade de amido que chega ao ID. Aumento de at 2,5 vezes foi observado quando a quantidade de concentrado da dieta de novilhos aumentou de 20% para 80% (Van Hellen et al., 1978). aceito que o ID apresenta capacidade limitada de digesto de amido pela insuficincia de produo de amilase, pela capacidade limitada de absoro de glicose ou do tempo insuficiente para hidrlise completa do amido

Digesto ps-ruminal dos CNE

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Digesto ps-ruminal dos CNEEstratgias que visem o aumento da digesto ps-ruminal do amido podem ser pouco vantajosas. O amido que escapa da digesto enzimtica no ID pode ainda ser fermentado at AGVs no IG, ou ser eliminado pelas fezes. Pectina A pectina que escapa da fermentao ruminal apenas pode ser fermentada pelos microrganismos do IG. Entretanto, por causa da sua elevada taxa de degradao ruminal esperado que seja completamente fermentada no rmen.

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Metabolismo de Protenas

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Metabolismo de ProtenasProtenas so macromolculas presentes nas clulas com funes diversas. Apesar de ocorrerem aproximadamente 300 aa na natureza, apenas 20 so utilizados na sntese protica de todos organismos vivos. Do ponto de vista nutricional os aa podem ser classificados como aaE e aaNE. Os aa podem ser utilizados para a sntese de outros metablitos. So catabolizados via ciclo de Krebs como compostos glicognicos ou cetognicos. O grupo amino convertido em uria (via ciclo da uria) e excretado

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Metabolismo de Protenas- A PB contida nos alimentos calculada como N x 6,25. A PB de forrageiras apresentam percentual considervel de NNP; esse valor aumenta quando as forrageiras so conservadas (os teores de NNP variam de 10 a 15% no matria natural, 15 a 25% no material fenado e 30 a 65% no ensilado). Nas forrageiras frescas, o NNP representado principalmente por peptdeos, aa livres e nitratos. Nos alimentos concentrados os teores de NNP na PB so normalmente inferiores a 12%.

Metabolismo de ProtenasDegradao ruminal de protena- A PB contida nos alimentos composta por uma frao degradvel no rmen (PDR) e uma frao no degradvel no rmen (PNDR). A degradao de protena no rmen ocorre atravs da ao de enzimas secretadas por microrganismos. Esses microrganismos degradam a PDR e utilizam peptdeos, aa e amnia para a sntese de protena microbiana e multiplicao celular. A PDR depende de fatores tais como a composio da protena (principalmente a relao entre NNP e PBV), a estrutura tridimensional da protena, o tempo de reteno do alimento no rmen, o pH ruminal, o processamento do alimento, etc..

Metabolismo de ProtenasDegradao ruminal de protena- A PDR da origem a peptdeos, aa e amnia, e utilizada pelos microrganismos ruminais para a sntese de protena microbiana. A Pmic normalmente a principal fonte de protena metabolizvel para ruminantes. A PNDR a segunda fonte seguida da protena endgena. - O suprimento de quantidades adequadas de PDR e PNDR fundamental para otimizar a produo de Pmic e complementa-la adequadamente com a PNDR e, assim, suprir as exigncias em protena metabolizvel dos animais. No pode esquecer da qualidade da PNDR. - A amnia presente no rmen originria da degradao da protena verdadeira da rao, do NNP da rao, do N reciclado para o rmen na forma de uria e da degradao das clulas microbianas mortas no rmen.

Metabolismo de ProtenasDegradao ruminal de protena- Quando uria fornecida, o pico de amnia ocorre normalmente 1 a 2 horas aps a alimentao. Para fontes de PV, o pico de amnia corre 3 a 5 horas aps a alimentao, dependendo da degradabilidade ruminal das fontes de protena. A eficincia de utilizao da amnia pelos microrganismos para a sntese de Pmic depende da disponibilidade de energia. A amnia no utilizada para a sntese de Pmic absorvida atravs da parede ruminal por difuso e transportada para o fgado. A amnia absorvida na sua forma no ionizada (NH3). Na forma ionizada (NH4+) ela no absorvida. Portanto a reduo do pH favorece a ionizao e reduz a absoro, enquanto a elevao do pH favorece a no ionizao e aumenta a absoro.

Metabolismo de ProtenasSntese de PmicA PM no intestino de ruminantes representada pelo total de aa provenientes da digesto intestinal da Pmic, da PNDR e da Pendgena. A Pmic pode representar 45 a 55% da PM em vacas leiteiras de alta produo, 55 a 65% em bovinos de corte confinados e mais de 65% em bovinos mantidos em pastagem. A clula microbiana contm 62,5% de PB, 21% de CHO, 12% de EE e 4,4% de MM. A Pmic contm 80% de PV e 20% de cidos nuclicos. Como as clulas microbianas contm PB, CHO, EE, MM e vitaminas necessrio a presena destes compostos no rmen para que seja possvel a multiplicao celular. Eles sero fornecedores de energia, N, minerais e vitaminas. -

Metabolismo de ProtenasSntese de PmicFontes de energia quase a totalidade dos microrganismos utilizam CHO como fonte de energia. Algumas espcies utilizam a protena e nenhuma utiliza gordura. Quanto ao CHO dividem-se em fermentadoras de CF e CNF. Os CNF suportam maior produo microbiana que os CF em decorrncia de sua maior taxa e extenso de degradao. Raes ricas em concentrado , portanto, suportam maior produo microbiana por serem mais ricas e disponibilizarem mais nutrientes. Fontes de N as bactrias fermentadoras de CF requerem amnia como fonte de N, enquanto as fermentadoras de CNF tm um maior requerimento por aa e peptdeos. Para a sntese de aa a partir de amnia necessrio energia e esqueletos de C, que so cidos graxos de cadeia ramificada (n-valrico, isovalrico, isobutrico e 2metil-butrico) originados da degradao de aa.

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Metabolismo de ProtenasSntese de PmicA degradabilidade ruminal das fontes proticas pode afetar a disponibilidade ruminal de amnia, aa e peptdeos para a sntese microbiana. Alguns autores tm sugerido que valores entre 10 e 13% de PDR na MS da rao para maximizar a sntese microbiana. Tanto o NRC (2001) de gado de leite como o NRC (1996) de gado de corte calculam a Pmic com base no NDT da rao: Kg de Pmic = kg de NDT x 0,13 Minerais e vitaminas Co e S so necessrios para a sntese de vit. B12 (cianocobalamina) e aa sulfurados. -

Metabolismo de ProtenasDigesto e absoro intestinalAs fontes de protena que chegam ao ID so a Pmic, a PNDR e a Pendgena. A mistura de aa provenientes da digesto destas fontes denominada PM. A digesto da protena que deixa o rmen tem inicio com a ao da pepsina no abomaso e continua com a ao das enzimas pancreticas (tripsina, quimotripsina e carboxipeptidases) e intestinais (aminopeptidases e dipeptidases). NRC (2001) assume : A Pmic contm 80% de PV. A digestibilidade da PV da Pmic de 80%, o que determina uma PM de 64%. A PNDR considerada 100% de PV, com coeficientes de digestibilidade que variam de 50 a 100%.

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Metabolismo de ProtenasDigesto e absoro intestinal

Metabolismo de ProtenasMetabolismo de aa pelos tecidosAps a absoro os aa so utilizados pelos tecidos dos animais principalmente para a sntese de protenas. Os aa podem tambm ser convertidos em outros compostos de grande importncia como purinas, pirimidinas, hormnios, por exemplo. Os aa no utilizados nesses processos so deaminados originando amnia e esqueleto de carbono. Os EC podem produzir glicose (gliconeognese) e lipdeos. O catabolismo de aa ocorre via ciclo de Krebs.

- A mucosa do ID contm stios para absoro de peptdios, aa, nucleotdeos e nucleosdeos. - A absoro ocorre por transporte ativo. - Os aaE so absorvidos mais rapidamente que os aaNE.

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Metabolismo de ProtenasSistemas proticos para ruminantesPor muito tempo a PB foi o principal parmetro usado para a determinao das exigncias proticas na formulao de raes para ruminantes. Para animais com desempenho elevado, o rmen no capaz de suprir toda a protena necessria para a manuteno corporal e produo. Uma maior quantidade de protena tem que escapar da fermentao ruminal para ser digerida no ID, porm sem que haja limitao de N para a sntese de Pmic. O perfil de aaE da PNDR to importante quanto a quantidade dessa protena para que se possa maximizar o desempenho. -

Metabolismo de ProtenasCaracterizao das fontes proticasAs fontes de nitrognio utilizadas na alimentao de bovinos so o NNP e PV (PDR e PNDR). - A principal fonte de NNP a uria, cuja utilizao eficiente exige alguns cuidados: 1 - dose correta e mistura uniforme na rao, para evitar intoxicao. 2 - disponibilidade de energia 3 - fornecimento de S 4 - adaptao

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Metabolismo de ProtenasCaracterizao das fontes proticas - Quando se formula rao para bovinos, em termos de adequao protica, deve-se ter por objetivo suprir quantidade adequada de PDR para maximizar a sntese microbiana e ento complement-la com PNDR, para suprir as exigncias do bovino em PM. A PNDR deve ter um perfil aminoacdico adequado para que o perfil de aaE da PM seja adequado.

Metabolismo de ProtenasCaracterizao das fontes proticas

- A Pmic a melhor fonte de protena disponvel para a sntese de protena do leite ou tecido animal. O farelo de soja ficou em segundo lugar, seguido da farinha de peixe.

Metabolismo de ProtenasEfeito de fontes proticas no desempenho animalPara se ter sucesso com suplementao de PNDR deve-se: 1- respeitar o balanceamento adequado de PDR, para no limitar a sntese microbiana. 2- utilizar fontes de PNDR que fornea os aaE necessrios para a produo (observar principalmente os nveis e a proporo de lis e met). Vacas com produes inferiores a 30 kg tem a exigncia em PNDR suprida por alimentos convencionais, tais como FS, FA. Resultados de desempenho de gado de corte tem sido extremamente contraditrios. -

Metabolismo de ProtenasBalanceamento de aminocidos

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A formulao de raes com base no perfil de aaE na PM, possivelmente ser uma tcnica a ser utilizada em pouco tempo por produtores de leite.

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Raes com 7,2% de lisina e 2,4% de metionina > PNDR > perfil aminoacdico ajustado s necessidades da produo.

Metabolismo de lipdeoslipdeos nos alimentos

Metabolismo de lipdeos

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O teor de AG na maioria das raes relativamente baixo, enquanto pode chegar at 40% em sementes oleaginosas.

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A MS ingerida pelos animais domsticos contm cerca de 3 a 4% de AG, predominantemente insaturados.

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Metabolismo de lipdeosFunes dos lipdeosOs animais tm exigncias especficas de AGE como componentes das membranas celulares e precursores de molculas regulatrias. De uma maneira geral as necessidades de AGE podem ser supridas quando eles participam com aproximadamente 1% na MS consumida. Sob condies de alimentao normal, no se observa deficincia de AGE, mesmo em animais jovens com rpido crescimento.

Metabolismo de lipdeosMetabolismo ruminal de gorduraUma vez liberados no rmen, os triacilgliceris so rapidamente hidrolisados (liplise) a AG e glicerol. O glicerol rapidamente fermentado a AGV. Os AG, especialmente os poliinsaturados, so txicos aos microrganismos. A toxicidade parece estar associada queles AG que tm maior solubilidade em gua e membranas celulares, com potencial para romper a estrutura das membranas. Quando a dieta rica em volumoso a toxicidade reduzida (os AG associam-se com as superfcies hidrofbicas das partculas de alimento).

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Metabolismo de lipdeosMetabolismo ruminal de gordura - Os microrganismos desenvolveram um mecanismo de autodefesa chamado de biohidrogenao, que converte AGI em AGS, que so menos txicos. - A biohidrogenao ocorre tambm como mecanismo para eliminao de H produzido pela fermentao de CHO. - Os AG tm que estar na forma livre para que ocorra a biohidrogenao.

Metabolismo de lipdeosMetabolismo lipdico nos tecidosO tecido adiposo importante tanto para a sobrevivncia do animal como por ser um fator que influencia a qualidade dos produtos comercializados pelo homem. - Como a gordura armazenada de forma praticamente anidra e os AG so mais reduzidos que CHO e protenas, a densidade energtica do tecido adiposo chega a ser 9 vezes superior. - A energia pode ser rapidamente depositada ou mobilizada no tecido adiposo, em resposta ao estado nutricional, por meio de fatores regulatrios metablicos. - A deposio de gordura no tecido adiposo ocorre por dois processos: 1- incorporao de AG pr-formados 2- por meio da sntese de AG

Metabolismo de lipdeosMetabolismo lipdico nos tecidos - O primeiro passo na lipognese a converso do acetato em acetil-CoA e deste em malonil-CoA.8 acetil-CoA + 14 NADPH+H + 7 ATP c. Palmtico + 14 NADP + 8 CoA + 7 H2O+ 7 ADP + 7 Pi

- Em ruminantes, o acetato para a lipognese origina-se no rmen. - O NADPH gerado pela oxidao da glicose via pentose fosfato e converso do isocitrato em -cetoglutarato pela enzima isocitrato desidrogenase (no citossol).

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Metabolismo de lipdeosMetabolismo lipdico nos tecidos - Sob condies de necessidade de energia acima da consumida, a liplise ocorre pela ativao da lipase hormnio-sensvel, mediada por vrios hormnios tais como epinefrina, norepinefrina, corticides, hormnio da tireide e glucagon. - A liplise decresce aps as refeies em decorrncia do aumento da insulina, hormnio antilipoltico primrio. Sua intensidade tambm sensvel ao balano de energia, sendo baixa durante a deposio de tecido adiposo e alta quando o balano energtico negativo.

Metabolismo de lipdeosMetabolismo lipdico nos tecidosTecido heptico o destino normal dos AG hepticos sua incorporao nos TG e fosfolipdeos e exportao para o plasma como VLDL. Em balano energtico negativo acentuado, como incio de lactao, a absoro heptica de AG excede a capacidade de sntese e secreo de VLDL. Observa-se aumento na -oxidao de AG, podendo ocasionar cetose. Em baixas concentraes de glicose a concentrao de malonil-CoA baixa e a CPT-I alta. Assim, os AG so -oxidados rapidamente gerando grandes quantidades de acetato e equivalentes redutores. O acetato oxidado via ciclo de Krebs, que pode ter sua atividade decrescida em decorrncia da elevada concentrao de ER ou reduzida disponibilidade de oxaloacetato. Sob tais condies, o acetato em excesso desviado para a sntese de corpos cetnicos. A cetose uma condio metablica txica.

Metabolismo de lipdeosMetabolismo lipdico nos tecidos - Tecido muscular AG, -OH-butirato, acetoacetato (em jejum) e o acetato so metablitos usados como fonte de energia em substituio glicose. - Glndula mamria Metablitos com quatro tomos de C, principalmente -OH- butirato, so unidades preferenciais no processo de elongamento.

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Metabolismo de lipdeosSuplementao com gordurasNormalmente, o aumento da ingesto de gordura (maior densidade energtica) diminui o consumo, causado por mecanismos regulatrios de ingesto especficos ou por limites fisiolgicos para metabolizao de lipdeos. Raes de ruminantes caracterizam-se por possuir baixos teores de gordura. Suplementao com at 10% de EE na MS consumida tem sido empregada com sucesso em regies quentes, apesar de suplementaes acima de 5% reduzir o consumo de MS. Diversos tipos de suplementos comerciais contendo lipdeos inertes no rmen esto disponveis no mercado.

Metabolismo de lipdeosSuplementao com gorduras

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- O efeito mais consistente da suplementao lipdica a diminuio na concentrao de amnia ruminal (provavelmente devido a uma reduo na protelise).Pode ocorrer aumento na produo ruminal de propionato e, geralmente, ocorre reduo na metanognese.

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