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Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo Ano IX N o 108 Janeiro de 2009 Oscar do Comércio Especial Jair Coser, maior exportador de café do mundo, emociona-se ao receber o troféu Mascate: “Receber o Oscar do Comércio é uma honra” Caderno Retrospectiva 2008 traz as principais realizações do Sistema CNC E mais... A Crise Financeira e as perspectivas para 2009 O reajuste da contribuição sindical O encerramento do primeiro ano letivo na Escola Sesc de Ensino Médio Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo Ano IX N o 108 J i d 2009

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Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

Ano IX No 108Janeiro de 2009

OscardoComércio

Especial

Jair Coser, maior exportador de café do mundo, emociona-se ao receber o troféu Mascate:“Receber o Oscar do Comércio é uma honra”

Caderno Retrospectiva 2008 traz as principais realizações do Sistema CNC

E mais...A Crise Financeira e as perspectivas para 2009

O reajuste da contribuição sindical

O encerramento do primeiro ano letivo na Escola Sesc de Ensino Médio

Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo

Ano IX No 108J i d 2009

A Editora Senac Rio está lan-çando a nova edição da Agenda Carioca, uma publicação com o que há de melhor no Rio em entretenimento, cultura, moda, gastronomia e serviços em geral.

Para facilitar a consulta, as mais de 400 páginas da Agenda estão divididas em 10 temas: Festas; Arte e Decoração; Beleza; Moda;

Mente e Corpo;

Turismo e Lazer; Cursos; Comer, Beber e Sair; Serviços e Profissio-nais Especializados; e Pets, que reúnem informações sobre lojas de roupas, sapatos e bolsas exclusivas, DJs, promoters, profissionais de be-leza e até mesmo cursos de direção defensiva e evasiva. Da primeira para a segunda edição, o número de “provedores de soluções” saltou de 300 para mil.

A obra, da jornalista Antônia Leite Barbosa, tem imagens de grafites na abertura das seções e traz textos leves e divertidos, com fotos engraçadas dos donos dos lugares – tudo para orientar o leitor a encontrar o que procura sem deixar que ele entre na famosa roubada. “Tentei fu-gir do óbvio e do que já era consagrado, fazendo um guia para quem mora na cidade ou vem de fora”, diz.

LIVROS

Agenda Carioca: o melhor do Rio

Já está circulando a edição complementar da Síntese da Eco-nomia Brasileira 2008. Editada pela Divisão Econômica da CNC, a publicação apresenta o compor-tamento dos principais agregados macroeconômicos nos primeiros meses do ano, trazendo, também, a referência de séries históricas. A tiragem é de cerca de 5 mil exemplares, em edição bilíngüe (português e inglês), dirigida a empresas, entidades do Governo, embaixadas estrangeiras e brasi-leiras. Há também uma edição em japonês, p u b l i c a d a pela editora Mitsui, sem custos para a CNC. A elaboração é do econo-mista Ga-briel Luiz Gabeira.

Retrato da economia

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Ano IX No 108Janeiro de 2009

Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

CNC NOTÍCIAS

Informativo mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e TurismoAno IX, n. 108, Janeiro 2009

Presidente: Antonio Oliveira SantosVice-Presidentes: 1º – Abram Abe Szajman, 2º – Renato Rossi, 3º – Orlando Santos Diniz, Adelmir Araújo San-tana, Carlos Fernando Amaral, José Arteiro da Silva, José Evaristo dos Santos, José Marconi M. de Souza, José Roberto Tadros, Josias Silva de Albuquerque, Lelio Vieira Carneiro.

Vice-Presidente Administrativo: Flávio Roberto Sabbadini.

Vice-Presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira.

Diretores: Antonio Edmundo Pacheco, Antonio Airton Oliveira Dias, Antônio Osório, Jamil Boutros Nadaf, Canuto Medeiros de Castro, Carlos Marx Tonini, Darci Piana, Euclides Carli, Francisco Teixeira Linhares, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Joseli Angelo Agnolin, Ladislao Pedroso Monte, Laércio José de Oli-veira, Leandro Domingos Teixeira Pinto, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, Marcantoni Gadelha de Souza, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Norton Luiz Lenhart, Pedro Coelho Neto, Sebastião Vieira D’Ávila, Walker Martins Carvalho.

Conselho Fiscal: Hiram dos Reis Corrêa, Arnaldo Soter Braga Cardoso, Antonio Vicente da Silva.

Produção:Gabinete da Presidência/Assessoria de ComunicaçãoCristina Calmon (editora responsável)Luciana Rivoli Dantas(jornalista responsável – Mtb 21622)[email protected] BloisCarolina BragaCelso ChagasJoanna MariniGeraldo Roque

Diagramação:CDI/Unidade de Programação Visual

ilustrações: Marcelo Vital/CDI-Unidade de Programação Visual – CNC

Impressão: Gráfica MCE

Colaboradores do CNC Notícias de Janeiro:Daniel Lopez (Deplan), Renata Balthazar (Gerência de Projetos), Eliane Santos, Ênio Zampieri (Apel CNC-DF), Fátima Seixas (Conselho Técnico CNC), Bruno Fernandes, Marianne Lorena Hanson e Sônia Guimarães (Divisão Econômica CNC), Sônia Barbosa (Assev), Liliana Pinilli (Fecomercio-RJ); Joana Freire (Editora Senac); Marcia Tuna (FNHRBS); Lucila Nastassia (Fecomercio-PE); Fabiana Silva Barros e Eliana Custódio (Fecomercio-AL); Filippi Silva Rizzi (Senac-AL); Flavia Barros (Fecomercio-MG); Clarissa Rocha (Sesc-SE); Suzi Amancio (NG-CNC/BSB); Carlos Baião (NG – CNC/BSB); Dolimar Toledo Pimentel e Lidiane Duarte Nogueira (CNC-DS), Elizabeth Baracat e Leni Valadão (CNC-CEP), Marcella Marins Mesquita (Sesc-DN)

Créditos fotográficos:Carolina Braga (capa; páginas 2, 4, 7, 13, 17, 18, 22, 23, 26, 27 e 28 ); Carla Vieira (páginas 2 e 30); Banco de Imagens Stock.xchng (páginas 7, 9, 10 e 21); Cesar Duarte (páginas 15 e 16); Geraldo Magela/Agência Senado (página 20); Divulgação SECAD/DF (página 21); Christina Bocayuva (páginas 23, 27, 34 e 35); Jair Amaral/ New Photos (página 30); Rodrigo Moreira (página 31); Maria Odília (página 32); Divulgação Senac/AL (página 33).

Caderno retrospectiva:Carolina Braga (página 2, 6); Rodolfo Stuckert (páginas 2, 5, 7, 8); Erik Barros Pinto (página 2); Senac/DF (página 2); Augusto Malta (página 4)

Rio de JaneiroAvenida General Justo, 307 – 20021-130PABX: (21) 3804-9200

BrasíliaSBN Quadra 1 Bloco B nº 14, 15º ao 18º andarEd. Confederação Nacional do Comércio70041-902PABX: (61) 3329-9500/3329-9501

A íntegra das duas últimas edições desta publicação estão disponíveis no endereço www.portaldocomercio.org.br, no link Produtos e Serviços - Publicações - Periódicos.

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Ano IX No 108Janeiro de 2009

Apesar das dificuldades de 2008, o País pode sair

fortalecido da crise se governo, empresários e trabalhadores enfrentarem

os desafios juntos e com as armas certas. O CNC Notícias mostra o que deve mudar

no campo do emprego e as perspectivas para a economia e o turismo em 2009.

De que forma a flexibilização das leis trabalhistas pode ajudar o País a sair da crise?

Ao longo de várias décadas os mecanismos de negociações siste-matizaram os direitos trabalhistas na Constituição do Brasil, tais como FGTS e seguro desempre-go, salário mínimo e reajuste de salários, férias de 30 dias, acresci-das de um terço do salário, horas extras, 13º salário, assistência previdenciária, assistência médica e assistência maternidade.

Isso por um lado é muito bom, é um fator de paz nas relações do capital com o trabalho. Ainda existem conflitos, mas, de um modo geral, há um equilíbrio de interesses amparado na Constitui-ção e na legislação brasileiras.

Por que a flexibilização é ne-cessária?

Hoje em dia, principalmente neste momento em que o mundo e o Brasil estão vivendo uma crise

econômica, o custo da produção, em termos de custo do trabalho, fica cada vez mais importante do ponto de vista da competição internacional. A globalização e a integração das economias nacio-nais ao mercado internacional, hoje, são um jogo muito difícil de ser jogado, e, nesse aspecto, o custo do trabalho é muito importante. Era antes, e agora é ainda maior, por causa das medidas que cada país vai adotar para proteger a sua indústria e o trabalho nacional e aumentar suas exportações. Esta-mos vivendo um momento cru-cial das relações trabalhistas, das relações entre capital e trabalho. Precisamos rapidamente equacio-nar esse problema, para garantir o nível de emprego que existe hoje na sociedade brasileira.

Em que momento a competi-tividade começa a ser afetada?

A competitividade é da maior importância no mundo globa-

“Estamos vivendo um momento crucial das relações trabalhistas”

lizado. Vejam o caso da indús-tria automobilística na área de Detroit, nos Estados Unidos – a GM, a Ford, a Chrysler. Eles fizeram acordos trabalhistas ex-cessivamente vantajosos para os trabalhadores. Concederam aposentadoria aos 30 anos por conta da empresa, com salário integral, deram todas as vanta-gens de assistência médica para os trabalhadores e suas famílias. Há muito mais trabalhadores aposentados na indústria au-tomobilística, gozando dessas vantagens, do que trabalhadores em atividade. Acontece que, no mundo globalizado, a Chrysler, a Ford, a GM vão ter de competir com as empresas japonesas, com as empresas coreanas e, agora, com as empresas chinesas, que têm custos trabalhistas muito inferiores. Então, há uma neces-sidade imperiosa de reformular, para não fechar as empresas.

A crise global pôs a questão trabalhista na ordem do dia. Como evitar que as empresas brasileiras atingidas pela crise sejam obrigadas a demitir em massa? A resposta, na avaliação do ex-ministro da Fazenda Ernane Galvêas, hoje consultor econômico da CNC, está na política anticíclica do Governo e na flexibilização das normas trabalhistas. Ele reconhece que a legislação brasileira é uma das mais avançadas do mundo, mas que há necessidade de ajustes. É preciso abrir mais espaço para a negociação e a adoção de soluções, como a suspensão temporária dos contratos de trabalho, sob pena de o País perder milhares de empregos e a competitividade internacional. “Precisamos adaptar as relações capital-trabalho à conjuntura econômica de hoje. Em vez de desempregar o trabalhador ou reduzir as possibilidades de criação de novos empregos, precisamos flexibilizar as negociações”, disse.

NACIONAL

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Ano VIII No 107Dezembro de 2008

Há algum paralelo com a situação brasileira?

Podemos transportar esse quadro para o Brasil e fazer a mesma pergunta. Nós vínhamos com a produção de veículos no Brasil crescendo mais de 25% ao ano, mais que a China e que os Estados Unidos. Os automóveis que nós vínhamos produzindo em 2007 e 2008 já não cabem nas grandes cidades brasileiras. A crise global impôs a essas in-dústrias um problema sério de redução de consumo.

Como enfrentar esse pro-blema?

O Governo está adotando medidas anticíclicas. Os empre-sários têm de se incorporar a essa política do Governo, e os traba-lhadores têm de entender que não podem continuar apresentando reivindicações e mais reivindi-cações. Nós temos de rever essa política. E essa revisão se chama flexibilização.

Que soluções podem ser adotadas?

As empresas já vinham adotan-do o banco de horas e a concessão de férias coletivas. Agora, a idéia é negociar o layoff – o trabalhador pode ser dispensado temporaria-mente, se a produção caiu. Em vez de ser demitido, seu contrato de trabalho pode ser suspenso por algum tempo, por três ou seis meses, digamos. Nesse período, o empresário deixa de pagar os salários e os encargos trabalhistas, reduzindo os custos de produção. Terminado esse período, chama o empregado de volta.

O fato de a questão traba-lhista estar integrada à Cons-tituição representa um fator complicador?

A Consolidação das Leis do Trabalho tem base nos princípios fundamentais da Constituição, mas forma um corpo legislati-vo separado, tem vida própria. Dentro da CLT, encontramos os caminhos para chegar à flexi-bilização. Isso é o que, no tempo do ministro Dornelles (Nota da R.: Francisco Dornelles, ministro do Trabalho entre 1999 e 2002), chamávamos de “vale mais o ne-gociado do que o legislado”, quer dizer, fazer as negociações coleti-vas para reajustar as condições de trabalho ao mercado dentro da CLT, acima daquilo que está legislado. É o que está acontecen-do hoje. Em vez de desempregar o trabalhador, vamos flexibilizar as negociações. Essa é a experiência que o País está ensaiando neste momento.

Qual seria a melhor forma de viabilizar essas mudanças?

Cada caso é um caso. Vamos tomar o caso da Vale, por exem-plo, que vendia metade da sua produção para a China, e esta reduziu as compras de minério de ferro. A Vale deu férias coletivas, reduziu sua produção de minério, dispensou alguns empregados. Começou um processo de férias coletivas e um processo de de-missão. É preciso ver quais são as possibilidades que tem a Vale de recuperar o nível de produção, para manter os seus trabalhadores no emprego. Eles acham o seguin-te: em vez de demitir, dispensam

o funcionário e tiram da folha de pagamento durante seis meses. O FAT ou o FGTS pagam o sa-lário, e a empresa ainda deixa de pagar os encargos sociais nesse período. O que todos esperam é que a siderurgia se recupere, que a China retome o curso de seu desenvolvimento econômico e que a mineração de ferro volte aos níveis antigos, e o emprego voltará ao normal.

Isso se aplicaria também à indústria automobilística?

A indústria automobilística tem problemas diferentes. Mas também deu férias coletivas. Agora, já está examinando a necessidade de demitir alguns empregados ou, pelo menos, não criar novos empregos, porque a produção não vai continuar crescendo como vinha crescendo nos anos anteriores. O que nós podemos imaginar é o seguinte: fazer tudo o que for possível para que a indústria automobilística não desempregue. Pode não ter crescimento, mas manterá o qua-dro de empregados.

O comércio já foi afetado?O comércio é a última linha

a ser afetada por esse processo da recessão. Mas também exis-tem muitas limitações, muitas restrições ao sistema de trabalho – o trabalho aos domingos, férias contínuas, horas extras, 1º turno, 2º turno. Temos de examinar com as empresas quais são os problemas que estão enfrentando nesta conjuntura e ver qual é o tipo de flexibilização que podemos adotar na área do comércio. Até

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Ano IX No 108Janeiro de 2009

o momento, ainda não há sinais de recessão na área do comércio de bens, serviços e turismo, mas certamente vamos ter.

Como a CNC pode contribuir nesse processo?

A área do comércio é muito im-portante, porque é o veículo de es-coamento da produção nacional. É por meio do comércio que toda a produção agrícola e industrial é escoada para o mercado e chega até o consumidor final. Então, te-mos de preservar o comércio. Pode crescer um pouco menos – vinha crescendo muito rapidamente em 2007 e 2008 –, mas a idéia é não desempregar os seus trabalhado-res. A CNC está atenta, ouvindo as Federações e os Sindicatos.

Em médio prazo, o contrato individual de trabalho, como é hoje, será privilégio de uns pou-cos empregados. É o que prevê o Trabalho Técnico da Divisão Sindical da CNC intitulado O futuro do Contrato de Trabalho, do advogado Eugenio Garcia. De acordo com o estudo, que identi-fica a existência de um “ânimo re-formador” em relação aos ajustes necessários à legislação, o futuro está na negociação coletiva.

Um dos indicadores dessa ten-dência é o aumento dos acordos e convenções coletivas, com a forte diminuição dos conflitos que vão ao dissídio nos tribunais. O número de dissídios coletivos di-minuiu 90% nos últimos 10 anos,

Até o momento, eu acho que o comércio não desempregou. A tendência é que o comércio cresça um pouco menos, mas continue crescendo em 2009.

Os estoques estão altos?As promoções de fim de ano

ajudaram a reduzir os estoques, que serão reajustados lentamente. Isso afeta a indústria, porque di-minui as encomendas às fábricas. O comércio trabalha, hoje, com o modelo japonês Just in time, quer dizer, compra de acordo com a velocidade de suas vendas. De um modo geral, o comércio não trabalha com estoques elevados.

Os números da indústria em novembro assustaram.

Tínhamos uma idéia de que isso iria acontecer, que o Bra-sil iria sofrer os impactos da crise internacional. O Brasil se beneficiou muito, nos últimos anos, da situação favorável do mercado internacional: as ex-portações crescendo, os preços dos produtos subindo, a renda e o emprego aumentando. Agora, aquelas vantagens acabaram ou diminuíram, e vamos ter de viver mais voltados para o mercado interno. Este é o momento para reexaminar as relações entre o setor produtivo e o Governo, entre o setor produtivo e o do trabalho. Esse é o contexto das discussões sobre a flexibilização trabalhista.

segundo estatística do Tribunal Superior do Trabalho, citada no trabalho da Divisão Sindical.

Lembrando as tentativas de negociação plena das cláusulas de trabalho – a última delas no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso –, Eugenio Garcia afirma que essa é uma tendência em todo o mundo e aponta para a necessidade de que os operadores do Direito do Trabalho e os empregadores se preparem para o futuro. “Como fazer isso? Reformando a legisla-ção trabalhista pontualmente.”

Em vez de querer revisar toda a CLT, empregados e emprega-dores, por meio de seus repre-sentantes, poderiam ajustá-la

pontualmente, propõe o estudo. Começando pelo contrato de trabalho “que seria mais flexível, abrangente, com hipóteses novas, focando as novas formas de tra-balho e deixando margem para novas formas de se trabalhar”.

O importante é que já existe um “ânimo reformador”, diz o texto em sua conclusão. “Resta a retomada das negociações re-formuladoras, de forma simples, democrática, sem partidarismos, sem emoções, com ampla e inten-sa participação dos interessados”, assinala Eugenio Garcia, defen-dendo uma baixa participação do Governo “por técnicos apolíticos, experientes, que cuidariam do aspecto legal das pretensões”.

Futuro está na negociação coletiva, diz estudo

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Ano IX No 108Janeiro de 2009

No dicionário Aurélio, a palavra confiança significa crédito, fé ou, ainda, segurança íntima de procedimento. Nada melhor para se aplicar na economia. O grande desafio deste ano é recuperar a confiança. Em 2008, a ausência desse fator no mercado gerou enorme incerteza junto aos agentes econômicos – empresários e consumidores – no Brasil: foi a crise do medo. Incentivo ao crédito, queda da Selic e dos spreads bancários são bons antídotos, analisa Carlos Thadeu de Freitas, chefe da Divisão Econômica da CNC. Confira as impressões do especialista em relação às perspectivas para 2009.

uma recuperação, resultando num crescimento do PIB entre 2% e 3% neste ano. Já para a inflação os efeitos da crise são contraditórios. Com a queda das commodities, houve redução dos preços dos in-sumos, já captada pelos índices do atacado. Por outro lado, os efeitos da desvalorização do real ainda não foram sentidos nos preços. Há, porém, fatores que podem minimizar o repasse do câmbio para a inflação no curto prazo, sendo o acúmulo de estoques não planejados o principal. Dessa for-

ma, a desaceleração econômica deve-

rá levar a uma inflação me-nor em 2009, por volta dos 4,5%.”

Em 2009, o real deverá conti-nuar apresentando grandes osci-lações, resultando em desvaloriza-ção moderada, até que a normali-dade seja retomada nos mercados de capitais internacionais. “No entanto, devido à mudança no cenário externo e à deterioração dos termos de troca, é improvável que o câmbio retorne ao patamar pré-crise. Antes do agravamento da crise já se esperava um desa-quecimento econômico, devido aos limites da expansão de crédito e ao fim do ciclo de estímulo da política monetária”, afirma Carlos Thadeu. “Agora, a expectati-va é de uma desaceleração maior, causada pela escassez de crédito e pela redução dos investimentos. No últi-mo trimestre de 2008 e no primeiro de 2009, existe a possibilidade de contração da atividade econômi-ca. A partir do 2º trimestre, é provável que ha ja

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Ano IX No 108Janeiro de 2009

JurosA expectativa é de que a taxa

de juros Selic apresente uma trajetória de queda ao longo do ano. “Deve cair já na primeira reunião do Copom”, destaca Carlos Thadeu. Contudo, as taxas ativas, ou seja, as cobradas pelos bancos, não devem cair na mesma proporção, já que os spreads devem permanecer ele-vados. “A redução dos spreads bancários, que depende de uma política mais ativa de liberação dos compulsórios, geraria mais confiança para os consumidores, suavizando os impactos negati-vos da crise.”

DólarO dólar continua volátil e

dependente da situação externa. “Enquanto a situação externa não se normalizar, ou seja, en-quanto os mercados capitais

internacionais continuarem fechados para o Brasil e para outros países emergentes, o dólar vai continuar pressionado. Tudo leva a crer que a normalização não tem data para voltar.”

Balança comercial“O Brasil é um exportador

líquido de commodities, e fechou 2008 com superavit comercial de US$ 24,7 bilhões, um bom resultado. O desempenho do comércio exterior foi bom no primeiro semestre do ano, e com a quebra do Lehman Brothers, começou a diminuir. Quanto às exportações brasileiras, os efei-tos relevantes virão da redução expressiva do crescimento da renda internacional e dos preços das commodities, fatores que, após cinco anos bastante favo-ráveis, deixaram de beneficiar nossa balança comercial. Acre-

dito que as exportações vão cair mais que as importações; nosso saldo será menor este ano.”

Consumo e comércio“O consumidor está mais pre-

cavido e seletivo”, define o chefe da Divisão Econômica da CNC. “Os últimos dados de produção e consumo disponíveis revelaram que os setores mais dependentes do crédito e aqueles que refle-tem decisões de longo prazo já estão sendo afetados.” Para o economista, as vendas reais do comércio ainda estão favoráveis e devem fechar 2008 com bons números, devido ao aumento da massa real de salários. “Mas a partir de outubro, começaram a desacelerar, sobretudo pela falta de crédito. O comércio deve fechar 2008 com crescimento de 9,5% e, em 2009, deve ficar na faixa de 5%.”

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Ano IX No 108Janeiro de 2009

Reunidos na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, empresários analisam os impactos da turbulência mundial sobre a atividade turística, traçam perspectivas para os próximos anos e decidem pedir ao Governo a criação de um programa de incentivo ao setor, com a criação de linhas de

crédito para empresas e turistas e a redução de impostos, entre outros

Setor de turismo prepara-se para enfrentar a crise em 2009

O setor de turismo não deve aumentar seus preços nem demitir funcionários neste momento crí-tico causado pela crise financeira que aflige países em todo o mundo. A opinião é do coordenador da Câmara Brasileira de Turismo da CNC e presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, Norton Lenhart, para quem, dessa maneira, a re-tomada dos negócios será mais rápida quando a turbulência pas-sar. Mas ele faz um alerta: “Parece que os brasileiros acreditam na marolinha e não vêem a gravidade do momento atual. É preciso ter juízo: 2009 não vai ser um ano para ganhar dinheiro, mas sim para manter os negócios”, afirma o empresário, diante de uma expec-tativa de crescimento para o setor de cerca de 1% para o ano, ante 7% em 2008.

O diretor da CNC reuniu-se, no final de dezembro, com membros das diversas entidades

não sindicais que compõem a Câmara Brasileira de Turismo para fazer um balanço de 2008 e traçar as metas para o ano se-guinte, e aproveitou para falar sobre os efeitos da crise financeira global sobre a atividade turística. Lenhart mencionou a palestra do consultor econômico da CNC, Ernane Galvêas, na última reu-nião da Diretoria da entidade em 2008, na qual citou que setores como a siderurgia e a indústria automobilística já davam sinais de arrefecimento em decorrência da crise e mostrou-se preocupado com os seus efeitos multiplica-dores, que podem repercutir em todo o País.

Norton também trouxe para os empresários as impressões da Organização Mundial do Turismo (OMT) acerca dos impactos da turbulência mundial sobre a ati-vidade turística e a recomendação de que as empresas ajam em duas frentes: não elevar os preços das

ofertas turísticas e tentar, junto à área governamental, a criação de políticas de incentivo, como redução de impostos e liberação de linhas de crédito acessíveis, a juros reduzidos, para empresas e consumidores. Segundo a OMT, o turismo experimentará, em 2009, um crescimento menor que o registrado em outros anos, em conseqüência da crise desencadea-da, em setembro, pela quebra do Lehman Brothers, o quarto maior banco de investimentos dos Esta-dos Unidos. Na Europa, no Japão e nos Estados Unidos, os três prin-cipais mercados do turismo, a eco-nomia atravessa sérios problemas , e as autoridades têm expectativas pessimistas. As projeções para o fluxo de turistas internacionais no médio e longo prazos foram revistas para baixo, embora, mes-mo assim, o desempenho do setor deva ficar acima do de outras áreas da economia, como, por exemplo, a construção civil.

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Ano IX No 108Janeiro de 2009

Projeto identificará ações para desenvolver a atividade turística

A Câmara Brasileira de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) está trabalhando na elaboração de um amplo projeto com ações para o desenvolvimento da atividade turística no Brasil. O documento será produzido com base nos principais problemas enfrentados pelo setor diante dos efeitos da crise econômica iniciada em setembro de 2008, nos Estados Unidos, e que já atingiu a Europa e a Ásia, levando algumas economias à recessão.

As entidades que compõem a Câmara Brasileira de Turismo da CNC estão preparando diagnósticos sobre os principais entraves, com sugestões de medidas necessárias para corrigi-los, em todas as áreas re-lacionadas ao turismo. A partir da decomposição dos dados, o assessor de Turismo da CNC, Humberto Figueiredo Pinto, redigirá o texto final do projeto com todas as demandas do setor produtivo, e o documento deverá ser entregue ao Governo ainda no primeiro semestre de 2009.

Se as viagens internacionais de grandes distâncias não estão favore-cidas pelo cenário atual, no Brasil, com a valorização do dólar sobre o real, as viagens para destinos den-tro do País podem se tornar mais atraentes para as famílias de classe média. Dados da Infraero mostram, no entanto, que os vôos domésti-cos sofreram um recuo de 0,53% nos desembarques entre os meses de janeiro a setem-bro de 2008. Somam-se a isso as estatísticas de que os desembarques internacionais cresce-ram apenas 3,66% nos primeiros nove meses do ano passado; e temos aceso, na visão dos empresários da atividade turística, um grande sinal amarelo.

O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Trans-porte Aéreo Regional, Apostole Chryssafidis, acredita que os em-presários ainda estejam tateando sobre o rumo dos negócios diante do quadro atual: “estamos na alta temporada e, até agora, não sentimos efeito algum da crise, mas a preocupação recai sobre o pós-fevereiro e a manutenção dos negócios a partir daí. Não há como trabalhar em cima de um cenário realista se não temos ainda como analisar os efeitos desta crise sobre nossa atividade”, afirma. Para o presidente do Conselho de Ad-ministração da CVC, Guilherme Paulus, os empresários devem ficar atentos e buscar mecanismos de incremento das vendas de pacotes turísticos, já que as viagens são o primeiro alvo de cortes das famílias em épocas de crise.

A idéia de buscar alternativas para incentivar o turismo no País foi acolhida por unanimidade entre os membros da Câmara de Turismo da CNC, que defendem que a atividade pode ser não so-mente uma alavanca para o desen-volvimento do País, mas também, neste momento, uma ferramenta

anti-crise. “Se o Governo criar linhas de crédito para que

os brasileiros possam financiar suas viagens, o consumo, e conse-qüentemente a eco-nomia, estarão sendo incentivados, como pediu o presidente

Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou o assessor para as-suntos Institucionais e de Turismo da CNC, Eraldo Alves da Cruz, relembrando o temor do Governo de que a população desencadeasse de fato uma crise no País ao frear seus hábitos de consumo por medo da situação mundial.

A discussão resultou na ela-boração de um documento en-tregue pela Câmara Brasileira de Turismo da CNC ao ministro do Turismo, Paulo Barretto, reivin-dicando a criação de mecanismos para garantir o desenvolvimento do setor e a continuidade da expansão dos últimos anos. “A manutenção do consumo do produto turístico nacional pode vir a se converter em uma exímia ferramenta de combate às incer-tezas macroeconômicas e de suas conseqüências para o mercado nacional, fazendo da flexibilidade da atividade turística estigma que contribuirá para o crescimento econômico nacional”, afirma o texto, assinado pelos membros do órgão. O grupo solicitou, ainda, a criação de um comitê para discutir políticas para o de-senvolvimento do setor, diante do novo cenário econômico.

Turismo doméstico, a bola da vez

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Ano IX No 108Janeiro de 2009

CNC pede restabelecimento de pontes aéreas

CNC investe nas áreas de Turismo e Serviços

O presidente da CNC, Anto-nio Oliveira Santos, formalizou, por meio de carta à presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira, a sugestão de que sejam restabele-cidos os vôos diretos do Aero-porto Santos Dumont para Bra-sília, Vitória e Belo Horizonte. Para justificar o restabelecimen-to destas pontes aéreas, além da grande movimentação de auto-ridades do governo, deputados, senadores e executivos, a carta cita o argumento técnico de que o Santos Dumont tem capacida-de para operar eficientemente as ligações, sem que o aeroporto internacional Tom Jobim seja prejudicado. “Pelo contrário, tudo indica que, para o País e, especialmente para o Rio de Janeiro, a existência de dois ae-

Intensificar ações e projetos voltados para as áreas de serviços e turismo. Estas são algumas das metas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turis-mo (CNC) para o ano de 2009.

A entidade utilizará as infor-mações contidas no mapeamento de todas as Federações filiadas ao Sistema Confederativo da Repre-sentação Sindical do Comércio (SICOMERCIO) para trabalhar em prol da adesão de novos sindicatos, aumentando a base de sua repre-sentação nos Estados. “No próximo ano, vamos desenvolver um traba-lho estratégico, construído sobre três pilares: bens, serviços e turismo.

roportos na mesma cidade, com características distintas, só pode ser vantajosa”, diz o texto.

Em 2008, o Rio perdeu a opor-tunidade de centralizar os vôos da nova companhia aérea Azul porque o governo do Estado se opôs à utilização do Santos Dumont, temendo um esvazia-mento do Tom Jobim. “Se o governador Sergio Cabral fizesse uma experiência tomando um avião de uma das companhias que dominam o mercado para uma viagem a qualquer cidade do Norte, Nordeste ou Centro-Oeste, constataria o erro que está cometendo”, afirma Luiz Gil Siuffo Pereira, Vice-Presidente da CNC. Ele se refere ao fato de que as empresas, por conveniên-cia econômica, passaram a cen-tralizar os vôos em Congonhas

Será um desafio para os líderes em-presariais do setor terciário”, afirma Flávio Sabbadini, vice-presidente Administrativo da CNC.

Além disso, os pilares Turismo e Serviços receberão reforço extra com a atuação direta de dois executivos destacados para agir diretamente com os órgãos internos da entida-de, como as Câmaras Brasileiras do Comércio e as próprias Federações filiadas, estreitando o relaciona-mento com os entes que operam o comércio de serviços e de turismo no País. A área de turismo já contava com a assistência do assessor Eraldo Alves da Cruz que, no final de 2008, mudou-se de Brasília para o Rio de

e Brasília. Isto significa que, se um passageiro embarca de Ara-caju ou Porto Velho para o Rio, vai enfrentar o desconforto de uma escala. Para os que viajam a negócios, perda de tempo e dinheiro. Para potenciais turis-tas, um verdadeiro desestímulo, acentuado se for considerada a localização do Tom Jobim, com seu acesso obrigatório pela com-plicada Linha Vermelha.

Localizado na área central da cidade e modernizado por uma reforma recente, o Santos Dumont pode ajudar o Rio a reverter o processo de esvazia-mento econômico do Estado que se arrasta há anos. “É essencial trazer de volta o que nos foi ti-rado. É preciso ter coragem para permitir esta operação”, disse o Vice-Presidente da CNC.

Janeiro para estreitar ainda mais a sua relação com as entidades. E para assumir o trabalho junto ao setor de serviços, a CNC já iniciou o proces-so de contratação de um profissional com experiência na área, que deverá integrar os quadros da entidade a partir de fevereiro.

Para o vice-presidente Financei-ro da CNC, Luiz Gil Siuffo Pereira, as iniciativas vão permitir fortalecer ainda mais o Sistema Comércio: “Somos um Sistema sólido, com mais de 60 anos de atuação na defesa dos cerca de 5 milhões de empreendedores do comércio, que geram 25 milhões de empregos diretos”, afirma.

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Antonio Oliveira Santospresidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

OPINIÃO

Estudo do Banco Mundial assinala que, no horizonte dos próximos 30 anos, a classe média da população mundial passará de 430 milhões de indivíduos para 1 bilhão e cem mil pessoas. Desse aumento, 90% terá sido observa-do nos países emergentes, muito especialmente China, Índia, Rús-sia e, não menos importante na citação, Brasil.

Em nosso país essa tendência está sendo observada através de estudos recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Ge-tulio Vargas (IBRE/FGV). Am-bos os estudos conjugam dados dos Censos Demográficos com informações colhidas através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a PNAD. No tra-balho do IPEA, o foco está posto no indivíduo; no da FGV, no conjunto da família.

O estudo do IPEA observa o número de pessoas que atravessa-ram a linha da pobreza extrema, ao verificar que o número destas com salário inferior a meio salário mínimo caiu proporcionalmente, entre 2000 e 2008, de 35% para 24% da população total.

O da FGV, tendo como refe-rência a faixa de renda familiar entre R$ 1.061,00 e R$ 4.591,00 para definir o ingresso na classe média, conclui que esta repre-sentava 44% da população em

A expansão da classe média

2002 e representa, agora, 52%. Esse aumento de oito pontos percentuais significa uma classe média composta por 100 milhões de brasileiros.

Em estudos mais elaborados, o critério do salário ou da renda não seria suficiente para conclu-sões definitivas. Veja-se o caso do conceito de classe média. Vista do ângulo da renda familiar, no estudo da FGV o ingresso na classe média é caracterizado por níveis de renda que, graças ao au-mento do emprego e do trabalho autônomo, permitem a compra de bens duráveis de consumo, como geladeira ou aparelho de televisão. Mas é preciso levar em conta que a capacidade aquisitiva dessa faixa de renda foi, nestes últimos anos, ampliada por robusto aumento do crédito, com maior parcelamento das prestações, que passam a caber num número maior de bolsos. Em outras palavras, se o critério é o das coisas que a renda e a atividade formal permitem comprar, a outra face da moeda é o endividamento das famílias.

Geralmente, quando se faz re-ferência à classe média, o estrato é dividido em três segmentos: classe média baixa, classe média média e classe média alta. Essa distinção é importante para assi-nalar que somente os indivíduos ou as famílias que estão nesse último segmento têm o que os economistas chamam de um ex-

cedente de renda sobre despesa, ou seja, têm a capacidade de poupar. Somente a partir de certo nível de renda é que surge a opção en-tre consumir mais ou constituir reserva para o futuro.

Muito embora a inserção na classe média seja, no caso do estudo da FGV, o critério da renda, não levando em conta outros valores e atributos que no plano sociológico permitem melhor defini-la, não resta dú-vida de que a combinação das duas pesquisas, a do IPEA sobre a linha da pobreza e a da FGV sobre a classe média, quantifi-cam, de maneira inequívoca, os resultados de um período da vida nacional em que os progra-mas sociais e o aumento da ativi-dade na economia formal são as marcas desses novos tempos.

O reflexo dessas mudanças pode ser visto, nitidamente, no faturamento do comércio de bens e serviços, inclusive turismo, cuja expansão anual atingiu 9,6%, em 2007, em termos reais, com destaque para bens de consumo duráveis (+20,1%) e de não du-ráveis (6,3%). Em 2008, até o mês de outubro o crescimento médio do comércio varejista ainda foi de 10,4%, começando a declinar, desde então, em função da queda nas vendas da indústria automo-bilística.

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O Tribunal Regional do Tra-balho da 3ª Região (Belo Hori-zonte) reconheceu as atualizações feitas anualmente pela Confede-ração Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) na tabela de contribuição sindi-cal patronal paga pelas empresas. Segundo o colegiado, o subsídio tem caráter de tributo e, por isso, sua cobrança está dentro da legalidade.

A decisão é a primeira em segunda instância obtida sobre o tema e foi proferida no pro-cesso oriundo da 25ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, tendo como recorrente a Brasif S.A. Exportação e Importação e recorrida a Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomercio-MG). A empresa questiona os valores cobrados pela Federação, com base na tabela da CNC.

O resultado fez com que o presidente da Confederação, Antonio Oliveira Santos, emitis-se circular a todas as Federações e Sindicatos do Sistema Comér-cio, com cópia do julgamento, para que sirva de subsídio às entidades no esclarecimento a empresas que venham a contes-tar a atualização com base na Nota Técnica SRT/CGRT Nº 50/2005, do Ministério do Tra-balho, que considerou congela-dos os valores da contribuição: os magistrados entenderam que a nota não tem legitimidade para limitar os valores de paga-mento, que variam de acordo com o capital social de cada empresa.

De acordo com a Oitava Turma do TRT mineiro,

a contribuição sindical assume a natureza de tributo, sendo impos-ta por lei (art. 580 da

CLT). “En-

contra-se sujeita, portanto, ao princípio da legalidade, sendo certo que a legislação oferece parâmetros para a sua correta apuração. Neste contexto, o cálculo deste tributo não pode ser vinculado a valor outro que não seja aquele estabelecido em norma legal. Por conseguinte, considera-se que as normas técnicas expedidas por órgão estatal não constituem instru-mentos hábeis à quantificação da contribuição sindical patro-nal, não havendo como prospe-rar a pretensão da empresa em ver limitada a cobrança deste tributo aos valores divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego”, destacaram. “Com essa decisão, começa-se a firmar uma jurisprudência. No tributo está entranhada a legalidade de seu reajuste, feito pela CNC desde 1997, com respaldo na regra emanada do §2º do art. 97 do Código Tributário Nacional, segundo a qual não constitui majoração de tributo a atua-lização do valor monetário da respectiva base de cálculo”, ava-lia Renato Rodrigues, consultor sindical da CNC.

Reajuste da contribuição sindical feito pela CNC é legítimo

Renato Rodrigues: atualização da contribuição sindical é legal

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Os sindicatos e a livre concorrência

A Divisão Sindical da CNC elaborou um trabalho técnico com informações importantes para as entidades sindicais patro-nais no que diz respeito à defesa da livre concorrência. De autoria da advogada Lidiane Duarte No-gueira, o texto baseia-se em uma cuidadosa pesquisa da legislação para mostrar a natureza da atua-ção dos Sindicatos e associações profissionais, suas atribuições e limitações jurídicas, que visam a garantir o legítimo direito de defesa de interesses comuns, ao mesmo tempo em que preservam o direito à livre concorrência, sem afrontar a legislação antitruste.

O estudo da Divisão Sindical ressalta que, embora tanto a Constituição Federal como a CLT atribuam às entidades sindicais patronais a função de defender e coordenar os direitos e interesses econômicos da categoria repre-sentada, é preciso não perder de vista que os Sindicatos congregam empresas concorrentes, o que deve ser ponderado, em nome dos interesses da coletividade.

As entidades patronais preci-sam ficar atentas à preservação do princípio da livre concorrên-cia, pois, como mostra o texto de Lidiane Nogueira, as práticas sindicais podem ser positivas ou negativas, no que diz respeito à defesa da livre concorrência. De

um lado, o controle de filiação e da manutenção da condição de associado pode estar associado à aplicação de normas e padrões relacionados à qualidade de pro-dutos e serviços (programas de certificação e de qualidade, por exemplo) com reflexos positivos diretos para o consumidor. Mas essas entidades, justamente por congregarem concorrentes, po-dem vir a ser utilizadas como me-canismos facilitadores de acordos ilícitos entre concorrentes, possi-bilitando a troca de informações sobre os elementos essenciais à concorrência e ao funcionamento do mercado.

As normas antitruste previstas

O Governo anunciou que irá intensificar as ações antitruste e o combate aos cartéis em 2009. É importante que os Sindicatos patronais conheçam o que diz a legislação a respeito, o que é legítimo e o que pode estar

em desacordo com os limites de atuação definidos.

O Governo anunciou que vai intensificar a fiscalização de sindi-catos e associações setoriais, com o objetivo de evitar a formação de cartéis.

Na avaliação da Secretaria de Desenvolvimento Econô-mico (SDE), algumas vezes os Sindicatos infringem a lei por desconhecimento, quando, por exemplo, se reúnem para definir preço justo para um setor ou fixar tabelas de descontos.

Para Ana Paula Martinez, diretora do Departamento de Proteção e Defesa Econômica da

Desconhecimento pode levar a infração

SDE ouvida pelo jornal Valor Econômico do dia 16 de dezembro de 2008, existe uma zona cinzenta na qual alguns sindicatos não sabem o que podem fazer sem descumprir a legislação antitruste. Muitos não sabem que tipo de informações podem ser trocadas pelas empresas. “Os membros de uma associação têm de estar conscientes de que o direito de reunião é garantido, mas não o de discutir preços, formas de re-passes de impostos, definição de áreas de atuação ou a divisão de clientes”, disse Ana Paula, segun-do o jornal.

na legislação aplicam-se, segundo o estudo, indistintamente a pes-soas físicas ou jurídicas de direito público e privado, com ou sem natureza empresarial. O trabalho técnico ressalta, ainda, que as ex-clusões ou recusas de filiação po-dem ser legítimas, caso o eventual infrator não alcance os padrões de qualidade estabelecidos para o setor, por exemplo. Entretanto, a celebração de acordos entre con-correntes “poderá ser sancionada, caso reste evidenciado que essa prática afeta a fixação de preços – organização e formação de pre-ços”, conforme o texto da Divisão Sindical, que traz também a juris-prudência sobre o tema.

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ção ambiental em cada detalhe, como a utilização da luz solar e a coleta seletiva de lixo. Para desenvolver os trabalhos apre-sentados na exposição, a Esem convidou grafiteiros, com o objetivo de mostrar que, em vez de uma fonte de poluição visual, os desenhos podem adquirir um status de arte, quando realizados de forma integrada à paisagem urbana. Na sala ao lado, Luiz Fernando, do Amazonas, guia o grupo por uma exposição de fotos dos alunos em diversas atividades do dia-a-dia da Escola e seus momentos de lazer.

A próxima parada é para conhecer a Tutoria. A Esem é uma das poucas escolas no Brasil que adotaram este sistema, no qual cada grupo de dez alunos tem à disposição um professor residente (tutor), pronto para oferecer orientação educacional e suporte emocional. Em uma instituição que funciona em regi-me de internato e recebe jovens de todos os estados da federação, a Tutoria oferece o apoio neces-sário para enfrentar a saudade da família, melhorar as notas, como explicam Eliane, de Alagoas, e Letícia, do Distrito Federal, em uma sala aconchegante, em que os visitantes são convidados a sentarem-se descalços sobre um grande tapete branco.

Dia de Escola Aber-ta na Esem, o pioneiro complexo educacional de ensino médio do Sesc na Barra. O primeiro ano letivo de sua história está terminando, e é hora de mostrar à comunidade um pouco daquilo que foi aprendido. A profes-sora Inês Paz Senra chega ao hall do prédio em que está instalada a diretoria. Com ela, estão Marcela e Geraldo, de Minas, Bea-triz, do Rio, e Milena, de Rondônia. São os alunos

que irão ciceronear mais um grupo de visi-tantes pelas exposições e oficinas do projeto, que teve a Terra como tema, em um conjunto de ações e trabalhos vol-tados para a preservação do planeta.

Após uma breve ex-plicação sobre o Escola Aberta, a visitação co-meça pela exposição de

grafites. Já na travessia do prédio da administração para os pilotis do Centro de Liderança, onde foi monta-da a exposição, os alunos vão mostrando aspectos do complexo de prédios que demonstram a preocupa-

Alunos da Esem mostram o caminho para um mundo sustentável

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inglês, química, língua portugue-sa. Nas mãos e nas mentes dos alunos da Esem, o conhecimento não é apenas uma chave para o próprio futuro; é a base para um mundo sustentável.

“““

O grupo de visitantes é, en-tão, guiado por dois lances de escada e chega ao espaço das salas de aula, transformadas em oficinas. Em meio ao grande cor-redor iluminado pela luz do sol da tarde, um grande totem feito com caixas de papelão empilha-das nas quais estão inscritas as palavras-chave do projeto: Terra Alerta, Terra Atitude e Terra Afeto. As oficinas, que são um exercício de criatividade em que os alunos aplicam os conheci-mentos adquiridos ao longo do ano, encaixam-se em uma dessas três abordagens, de acordo com o projeto desenvolvido.

Uma parte do grupo se dispersa pelas salas e Mariana Cantuária, aluna de Roraima, passa a ser a guia. Em uma mesma oficina podem ser aplicados conceitos de matemática, geografia e biologia, por exemplo. Foi o caso da sala 1, onde os alunos montaram um terrário – recipiente de vidro com água, pedras, terra e plantas no

qual reproduziram as condições que levam ao assoreamento dos rios. Com gráficos, mostravam os dados que estão por trás das trans-formações ambientais do planeta e como essas informações podem ser manipuladas.

Algumas oficinas ti-nham um apelo mais sen-sorial, utilizando a dança, a música, a pintura. Em uma delas, o visitante per-corria de olhos vendados e descalço um cenário reproduzindo a floresta, guiando-se apenas com o auxílio do tato e do olfato, ao som de uma música sua-ve. Na sala ao lado, receitas saborosas feitas com partes normalmente não utilizadas de frutas e verduras mostra-vam o quanto se desperdiça com os alimentos. Mais à frente, o tema era o uso racional de energia, com uma pe-quena aula sobre o consumo dos aparelhos. Física, artes, história,

É muito bom poder contextua-lizar o trabalho que a gente faz dentro da escola, num âmbito maior, que é a Terra, ainda participando do grande movi-mento de comemoração do ano internacional do planeta.Ananda Oliveira, aluna, Rio de Janeiro (RJ)

s-as

É a segunda vez que participo do Escola Aberta, um excelente evento no qual conseguimos apresentar todo o trabalho realizado durante o ano le-tivo para públicos diversificados, desde alunos, como nós, até professores, coordenadores e diretores.

Allerson Queiroz, aluno, Salvador (BA)

O Escola Aberta foi maravilho-so. Nós passamos quase quatro dias organizando; eu trabalhei com o biodiesel no clube de ciências, e foi fantástico. Todo mundo que compareceu, gostou. Eu não imaginava um trabalho desses sendo desenvolvido por uma escola de ensino médio.

Daniele Salut, aluna, Brasília (DF)

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um comportamento ético, cida-dão, é respeitar aquele compa-nheiro que está ao nosso lado, fazer a ele o que gostaríamos que fizessem conosco”, completa o músico, lembrando que foi a primeira apresentação da banda para um público escolar.

São 12 anos de estrada e um histórico de apresentações no País e no exterior, em locais até inusitados, como plataformas sub-marinas de petróleo, geralmente para um público do segmento corporativo. “Foi a primeira vez que nos apresentamos para uma escola, e a reação do público foi fabulosa. É uma escola especial, que está ajudando a formar os líderes, os executivos de amanhã. Eles acompanhavam cada mo-vimento, sedentos, valorizando a nossa apresentação”, afirmou Marcelo Torres.

O que há de comum entre o sucesso de um músico de jazz e o de um estudante ou executivo? Muita coisa, principalmente no que se refere a atitudes e compor-tamento. Foi isso que puderam observar os alunos da Esem no encerramento do projeto Escola Aberta, no dia 10 de dezembro, realizado no Teatro do Sesc, na Barra. No palco, a Marcelo Tor-res Jazz Band oferecendo uma verdadeira aula de música e ética, temperada com muito bom hu-mor – uma apresentação aplaudi-da não apenas pelos estudantes, mas também por professores e funcionários.

Com os primeiros acordes da banda vem também a primei-ra surpresa. Parte dos músicos surge no palco erguida por uma plataforma, que parece trazê-los do fundo da terra, enquanto exe-

cutam In the mood, popularizada na década de 1930 por Glenn Miller. Nos 70 ou 80 minutos seguintes, o público se familiariza com o funcionamento de uma banda de jazz, a função de cada músico, de cada instrumento, e identifica como atitudes pessoais como dedicação, criatividade e excesso de individualismo podem influenciar positiva ou negativa-mente o resultado do trabalho de todo o grupo.

“O grande fator que nos une, seja uma

organização em-presarial, uma

e sco la ou uma banda de jazz, é o fator huma-no”, explica Marcelo Tor-res, líder da banda. “Ter

As lições de uma

banda de jazz

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A Escola Sesc de Ensino Médio (ESEM) é resultado de um projeto pedagógico pioneiro, voltado para uma educação integral, com foco na formação de cidadãos críticos que, no futuro, se tornarão os lí-deres da nossa sociedade. Em seu primeiro ano de funcionamento, a Esem recebe alunos de todo o Bra-sil, os professores são residentes e trabalham em regime de dedicação exclusiva. A seleção dos estudantes é feita nos Estados de origem, para ingresso na 1ª série do Ensino Médio.

A estrutura da escola, além dos prédios dos setores residenciais de professores e alunos, oferece biblioteca, ginásio coberto, piscina semi-olímpica, campo de futebol, quadras poliesportivas, salas de dança, ginástica, musculação, entre outros recursos. Cada estudante recebe um notebook para estudos e pesquisas. “Nossa escola não é um corredor para o vestibular. Queremos formar jovens com um desenvolvido sentido de cidadania e liderança servidora. O projeto Es-cola Aberta faz parte desse grande objetivo”, afirma Claudia Fadel, diretora-geral.

Este foi o segundo Escola Aber-ta, informa a coorde-

nadora pedagógica e professora de História Inês Paz Senra. O anterior foi feito no encerramento do pri-meiro semestre. O tema escolhido – Terra – foi trabalhado ao longo do ano. “O Escola Aberta é um abrir a porta para a sociedade”, explica Inês Senra. “É uma experiência importante, em que os alunos, que representam um significativo inves-timento individual, multiplicam o que foi investido com ações con-cretas”. Para a professora, há um sentido social na divulgação e na multiplicação do que foi trabalha-do nas aulas ao longo do ano. “O envolvimento deles é total; cuidam de cada detalhe, sem perder a visão integrada do todo. Qualquer um deles poderia fazer a recepção dos grupos, por exemplo”, disse Inês.

O ano letivo de 2009 começa em 2 de março. Aos alunos das turmas pioneiras de 2008, que irão para o segundo ano, se juntarão mais 165 estudantes de todo o Brasil, para o 1º ano, cujo processo de seleção foi realizado no período de agosto a novembro de 2008, com um nú-mero de vagas proporcional a cada estado da Federação.

Uma escola de liderança e cidadania18

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A mudança mais significativa, entretanto, aconteceu no Sesc e no Senac, os braços de desenvolvimento social e qualificação profissional do Sistema Comércio, que realizaram uma profunda reforma em seus regulamentos – a primeira desde a sua criação, há 60 anos – e passarão a oferecer, a partir de 2009, mais vagas gratuitas nos cursos técnicos para formação básica e continuada a alunos e trabalhadores de baixa renda. A iniciativa foi fruto de um amplo acordo com o

2008 entrará para a história do Sistema CNC/Sesc/Senac como o ano das mudanças. A representante

máxima dos empresários do setor terciário mudou de nome e, com o aval do Ministério do

Trabalho, passou a se chamar Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Assim, os segmentos que compõem a base de atuação da entidade ficaram explícitos em sua razão social.

Governo, encerrado em novembro. Para o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, foi “o início de uma nova era para as entidades do Sistema Comércio”.Mas o ano foi também de expansão e crescimento. Ao longo de 2008, a CNC estabeleceu importantes parcerias que a possibilitaram ampliar o leque de produtos oferecidos ao mercado. Os serviços de análise de crédito oferecidos pela entidade por meio da Equifax ganharam o reforço da Serasa, dona do maior banco de dados

da América Latina sobre consumidores, empresas e grupos econômicos. Com o Sebrae, a CNC desenvolveu o primeiro estudo sobre o comércio brasileiro, que identifica os obstáculos que impedem o crescimento do setor e traça perspectivas até 2015, com o objetivo de nortear a formulação de políticas, ações e estratégias que estimulem o desenvolvimento do comércio e do País.Essas e outras realizações do Sistema CNC/Sesc/Senac no ano passado estão sintetizadas nas páginas a seguir. Boa leitura!

Expansõesemudanças

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Escola Sesc de Ensino Médio dá

início ao primeiro ano letivo

Sesc e Senac chegam aos Municípios mais longínquos do País

Logo no início do ano, o Sesc inaugura a sua escola-residência de regime integral de ensino, que, gratuita, oferecerá a filhos de comerciários de todo o País preparação de excelência para o ingresso na educação superior, além de qualificação profissional inicial, realizada em parceria com o Senac. Em 19 de fevereiro, os primeiros 176 alunos (95 meninas e 81 meninos), do total de 480 que a ESEM abrigará ao final de três anos de funcionamento, chegam ao campus, localizado na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Um novo processo seletivo é realizado entre junho e outubro, para o preen-chimento de novas 162 vagas disponíveis para o 1° ano do En-sino Médio. Ao longo de 2008, os alunos realizariam diversas ativi-dades dentro e fora da instituição, como a participação na expedição Caminhos de Darwin, em que per-correriam o mesmo roteiro feito pelo naturalista britânico Charles Darwin em 1832, acompanhados pelo seu tataraneto, o cientista e escritor Randal Keynes.

O Sistema CNC/Sesc/Senac amplia a sua atuação nas áreas de desenvolvimento social e qualificação profissional, inau-gurando diversas unidades do Sesc e do Senac em todo o País. Localidades como Mecejana, em Roraima, que ganha, em 26 de fevereiro, um moderno centro de atividades do Sesc, com parque aquático, ginásio poliesportivo e teatro, além de uma escola para oferecer Educação Infantil, Ensi-no Fundamental e Ensino Médio Integral a cerca de 1,5 mil alunos, diariamente. Bem distante dali, em Paranavaí, o Sesc do Paraná inaugura um dos maiores centros esportivos da entidade no Sul do País: 3,8 mil metros quadrados. Já

De olho na formação e na qua-lificação profissional dos brasilei-ros, o Senac inaugura, em maio, uma lanchonete-escola no plená-rio da Câmara dos Deputados, em Brasília. A iniciativa é fruto de um acordo de cooperação entre as duas instituições, para trans-formar os espaços gastronômicos da Câmara Federal em empresas pedagógicas onde jovens e adultos em situação de vulnerabilidade econômica e/ou social terão acesso gratuito à educação profissional.

Em Alagoas, a entidade inau-gura, no dia 4 de novembro, o pri-meiro laboratório-supermercado do Brasil, a Unidade Integrada Fecomercio, que ocupa uma área de 3,6 mil metros quadrados na capital, Maceió, e espera atender a cerca de 8 mil alunos por ano. No laboratório, os futuros profissionais

aprendem a fazer simulação de estoque, fechamento de caixa e treinamento de código de barras, entre outras coisas

no Rio de Janeiro, o OdontoSesc, que consiste em unidades de pres-tação de serviços odontológicos e de ações de Educação em Saúde montadas dentro de caminhões-baú, chega à Cidade de Deus, o conjunto habitacional que serviu de cenário para o filme de mesmo nome, que, lançado em 2002, fez sucesso no Brasil ao retratar o dia-a-dia em uma favela carioca.

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Nomenclatura nova para a CNC Educação em debate

Crescimento do emprego e aumento da produtividade são abordados na 97ª Conferência Internacional do Trabalho

Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Este passa a ser o novo nome da CNC, após a autori-zação do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ser publicada no Diário Oficial da União de 15 de maio. A mudança permite explicitar a base de atuação da CNC como entidade patronal.

Em parceria com a Comissão de Educação e Cultura da Câma-ra dos Deputados, a CNC realiza, em 2008, a segunda edição do ciclo de seminários internacionais Educação no Século XXI – Modelos de Sucesso. Organizado pela Asses-soria junto ao Poder Legislativo (APEL) da entidade, o evento é dividido em três temas: Educação a Distância, que seria realizado em 16 de junho, Financiamento do Ensino Superior, em 13 de ou-tubro, e, no fechamento do ano, Fronteiras do Ensino Profissional, em 10 de novembro.

Diretores e consultores da CNC participam, entre os dias 27 de maio e 13 de junho, em Genebra, na Suíça, da 97ª Conferência Inter-nacional do Trabalho, que reúne mais de três mil representantes de Governo, empregadores e traba-lhadores dos 181 países-membros da Organização Internacional do Trabalho. Três são os temas em

Anúncios nos principais jornais do país informam sobre o novo nome da entidade

OIT reúne seus membros para o debate de questões relacionadas ao mercado de trabalho mundial

debate: a promoção do emprego rural para a redução da pobreza, as qualificações necessárias para o aumento da produtividade; o crescimento do emprego e o de-senvolvimento; e o fortalecimento e a capacidade da OIT para prestar assistência aos seus membros na consecução de seus objetivos, no contexto da globalização.

Desenvolvimento econômico versus preservação ambiental

Nove parlamentares da Câmara dos Deputados, membros das Comissões de Desenvolvimento Econô-mico, Indústria e Comércio (CDEIC), Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) e da Ama-zônia, Integração Nacional e do Desenvolvimento Regional (CAINDR), participam de visita técnica à Estância Ecológica Sesc Pantanal, em Poconé, Mato Grosso. Organizado pela Assessoria Legislativa do Sistema CNC/Sesc/Senac, o encontro é realizado nos dias 29 de maio e 1° de junho, e tem como objetivo de-bater questões como o desenvolvimento das economias locais sem provocar a degradação do meio ambiente, a análise das legislações ambientais vigentes no País e os gargalos ao desenvolvimento provocados pelos dispositivos legais.

Convenção de Nova York é tema de Conferência de Arbitragem

A IV Conferência de Arbitragem Internacional do Rio de Janeiro é realizada na CNC do Rio de Janeiro, em 13 de maio. Os presidentes do Supe-rior Tribunal Eleitoral, Carlos Caputo Bastos, da Ordem dos Advogados do Brasil/RJ, Wadih Damous, e da Comissão de Arbitragem da Funda-ção Getúlio Vargas, Julian Chacel, entre outros, participam do evento, que tem como tema prin-cipal a Convenção de Nova York, o documento de reconhecimento e execução de laudos arbitrais internacionais ao qual o Brasil aderiu em 2002, consolidando a atividade no País.

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História do comércio brasileiro é contada na Câmara dos Deputados

CNC antecipa-se à crise e previne o setor terciário

Sesc e Senac: os riscos do PLS no 131

Convenção no 158 da OIT é rejeitada por Comissão da Câmara dos Deputados

A 1ª Exposição Comemorativa do Comércio é realizada em Brasília, em homenagem ao Dia do Comerciante, celebrado em 16 de julho. Mais de 30 painéis com ilustrações e informações sobre a história do comércio e a sua contribuição para o desen-volvimento econômico e para a construção da identidade cultural brasileira decoram os corredores da Câmara dos Deputados entre os dias 7 e 17 de julho. A exposição é uma iniciativa da Apel, com parceria do Sesc e do Senac.

Na reunião da Diretoria da CNC realizada em 21 de agosto, o presi-dente, Antonio Oliveira Santos, recomenda cautela aos empresários do setor terciário, apresentando o relatório Mudanças no Cenário Econô-mico, elaborado pela Divisão Econômica da entidade, que antecipava o que se tornaria uma crise financeira de alcance global. À época, a Presi-dência da Confederação envia o estudo aos presidentes das Federações, para orientação das empresas filiadas aos Sindicatos do setor. Em 15 de setembro, a quebra do Lehman Brothers é um divisor de águas para os mercados. Considerado um dos maiores operadores de derivativos de Wall Street, o banco norte-americano estava bastante associado a títulos ligados ao mercado hipotecário. “Até setembro, tínhamos uma situação econômica que mostrava uma recessão nos EUA e no resto do mundo, mas sob controle. Com a quebra do banco, aconteceu o chamado risco sistêmico no mercado financeiro, que trouxe o aperto de crédito, generalizado, com efeitos no Brasil, como o corte nos créditos para a exportação e a rápida alta do dólar, a grande surpresa de 2008. A economia brasileira, como todas as outras, perdeu ímpeto”, afirma o chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas.

Projeto de lei do ex-senador Geraldo Althoff (PFL-SC) para criar o Serviço Social da Saúde (SESS) e o Serviço Nacional de Aprendizagem da Saúde (SENASS) chega em agosto à Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, colocando em risco todas as atividades desen-volvidas pelo Sesc e pelo Senac nos últimos 60 anos, na área de saúde. Se aprovado, deixariam de funcionar os 700 pontos de atendimento do Sesc espalhados pelo País que, entre consultórios médicos e gabinetes odontoló-gicos, realizam 84 milhões de atendimentos por ano, além das 13 unidades do Senac Móvel e das 404 instalações físicas que disponibilizam cursos em 11 su-báreas da saúde e que formaram mais de 500 mil trabalhadores nos últimos cinco anos. Após um pedido de vista do Projeto feito pelo senador Adelmir Santana (DEM-DF), a CAS não chega a um acordo quanto à votação da matéria, que não entra mais em pauta. Mesmo assim, preocupa-dos com a continuidade dos ser-viços prestados a comerciários e populações carentes dos cerca de 3 mil Municípios servidos pelas duas entidades no País, presiden-tes das Federações do Comércio filiadas à CNC e diretores do Sesc e do Senac visitam os senadores de seus Estados, em Brasília, e participam, também, da última reunião do ano da Comissão de Assuntos Sociais do Senado.

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados rejeita o texto da Convenção n° 158 da Organização Internacional do Trabalho, que trata do término das relações de tra-balho por iniciativa do empregador, proibindo demissões sem justa causa e estabelecendo os motivos pelos quais as empresas poderiam dispensar funcionários, como dificuldades financeiras ou mudanças tecnológicas. O parecer contrário à Convenção é aprovado por 20 votos contra um, e a matéria seguiria para as Comissões de Traba-lho, de Administração e Serviço Público (CTASP) e da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Imagens contam a história do comércio no Brasil

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Coletânea Turística

O Conselho de Turismo da CNC lança, no dia 6 de agosto, com coquetel realizado na sede da entidade, a Coletânea Turística 2008. A publicação traz artigos sobre diversos assuntos relativos à atividade turística, como planejamento turístico, segurança pública

e seus impactos no turismo, além de transporte aéreo brasileiro e controle do tráfego aéreo do País.

CNC consolida posição como representante do turismoO Sistema CNC/Sesc/Senac e

o Ministério do Turismo assinam, em 21 de julho, um termo de cooperação técnica para realizar ações de capacitação e qualifica-ção de trabalhadores na área de turismo para a Copa do Mundo de 2014. No mês anterior, o então ministro interino, Luiz Barretto, havia visitado o presidente da en-tidade, Antonio Oliveira Santos, em seu primeiro ato no cargo. Para divulgar a parceria, a Confe-deração Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) veicula na TV mais um filme da campanha Do Tamanho do Brasil, destacando, também, as ações desenvolvidas pelas três entidades na área de turismo.

O Projeto de Lei que estabelece a Política Nacional de Turismo, também conhecido como a Lei Geral do Turismo, é aprovado por unanimidade pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidada-nia do Senado em 9 de julho. O texto, que unifica diferentes leis, decretos e matérias superpostas entre União, estados e municí-pios, é sancionado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da

Silva, em cerimônia realizada no dia 17 de setembro, no Palácio do Planalto, da qual participa o presi-dente da CNC, Antonio Oliveira Santos, já que a entidade tem participação ativa na redação da nova Lei. Também em setembro, entre os dias 22 e 28, é realizada a II Semana Nacional do Turismo nas dependências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com uma exposição de fotos e ví-deos sobre o tema O Turismo em Busca da Ecoeficiência. A iniciativa, coordenada pela Assessoria junto ao Poder Legislativo da CNC, é realizada em parceria com a Comissão de Turismo e Despor-to da Câmara dos Deputados, a Comissão de De s envo l v i -mento Regio-nal e Turismo do Senado Fe-deral e a Frente Parlamentar de Turismo.

Os desafios a serem enfrenta-dos pelo Brasil para a realiza-

ção da Copa do Mundo em 2014 e as oportunidades de promoção do turismo nacional pré e pós evento são os temas abordados pelo X Congresso Brasileiro da Atividade Turística (CBRATUR), em 25 de novembro, no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Depu-tados. A iniciativa, coordenada pela Assessoria Junto ao Poder Legislativo da CNC, é resultado de parceria entre a entidade e a Comissão de Turismo e Despor-to da Câmara dos Deputados, a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado e as Frentes Parlamentares do Turismo e do Esporte.

Antonio Oliveira Santos, presidente da CNC, com o ministro do Turismo, Luiz Barretto, e o presidente Lula, na assinatura da Lei Geral do Turismo

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CNC ajuíza ADI para defender os direitos dos empresários do setor terciário

Parceria CNC/Sebrae lança estudo com perfil do comércio

Mais serviços à disposição dos empresários

Por definição, a Ação Direta de Inconstituciona-lidade (ADIn ou ADI) é um instrumento utilizado contra leis ou atos normativos federais ou estaduais que contrariem a Constituição Federal. Exercida perante o Supremo Tribunal Federal (STF), tem utilização restrita a alguns órgãos, entre eles as Confederações sindicais. Ao longo de 2008, a Con-federação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) ajuíza algumas ações desse tipo, visando a defesa dos direitos dos empresários do setor terciário. A primeira delas, em 10 de abril, tem como objetivo suspender e declarar a incons-titucionalidade da Portaria 186 do Ministério do Trabalho e Emprego, que estabelecia regras para a constituição de sindicatos, federações e confe-derações, admitindo a existência de mais de uma entidade para o mesmo segmento na mesma base territorial. A suspensão da Portaria também tramita na Câmara dos Deputados, na forma de um projeto de decreto legislativo de autoria do deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP).

Em setembro, a Divisão Jurídica da CNC ingres-sa no STF com nova ADI contra a Lei nº 5.243/08, que instituíra a terça-feira de carnaval como feriado no Estado do Rio de Janeiro, o que elevaria o paga-mento de encargos trabalhistas para os empresários cujos estabelecimentos funcionam normalmente nesse dia, tais como os do segmento turístico, como hotéis e restaurantes. Sem a instituição legal da data como feriado, o comércio continuaria podendo funcionar, mas as empresas teriam encargos meno-res. Duas outras ações questionando a legalidade dos feriados fluminenses – de 23 de abril (Dia de São Jorge) e de 20 de novembro (Consciência Ne-gra) – também aguardam decisão de ministros do Supremo. A Lei estadual nº 5.273/08, do Rio de Janeiro, que obriga as empresas de comércio varejis-ta, atacadista e de TV por assinatura que possuem serviços de atendimento ao consumidor a colocar à disposição dos clientes fluminenses atendimento gratuito, por prefixo 0800, também é objeto de ADI por parte da CNC, que entende a medida como uma intervenção na ordem econômica.

A parceria estabelecida pela CNC com o Sebrae Nacional rende frutos, e as entidades lançam, em outubro, o estudo A Competitividade nos Setores do Comércio, Serviços e Turismo no Brasil: Perspectivas 2007 – 2015, que traz um amplo raio-X do setor terciário brasileiro, identificando obstáculos que impedem o crescimento do setor e traçando perspec-tivas até 2015, com o objetivo de desenvolver uma agenda para nortear governos e organismos privados na formulação de políticas públicas, ações e estratégias que estimulem o cresci-

mento e o desenvolvi-mento do comércio e do País. O objetivo é permitir que o co-mércio consolide-se como o grande protagonista do desenvolvimen-to produtivo brasileiro.

Os serviços de análise de crédito oferecidos pela CNC aos empresários do comércio ganham um novo reforço com a assinatura da parceria com a Serasa, dona do maior banco de dados da América Latina sobre consumidores, empresas e grupos eco-nômicos. A nova parceria faz parte da estratégia da CNC de ampliar a oferta de produtos e serviços aos empresários, a fim de consolidar sua representativi-dade perante o Sistema Comércio, e complementa o trabalho na área de análise de crédito já feito com a Equifax. O termo de intenções é assinado na sede da CNC, em Brasília, no dia 14 de novembro, pelo presidente Antônio Oliveira Santos e pelo gerente de Expansão de Mercados da Serasa, Gerson Nunes de Lima. As Federações do comércio de Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Rio de Janei-ro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo já aderem ao novo convênio.

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Câmaras de Comércio

Seminário Mesa Brasil Sesc debate a importância e a eficácia das políticas de segurança alimentar implantadas no País

Novidades nos produtos Equifax

Homenagem aos 20 anos da Constituição Federal

O presidente do Sistema CNC/Sesc/Senac, Antonio Oliveira Santos, recebe a certificação de Parceiro do Programa Fome Zero

Criadas para oferecer estudos e sugestões para a atuação política da CNC no que diz respeito à defesa de suas categorias econômicas, as Câmaras Brasileiras do Comércio da entidade realizam encontros ao longo de 2008. Em agosto, a Câmara Brasileira de Tecnologia da Informação (CBTI) reúne-se para tratar do Progra-ma de Aplicação Fiscal (PAF), proposto pelo Confaz, e a proposta de substitutivo do Senado ao Projeto de Lei nº 89/09 da Câmara dos Deputados, que trata de crimes virtuais. Também em agosto, a então proposta de reforma tributária é apresentada pelo relator da Co-missão Especial da Câmara dos Deputados que trata do assunto, Sandro Mabel (PR-GO), aos integrantes da Câmara Brasileira de Serviços Terceirizáveis (CBST). Já a Câmara Brasileira do Comércio de Produtos Óp-ticos (CBÓPTICA) trabalha pelo detalhamento dos projetos Ação Legal, de combate à ilegalidade, clan-destinidade e comércio irregular de produtos ópticos, e fortalecimento do Sindiópticas, definidos no Plano de Ação da Câmara para 2008. Outras seis Câmaras do Comércio também se reúnem no decorrer do ano para tratar de assuntos relevantes para seus setores: Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários, Câmara Brasileira de Turismo, Câmara Brasileira de Produtos Farmacêuticos, Câmara Brasileira de Mate-riais de Construção, Câmara Brasileira do Comércio de Serviços de Telecomunicações e Câmara Brasileira dos Corretores de Seguros.

É realizado na CNC de Brasília, nos dias 8 e 9 de outubro, o Seminário Mesa Brasil Sesc – Segurança Alimentar e Nutricional: Desafios e Estratégias, que reúne mais de 350 pessoas no debate sobre a crise mundial de alimentos e a insegurança alimentar e nutricional, além dos desafios e estratégias dos programas de combate à fome e ao desperdício de alimentos. O programa, que atende 1 milhão de pessoas por dia, levando alimentos de 3,1 mil empresas parceiras a 5,1 mil entidades assistidas, totalizando 32 milhões de quilos de alimentos por ano, é um dos principais parceiros do Fome Zero, do Governo Federal.

Ao longo de 2008, a parceria com a Equifax é intensificada, e as informações oferecidas em alguns produtos são ampliadas, atendendo às sugestões feitas pelas Federações e Sindicatos. No encerramento do ano, o faturamento bruto da parceria seria 170% maior que o de 2007, e a receita líquida gerada pela comercialização dos produtos Equifax cresceria 85% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Entre os dias 6 de outubro e 2 de novembro, o Salão Negro do Congresso Nacional, em Brasília, sedia a Exposição Comemorativa dos 20 anos da Constituição Cidadã – evento realizado em par-ceria com o Sistema CNC/Sesc/Senac. Vídeos, imagens e documentos da época são apresentados aos visitantes. No mesmo período, a Topbooks lança, no Rio de Janeiro, A Carta da Democracia: o processo constituinte da ordem pública de 1988, livro de Júlio Aurélio Vianna Lopes, que tem prefácio de Bernardo Cabral, consultor da Presidência da CNC que, à época, foi eleito relator da Assem-bléia Nacional Constituinte.

Acordo amplia a oferta de vagas gratuitas nos cursos técnicos para formação básica e continuada a alunos e trabalhadores de baixa renda

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Acordo amplia oferta de cursos gratuitos no Sistema S

2008 ficará marcado pela ce-lebração de um acordo pioneiro entre Governo e representantes da CNC e da CNI que permitiu a primeira reforma nos regulamentos de Sesc, Senac, Sesi e Senai desde sua criação, há mais de 60 anos. O acordo – que “consolida o espírito e a filosofia com os quais o Sistema S foi criado”, como destaca o presi-dente da CNC, Antonio Oliveira Santos – permite a ampliação da oferta de vagas gratuitas nos cursos técnicos para formação básica e continuada a alunos e trabalhado-res de baixa renda. Precedido por extensos debates com o Governo, em reuniões realizadas de maio a julho deste ano, o acordo é ratifi-cado com a assinatura de quatro decretos presidenciais, no dia 5 de novembro.

Na prática, jovens e adultos terão mais oportunidades de se qua-lificar em cursos gratuitos, ofereci-dos em módulos pelo Senac e pelo Senai, por meio de um itinerário formativo com foco em atender as demandas do mercado de trabalho. Além da formação, estão incluídas no acordo ações educativas que

envolvam lazer, cultura e esporte, a serem desenvolvidas pelo Sesc e pelo Sesi. Os beneficiados serão os cidadãos de baixa renda – cuja renda familiar mensal per capita não ultrapasse 1,5 salário mínimo federal –, matriculados ou egressos da educação básica, e trabalhadores empregados ou desempregados.

Por meio do Programa Senac de Gratuidade, a instituição compromete-se a alocar parcela de seus recursos líquidos oriundos da contribuição compulsória à oferta de vagas gratuitas em cursos de Formação Inicial e Continuada e de Educação Profissional Técnica de Nível Médio. Em 2009, primei-

SEGS encerra Ciclo 2008Após oito meses de atividades, o ciclo 2008 do

SEGS é encerrado em 15 de dezembro, ao fim do prazo para a realização das avaliações de consenso. Inédito no sistema sindical brasileiro, o projeto, iniciado em abril, permite às entidades participantes realizar um amplo diagnóstico gerencial e implementar planos de melhoria. Parte integrante do Plano Estratégico 2007-2020 do Sistema CNC, o SEGS tinha como meta alcançar 27 federações e 190 sindicatos do Sicomercio até 2010. Já em 2008, porém, conta com a adesão de 32 federações e mais de 400 sindicatos.

As Federações que enviaram, até o dia 15 de de-zembro, os resultados de sua avaliação de consenso ao Deplan receberão o certificado de Entidade Rumo à Excelência na Gestão Sindical, que será concedido pela presidência da CNC na reunião de diretoria de janeiro. A entrega do certificado aos Sindicatos será feita pelas Federações às quais estão filiados, de acordo com cronograma definido por estas.

Em março, terá início o Ciclo 2009, com a realização de um novo encontro de multiplicadores, em que será discutido o cronograma de ações para o ano.

ro ano de implantação do PSG, o percentual de recursos destinados será de 20%. Nos anos seguintes, haverá um aumento gradual: 25% em 2010, 35% em 2011, 45% em 2012, 55% em 2013 e 66,67% em 2014.

O Sesc assume o compromisso de aplicar um terço de sua receita líquida em educação básica e con-tinuada e em ações educacionais desenvolvidas em seus programas, na escala de 10% em 2009, 15% em 2010, 20% em 2011, 25% em 2012, 30% em 2013 e 33,3% em 2014. A metade desses valores será destina-da à gratuidade de estudantes de baixa renda.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) ingressou no Su-premo Tribunal Federal com uma Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) em que contesta a exigência de depósito prévio na interposição de recursos, na esfera administra-tiva, contra multas aplicadas em autuações feitas pelas Delegacias Regionais do Trabalho. O objetivo é impedir que os empresários sejam obrigados a depositar, como pre-visto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o valor integral das multas, caso queiram recorrer administrativamente de supostas infrações trabalhistas. O recurso deve ser interposto no prazo de 10 dias, a contar do recebimento da notificação, e só terá seguimento se a empresa comprovar o depósi-to no valor da multa. Na ação, a CNC argumenta que a exigência do depósito prévio viola o princí-pio da ampla defesa, já que antes de iniciar o recurso administrativo as empresas são obrigadas a imobi-lizar montantes elevados.

“O depósito torna involuntá-rio o pagamento de uma infra-ção presumida que ainda está em discussão”, afirma o chefe

da Divisão Sindical da CNC, Dolimar Pimentel, explicando que a rejeição do recurso admi-nistrativo implica a conversão do depósito em renda – uma autorização legal que leva o empresário a involuntariamente pagar a multa antes de levar a questão à Justiça. Nesse caso, para garantir o prosseguimento do recurso de defesa, a saída para o autuado é ingressar na Justiça com um mandado de segurança questionando a autu-ação e impedindo que o depósito seja convertido. Na prática, isso representa uma dor de cabeça a mais para as empresas, sobretu-do se forem levados em conta os altos valores estipulados para as multas, que podem chegar a até R$ 40 mil, como no caso da não entrega da Rais no prazo previs-to. “É preciso ter agilidade para prosseguir com o questionamen-to da multa”, diz Pimentel.

O advogado Guilherme Köpfer de Souza, que assina a ação ajui-zada pela CNC, levanta ainda uma outra questão: condicionar o recebimento do recurso admi-nistrativo à comprovação do de-pósito integral do valor da multa aplicada “compromete o exercício

do direito de petição, gênero no qual o pleito administrativo está inserido, independentemente do pagamento de taxas”. “É inad-missível excluir de tal garantia as empresas que não possuem condições financeiras de efetuar o depósito prévio do valor da multa”, argumenta.

No Supremo, a ação ain-da aguarda julgamento, mas a situação deve ser favorável ao pleito da CNC, que pretende estender à esfera trabalhista o en-tendimento dos ministros quanto à exigência do depósito como pressuposto de admissibilidade de recursos administrativos. No ano de 2008, o depósito prévio para a interposição de recursos administrativos contra autuações do fisco, ou seja, no Conselho de Contribuintes, foi considerado inconstitucional. Desde então, a exigência foi derrubada tanto para os recursos administrativos fiscais quanto para os previden-ciários. A questão é discutida há tempos na Justiça do Trabalho, onde diversos acórdãos em tribu-nais regionais (TRT) asseguram o recurso por parte das empresas sem o depósito integral do valor da autuação.

Depósito prévio para a contestação de multas trabalhistas pode acabar

CNC ajuíza ação em que contesta a obrigatoriedade de as empresas depositarem o valor de multas aplicadas pelas Delegacias Regionais do Trabalho como

condição para recorrer da autuação

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Ano IX No 108Janeiro de 2009

APEL / APEX

térios – o das Relações Exteriores e o da Fazenda. O texto do Pro-jeto prevê a criação do Conselho como um órgão federal vinculado ao Ministério do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio Exterior, com poderes para aplicar direitos antidumping, medidas compensa-tórias, provisórias ou definitivas, e salvaguardas. De acordo com o parecer da Apel, o relator da ma-téria, senador Aloizio Mercadan-te (PT-SP), ressaltou, no mesmo dia 25, que o Projeto tem o apoio do Governo.

Apresentado em 17 de de-zembro de 2007 naquela Casa legislativa, foi despachado às Comissões de Relações Exterio-res e Defesa Nacional (CRE), de Assuntos Econômicos (CAE) e de Constituição, Justiça e Ci-dadania (CCJ). Aprovado nas três Comissões, aguarda apenas apreciação suplementar na Co-missão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal. “Trata-se de formalidade e, nos termos das decisões terminativas das Comissões, está dispensado da apreciação pelo Plenário do Senado, seguindo diretamente para a apreciação da Câmara dos Deputados, na qualidade de Casa revisora”, destaca o parecer produzido pela Assessoria Junto ao Poder Legislativo (APEL) da CNC, assinado por Ênio Zampie-ri. Para o vice-presidente Finan-ceiro e de Relações Institucionais da CNC, Luiz Gil Siuffo, a cria-ção do Conselho preenche uma lacuna. “O empresariado não tem um órgão que possa defender seus interesses e impedir abusos“, frisa. Para ele, assim como existe o Con-selho de Defesa do Consumidor, os empresários também podem contar com aparato semelhante.

Após mudanças na Comissão de Assuntos Econômicos, o Pro-

jeto passou a ser autorizativo, de modo a atender ao previsto no artigo 61, § 1º, alínea e, da Cons-tituição Federal, que estabelece que são de iniciativa privativa do presidente da República as leis que criam ou extinguem órgãos da administração pública. Outra modificação foi feita na redação do artigo 4º, de forma a prever a possibilidade de o presidente da República rever as decisões do Conselho de Defesa Comercial, medida adequada ao artigo 84, incisos VII e VIII, da Consti-tuição, que definem as compe-tências exclusivas do presidente quanto à condução da política externa do País.

Apoio do GovernoDurante a discussão do Projeto

na CAE, em 25 de novembro do ano passado, o autor da proposi-ção, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), ressaltou que a burocra-cia está prejudicando a indústria nacional quando o assunto é comércio exterior, devido à len-tidão com a qual a Câmara de Comércio Exterior (CAMEX, que funciona no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) atua, já que sofre influência de repre-sentantes de outros dois minis-

Conselho de Defesa Comercial atuará em prol dos empresários

O Projeto de Lei nº 715/07 está na reta final para votação no Senado. O Conselho atuará como um órgão federal vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com poderes para aplicar direitos antidumping, medidas compensatórias, provisórias ou definitivas, e salvaguardas.

Francisco Dornelles: proposta de criação de Conselho será votada no Senado

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Ano IX No 108Janeiro de 2009

volvimento, Indústria e Comércio Exterior, e o subsecretário-geral das Comunidades Brasileiras no Exterior do Itamaraty, Oto Agri-pino Maia.

O Presidente do Conselho Nacional de Imigração (CNI), Paulo Sérgio de Almeida, viajou ao Japão, entre os dias 1º e 10 de novembro de 2008, acompanhado da conselheira representante da Confederação Nacional do Co-mércio de Bens, Serviços e Turis-mo, Marjolaine Canto, em missão do Ministério do Trabalho. F o -ram visitadas comunidades de brasileiros nas cidades de Tóquio, Nagoya e Ha-mamatsu. O Ministério do Trabalho, em ação con-junta com o Ministério das Relações Exterio-res, está negociando, junto ao governo do Japão, a implantação do Centro do Imigrante Brasi-

leiro naquele país, para melhor aten-der ao trabalhador migrante brasileiro, principalmente nas questões trabalhistas, de saúde e educação. A previsão é de que a abertura do Centro seja efetuada até o

fim de 2009.Além de

Marjolaine e do presidente

do Conselho, viajaram os conselheiros Marcos Quito,

representante do Ministério da Saúde, e Maurício Doval, repre-sentante do Ministério do Desen-

Japão terá Centro do Imigrante Brasileiro

Os 60 anos do turismo social do Sesc ganharam homenagem – um voto de louvor, na linguagem técnica da Câmara e do Senado – no fim de 2008. Em 17 de de-zembro, o presidente do Senado Federal, Garibaldi Alves, acatou o requerimento apresentado pelo senador Adelmir Santana sobre o assunto. “Conhecer as cinco regiões do Brasil e sua diversida-de cultural, a preços acessíveis, parece uma viagem improvável, mas o Sesc proporciona isso a sua clientela há seis décadas. As ações não se limitam ao turismo de lazer. Também são desenvol-vidos o turismo educacional, religioso, cultural, de saúde e o

Congresso homenageia turismo social do Sescturismo rural. Trabalhando junto com técnicos do Governo Fede-ral, o Sesc teve êxito na inclusão do turismo social no Plano Nacio-nal do Turismo 2007/2010”, disse Santana em discurso no Senado, no dia 22.

Já na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos De-putados o voto de louvor foi apresentado pelo deputado Alex Canziani (PTB-PR), presidente da Frente Parlamentar do Tu-rismo da Casa; aprovado em 17 de dezembro, transformou-se em uma homenagem da Comissão. Canziani destacou em seu reque-rimento que as atividades do Sesc na área de turismo iniciaram-se

em 1948, com a inauguração da primeira colônia de férias em Bertioga (SP).

A deputada Lídice da Mata ho-menageou o Sesc na Câmara, em sessão também do dia 17: “Com toda a experiência acumulada nessa trajetória de 60 anos, o Sesc, juntamente com a CNC e o Senac, vêm desenvolvendo um trabalho de parceria com a Comissão de Tu-rismo e Desporto da Câmara dos Deputados e a Comissão de De-senvolvimento Regional e Turismo do Senado, o que tem permitido a realização de discussões e a imple-mentação de políticas públicas para o desenvolvimento socioeconômi-co do Brasil”, declarou.

Objetivo é melhorar o atendimento ao trabalhador

Reunião na Embaixada do Brasil em Tóquio com os representantes das Comunidades Brasileiras de Imigrantes

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Ano VIII No 105Outubro de 2008

Em novembro, os serviços de análise de crédito oferecidos pela CNC aos empresários do comér-cio ganharam um novo reforço com a assinatura da parceria com a Serasa, dona do maior banco de dados da América Latina sobre consumidores, empresas e grupos econômicos. A nova parceria faz parte da estratégia da CNC de am-pliar a oferta de produtos e serviços aos empresários, a fim de consolidar sua representatividade perante o Sistema Comércio, e complementa o trabalho na área de análise de crédito já feito com a Equifax.

O termo de intenções foi as-sinado na sede da CNC, em Brasília, no dia 14 de novembro, pelo presidente Antônio Oliveira Santos e pelo gerente de Expansão de Mercados da Serasa, Gerson Nunes de Lima. As Federações do Comércio de Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo já aderiram ao novo convênio.

Mais serviços à disposição dos empresários

EQUIFAX / SERASA / SEGS

Novidades nos produtos Equifax

Ao longo de 2008, a parceria com a Equifax foi intensificada, e as informações oferecidas em alguns produtos foram ampliadas, atendendo às sugestões feitas pelas Federações e Sindicatos. No encer-ramento do ano, o faturamento bruto da parceria foi 170% maior que o de 2007, e a receita líquida gerada pela comercialização dos produtos Equifax cresceu 85% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O Núcleo Gestor da parceria CNC/Sebrae disponibilizou os resultados dos projetos, consi-derando as realizações até 30 de dezembro de 2008. Os números abrangem todas as ações em desen-volvimento junto às Federações, em uma contribuição decisiva para a competitividade e a susten-tabilidade dos pequenos negócios dos setores de comércio, serviços e turismo.

No Projeto “Automação Co-mercial – Reprogramação”, datado de fevereiro de 2007, dos 401 cursos programados, foram realizados, até o momento, 371, representando 92% do total previsto. Das 4.050 empresas previstas em consultoria, foram atendidas 2.877, represen-tando uma realização de 71% do total programado. Destaca-se o desempenho obtido nas regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste, que estão com realizações acima de 95% do previsto.

Parceria CNC/Sebrae gera benefícios para empresários

Adelmir Santana é reconduzido à presidência do CDN/Sebrae

O senador Adelmir Santana, vice-pre-sidente da CNC, foi reconduzido a um novo mandato para exercer a presidência do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae. Presidente do Sistema Fecomer-cio-DF, que agrega Federação do Comér-cio de Bens, Serviços e Turismo, Sesc, Senac e Instituto Fecomercio no âmbito do Distrito Federal, Aldemir Santana permanecerá no cargo até 2010.

Já o Projeto “Conectar – Inte-gração Eletrônica para Negócios”, também de fevereiro de 2007, teve seus resultados incrementados nes-se último mês, chegando, assim, a níveis satisfatórios. Dos 197 cursos programados, foram realizados, até o momento, 173, represen-tando 88% do total previsto. Das 3.143 empresas previstas em con-sultoria, foram atendidas 1.073, representando uma realização de 34% do total programado.

O Projeto “Central de Ser-viços” encontra-se em fase de lançamento de edital de licitação para escolha de empresa privada que cuidará de sua operaciona-lização e comercialização. Já o estudo “A Competitividade nos Setores de Comércio, de Ser-viços e do Turismo no Brasil: Perspectivas até 2015” teve seu lançamento oficial realizado no dia 21 de outubro de 2008, na sede do Sebrae Nacional.

Núcleo Gestor da CNC comemora os resultados alcançados em 2008

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Ano IX No 108Janeiro de 2009

CONSELHO TÉCNICO

Um balanço dos principais temas discutidos ao longo do ano e o re-conhecimento das personalidades que mais se destacaram no setor da aviação civil no Brasil. A 9ª reunião do Seminário Nacional de Aviação Civil, em 8 de dezembro, no Rio de Janeiro, além de encerrar os trabalhos de 2008, foi marcada pela entrega do Troféu Asas da Paz/CTur-CNC.

O encontro, realizado no Au-ditório Silvio Pedroza, na CNC-RJ, foi presidido por João Flávio Pedrosa, do Conselho de Turismo (CTur) da entidade e presidente do Movimento Asas da Paz. Na composição da mesa dos trabalhos, os também conselheiros do CTur Eraldo Alves da Cruz, Luiz Brito Filho, Mauro Gandra e Gilson Campos, nomeados padrinhos dos agraciados com o Troféu Asas da Paz nas suas diferentes categorias. A reunião marcou também a entrega dos certificados de participação

A segunda parte do encontro foi dedicada à entrega do Troféu Asas da Paz aos destaques da Aviação Civil brasileira. Na categoria Memória Viva da Avia-ção, o prêmio foi para Oswaldo Trigueiros Júnior, presidente do Conselho de Turismo da CNC; representando o presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, o gerente de Promoção, Publicidade e Gestão da Marca da empresa, Adilson Nascimen-to, recebeu o troféu na categoria Tecnologia de Construção Aero-náutica; na categoria Jornalismo & Comunicação, um reconheci-mento à contribuição do empre-sário Roberto Irineu Marinho, presidente das Organizações Globo – o gerente de Projetos Sociais da Rede Globo, Raphael Vandstadt, recebeu o troféu; o professor Marcus Silva Reis, do Instituto do Ar, da Universida-de Estácio de Sá (UNESA), foi o premiado na Categoria Formação Profissional para a Aviação Civil; e, na categoria Empresário de Visão Aeronáutica, o troféu foi para Guilherme Paulus, presi-dente do Conselho de Adminis-tração da CVC, controladora da Webjet.

Balanço positivo na aviação civil Troféu reconhece contribuições para o setor

aos inscritos que compareceram a pelo menos duas das reuniões ao longo do ano e que ainda não haviam recebido esse documento de presença.

João Flávio Pedrosa agradeceu à CNC, em nome do Movimento Asas da Paz, por ter acolhido o seminário desde março. “A CNC nos recebeu, naquela ocasião, para ser palco de uma discussão que vinha a ocorrer em uma hora ain-da acidulada, com diversos lados profundamente afetados por dores e sofrimentos. E nós procuramos pacificar, trazer para as nossas reuniões as diversas opiniões, mas de forma a pacificar o ambiente da Aviação”, disse Pedrosa.

A qualidade dos debates trava-dos nas reuniões e a representa-tividade dos participantes, com a presença dos principais executivos das companhias aéreas brasileiras, foram aspectos destacados no semi-nário de encerramento.

Norton Lenhart, Oswaldo Trigueiros, acompanhado de seu neto, Arthur, e Eraldo Alves da Cruz: o grupo do Turismo da CNC João Pedroza e Oswaldo Trigueiros

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CONSELHO TÉCNICO

Política, educação, história, meio ambiente e, é claro, econo-mia. Estes foram alguns dos temas amplamente analisados pelo Con-selho Técnico da CNC ano passa-do. Na última reunião do grupo em 2008, realizada em 16 de dezembro, a conjuntura econômica pautou o debate; questões constitucionais e a situação dos emigrantes brasileiros também foram analisadas no mês. As atividades do grupo retornam em março deste ano.

2008 foi extraordinário do pon-to de vista econômico. Assim o conselheiro e ex-ministro Ernane Galvêas iniciou uma breve apre-sentação sobre a crise financeira internacional. “A partir de outu-bro começaram a acontecer os pri-meiros efeitos da recessão, que en-trou no País pela via do comércio exterior”, disse, para citar, como exemplo, o corte que os bancos estrangeiros fizeram nas linhas de crédito para bancos nacionais.

A queda dos preços de exporta-ção e a diminuição da demanda por produtos brasileiros foram outros fatores que sinalizaram a chegada da crise. Para Galvêas, a economia brasileira, no ano, teve comportamento dividido em duas partes: de janeiro a setembro foi satisfatório, e de outubro até o fim do ano já foram percebidos sinais de retração. “Isso indica que em 2009 haverá mais retração do que a expansão”, resumiu

Ainda sobre o comércio exte-rior, o conselheiro Roberto Fendt destacou que, diante da queda generalizada dos preços dos pro-dutos tanto de importação quanto de exportação, o volume total do comércio exterior vai encolher em 2009. “Há certo consenso de que as exportações poderão cair cerca de US$ 20 bilhões. A retração na demanda externa terá impacto sobre a produção e sobre o empre-go”. Segundo o economista, se as

exportações caírem na ordem de US$ 20 bilhões, o impacto sobre o emprego poderá alcançar mais de um milhão de pessoas, sobretudo em estados como São Paulo.

“Estamos numa situação em que o grau de incerteza é muito gran-de”, disse o conselheiro Luiz Ro-berto Cunha em sua participação. Segundo ele, no Brasil, em 2009, o setor externo não será, conforme ocorreu nos últimos anos, o motor do crescimento da economia. A redução da oferta de crédito e a suspensão dos projetos de inves-timentos – com o conseqüente efeito nos empregos – também foram problemas apontados pelo economista. “Falta ao empresário privado confiança para fazer inves-timentos. Mas, de qualquer forma, a idéia de um crescimento do PIB de 2,5% a 3% não está descartada, devido a fatores como o consumo das famílias e a redução dos gastos do Governo”, exemplificou.

Balanço técnico de 2008e conselhos para o futuro

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Uma análise detalhada das questões nacionais revela que muitas delas poderiam ser sanadas sem necessidade de ampla refor-ma constitucional, termo muito usado atualmente, e sim por meio de leis ordinárias ou complemen-tares, decretos do Executivo, por-tarias, resoluções ou circulares. “Na maioria dos casos dependem tão somente da ação dos governos, no uso de suas competências”, destacou Cid Heraclito de Quei-roz no início da palestra Terroris-mos constitucionais, orçamentários e fiscais, realizada em 9 de dezem-bro de 2008 no Conselho Técnico da CNC.

No caso da Carta Magna, a única forma de promover mu-

danças é por uso de emendas constitucionais; em 20 anos, a Constituição Brasileira já rece-beu 56 emendas. Para Cid Hera-clito, apesar de certas cláusulas – as chamadas pétreas – vedarem alterações súbitas e drásticas no texto constitucional, a compe-tência atribuída ao presidente da República para enviar propostas de emendas ao Congresso facilita e estimula os abusos. Segundo o conselheiro, o Governo deveria apresentar propostas sucintas, limitadas, cada uma delas, a um único tópico. “Na matéria tribu-tária, por exemplo, uma emenda para dispor sobre o ICMS, ou-tra para o Imposto de Renda, e assim por diante. Nesse caso, a

sociedade entenderia facilmente cada proposta, e o trabalho no Congresso seria muito facilita-do”, disse.

Na análise do especialista, quando o Governo anuncia propostas de reformas constitu-cionais para diferentes temas, alterando, suprimindo ou modi-ficando de uma só vez, está pra-ticando o “verdadeiro terrorismo constitucional”, não só porque anuncia um procedimento que a Constituição Federal não auto-riza, mas também porque o con-teúdo das pretendidas reformas, por ser extenso e técnico, não conquista a confiança da nossa sociedade e espelha o terror entre os contribuintes.

Soluções nacionais sem reformas constitucionais

Com base em informações de ONGs, atualizadas até 2008 por autoridades consulares, existem até 3,7 milhões de brasileiros emi-grantes espalhados pelo mundo, com predominância na América do Norte, seguida de Europa, América do Sul, Ásia e Oriente Médio. Em reduzidos contingen-tes, também estão na Oceania, na África e na América Central.

Brasileiros Emigrantes foi o tema da palestra apresentada em 02 de dezembro pelo conselheiro João Clemente Baena Soares, ex-secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). Segundo ele, as dificuldades

Brasileiros por todo o mundoencontradas pelos brasileiros no exterior são muitas, entre elas a preocupação dos países-destino com a segurança, a migração irregular e a indesejada desigual-dade no mercado de trabalho. “Carecemos de medidas amplas de orientação, na divulgação de leis e regulamentos do país de acolhimento, definição de direitos e deveres do emigrante”, elencou, sem deixar de citar como boas iniciativas a Subsecretaria-Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior (SGEB), do Ministério das Relações Exteriores, e a car-tilha Brasileiros e brasileiras no exterior: informações úteis, criada

sob a coordenação do Ministério do Trabalho e Emprego.

Baena apresentou mais nú-meros: para a América do Sul a estimativa máxima é de 766 mil brasileiros, sendo o Paraguai o destino mais procurado, com 515 mil brasileiros, estabelecidos na fronteira do país com os Estados de Mato Grosso do Sul e Paraná, exercendo atividades agrícolas. Segundo o conselheiro, as co-munidades de brasileiros no ex-terior contribuem para sustentar famílias e parentes nas regiões de origem. “O volume de remessas supera a receita do turismo recep-tivo brasileiro”, destacou.

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Coser recebeu o prêmio das mãos do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, que com-parou a trajetória do exportador com a de seu Estado natal. “O Espírito Santo foi um estado de desenvolvimento tardio em re-lação aos vizinhos. A economia local, com o passar dos anos, foi aquecendo, e hoje somos uma das mais importantes unidades da Federação. Somos referência em celulose e, mais recentemente, nos tornamos o segundo produ-tor de petró-leo do País. E o que Jair fez foi em-preende-

Jair Coser recebe Prêmio Mascate da CNCPresidente do Grupo Unicafé, maior exportador de café do Brasil e do mundo, empresário

capixaba foi homenageado pela diretoria da Confederação em 11 de dezembro, na CNC-RJ

dorismo. Esse é o combustível para o desenvol-vimento”, disse. “Muitos desde-nharam de nos-so negócio, mas tínhamos de ga-nhar dinheiro de alguma for-ma, e aquela era a única. Hoje, sou o maior ex-portador de café do mundo”, festejou Coser.

Segundo o empresário, a Uni-café produziu, nos últimos cinco anos, dois milhões de sacas de café, com exportações para 41

países. Em 40 anos de ativi-dades, a empresa produziu

o equivalente a 65 mi-lhões de sacas do grão

a um preço médio de US$ 117 cada, o

que gerou um faturamento

de aproxi-madamen-te US$ 7 bilhões no p e r í o d o . Em relação a 2009, o empresário afirmou que é responsa-bilidade do

Governo manter a saca do pro-duto em patamares favoráveis aos produtores. De acordo com Coser, a relação entre o preço do café e a cotação do dólar foi fundamental para manter o equilíbrio das contas no setor ano passado.

Instituído em 1964, o Prêmio Mascate é um troféu que repre-senta a figura de comerciantes pioneiros que vendiam, por todo o Brasil, produtos de uso pes soal e doméstico. Coser foi eleito por unanimidade para receber a honraria, uma homenagem do Sistema CNC/Sesc/Senac aos empresários que mais se destaca-ram por sua contribuição para o desenvolvimento do País. “Coser é um dos mais notáveis empresá-rios brasileiros”, declarou Anto-nio Oliveira Santos, presidente da CNC.

Jair Coser com outros três capixabas: Antonio Oliveira Santos, Paulo Hartung e Ernane Galvêas

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Trinta e cinco correspondentes estrangeiros participaram, em 5 de dezembro, de entrevista cole-tiva, na CNC-RJ, com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que falou sobre os problemas da pasta, particularmente a questão amazônica. O ministro apresen-tou o Fundo Amazônia e disse que pretende seguir com o plano, agora com novas alianças: “A flo-resta Amazônica é o maior esto-que de gás carbônico do mundo, e evitar a sua destruição impediria a emissão de 80 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera”. Minc também apresentou propostas do seu mandato para este ano, entre elas a etiqueta que alertará para a quantidade de energia gasta pelos automóveis, estimulando o exercí-cio do consumo consciente na es-colha do veículo, e a produção de motores para ônibus e caminhões, junto com o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com diminuição de emissão de enxofre no óleo diesel.

Na data, o embaixador da República Popular da China no Brasil, Chen Duqing, foi recebido pelo presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), An-tonio Oliveira Santos. A reunião precedeu a participação de Duqing no seminário, promovido pelo Instituto Brasileiro de Estudos da China e Ásia Pacífico (IBECAP) na Confederação.

“A reforma e a abertura política na China foram proativas e inde-pendentes, resultado da reflexão do partido e da necessidade de se abrir as portas”, disse o embaixa-dor, citando as mudanças liberais iniciadas em 1978 por Deng Xiao-ping, sucessor de Mao Tsé-tung. “Nestas três décadas consecutivas, o crescimento médio anual do PIB foi de 9,8%. Em 2007, o PIB da China chegou a US$ 3,38 trilhões, 66,7 vezes maior que o registrado em 1978, saltando para a quarta colocação no ranking mundial”, afirmou, para exemplificar os avan-ços obtidos no período. Segundo

China: 30 anos de reforma e abertura política revistas em seminário

Duqing, a previsão de crescimento do PIB chinês para 2008 é de 8%.

Carlos Tavares de Oliveira, assessor de Comércio Exterior da CNC e membro fundador do Ibecap, destacou, entre outras in-formações, que com as reformas a China construiu o maior sistema educacional do mundo, com 1,2 milhão de centros docentes e cerca de 400 milhões de alunos. Haroldo Lima, diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), participou do evento em substituição ao presi-dente da Comissão Parlamentar Brasil-China da Câmara dos De-putados, Aldo Rebelo.

Ao fim do seminário, que teve mediação do presidente do Ibe-cap, Severino Cabral, a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC) homenageou Carlos Tavares pelo seu trabalho em favor das relações e do inter-câmbio entre as duas nações. A diretora cultural da CCIBC, Uta Schwietzer, entregou uma placa de homenagem ao assessor.

A proposta do líder Deng Xiaoping, aprovada em março de 1979 pela Assembléia Nacional do Povo, que resultou na modernização do país, foi o tema do seminário China: reforma e abertura – Dezembro 1978/2008 – 30 anos, realizado em 17 de dezembro na CNC-RJ

Carlos Minc fala a correspondentes

estrangeirosAntonio Oliveira Santos, presidente da CNC, recebe o embaixador Chen Duqing, acompanhado dos consultores da Casa

Antonio Oliveira Santos, presidente da CNC, recebe o embaixador Chen Duqing, acompanhado dos consultores da Casa

Carlos Minc, em visita à CNC, com Paula Gobbi, presidente da ACIE

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DIVISÃO ECONÔMICA

faliram 4 mil bancos comerciais. Na crise atual, foram 19 institui-ções, nas quais os clientes estão protegidos pelos seguros de depó-sitos. A recessão da crise de 1929 durou 43 meses; hoje, a econo-mia tende a se recuperar a partir de meados de 2009. No passado, o desemprego chegou a 25%, e não havia seguro-desemprego; espera-se, atualmente, uma taxa de desocupação de 7,6%, com seguro-desemprego. Em 1929, o governo assistiu inerte à falên-cia das empresas; no presente, já injetou capital na economia para resgatar muitos negócios. Na época da Grande Depressão, o FED (banco central norte-americano) adotou um aperto na política monetária; agora, cortou as taxas de juros e injetou bilhões de dólares na economia. Na cri-se anterior, os Estados Unidos agiram praticamente sozinhos, ao contrário de hoje, quando os países reunidos planejam acordos conjuntos para solucionar a cri-se. Por fim, na época da quebra da Bolsa de Nova York os EUA tiveram de esperar três anos para a mudança de um presidente inerte às circunstâncias, e, em 2008, puderam optar por um presidente que já trabalhava na solução dos problemas antes de assumir o posto.

“Portanto, a grande diferença entre as duas crises está na ação coordenada dos governos e dos bancos centrais”, conclui o Traba-lho Técnico da Divisão Sindical.

DIVISÃO JURÍDICA

Pagamento diferenciado no cartão beneficia consumidorO fantasma da Grande De-

pressão de 1929 anda assustando muita gente em todo o mundo, por conta da crise econômica global. Mas, afinal, quais são as semelhanças e diferenças entre esses dois marcos históricos? O economista Bruno Pereira Fer-nandes, da Divisão Econômica da CNC, conseguiu sintetizar uma resposta, transformando seu trabalho técnico em uma chave que ajuda a compreender o assunto.

O artigo destaca duas seme-lhanças: ambas as crises tiveram origem no sistema financeiro e representaram queda na ativi-dade real – no caso da atual, um processo ainda em curso e

indefinido. Mas há grandes diferen-

ças. Segundo o art igo da Divisão Sin-dical, o ce-nário atual se caracte-riza como uma crise de securiti-zação, em que do i s terços dos

m e r c a d o s hipotecários situam-se no mercado se-curitizado.

Em 1933, prossegue

o estudo,

Aprendendo com o passado

Em trâmite no Congres-so, o Projeto de Lei do Senado no 213/07, de autoria do senador Adelmir Santana (DEM-DF) – que permite a fixação de preço diferen-ciado na venda de bens ou na pres-tação de serviços pagos com cartão de crédito em relação ao preço à vista –, foi um dos temas abordados no VIII Congresso Nacional do Ministério Público do Consumidor, realizado entre os dias 11 e 14 de novembro de 2008, em João Pessoa, no Estado da Paraíba.

“O Projeto trará benefícios para o consumidor, já que aquele que paga à vista acaba subsi-diando os custos de quem paga com cartão”, afirma a advogada Andréa S. Espíndola Ferreira da Costa, da Divisão Jurídica da CNC, que participou do evento. “Nossa presença no congresso foi importante e bastante benéfica para os interesses institucionais da entidade, na medida em que possibilitou a exposição, para membros das Promotorias de di-versos estados, das razões e dos fa-tos que levam o empresariado do comércio a defender a política de preços diferenciados, nos termos do Projeto”, diz. No congresso, Andréa frisou, entre outros ar-gumentos, que a prática de pre-ços diferenciados não é abusiva, já que não há obrigatoriedade para tal conduta, nos termos dos princípios constitucionais da livre iniciativa e da não intervenção do Estado na economia.

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tria, tratando-se de cooperativas organizadas para desenvolver ati-vidade que envolva transformação de matéria prima; o plano sindical da agricultura, no referente às cooperativas agrícolas; o plano sindical do comércio, na hipótese de cooperativas que atuem no comércio de bens, serviços e tu-rismo”, exemplifica.

O advogado explica que a criação de uma entidade sindical representante de cooperativas reuniria atividades como as já citadas acima, além de muitas ou-tras, como educação, habitação, consumo, que se projetam em di-versos planos sindicais, revelando a ausência de solidariedade de in-teresses econômicos daqueles que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, conforme prevê o parágrafo 1º do artigo 511 da CLT. “Desse modo, ainda que a representação sindical pudesse dar-se em função da forma de organização da atividade produti-va, o que não pode, vale indagar: como construir um instrumento normativo contemplando con-dições de trabalho para os que prestam serviços em setores que abrigam realidades tão diversas, todos passíveis de se organizar sob a forma de cooperativa?”, questio-

na Alain.

DIVISÃO SINDICAL

MP 447/08 alivia cumprimento da carga tributária

As sociedades cooperativas não constituem categoria econômica, não merecendo, com base na Cons-tituição Federal e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), repre-sentação sindical. “Estas entidades constituem uma forma de organi-zação para prestação de serviços, que podem ser os mais variados possíveis, não tendo, portanto, na-tureza sindical”, afirma Alain Alpin MacGregor, advogado da Divisão Sindical da CNC. “E é exatamente o que ocorre, visto que pululam cooperativas de crédito, transporte e comércio, por exemplo.” De acor-do com o especialista, não é juridi-camente possível criar uma entidade que não represente alguma categoria econômica ou profissional, como as previstas no Quadro de Atividades e Profissões a que se refere o artigo 577 da CLT. Além disso, existe ou-tro limite constitucional: o princípio da Unicidade Sindical, segundo o qual não pode haver duas entidades representantes da mesma categoria numa mesma base territorial. “A violação do princípio se projetaria em todos os ramos sindicais, como, por exemplo, o plano sindical das financeiras, no caso de cooperati-vas de crédito; o plano sindical dos transportes, no que toca às coopera-tivas de transportes; o plano sindical da indús-

Cooperativas não possuem natureza sindical

Um dos grandes problemas enfrentados pelos empresários brasileiros, o pagamento da alta carga tributária no Brasil ganha novas cores com a Medida Pro-visória no 447, de 14 de novem-bro de 2008, que altera o prazo de pagamento dos impostos e contribuições federais. “A MP 447/08 beneficia as empresas brasileiras, pois fará com que elas tenham um prazo maior para o pagamento dos impostos e contribuições federais. Esti-mativas iniciais do Ministério da Fazenda indicam que a ado-ção dos prazos maiores para o recolhimento de impostos deve injetar cerca de R$ 21 bilhões no caixa das empresas brasileiras”, afirma o advogado Francisco Guilherme Braga de Mesquita, da Divisão Jurídica da CNC.

O alargamento dos prazos para recolhimento dos tribu-tos federais é um dos grandes destaques da medida, mas não é o único, de acordo com o es-pecialista: para Mesquita, a MP 447/08 é também uma medida de combate à crise financeira internacional. “O Governo Brasileiro procurou implemen-tar, em caráter de urgência, instrumentos que fortaleçam as empresas nacionais, para que mantenham os investimentos e o nível da atividade econô-mica, bem como reduzam a possibilidade de contaminação externa”, esclarece.

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Fecomercio Minas celebra 70 anos de fundação

A Fecomercio Minas com-pletou 70 anos em dezembro. Dirigentes da entidade e dos Sin-dicatos Filiados, além de represen-tantes de instituições co-parceiras e autoridades, celebraram a data na sede, em Belo Horizonte. O evento também contou com a presença do vice-presidente da República, José Alencar, que foi o orador oficial da solenidade, e do vice-governador do Estado, Antonio Augusto Anastasia.

O presidente da Fecomercio Minas, Renato Rossi, entregou uma placa de agradecimento aos presidentes de cada um dos 29 Sindicatos filiados pela construção da história de 70 anos de luta em

FEDERAÇÕES

no Jockey Club, no Centro do Rio, no último dia 8 de dezem-bro, com a presença de cerca de 150 empresários do setor.

Segundo o presidente da Fecomercio-RJ, Orlando Diniz, a premiação pretende valorizar e estimular as contribuições das pessoas jurídicas do co-mércio para o incremento da qualificação do setor, do de-senvolvimento econômico do Estado e do bem-estar de toda a sociedade.

Compareceram ao evento o vice-presidente da República, José Alencar, e o vice-governador

do Estado, Antonio Augusto Anastasia

defesa do segmento representado. “Esse marco de sua evolução e maturidade institucional significa a mais pura tradução de muito es-forço, trabalho intenso e devotado em prol do Comércio Mineiro.”

Durante o evento comemorati-vo, José Alencar declarou satisfação ao voltar à Federação do Comércio. “Conheço esta casa há muito tem-po; ela já estava aqui nos anos 50, quando me prestou serviços.”

Estiveram presentes, também, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, desem-bargador Paulo Roberto Sifuentes Costa, e o Arcebispo Emérito de Belo Horizonte, Dom Serafim Fer-nandes de Araújo.

O setor de comércio de bens e serviços contribui para a econo-mia do Estado com quase 60% do seu Produto Interno Bruto. São mais de 300 mil estabeleci-mentos, gerando cerca de 800 mil empregos diretos, além de ser o setor que mais cria novos empreendimentos e postos de trabalho, sobretudo no segmen-to de micro, pequenas e médias empresas.

De acordo com José Alencar, essa maturidade conquistada pela Fecomercio Minas eviden-cia sua importância e vocação para a abertura de caminhos e avanços que se projetam em expansão e inovação.

A Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro está promovendo, em parceria com o jornal O Globo, o Prêmio Feco-mercio-RJ 2008. O lançamento do prêmio aconteceu em almoço

Fecomercio-RJ premiará empresasO prêmio será concedido em dois

segmentos: comércio de bens e co-mércio de serviços. Os inscritos serão divididos em cinco categorias, confor-me o número de funcionários.

Os grandes finalistas serão co-nhecidos em uma cerimônia de premiação na segunda quinzena de abril de 2009, em data e local a serem definidos.

As inscrições podem ser feitas, gratuitamente, até o dia 10 de feve-reiro de 2009, no site www.oglobo.com.br/premiofecomerciorj. Orlando Diniz

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Fecomercio-PE realiza Missão à Índia

Em sua 13ª missão, a delega-ção da Missão Empresarial Nor-deste do Brasil foi à Índia no dia 11 de novembro, com o objetivo de reforçar a relação comercial e cultural entre o Brasil e a Índia, já que os investimentos de indianos no Brasil têm crescido bastante nos últimos anos. Segundo o embaixador do Brasil na Índia, Marco Antonio Diniz Brandão, a representação diplomática Brasileira em Nova Déli concede uma média de 30 a 40 vistos de negócios por dia para indianos com destino ao Brasil, volume considerado expressivo.

Ainda de acordo com Bran-dão, infelizmente, a recíproca não é verdadeira. “Seria impor-tante que os brasileiros fizessem o caminho inverso. Os brasileiros precisam buscar mais o mercado indiano. O Brasil precisa divul-

gar mais sua imagem na Índia”, disse. O embaixador deixou claro em seu discurso que, por ser um mercado em expansão que exige conhecimento, é muito importan-te que mais delegações como a da Fecomercio-PE visitem a Índia.

De acordo com o pre-sidente da Fecomer-cio-PE, Josias Albu-querque, o estreita-mento das relações entre Brasil e Índia visa, também, que o Estado de Pernam-buco seja favorecido com o crescimento econô-mico do país asiático.

No segundo dia da missão em Nova Déli, parte da delegação participou de uma vi-sita técnica à India Brand Equity Foundation (IBEF), representante da Confederação Nacional das

Indústrias da Índia, cujo objetivo é, basicamente, criar e difundir uma imagem positiva da economia do país.

Além de visitas técnicas, a Fecomercio-PE realizou rodadas de negócios e dois seminários so-

bre oportunidades de inves-timentos e de negócios

no Nordeste do Brasil. Um deles, realizado em parceria com o Sebrae no Hotel Oberoi, contou com

a presença do gover-nador de Pernambu-

co, Eduardo Campos, e do secretário de Desenvol-vimento Econômico do Estado, Fernando Bezerra

Coelho, que estavam em viagem de trabalho aos Emirados Árabes Unidos e à Índia.

Além do presidente da Feco-mercio-PE, Josias Albuquerque, que comandou a visita, e do pre-sidente da Federação das Indús-trias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Jorge Côrte Real, par-ticiparam da visita o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Per-nambuco (FACEP), Sarto Carva-lho, o superintendente do Sebrae Pernambuco, Murilo Guerra, o diretor da Fecomercio-PE Alex Costa, entre outros.

Comitiva promove, em Nova Déli, oportunidades de negócios no Nordeste do Brasil. A Índia é, hoje, a quarta economia do mundo em poder de compra. Ao Brasil interessa

o crescimento da relação bilateral entre os países

Comitiva da missão durante visita de boas-vindas à Embaixada do Brasil em Nova Déli

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DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Localizado a 13 km de Aracaju, o Município de Nossa Senhora do So-corro conta, agora, com uma moderna unidade do Sesc. Foi inaugurado, no dia 16 de dezembro, o Centro de Atividades Antonio Oliveira Santos, trazendo mais qualidade de vida para os comer-ciários e para a popula-ção daquele Município sergipano. A solenidade contou com a presença de autoridades locais e nacionais, entre elas o governador do Es-tado, Marcelo Déda.

O presidente do Sistema Fe-comercio/Sesc/Senac em Sergi-pe, Hugo França, declarou que a escolha do Município para a instalação da maior unidade do Sesc no Estado deve-se ao co-mércio pujante da cidade, que eleva Nossa Senhora do Socorro à posição de segunda maior con-tribuinte do Serviço Social do Comércio, ficando atrás apenas de Aracaju. “Trouxemos para esta comunidade, e em especial para a clientela comerciária, todas as ações do Sesc nas áreas de cultura, educação, lazer e esportes”, disse França.

Sesc inaugura unidade em SergipeCentro de Atividades tem 4.200 m² e recebeu o nome de Antônio Oliveira Santos, em homenagem ao presidente da CNC. Para o governador do Estado, Marcelo Déda, “essa parceria com o setor privado só

tem a contribuir para a preparação de um Brasil melhor”

São 4.200 m² de área construí-da, composta, ainda, por dois nú-cleos: um de educação e outro de lazer. A estrutura dispõe de salas de aula para educação infantil e de jovens e adultos, laboratórios de informática e ciências, con-sultórios odontológico e médico, biblioteca, auditório, academia, piscinas, quadra de esportes, re-feitório, lanchonetes, vestiário, entre outros recursos.

Segundo a assessoria do Sesc-SE, o nome de Antonio Oliveira Santos, presidente da Confedera-ção Nacional do Comércio, foi unanimemente referendado pelos conselheiros da instituição no dia 27 de agosto de 2008, para desig-nar o novo Centro de Atividades de Socorro – uma homenagem pe-los relevantes serviços prestados

ante a CNC, o Sesc, a classe empresarial e, em especial, o comer-ciário brasileiro, além do apoio a todos os projetos e empreen-dimentos pleiteados pelo Sesc no Estado.

Antonio Oli veira S a n t o s d e s t a c o u a missão do Sesc. “Agradeço ao presi-dente Hugo França e demais conselheiros da Fecomercio pela homenagem. Escolher

meu nome dentre tantos para esta magnífica construção é uma honra. Acredito fielmente na qualidade dos serviços que serão prestados nesta casa, porque, afinal de contas, há 60 anos esta é a missão do Sesc: trabalhar pela qualidade de vida da classe comerciária”, afirmou.

O governador Marcelo Déda disse que a instalação do Centro de Atividades em Socorro sig-nifica uma intervenção positiva para a expansão da cidade. “A instalação desta Unidade em So-corro não poderia vir em melhor hora, pois esta é uma cidade que padece de problemas. Essa par-ceria com o setor privado só tem a contribuir para a preparação de um Brasil melhor”, disse o governador.

Presidente Hugo França é cumprimentado após descerramentoda placa inaugural

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Alagoas terá restaurante-escola do Senac

A cidade de Maceió, em Ala-goas, terá, em breve, um restau-rante-escola do Senac. O Alagoas Iate Clube será transformado em restaurante-escola pelo Sistema Fecomercio e pelo Governo do Estado. A execução da obra deve levar entre um ano e 18 meses.

A proposta, disse o presiden-te da Fecomercio-AL, Wilton Malta, é formar 1.260 profis-sionais por ano. Os recursos para a viabilização do Centro Gastronômico estão assegurados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), da ordem de R$ 4 milhões. “Temos o projeto e toda a programação acadêmica pronta, e os recursos da CNC, por meio do Senac e do Sesc Ala-goas”, informou Malta.

A desapropriação do Alagoas Iate Clube, no bairro da Ponta

Verde, foi publicada na edição do Diário Oficial do Estado de 17 de dezembro de 2008. Com esse de-creto, será possível tornar realidade o primeiro restaurante-escola de Alagoas. O projeto foi apresentado pela Federação do Comércio do Es-tado de Alagoas (Fecomercio-AL) e adotado pelo Governo daquele Es-tado. Os recursos para a execução do projeto serão do Estado.

Conforme o decreto do go-vernador Teotonio Vilela Filho, a desapropriação é por utilidade pública, para implantação do Centro de Gastronomia Alagoana, Escola Náutica Integrada com as piscinas naturais da orla da Ponta Verde/Pajuçara. Os projetos serão administrados pelo Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Comercial (SENAC-AL), integrante do Sis-tema Fecomercio Sesc/Senac e Instituto Fecomercio.

O presidente da Fecomercio-AL, Wilton Malta, destacou, ainda, a importância do projeto para o desenvolvimento do tu-rismo local, pois formará mão-de-obra especializada. Entre os cursos que serão oferecidos estão: cozinheiro, auxiliar de cozinha, camareira, barman, agentes de receptivo e pós-gra-duação em culinária nordestina, entre outros.

De acordo com o diretor re-gional do Senac-AL, Arkiman Pires, o aluno vai se especializar em culinária alagoana. “O foco é criar uma identidade cultural da culinária alagoana, fortalecer essa idéia do roteiro turístico gastronômico em Alagoas”, ex-plicou. O projeto prevê um salão com 80 mesas e 10 salas de aula, além de quatro laboratórios.

No prazo de um ano e meio, serão oferecidos cursos de cozinheiro, camareira, barman e até pós-graduação em culinária nordestina.

Restaurante-escola do Senac, em Maceió: proposta para a formação de mais de 1,2 mil profissionais por ano

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Se existe uma palavra que define o clima das confraternizações de final de ano realizadas pela CNC, é alegria. Em Brasília, cerca de 70 funcionários, e, no Rio, outros 250 reuniram-se para celebrar o final de mais um ano de trabalho.

No Rio, o coral da CNC fez uma apresen-tação logo no início da festa, cantando de Jorge BenJor a Crystal Lewis e seu tradicional “Oh, Happy Day”.

Os funcionários comemora-ram bastante o sorteio de pre-sentes, promovido pela CNC, e dançaram músicas que iam dos agitados anos 70 aos 90, pas-sando por ritmos como funk e samba.

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Os diretores e consultores da CNC também reuniram-se para comemorar o final de 2008 em jantar dançante realizado no Hotel Pestana, no Rio de Janeiro, do qual participaram os presidentes das Federações filiadas à entidade, acompanhados de suas esposas.

no Rio e em Brasília!35

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1 - Eliane Santos, Maria Helena China Freire, Cristinalice de Oliveira e Carmen Silvia Gomes Teixeira;

2 - Zorilda Leal Schall, Ana Paula Tomazzetti e Fátima Freire;

3 - Graça Oliveira Santos e Sônia Guimarães;

4 - Ernane Galvêas, sra. Antônio Airton Oliveira Dias e neta;

5 - Maria do Rosário Lyrio Rezende, Cristina Goldschmidt, Eraldo Alves da Cruz, Maria José Leite Pereira, Mariângela de Oliveira Gonçalves, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues;

6 - José Roberto Tadros cumprimenta Graça Oliveira Santos; ao fundo, Walker Carvalho e Canuto Medeiros de Castro;

7 - Bernardo Chamoun, Cristina Calmon e Daniel Lopez;

8 - Patrícia Duque, Lenoura Schmidt e João Augusto de Souza Lima;

9 - Jerfferson Simões, Leandro Domingos Teixeira Pinto, José Arteiro da Silva, Ari Bittencourt, Luis Gastão Bittencourt da Silva e Antonio Oliveira Santos;

10 - Cid Heráclito de Queiroz, Adelmir Santana e Marco Aurélio Sprovieri;

11 - Graça e Antonio Oliveira Santos, Maria do Rosário Lyrio Rezende, Mariângela de Oliveira Gonçalves, Bernardo Cabral e Adelmir Santana;

12 - Antônio Airton Oliveira Dias, Renato Rossi, Wilton Malta de Almeida, Flávio Sabbadini e Canuto Medeiros de Castro;

13- Antonio Oliveira Santos, Cléa Beranger Maceió, Ronan Ramos, Carlos Thadeu de Freitas e Roberto Velloso;

14 - Marcos Cesar, Leandro Domingos Teixeira Pinto, Hugo de Carvalho e Francisco Teixeira Linhares;

15 - Sr. e sra. Carlos Fernando Amaral;

16 - Sr. e sra. Gil Siuffo; 17 - Sr. e sra. Flávio Sabbadini

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