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O abandono do jovem para a permanência e vivência de valores culturais do homem do campo

O abandono do jovem para a permanência e vivência de ... · gran importancia, es esperar una idea de que los estudios culturales, fortalecer un lugar importante en el ámbito de

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O abandono do jovem para a permanência e vivência de valores culturais do homem

do campo

Associação dos Supervisores de Educação do Estado do Rio Grande do Sul

Diretoria:Presidente: Yolanda Pereira Morel

1ª Vice-Presidente: Zélia Dias Martins2º Vice-Presidente: Daniela Pedra Mattos1ª Secretária: Lucia Elena Müller Ebling

2ª Secretária: Valdemira de Freitas Carpenedo1ª Tesoureira: Vanderlete Neves

2ª Tesoureira: Leci Teresinha da Costa

Conselho DeliberativoYomara Bispo da Costa Dalé (Bagé) - Presidente do Conselho Deliberativo

Rejane Padilha de Paula - SecretáriaJonia Seminotti (Porto Alegre)

Luciane Zachazeski (Porto Alegre)Deise Rodrigues Padilha Pires (Bagé)Berenice Bischoff Bloise (Porto Alegre)

Sonia Marli Righi Aita (Santa Maria)Tatiana Tavares Leão (Caçapava do Sul)

Ana Paula Ambrósio (Porto Alegre)Ida Maria Bertoncello (Ronda Alta)

Conselho Fiscal

Orfelina Borba Ricardo (Bagé) - Presidente do Conselho FiscalSandra Regina Haas da Fontoura (Santa Cruz do Sul)

Norma Brigo (Santo Angelo)Iris do Espírito Santo Abraão (Porto Alegre)

Olinda Pereira Morel Trindade (Porto Alegre)Kátia Cilene Valmarath Linhares (Caçapava do Sul)

Angelita Vargas Brazil (Alvorada)Maria Olina Bastos Furtado (Porto Alegre)Juliana Rodrigues da Costa (Porto Alegre)Iara de Menezes Bandeira (Santo Ângelo)

Comissão Editorial:Luciana Santos Pacheco

Vanderlete Neves da SilvaZélia Dias Martins

Pareceristas Ad Hoc:Daniela Pedra Mattos (UFPEL)

Andreia Lima Freitas de Oliveira (UFRGS)Ana Paula Ambrósio (IPA)

Equipe de produção deste volume: Yolanda Pereira Morel (organização e revisão), Marina Souza de Lima

(padronização dos textos).

Zélia Dias Martins

Porto Alegre, RSASSERS

Novembro de 2013

O abandono do jovem para a permanência e vivência de valores culturais do homem

do campo

Copyright do autor

Projeto Gráfico: Evandro Marcon

Produção: marcon.brasil Comunicação Direta(51) 3221.7878

Publicação da ASSERSAssociação dos Supervisores de Educação

do Estado do Rio Grande do Sulwww.assers.org.br - (51) 3228-3498

Prefixo Editorial na Fundação Biblioteca NacionalAgência Brasileira do ISBN: 60524

ISBN desta edição: 978-85-60524-19-8

Novembro/2013

Catalogação na fonte

Bibliotecária Responsável

Ginamara de Oliveira Lima - CRB 10/1204

M376a Martins, Zélia Dias O abandono do jovem para a permanência e vivência de valores culturais do homem do campo / Zélia Dias Martins. – Porto Alegre : ASSERS, 2013. 144 p. ; 21 cm. – (Coletânea de Teses de Mestrado em Politicas y Administración de la Educación ; v.4) Tese apresentada anteriormente na Universidade de Tres de Febrero, Buenos Aires, Argentina ISBN: 978-85-60524-19-8

1. Jovem – Êxodo Rural. 2. Professores - Formação Profissional. 3. Identidade Cultural. 4. Educação Rural. 5. Ensino Rural. I.Título. II. Série.

CDD 370.19346

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Tese apresentada ao Curso de Mestrado em Políticas e Administração da Educação, da Universidade Nacional de Tres

de Febrero – Buenos Aires – Argentina, como requisito para obtenção do título de Mestre em Educação.

Director: Drª Profª Mirna Susana Vieira de Martinez

AGRADECIMENTOS

A Deus agradeço pela minha vida e pela oportunidade de sentir o belo. Aos meus queridos agradeço pela paciência, pela tolerância, pela força, pelo afeto e muito, muito pelo amor a mim dedicado. Àqueles que não estão mais comigo, agradeço o incentivo de nunca me deixarem desistir, de meus sonhos. Aos meus mestres agradeço pelo olhar e crença em minhas dúvidas, impulsionando-me para vôos mais altos. Aos meus pais agradeço por ensinarem-me a “ser gente”. Aos meus filhos, nora e neto, agradeço por tê-los comigo.

“Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação”

Mário Quintana

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Sumário

INTRODUÇÃO ..........................................................................11

CAPÍTULO I ............................................................................ 20O HOMEM DO SÉCULO XXI

CAPÍTULO II ........................................................................... 23A EDUCAÇÃO DO SÉCULO XXI - UMA EDUCAÇÃO

PARA A PAZ!Educação - construindo cidadania .................................................................. 24Educação para o meio rural ............................................................................ 24Educação emancipatória, educação como direito de todos ............................ 26Identidade do homem do campo e o êxodo do jovem campesino .................. 30

CAPÍTULO III .......................................................................... 35CURRÍCULO É LUGAR, ESPAÇO E TERRITÓRIO

Abordagem curricular ...................................................................................... 35Currículo Crítico - a sociedade exige uma educação diferente ....................... 37Ecopedagogia - uma perspectiva multicultural ................................................ 40

CAPÍTULO IV .......................................................................... 44FORMAÇÃO DO PROFESSOR RURAL – CONCEITO E

FORMAÇÃOFormação do professor em serviço ................................................................. 45O processo de formação e a questão de prática reflexiva do professor rural . 48Professor para um novo tempo ....................................................................... 50O pedagogo ..................................................................................................... 51A prática pedagógica e as crenças dos professores ....................................... 52

CAPÍTULO V ........................................................................... 55POLÍTICAS PÚBLICAS

Gestão democrática na educação rural ........................................................... 55Êxodo rural e políticas públicas ...................................................................... 56

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ...................... 58

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................... 69

REFERÊNCIAS ....................................................................... 82

ANEXOS ................................................................................... 85

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ResumoO presente estudo pretende trazer uma reflexão sobre o êxodo do

jovem do campo e as implicações dos currículos das escolas rurais quanto ao trabalho com valores culturais que deveriam fortalecer a identidade desses indivíduos para sua permanência no campo. O currículo de uma escola delineia todas as ações pedagógicas, sociais, culturais e econô-micas de uma realidade que se mostra além dos muros dessa escola. No currículo das escolas, tanto rurais quanto urbanas, na busca de uma concepção neste mundo social e cultural cada vez mais complexo, e cuja característica mais saliente é a incerteza e a instabilidade, onde as questões da diferença e da identidade se tornam centrais, é de se esperar uma idéia que os estudos culturais, fortaleçam um espaço importante no campo das perspectivas do compromisso com a sociedade e com a cidadania. A noção de que na escola existe o curricular e o extracurricular foi profundamente revista ao longo do século XX. Era adequado que os conteúdos escolares deveriam ser “entregues” aos alunos, e o currículo, abstrato e desmotivador, precisava de um “tempero” extracurricular na forma de atividades culturais, lúdicas e outras, para que a escola fosse menos aborrecida. Esses eram os considerados estudos culturais que apareciam desfocados das atividades escolares, como atividades de menos valia e, portanto sem importância. Sabe-se hoje que currículo de uma escola, não é apenas uma lista de disciplinas confinadas à sala de aula. É todo o conteúdo da experiência escolar, que acontece na aula convencional e nas demais atividades articuladas pela ação educativa ali desenvolvida. No que se refere à educação rural para os jovens do campo, o Brasil ainda apresenta um sistema excludente, estimula os jovens a ir embora para a cidade. É necessária a implantação de políticas públicas que garantam não só a permanência, mas a qualidade de vida do jovem do meio rural, através de educação qualificada, lazer, cultura, possibili-tando o resgate da autoestima, ampliação de horizontes e a construção de alternativas concretas, obedecendo à nova lógica de um novo modelo de desenvolvimento sustentável e solidário. A valorização da educação como um dos mecanismos que contribui para a permanência do jovem agricultor na terra e políticas sociais públicas eficientes, vinculadas à agricultura familiar, auxiliam a permanência desse jovem no seu contexto social. A escola precisa estar preparada com professores atualizados em seus conhecimentos para mobilizar recursos conceituais, processuais e atitudinais mais materiais políticos para dar conta das situações com-plexas que o contexto atual apresenta.

Palavras-chave: Êxodo rural do jovem. Currículo. Identidade cultural.

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ResumenEste estudio tiene como objetivo reflexionar sobre el éxodo de la

juventud y las implicaciones para los programas escolares para trabajar con los valores rurales y culturales que deben fortalecer la identidad de estas personas para su estancia en el campo. El plan de estudios, establece todas las acciones pedagógicas, sociales, culturales y económicos que la realidad se manifiesta más allá de los muros de esta escuela. En el currículo de las escuelas, tanto rurales como urbanas en busca de un concepto en el mundo social y cultural cada vez más complejo, y cuya característica más sobresaliente es la incertidumbre y la inestabilidad, donde los problemas de diferencia y la identidad adquieren una gran importancia, es esperar una idea de que los estudios culturales, fortalecer un lugar importante en el ámbito de las perspectivas de compromiso con la sociedad y la noción cidadania.A que hay en la escuela curriculares y extracurriculares sido minuciosamente revisados durante el siglo XX. Era apropiado que el currí-culo escolar debe ser “entregado” a los estudiantes y el currículo, el resumen y la motivación, es necesario una especia en forma de actividades extraescolares culturales, recreativas y otras, por lo que la escuela era menos aburrido. Estos fueron considerados los estudios culturales que apareció fuera de foco en las actividades escolares, como las actividades de menos valor y por lo tanto carece de importancia. Hoy sabemos que el currículo escolar no es sólo una lista de asuntos que limita a las aulas. Es el contenido completo de la experiencia escolar, lo que sucede en el aula convencional y otras actividades coordinadas por la actividad educativa se desarrolla. En lo que respecta a la educación para la juventud rural del campo, Brasil todavía tiene un sistema de exclusión, anima a los jóvenes a ir a la ciudad. Usted necesidad de aplicar políticas públicas que garanticen no sólo la residencia, pero la calidad de vida de los jóvenes en las zonas rurales, calificados a través de la educación, el ocio, la cultura, facilitar el rescate de la autoestima, la ampliación de horizontes y construcción de alternativas concretas bajo una nueva lógica de un nuevo modelo de desarrollo sostenible y la solidaridad. La apreciación de la educación como un mecanismo que contribuye a la permanen-cia del joven agricultor en la tierra y servicios públicos eficientes las políticas sociales, vinculadas a la agricultura familiar, que ayudan a mantenerse joven en su contexto social. La escuela debe ser preparado con los maestros actuales de sus conocimientos para movilizar recursos, conceptuales, procedimentales y actitudinales materiales más políticos para dar cuenta de las complejas situaciones que presenta el contexto actual.

Palabras claves: El éxodo rural de los jóvenes. Plan de Estudios. La identidad cultural.

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INTRODUÇÃO

Este estudo procurou investigar a realidade pedagógica, social e cultural de escolas da zona rural da metade sul do estado do Rio Grande do Sul. Foram aplicados instrumentos de análise entre os professores para conferir e detectar quão longe se encontram os currículos das escolas da zona rural com a análise dos fins a que se destinam especificamente. Esta pesquisa procura investigar o porquê do êxodo do jovem rural e as implicações de identidade e desenvolvimento de valores culturais dentro das ações educativas desenvolvidas em suas escolas.

Realizou-se uma reflexão acerca dos impasses e desafios enfrentados pelas escolas rurais que se deparam com profissionais mal preparados e com políticas públicas dúbias que a própria comunidade não entende, por não ter um projeto específico para a escola da zona rural.

Partindo desta realidade, buscou-se interpretá-la provocando nos atores mudanças de paradigmas como meio de revitalização da escola rural na transformação curricular a fim de chegar-se a tão sonhada educação de qualidade para todos os brasileiros.

JUSTIFICATIVAComo docente atuando em uma universidade particular

com turmas de Pedagogia, onde dentre as alunas, muitas traba-lhavam em escolas da zona rural, escuta-se muito comentários onde problemas são relatados em grande proporção e a Grade

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Curricular do Curso de Pedagogia, muitas vezes, não atende as necessidades da demanda na sua ação educativa, alertando para a necessidade de contribuir de modo legítimo e significativo para amenizar a preocupação destes professores e professoras com um trabalho mais aprofundado e cientificamente comprovado, atra-vés de uma pesquisa de campo, uma vez que se sabe que [...] “ a pesquisa transforma o desconhecimento ou a falta de respostas, presentes no cotidiano da sala de aula, em problemas que gera-dores de novos conhecimentos e inspiradores de novas buscas” (FREIRE, 1997, p. 43). Para o Curso de Mestrado em Políticas e Administração na Educação do qual sou aluna, é requisito básico para a obtenção do grau de Mestre em Educação, a apresentação de uma tese cujo assunto esteja ligado ao currículo do Curso. Por isso, a escolha do tema.

A população rural, cuja educação procura dentro de certas limitações, se mobilizar produzindo uma dinâmica social e cultural ainda precisa ser mais bem compreendida. Um dos exemplos que se apresenta em nosso eixo de pesquisa, é o êxodo dos jovens rurais que seria um problema para ser estudado. O Movimento dos Sem Terra (SMT) é um movimento social com ricas práticas que se traduz em tratos sérios, da educação, seja na diversidade dos movimentos sociais, seja nas escolas, nas famílias e nas lutas pela terra. Os jovens são os mais afetados pela falta de perspectivas de um futuro melhor exigindo processos formadores na construção de seus saberes e conhecimentos para fixá-los no campo com uma vida digna e feliz, pois desistem do campo para trabalhar na cidade ao término do oitava série que finaliza sua primeira etapa de estudos. Eis um problema bastante sério que precisa ser pesquisado com maior profundidade. Estes jovens que abandonam suas origens, na ilusão que na cidade suas vidas seriam menos trabalhosas e ganhariam mais, muitas vezes, serão àqueles que engrossarão os cinturões da miséria das periferias urbanas.

O presente estudo pretende realizar uma reflexão sobre a identidade do homem rural numa abordagem curricular das escolas que atuam nesse contexto. Busca-se, nas estratégias metodológi-cas da formação do docente em escolas rurais pertencentes aos municípios da metade sul do Rio Grande do Sul – Brasil, formas de trabalhar com o aluno do campo.

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Esta pesquisa foi realizada em Escolas Rurais dos Municípios de Aceguá, Bagé, Candiota, Hulha Negra, Pedras Altas e Piratini, todos situados na Região Sul do Estado do Rio Grande do Sul – Brasil. Optou-se pela Educação Rural por ser um segmento onde a educação, como trabalho efetivo no desenvolvimento do potencial humano e sócia, ainda se faz de forma não identificada com o contexto onde atua.

A abordagem do êxodo do jovem rural, visa enfocar o aspecto vivencial da construção do conhecimento principalmente no que se refere à interação, do envolvimento e do diálogo. Também até onde a ação cultural, como um exercício do pensar crítico, vai ajudar na transformação dessa realidade, com um relacionamento mais expressivo da formação de valores humanos, permitindo uma socialização significativa, tendo como dinâmica a criatividade, alegria, esperança de uma prática educativa que seja envolvente e transformadora, definindo a cultura como produto capaz de criar um mundo melhor.

A região escolhida faz parte do contexto da ação docente (desta aluna de mestrado) já que nesses municípios as alunas do Curso de Pedagogia, da Universidade da Região da Campanha, são regulares e atuantes. Como orientadora de Estágio Curricular da Universidade na região, as escolas não são estranhas, por isso o trabalho de pesquisa foi favorecido e não sofreu nenhum percalço ao longo das atividades. Pelo estudo acredita-se tornar possível o aprimoramento do conhecimento acerca do universo de uma educação para o campo com características próprias para essa comunidade.

O currículo de uma escola delineia as ações pedagógicas, sociais, culturais da realidade que está além dos muros desta escola. A realidade escolar deve estar contextualizada com a identidade cultural vigente e o currículo ali desenvolvido; deve buscar uma concepção de que num mundo social e cultural, cada vez mais complexo no qual a característica mais saliente é a incer-teza e a instabilidade, as questões da diferença e da identidade se tornam centrais.

A valorização da educação como um dos mecanismos que contribui para a permanência dos agricultores na terra onde trabalham, deve ter políticas públicas que lhes dê o suporte para

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sua permanência e satisfação com seu trabalho.A escola precisa estar contextualizada com profissionais

preparados e atualizados nos conhecimentos específicos de atua-ção. A valorização da cultura local para fortalecer os vínculos do jovem no seu contexto dando-lhes a identidade de homem rural, são pontos importantes para a autoestima e valorização deste trabalho de vital importância para toda sociedade.

O problema da investigação é detectar as melhores formas de trabalhar o currículo nas escolas envolvidas para valorizar o jovem nos seus valores culturais e de identidade para sua perma-nência no contexto rural. Levantamos assim o seguinte problema: Será que a forma de trabalhar o currículo nas escolas rurais, auxilia o jovem na vivência de valores culturais para sua permanência no contexto rural?

A escola de educação rural deve ser vista como a dimensão de processo de formação das pessoas e não como algo especialís-simo, para cuja obtenção tudo o mais deva ser abandonado. Sair do campo para estudar ou estudar para sair do campo não deve ser uma realidade inevitável, pois a escola rural deverá atender as especificidades culturais deste homem através de seus eixos curriculares para assentá-los e os fazê-los felizes.

A escola rural com a adequação curricular, deve levar as famílias a enxergarem, nesta instituição, um valor para sua con-dição de ser humano, de cidadão, de lutador e de trabalhador do campo passando para seus filhos a identidade deste processo cultu-ral de humanização que inclui a escola como uma das dimensões da vida social das comunidades do campo.

O objetivo do trabalho de pesquisa é conhecer a forma de trabalhar o currículo nas escolas do meio rural dos municípios já mencionados quanto ao trabalho com os valores culturais, identi-dade e autoestima com os jovens das comunidades escolares. Para isso analisou-se as implicações do não trabalho com valores que expressam a identidade do homem do meio rural, reconhecendo as melhores estratégias a serem trabalhadas com este jovem para sua permanência no seu meio como cidadão de concepções de responsabilidade e importância para toda a sociedade.

Após a introdução e definição metodológica, o trabalho foi organizado no intuito de levar o leitor à contextualização do

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homem do século XXI com a nova visão planetária, com os pro-blemas, com a diversidade cultural e acima de tudo com a visão da educação como delineadora das competências necessárias para o ser humano da contemporaneidade. Hoje o contexto é intrapes-soal ao mesmo tempo em que planetário. Vive-se na globalização cujo conhecimento pressupõe uma “leitura de mundo”, uma nova maneira de educar que contribua para que as pessoas possam analisar melhor a realidade vivida e sejam capazes de agir sobre ela provocando a transformação.

Para a sistematização de tais fundamentações teóricas, o trabalho foi dividido em cinco capítulos assim discriminados: I) A escola do meio rural com sua problemática de contextualização com o meio onde está inserida, observando o homem do século XXI; II) A busca de uma educação para a paz na construção da cidadania; III) O currículo ali desenvolvido e trabalhado em sua concepção tradicional, na visão de Bobbit e Tyller, com a influ-ência tecnicista no currículo crítico de Paulo Freire, concepções pós-crítica no currículo multicultural ou estudos culturais e o humanismo pedagógico. IV) O docente da escola do meio rural, sua produção de conhecimento, sua formação para atuar no contexto rural, descompasso entre o avanço da consciência dos direitos e a escola. V) Políticas públicas e êxodo rural do jovem campesino onde os Projetos Políticos Pedagógicos foram contextualizados como políticas públicas que garantam a permanência do jovem no seu contexto, o resgate da autoestima através de alternativas corretas para o bem estar e respeito ao trabalhador rural com desenvolvimento sustentável e solidário para a formação de uma sociedade igualitária e feliz, restabelecendo sua identidade de homem do campo.

METODOLOGIAA metodologia utilizada caracterizou-se como uma pesquisa

de campo, com objetivo de chegar a uma compreensão integral dos fenômenos, em uma abordagem qualitativa, que utilizou a análise de conteúdo para interpretar os dados à luz do referencial teórico . O mesmo trata das questões político-sociais e teórica do campo curricular e das práticas educativas voltadas à ampliação da obrigatoriedade da escolarização das escolas pesquisadas.