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Revista Sinapse Ambiental V7 N2 –Dezembro de 2010. 27 O ACÚMULO DE LIXO NO AGLOMERADO DA SERRA: UMA VISÃO DE COMUNIDADES DO ENTORNO DO PARQUE MUNICIPAL DAS MANGABEIRAS Josianne Cláudia Sales Rosa ([email protected] ) 1 Samantha Isa de Almeida Santos ([email protected] ) 1 Denise de Castro Pereira ([email protected] ) 1 1 Acadêmicas do curso de Ciências Biológicas da PUC Minas. 2 Professora da PUC Minas; e pesquisadoras do Grupo Sociedade e Meio Ambiente (CNPq). RESUMO Composto por sete vilas, o Aglomerado da Serra é o maior complexo de favelas de Minas Gerais. Em seu entorno imediato encontra-se o Parque Municipal das Mangabeiras, a maior reserva ambiental da capital mineira e um dos maiores parques urbanos do Brasil. Neste contexto realizou-se uma pesquisa sobre as condições socioambientais em duas comunidades do Aglomerado, a Vila Marçola e a Vila Nossa Senhora de Fátima. Este trabalho foi resultante de uma pesquisa extensionista, que objetivou constituir a Rede Socioambiental APA SUL RMBH, uma rede em Regiões Minero-Metalúrgicas, tendo como foco a Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com a metodologia baseada no Diagnóstico Rápido Participativo - DRP identificaram-se os problemas enfrentados diariamente pelos moradores, dentre os quais se destaca o acúmulo de lixo nas ruas e no entorno do Parque. O trabalho culminou com o Fórum Local das Comunidades do Entorno do Parque Municipal das Mangabeiras que reuniu representantes da população local, segmentos da sociedade organizada e órgãos públicos que atuam na região, com o objetivo de construção conjunta de reflexões e proposições capazes de consolidar os elos da rede em busca de ações, com o intuito de superação da vulnerabilidade socioambiental das comunidades locais. Palavras Chaves: Lixo, Aglomerado da Serra, Rede Socioambiental, Unidades de conservação; Parque Municipal das Mangabeiras.

O ACÚMULO DE LIXO NO AGLOMERADO DA SERRA ......Com o objetivo de resgatar a história da comunidade numa ordem cronológica de acontecimentos, principalmente na sua relação com

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Revista Sinapse Ambiental V7 N2 –Dezembro de 2010.

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O ACÚMULO DE LIXO NO AGLOMERADO DA SERRA: UMA VISÃO DE COMUNIDADES DO ENTORNO DO PARQUE

MUNICIPAL DAS MANGABEIRAS

Josianne Cláudia Sales Rosa ([email protected])1 Samantha Isa de Almeida Santos ([email protected])1

Denise de Castro Pereira ([email protected])1

1 Acadêmicas do curso de Ciências Biológicas da PUC Minas. 2 Professora da PUC Minas; e pesquisadoras do Grupo Sociedade e Meio Ambiente (CNPq).

RESUMO

Composto por sete vilas, o Aglomerado da Serra é o maior complexo de favelas de Minas Gerais. Em seu entorno imediato encontra-se o Parque Municipal das Mangabeiras, a maior reserva ambiental da capital mineira e um dos maiores parques urbanos do Brasil. Neste contexto realizou-se uma pesquisa sobre as condições socioambientais em duas comunidades do Aglomerado, a Vila Marçola e a Vila Nossa Senhora de Fátima. Este trabalho foi resultante de uma pesquisa extensionista, que objetivou constituir a Rede Socioambiental APA SUL RMBH, uma rede em Regiões Minero-Metalúrgicas, tendo como foco a Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com a metodologia baseada no Diagnóstico Rápido Participativo - DRP identificaram-se os problemas enfrentados diariamente pelos moradores, dentre os quais se destaca o acúmulo de lixo nas ruas e no entorno do Parque. O trabalho culminou com o Fórum Local das Comunidades do Entorno do Parque Municipal das Mangabeiras que reuniu representantes da população local, segmentos da sociedade organizada e órgãos públicos que atuam na região, com o objetivo de construção conjunta de reflexões e proposições capazes de consolidar os elos da rede em busca de ações, com o intuito de superação da vulnerabilidade socioambiental das comunidades locais. Palavras Chaves: Lixo, Aglomerado da Serra, Rede Socioambiental, Unidades de conservação; Parque Municipal das Mangabeiras.

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1. INTRODUÇÃO

A sociedade contemporânea tem enfrentado um dos maiores problemas de todos os

tempos, o crescente acúmulo de resíduos sólidos, conhecidos como lixo, que são descartados de

forma inadequada no ambiente. No Brasil são produzidas em torno de 241.614 toneladas de lixo

por dia! Além disso, cerca de 40% do lixo não é coletado e grande parte do resíduo é descartado

de forma inadequada no ambiente, seja em rios, córregos, canais, praias, entre outros

(ZACARIAS, 2000). É de extrema importância que os resíduos sejam devidamente coletados e

depositados em locais adequados, o processo de coleta deve ser conduzido por profissionais

especializados destinados a esta função. A exposição direta e inadequada a esses resíduos pode

apresentar diferentes tipos de riscos de saúde humana e ambiental. (NUNES; CUNHA;

MARÇAL JUNIOR, 2006).

A maior parte das favelas ocupa áreas públicas, tanto da União, quanto do Estado ou

Município. As ocupações são nas áreas “verdes” dos loteamentos, como ocorreu no Aglomerado

da Serra. De acordo com a legislação em vigor os loteadores são obrigados a deixar 15% da área

total a ser utilizada como áreas verdes, grande parte das quais são ocupadas pelas favelas.

Geralmente, esses locais têm maior declividade, e são mais insalubres; o que pode explicar o

porquê das favelas ocuparem as “piores” terras, aquelas que apresentam maiores conseqüências

de enchentes, desabamentos e acúmulos de lixo. (RODRIGUES, 1988). Segundo Silva (2007), a

sujeira acumulada no ambiente aumenta a poluição do solo, das águas e piora as condições de

saúde das populações em todo o mundo, especialmente nas regiões menos desenvolvidas. Em

áreas de vulnerabilidade socioambiental, os problemas relacionados ao lixo se tornam ainda mais

evidentes e graves, no caso do Aglomerado da Serra principalmente, uma vez que este faz limite

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com uma Unidade de Conservação - UC, transferindo seus problemas ou criando novos conflitos

entre a UC e a comunidade.

Este artigo tem por objetivo apresentar a visão das comunidades do entorno de uma

unidade de conservação, o Parque Municipal das Mangabeiras, sobre os problemas ambientais

que lhes afligem, destacadamente, decorrentes do acúmulo de lixo nas ruas e espaços livres do

Aglomerado da Serra. A partir da adoção dos recursos metodológicos do Diagnóstico Rápido

Participativo para a pesquisa social, os resultados obtidos demonstram o envolvimento e as

fragilidades de atores institucionais e das famílias envolvidas com a questão colocada: as

ameaças do lixo sobre a saúde ambiental e a qualidade de vida comunitária. Neste contexto a

Rede Socioambiental APA SUL RMBH2, torna-se um instrumento de conexão entre os diversos

atores envolvidos nas ameaças enfrentadas diariamente pelos moradores do Aglomerado.

A estrutura lógica do artigo apresenta na primeira seção uma breve caracterização do

Parque Municipal das Mangabeiras e as comunidades com as quais se desenvolveu o estudo. Em

seguida, apresenta-se uma síntese sobre a metodologia adotada para, na terceira seção, enveredar

pelos dados e resultados obtidos no processo da pesquisa. As considerações finais refletem a

importância de metodologias participativas em contexto de vulnerabilidade socioambiental, as

perspectivas comunitárias e as possibilidades de fortalecimento da rede Socioambiental da APA

SUL RMBH, que motivou a conexão entre comunidades do entorno de UCs na perspectiva da

gestão territorial integrada, a favor da conservação ambiental e, portanto, do combate às várias

formas de degradação no meio urbano.

2 A Rede Socioambiental da APA SUL RMBH é resultante do Convênio PUC Minas – FAPEMIG (CRA 2350) e foi desenvolvida “como o primeiro núcleo de relações interinstitucionais e comunitárias voltadas às práticas que indiquem responsabilidade socioambiental dos múltiplos atores que a compõem. O arranjo institucional da Rede se define sob a ótica dos dilemas que envolvem a produção industrial em escala para atender às demandas contemporâneas de âmbito global e o desenvolvimento local, com o propósito de identificar e promover potencialidades visando à proteção do meio ambiente e à qualidade da vida.” (PEREIRA et al., 2010; PEREIRA; ANDRADE; RIBEIRO, 2010, tradução nossa).

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2. O Parque Municipal das Mangabeiras e as comunidades do entorno

O Parque Municipal das Mangabeiras (PQM) é uma Unidade de Conservação de Proteção

Integral gerenciada pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. E maior reserva ambiental da

capital mineira e um dos maiores parques urbanos da América Latina, com área correspondente a

241,7hectares. Possui 21 nascentes compondo a micro bacia hidrográfica do Córrego da Serra,

afluente do Ribeirão Arrudas, Rio das Velhas e Rio São Francisco. A fauna reúne cerca de 28

espécies de mamíferos como esquilos, gambás, micos, tatus e quatis; 160 espécies de aves:

andorinhas, bico de veludo, cambacicas, marias-pretas, sanhaços, caras sujas, azulões e pica-

paus; 20 espécies de répteis e 19 de anfíbios como a endêmica rã Hylodes uai – que tem em seu

nome uma homenagem a Minas Gerais. (PARQUE, 2009). A cobertura vegetal do Parque

Municipal das Mangabeiras insere-se no domínio da Mata Atlântica, mas por encontrar-se no

limite oeste do bioma Atlântico, recebe influências do ambiente do cerrado, havendo áreas

ocupadas por esta tipologia vegetal. (AB’SABER, 1971).

As atividades do Parque estão focadas na preservação dos ecossistemas, o

desenvolvimento de Educação Ambiental, realização de pesquisas cientificas, recreação e turismo

ecológico. Situado na área tombada da Serra do Curral, faz limite com os bairros Mangabeiras e

Serra, com o Aglomerado da Serra, com o Parque Estadual da Baleia e com a mina de ferro da

extinta Empresa de Mineração Taquaril Ltda (EMITAQ), no município de Nova Lima. A Serra

do Curral foi tombada como patrimônio de Belo Horizonte desde 1991 e é um dos marcos mais

representativos do município, com expressivo significado simbólico.

O Aglomerado da Serra, situado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é o maior

complexo de favelas de Minas Gerais, formado por sete Vilas: Cafezal, Marçola, Nossa Senhora

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Aparecida, Nossa Senhora da Conceição, Novo São Lucas, Fazendinha e Nossa Senhora de

Fátima. Sua localização é estratégica, pois faz parte da área de tombamento da Serra do Curral,

limítrofe aos bairros Serra, São Lucas, Santa Efigênia, Paraíso e Novo São Lucas, além do Parque

Estadual da Baleia, do Hospital da Baleia e do Parque Municipal das Mangabeiras. As vilas do

Aglomerado3, mesmo possuindo uma série de características comuns, são diferenciadas entre si, nos

seguintes aspectos sociais: tempo de ocupação, nível de identidade com o espaço físico e social, nível

de organização interna e condições socioeconômicas.

As comunidades do entorno do PQM, escolhidas para a realização da pesquisa foram as

vilas Marçola e Nossa Senhora de Fátima, o critério central da escolha foi a proximidade com o

parque, as duas vilas fazem fronteira com este, o recorte em apenas duas vilas se deve ao

tamanho espacial do Aglomerado, já que sua população total é cerca de 50 mil habitantes. A

seguir, apresentam-se alguns traços sobre as comunidades pesquisadas:

- Vila Marçola: Está localizada na parte sul do Aglomerado da Serra e faz limite tanto com os

bairros Serra e Mangabeiras e com o PQM. O assentamento dessa vila teve início há

aproximadamente 40 anos. Atualmente, a Vila apresenta grande parte de sua área com infra-

estrutura urbana básica. Em geral, as ruas e becos encontram-se pavimentados, com sistema de

drenagem pluvial, esgotamento sanitário e sistema viário principal que a interliga com os bairros

do entorno.

- Vila Nossa Senhora de Fátima: Está localizada na parte sudoeste do Aglomerado da Serra e

faz fronteira com o PQM, possui maior extensão territorial dentre as outras vilas, além disso,

mostra morfologias mais complexas, marcadas por três grandes talvegues principais encaixados,

onde as declividades são elevadas e ocorre a concentração da água pluvial e do esgoto. A

3 As informações referentes ao Aglomerado da Serra são extraídas dos relatórios de campo resultantes de entrevistas com representantes de instituições localizadas no local e do Relatório do Plano Global Específico da Serra - PGE-Serra - realizado pela Secretaria Municipal de Habitação da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.

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ocupação se deu a aproximadamente 60 anos, entretanto as primeiras ruas e becos foram abertos

há aproximadamente 20 anos.

3. METODOLOGIA – O Diagnóstico Rápido Participativo

A pesquisa foi realizada de 2007 a 2009, com um composto metodológico que combinou

técnicas de levantamento de dados secundários e aplicação de técnicas de DRP. Segundo Brose

(2001), o DRP pode ser considerado um caminho para estimular e apoiar os membros das

comunidades locais para que possam investigar, analisar e avaliar seus obstáculos e

oportunidades, assim como tomar decisões fundamentais relacionadas aos seus próprios projetos,

o que implica em processo de fortalecimento de laços sociais. Dentre as técnicas participativas

que compõem o DRP foram utilizadas, entrevistas semi-estruturadas, linha do tempo, mapas

mentais, caminhadas interpretativas e diagrama de fluxo. Com aplicação destas objetivou-se

estruturar, organizar e compreender a forma com que os moradores do Aglomerado da Serra

percebem o ambiente em que vivem, bem como identificar seus principais conflitos

socioambientais.

As entrevistas semi-estruturadas foram aplicadas a representantes de instituições

diretamente relacionadas a comunidades pesquisadas, estas enfatizavam o relacionamento da

comunidade com o PQM, os problemas ambientais, as demandas e as características da

instituição à qual se vinculava. O objetivo desta técnica foi aproximar a equipe técnica do projeto

á comunidade, perceber seus maiores problemas socioambientais.

Com o objetivo de resgatar a história da comunidade numa ordem cronológica de

acontecimentos, principalmente na sua relação com a UC, foi realizada a técnica da linha do

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tempo. O que proporcionou um momento de socialização das histórias, vivências e sentimentos

individuais e coletivos, onde foi possível conhecer a história do Aglomerado e do Parque numa

perspectiva local. Para aprofundar o diagnóstico em um problema central identificado nas

entrevistas e na linha do tempo, o acúmulo de lixo, determinou-se a aplicação das demais técnicas

coletivas, aplicadas separadamente em cada comunidade.

O Mapa Mental foi utilizado para investigar e analisar a percepção dos moradores por meio

de signos em relação à distribuição geográfica dos problemas relacionados ao lixo. Além disso, o

mapa mental foi o instrumento guia para a realização da caminhadas interpretativa, cujo objetivo,

era visualizar as questões demonstradas no mapa e determinar os principais pontos de maior

acúmulo de lixo.

O Diagrama de fluxo teve como objetivo avaliar, as influências do acumulo de lixo na

qualidade de vida dos moradores. Os participantes apresentaram as principais causas e

consequências desse problema e a partir disso as perspectivas amenizadoras ou solucionadoras

para problema do acumulo de lixo nas Vilas. Por fim o Fórum Local das comunidades do entorno

do PQM, teve como objetivo reunir representantes da população local, os diversos segmentos da

sociedade organizada, órgãos públicos que atuam na região e a universidade, para que de forma

coletiva pudessem refletir discutir, avaliar, problematizar e apontar soluções acerca das

necessidades ambientais apontadas pela comunidade. Neste fórum ações e atores locais internos e

externos numa relação dialógica teceram elos da rede Socioambiental APA SUL RMBH para

renovar vínculos e consolidar caminhos.

4. SABERES, HISTÓRIA E TERRITÓRIO: PROBLEMAS E PERSPECTIVAS COMUNITÁRIAS

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Nesta seção apresentam-se os resultados do DRP e as reflexões a partir das dinâmicas

construídas em conjunto com as representações locais, especialmente, no processo de

interpretação coletiva das condicionantes e das proposições ou indicativos para soluções de

problemas locais.

O conhecimento coletivo sobre a realidade local foi reelaborado por meio de 25

entrevistas semi-estruturadas cujo conteúdo central refletia as condições socioambientais e as

relações da comunidade com a UC. Os entrevistados vinculavam-se a seis escolas públicas de

ensino fundamental e médio, dois centros culturais, dois centros de saúde, quatro associações

comunitárias - uma do bairro Serra e as outras das comunidades Vila Marçola, Vila Nossa

Senhora de Fátima e Vila Cafezal - uma rádio comunitária, uma igreja evangélica, quatro ONGs,

três projetos comunitários, um projeto social estadual, um programa municipal.

O lixo apareceu como o principal problema do Aglomerado da Serra, sendo citado em 18

entrevistas. Alguns lugares são conhecidos como antigos bota-foras e os moradores não

respeitam o horário de coleta, segundo a presidenta da Associação da Vila Nossa Senhora de

Fátima como mostra o depoimento abaixo:

“Os moradores estão jogando o lixo fora do horário de coleta e assim causam mau cheiro, os animais mexem e os insetos aparecem. Isso piora quando chove. Já deu até diarréia e casos de dengue em moradores” (Dona Dalila).

Mesmo ressaltando a conquista da coleta diária do lixo “há poucos anos atrás”, a diretora

da Escola Municipal Edson Pisani, ressalta e relaciona o problema do lixo ao programa Vila Viva

como mostra o depoimento abaixo:

“Há coleta é diária, mesmo assim tem muito lixo. Tinham vários moradores que faziam coleta seletiva, mas devido ao Programa Vila Viva, estão ocorrendo remoções para os apartamentos assim diversos moradores que recolhiam lixo não o fazem por causa do pequeno espaço na nova moradia”. (Diretoria da Escola).

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A partir da linha do tempo as técnicas do DRP utilizadas foram de caráter coletivo,

diferentemente das entrevistas semi-estruturadas individuais, o que motivou a interação dos

próprios moradores. Na linha do tempo a década mais lembrada foi à de 1970, devido à alta

concentração de problemas enfrentados pelos moradores, como a mineração, a ausência de água

encanada, energia elétrica, saneamento básico, pavimentação, empregos, desapropriações,

moradias precárias e impossibilidade frequentar o PQM. A década de 1980 foi destacada pela

grande urbanização que aconteceu no Bairro Serra e melhorias no Aglomerado, inauguração do

PQM e a criação de entidades e conselhos comunitários. Por fim, na década de 1990 até os dias

atuais, destaca-se a construção do Plano Global Específico (PGE), o acumulo de lixo,

intervenções do Programa Vila Viva, criação de projetos sociais e atuação de agentes de saúde e

de limpeza em algumas vilas, programa da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, cujo objetivo

é capacitar os moradores e inseri-los no mercado de trabalho, baseado na demanda da

comunidade, este programa capacita moradores de 18 a 25 anos, eles trabalham meio horário e

fazem cursos profissionalizantes no outro horário. Os agentes de limpeza são responsáveis por

reunir o lixo das ruas e becos estreitos em um local que o caminhão da SLU possa realizar a

coleta, já os agentes de saúde realizam visitas domiciliares aos moradores impossibilitados de sair

de casa.

A percepção ambiental individual e histórica coletiva demonstrou o principal problema

das Vilas Marçola e Nossa Senhora de Fátima, o acúmulo de lixo. Portanto a pesquisa foi

direcionada para esse tema, por meio de discussões grupais, com aplicação do Mapa Mental e a

Caminhada interpretativa em cada comunidade, os resultados obtidos estão relacionados abaixo:

Vila Nossa Senhora de Fátima: O mapa mental foi construído na casa da presidente da

Associação de Moradores, posteriormente esse foi digitalizado pela equipe do projeto para torná-

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lo mais legível e compreensivo (figura 1). Foram representados pelos participantes os pontos de

maior acúmulo de lixo, locais onde o lixo é depositado de forma inadequada.

Figura 1: Mapa Mental da Vila Nossa Senhora de Fátima

A caminhada interpretativa foi continuidade do mapa mental, sendo que a partir desse que

se determinou o trajeto a ser percorrido. Observa-se acumulo de lixo na região próxima a Mata da

Baleia e ao centro cultural, onde há queimadas, objetivando o desaparecimento do lixo, a mesma

área é considerada deposito clandestino de entulhos; próximo à quadra de esportes; dentro dos

condomínios e no entorno deles e nos Parques da Segunda e Terceira Água, estes são áreas

prioritárias a preservação ambiental, já que são nascentes de água, se localizam dentro do

Aglomerado da Serra e encontram-se com alto nível de poluição. Os moradores afirmaram que a

coleta do lixo é realizada pela prefeitura de segunda a sábado e que dependendo da quantidade de

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resíduos acumulada ela pode ser feita até duas vezes ao dia, porém os entulhos não são recolhidos

e não há coleta seletiva.

Vila Marçola: O mapa mental foi construído na sede da Associação Comunitária, posteriormente

foi digitalizado pela equipe do projeto (figura 2). No mapa apresenta os diferentes locais onde o

lixo é depositado de forma inadequada são ruas, becos, praças, rede pluvial e no entorno imediato

do PQM. Neste ultimo em particular o lixo depositado é espalhado pelos animais do parque, que

estão em busca de alimentos, o pode que levar a morte ou a enfermidades. Dentre os resíduos,

destaca-se, o orgânico, entulhos derivados de demolições e/ou construções civis e restos mortais

de animais.

Figura 2: Mapa Mental da Vila Marçola

Com a caminhada interpretativa observou-se um excessivo acúmulo de lixo, como

expressado no mapa, em diversas ruas e becos, cursos d’água e próximos a bueiros. O que vem

ocasionando inundações constantes na região e como conseqüência, desmoronamento, agravados

pela ausente rede de esgoto em algumas regiões. O acúmulo de entulhos provenientes de

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construções civis, dos moradores e/ ou de obras com término ultrapassado do programa Vila Viva

agrava ainda mais os problemas enfrentados por essa comunidade.

5. REPENSANDO O PROBLEMA AMBIENTAL: PERSPECTIVAS EM FLUXO

Depois de analisar as comunidades separadamente definiu-se analisar as causas e

conseqüências do lixo de maneira conjunta, para isso utilizou-se da técnica do diagrama de fluxo.

Essa foi realizada no Centro Cultural da Vila Nossa Senhora de Fátima e contou com a presença

de integrantes das duas Vilas, dentre outras. O objetivo foi avaliar o impacto do acumulo de lixo

da região e na vida dos moradores.

O Fluxo (figura 3) induziu debates calorosos, favorecendo a análise coletiva do problema

central - o lixo. O depósito deste em horário inadequado ou acúmulo de entulho por falta de

orientação e/ou conhecimento, ou ainda por baixa percepção ambiental, são as principais causas

do conflito. A falta de consciência, educação e higiene dos moradores, omissão ou negligência

dos órgãos públicos, ausência de lixeiras e caçambas, número grande de comércios produtores de

lixo, topofobia, construções civis, esgoto a céu aberto; o horário da coleta e o fato do caminhão

utilizado na coleta ser pequeno demais para quantidade de lixo a ser recolhida, agravam os

conflitos e intensificam as consequências deste.

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Figura 3: Diagrama de fluxo

O grande acúmulo de lixo traz como consequências em qualquer região, impactos

ambientais, mau cheiro e o excessivo número agentes transmissores de doenças, tais como

Leishmaniose, Leptospirose, Hepatite, Dengue e Alergias, no Aglomerado da Serra não é

diferente. Entretanto nas vilas pesquisas em especial observa-se o bloqueio de ruas e becos, uma

vez que estas são geralmente estreitas demais e quantidade de lixo acumulado é muito grande. As

perspectivas demonstram o intuito de minimizar as conseqüências e eliminar algumas causas,

dentre elas destaca-se a necessidade por campanhas educativas e programas de educação

ambiental. Esses devem abordar temas como atividades de geração de renda, utilizando o lixo

como matéria prima, estabelecimento de parcerias com os comerciantes e aproximação com os

órgãos públicos relacionados ao tema.

5.1. Fórum Local das Comunidades do Entorno do Parque Municipal das Mangabeiras

O Fórum Local das Comunidades do Entorno do Parque Municipal das Mangabeiras teve

como objetivo reunir representantes da população local, os diversos segmentos da sociedade

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organizada e órgãos públicos que atuam na região. Estavam presentes representantes a

Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte

(Programa Vila Viva), PQM e representantes das Vilas Nossa Senhora de Fátima e Marçola. O

Encontro foi divido em três momentos: apresentação da Rede Socioambiental da APA SUL

RMBH seu objetivo, resultados da pesquisa e debate entre os participantes com proposições e

encaminhamentos. Neste foi entregue a todos os participantes o relatório contendo os resultados

da pesquisa realizada.

Foram destacadas as seguintes proposições, importância das atividades de intervenção,

aproveitando os dados do diagnóstico realizado pela Rede Socioambiental da APA SUL RMBH,

por meio da parceria entre a SLU e a PUC Minas; construção de um projeto de Educação

Ambiental e conscientização com os comerciantes do Aglomerado da Serra , abordando os temas

da gestão ambiental e gestão de negócios e buscar eficiência na coleta de lixo e o aprimoramento

o trabalho realizado pelos Agentes de Limpeza Comunitária.

O Fórum Local, portanto, foi um importante instrumento de interligação entre a

comunidade e os órgãos públicos, que possibilitou uma discussão, resultando na construção de

várias proposta de soluções sustentáveis a serem efetivadas, ou seja, neste evento, a Rede

Socioambiental APA SUL RMBH, atingiu seu maior objetivo, promover o debate entre diversos

atores, buscando a soluções de problemas socioambientais, objetivando a aumento da qualidade

de vida e a conservação. As soluções destacadas dizem respeito a: as campanhas educativas para

os moradores como um todo, promovendo o reforço das informações sobre a destinação de

resíduos, com o apoio das associações locais; com o apoio da Universidade, fortalecimento das

ações dos agentes de limpeza em consonância com o programa desenvolvido pela SLU; ações

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educativas e de intervenção socioambiental voltada aos comerciantes locais, cujo entorno de seus

pequenos empreendimentos permanece como depósito de lixo.

Como desdobramento deste processo, entre outras iniciativas, destaca-se o

desenvolvimento do projeto de extensão (2010 -2011) denominado “Logística reversa na

economia informal do Aglomerado da Serra: fazendo negócios sustentáveis” com o propósito de

responder à demanda pontual dos comércios geradores de resíduos, identificada no Fórum Local.

O objetivo geral deste projeto é “Propor melhorias e processos de gestão para a logística reversa

de negócios informais presentes na região do Aglomerado da Serra, nas comunidades Vila

Marçola e Nossa senhora de Fátima, de forma a trazer sustentabilidade.” (NAZAR, 2010). Em

termos específicos, busca-se: mapeamento de negócios em situação de vulnerabilidade ambiental

geradores de lixo; identificar condições nas quais operam os negócios e principais tipos de

resíduos sólidos gerados; desenvolver procedimento padrão do ponto de vista de gestão, a ser

adotado pelos negócios elencados; desenvolver alternativas para a capacitação e mobilização dos

comerciantes e gerentes de negócios, a partir da troca de conhecimento entre escola e

comunidade. (NAZAR, 2010). Sobre sua realização, registram-se os processos de cadastramento

e capacitação de proprietários, seus ajudantes e trabalhadores dos pequenos empreendimentos,

sobre as técnicas de gestão e operação da logística reversa, como meio de reduzir resíduos e

promover a sua destinação racional, comercial e ambientalmente correta.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa enfatizou o contexto socioambiental de comunidade urbana, sendo

essencialmente qualitativa, desta forma, foi possível investigar a percepção ambiental dos

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moradores do Aglomerado da Serra e construir um diagnostico consistente e embasador, por

meio do DRP, uma vez que nesta metodologia os participantes não são meros objetos de estudo,

são atores e sujeitos do diagnóstico. Esse se tornou um processo pedagógico, um instrumento de

conscientização e elaboração de ações a serem realizadas, uma vez que demonstra a visões e

perspectivas das comunidades sobre seus problemas socioambientais.

A destinação correta dos resíduos sólidos é um problema mundial, necessita da

sensibilização e conscientização da população em geral, aliada ao poder público para agir

localmente sendo eficaz. Neste sentido a pesquisa participativa extensionista torna-se um

instrumento de educação ambiental, já que essa induz a comunidade a refletir sobre suas ações e

atitudes, analisar o seu ambiente enquanto lugar de convivência, dialogar, demonstrar

potencialidades e construir com diversos atores externos as soluções para problemas locais.

A população do Aglomerado da Serra, de maneira geral apresenta um alto nível de

percepção ambiental, isto é conseguem identificar e analisar seus problemas socioambientais,

entretanto não conseguem dar encaminhamentos as soluções. Isto pode ser explicado pela falta

infra-estrutura, condições precárias de moradia, baixa qualidade de vida e baixa renda, fatores

que faz com que a maioria dos moradores se preocupe mais em garantir a própria sobrevivência

ou uma melhor qualidade de vida.

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