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10 FACULDADE CAPIXABA DE NOVA VENÉCIA CURSO DE ADMINISTRAÇÂO DE EMPRESAS ALDIÉRIO DA SILVA RIBEIRO LUCAS ALVES MARÇAL MARCILENE ANDRADE DA SILVA O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR: O NOVO PERFIL DO PROFISSIONAL PARA O MERCADO CONTEMPORÂNEO ESTUDO DE CASO: HOSPITAL SÃO MARCOS, NO MUNICÍPIO DE NOVA VENÉCIA – ES. NOVA VENÉCIA 2008

O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

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FACULDADE CAPIXABA DE NOVA VENÉCIA CURSO DE ADMINISTRAÇÂO DE EMPRESAS

ALDIÉRIO DA SILVA RIBEIRO LUCAS ALVES MARÇAL

MARCILENE ANDRADE DA SILVA

O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR: O NOVO PERFIL DO PROFISSIONAL PARA O MERCADO CONTEMPORÂNEO

ESTUDO DE CASO: HOSPITAL SÃO MARCOS, NO MUNICÍPIO DE NOVA VENÉCIA – ES.

NOVA VENÉCIA 2008

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ALDIÉRIO DA SILVA RIBEIRO LUCAS ALVES MARÇAL

MARCILENE ANDRADE DA SILVA

O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR: O NOVO PERFIL DO PROFISSIONAL PARA O MERCADO CONTEMPORÂNEO

ESTUDO DE CASO: HOSPITAL SÃO MARCOS, NO MUNICÍPIO DE NOVA VENÉCIA – ES.

Monografia apresentada ao Curso de Administração de Empresas da Faculdade Capixaba de Nova Venécia, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Administração. Orientadora: Profª.: Maria das Graças Santana Fernandes

NOVA VENÉCIA 2008

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Catalogação na fonte elaborada pela “Biblioteca Pe. Carlos Furbetta”/UNIVEN

R484a Ribeiro, Aldiério da Silva

O administrador empreendedor: o novo perfil do profissional para o mercado contemporâneo, estudo de caso: Hospital São Marcos, no município de Nova Venécia-ES / Lucas Alves Marçal, Marcilene Andrade da Silva – Nova Venécia: UNIVEN / Faculdade Capixaba de Nova Venécia, 2008.

60f. : enc. Orientador: Maria das Graças Santana Fernandes

Monografia (Graduação em Administração) UNIVEN / Faculdade Capixaba de Nova Venécia, 2008.

1. Administração de empresas 2. Empreendedor I. Marçal,

Lucas Alves II. Silva, Maracilene Andrade da III. Fernandes, Maria das Graças

Santana IV. UNIVEN / Faculdade Capixaba de Nova Venécia V. Título.

CDD. 658.421

Page 4: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

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ALDIÉRIO DA SILVA RIBEIRO LUCAS ALVES MARÇAL

MARCILENE ANDRADE DA SILVA

O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR: O NOVO PERFIL DO

PROFISSIONAL PARA O MERCADO CONTEMPORÂNEO

ESTUDO DE CASO: HOSPITAL SÃO MARCOS, NO MUNICÍPIO DE NOVA VENÉCIA – ES.

Monografia apresentada ao Curso de Administração de Empresas da Faculdade

Capixaba de Nova Venécia, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em

Administração.

Aprovada em 04 de dezembro de 2008

COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________________________________ Profª Maria das Graças Santana Fernandes Faculdade Capixaba de Nova Venécia Orientadora

______ ____________________________________________ Profª Ângela Bissoli da Silva Faculdade Capixaba de Nova Venécia Membro 1

______ ____________________________________________ Profª Rosângela Salvador Biral dos Santos Faculdade Capixaba de Nova Venécia Membro 2

Page 5: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

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Dedicamos primeiramente a Deus, à nossa família, amigos e companheiros de

curso que sempre estiveram ao nosso lado quando necessário, pessoas essas

que nos incentivaram e nos deram força,

Page 6: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

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apoiando nos momentos difíceis e de vitórias.

Agradecimentos mais uma vez são rendidos a Deus pela oportunidade de podermos desfrutar de tantas belezas

colocadas a nosso dispor, pelo dom da vida, sabedoria, saúde, e força nos

momentos de dificuldade.

Aos nossos familiares, amigos, colegas de curso, e as demais pessoas que sempre

torceram pelo nosso sucesso, nossos sinceros agradecimentos.

A todos os professores, mestres e

doutores que tiveram um papel extremamente importante nesses vários anos e no processo de aprendizado que

nos tornaram pessoas muito mais maduras e conscientes de nosso papel

como profissionais para o mundo.

Agradecemos ainda de forma especial aos coordenadores de curso que nos

acompanharam nesse período, Profª. Alcione Cabaline Gotardo, Profª. Ellen

Karla Três e Profª. Andressa Salvador. Nessa oportunidade impar, ainda lembramos de forma carinhosa e rendemos homenagens a nossa

orientadora Profª. Maria das Graças Santana Fernandes pela paciência,

esforço, dedicação, disciplina, presença e incentivo para que junto a nós, guiou-nos

na desafiadora missão de conclusão desta monografia.

Agradecemos ao Hospital São Marcos, pela oportunidade concedida em servir

como objeto de estudo, através do Administrador o Srº. Klebson Carvalho

Page 7: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

16

Soares, e todo o corpo administrativo pela disposição e apoio.

“Eles não sabiam que era impossível,

então foram lá e realizaram”.

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17

Autor desconhecido

RESUMO

As exigências do mundo contemporâneo apontam para a necessidade do desenvolvimento de características do comportamento empreendedor para ter a capacidade de identificar oportunidades e buscar recursos para transformar em riquezas e inovação. A presente pesquisa teve como objetivo verificar como o empreendedorismo torna-se um diferencial e uma ferramenta para o administrador e a empresa. Na obtenção dos dados utilizou-se instrumentos metodológicos, como entrevista que foi realizada com o diretor administrativo do Hospital São Marcos, localizado no município de Nova Venécia. E de acordo com as ferramentas propostas para o tema exposto, pôde-se chegar a conclusão que o administrador da instituição possui características empreendedoras; como visão critica, desenvoltura, visualiza oportunidades, aplicação de ferramentas necessárias para realizar uma gestão eficiente e eficaz. PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento; Inovação; Mudança; Empreender; Foco; Idéias; Oportunidades; Planejamento; Valores.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 10

1.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA ............................................... 11

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ......................................................................... 12

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .............................................................. 12

1.4 OBJETIVOS .............................................................................................. 13

1.4.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 13

1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 13

1.5 HIPÓTESE ................................................................................................ 13

1.6 METODOLOGIA........................................................................................ 14

1.6.1 CLASSIFICAÇÃO DE PESQUISA ...................................................................... 14

1.6.2 TÉCNICAS PARA COLETA DE DADOS .............................................................. 14

1.6.3 FONTES PARA COLETA DE DADOS ................................................................. 15

1.6.4 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA PESQUISADA ............................................... 16

1.6.5 INSTRUMENTOS PARA A COLETA DE DADOS .................................................... 16

1.6.6 POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ................................. 16

1.7 APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DAS PARTES DO TRABALHO ....... 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................... 18

2.1 EMPREENDEDORISMO .......................................................................... 18

2.1.1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL ................................................................. 19

2.2 EMPREENDEDOR .................................................................................... 20

2.2.1 CARACTERÍSTICAS DE EMPREENDEDORES DE SUCESSO .................................. 21

2.3 A SOCIEDADE EMPREENDEDORA ........................................................... 23

2.3.1 EMPREENDEDORES E CRESCIMENTO ECONÔMICO ........................................... 24

2.4 ADMINISTRAÇÃO E EMPREENDEDORISMO ........................................ 25

2.4.1 ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR ................................................................. 26

2.4.2 DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE ADMINISTRADOR E EMPREENDEDOR ................... 27

2.5 PROCESSO EMPREENDEDOR .............................................................. 28

Page 10: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

19

2.5.1 IDÉIAS E OPORTUNIDADES ............................................................................ 30

2.5.2 IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES .................................................................. 31

2.5.3 AVALIANDO OPORTUNIDADES ....................................................................... 32

2.5.4 TRANSFORMANDO OPORTUNIDADES EM NEGÓCIOS LUCRATIVOS ..................... 33

2.6 PLANEJAMENTO ..................................................................................... 33

2.6.1 PLANEJAMENTO E SUA IMPORTÂNCIA PARA O EMPREENDIMENTO .................... 34

2.6.2 PLANO DE NEGÓCIO ..................................................................................... 35

2.7 O EMPREENDEDORISMO E AS ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS ........ 36

2.8 EMPREENDEDORISMO NAS ENTIDADES ............................................. 37

3 ESTUDO DE CASO ................................................................. 39

3.1 EMPRESA OBJETO DE ESTUDO DE PESQUISA .................................. 39

3.1.1 ESTRUTURA ............................................................................................... 40

3.1.2 COLABORADORES ...................................................................................... 41

3.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS ............................................................... 42

3.2.1 ENTREVISTA COM O GESTOR DA EMPRESA ..................................................... 42

3.3 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................. 45

4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .................................... 47

4.1 CONCLUSÃO............................................................................................ 47

4.2 RECONMENDAÇÕES .............................................................................. 49

5 REFERÊNCIAS ....................................................................... 50

APÊNDICE

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA (GESTOR) ....................... 54

ANEXO

ANEXO I – FOTOS DAS MUDANÇAS OCORRIDAS NO HOSPITAL SÃO

MARCOS .................................................................................................. 57

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1 INTRODUÇÃO

Empreender, essa é a bola da vez, o assunto é tabu entre os mais discutidos no país

na atualidade, sendo freqüentemente tema de seminários, palestras, feiras, debates,

especializações de nível superior e outros.

O tema empreendedorismo está em alta no Brasil. A conscientização sobre a

necessidade de empreender, está se disseminando com mais freqüência

encontrando-se até revistas especializadas sobre o assunto.

Sendo assim, os brasileiros vêem se tornando um dos povos mais empreendedores

do mundo, segundo pesquisas internacionais sobre o assunto. Existem basicamente

duas causas para o surgimento do empreendedorismo: em primeiro lugar, por

necessidades, e em segundo lugar, para atender as necessidades de mercado ainda

não atendidas, esse segundo pode ainda trazer o surgimento de novos produtos e

serviços.

As grandes organizações não se adaptaram as novas expectativas do mercado, e

ainda não estão conseguindo reter, e aproveitar o potencial excepcional de

alanvancagem de seus negócios. Baseando-se na criatividade e o espírito

empreendedor desses profissionais qualificados, acabam perdendo tais profissionais

para outras empresas que percebem futuros em suas idéias, ou acabam perdendo-

os para eles mesmos, ao passo que quanto mais insatisfeito, com as organizações

em que atuam, a chance de se afastarem dessas empresas e fundarem sua própria

empresa.

Conhecendo a realidade atual onde a globalização e o mercado altamente

competitivo delimitam e regem as atividades comerciais diversas, sejam elas de

produtos e serviços, tem-se a consciência de que pequenas atitudes e tomada de

decisão podem delinear tanto um futuro promissor, quanto a falência de um negócio.

Para se colocar a altura das adversidades enfrentadas no dia-a-dia de um

empreendimento, o administrador empreendedor procura formas para sobreviver,

Page 12: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

21

através de inovações, técnicas, observando oportunidades, e através do próprio

espírito empreendedor dispõe de motivações, otimismo, persistência, sabe calcular

riscos, buscam a realização de sonhos e são visionários conscientes de seu papel

na sociedade.

Acreditava-se que o potencial empreendedor de alguns indivíduos não poderiam ser

adquiridos por um cidadão que não nascesse com tal característica. Essa crença

tratava o assunto como inato, onde estes indivíduos já nasciam com um diferencial e

eram predestinados ao sucesso nos negócios. Após muitos estudos descobriram

que esses existem, mas os comportamentos dos empreendedores bem sucedidos

podem ser ensinados e compreendidos, em boa medida, por qualquer pessoa que

saiba desenvolver estas habilidades no ramo dos negócios.

Ao se identificar como um empreendedor, o administrador inicia um grande passo

para que a empresa se torne um negócio de sucesso. As características

empreendedoras podem se transformar em ferramentas importantes, e das mais

utilizadas em seu trabalho.

Diante as premissas levantadas, a presente monografia busca verificar e tentar

comprovar se o empreendedorismo torna-se um diferencial, e se é uma nova

ferramenta para as empresas se destacarem no mercado atual, quando o

profissional empreendedor conta com uma formação e experiência prática.

1.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA

Na atual conjuntura, falar de empreendedorismo é de fundamental importância para

o crescimento e desenvolvimento da economia. Entretanto, para isso é necessário

que se entenda que o empreendedor é um administrador com diferenças

consideráveis em relação aos gerentes, empresários ou executivos de organizações

tradicionais, pois os empreendedores são mais visionários, estão em constante

busca de identificar as melhores oportunidades de negócios analisando

minuciosamente todas as que o interessa para tomar a decisão mais próxima da sua

realidade, mais viável e que ocorra o menor risco possível.

Page 13: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

22

O empreendedorismo é um assunto importante na atualidade, discutido, debatido e

praticado. É um tema que não é novo, mas é novidade, uma vez que as mudanças

no atual mercado exigem de pessoas que tenham sonhos, e às transformassem em

realidade, colaborando assim com a comunidade onde está inserida, para ser

empreendedor exige-se que a pessoa seja original, criativo e responsável.

Diante do exposto, pode-se observar que não basta ter uma boa formação e ficar

estagnado, o mercado exige estar em aprendizado permanente, busca contínua de

nível de capacitação profissional que facilite a realocação, a recolocação, ou mesmo

a montagem do próprio negócio, face estar inserido em um mundo em que o

emprego tradicional está a cada dia mais escasso.

Vale ressaltar ainda que a empresa, objeto de estudo, tem um diferencial, pois se

trata de um hospital, fugindo assim um pouco da realidade de mercado, aplicar o

empreendedorismo em uma empresa deste segmento, o que justifica a escolha do

tema.

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A monografia delimitou-se a analisar as ferramentas que o Administrador

Empreendedor utilizou e continua utilizando para transformar suas idéias na

implementação de um negócio promissor, no Hospital São Marcos, do município de

Nova Venécia - ES, ano de 2008.

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

No mundo dos negócios da atualidade, já é sabido da importância do empreendedor

para a sua continuidade, quer seja das empresas privadas ou públicas. Alicerçadas

desta realidade, busca-se responder a seguinte questão: Como o administrador

empreendedor transforma idéias, implementando-as em negócios de sucesso?

Page 14: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

23

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 OBJETIVO GERAL

Verificar se o empreendedorismo tornou-se um diferencial, e se é uma nova

ferramenta para as empresas se destacarem no mercado atual, quando o

profissional empreendedor conta com uma formação e experiência prática.

1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar as características empreendedoras do gestor;

• Identificar na visão do gestor, se a formação profissional e experiência prática

influência para a desenvoltura e referência de sucesso do negócio;

• Investigar como o empreendedor visualiza a oportunidade de negócio e sua

viabilidade;

• Identificar as ferramentas utilizadas pelo empreendedor diante da possibilidade

de implementação do negócio;

1.5 HIPÓTESE

Diante da nova conjuntura econômica em que a concorrência a cada dia se torna

mais acirrada, torna-se imprescindível para se manter competitivo, ter habilidades e

características empreendedoras. Com isso, a presente monografia tem como

hipótese a seguinte resposta ao problema levantado:

• O administrador empreendedor transforma idéias implementando negócios de

sucesso, fruto de sua visão holística, através de criatividade e determinação.

Page 15: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

24

1.6 METODOLOGIA

“A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas teóricos ou

práticos com o emprego de processos científicos” (CERVO e BERVIAN, 2002, p.

63).

1.6.1 CLASSIFICAÇÃO DE PESQUISA

Existem vários tipos de pesquisa que variam conforme as necessidades e

características do estudo que pretendem realizar, cada uma com seus

procedimentos e peculiaridades próprias. Dentre elas, pode-se destacar três

importantes tipos: a pesquisa bibliográfica, descritiva e a exploratória.

Pelos objetivos pretendidos por esta monografia o tipo de pesquisa que se melhor

responderia aos problemas levantados é a exploratória e descritiva.

Segundo Gil (2002, p. 43) ”pesquisas exploratórias têm como objetivo proporcionar

maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a

constituir hipóteses”.

No que se refere à pesquisa descritiva, pode-se dizer que seu objetivo é “a

descrição das características de um fenômeno ou uma população, ou então, o

estabelecimento de relação entre variáveis” (GIL, 2002, p. 42).

1.6.2 TÉCNICAS PARA COLETA DE DADOS

Esta monografia utilizou das seguintes técnicas para coleta de dados; pesquisas

bibliográficas e estudo de caso.

A pesquisa bibliográfica, segundo Vergara (2000, p. 49):

É o estudo com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônica, isto é, material acessível ao público em geral “que é”

Page 16: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

25

circulante a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público ou mesmo um país.

Utilizou esta técnica através da coleta de materiais já elaborado e publicado sobre o

tema da pesquisa, quais sejam: publicações avulsas, jornais, revistas, livros e

artigos.

Para Gil (2002, p. 54) “estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de

um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado

conhecimento”.

Utilizou também esta técnica por ser um estudo mais intensivo, que leva em

consideração a compreensão, num todo, do assunto investigado.

1.6.3 FONTES PARA COLETA DOS DADOS

Utiliza-se nesta monografia, ambas as fontes para coleta de dados; fonte primária e

fonte secundária.

Segundo Andrade (2001, p. 43):

Fontes primárias são constituídas por obras ou texto originais, material ainda não trabalhado, sobre determinado assunto. Fontes secundárias referem-se a determinadas fontes primárias, isto é, são constituídas pela literatura originada de determinadas fontes primárias e constituem-se em fontes das pesquisas bibliográficas.

Os dados primários foram coletados através de entrevista, realizada diretamente

com o profissional gestor do Hospital São Marcos. Enquanto que os secundários

foram advindos de materiais já elaborados, como revistas, livros, periódicos e

jornais.

Page 17: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

26

1.6.4 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA PESQUISADA

A pesquisa foi realizada com o diretor do Hospital São Marcos, no município de

Nova Venécia - ES, ao qual desempenha também a função de Gestor/Administrador,

sendo uma pesquisa censitária. A pesquisa ocorreu no período de 06 a 08 de

outubro, de 2008.

1.6.5 INSTRUMENTOS PARA A COLETA DE DADOS

Utilizou-se como instrumento metodológico para coleta de dados a entrevista.

Segundo Gil (2002, p. 90),

Entrevista, por sua vez, pode ser entendida como a técnica que envolve duas pessoas numa situação “face a face” e em que uma delas formula questões e a outra responde formulário, por fim pode ser definido como a técnica de coleta de dados em que o pesquisador formula questões previamente elaboradas e anotadas.

A entrevista permite que se esclareçam dúvidas no ato de sua concretização, esta

foi utilizada para expor as opiniões e conhecimentos do administrador da empresa

pesquisada. A entrevista proporciona um ambiente agradável onde a conversa vai

surgindo com o desenrolar do assunto, mas seguindo os padrões determinados,

entre o entrevistador e entrevistado.

1.6.6 POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Para Ferrão (2003) ao mencionar quanto à possibilidade de tratamento e análise dos

dados, aborda que, realizada a coleta de dados, com todos os critérios, os mesmos

devem ser preparados para digitação e para posterior análise estatística. Antes da

análise e da interpretação, os dados devem ser submetidos aos seguintes trabalhos

de seleção, codificação e tabulação. Porém, nesta monografia utilizar-se-á somente

o critério de seleção, fazendo em seguida a apresentação dos dados coletados.

Page 18: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

27

Passando a seguir para análise e interpretação das informações, que servirão de

embasamento para elaboração da conclusão sobre o tema abordado.

1.7 APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DAS PARTES DO TRABALHO

O presente trabalho está dividido em cinco capítulos apresentados da seguinte

forma:

No capítulo 1, consta a introdução, justificativa da escolha do tema, delimitação e

formulação do problema, os objetivos, a hipótese e a metodologia utilizada.

No capítulo 2, aborda o conceito teórico que fundamenta a importância da realização

deste estudo de caso.

No capítulo 3, desenvolve a apresentação e posteriormente a análise dos dados

obtidos através da entrevista.

No capítulo 4, refere-se a conclusão do trabalho e as possíveis recomendações

para a pesquisa e implementações futuras.

E finalizando com o capítulo 5, as referências utilizadas no desenvolvimento desta

monografia.

Page 19: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

28

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 EMPREENDEDORISMO

Ao analisar o empreendedorismo se faz necessário destacar alguns autores que se

destacam.

Segundo Pereira e Garcia (2006):

A palavra empreender é derivada de “imprehendere”, do latim, e foi incorporada à língua portuguesa no século XV. A expressão “empreendedor”, segundo o Dicionário Etimológico Nova Fronteira, de 1986, teria surgido na língua portuguesa no século seguinte. Todavia a expressão empreendedorismo parece ter sido originada da tradução da expressão “entrepreneurship”, da língua inglesa, que, por sua vez, é composta da palavra francesa “entrepreneur” e do sufixo inglês “ship”, que indica posição, grau, relação, estado, qualidade, perícia ou habilidade.

Dees (2005) relata que o termo empreendedorismo surgiu para caracterizar de

forma clara a postura de indivíduos que viam se destacando na sociedade, trazendo

desenvolvimento econômico e progresso. Segundo ele:

O termo ‘empreendedor’ surgiu na economia francesa por volta dos séculos XVII e XVIII. Em francês, significa aquele se compromete com um trabalho ou uma atividade específica e significante. Mais especificamente, veio para ser usado para identificar indivíduos ousados que estimulavam o progresso econômico buscando novas e melhores formas de fazer as coisas. O economista francês mais comumente reconhecido por dar a tal expressão esse significado particular é Jean Baptiste Say. Escrevendo na virada do século XIX, ele o emprega neste sentido, ‘O empreendedor move recursos econômicos de uma área de baixa para uma área de maior produtividade e grande retorno’. Empreendedores geram valor.

Para Dolabela (2002, p.29) os empreendedores podem ser voluntários – que tem

motivações para empreender - ou involuntários – são forçados a empreender por

motivos alheios a sua vontade: desempregados imigrantes, etc.

Segundo Timmons (apud DOLABELA, 2002), “o empreendedorismo é uma

revolução silenciosa, que será para o século 21 mais do que a revolução industrial

foi para o século 20”.

Page 20: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

29

O empreendedorismo se apresenta hoje, como principal caminho para obter sucesso

em um mercado competitivo e globalizado, sendo assim não bastando administrar

com a receita tradicional, e sim se faz necessário usar da criatividade para que os

negócios funcionem de forma satisfatória, ou seja, abre-se então espaço ao

empreendedorismo.

2.1.1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

Segundo a enciclopédia Wikipédia (2008), o empreendedorismo no Brasil tem as

seguintes características.

No Brasil, o empreendedorismo começou a ganhar força na década de 1990, durante a abertura da economia. A entrada de produtos importados ajudou a controlar os preços, uma condição importante para o país voltar a crescer, mas trouxe problemas para alguns setores que não conseguiam competir com os importados, como foi o caso dos setores de brinquedos e de confecções, por exemplo. Para ajustar o passo com o resto do mundo, o País precisou mudar. Empresas de todos os tamanhos e setores tiveram que se modernizar para poder competir e voltar a crescer. O governo deu início a uma série de reformas, controlando a inflação e ajustando a economia, em poucos anos o País ganhou estabilidade, planejamento e respeito. A economia voltou a crescer. Só no ano 2000, surgiu um milhão de novos postos de trabalho. Investidores de outros países voltaram a aplicar seu dinheiro no Brasil e as exportações aumentaram. Juntas essas empresas empregam cerca de 40 milhões de trabalhadores.

Pesquisas recentes realizadas nos Estados Unidos mostram que o sucesso nos negócios depende principalmente de nossos próprios comportamentos, características e atitudes, e não tanto do conhecimento técnico de gestão quanto se imaginava até pouco tempo atrás. No Brasil, apenas 14% dos empreendedores têm formação superior e 30% sequer concluíram o ensino fundamental, enquanto que nos países desenvolvidos, 58% dos empreendedores possuem formação superior. Quanto mais alto for o nível de escolaridade de um país, maior será a proporção de empreendedorismo por oportunidade.

Dornelas (2005, p. 26) discorre sobre as dificuldades em se abrir um

empreendimento no Brasil.

O movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na década de 1990, quando entidades como Sebrae e Softex foram criadas. Antes disso, praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas. Os ambientes político e econômico do país não eram propícios, e o empreendedor praticamente não encontrava informações para auxiliá-lo na jornada empreendedora.

Page 21: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

30

Hashimoto (2006) destaca a sociedade brasileira como uma das mais propensas e

difusoras do empreendedorismo;

Pesquisas internacionais apontam o brasileiro como um dos povos mais empreendedores do mundo. Muito desse empreendedorismo se dá por necessidade. Mas muito também é por oportunidade, ou seja, por meio das inovações ou identificação de necessidades não atendidas pelo mercado, que se transformam em novos produtos ou serviços.

Ao confirmar que o povo brasileiro é um dos mais cativantes na arte do

empreendedorismo, poderão então, ter a certeza de que em um país como o Brasil

as oportunidades de negócios são amplamente divulgadas e absolvidas pelo grande

contingente de novos gestores de novos negócios, chamados empreendedores.

2.2 EMPREENDEDOR

Empreendedor pode ser considerado o cidadão responsável pelo movimento antigo

que traz transformações na forma de sobrevivência e de convivência de um

indivíduo, de uma família, de uma comunidade ou de uma sociedade, de forma

satisfatória e que vem a contribuir de modo a transformar o meio onde está inserido,

sempre que possível de forma positiva.

Na visão de Dolabela (2002, p. 28) “acredita-se hoje que o empreendedor seja o

‘motor da economia’, um agente de mudanças”.

Muito se tem escrito a respeito, e os autores o oferecem variadas definições para o

termo. O economista australiano Schumpeter (1949), associa o empreendedor ao

desenvolvimento econômico, a inovação e ao aproveitamento de oportunidades em

negócios.

Segundo Tranjam (2008, p.15):

Um empreendedor não e a pessoa mais bem preparada do ponto de vista intelectual, nem a mais conhecedora do mercado e de suas nuances. Tampouco é alguém com mais sorte do que os outros seres humanos, com mais idéias ou dinheiro.

Page 22: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

31

Para Schumpeter (apud DOLABELA, 2002) “o empreendedor é aquele que destrói a

ordem econômica existente através da introdução de novos produtos e serviços,

pela criação de novas formas de organização, ou pela exploração de novos recursos

e materiais”.

O SEBRAE (2008) define:

O empreendedor é basicamente um ser criativo movido pelo desafio, capaz de perceber novas possibilidades de negócio e possuidor das habilidades para aproveitá-las. O sucesso vem através da busca constante de oportunidades, da coragem de assumir riscos bem calculados e habilidade na liderança.

Ser empreendedor é ter principalmente a função essencial de iniciativas, porém, ser

empreendedor de sucesso é ir além, é exigir audácia, coragem, dedicação e amor

pelo que decide-se realizar.

2.2.1 CARACTERÍSTICAS DE EMPREENDEDORES DE SUCESSO

Empreendedores de sucesso apresentam características básicas comuns entre eles,

e um diferencial, é a busca incessante pelo êxito e pela realização.

Dornelas (2005, p. 23) apresenta algumas características de empreendedores de

sucesso:

São Visionários: Eles têm a visão de como será o futuro para o seu negócio e a sua vida, e o mais importante: eles têm a habilidade de implementar os seus sonhos. Sabem tomar decisões: Eles nas se sentem inseguros, sabem tomar as decisões corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade. São indivíduos que fazem a diferença: Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma idéia abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o que é possível em realidade. Sabem explorar ao máximo as oportunidades: Para a maioria das pessoas, as boas idéias são daquelas que as vêem primeiro, por sorte ou acaso. São determinados e dinâmicos: Eles implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos, com uma vontade ímpar de “fazer acontecer”.

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São dedicados: Eles se dedicam 24 horas por dia, sete dias por semana, ao seu negócio. São otimistas e apaixonados pelo que fazem: Adoram o trabalho que realizam, o otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em vez de imaginar o fracasso. São independentes e constroem o próprio destino: Eles querem estar à frente das mudanças e ser o dono do seu próprio destino, querem ser independentes. Ficam ricos: Ficar rico não é o principal objetivo dos empreendedores. Eles acreditam que o dinheiro é conseqüência do sucesso dos negócios. São líderes e formadores de equipe: Os empreendedores têm um censo de liderança incomum. E são respeitados e adorados por seus funcionários. São bem relacionados (networking): Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os auxiliam no ambiente externo da empresa, São organizados: Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos naturais, humanos, tecnológicos e financeiros, de forma racional, procurando o melhor desempenho para o negócio. Planejam, planejam e planejam: Os empreendedores de sucesso planejam cada passo do seu negócio. Possuem conhecimento: São sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem que quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior a sua chance de êxito. Assumem riscos calculados: Talvez essa seja a característica mais conhecida dos empreendedores. É aquela que assume riscos calculados e sabem gerenciar os riscos, avaliando as reais chances de sucesso. Criam valor para a sociedade: Os empreendedores utilizam o seu capital intelectual para criar valor para a sociedade, com a geração de empregos, demasiando a economia e inovando, sempre usando sua criatividade.

Segundo Chiavenato (apud FERREIRA; MUNIZ, 2007) as características básicas de

um empreendedor são três:

Necessidade de realização: existem pessoas com pouca necessidade de realização e que se contentam com o status atual. Porém, as pessoas com alta necessidade de realização gostam de competir com certo padrão de excelência e preferem ser pessoalmente responsáveis por tarefas e objetivos que atribuíram a si próprias. Disposição para assumir riscos: o empreendedor assume variados riscos ao iniciar seu próprio negócio: riscos financeiros decorrentes do investimento do próprio dinheiro e do abandono de empregos seguros e de carreira definidas; riscos familiares ao envolver a família no negócio; riscos psicológicos pela possibilidade de fracassar em negócios arriscados. A preferência pelo risco moderado reflete a autoconfiança do empreendedor.

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Autoconfiança: quem possui autoconfiança sente que pode enfrentar desafios que existem ao seu redor e tem domínio sobre os problemas que enfrenta.

Segundo Houaiss (2001, p. 1127) empreender, empreendedor é o responsável por

“decidir, realizar tarefa difícil e trabalhosa. Tentar uma travessia arriscada. Por em

execução, realizar pesquisas, longas viagens. Tentar executar uma tarefa”.

Um empreendedor de sucesso pode surgir em qualquer lugar onde existam

oportunidades, porém se faz necessário que a sociedade cative a cultura do

empreendedorismo.

2.3 A SOCIEDADE EMPREENDEDORA

O papel do empreendedorismo é de total relevância para a atual economia, o país

tem grandiosa dependência para com essa fatia de negócios que é responsável pela

absorção de grande parte da mão de obra do país, distribuição de renda,

movimentação financeira, desenvolvimento de regiões inteiras e de suas respectivas

populações.

O empreendedor utiliza seu capital intelectual, para criar valor para a sociedade,

dinamizando a economia e inovando, sempre usando sua criatividade em busca de

soluções para melhorar a vida das pessoas.

Dornelas (apud MOSSATO, 2004) conceitua a importância do empreendedor na

sociedade:

[...] são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riquezas para sociedade.

Na visão de Dolabela (2008), o país necessita de empreendedores que com suas

criatividades e com suas demais características, possam vir a colaborarem com o

desenvolvimento da sociedade:

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34

Há sérias razões para construirmos uma sociedade empreendedora. Além das clássicas, as peculiaridades do nosso País impõem que, entre nós, o empreendedorismo deva contribuir para geração e distribuição de renda, conhecimento e poder.

Segundo Mossato (2004) diante da presença significante e da participação do

empreendedor na sociedade:

A análise da importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico coloca o empreendedor como o principal elo entre o desenvolvimento de inovações e o crescimento e a revitalização econômica. O estudo do empreendedorismo e da formação de empreendedores potenciais são partes essenciais de qualquer tentativa de fortalecimento desse elo tão importante para o bem-estar econômico de um país.

Caso uma sociedade venha a conseguir obter sucesso com uma política cultural

empreendedora, isso gerará automaticamente um crescimento econômico.

2.3.1 EMPREENDEDORES E CRESCIMENTO ECONÔMICO

Diante da possibilidade de maximizar a renda nacional através de criações de novos

empregos, o empreendedorismo também atua como uma força positiva no

crescimento econômico, ao estimular a interação entre a inovação e o mercado.

Assim, acredita-se que o melhor recurso de que dispomos para solucionar os graves

problemas sócio-econômicos pelos quais o Brasil passa, é a liberação da

criatividade dos empreendedores, através das iniciativas, para produzirem bens e

serviços.

Segundo Correa (2008, p. 67) menciona que:

Empreendedorismo e educação têm uma relação complexa, Bill Gates, criador da Microsoft, e Larry Ellison, que fundou a Oracle, são sempre citados como pessoas que não se graduaram em nenhum curso e tornaram-se membros ilustres da lista dos maiores empreendedores do mundo, além de outra, bem mais atraente, a das pessoas mais ricas do mundo.

Page 26: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

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Segundo Schumperter (apud, MOSSATO, 2004):

O empreendedor é visto como motor da economia, como um agente de inovação e mudanças, capaz de desencadear o crescimento econômico. O empreendedorismo vai além de uma solução do problema do desemprego. A atividade empreendedora promove a iniciativa de liderar e coordenar o esforço no sentido do seu próprio crescimento econômico. Através da indução de atividades inovadoras, capazes de agregar valores econômicos e sociais, é possível alterar a curva de estagnação econômica e social.

Dolabela (2008) acredita que "o empreendedorismo é o principal fator de

desenvolvimento econômico de um país”. Pois a abertura ou crescimento de um

negócio proporciona queda na taxa de desemprego, aumento na renda e

conseqüentemente crescimento para o país.

Empreender antes de tudo é ousar, dar-se como cobaia, enfrentar o desconhecido.

Caso a cultura empreendedora seja vitoriosa e traga sucesso, o crescimento

econômico irá vir de carona, mas para a ocasião precisa de empreendedores que

através de liderança, disparem e coordenem o processo de desenvolvimento.

2.4 ADMINISTRAÇÃO E EMPREENDEDORISMO

A Administração e o empreendedorismo não devem ser tratados como temas

distintos, pois um complementa o outro, tanto os administradores quanto os

empreendedores são tomadores de decisões. Um Administrador formado sem

características de um empreendedor, provavelmente não será um profissional de

sucesso, da mesma forma, um empreendedor que monta o seu próprio negócio e

não possui habilidades administrativas, provavelmante não obterá sucesso no

empreendimento.

É de extrema importância que empreendedorismo e administração andem de mãos

dadas como que em um trabalho em equipe.

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36

Segundo Drucker (apud VIEIRA, 2004):

Tentar dissociar a Administração de Empresas do Empreendedorismo seria o mesmo que dizer que ‘a mão do violinista que dedilha as cordas e a mão que comanda o arco são adversárias ou mutuamente exclusivas.

Drucker (1980, p. 1) “em épocas turbulentas, um empreendimento deve ser

administrado de modo a suportar golpes súbitos e a auferir o máximo de

oportunidades inesperadas ou repentinas”.

Não basta realizar na empresa uma boa administração é também despertar um

espírito empreendedor, pois os empreendimentos precisam ser administrados para

obterem resultados e darem continuidade.

2.4.1 ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

O empreendedor não é apenas um administrador de empresas, mas sim um gestor

em um negócio, no mercado atual. Podemos encontrar administradores,

empreendedores, administradores-empreendedores, cada um com suas

particularidades.

O empreendedor é um administrador de empresas, com características

diferenciadas. Além de possuir o perfil necessário para ter sucesso nos negócios,

sabe administrar muito bem seu empreendimento, conhece toda a empresa e sabe

identificar as oportunidades que farão seus negócios expandirem, pois possuem

ampla visão e é totalmente flexível as mudanças.

Segundo Dornelas (2005, p. 35):

Todo empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador para obter o sucesso, no entanto, nem todo bom administrador é um empreendedor. O empreendedor tem algo mais, algumas características e atitudes que o diferenciam do administrador tradicional. [...] O empreendedor estaria sendo um administrador completo, que incorpora as várias abordagens existentes sem se restringir a apenas uma delas e interage com o seu ambiente para tomar as melhores decisões.

Page 28: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

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Quando este autor fala em “administrador tradicional”, ele retrata aqueles indivíduos

que trabalham ou montam sua empresa, mas se prendem somente as tarefas

cotidianas como: planejar, controlar, dirigir, coordenar; tarefas comuns na função de

administrador; já aquele que além de administrar sabe empreender, desempenha

todas essas funções e vai além, buscando sempre novas oportunidades de

ampliação e transformando ameaças ao seu favor. O administrador empreendedor

tem capacidade de enxergar além da fronteira da lógica, isto o municia para fixar

metas com discernimento, trabalhar no planejamento estratégico e na elaboração de

políticas buscando ser o melhor no seu mercado. A capacidade de tomar decisões,

ter raciocínio e mudar metas orienta a sua ação.

Citado por Drucker (apud VIEIRA, 2004) “não inovar é a única e maior razão para o

declínio das organizações existentes. Não saber administrar é a única e maior razão

para o fracasso de novos empreendimentos.” O empreendedor precisa ter

características de um administrador para se ter total controle sobre seu

empreendimento. É comum hoje empreendedores que sonham demais e abrem seu

próprio negócio, e normalmente não obtem sucesso porque não sabem administrá-

lo.

Pode-se afirmar que um administrador empreendedor é aquele que reúne e sabe

coordenar os recursos econômicos para aplicar de modo prático e eficaz sobre um

mercado, utilizando todas as informações existentes.

2.4.2 DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE ADMINISTRADOR E EMPREENDEDOR

É muito importante conhecer as diferenças básicas entre administrador e

empreendedor, já que se sabe que atualmente ambas são muito usadas em

momentos inoportunos e em desacordo com o que se quer levar ao interlocutor.

Segundo Tranjam (2005, p. 16 e 17):

O administrador define objetivos e metas e a sua preocupação está em colocar, em manter a empresa nos trilhos. Para o empreendedor, o que existe é o cliente e as suas necessidades, em constante mutação.

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De um lado, estão as melhorias buscadas pelo administrador, obcecado pela produtividade e pelos resultados dela decorrentes. De outro lado, as mudanças almejadas pelo empreendedor, entusiasta da criatividade e das idéias dela decorrentes. Para o administrador, os resultados sempre excedem as expectativas; para o empreendedor as expectativas estão sempre à frente dos resultados. O empreendedor consegue persuadir as pessoas a trabalhar para suas idéias; o administrador cria um sistema de trabalho a que as pessoas possam obedecer.

Na visão de Martins (2008):

O empreendedor arrisca seu próprio capital. O administrador está ali para buscar resultados com base em um orçamento e estrutura bem definidos, assumindo riscos de baixos a moderados. O empreendedor assume riscos em todos os níveis. O administrador busca atingir os objetivos definidos pelo conselho dos acionistas e o empreendedor busca atingir seus objetivos.

Porém Dornelas (2005, p. 30 e 35), tem seu ponto de vista determinado:

O trabalho do administrador ou a arte de administrar concentra-se nos atos de planejar, organizar, dirigir e controlar [...]. O empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos do administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa. [...] Um fator que diferencia o empreendedor de sucesso do administrador comum é o constante planejamento a partir de uma visão de futuro. Esse talvez seja o grande paradoxo a ser analisado já que o ato de planejar é considerado umas das funções básicas do administrador desde os tempos de Fayol, como já foi abordado na visão processual das atividades do administrador.

O perfil ideal é aquele em que as características de um bom profissional da

Administração, juntamente com as de um bom empreendedor, formam um

profissional de sucesso.

2.5 PROCESSO EMPREENDEDOR

Empreendedor é aquele que faz acontecer, se antecipa aos fatos e tem uma visão

futura de organização. Os empreendedores de sucesso planejam cada passo,

sempre tendo como base a forte visão de negócio que possui.

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39

Para Dornelas (2005, p. 41):

A decisão de tornar-se empreendedor pode ocorrer aparentemente por acaso. Na verdade essa decisão ocorre devido a fatores externos, ambientais e sociais, a aptidões pessoais ou a um somatório de todos esses fatores, que são críticos para o surgimento e o crescimento de uma nova empresa.

A figura 1 mostra alguns fatores que mais influenciam esse processo durante cada

fase da aventura empreendedora.

Figura 1 – Fatores que influenciam no processo empreendedor (adaptado de Moore, 1986). Fonte: Dornelas (2005).

As ações associadas com as percepções das oportunidades e a criações de

organizações estão todas ligadas devido o trabalho do empreendedor. Schlemm e

Duclós (2007) afirmam que:

O processo empreendedor envolve, por sua vez, a identificação de uma oportunidade, a organização adequada e, finalmente, os recursos necessários para a exploração do novo negócio. Resultante das ações do empreendedor, o processo somente ocorre quando este age no sentido de desenvolver uma inovação, viabilizando seu acesso ao mercado consumidor.

Fatores Pessoais Realização pessoal Assumir riscos Valores pessoais Educação experiência

Fatores Pessoais Assumir riscos Insatisfação com o trabalho Ser demitido Educação Idade

Fatores Sociológicos Networking Equipes Influencia dos pais Família Modelos (pessoas) de sucesso

Fatores Pessoais Empreendedor Líder Gerente visão

Fatores organizacionais Equipe Estratégia Estrutura Cultura produtos

Inovação Evento inicial Implementação Crescimento

Ambiente Oportunidade Criatividade Modelos (pessoas) de sucesso

Ambiente Composição Recursos Incubadoras Políticas públicas

Ambiente Competidores Clientes Fornecedores Investidores Bancos Advogados Recursos Políticas públicas

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40

Segundo Malheiros (2008) “o processo empreendedor inicia-se com a idéia de

negócio, sobre a qual uma série de ações são somadas, buscando a constituição do

empreendimento”.

O processo empreendedor envolve todas as funções, atividades e ações associadas

com as criações de novas empresas. Em primeiro lugar, o empreendedorismo

envolve o processo de criação de algo novo, de valor. Em segundo, requer a

devoção, comprometimento de tempo e esforço necessário para fazer a empresa

crescer. E em terceiro, que riscos calculados sejam assumidos e decisões críticas

tomadas, é preciso ousadia e ânimo apesar de falhas e erros.

2.5.1 IDÉIAS E OPORTUNIDADES

Normalmente quando se começa um novo negócio, desperta somente a idéia, e

apesar de saber que para essa idéia se tornar uma realidade oportuna terá que ter

um alto conhecimento sobre tal negócio, é exatamente neste momento que a

maioria dos empreendedores se perdem.

Segundo Stoner e Freeman (1999, p. 182)” a oportunidade é uma situação que

ocorre quando as circunstâncias oferecem a uma organização a chance de

ultrapassar seus objetivos e metas estabelecidos”.

Dornelas (2005, p. 54, 58 e 59):

Talvez um dos maiores mitos a respeito de novas idéias de negócios é que elas devem ser únicas. O fato de uma idéia ser ou não única não importa. O que importa é como o empreendedor [...]. As oportunidades é que geralmente são únicas, pois o empreendedor pode ficar vários anos sem observar e aproveitar uma oportunidade de desenvolvimento de um novo produto, ganhar um novo mercado e estabelecer uma parceria que o diferencie de seus concorrentes. [...]. Uma idéia isolada não tem valor se não for transformada em algo viável de implementar, visando a atender a um público-alvo que faz parte de um nicho de mercado mal explorado. Isso é detectar uma oportunidade. Novas idéias só surgem quando a mente da pessoa está aberta para que isso ocorra, ou seja, quando está preparada para experiências novas. Assim, qualquer fonte de informação pode ser um ponto de partida para novas idéias e identificação de oportunidades de mercado.

Page 32: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

41

Informação é a base de novas idéias. Estar bem informado é o dever de qualquer empreendedor.

As idéias só se transformam em oportunidades quando existe um propósito que vai

ao encontro das necessidades existentes no mercado, ou seja, clientes

conhecedores e exploradores de pontecialidade do mercado.

2.5.2 IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES

Há muitos fatores que podem resultar no fechamento de uma empresa. Como por

exemplo, podemos citar a falta de planejamento do negócio, as dificuldades em

administrar a empresa, as dificuldades em atender às necessidades do mercado etc.

Estes fatores, muitas vezes combinados, contribuem para a falta de clientes,

incapacidade de lidar com a concorrência, falta de recursos financeiros e muitas

outras situações que são negativas para qualquer empreendimento.

Esta constante busca de oportunidades exige do empreendedor a postura de

sempre estar atento ao que está acontecendo no segmento, do qual atua ou

pretende atuar.

Segundo Hashimoto (2006, p. 121) “as oportunidades estão sempre presentes e

surgem, às vezes, quando e onde menos esperamos”.

Segundo Ferreira e Muniz (2008) “o empreendedor é um grande identificador de

oportunidades, sendo muito curioso e atento a informações, pois sabe que suas

chances melhoram quando seu conhecimento aumenta”.

O SEBRAE (2008) faz a seguinte abordagem identificação de oportunidades:

As oportunidades para empreender se originam de diversas fontes. Podem ser identificadas desde o mapeamento de necessidades insatisfeitas (demandas não atendidas) até inovações tecnológicas revolucionárias, passando por concorrentes que deixam a desejar (demandas insatisfatoriamente atendidas) ou mudanças de comportamento do consumidor, entre outras. Todas estas fontes têm em comum o fato de um dia terem sido simplesmente dados, processados ou observados na

Page 33: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

42

realidade, que uma vez combinados e interpretados se transformam em informações e finalmente em oportunidades de negócios.

Os empreendedores que buscam a altas realizações estão sempre inovando seus

negócios, observando oportunidades, atentos a tudo que pode gerar pontos fortes e

pontos fracos em seus negócios.

2.5.3 AVALIANDO OPORTUNIDADES

Quando se pensa em montar um negócio é preciso avaliar as oportunidades e as

ameaças, ou seja, as necessidades do mercado, desenvolver, transformando à idéia

em um processo.

Segundo Dornelas (2008) “a grande oportunidade é aquela com a qual você se

identifica e que apresenta grandes perspectivas para o futuro do negócio, ou seja,

não pode focar apenas no momento presente, no curto prazo”.

Este mesmo autor (2005, p. 60) faz uma avaliação da seguinte forma, que Qualquer

oportunidade deve ser analisada, pelo menos, sob os seguintes aspectos:

1- Qual mercado ela atende? 2- Qual o retorno econômico que ela proporciona? 3- Quais são as vantagens competitivas que ela trará ao negócio? 4- Qual é a equipe que transformará essa oportunidade em negócio? 5- Até que ponto o empreendedor está comprometido com o negócio?

As oportunidades estão sempre aparecendo, às vezes, quando e onde menos se

espera. Elas podem estar em um problema, em uma necessidade do mercado, nas

tendências da moda, em um conflito inesperado, inseridas em um comentário, e

podem ser derivadas de novos produtos. O empreendedor sempre fica atento o

tempo todo às coisas que acontecem à sua volta.

Page 34: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

43

2.5.4 TRANSFORMANDO OPORTUNIDADES EM NEGÓCIOS LUCRATIVOS

Um ambiente instável representa uma variedade de situações e circunstâncias que

podem sempre ser aproveitadas de forma favorável. Por esses motivos, o

empreendedor está sempre buscando transformações para explorar as

oportunidades.

Timmons (apud VAREJÃO, 2007) “o empreendedor é alguém capaz de identificar,

agarrar e aproveitar uma oportunidade, buscando e gerenciando recursos para

transformar a oportunidade em negócio de sucesso”.

Segundo o site Vida Dura (2008):

Todo empreendedor deve saber que uma boa idéia é uma condição necessária, mas não suficiente para se lançar à criação de um novo empreendimento. É necessário identificar como e quando uma idéia pode ser convertida em um negócio de sucesso. [...] Acompanhar as novas necessidades dos clientes é fundamental para identificar as melhores oportunidades de negócios. O desafio do empreendedor é tornar-se o próprio agente das transformações, adiantando-se às mudanças.

Dornelas (2005, p. 39):

Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam a transformação de idéias em oportunidades. É a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso.

O sucesso muitas vezes está na curiosidade do empreendedor, que utiliza o seu

talento e a sua interpretação do que o mercado está oferencendo e demandando.

2.6 PLANEJAMENTO

Existem razões para que o planejamento do empresário tenha necessidade de

passar de um estilo informal para outro formal e sistemático. Em primeiro lugar, há

um grau de incerteza inerente ao empreendimento que procura se firmar e crescer.

Com níveis mais elevados de incertezas, os empresários têm maior necessidade de

lidar com os desafios encontrados no seu negócio, e um esforço de planejamento

Page 35: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

44

mais formalizado poderá ajudar a enfrentá-los. Em segundo lugar, a força da

concorrência para um novo empreendimento elevará a importância de um

planejamento mais sistemático, a fim de monitorar suas operações e objetivos.

Segundo Chiavenato (2000, p. 195) “o planejamento figura como primeira função

administrativa, por ser aquela que serve de base para demais funções”.

Oliveira (2002, p. 108) menciona que:

O planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão.

Stoner e Freemam (1999, p. 136) “planejamento é o processo de estabelecer

objetivos e as linhas de ação adequadas para alcançá-los”.

O planejamento se torna o foco de atenção para a alta administração e, virou uma

ferramenta indispensável hoje nas empresas, para enfrentar ameaças e aproveitar

as oportunidades encontradas no ambiente interno e externo das organizações.

2.6.1 PLANEJAMENTO E SUA IMPORTÂNCIA PARA O EMPREENDIMENTO

O mais importante na utilização do planejamento é que se trata de um modelo único

para cada empresa. Cada empresa possui características próprias, ou seja, cultura e

clima organizacional, hábitos e costumes. Portanto, o planejamento além de ser uma

ferramenta flexível, deve ser participativo e disseminado em todos os níveis da

empresa.

Diante da importância do planejamento para um empreendimento, Dornelas (2005,

p. 95) afirma que “existe uma importante ação que somente o próprio empreendedor

pode e deve fazer pelo seu empreendimento: planejar, planejar e planejar”. O

empreendedor consciente planejar com antecedência para não correr o risco de não

atingir seus objetivos ou, até mesmo, para saber lidar com o sucesso, caso chegue

inesperadamente. O planejamento serve, para nortear decisões.

Page 36: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

45

Stoner e Feermam (1999, p. 137):

Sem planejamento, os administradores não podem saber como devem organizar as pessoas e os recursos, podem até mesmo não ter uma idéia clara sobre o que precisam organizar. Sem um planejamento, não podem lidar com confiança ou esperar que os outros sigam.

A falta de experiência adequada, tanto tecnológica quanto de negócios, poderá

limitar a compreensão dos empresários, e assim necessita de planejamento para

auxiliá-lo na determinação dos caminhos futuros da organização.

2.6.2 PLANO DE NEGÓCIO

Um plano de negócio é o principal instrumento para determinar a operação

essencial. É também o principal documento para gerenciar o empreendimento. Um

dos maiores benefícios deste plano é que ele ajuda a evitar armadilhas comuns que

muitas vezes comprometem os esforços anteriores. O plano de negócio é o guia que

garante uma jornada bem sucedida ao empreendedor.

Degen (1989, p. 118) “afirma que o plano de negócio é uma peça fundamental,

requerida por potenciais investidores para avaliarem o novo empreendimento e

tornarem a decisão de participar”.

Hashimoto (2006, p. 200):

O plano de negocio é um documento que reúne informações sobre as características, condições, expectativas, e necessidades do futuro empreendimento, visando uma analise de pontecialidade e viabilidade de implantação.

Dornelas (2005, p. 98):

O plano de negócio é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa. Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e autoconhecimento, e, ainda permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios.

Page 37: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

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Novos empreendimentos, em geral, são vulneráveis e sujeitos a muita restrições e,

por isso a prudência e cautela devem ser redobradas desde o início do processo. O

plano de negócio descreve aos investidores fontes de financiamentos, todos os

acontecimentos que possam afetar o empreendimento que está sendo proposto. Os

detalhes são necessários para as varias ações projetadas do empreendimento.

A ênfase do plano de negócio deveria ser sempre a implantação definitiva do

empreendimento.

2.7 O EMPREENDEDORISMO E AS ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS

A realidade atual exige reflexão profunda, mudanças de posturas de cultura interna

para criar condições competitivas para trabalhar num modelo mais abrangente.

Alguns autores postulam sobre a importância de se traçar estratégias competitivas

em seus negócios.

Degen (1989, p. 108) “a principal preocupação do futuro empreendedor, após a

escolha do negócio que pretende desenvolver, em função do seu potencial de lucro

e crescimento, deve ser a determinação da estratégia competitiva”.

Bernardi (2003, p. 106):

Um empreendimento surge com base em uma idéia, em motivações, em uma concepção e uma visão de negócios, completadas por uma modelagem, definição de objetivos, escolha de caminhos e estratégias que o viabilizem.

Porter (1989, p. 1):

A estratégia competitiva é a busca de uma posição competitiva favorável em uma indústria, a arena fundamental onde ocorre a concorrência. A estratégia competitiva visa a estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinem à concorrência na indústria.

A estratégia competitiva não irá garantir o sucesso para o empreendimento, mas

trará uma sustentabilidade para o negócio. As inovações devem ser constantes a fim

de manter a vantagem competitiva.

Page 38: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

47

2.8 EMPREENDEDORISMO NAS ENTIDADES

A promoção do empreendedorismo dentro das empresas cria um motivador

importante internamente. Essas empresas que promovem um clima prazeroso de

trabalho, favorecem o surgimento de idéias, valorizam as tentativas e as

experimentações, propõem projetos importantes àqueles que são motivados por

desafios, elimina ou minimiza as eventuais barreiras. Nesses tipos de empresas, não

é difícil se tornar empreendedor. Na verdade, todos os envolvidos na empresa

podem se tornar um.

Portanto, a empresa empreendedora segundo Hashimoto (2006, p. 81) qualifica que

“para a empresa, o empreendedorismo representa uma forma de proporcionar maior

autonomia ao nível operacional e a descentralização de decisões que não ocorrem

na organização tradicional”.

Wikipédia (2008) “o empreendedorismo busca a auto-realização que quem utiliza

este método de trabalho, estimula o desenvolvimento local, apoiando a pequena

empresa, ampliando a base tecnológica, criar empregos, evitar armadilhas no

mercado que está incidido”.

Segundo Rossi (2006):

Empreendedor é o que realiza alguma atividade com um objetivo, então ele já sabe o que quer fazer de início. Também é aquele que percebe que para fazer alguma coisa tem que trabalhar com outras pessoas, então também procura trabalhar de uma maneira participativa, para ter o comprometimento dessas pessoas. Além disso, é aquele que se preocupa em apresentar resultados. Em síntese: ele sabe o que quer, sabe trabalhar com as pessoas de modo participativo e sabe apresentar resultados. O empreendedor social procura praticar essas três essências de um bom empreendedor.

Existem empresas que só são empreendedoras quando nascem. Depois disso,

passam o resto dos dias se repetindo. A repetição é o contrario da inovação e a

empresa empreendedora é que inova a cada dia, assim possuindo um clima

apropriado à criatividade.

Page 39: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

48

Num mercado cada vez mais global e competitivo o desenvolvimento das economias

está cada vez mais ligado ao conhecimento e à iniciativa de quem possuir esse

conhecimento. Neste contexto, o empreendedorismo pelas entidades, torna-se ponto

fundamental, uma vez que este busca sempre a inovação.

Page 40: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

49

3 ESTUDO DE CASO

3.1 EMPRESA OBJETO DE ESTUDO DE PESQUISA

O caminho trilhado para se chegar a tal ponto de eficiência começou a ser traçado

há 39 anos atrás, em 13 de junho de 1959. Com a presença do então governador

Dr. Carlos Monteiro Lindemberg e o Padre Vitor Milesi que rezou uma missa campal

de lançamento da pedra fundamental do hospital, que a Sociedade Beneficente São

Vicente de Paulo pretendia construir.

Entretanto, alguns anos mais tarde chegou-se a conclusão que a Sociedade

Beneficente São Vicente de Paulo não tinha recursos necessários para continuar as

obras. Em março de 1963, ocorre a conclusão da obra do Hospital Beneficente São

Marcos, nome dado em homenagem ao padroeiro da cidade.

No dia 25 de abril de 1967, D. José Dalvit celebrou uma missa de inauguração do

Hospital São Marcos. Mas a inauguração efetiva do hospital aconteceu em julho do

mesmo ano, com a internação dos primeiros pacientes, sob a administração das

irmãs Combonianas. Durante 15 anos, elas administraram o hospital sobre o

comando da Drª. Maria Tereza Lazarotto e do Dr. Feruchi Abraão da Costa.

O Hospital São Marcos, tinha como prioridade atender a população carente do

município de Nova Venécia. Mas, por ser o único na região, acabou atendendo

ainda a população dos municípios vizinhos que até então não possuíam Unidades

de Saúde deste porte.

Com estrutura limitada e grande demanda de pacientes, os poucos recursos

recolhidos em doação pelo hospital, e as pequenas subvenções repassadas pelo

governo, o hospital atendia precariamente a urgência e emergência. Não havia

plantão e poucos serviços básicos eram oferecidos. Em 1982, com a retirada das

irmãs Combonianas do País o hospital foi doado para a Sociedade Beneficente São

Page 41: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

50

Camilo, com uma única exigência: que o trabalho continuasse a filantropia da linha

cristã no desempenho profissional.

Não foi difícil para a Sociedade Beneficente São Camilo cumprir a promessa feita às

irmãs. A partir de 1982 o hospital entrou em nova fase. Foram feitas mudanças

físicas e estruturais que permitiram aprimorar o atendimento e os serviços

oferecidos. Uma das principais mudanças foi o funcionamento 24 horas do plantão

de Urgência e Emergência, além de um Banco de Sangue. Uma Creche foi

construída no Bairro Rúbia com capacidade para 110 crianças. A localização foi

escolhida estrategicamente porque neste bairro muitas mães carentes não tinham

onde deixar os filhos quando iam trabalhar.

Alguma dessas mudanças de melhoria contínua, que ocorreu após nova gestão no

hospital pode ser visualizada através das fotos contidas no anexo I.

3.1.1 ESTRUTURA

Hoje o São Marcos possui um total de 75 leitos, sendo 52 leitos disponíveis para

internação e 23 leitos extras, oferecendo mais de 80% dos seus serviços aos

usuários do SUS (Sistema Único de Saúde). Atualmente realiza em média 90

consultas por dia, totalizando 2.740 consultas/mês, além de consultas, realiza

também uma média de 50 partos/mês e mais de 45 cirurgias/mês, com toda essa

demanda, conta com o apoio de mais de 100 pessoas empregadas (contando com

os médicos, prestadores de Serviço que compõem o corpo clínico do hospital que

atualmente são 24 profissionais), duas enfermeiras de nível superior, além de

técnicos, auxiliares de enfermagem e os funcionários administrativos.

Atualmente o Hospital São Marcos realiza, aos usuários do SUS (Sistema Único de

Saúde), cirurgias de cataratas e varizes. Possui também contrato com Laboratório

de Análises Clínicas e Ultra-sonografia, além do serviço próprio de Radiologia.

Realiza ainda, cirurgia Vídeo-laparosçopica, exames de: Endoscopia Digestiva,

Mamo grafia, eletrocardiografia.

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51

Um programa de qualidade implementado através do SEBRAE e diversos cursos na

área de humanização e relacionamento inter-pessoal, vêm aprimorando ainda mais

as relações de trabalho. Tanto que na falta da diretoria do hospital o “time da

qualidade” tem autonomia para tomar as decisões necessárias. O Hospital São

Marcos é hoje, um referencial para o norte do Estado do Espírito Santo.

3.1.2 COLABORADORES

• Direção Geral

Administrador: Klebson Carvalho Soares

Administrador Assistente: Everton Marcos de Oliveira

• Estrutura Administrativa/ Financeira

Coordenação Departamento Pessoal: Penha Felippe de Oliveira

Coordenação do Faturamento: Margarida Maria Vialle

Coordenação do departamento de Estoque: Arlete Cesana

Tesouraria: Maria Marinalva Peruchi Reguette

Técnico em Informática: Alexandro Neves de Oliveira

Coordenação da Recepção: Veralucia Pilon

Setor de Higienização: Arlete Lourenço

• Estrutura Clinica e Técnica

Coordenador e Diretor Clinico: Drº. Jovelino Venturim Filho

Diretor Técnico: Eduardo Gomes Nespoli

Bioquímico: Dr�� Vicente de Paula Cesana

Nutricionista: Milena Marques Mattedi

Coordenação de Enfermaria: Fabio Marcosini �

Page 43: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

52

3.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

3.2.1 ENTREVISTA COM O GESTOR DA EMPRESA

1. No mundo dos negócios da atualidade, já é sabido da importância do

empreendedor para a sua continuidade, isso para qualquer tipo de empresa. Na

visão de Vossa Senhoria, como o administrador empreendedor transforma idéias

implementando negócios de sucesso?

Primeiro, identificar oportunidades, isto é fundamental. Segundo, me informar sobre o que quero implementar. O que eu considero principal é agregar valor ao produto ou serviço que quero implementar - criar um diferencial, ou seja, criar vantagem competitiva.

2. Sabe-se no segmento em que está inserido, surgem várias dificuldades. Sendo

assim, qual foi o momento mais crítico no início da sua gestão no hospital ou

mesmo depois? Como foi superado?

Foi devido o impasse com o município, o não reajuste negado pela prefeitura. Para superar busquei o diálogo, não obtendo sucesso, adotei uma estratégia de levar à comunidade o que estava acontecendo com a Instituição e o município. Busquei os meios de comunicação para colocar a comunidade ao lado da instituição, em seguida arrisquei tudo, fizemos uma greve de dois dias com isso forcei o município a negociar.

3. Segundo os autores renomados empreendedores são pessoas diferenciadas,

que possuem motivações singulares, apaixonadas pelo que fazem, não se

contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas,

referenciadas e imitadas, querem deixar um legado. Diante dessa definição

Vossa Senhoria se considera um empreendedor?

Sim.

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4. O que é necessário priorizar no planejamento de uma empresa para que o

negócio seja bem sucedido?

Uma boa Administração do negócio, com isso terá uma base sólida na tomada de decisão. Gestão e Administração são a base de tudo.

5. Na visão de Vossa Senhoria, a formação profissional e experiência prática

influência para a desenvoltura e referência de sucesso do negócio em que

administra?

Sim. Pois é necessário o entrelaçamento do conhecimento teórico e a prática.

6. Entende-se o segmento em que está inserido o Hospital é bastante complexo,

quando se trata de investimento. Dentro dessa realidade, como Vossa Senhoria

visualiza a oportunidade e viabilidade para implementar o negócio?

Primeiro, obter informações sobre as tendências de mercado. Segundo, levantar uma pesquisa sobre as necessidades (demanda) das pessoas. E terceiro buscar informação com outros profissionais da área para levantar dados.

7. Nas estratégias e ações implementadas no Hospital São Marcos, Vossa

Senhoria as desenvolvem com a contribuição de parceiros externos? E qual o

grau de importância desses para a Instituição?

Hoje são necessários quatros pontos: Primeiro, Gestão Administrativa. Segundo, Integração com a Comunidade. Terceiro buscar parcerias com outras Instituições Governamentais, estas são vitais para a obtenção de recursos e emendas parlamentares. Quarto buscar a capacitação profissional para dar viabilidade e credibilidade à instituição.

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54

8. Como gestor administrador, quais as ferramentas utilizadas na implementação de

novas ações dentro da Instituição? E como visualiza a necessidade de dessas

novas ações?

Orçamento do programa, relatório de atividades (contém dados sobre a instituição), estatística, Planejamento estratégico e tentar implementar outras ferramentas como o Balanço BSC – (Balanced Scorecard a busca de ferramentas para implementar).

9. Por ser um gestor administrador de uma Instituição diferenciada na forma de

gerenciar, qual são as características empreendedoras que Vossa Senhoria

destaca sobre esta atuação?

Capacidade de ter uma visão ampla, capacidade de arriscar, fazer as coisas acontecerem para não ser um profissional reativo e sim proativo.

10. Na avaliação de Vossa Senhoria qual o perfil do empreendedor de sucesso?

Assumir riscos, saber comunicar, ter iniciativa, obter informação, ser líder, obter conhecimento, ser organizado e uma boa rede de relacionamento.

11. Na sua visão o administrador empreendedor é capaz de transforma idéias

implementando negócios de sucesso, fruto de uma visão holística, através de

criatividade e determinação?

Sim. Ser criativo é necessário, mas não suficiente para transformar idéias em ação. È fundamental muitas vezes super-dimensionar as oportunidades e sub-dimensionar os obstáculos, pois a forma que você supera estes servirá de aprendizado.

12. Com as constantes mudanças econômicas, políticas, sociais e tecnológicas em

que vivemos, têm provocado variações nos serviços ofertados em relação à

saúde em todos os sentidos, o que vem provocando inúmeros problemas para as

instituições que prestam serviços de saúde, face o aumento da demanda dos

usuários, conseqüentemente necessitando de mais espaço e com qualidade.

Page 46: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

55

Sendo assim, qual deve ser a posição de um empreendedor diante de tais

mudanças e necessidades?

Toda mudança traz ameaças e oportunidades. É importante focar nas oportunidades e manter a empresa flexível para superar os novos desafios através de investimentos na capacitação das pessoas e melhorias de processos.

3.3 ANÁLISE DOS DADOS

De acordo com o que foi abordado na entrevista, conclui que o administrador

empreendedor possui características inovadoras e atuais de acordo com o que é

exigido pelo mercado atual. Os dados ficam confirmados pelo estudo de caso

realizado no Hospital São Marcos, através do diretor da instituição.

Buscando responder o objetivo geral e específico, e confirmando a hipótese, conclui-

se então que, a empresa sofreu grandes transformações, uma vez que foi instituído

um novo administrador, e esse com características empreendedoras, confirmando a

teoria citada pelo SEBRAE (2008):

O empreendedor é basicamente um ser criativo movido pelo desafio, capaz de perceber novas possibilidades de negócio e possuidor das habilidades para aproveitá-las. O sucesso vem através da busca constante de oportunidades, da coragem de assumir riscos bem calculados e habilidade na liderança.

A estratégia utilizada pela grande maioria dos administradores empreendedores ao

observarem uma oportunidade, parte principalmente da inovação e da criatividade

como fatores de diferencial e destaque diante do mercado e das demais

organizações.

Fica demonstrado com clareza, que o planejamento é a base para o sucesso de

uma empresa que busca a diferenciação a partir de sua administração, como foi

citado por Dornelas (2005, p. 30 e 35):

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56

O trabalho do administrador ou a arte de administrar concentra-se nos atos de planejar, organizar, dirigir e controlar [...]. Um fator que diferencia o empreendedor de sucesso do administrador comum é o constante planejamento a partir de uma visão de futuro[...]. Esse talvez seja o grande paradoxo a ser analisado já que o ato de planejar é considerado umas das funções básicas do administrador desde os tempos de Fayol, como já foi abordado na visão processual das atividades do administrador.

Uma vez que a empresa já está estabelecida no mercado, o administrador

empreendedor busca se expandir, atender novos mercados, conquistar novos

clientes e passa a praticar uma inovação contínua.

Ficou claro que o diferencial estabelecido pela empresa é de extrema importância

para o sucesso do empreendimento, uma vez que é ele o fator que leva o cliente a

identificar a empresa em meio a várias outras.

Concluindo, observa-se que o administrador empreendedor é um profissional com

diferencial, possui um perfil que o capacita para o negócio, vislumbra o sucesso,

sabe gerir com firmeza a empresa, conhece todo o processo produtivo e

administrativo, sabe identificar e prever oportunidades e ameaças para o

desenvolvimento do empreendimento se concretizar com segurança. É flexível as

mudanças e com uma ampla visão critica. Todas essas características detectadas

do administrador empreendedor que foi possível de comprovação por esta

monografia, se confirma com o que diz Dornelas (2005, p. 35):

Todo empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador para obter o sucesso, no entanto, nem todo bom administrador é um empreendedor. O empreendedor tem algo mais, algumas características e atitudes que o diferenciam do administrador tradicional. [...] O empreendedor estaria sendo um administrador completo, que incorpora as várias abordagens existentes sem se restringir a apenas uma delas e interage com o seu ambiente para tomar as melhores decisões.

Page 48: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

57

4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

4.1 CONCLUSÃO

Na atual conjuntura em que ser empreendedor se torna um dever, entretanto, é

muito importante lembrar que, por trás das novas idéias que vem surgindo e

revolucionando a sociedade, existe muito mais do que visão de futuro e talento

individual. Precisa-se estar alicerçado de vários elementos essenciais para o

sucesso de empreendimentos inovadores, como: análise, planejamento estratégico-

operacional e capacidade de implementação.

Respaldado por esse pensamento, o problema central do trabalho resumiu-se na

seguinte questão: Como o administrador empreendedor transforma idéias,

implementando-as em negócios de sucesso? E com o intuito de respondê-lo,

levantou-se junto ao objetivo geral, concluindo que o empreendedorismo é

realmente um diferencial, como mais uma oportunidade de se destacar no mercado

atual, principalmente quando o profissional empreendedor goza de experiência

pratica em complemento a formação teórica e acadêmica.

Quanto aos objetivos específicos, identificou-se vários pontos importantes que

passaram a responder satisfatoriamente ao problema proposto pelo trabalho que

levantava a seguinte situação: Como o administrador empreendedor transforma

idéias, implementando-as em negócios de sucesso?

O primeiro objetivo específico - buscou identificar as características empreendedoras

do gestor, a qual foi respondida na pergunta de número 9 da entrevista com o gestor

da empresa, que relatou ser características próprias como, capacidade de ter uma

visão ampla, capacidade de arriscar, fazer as coisas acontecerem para não ser um

profissional reativo e sim pró ativo.

O segundo objetivo específico - buscou identificar a visão do gestor, se a

experiência profissional e prática influência para a desenvoltura e referência de

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58

sucesso do negócio. Esse objetivo foi respondido na pergunta de número 5 da

entrevista com o gestor da empresa, que na oportunidade disse que deve existir e é

necessário o entrelaçamento do conhecimento teórico e a prática.

O terceiro objetivo específico - busca investigar como o empreendedor visualiza a

oportunidade de negócio e sua viabilidade. Concluiu o gestor que é de extrema

importância à identificação de oportunidade, e essa identificação só é possível

observando a necessidade do mercado daquele ramo escolhido. Sendo assim o

gestor confirma na resposta da pergunta de número 6 da entrevista, pontuando em

primeiro, obter informação sobre as tendências de mercado; segundo, levantar uma

pesquisa sobre as necessidades (demanda) das pessoas; e em terceiro, buscar

informações com outras profissionais da área para levantar dados.

E o quarto e último objetivo específico – onde buscou identificar as ferramentas

utilizadas pelo empreendedor diante da possibilidade de implementação do negócio,

ficou caracterizado como resposta da pergunta de número 8 da entrevista, com o

gestor citando as seguintes ferramentas: orçamento do programa, relatórios da

atividade (contém dados sobre a instituição), estatística, planejamento estratégico,

Balanço BSC (Balanced Scorecard). Buscar implementar outras ferramentas, as

quais proporcionam avaliar as implicações futuras de decisões presentes.

Mediante ao levantamento dos dados, conclui-se que em conformidade com a

hipótese levantada ao início dessa monografia, confirma que o administrador com

características empreendedoras transforma idéias, implementando negócios de

sucesso, e isso só é possível devido a visão holística do administrador que usa a

criatividade e determinação para ultrapassar barreiras, superar desafios, alcançar

objetivos planejados, tornando a empresa onde administra um exemplo de

competência e superação.

E finalizando, ficou comprovado a importância do administrador empreendedor para

o sucesso no mundo dos negócios, quer seja nas empresas privadas ou públicas.

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59

4.2 RECOMENDAÇÕES

Ao termino dessa monografia, o qual foi considerado como sendo uma pesquisa

satisfatória onde responde de forma eficiente aos objetivos propostos, fica claro a

importância considerável dos dados levantados, sugerindo assim algumas

recomendações relatadas:

• É de extrema importância que o administrador empreendedor venha a elaborar e

fazer uso constante de um planejamento estratégico, abrigando junto o plano de

negócio, uma ferramenta que bem gerida servirá de base para a sustentação de

um desenvolvimento saudável do negócio.

• Que ao gerir seu negócio, o administrador motive e treine sua equipe em busca

de um melhor atendimento as necessidades do mercado.

• Considerar de extrema importância que o empreendedorismo e a administração

andem de mãos dadas, como que em um trabalho de equipe.

Assim, as conclusões da presente pesquisa não se esgotam o tema abordado.

Recomenda-se para pesquisas acadêmicas futuras, estudos voltados ao tema,

buscando de forma a quantificar e mensurar dados das perspectivas e

considerações de todo o corpo de colaboradores da instituição, uma vez que no

presente trabalho de conclusão de curso foi abordado uma visão extremamente

restrita à única pessoa do diretor/gestor do Hospital São Marcos, demonstrando

suas características empreendedoras, como uma nova ferramenta para administrar

com eficiência. Então, sugeri-se que as conclusões alcançadas nesse trabalho

sejam comparadas com os demais membros que também auxiliam na

administração, assim poderá ter uma síntese da real situação administrativa e

empreendedora do objeto de estudo uma vez que os ambientes são passivos de

mudanças constantes.

Page 51: O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR

60

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