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O Á P Estabe D Direção d ÁLCOOL E A LEI Profissionais dos elecimentos Comercia CARLA RIBEIRO (coordenação) VASCO CALADO LÚCIA DIAS ELSA LAVADO LUDMILA CARAPINHA Divisão de Estatística e Investigação de Serviços de Monitorização e Informação dezembro 2014 ais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

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O Á

Profissionais dos

Estabelecimentos Comerciais

Divisão de Estatística e Investigação Direção de Serviços de Mon

ÁLCOOL E A LEI

Profissionais dos

Estabelecimentos Comerciais

CARLA RIBEIRO (coordenação)

VASCO CALADO LÚCIA DIAS ELSA LAVADO

LUDMILA CARAPINHA

Divisão de Estatística e Investigação Direção de Serviços de Monitorização e Informação

dezembro 2014

Estabelecimentos Comerciais

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Ficha Técnica

Título: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais.

Autor:

Ribeiro, Carla; Calado, Vasco; Dias, Lúcia; Lavado, Elsa; Carapinha, Ludmila.

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD):

Direção de Serviços de Monitorização e Informação/Divisão de Estatística e Investigação

Editor: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD)

Morada: Av. da República, nº 61, 1050-189 Lisboa

Edição: 2015

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À memória de José Luís Costa.

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Agradecimentos

A todos os profissionais dos estabelecimentos que, sem restrições ou contrapartidas, aceitaram

colaborar neste trabalho, disponibilizando algum do seu tempo e muita da sua experiência, um

agradecimento sincero.

Agradecemos ainda a Ana Mira, Ana Vieira da Silva, Bruno Enes, Joana Bettencourt, Maria

Alexandra Figueiredo, Nuno Varges e Pedro Valente, que puseram ao serviço deste trabalho o seu

saber local e a sua própria rede de relações, nomeadamente os contactos de alguns profissionais que

vieram a ser entrevistadas.

Um agradecimento especial ao Luís Vasconcelos, pela apreciação crítica de todo o trabalho.

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Sumário Executivo

No âmbito do Programa de Estudos sobre a Aplicação do Regime de Disponibilização,

Venda e Consumo de Bebidas Alcoólicas em Locais Públicos e Locais Abertos ao Público, que

decorre do instituído no Decreto-Lei nº50/2013, de 16 de abril, realizou-se um estudo misto sobre

o álcool e a lei na perspetiva da oferta. As duas componentes do estudo decorreram em

simultâneo em cinco cidades – Porto, Coimbra, Lisboa, Faro e Évora – em maio de 2014, mais de

um ano depois de ter entrado em vigor o referido Decreto-Lei, portanto.

Numa componente, de natureza quantitativa, aplicou-se um questionário semiaberto a 98

profissionais que exerciam funções em seis tipos de estabelecimentos comerciais que vendem

bebidas alcoólicas ao público – cafés, bares, discotecas, supermercados, roulottes e bombas

de gasolina. Na outra, de natureza qualitativa, entrevistaram-se 25 profissionais do mesmo tipo

de estabelecimentos. Ambos abordaram as mesmas questões e as duas metodologias

revelaram-se complementares: no essencial, os resultados dos dois estudos são coincidentes e,

em conjunto, permitem traçar um retrato das práticas comerciais e da aplicação da Lei do

Álcool por parte dos estabelecimentos comerciais, bem como avaliar o conhecimento da

legislação vigente, as atitudes, as perceções e as representações dos seus profissionais em

relação ao consumo juvenil de álcool e à venda de bebidas alcoólicas a jovens.

De uma forma geral, constata-se um relativo desconhecimento acerca da legislação

vigente por parte de quem trabalha em estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas ao

público. Embora a maioria dos profissionais tenha noção que houve alguma alteração

legislativa nos últimos 2 anos, verifica-se um défice de conhecimento sobre alguns aspetos

particulares do atual regime legal. Os funcionários de discotecas e bombas de gasolina

destacam-se como os mais informados acerca das alterações introduzidas com o Decreto-Lei

nº50/2013, de 16 de abril, nomeadamente a questão da idade mínima legal. De uma forma

geral, a informação nem sempre chega aos profissionais de forma bem estruturada e pela via

institucional.

Segundo o que se conclui dos inquéritos aplicados na componente quantitativa, a maioria

dos profissionais declararam já ter recebido informação sobre os efeitos do consumo de bebidas

alcoólicas em jovens. No entanto, apenas um terço recebeu formação sobre o assunto. Em

relação à legislação que regula a venda e o consumo, a maioria recebeu informação, e

apenas uma pequena parte declarou ter recebido formação. Tanto na componente

quantitativa como na componente qualitativa, os profissionais de bombas de gasolina e de

discotecas destacam-se como os que mais referiram ter recebido informação/formação sobre

estas matérias.

Alguns dos profissionais entrevistados sublinham a importância de ter acesso a mais

informação sobre a lei vigente, enquanto outros afirmam não sentir essa necessidade. Na parte

quantitativa, apenas um terço dos inquiridos expressaram a necessidade de informação sobre a

Lei do Álcool e um quarto referiu necessidade de formação. Em ambas as componentes, os

profissionais dos cafés foram quem mais manifestou necessidade de informação e formação

nesta matéria. Por outro lado, alguns profissionais entrevistados reforçaram o papel fundamental

da prevenção e do controlo parental, em detrimento da importância da fiscalização sobre os

estabelecimentos, vista por vezes como uma «caça à multa».

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Na parte quantitativa, quase metade dos profissionais inquiridos referiu que o seu

estabelecimento nunca foi alvo de uma fiscalização relacionada com a venda de bebidas

alcoólicas. Cerca de um quarto afirmou que, apesar de não ter ocorrido nos últimos 12 meses, já

tinha acontecido anteriormente. Apenas uma pequena parte declarou ter ocorrido uma

fiscalização deste tipo nos últimos 12 meses, e ninguém declarou ter resultado dessa ação uma

multa ou contraordenação. Na parte qualitativa, assiste-se à mesma tendência, embora se

registe a aplicação de uma coima. Em ambas as componentes, as bombas de gasolina, bares

e discotecas são, segundo os seus profissionais, os estabelecimentos comerciais mais sujeitos a

ações de fiscalização.

A maioria dos profissionais inquiridos e entrevistados declara não ter sentido qualquer

alteração a nível da fiscalização relacionada com a venda de bebidas alcoólicas nos últimos 12

meses comparativamente ao período de março de 2012 a março de 2013. Entre a minoria que

sentiu alteração – globalmente mais no sentido de um aumento –, destacam-se os profissionais

de discotecas, bares e cafés.

Por outro lado, a maioria dos profissionais inquiridos considera difícil ou muito difícil as

entidades fiscalizadoras identificarem estabelecimentos que infringem a Lei do Álcool, e apenas

um terço diz ser fácil ou muito fácil. Os profissionais das discotecas destacam-se no sentido da

atribuição de maior grau de dificuldade e os das bombas de gasolina no sentido oposto. Já

quando questionados sobre o grau de probabilidade de um estabelecimento comercial que

infringe a Lei do Álcool ser alvo de sanções, a maioria dos profissionais considera ser provável ou

muito provável. Os profissionais dos supermercados são os que mais consideram ser muito

provável, e os dos bares os que mais consideram ser nada provável.

Na componente qualitativa, assiste-se à mesma tendência de achar muito difícil controlar a

aplicação da Lei do Álcool, nomeadamente a venda de bebidas alcoólicas a menores. Os

supermercados, em especial, são apontados como o tipo de estabelecimentos onde esse

controlo é mais difícil. Não obstante, alguns entrevistados defendem claramente um aumento

das ações de fiscalização relacionada com a venda de álcool, nomeadamente a menores de

idade.

Na componente quantitativa, mais de dois terços dos profissionais afirmou não haver

dificuldades em cumprir a lei no que respeita à idade mínima legal para venda de bebidas

alcoólicas, com destaque para quem exercia funções em bombas de gasolina, supermercados

e roulottes.

No entanto, segundo a generalidade dos profissionais entrevistados, no que toca à venda

de bebidas alcoólicas a jovens, a lei é difícil de cumprir, nomeadamente a questão da venda a

menores de idade. Por um lado, os profissionais afirmam que nem sempre é fácil perceber a

idade dos clientes e, por outro, que os jovens compram álcool em grupo e adotam

frequentemente estratégias para contornar a lei – nomeadamente um jovem maior de idade

que compra para amigos mais novos. A tendência geral parece ser a postura «eu cumpro, mas

os outros não».

Ainda segundo os profissionais entrevistados, o padrão de consumo de bebidas alcoólicas

por parte dos jovens é muito elevado e considerado, até, preocupante. Uma ideia generalizada

é que o consumo de álcool é cada vez mais precoce.

Em relação às ocorrências relacionadas com um consumo problemático, em ambas as

componentes, os profissionais referem não assistir com frequência a jovens em coma alcoólico

ou jovens envolvidos em atos violentos/lutas após terem tomado bebidas alcoólicas. Já a

embriaguez é mais comum, sobretudo no interior, à porta ou nas imediações de bares e

discotecas.

Na parte quantitativa, a situação de jovens embriagados foi a mais reportada, embora

apenas cerca de um quinto dos profissionais inquiridos tenha declarado a sua ocorrência com

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uma frequência semanal. Pouco mais de um quarto declarou ocorrências de jovens envolvidos

em atos de violência relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas, e as declarações

sobre situações de jovens em coma alcoólico foram muito residuais e sem frequência semanal.

Mais uma vez, destacam-se as discotecas com as maiores proporções destas ocorrências para

qualquer uma das três situações relacionadas com um consumo problemático.

Em ambas as componentes, é consensual entre os profissionais que determinadas práticas

promocionais como as happy hours e algumas formas de promoções/ofertas são cada vez mais

comuns, sobretudo em alguns tipos de estabelecimentos comerciais, e incentivam os consumos,

contribuindo para consumos nocivos e problemas associados.

Quase metade dos profissionais inquiridos declarou ter havido práticas promocionais de

bebidas alcoólicas no seu estabelecimento comercial nos últimos 12 meses. Estas são

transversais a todos os tipos de estabelecimentos, embora mais referidas pelos profissionais das

discotecas e bares, e menos pelos das roulottes e cafés. As happy hours são as promoções mais

comuns, seguidas das reduções de preços, sobretudo mediante a compra de um número

mínimo de bebidas, mas também por desconto direto. Há referências a uma variedade de

outras práticas promocionais, como promoções da marca/fornecedores, «brindes», «pontos

cartão», ladies night, etc.

Mais de dois terços dos profissionais declararam não ter havido qualquer alteração no

número de promoções nos últimos 12 meses comparativamente ao período de março de 2012 a

março de 2013. As alterações referidas foram no sentido do aumento do número de promoções

a nível das espirituosas e das cervejas. De um modo geral, os profissionais dos bares foram os

que mais disseram ter havido aumento no número de promoções para qualquer das bebidas

consideradas. Ou seja, embora verificando-se uma perceção de aumento de práticas

promocionais, esta tendência não coincide com as alterações legislativas introduzidas com o

Decreto-Lei nº50/2013, de 16 de abril.

Na componente qualitativa, assiste-se à mesma tendência. As promoções na venda de

bebidas alcoólicas são vistas como uma forma de incentivar o consumo de álcool. De acordo

com os entrevistados, estas estratégias ganham mais sentido num contexto de crise económica

e visam sobretudo a clientela mais jovem. Não é de estranhar, portanto, que sejam mais comuns

em estabelecimentos comerciais como bares, discotecas e alguns cafés.

Em suma, cruzando os resultados dos inquéritos aplicados e das entrevistas realizadas, é

possível concluir que dificilmente estarão criadas as condições para um ambiente propício a

boas práticas na disponibilização/venda de bebidas alcoólicas. Tal deve-se sobretudo a:

- um défice de informação e formação sobre os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas

em jovens, a um défice de conhecimento sobre a Lei do Álcool e a uma desvalorização da

necessidade informativa/formativa nestas matérias;

- uma perceção generalizada de ineficácia a nível da fiscalização;

- uma perceção de dificuldade generalizada no cumprimento da lei no que respeita à

idade mínima legal para venda de bebidas alcoólicas (as principais razões apontadas são

dificuldades na identificação da idade, mas também as estratégias adotadas pelos menores

em conivência com os maiores de idade, a falta de fiscalização, o desconhecimento da lei e os

interesses comerciais).

Neste sentido, importa, pois, potenciar sinergias entre os vários intervenientes, afetar recursos

de forma adequada, e direcionar de forma integrada as intervenções para populações e

contextos específicos, de modo a conferir legitimação e sustentabilidade às políticas e

intervenções.

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Índice

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 17

METODOLOGIA ............................................................................................................................ 19

RESULTADOS ............................................................................................................................... 21

I - Caracterização dos profissionais ................................................................................. 21

II – Problemas associados ao consumo de álcool ....................................................... 25

III – Práticas comerciais ...................................................................................................... 28

A – Práticas de controlo .................................................................................................. 28

B – Recusas de venda ..................................................................................................... 31

C – Práticas promocionais ............................................................................................... 32

IV. Práticas de fiscalização ............................................................................................... 34

A – Ações de fiscalização ............................................................................................... 34

B - Perceções dos profissionais sobre a aplicação da Lei ............................................. 38

V – Conhecimentos e atitudes face à Lei e ao consumo de álcool ....................... 42

A - Informação/Formação .............................................................................................. 42

Sobre os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens .............................................. 42

Sobre a Lei do Álcool........................................................................................................... 43

Necessidades de Informação /Formação ............................................................................. 45

B - Conhecimentos sobre a Lei do Álcool ....................................................................... 47

Alteração legislativa e restrições aos locais e horários ............................................................ 47

Idades mínimas legais .......................................................................................................... 48

C - Atitudes face à Lei e ao consumo de álcool ........................................................... 51

Atitudes face à Lei do Álcool ............................................................................................... 51

Atitudes face ao Consumo de Álcool ................................................................................... 53

PARA REFLETIR............................................................................................................................ 55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 59

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Índice de figuras

Fig. 1 – Profissionais por tipo de Estabelecimento Comercial: Total e por NUT II (%) ............................................... 22

Fig. 2 – Profissionais segundo o Sexo: Total e por Estabelecimento Comercial (%) ................................................. 22

Fig. 3– Profissionais segundo os Grupos Etários: Total e por Estabelecimento Comercial (%) ............................... 23

Fig. 4– Profissionais segundo o Número de Anos na Função: Total e por Estabelecimento Comercial (%)........ 23

Fig. 5– Estabelecimentos Comerciais (a que pertencem os profissionais inquiridos), segundo o Número de Anos de Existência: Total e por Estabelecimento Comercial (%) ........................................................... 24

Fig. 6 – Ocorrência de situações no estabelecimento comercial ou à porta deste, nos últimos 12 meses (%) 25

Fig. 7– Ocorrência de situações de jovens embriagados no estabelecimento comercial ou à porta deste, nos últimos 12 meses, por tipo de Estabelecimento Comercial (%) ....................................................... 27

Fig. 8 – Ocorrência de situações de jovens envolvidos em atos de violência/lutas após a ingestão de bebidas alcoólicas, no estabelecimento comercial ou à porta deste, nos últimos 12 meses, por tipo de Estabelecimento Comercial (%) ................................................................................................................... 28

Fig. 9 – Práticas mais frequentes de controlo da idade do cliente no estabelecimento comercial (%) ............ 29

Fig. 10 – Práticas mais frequentes de controlo da idade do cliente no estabelecimento comercial, por tipo de Estabelecimento Comercial (%) ................................................................................................................... 29

Fig. 11– Existência de dificuldades em cumprir a legislação relativa à idade mínima legal, para a venda de bebidas alcoólicas, por tipo de Estabelecimento Comercial (%) ......................................................... 30

Fig. 12 – Existência de promoções de bebidas alcoólicas, nos últimos 12 meses, por tipo de Estabelecimento Comercial (%) .................................................................................................................................................. 33

Fig. 13 – Ocorrência de alteração quanto ao número de promoções relativas a bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses, comparativamente ao período entre março de 2012 e março de 2013 (%) ...... 34

Fig. 14 – Ocorrência de ações de fiscalização relacionadas com a venda de bebidas alcoólicas no estabelecimento, nos últimos 12 meses (%) ............................................................................................... 35

Fig. 15 – Ocorrência de ações de fiscalização relacionadas com a venda de bebidas alcoólicas no estabelecimento, nos últimos 12 meses, por tipo de Estabelecimento Comercial (%) ...................... 36

Fig. 16 – Ocorrência de alterações a nível de fiscalização no estabelecimento comercial, nos últimos 12 meses, comparativamente ao período entre março de 2012 e março de 2013 (%) ......................... 36

Fig. 17 – Ocorrência de alterações a nível de fiscalização no estabelecimento comercial, nos últimos 12 meses, comparativamente ao período entre março de 2012 e março de 2013, por tipo de Estabelecimento Comercial (%) ................................................................................................................... 37

Fig. 18 – Grau de dificuldade das entidades fiscalizadoras em identificarem estabelecimentos comerciais que infringem a Lei do Álcool segundo as perceções dos inquiridos (%) ............................................ 39

Fig. 19 – Grau de dificuldade das entidades fiscalizadoras em identificarem estabelecimentos comerciais que infringem a Lei do Álcool segundo as perceções dos inquiridos, por tipo de Estab. Comercial (%) ...................................................................................................................................................................... 39

Fig. 20 – Grau de probabilidade de um estabelecimento comercial que infringe a Lei do Álcool ser alvo de sanções segundo as perceções dos inquiridos (%) .................................................................................. 41

Fig. 21 – Grau de probabilidade de um estabelecimento comercial que infringe a Lei do Álcool ser alvo de sanções segundo as perceções dos inquiridos, por tipo de Estabelecimento Comercial (%) ......... 41

Fig. 22 – Informação/Formação recebida sobre os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens (%) ........................................................................................................................................................................... 42

Fig. 23 – Informação/Formação recebida sobre a Lei do Álcool (%) ....................................................................... 43

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Fig. 24 – Tempo decorrido (meses) desde a última Inform./Formação recebida sobre a Lei do Álcool (%) ..... 44

Fig. 25 – Informação recebida sobre a Lei do Álcool, por tipo de Estabelecimento Comercial (%)................... 44

Fig. 26 – Formação recebida sobre a Lei do Álcool, por tipo de Estabelecimento Comercial (%) ..................... 45

Fig. 27 – Necessidade de receber Informação/Formação sobre os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens e a Lei do Álcool (%) ................................................................................................................... 46

Fig. 28 – Conhecimentos relativamente à ocorrência da alteração legislativa e restrições aos locais e horários de venda (%) ................................................................................................................................................... 47

Fig. 29 – Conhecimentos relativamente à alteração legislativa, por tipo de Estabelecimento Comercial (%) 48

Fig. 30 – Conhecimento da idade legal mínima para consumo / venda de bebidas alcoólicas, por tipo de bebida alcoólica (%) ...................................................................................................................................... 49

Fig. 31 – Conhecimento da idade legal mínima para venda de cerveja, por tipo de Estabelecimento Comercial (%) .................................................................................................................................................. 50

Fig. 32 – Conhecimento da idade legal mínima para venda de vinho, por tipo de Estabelecimento Comercial (%) .................................................................................................................................................. 50

Fig. 33 – Conhecimento da idade legal mínima para venda de bebidas espirituosas, por tipo de Estabelecimento Comercial (%) ................................................................................................................... 51

Fig. 34 – Grau de aprovação face a determinadas medidas legislativas (%) ......................................................... 52

Fig. 35 – Grau de aprovação face a determinadas representações sobre consumo de beb. alc. (%) ............ 53

Índice de tabelas

Tabela 1 – Distribuição dos Profissionais inquiridos segundo a região (NUT II), por tipo de Estabelecimento Comercial (n) ................................................................................................................................................... 21

Tabela 2 – Distribuição dos Profissionais entrevistados segundo a região (NUT II), por tipo de Estabelecimento Comercial (n) ................................................................................................................................................... 24

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O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

17

INTRODUÇÃO

O presente trabalho é parte integrante do Programa de Estudos sobre a Aplicação do

Regime de Disponibilização, Venda e Consumo de Bebidas Alcoólicas em Locais Públicos e

Locais Abertos ao Público, que visa concretizar o definido no artigo 12º do Decreto-Lei

nº50/2013, de 16 de abril, isto é, «um estudo sobre a aplicação do regime previsto no presente

decreto-lei».

Tendo em consideração este enquadramento, o principal objetivo do estudo consiste em

recolher informação sobre a aplicação da lei, com particular atenção às práticas comerciais de

venda de bebidas alcoólicas a jovens em geral e adolescentes em particular. Decorrido um ano

da aprovação de um conjunto de alterações legislativas que instituiu restrições no acesso a

bebidas alcoólicas, procurou-se recolher informação sobre o acesso dos jovens em geral e dos

adolescentes em particular ao álcool, bem como acerca da perceção dos profissionais que

exercem funções em estabelecimentos comerciais que vendem álcool ao público em relação a

alterações nas práticas comerciais e nos consumos juvenis no ano seguinte à aprovação desta

medida legislativa.

Apresenta-se em seguida uma súmula de resultados que decorre do cruzamento dos dados

recolhidos através das duas componentes que compõe o estudo, quantitativa e qualitativa.

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O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

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METODOLOGIA

Por forma a efetuar uma caracterização abrangente das práticas comerciais relativas à

venda de bebidas alcoólicas em Portugal, bem como das atitudes e perceções dos profissionais

que trabalham em estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas ao público, optou-se por

desenvolver um estudo de tipo misto, englobando as abordagens quantitativa e qualitativa.

Assim, se por um lado a primeira abordagem permite precisar a dimensão/extensão de

fenómenos, a segunda proporciona uma melhor compreensão de significados e processos.

A opção pela inclusão de uma vertente qualitativa prende-se com o propósito de contribuir

para uma melhor compreensão da realidade que os números explanam. Decorrente da sua

natureza, a informação obtida permite sobretudo identificar hipóteses e levantar novas

questões, e não tanto responder de forma taxativa a perguntas pré-definidas. A relevância

desta abordagem explica-se pela necessidade de entender os discursos dos profissionais que

trabalham em estabelecimentos comerciais que vendem bebidas alcoólicas ao público nos

seus próprios termos. Nesse sentido, com recurso a citações dos próprios, procurar-se-á ao longo

de todo o texto dar voz aos atores sociais, privilegiando a multivocalidade.

A recolha de dados referente a ambas as abordagens concretizou-se em maio de 2014 nas

cinco capitais das NUT II (Porto, Coimbra, Lisboa, Évora e Faro) de Portugal Continental, junto de

profissionais de variados perfis sociodemográficos.

A componente quantitativa consistiu num estudo transversal, de pesquisa por inquérito,

através de um questionário de autopreenchimento. Este foi aplicado a 98 profissionais que

exerciam funções em seis tipos de estabelecimentos comerciais: cafés, bares, supermercados,

discotecas, bombas de gasolina e roulottes. Deste modo, a amostra é constituída por iguais

proporções de profissionais de cada capital de NUTT II, mas sem representatividade nacional ou

regional.

Sob a coordenação dos autores, a aplicação do inquérito no terreno foi realizada em cada

cidade através de dois inquiridores contratados para o efeito, e a quem foi dada (in) formação

sobre o estudo em concreto e sobre o método de apresentação e aplicação do questionário

de autopreenchimento.

Procurou-se, em cada capital, diversificar as características da amostra, não confinando a

abordagem aos estabelecimentos comerciais a uma única zona geográfica ou a uma hora do

dia, por exemplo. Os profissionais foram informados do objetivo principal do estudo, da entidade

promotora, do caráter voluntário, anónimo e confidencial da sua participação e da futura

publicação do relatório. Uma vez entregue o questionário, os profissionais preencheram-no

isoladamente, geralmente em horário de menor movimento no estabelecimento ou mesmo

ainda antes de abrir e depois de fechar portas, de modo a poder concentrar-se nas respostas.

Garantiu-se a presença de um inquiridor, de modo a responder às hipotéticas dúvidas que

pudessem surgir sobre as perguntas colocadas.

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O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

20

Os questionários preenchidos foram sujeitos a leitura ótica e convertidos e trabalhados em

base de dados SPSS 22.0 no SICAD.

Por sua vez, no âmbito da componente qualitativa foram realizadas 25 entrevistas

semiestruturadas a profissionais que exerciam funções nos mesmos seis tipos de

estabelecimentos comerciais localizados nas cinco capitais mencionadas.

Os entrevistados foram selecionados essencialmente em função da disponibilidade e da

ocasião, privilegiando igualmente a maior diversidade possível de perfis sociodemográficos.

Como referido anteriormente, as entrevistas decorreram em maio de 2014, em períodos de

inatividade ou menor atividade comercial, garantindo sempre o anonimato e a

confidencialidade. Os autores conduziram as entrevistas de acordo com o mesmo guião pré-

definido, que elencava tópicos a abordar, mas não definia perguntas específicas ou as

ordenava segundo uma qualquer ordem. Tendo sido gravadas com a autorização dos

entrevistados, as entrevistas foram depois transcritas e, por fim, analisadas em conteúdo.

A opção pela entrevista semiestruturada explica-se pela intenção de apreender os

significados dos jovens e adolescentes, nomeadamente em relação ao álcool e à legislação

conexa. Apesar de se ter seguido um guião previamente preparado, procurou-se agir de

acordo com os princípios da entrevista etnográfica, isto é, um tipo de entrevista o mais próximo

possível do registo das conversas da vida social quotidiana, procurando evitar um modelo de

entrevista mais coloquial e forçosamente mais artificial (Devillard et al., 2012). Tal postura

procurou desinibir os entrevistados e evitar transparecer juízos de valor ou que sentissem que

estavam a ser julgados.

Foi feito um esforço no sentido de adotar uma «atitude de vigilância», para usar a expressão

proposta por Maria Isabel Rubio (2006). Tal consiste em evitar ativamente impor pontos de vista

ou posições pré-definidas, ou qualquer outra forma de condicionar as respostas, o que foi feito

procurando não interromper o discurso dos informantes, não dirigindo as respostas ou impondo

perguntas, por exemplo. Neste sentido, procurou-se que as perguntas não fossem respondidas a

partir das categorias do entrevistador, valorizando a maior aproximação possível aos pontos de

vista dos entrevistados (Kvale, 2006).

A opção por não seguir um guião de entrevista fechado e rígido permitiu conceder uma

maior liberdade aos entrevistados, com vista a iluminar as questões que considerassem mais

relevantes para si. Face aos objetivos do presente trabalho, era importante que a perspetiva dos

entrevistados fosse expressa nos seus próprios termos, que não são necessariamente os mesmos

dos entrevistadores. Só assim é possível apreender e questionar o sentido que os sujeitos

atribuem ao real (Mendes, 2003).

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O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

21

RESULTADOS

Apresentam-se de seguida, de forma muito resumida, o cruzamento dos dados recolhidos

nas duas componentes – quantitativa e qualitativa.

I - Caracterização dos profissionais

Foram inquiridos 98 profissionais (proprietários ou funcionários) de vários tipos de

estabelecimentos comerciais de venda de bebidas alcoólicas (seleção de acordo com a

tipificação legal) com uma distribuição equilibrada entre as cinco capitais das NUT II de Portugal

Continental: Porto, Coimbra, Lisboa, Évora e Faro (Tabela 1). Os inquiridos foram selecionados

em função da disponibilidade e da ocasião, resultando daí uma amostra de conveniência.

Tabela 1 – Distribuição dos Profissionais inquiridos segundo a região (NUT II),

por tipo de Estabelecimento Comercial (n)

Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Total

Café 5 5 4 5 3 22

Bar 5 5 6 7 8 31

Supermercado 2 2 2 2 2 10

Discoteca 4 4 4 2 3 17

Bomba 2 2 2 2 1 9

Roulotte 2 2 2 2 1 9

Total 20 20 20 20 18 98

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Cerca de 71% dos inquiridos são profissionais de bares (32%), cafés (22%) e discotecas (17%).

Os restantes distribuem-se de forma muito semelhante pelos outros tipos de estabelecimentos

(supermercados, bombas de gasolina e roulottes). A sua distribuição por NUT II é equilibrada, de

acordo com o critério de amostragem (Figura 1).

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O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

22

Fig. 1 – Profissionais por tipo de Estabelecimento Comercial: Total e

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

A maioria dos profissionais é do sexo masculino

supermercados os profissionais do sexo feminino (80%). Nos restantes tipos de estabelecimento

as proporções de profissionais do sexo masculino variam ente 67% (bomba de gasolina e

roulotte) e 77% (discoteca) (Figura 2)

Fig. 2 – Profissionais segundo o Sexo: Total e por E

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Cerca de metade (51%) são jovens adultos (20

proporção de profissionais jovens adultos (65%) e os cafés a menor proporção (32%)

22,4

31,6

10,2

17,3

9,2

9,2

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Total (n=98)

café bar

0%

roulotte (n=9)

bomba (n=9)

discoteca (n=17)

supermercado (n=10)

bar (n=31)

café (n=22)

total (n=98)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Profissionais por tipo de Estabelecimento Comercial: Total e por NUT II (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

A maioria dos profissionais é do sexo masculino (65%), predominando apenas nos

supermercados os profissionais do sexo feminino (80%). Nos restantes tipos de estabelecimento

as proporções de profissionais do sexo masculino variam ente 67% (bomba de gasolina e

(Figura 2).

Profissionais segundo o Sexo: Total e por Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Cerca de metade (51%) são jovens adultos (20-34 anos). As discotecas apresentam a maior

proporção de profissionais jovens adultos (65%) e os cafés a menor proporção (32%)

25,0 25,020,0

25,0

25,0 25,030,0

35,0

10,0 10,0 10,0

10,0

20,0 20,0 20,010,0

10,0 10,0 10,0 10,0

10,0 10,0 10,0 10,0

Norte (n=20)

Centro (n=20)

Lisboa (n=20)

Alentejo (n=20)

Algarve

supermerc. discoteca bomba roulotte

66,7

66,7

76,5

20,0

71,0

68,2

65,3

33,3

33,3

23,5

80,0

29,0

31,8

34,7

20% 40% 60% 80% 100%

NUT II (%)

DEI

(65%), predominando apenas nos

supermercados os profissionais do sexo feminino (80%). Nos restantes tipos de estabelecimento

as proporções de profissionais do sexo masculino variam ente 67% (bomba de gasolina e

omercial (%)

DEI

cotecas apresentam a maior

proporção de profissionais jovens adultos (65%) e os cafés a menor proporção (32%) (Figura 3).

16,7

44,4

11,1

16,7

5,65,6

Algarve (n=18)

roulotte

100%

masc.

fem.

Page 23: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Fig. 3– Profissionais segundo os Grupos Etários: Total e por E

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Quase metade (46%) dos inquiridos exerce a atual função entre 1

10 anos. Os profissionais das discotecas e dos bares são os que apresentam menos temp

exercício da função, e os dos cafés e supermercados os que exercem há mais tempo a atual

função (Figura 4).

Fig. 4– Profissionais segundo o Número de Anos na Função: Total e por E

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Cerca de 44% dos estabelecimentos em que trabalham estes profissionais funcionam há 1

anos, 21% há 6-10 anos e 35% há mais de 10 anos. As discotecas e as roulottes são os

estabelecimentos com funcionamento mais recente (respetivamente 73% e 71%, há 1

as bombas de gasolina com mais anos de existência (71% há mais de 10 anos)

22,2

20,0

16,1

13,6

17,3

0%

roulotte (n=9)

bomba (n=9)

discoteca (n=17)

supermercado (n=10)

bar (n=31)

café (n=22)

total (n=98)

33,3

33,3

0%

roulotte (n=9)

bomba (n=9)

discoteca (n=17)

superm. (n=10)

bar (n=31)

café (n=21)

total (n=97)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Profissionais segundo os Grupos Etários: Total e por Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Quase metade (46%) dos inquiridos exerce a atual função entre 1-5 anos e 31% há mais de

10 anos. Os profissionais das discotecas e dos bares são os que apresentam menos temp

exercício da função, e os dos cafés e supermercados os que exercem há mais tempo a atual

Profissionais segundo o Número de Anos na Função: Total e por Estabelecimento

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Cerca de 44% dos estabelecimentos em que trabalham estes profissionais funcionam há 1

10 anos e 35% há mais de 10 anos. As discotecas e as roulottes são os

estabelecimentos com funcionamento mais recente (respetivamente 73% e 71%, há 1

as bombas de gasolina com mais anos de existência (71% há mais de 10 anos)

22,2

29,4

20,0

16,1

13,6

17,3

33,3

44,4

29,4

10,0

12,9

9,1

19,4

11,1

5,9

20,0

25,8

9,1

14,3

11,1

11,1

23,5

20,0

19,4

27,3

20,4

22,2

22,2

10,0

9,7

9,1

10,2

11,1

11,1

11,8

20,0

16,1

31,8

18,4

20% 40% 60% 80% 100%

20-24 anos

25-29 anos

30-34 anos

35-39 anos

40-44 anos

45 ou mais anos

33,3

44,4

58,8

40,0

54,8

33,3

46,4

44,4

22,2

11,8

30,0

22,6

19,0

22,7

11,1

22,2

11,8

9,7

9,5

10,3

11,1

11,1

17,7

30,0

13,0

38,1

20,6

20% 40% 60% 80% 100%

1-5 anos

6-10 anos

11-15 anos

16 anos ou mais

Estabelecimentos Comerciais

23

omercial (%)

DEI

5 anos e 31% há mais de

10 anos. Os profissionais das discotecas e dos bares são os que apresentam menos tempo no

exercício da função, e os dos cafés e supermercados os que exercem há mais tempo a atual

stabelecimento Comercial (%)

DEI

Cerca de 44% dos estabelecimentos em que trabalham estes profissionais funcionam há 1-5

10 anos e 35% há mais de 10 anos. As discotecas e as roulottes são os

estabelecimentos com funcionamento mais recente (respetivamente 73% e 71%, há 1-5 anos) e

(Figura 5).

24 anos

29 anos

34 anos

39 anos

44 anos

45 ou mais anos

5 anos

10 anos

15 anos

16 anos ou mais

Page 24: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

24

Fig. 5– Estabelecimentos Comercia

Anos de Existência

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Na componente qualitativa respeitou

modo geral, verificam-se no conjunto de entrevistados

identificadas na amostra da componente quantitativa

sejam, em geral, mais velhos do que os

Tabela 2 – Distribuição dos Profissionais entrevistados segundo a região (NUT II),

por tipo de Estabelecimento Comercial (n)

Norte

Café

Bar

Supermercado

Discoteca

Bomba

Roulotte

Total

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

16,7

28,6

0%

roulotte (n=7)

bomba (n=7)

discoteca (n=15)

superm. (n=9)

bar (n=29)

café (n=18)

total (n=85)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

omerciais (a que pertencem os profissionais inquiridos), segundo

xistência: Total e por Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Na componente qualitativa respeitou-se o mesmo critério geográfico (Tabela 2). De um

no conjunto de entrevistados as características sociodemográficas

na amostra da componente quantitativa, embora os respondentes

, em geral, mais velhos do que os inquiridos na outra componente.

Distribuição dos Profissionais entrevistados segundo a região (NUT II),

por tipo de Estabelecimento Comercial (n)

Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve

1 1 1 1 1

1 1 1 1 1

1 1 1 1 1

1 1 - - 1

1 1 1 - -

1 1 1 1 -

6 6 5 4 4

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

71,4

73,3

44,4

48,3

43,5

14,3

28,6

22,2

20,7

38,9

21,2

14,3

6,7

3,4

5,6

4,7

14,3

57,2

20,0

33,3

27,6

38,9

30,6

20% 40% 60% 80% 100%

1-5 anos

6-10 anos

11-15 anos

16 anos ou mais

segundo o Número de

DEI

critério geográfico (Tabela 2). De um

sociodemográficas

, embora os respondentes à entrevista

Distribuição dos Profissionais entrevistados segundo a região (NUT II),

Total

5

5

5

3

3

4

25

DEI

5 anos

10 anos

15 anos

16 anos ou mais

Page 25: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

II – Problemas associados ao consumo de álcool

As perceções dos profissionais dos estabelecimentos comerciais sobre a ocorrência de

situações relacionadas com um consumo problemático de bebidas alcoólicas por parte dos

jovens contribuem de forma indireta para a avaliação dos problemas relacionados com

consumos nocivos de álcool na população juvenil.

De acordo com as declarações

entre os jovens decorrentes de um

alcoólico2 e episódios de violência

estabelecimentos ou à sua porta não foram muito frequentes nos últimos 12 meses.

Na componente quantitativa, a

embora apenas cerca de um quinto (20%) dos profissionais declare a sua ocorrência com uma

frequência semanal. Pouco mais de um quarto (27%) referiram ocorrências de jovens envolvidos

em atos de violência relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas (apenas 2% com uma

frequência semanal), e as declarações sobre situações de jovens em coma alcoólico foram

muito residuais (7%) e sem frequência semanal

Fig. 6 – Ocorrência de situações no estabelecimento comercial

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Na componente qualitativa, as situações de embriaguez juvenil

imediações dos estabelecimentos comerciais são

tendendo também os profissionais

raramente acontece. Os episódios

acontecer, tal como lutas e atos de violência associados ao consumo de álcool

1 No questionário, definiu-se embriaguez como “cambalear, dificuldade em falar, vomitar…”.2 No questionário, definiu-se coma alcoólica como “sem reação, inanimado, desmaio/perda de consciência”.

21,3

21,3

18,1

2,2

0

10

20

30

40

50

60

70

jovens embriagados (n=94)

1 vez/mês ou menos

nunca 37.2%

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Problemas associados ao consumo de álcool

As perceções dos profissionais dos estabelecimentos comerciais sobre a ocorrência de

situações relacionadas com um consumo problemático de bebidas alcoólicas por parte dos

jovens contribuem de forma indireta para a avaliação dos problemas relacionados com

consumos nocivos de álcool na população juvenil.

De acordo com as declarações dos profissionais inquiridos e entrevistados

entre os jovens decorrentes de um consumo problemático – embriaguez1, estados de

lência/lutas após o consumo de bebidas alcoólicas

porta não foram muito frequentes nos últimos 12 meses.

Na componente quantitativa, a situação de jovens embriagados é a mais reportada (63%),

de um quinto (20%) dos profissionais declare a sua ocorrência com uma

Pouco mais de um quarto (27%) referiram ocorrências de jovens envolvidos

em atos de violência relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas (apenas 2% com uma

quência semanal), e as declarações sobre situações de jovens em coma alcoólico foram

muito residuais (7%) e sem frequência semanal (Figura 6).

Ocorrência de situações no estabelecimento comercial ou à porta deste, nos últimos 12 meses (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Na componente qualitativa, as situações de embriaguez juvenil no interior,

imediações dos estabelecimentos comerciais são igualmente as ocorrências mais referidas,

os profissionais entrevistados a considerar que é uma

episódios de coma alcoólico são considerados ainda mais

, tal como lutas e atos de violência associados ao consumo de álcool

se embriaguez como “cambalear, dificuldade em falar, vomitar…”.

se coma alcoólica como “sem reação, inanimado, desmaio/perda de consciência”.

4,2

19,8

3,1

5,2

2,1

jovens embriagados jovens em coma alcoólico (n=96)

jovens envolvidos em atos viol./lutas depois de terem tomado

beb. alc. (n=96)

1 vez/mês ou menos 2-3 vezes/mês 1-2 vezes/semana 3 ou mais vezes/semana

nunca 37.2%

nunca 92.7%

nunca 72.9%

Estabelecimentos Comerciais

25

As perceções dos profissionais dos estabelecimentos comerciais sobre a ocorrência de

situações relacionadas com um consumo problemático de bebidas alcoólicas por parte dos

jovens contribuem de forma indireta para a avaliação dos problemas relacionados com

inquiridos e entrevistados, as ocorrências

estados de coma

bebidas alcoólicas – no interior dos

porta não foram muito frequentes nos últimos 12 meses.

situação de jovens embriagados é a mais reportada (63%),

de um quinto (20%) dos profissionais declare a sua ocorrência com uma

Pouco mais de um quarto (27%) referiram ocorrências de jovens envolvidos

em atos de violência relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas (apenas 2% com uma

quência semanal), e as declarações sobre situações de jovens em coma alcoólico foram

últimos 12 meses (%)

DEI

no interior, à porta ou nas

as ocorrências mais referidas,

uma situação que

ainda mais raros de

, tal como lutas e atos de violência associados ao consumo de álcool – que alguns

se coma alcoólica como “sem reação, inanimado, desmaio/perda de consciência”.

jovens envolvidos em atos viol./lutas depois de terem tomado

beb. alc. (n=96)

3 ou mais vezes/semana

Page 26: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

26

profissionais parecem não valorizar ou, mesmo, tendem a desvalorizar, sendo o álcool visto

sobretudo como um potenciador de desacatos.

Em geral tem havido sempre alguns desacatozitos, brigas não digo, mas há

sempre um falar mais alto para as pessoas se aperceberem, às vezes para

tentarem não pagar. (35 anos, profissional de café)

É mais palavras, palavras feias…lá está, parte depois do feitio do próprio jovem,

porque há jovens que bebem e até ficam bem-dispostos e querem é brincar, há

outros que bebem e ficam agressivos, malcriados. Tudo depende também da

personalidade do jovem, digamos assim. Eles às vezes bebem com intuito de, já

com uma certa intenção. (40 anos, profissional de roulotte)

Estou aqui a trabalhar desde 1991 e, que eu me lembre, assim de violência

pode ter acontecido uma ou outra situação que se resolveu sem… e muitas vezes

não tem nada a ver com questões de álcool. Algumas faíscas que se levantam e

criam fogo, mas não, não, não me lembro aqui de nenhuma situação (46 anos,

profissional de bar)

No entanto, em ambas as componentes, as declarações sobre a frequência destas

ocorrências nos últimos 12 meses variam muito consoante o tipo de estabelecimento comercial

a que pertencem os profissionais. Na parte quantitativa, as discotecas destacam-se como os

locais mais associados a qualquer uma das três situações relacionadas com um consumo

problemático. Na componente qualitativa, as discotecas merecem também óbvio destaque,

tal como determinados estabelecimentos que estão abertos até mais tarde, como bares,

roulottes e, até, alguns cafés. Alguns profissionais parecem tender a desvalorizar este tipo de

ocorrências ou a encará-las como algo inerente à noite.

Por outro lado, os profissionais de supermercados, bombas de gasolina e cafés com

clientela mais velha são quem mais declara que estas situações tendem a não ocorrer nos seus

estabelecimentos.

Há embriaguez, mas nunca ninguém em estado de coma. Já vi muita gente a

vomitar aqui à porta de vez em quando, mas ter comas, a esse ponto não (34 anos,

profissional de bar)

Em coma alcoólico não, mas embriagados sim, já aconteceu q.b. Sim, porque

isto é um espaço de álcool, tem toda a lógica que eles de vez em quando saiam

um bocado alcoolizados, senão não tinha lógica, tinha de fechar a porta, não é?

Agora, coma não, nunca tive nenhuma situação (49 anos, profissional de bar)

Uiii, já apanhei aqui tantas situações de jovens embriagados! Ainda na semana

passada tive aí um que quase nem se segurava nas pernas, tive quase para

chamar o INEM porque pensei que o rapaz me estava quase a entrar em coma!

Era para ir para a Queima e nem chegou a ir! Chegou à Ribeira, bebeu dois baldes

e ficou sem conserto. […] Graças a Deus, nunca tive de entrar em ação mas a

gente vê muitos, infelizmente. (40 anos, profissional de roulotte)

Essas situações são mais à noite, acho eu. Em bares e essas coisas. Aqui não. (25

anos, profissional de supermercado)

Já apanhámos aqui muitas e muitas pessoas caídas no chão, nas casas-de-

banho a hibernar, não é? Coisas assim do género. Isso faz parte do negócio. (…)

Page 27: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Mas, sem dúvida, os problemas são nas noites mais juvenis.

discoteca)

Nunca vi ninguém desmaiado.

atrapalhadas, mas dá

amigos, se querem chamar a ambulância, levá

ambulância uma ou duas vezes ali para a porta.

Segundo os inquiridos, as

acontecer seja qual for o estabelecimento comercial

embriaguez de jovens parece ocorrer menos (89%

nunca aconteceu à porta do seu estabelecimento comercial nos últimos 12 meses

afirmam que estas situações ocorrem

das discotecas quem mais refere tais

últimos 12 meses e 29% declaram ocorrer pelo menos com uma frequência semanal).

Relativamente aos profissionais dos outros estabelecimentos comerciais, apesar das

proporções relevantes dos que declaram nunca ter ocorrido tais situações nos últimos 12 meses

(33% a 43%), cerca de um quarto dos profissionais das bombas de gasolina (29%), dos bares

(23%) e das roulottes (22%) referem a sua ocorrência pelo menos com uma frequê

(Figura 7).

Fig. 7– Ocorrência de situações

nos últimos 12 meses, por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

As situações de coma alcoólico em jovens são as menos frequentes e exclusivamente

referidas pelos profissionais das discotecas (35% referem a sua ocorrência sem frequência

semanal (≤ 2-3 vezes /mês)) e por uma minoria dos profissionais dos bares (3% declaram a sua

ocorrência 1 vez /mês ou menos).

Os atos de violência entre jovens relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas são

sobretudo referidos pelos profissionais das discotecas (apenas um quarto afirma nunca ter

ocorrido nos últimos 12 meses, 71%

Relativamente aos profissionais dos outros estabelecimentos comerciais, e com exceção dos

supermercados em que não existe nenhuma referência, entre 16% e 25% declararam a sua

36,4 40,0

31,8

16,7

22,7

20,0

9,1

20,0

3,3

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=22)

bar (n=30)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Mas, sem dúvida, os problemas são nas noites mais juvenis. (38 anos, profissional de

Nunca vi ninguém desmaiado. Às vezes as pessoas sentem-se um pouco

-se uma água ou coisa assim, por vezes falamos com os

amigos, se querem chamar a ambulância, levá-los para casa. Já chamámos a

uma ou duas vezes ali para a porta. (23 anos, profissional de bar

Segundo os inquiridos, as situações de embriaguez juvenil são as mais frequentes

seja qual for o estabelecimento comercial. Mesmo nos supermercados,

parece ocorrer menos (89% dos profissionais inquiridos

nunca aconteceu à porta do seu estabelecimento comercial nos últimos 12 meses

ocorrem 1 a 2 vezes por semana. Pelo contrário, são os profissionais

s discotecas quem mais refere tais situações (apenas 6% afirmam nunca ter ocorrido nos

últimos 12 meses e 29% declaram ocorrer pelo menos com uma frequência semanal).

Relativamente aos profissionais dos outros estabelecimentos comerciais, apesar das

ções relevantes dos que declaram nunca ter ocorrido tais situações nos últimos 12 meses

43%), cerca de um quarto dos profissionais das bombas de gasolina (29%), dos bares

(23%) e das roulottes (22%) referem a sua ocorrência pelo menos com uma frequê

Ocorrência de situações de jovens embriagados no estabelecimento comercial

nos últimos 12 meses, por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

As situações de coma alcoólico em jovens são as menos frequentes e exclusivamente

referidas pelos profissionais das discotecas (35% referem a sua ocorrência sem frequência

3 vezes /mês)) e por uma minoria dos profissionais dos bares (3% declaram a sua

ocorrência 1 vez /mês ou menos).

Os atos de violência entre jovens relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas são

sobretudo referidos pelos profissionais das discotecas (apenas um quarto afirma nunca ter

ocorrido nos últimos 12 meses, 71% ≤ 2-3 vezes/mês e 6% com frequência semanal)

Relativamente aos profissionais dos outros estabelecimentos comerciais, e com exceção dos

supermercados em que não existe nenhuma referência, entre 16% e 25% declararam a sua

88,9

5,9

42,933,3

17,6

28,6

33,347,1

11,1

11,1

23,528,6

22,2

5,9

bar (n=30)

superm. (n=9)

discoteca (n=17)

bomba (n=7)

roulotte (n=9)

nunca

1 vez/mês ou menos

2-3 vezes/mês

1-2 vezes/semana

3 ou mais vezes/semana

Estabelecimentos Comerciais

27

s, profissional de

se um pouco

se uma água ou coisa assim, por vezes falamos com os

los para casa. Já chamámos a

bar)

são as mais frequentes de

supermercados, onde a

dos profissionais inquiridos declara que tal

nunca aconteceu à porta do seu estabelecimento comercial nos últimos 12 meses), 11%

Pelo contrário, são os profissionais

(apenas 6% afirmam nunca ter ocorrido nos

últimos 12 meses e 29% declaram ocorrer pelo menos com uma frequência semanal).

Relativamente aos profissionais dos outros estabelecimentos comerciais, apesar das

ções relevantes dos que declaram nunca ter ocorrido tais situações nos últimos 12 meses

43%), cerca de um quarto dos profissionais das bombas de gasolina (29%), dos bares

(23%) e das roulottes (22%) referem a sua ocorrência pelo menos com uma frequência semanal

stabelecimento comercial ou à porta deste,

DEI

As situações de coma alcoólico em jovens são as menos frequentes e exclusivamente

referidas pelos profissionais das discotecas (35% referem a sua ocorrência sem frequência

3 vezes /mês)) e por uma minoria dos profissionais dos bares (3% declaram a sua

Os atos de violência entre jovens relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas são

sobretudo referidos pelos profissionais das discotecas (apenas um quarto afirma nunca ter

3 vezes/mês e 6% com frequência semanal).

Relativamente aos profissionais dos outros estabelecimentos comerciais, e com exceção dos

supermercados em que não existe nenhuma referência, entre 16% e 25% declararam a sua

1 vez/mês ou menos

2 vezes/semana

3 ou mais vezes/semana

Page 28: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

28

ocorrência nos últimos 12 meses, embora só no caso dos profissionais das roulot

referência por uma minoria (11%) de ser com uma frequência semanal

Fig. 8 – Ocorrência de situações de alcoólicas, no estabelecimento com

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

III – Práticas comerciais

As condições legais que regulam a venda de bebidas alcoólicas definem, entre outros,

quem pode vender, quando, onde e a quem pode ser vendido.

Tendo em consideração que o diploma alvo deste estudo, o

de abril, tem como objetivo principal,

bebidas alcoólicas por adolescentes, através do aumento da idade mínim

proibição correspondente de venda, a bateria de questões relativa às práticas dos

estabelecimentos comerciais centrou

nas dificuldades inerentes a este controlo.

Procurou-se, no entanto, aflorar

venda em casos de embriaguez e

encorajadoras de consumos nocivos (determinadas práticas promocionais).

A – Práticas de controlo

Em relação às práticas mais frequentes de controlo da idade dos clientes no seu

estabelecimento comercial,

quantitativa, o pedido de cartão de identificação é a medida mais frequente.

profissionais inquiridos assim declara (52% apenas o pedido de cartão de identificação e 19% o

81,8 83,9

13,612,9

4,5 3,2

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=22)

bar (n=31)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

ocorrência nos últimos 12 meses, embora só no caso dos profissionais das roulot

referência por uma minoria (11%) de ser com uma frequência semanal (Figura 8)

de jovens envolvidos em atos de violência/lutas após a ingestão de no estabelecimento comercial ou à porta deste, nos últimos 12 meses, por tipo de

Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI –

As condições legais que regulam a venda de bebidas alcoólicas definem, entre outros,

quem pode vender, quando, onde e a quem pode ser vendido.

Tendo em consideração que o diploma alvo deste estudo, o Decreto-Lei n.º 50/2013

tem como objetivo principal, de forma progressiva, colocar barreiras ao consumo de

bebidas alcoólicas por adolescentes, através do aumento da idade mínima de acesso e da

proibição correspondente de venda, a bateria de questões relativa às práticas dos

estabelecimentos comerciais centrou-se essencialmente no controlo das idades dos clientes e

dificuldades inerentes a este controlo.

aflorar também outras práticas em função do legislado (recusas de

venda em casos de embriaguez e restrições de horários), bem como práticas consideradas

encorajadoras de consumos nocivos (determinadas práticas promocionais).

Em relação às práticas mais frequentes de controlo da idade dos clientes no seu

estabelecimento comercial, tanto na componente qualitativa como na componente

quantitativa, o pedido de cartão de identificação é a medida mais frequente.

declara (52% apenas o pedido de cartão de identificação e 19% o

83,9

100,0

23,5

75,0 77,8

12,9

52,9

25,0

11,1

3,2

17,6

5,911,1

bar (n=31)

superm. (n=9)

discoteca (n=17)

bomba (n=8)

roulotte (n=9)

nunca

1 vez/mês ou menos

2-3 vezes/mês

1-2 vezes/semana

ocorrência nos últimos 12 meses, embora só no caso dos profissionais das roulottes haja a

(Figura 8).

após a ingestão de bebidas , nos últimos 12 meses, por tipo de

DEI

As condições legais que regulam a venda de bebidas alcoólicas definem, entre outros,

Lei n.º 50/2013, de 16

de forma progressiva, colocar barreiras ao consumo de

a de acesso e da

proibição correspondente de venda, a bateria de questões relativa às práticas dos

se essencialmente no controlo das idades dos clientes e

outras práticas em função do legislado (recusas de

horários), bem como práticas consideradas

Em relação às práticas mais frequentes de controlo da idade dos clientes no seu

tanto na componente qualitativa como na componente

quantitativa, o pedido de cartão de identificação é a medida mais frequente. 71% dos

declara (52% apenas o pedido de cartão de identificação e 19% o

1 vez/mês ou menos

3 vezes/mês

2 vezes/semana

Page 29: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

pedido de cartão de identificação e outros métodos como perguntar idade e avaliar pelo

aspeto).

Em relação aos restantes

identificação como uma prática frequente, 13% afirmam que a

perguntar a idade, 12% que é fazer a avaliação pelo aspeto e 4% ambas estas práticas

9).

Fig. 9 – Práticas mais frequentes de controlo da idade do cliente

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

No entanto, estas práticas variam consoante o tipo de estabelecimento comercial a que

pertencem os inquiridos, destacando

declarações de práticas mais frequentes que não passam pelo pedido de cartão de

identificação (respetivamente 55% e 50%)

Fig. 10 – Práticas mais frequentes de controlo da idade do cliente

por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

perguntar idade + pedir cartão + outro

perguntar idade + pedir cartão + fazer avaliação aspeto

pedir cartão + fazer avaliação aspeto

perguntar idade + fazer avaliação aspeto

perguntar idade + pedir cartão

fazer avaliação do aspeto

perguntar idade

pedir cartão identificação

4,5 3,2

4,53,2

9,1

9,1

16,1

27,3

3,2

18,2

12,9

27,3

61,3

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=22)

bar (n=31)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

pedido de cartão de identificação e outros métodos como perguntar idade e avaliar pelo

Em relação aos restantes profissionais que não assinalam o pedido de cartão de

identificação como uma prática frequente, 13% afirmam que a medida

perguntar a idade, 12% que é fazer a avaliação pelo aspeto e 4% ambas estas práticas

entes de controlo da idade do cliente no estabelecimento comercial

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

No entanto, estas práticas variam consoante o tipo de estabelecimento comercial a que

pertencem os inquiridos, destacando-se os cafés e roulottes com as maiores proporções de

declarações de práticas mais frequentes que não passam pelo pedido de cartão de

dentificação (respetivamente 55% e 50%) (Figura 10).

Práticas mais frequentes de controlo da idade do cliente no estabelecimento comercial,

por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

1,1

3,2

4,3

4,3

10,6

11,7

12,8

52,1

0 10 20 30 40 50

perguntar idade + pedir cartão + outro

perguntar idade + pedir cartão + fazer

pedir cartão + fazer avaliação aspeto

perguntar idade + fazer avaliação

perguntar idade + pedir cartão

fazer avaliação do aspeto

perguntar idade

pedir cartão identificação

(n=94)

6,3

6,3

6,3

12,5

6,312,5

16,1

11,1

12,5

12,5

22,2

6,3

12,5

12,96,3

37,5

61,366,7

62,2 62,5

37,5

bar (n=31)

superm. (n=9)

discoteca (n=16)

bomba (n=8)

roulotte (n=8)

pedir BI/CC

perg.idade

avaliar aspeto

perg.idade+pedir BI/CC

perg.idade+avaliar aspeto

pedir BI/CC+avaliar aspeto

perg.idade+pedir BI/CC+avaliar aspeto

perg.idade+pedir BI/CC+outro

Estabelecimentos Comerciais

29

pedido de cartão de identificação e outros métodos como perguntar idade e avaliar pelo

o pedido de cartão de

medida mais frequente é

perguntar a idade, 12% que é fazer a avaliação pelo aspeto e 4% ambas estas práticas (Figura

no estabelecimento comercial (%)

DEI

No entanto, estas práticas variam consoante o tipo de estabelecimento comercial a que

se os cafés e roulottes com as maiores proporções de

declarações de práticas mais frequentes que não passam pelo pedido de cartão de

no estabelecimento comercial,

DEI

60

(%)

perg.idade+pedir BI/CC

perg.idade+avaliar aspeto

pedir BI/CC+avaliar

perg.idade+pedir BI/CC+avaliar aspeto

perg.idade+pedir

Page 30: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

30

Por seu lado, na componente qualitativa,

de identificação não é uma prática recorrente e sistemática, mas algo que está

das vezes, associado à avaliação da idade do cliente através do aspeto

caso de dúvida se avança para tal

entrevistados admitirem desconforto em aplicar tais medidas.

Tento ver pelo aspeto e, quando vejo, quando desconfio que têm menos de 18

anos, peço o bilhete de identidade.

Nós olhamos para a pessoa mais ou menos. E quando eu, no meu ponto de

vista, acho que eles não têm ida

profissional de café)

É assim, é um bocado chato estar a perguntar «ah, que idade tem? Ai,

mostra!». Nós não estamos ali para estar a pedir identificação, não é? É um

bocado incómodo. Nós evitamos isso e sabemos

enganados. (35 anos, profissional de

Na dificuldade da aplicação da lei reside uma diferen

inquiridos e os entrevistados, verificando

A maioria dos profissionais (69%) afirma não haver dificuldades em cumprir a lei no que

respeita à idade mínima legal para venda de bebidas alcoólicas.

discotecas e cafés são os que mais referem a existência de dificuldades (respetivamente 39%,

35% e 33%). (Figura 11).

Fig. 11– Existência de dificuldades em cumprir a

para a venda de bebidas alcoólicas,

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

O principal motivo das dificuldades tem

de inquiridos, 60% dos que declararam existir dificuldades e identificaram os motivos), mas

também foram referidos outros motivos como as estratégias dos menores em conivência com os

maiores de idade, a falta de fiscalização, o desconhecimento da lei e os interesses comerciais.

66,7

33,3

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=21)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Por seu lado, na componente qualitativa, os profissionais revelam que o pedido de cartão

não é uma prática recorrente e sistemática, mas algo que está

das vezes, associado à avaliação da idade do cliente através do aspeto. Nesse sentido

úvida se avança para tal prática de controlo. A isto acresce o facto de alguns

admitirem desconforto em aplicar tais medidas.

nto ver pelo aspeto e, quando vejo, quando desconfio que têm menos de 18

anos, peço o bilhete de identidade. (24 anos, profissional de bomba de gasolina

Nós olhamos para a pessoa mais ou menos. E quando eu, no meu ponto de

vista, acho que eles não têm idade, pergunto a idade ou peço o BI

É assim, é um bocado chato estar a perguntar «ah, que idade tem? Ai,

mostra!». Nós não estamos ali para estar a pedir identificação, não é? É um

bocado incómodo. Nós evitamos isso e sabemos perfeitamente que podemos ser

anos, profissional de café)

Na dificuldade da aplicação da lei reside uma diferença grande entre o que declaram os

, verificando-se uma contradição evidente.

onais (69%) afirma não haver dificuldades em cumprir a lei no que

respeita à idade mínima legal para venda de bebidas alcoólicas. Os profissionais dos bares,

discotecas e cafés são os que mais referem a existência de dificuldades (respetivamente 39%,

ificuldades em cumprir a legislação relativa à idade mínima legal

para a venda de bebidas alcoólicas, por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

O principal motivo das dificuldades tem que ver com a identificação da idade (13% do total

de inquiridos, 60% dos que declararam existir dificuldades e identificaram os motivos), mas

também foram referidos outros motivos como as estratégias dos menores em conivência com os

de fiscalização, o desconhecimento da lei e os interesses comerciais.

61,5

80,0

64,7

77,8

38,5

20,0

35,3

22,2

bar (n=26) superm. (n=10) discoteca (n=17) bomba (n=9) roulotte (n=7)

não sim

que o pedido de cartão

não é uma prática recorrente e sistemática, mas algo que está, na maior parte

. Nesse sentido, só em

A isto acresce o facto de alguns

nto ver pelo aspeto e, quando vejo, quando desconfio que têm menos de 18

bomba de gasolina)

Nós olhamos para a pessoa mais ou menos. E quando eu, no meu ponto de

de, pergunto a idade ou peço o BI. (53 anos,

É assim, é um bocado chato estar a perguntar «ah, que idade tem? Ai,

mostra!». Nós não estamos ali para estar a pedir identificação, não é? É um

perfeitamente que podemos ser

grande entre o que declaram os

onais (69%) afirma não haver dificuldades em cumprir a lei no que

Os profissionais dos bares,

discotecas e cafés são os que mais referem a existência de dificuldades (respetivamente 39%,

legislação relativa à idade mínima legal,

por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

DEI

ver com a identificação da idade (13% do total

de inquiridos, 60% dos que declararam existir dificuldades e identificaram os motivos), mas

também foram referidos outros motivos como as estratégias dos menores em conivência com os

de fiscalização, o desconhecimento da lei e os interesses comerciais.

85,7

14,3

roulotte (n=7)

Page 31: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

31

No entanto, segundo a generalidade dos profissionais entrevistados, no que toca à venda

de bebidas alcoólicas a jovens, a lei é difícil de cumprir, nomeadamente a questão da venda a

menores de idade.

Por um lado, os profissionais afirmam que nem sempre é fácil perceber a idade dos clientes

e, por outro, referem que os jovens compram álcool em grupo e adotam com frequência

estratégias para contornar a lei – nomeadamente um jovem maior de idade que compra para

amigos mais novos. No discurso dos entrevistados, a tendência geral parece ser a postura «eu

cumpro, mas os outros não», sendo os grandes supermercados apontados pelos profissionais dos

outros estabelecimentos comerciais como o local onde o controlo na venda de bebidas

alcoólicas é menos exercido.

Há sempre maneira de fugir, desde que venham com um mais velho e que

esse compre para eles. (…) Não só os miúdos contornam estas leis como toda a

gente contorna as leis. As leis, todas elas, são feitas para poderem ser contornadas.

(53 anos, profissional de café)

Não é muito fácil de controlar. Qualquer pessoa consegue ter um amigo, ou

um primo ou um familiar, que consegue ter os 18 anos (…) e consegue aceder ao

álcool e comprar 10 caixas de cerveja ou 5 garrafas de whisky e ninguém vai

perguntar se é tudo para ele ou se vai partilhar com mais alguém. (30 anos,

profissional de bar)

Raramente aparecem menores a tentar comprar. Mas não quer dizer que já

não tenha acontecido e às vezes há pessoas de 16, 17 anos que, pronto, às vezes

aparenta, às vezes as pessoas têm 16 ou 17 anos. Já pode ter acontecido aqui

casos desses. (23 anos, profissional de bar)

A questão da lei é muito bonita mas para já é preciso querer aplicá-la e depois

aplicá-la significa não vender. Não falo por mim mas, pelo meu entendimento, na

maioria dos estabelecimentos, como estão as coisas, a lei é só para estar afixada

(35 anos, profissional de café)

B – Recusas de venda

As declarações dos profissionais inquiridos sobre as questões relacionadas com as suas

práticas em função do legislado, como é o caso da recusa de venda em situações específicas –

embriaguez, idade inferior à mínima legal e horários – denotam alguma ambiguidade e por

vezes mesmo incongruência, o que poderá ser atribuído a uma insuficiente objetividade na

formulação das perguntas e/ou ao facto de se tratar de questões sensíveis, uma vez que se

referiam às práticas dos próprios profissionais e não às do seu estabelecimento em geral, como

acontece com as restantes questões.

Na parte qualitativa, também não foi possível identificar uma tendência clara. Alguns

entrevistados referem ser frequente recusar a venda de bebidas a clientes abaixo da idade

legal, outros declaram que o fariam mas que nunca precisaram de o fazer. Já em relação a

clientes embriagados, alguns profissionais declararam vender na mesma.

Já recusei muitas vezes. Há muitos miúdos que vêm aí às vezes, sexta-feira

aparecem ai muitos miúdos, passam a palavra e vão embora, já deixam de vir, vão

a outros sítios. (34 anos, profissional de bar)

Page 32: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

32

Ah não, acho que nunca recusamos a venda. Nunca tivemos assim uma

pessoa de 14, 15 anos, pelos menos que aparentasse essa idade. (30 anos,

profissional de bar)

Nunca recusei a venda a menores. Recusar concretamente não, mas disse-lhe

a bebida que ele tinha de consumir com aquela idade. (25 anos, profissional de

roulotte)

Já apareceram aqui jovens embriagados, na altura das festas da Queima. Mas

não recusei vender porque eles também não fizeram barulho. (72 anos, profissional de

supermercado)

Aos alcoolizados vendemos na mesma. (40 anos, profissional de bomba de

gasolina)

C – Práticas promocionais

Determinadas práticas promocionais como as happy hours e outras promoções/ofertas não

podem ser consideradas boas práticas, porquanto incentivam os consumos nocivos e

problemas associados.

Na componente quantitativa, quase metade (47%) dos profissionais declarou terem-se

realizado práticas promocionais de bebidas alcoólicas no seu estabelecimento comercial nos

últimos 12 meses. Estas práticas são transversais a todos os tipos de estabelecimentos. Os

profissionais das discotecas e bares foram os que mais mencionaram ter havido estas práticas no

seu estabelecimento nos últimos 12 meses (77% e 58%) e os das roulottes e cafés os que menos

referiram (22% e 27%) (Figura 12).

A cerveja e as bebidas espirituosas foram as bebidas alcoólicas mais mencionadas a nível

das práticas promocionais.

As happy hours são o tipo de promoção mais comum, seguindo-se a redução de preços,

sobretudo mediante a compra de um número mínimo de bebidas, mas também por desconto

direto. Há referências a uma variedade de outras práticas promocionais, como promoções da

marca/fornecedores, brindes, pontos cartão, ladies night, etc.

Page 33: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Fig. 12 – Existência de promoções

por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Na componente qualitativa, assiste

bebidas alcoólicas são vistas como uma forma de incentivar o consumo de álcool. De acordo

com os entrevistados, estas estratégias ganham mais sentido num contexto de crise económica

e visam sobretudo a clientela mais jovem. Não é de estranhar, portanto, que sejam mais comuns

em estabelecimentos comerciais como bares, discotecas e alguns cafés.

Fazemos promoções, sim. Vamos lá ver, a nossa bebida de eleição é a cerveja,

sem dúvida. Nós normalmente fazemos promoções de cerveja, essencialmente,

até porque este é um bar académico. Também precisamos de vender mais,

portanto precisamos de alguma alegria, porque este é um espaço de alegria, e aí,

então, promovemos naturalmente a cerveja, especialmente à quinta

dia do estudante, em que a cerveja cu

maior. (46 anos, profissional de bar)

Os estabelecimentos f

bocadinho mais. Não é que seja a crianças mas é a jovens

mais atrás disso. Dos 30, 40 para cim

promoção. Agora os jovens, derivado aos custos financeiros

happy hours, essas festas

A happy hour é uma decisão nossa. À partida, esse período entre a

tarde e as oito da noite é o período em que há menos pessoas

maneira de meter pessoas a consumir a uma hora que seja menos apelativa

as pessoas irem a um bar.

Em relação às perceções sobre a existênci

comparativamente ao período de março de 2012 a março de 2013, quanto ao número de

promoções, a maioria (70%) dos profissionais declarou não ter havido qualquer alteração.

alterações reportaram-se sobretudo a nível da

bebidas mais referidas a nível das práticas promocionais

72,7

27,3

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=22)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Existência de promoções de bebidas alcoólicas, nos últimos 12 meses,

por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Na componente qualitativa, assiste-se à mesma tendência. As promoções na venda de

bebidas alcoólicas são vistas como uma forma de incentivar o consumo de álcool. De acordo

om os entrevistados, estas estratégias ganham mais sentido num contexto de crise económica

e visam sobretudo a clientela mais jovem. Não é de estranhar, portanto, que sejam mais comuns

em estabelecimentos comerciais como bares, discotecas e alguns cafés.

promoções, sim. Vamos lá ver, a nossa bebida de eleição é a cerveja,

sem dúvida. Nós normalmente fazemos promoções de cerveja, essencialmente,

ste é um bar académico. Também precisamos de vender mais,

portanto precisamos de alguma alegria, porque este é um espaço de alegria, e aí,

então, promovemos naturalmente a cerveja, especialmente à quinta-feira, que é o

dia do estudante, em que a cerveja custa 70 cêntimos. Nesse dia há um consumo

(46 anos, profissional de bar)

Os estabelecimentos fazem as promoções para poderem vender um

ão é que seja a crianças mas é a jovens. Os jovens é que vão

30, 40 para cima bebem já frequentemente sem qualquer

gora os jovens, derivado aos custos financeiros, aproveitam mais esses

happy hours, essas festas. (35 anos, profissional de café)

A happy hour é uma decisão nossa. À partida, esse período entre a

arde e as oito da noite é o período em que há menos pessoas (…) Talvez seja uma

maneira de meter pessoas a consumir a uma hora que seja menos apelativa

as pessoas irem a um bar. (23 anos, profissional de bar)

Em relação às perceções sobre a existência de alterações nos últimos 12 meses

comparativamente ao período de março de 2012 a março de 2013, quanto ao número de

promoções, a maioria (70%) dos profissionais declarou não ter havido qualquer alteração.

se sobretudo a nível das cervejas e das bebidas espirituosas, ou

bebidas mais referidas a nível das práticas promocionais (Figura 13).

41,9

60,0

23,5

66,7

58,1

40,0

76,5

33,3

bar (n=31) superm. (n=10) discoteca (n=17) bomba (n=9) roulotte (n=9)

não sim

Estabelecimentos Comerciais

33

bebidas alcoólicas, nos últimos 12 meses,

DEI

se à mesma tendência. As promoções na venda de

bebidas alcoólicas são vistas como uma forma de incentivar o consumo de álcool. De acordo

om os entrevistados, estas estratégias ganham mais sentido num contexto de crise económica

e visam sobretudo a clientela mais jovem. Não é de estranhar, portanto, que sejam mais comuns

promoções, sim. Vamos lá ver, a nossa bebida de eleição é a cerveja,

sem dúvida. Nós normalmente fazemos promoções de cerveja, essencialmente,

ste é um bar académico. Também precisamos de vender mais,

portanto precisamos de alguma alegria, porque este é um espaço de alegria, e aí,

feira, que é o

sta 70 cêntimos. Nesse dia há um consumo

derem vender um

jovens é que vão

a bebem já frequentemente sem qualquer

aproveitam mais esses

A happy hour é uma decisão nossa. À partida, esse período entre as seis da

Talvez seja uma

maneira de meter pessoas a consumir a uma hora que seja menos apelativa para

a de alterações nos últimos 12 meses

comparativamente ao período de março de 2012 a março de 2013, quanto ao número de

promoções, a maioria (70%) dos profissionais declarou não ter havido qualquer alteração. As

s cervejas e das bebidas espirituosas, ou seja, as

77,8

22,2

roulotte (n=9)

Page 34: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

34

Fig. 13 – Ocorrência de alteração quanto ao número de promoções relativas a bebidas alcoólicas nos

últimos 12 meses, comparativamente ao período entre março de 2012 e março de 2013 (%)

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Estas alterações foram no sentido do aumento do número de promoções a nível das

espirituosas (12% do total de inquiridos, 63% dos que referiram ter havido alterações) e das

cervejas (13% do total de inquiridos, 55% dos que referiram ter havido alterações), verificando

no caso do vinho uma distribuição equitativa entre os dois senti

De um modo geral, os profissionais dos bares foram os que mais declararam ter havido

aumento no número de promoções para qualquer das bebidas consideradas.

IV. Práticas de fiscalização

A existência de um ambiente de fiscalização

de práticas de comercialização e de aquisição conforme o legislado.

Ou seja, os estabelecimentos comerciais e os consumidores devem ter a perceção de que

existe a séria possibilidade de os infratores serem detetado

dos potenciais infratores).

Neste contexto, contemplou

relacionadas com a venda de bebidas alcoólicas ocorridas nos seus estabelecimentos

comerciais, e sobre as perceções dos profissionais dos estabelecimentos em relação

da aplicação da Lei por parte das entidades fiscalizadoras.

A – Ações de fiscalização

Na componente quantitativa, a

estabelecimento comercial foi alvo de alguma fiscalização relacionada com a venda de

espirituosas (n=83)

vinho (n=77)

cerveja (n=88)

qualquer beb.alcoólica (cerv.,vinho,espir.) (n=90)

Ver

ific

aram

-se

alt

eraç

ões

rel

ativ

amen

te a

:

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

lteração quanto ao número de promoções relativas a bebidas alcoólicas nos

meses, comparativamente ao período entre março de 2012 e março de 2013 (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Estas alterações foram no sentido do aumento do número de promoções a nível das

espirituosas (12% do total de inquiridos, 63% dos que referiram ter havido alterações) e das

cervejas (13% do total de inquiridos, 55% dos que referiram ter havido alterações), verificando

no caso do vinho uma distribuição equitativa entre os dois sentidos de evolução.

De um modo geral, os profissionais dos bares foram os que mais declararam ter havido

aumento no número de promoções para qualquer das bebidas consideradas.

fiscalização

A existência de um ambiente de fiscalização eficaz é fundamental para a implementação

de práticas de comercialização e de aquisição conforme o legislado.

Ou seja, os estabelecimentos comerciais e os consumidores devem ter a perceção de que

existe a séria possibilidade de os infratores serem detetados e sancionados (efeito dissuasor junto

Neste contexto, contemplou-se um conjunto de questões sobre as ações de fiscalização

relacionadas com a venda de bebidas alcoólicas ocorridas nos seus estabelecimentos

as perceções dos profissionais dos estabelecimentos em relação

aplicação da Lei por parte das entidades fiscalizadoras.

Na componente quantitativa, apenas 13% dos inquiridos afirmaram que o seu

cial foi alvo de alguma fiscalização relacionada com a venda de

19,3

7,8

22,7

30,0

0 5 10 15 20 25

espirituosas (n=83)

vinho (n=77)

cerveja (n=88)

qualquer beb.alcoólica (cerv.,vinho,espir.) (n=90)

lteração quanto ao número de promoções relativas a bebidas alcoólicas nos

meses, comparativamente ao período entre março de 2012 e março de 2013 (%)

DEI

Estas alterações foram no sentido do aumento do número de promoções a nível das

espirituosas (12% do total de inquiridos, 63% dos que referiram ter havido alterações) e das

cervejas (13% do total de inquiridos, 55% dos que referiram ter havido alterações), verificando-se

dos de evolução.

De um modo geral, os profissionais dos bares foram os que mais declararam ter havido

eficaz é fundamental para a implementação

Ou seja, os estabelecimentos comerciais e os consumidores devem ter a perceção de que

s e sancionados (efeito dissuasor junto

se um conjunto de questões sobre as ações de fiscalização

relacionadas com a venda de bebidas alcoólicas ocorridas nos seus estabelecimentos

as perceções dos profissionais dos estabelecimentos em relação ao controlo

penas 13% dos inquiridos afirmaram que o seu

cial foi alvo de alguma fiscalização relacionada com a venda de

30

(%)

Page 35: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses, e nenhum declarou resultar dessa ação uma

contraordenação.

Cerca de um quarto afirm

estabelecimento já tinha sido alvo de fiscalização anteriormente. Quase metade dos

profissionais (44%) referiu que o seu estabelecimento nunca foi alvo de uma fiscalização deste

tipo e 18% afirmaram não saber (Figura 14).

Fig. 14 – Ocorrência de ações de

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Os profissionais dos bares foram os

alvo deste tipo de fiscalização nos últimos 12 meses (19%). Quanto aos profissionais dos outros

estabelecimentos comerciais, e com exceção dos supermercados (nenhuma referência a estas

ações nos últimos 12 meses), entre 11% e 14% declararam ter havido alguma ação de

fiscalização nos últimos 12 meses (Figura 15).

nunca foi43,9

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses, e nenhum declarou resultar dessa ação uma

Cerca de um quarto afirmou que, apesar de não ter acontecido nos últimos 12 meses, o seu

tabelecimento já tinha sido alvo de fiscalização anteriormente. Quase metade dos

que o seu estabelecimento nunca foi alvo de uma fiscalização deste

tipo e 18% afirmaram não saber (Figura 14).

ções de fiscalização relacionadas com a venda de bebidas alcoólicas no

estabelecimento, nos últimos 12 meses (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Os profissionais dos bares foram os que mais referiram que os seus estabelecimentos foram

alvo deste tipo de fiscalização nos últimos 12 meses (19%). Quanto aos profissionais dos outros

estabelecimentos comerciais, e com exceção dos supermercados (nenhuma referência a estas

12 meses), entre 11% e 14% declararam ter havido alguma ação de

scalização nos últimos 12 meses (Figura 15).

sim13,2

não, mas já tinha sido anteriormente

24,5

não sei18,4

(n=98)

Estabelecimentos Comerciais

35

bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses, e nenhum declarou resultar dessa ação uma

apesar de não ter acontecido nos últimos 12 meses, o seu

tabelecimento já tinha sido alvo de fiscalização anteriormente. Quase metade dos

que o seu estabelecimento nunca foi alvo de uma fiscalização deste

com a venda de bebidas alcoólicas no

DEI

que mais referiram que os seus estabelecimentos foram

alvo deste tipo de fiscalização nos últimos 12 meses (19%). Quanto aos profissionais dos outros

estabelecimentos comerciais, e com exceção dos supermercados (nenhuma referência a estas

12 meses), entre 11% e 14% declararam ter havido alguma ação de

sim13,2

não, mas já tinha sido anteriormente

Page 36: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

36

Fig. 15 – Ocorrência de ações de

estabelecimento, nos ú

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Em relação às perceções sobre a existência de alterações nos últimos 12 meses

comparativamente ao período de março de 2012 a março de 2013, a maioria (69%) dos

profissionais declarou não se

com a venda de bebidas alcoólicas

Cerca de um quarto (24%) afirmou não saber

foram no sentido do aumento do número de fiscalizações e

Os profissionais que referiram a existência de alterações ao nível da fiscalização no período

em causa exerciam funções em discotecas, bares e cafés (Figura 17).

Fig. 16 – Ocorrência de alterações a nível de fiscaliza

meses, comparativamente ao período entre março de 2012 e março de 2013

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

13,6

31,8

40,9

13,6

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=22)

sim não, mas já tinha sido anteriormente

não69,1

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

ções de fiscalização relacionadas com a venda de bebidas alcoólicas no

nos últimos 12 meses, por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Em relação às perceções sobre a existência de alterações nos últimos 12 meses

comparativamente ao período de março de 2012 a março de 2013, a maioria (69%) dos

se ter dado qualquer alteração a nível da fiscalização relacionada

bebidas alcoólicas e apenas uma minoria (7%) referiu ter havido alterações.

Cerca de um quarto (24%) afirmou não saber (Figura 16). Quando percecionadas, a

foram no sentido do aumento do número de fiscalizações e diminuição das con

Os profissionais que referiram a existência de alterações ao nível da fiscalização no período

em causa exerciam funções em discotecas, bares e cafés (Figura 17).

lterações a nível de fiscalização no estabelecimento comercial,

comparativamente ao período entre março de 2012 e março de 2013

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

19,411,8 11,1

16,1

20,0

29,422,2

38,7 70,0

41,2

44,4

25,8

10,017,6

22,2

bar (n=31) superm. (n=10) discoteca (n=17) bomba (n=9) roulotte (n=9)

não, mas já tinha sido anteriormente nunca foi não sei

sim7,2

não69,1

não sei23,7

(n=97)

com a venda de bebidas alcoólicas no

por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

DEI

Em relação às perceções sobre a existência de alterações nos últimos 12 meses

comparativamente ao período de março de 2012 a março de 2013, a maioria (69%) dos

qualquer alteração a nível da fiscalização relacionada

e apenas uma minoria (7%) referiu ter havido alterações.

Quando percecionadas, as alterações

diminuição das contraordenações.

Os profissionais que referiram a existência de alterações ao nível da fiscalização no período

ção no estabelecimento comercial, nos últimos 12

comparativamente ao período entre março de 2012 e março de 2013 (%)

DEI

11,1

33,3

44,4

11,1

roulotte (n=9)

não sei

Page 37: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Fig. 17 – Ocorrência de alterações a nível de fiscalização no estabelecimento comercial, nos últimos 12 meses, comparativamente ao período entre março de 2012 e março de 2013

por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Na componente qualitativa assistefiscalização. São, também, bombas de gasolina quem mais refere que os seus estabelecimentos comerciais foram alvo de fiscalização. É de realçar que

coima relacionada com estas matérias.

Já fomos alvo de fiscalização,

momento com uma situação por causa da Lei do Álcool, precisamente. Nós temos

afixados os dísticos do álcool assim como os outros e na altura em que veio cá o

fiscal, um polícia e mais alguém que não me lem

estava desatualizado. Digamos que o Decreto

e entretanto a lei mudou em 2013 ou não sei das quantas e nós tínhamos o dístico

desatualizado. (49 anos, profissional de bar)

Em sentido oposto, a grande maioria dos profissionais de supermercado, cafés e roulottes entrevistados refere que os seus estabelecimentos comerciais não foram sujeitos a fiscalizações relacionadas com a venda de bebidas alcoólicas. A tendência geral é achsentidas alterações na prática de fiscalização nesta matéria nos últimos 12 meses, isto é, depois da aprovação do Decreto-Lei n.º50/2013, de 16 de abril, em comparação com igual período

antes da alteração legislativa.

Em relação às fiscali

polícia, passam mais vezes para ver se está tudo bem e coisas assim. Não sei se

controlam ou não mas eles v

café)

Na questão do álcool

ASAE, mais ou menos por esta altura.

dessa parte, em relação ao álcool.

9,1

72,7

18,2

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=22)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

lterações a nível de fiscalização no estabelecimento comercial, nos últimos 12 comparativamente ao período entre março de 2012 e março de 2013

por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Na componente qualitativa assiste-se às mesmas tendências relativas às práticas de os profissionais que exercem funções em bares, discotec

bombas de gasolina quem mais refere que os seus estabelecimentos comerciais foram alvo de É de realçar que, neste caso, um dos entrevistados referiu a aplicação de uma

coima relacionada com estas matérias.

Já fomos alvo de fiscalização, diversas vezes. Inclusive, numa delas, estou neste

momento com uma situação por causa da Lei do Álcool, precisamente. Nós temos

afixados os dísticos do álcool assim como os outros e na altura em que veio cá o

fiscal, um polícia e mais alguém que não me lembro precisamente quem, o dístico

estava desatualizado. Digamos que o Decreto-Lei estava afixado desde 2007 ou 97

e entretanto a lei mudou em 2013 ou não sei das quantas e nós tínhamos o dístico

(49 anos, profissional de bar)

Em sentido oposto, a grande maioria dos profissionais de supermercado, cafés e roulottes entrevistados refere que os seus estabelecimentos comerciais não foram sujeitos a fiscalizações relacionadas com a venda de bebidas alcoólicas. A tendência geral é achar que não foram sentidas alterações na prática de fiscalização nesta matéria nos últimos 12 meses, isto é, depois

Lei n.º50/2013, de 16 de abril, em comparação com igual período

antes da alteração legislativa.

Em relação às fiscalizações, no último ano está na mesma. Tive 2 ou 3 da

polícia, passam mais vezes para ver se está tudo bem e coisas assim. Não sei se

controlam ou não mas eles veem muito miúdos, não sei… (34 anos, profissional de

álcool nunca fomos fiscalizados. Tive foi no ano passado aqui a

ASAE, mais ou menos por esta altura. Mas não, nunca tive nenhuma fiscalização

dessa parte, em relação ao álcool. (25 anos, profissional de supermercado)

9,7 11,8

64,5 80,0 52,987,5

25,820,0

35,3

12,5

bar (n=31) superm. (n=10) discoteca (n=17) bomba (n=8) roulotte (n=9)

sim não não sei

Estabelecimentos Comerciais

37

lterações a nível de fiscalização no estabelecimento comercial, nos últimos 12 comparativamente ao período entre março de 2012 e março de 2013,

DEI

relativas às práticas de os profissionais que exercem funções em bares, discotecas e

bombas de gasolina quem mais refere que os seus estabelecimentos comerciais foram alvo de um dos entrevistados referiu a aplicação de uma

diversas vezes. Inclusive, numa delas, estou neste

momento com uma situação por causa da Lei do Álcool, precisamente. Nós temos

afixados os dísticos do álcool assim como os outros e na altura em que veio cá o

bro precisamente quem, o dístico

Lei estava afixado desde 2007 ou 97

e entretanto a lei mudou em 2013 ou não sei das quantas e nós tínhamos o dístico

Em sentido oposto, a grande maioria dos profissionais de supermercado, cafés e roulottes entrevistados refere que os seus estabelecimentos comerciais não foram sujeitos a fiscalizações

ar que não foram sentidas alterações na prática de fiscalização nesta matéria nos últimos 12 meses, isto é, depois

Lei n.º50/2013, de 16 de abril, em comparação com igual período

ve 2 ou 3 da

polícia, passam mais vezes para ver se está tudo bem e coisas assim. Não sei se

(34 anos, profissional de

o ano passado aqui a

tive nenhuma fiscalização

77,8

22,2

roulotte (n=9)

Page 38: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

38

Os profissionais entrevistados tendem a desvalorizar a probabilidade de uma fiscalização resultar em coimas ou contraordenações. Outros, pelo contrário, criticam o que consideram uma fiscalização com espírito de «caça à multa», em detrimento de um papel mais didático e preventivo. Houve também entrevistados com uma posição crítica em relação à mentalidade

de quem tenta fugir à lei.

A probabilidade de ser fiscalizado era muito maior se tivesse constantemente

menores que entrassem e saíssem daqui, pois aí as pessoas começavam a andar

mais de olho e a fiscalizar, aí podiam vir logo e agir da maneira certa, só que é a

maneira certa para uns mas já não é a maneira certa para outros. (35 anos,

profissional de café)

Não entendo como é que não há uma fiscalização mais apertada, não é?

Sabendo de antemão os sítios onde há maior propensão para haver esse tipo de

consumo de álcool [álcool contrafeito], esses destilados que uma pessoa nem sabe

qual é a proveniência, e não haja uma fiscalização mais apertada, isso é que me

faz confusão. E às vezes andam a chatear os bares por coisinhas sem importância

nenhuma, não é? Não digo que não haja fiscalização mas se calhar as

fiscalizações não se fazem com um determinado objetivo concreto e não é de

prevenção deste tipo de situações, de excessos. Preocupam-se, às vezes, com isto

e aquilo, se está afixado um papel! (46 anos, profissional de bar)

É assim, eu não lhe chamaria fiscalização, chamar-lhe-ia mais caça à multa. (38

anos, profissional de discoteca)

A mentalidade portuguesa sempre foi fugir à lei e nós tentamos arranjar um

desvio para arranjar uma forma de contornar a lei (…) para já porque também a

nível da fiscalização não existe assim muita fiscalização nessa área e as pessoas

sentem-se um pouco encobertas porque há ali uma certa forma de impunidade,

ninguém vê, quem é que vai fazer queixa? Ninguém! (23 anos, profissional de bar)

B - Perceções dos profissionais sobre a aplicação da Lei

Em relação às perceções dos profissionais sobre o grau de dificuldade das entidades

fiscalizadoras em identificarem estabelecimentos que infringem a Lei do Álcool, a maioria

considera ser difícil/muito difícil (67%) e apenas um terço (33%) considera ser fácil/muito fácil

(Figura 18).

Page 39: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Fig. 18 – Grau de dificuldade das entidades fiscalizadoras em identificarem

que infringem a Lei do Álcool

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Os profissionais das discotecas destacam

dificuldade (88% afirmam ser difícil/muito difícil) e os das bombas de gasolina no sentido da

atribuição de menor grau de dificuldade (56%

Fig. 19 – Grau de dificuldade das entidades

que infringem a Lei do Álcool

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Na componente qualitativa, assiste

Lei do Álcool, nomeadamente a venda de bebidas alcoólicas a menores.

os grandes supermercados, em especial, são apontados como o tipo de estabel

onde esse controlo é mais difícil.

dificil45,8

28,6

38,1

33,3

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=21)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

ificuldade das entidades fiscalizadoras em identificarem estabelecimentos comerciais

que infringem a Lei do Álcool segundo as perceções dos inquiridos (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Os profissionais das discotecas destacam-se no sentido da atribuição de maior grau de

ade (88% afirmam ser difícil/muito difícil) e os das bombas de gasolina no sentido da

atribuição de menor grau de dificuldade (56% declaram ser fácil/muito fácil) (Figura 19)

ificuldade das entidades fiscalizadoras em identificarem estabelecimentos comerciais

que infringem a Lei do Álcool segundo as perceções dos inquiridos, por tipo de Estab.

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Na componente qualitativa, assiste-se à mesma tendência de achar muito difícil controlar a

Lei do Álcool, nomeadamente a venda de bebidas alcoólicas a menores. Como referido atrás,

supermercados, em especial, são apontados como o tipo de estabel

onde esse controlo é mais difícil.

muito dificil

fácil28,1 muito fácil

5,2

(n=96)

25,8

10,0

25,0

11,1

35,560,0

62,5

33,3

29,020,0

12,5

44,4

9,7 10,0 11,1

bar (n=31) superm. (n=10) discoteca (n=16) bomba (n=9) roulotte (n=9)

muito difícil difícil fácil muito fácil

Estabelecimentos Comerciais

39

estabelecimentos comerciais

(%)

DEI

se no sentido da atribuição de maior grau de

ade (88% afirmam ser difícil/muito difícil) e os das bombas de gasolina no sentido da

declaram ser fácil/muito fácil) (Figura 19)

fiscalizadoras em identificarem estabelecimentos comerciais

por tipo de Estab. Comercial (%)

DEI

se à mesma tendência de achar muito difícil controlar a

Como referido atrás,

supermercados, em especial, são apontados como o tipo de estabelecimentos

muito dificil20,8

66,7

33,3

roulotte (n=9)

Page 40: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

40

É muito difícil de controlar que esses jovens não consumam bebidas porque se

não são eles a comprar vai o primo, ou o irmão que é mais velho. É difícil de

controlar isso, muito difícil. (35 anos, profissional de café)

Relativamente à Lei do Álcool, acho que não há muito controlo, até porque

nos supermercados qualquer pessoa pode chegar lá e comprar bebidas alcoólicas

e consumir, ou na rua ou em casa, ou até antes de ir a uma festa a uma discoteca,

onde até poderão talvez vir-lhe a pedir a identificação. Por isso não acho que seja

muito aplicável. É aplicável, sim, nos estabelecimentos comerciais, nós tentamos

fazer a nossa parte, mas nos supermercados já não é aplicável essa lei. (25 anos,

profissional de roulotte)

É muito difícil controlar isso, mas não sei como num café conseguem controlar

isso e numa grande superfície ou num supermercado não o fazem. Um miúdo de 16

ou 14 anos pode pegar em 2 garrafas de whisky, passar por uma caixa de

supermercado, pagar e ir-se embora, ninguém lhe vai dizer absolutamente nada.

Rigorosamente nada! (35 anos, profissional de café)

No discurso de alguns entrevistados, a tónica é colocada no papel dos pais e educadores,

recusando os profissionais cumprir esse papel. Por seu lado, os profissionais que exerciam funções

em discotecas salientam que o controlo das idades é feito à entrada e que, portanto, uma vez

dentro do estabelecimento não há controlo algum.

Nós nos estabelecimentos não somos obrigados a controlar os filhos de cada

um mas acho que isso não pode depender só de nós. Acho que os pais têm de os

educar para isso, porque nós não temos de fazer um papel de polícia. Agora, pá,

nós também podemos ajudar a fazer esse papel de polícia, mas não podemos

exagerar nisso, porque é a forma de vivermos a vida, é uma forma de nos

governarmos. (53 anos, profissional de café)

Não sei, à partida, de quem é a culpa. As pessoas dizem que é dos pais, que

não há educação em casa. (23 anos, profissional de bar)

Nós aqui no balcão não fazemos fiscalização de idades, o porteiro é que faz

esse trabalho. (23 anos, profissional de discoteca)

Por outro lado, quanto à perceção sobre o grau de probabilidade de um estabelecimento

comercial que infringe a Lei do Álcool ser alvo de sanções, a maioria dos profissionais inquiridos

considera ser provável/muito provável (60%) (Figura 20).

Os profissionais dos supermercados são os que mais consideram ser muito provável (30%), e

em contrapartida, é quem exerce funções em bares quem mais considera ser nada provável

(19%) (Figura 21).

Page 41: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Fig. 20 – Grau de probabilidade de um estabelecimento comercial que infringe a Lei do Álcool

sanções

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Fig. 21 – Grau de probabilidade de um estabelecimento comercial que infringe a Lei do Álcool

sanções segundo as perceções dos inquiridos

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

provável46,4

13,6

27,3

45,5

13,6

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=22)

nada provável

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

probabilidade de um estabelecimento comercial que infringe a Lei do Álcool

sanções segundo as perceções dos inquiridos (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Grau de probabilidade de um estabelecimento comercial que infringe a Lei do Álcool

segundo as perceções dos inquiridos, por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

nada provável11,3

pouco provável28,9

muito provável13,4

(n=97)

19,4

10,06,3

22,6

20,037,5

44,4

48,4

40,0

43,8 44,4

9,7

30,0

12,5 11,1

bar (n=31) superm. (n=10) discoteca (n=16) bomba (n=9) roulotte (n=9)

nada provável pouco provável provável muito provável

Estabelecimentos Comerciais

41

probabilidade de um estabelecimento comercial que infringe a Lei do Álcool ser alvo de

DEI

Grau de probabilidade de um estabelecimento comercial que infringe a Lei do Álcool ser alvo de

por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

DEI

nada provável11,3

33,3

55,6

11,1

roulotte (n=9)

Page 42: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

42

V – Conhecimentos e atitudes face à Lei

O conhecimento da legislação e o conhecimento sobre o consumo de álcool,

nomeadamente sobre os seus efeitos em jovens, são indissociáveis das atitudes face à lei e ao

consumo de álcool, e portanto, componentes essenciais para a assunção das responsabilidad

legais e sociais por parte dos profissionais dos estabelecimentos comerciais e para a promoção

de boas práticas na venda de bebidas alcoólicas.

Neste âmbito, pretendeu-

√ a informação/formação que os profissionais dos estabelecimentos recebera

necessidades nesta matéria;

√ os conhecimentos relativos

últimas alterações legislativas;

√ e as suas atitudes face à Lei (em relação à introdução (real ou hipotética) de

determinadas medidas legislativas) e ao consumo de álcool (no que respeita a determinadas

representações sobre este).

A - Informação/Formação

Sobre os efeitos do consumo de beb

Na componente quantitativa, a

informação (34% através do estabelecimento comercial e 37% fora do estabelecimento). Pouco

menos de um terço (30%) já recebeu alguma vez formação

comercial e 12% fora do estabelecimento)

Fig. 22 – Informação/Formação recebida

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

não teve formação

através e fora do Est.Comercial

fora do Est.Comercial

através do Est.Comercial

não recebeu informação

através e fora do Est.Comercial

fora do Est.Comercial

através do Est.Comercial

Info

rma

çã

o (

n=98

)Fo

rma

çã

o (

n=98

)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Conhecimentos e atitudes face à Lei e ao consumo de álcool

O conhecimento da legislação e o conhecimento sobre o consumo de álcool,

nomeadamente sobre os seus efeitos em jovens, são indissociáveis das atitudes face à lei e ao

consumo de álcool, e portanto, componentes essenciais para a assunção das responsabilidad

legais e sociais por parte dos profissionais dos estabelecimentos comerciais e para a promoção

de boas práticas na venda de bebidas alcoólicas.

-se saber:

ão/formação que os profissionais dos estabelecimentos recebera

√ os conhecimentos relativos à Lei do Álcool e particularmente os relacionados com as

últimas alterações legislativas;

as suas atitudes face à Lei (em relação à introdução (real ou hipotética) de

determinadas medidas legislativas) e ao consumo de álcool (no que respeita a determinadas

Sobre os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens

Na componente quantitativa, a maioria (67%) dos profissionais já recebeu alguma vez

informação (34% através do estabelecimento comercial e 37% fora do estabelecimento). Pouco

menos de um terço (30%) já recebeu alguma vez formação (18% através do estabelecimento

comercial e 12% fora do estabelecimento) (Figura 22).

Informação/Formação recebida sobre os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

70,4

1,0

11,2

17,3

32,7

3,1

33,7

30,6

0 10 20 30 40 50 60 70

não teve formação

através e fora do Est.Comercial

fora do Est.Comercial

através do Est.Comercial

não recebeu informação

através e fora do Est.Comercial

fora do Est.Comercial

através do Est.Comercial

O conhecimento da legislação e o conhecimento sobre o consumo de álcool,

nomeadamente sobre os seus efeitos em jovens, são indissociáveis das atitudes face à lei e ao

consumo de álcool, e portanto, componentes essenciais para a assunção das responsabilidades

legais e sociais por parte dos profissionais dos estabelecimentos comerciais e para a promoção

ão/formação que os profissionais dos estabelecimentos receberam e respetivas

à Lei do Álcool e particularmente os relacionados com as

as suas atitudes face à Lei (em relação à introdução (real ou hipotética) de

determinadas medidas legislativas) e ao consumo de álcool (no que respeita a determinadas

maioria (67%) dos profissionais já recebeu alguma vez

informação (34% através do estabelecimento comercial e 37% fora do estabelecimento). Pouco

(18% através do estabelecimento

os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens (%)

DEI

80 (%)

Page 43: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Constata-se que são os profissionais das bombas de gasolina (78%), roulottes (78%) e

discotecas (77%) quem mais refere ter recebido alguma vez informação sobre os efeitos do

consumo de bebidas alcoólicas em jovens.

(44%) e cafés (41%) foi quem

profissionais dos restantes tipos de estabelecimentos comerciais, as percentag

58%-70% no caso da informação e entre 6%

Sobre a Lei do Álcool

Cerca de 60% dos profissionais

sobre a Lei do Álcool (37% através do estabelecimento comerc

estabelecimento), e apenas cerca de um quinto (21%) já recebeu alguma vez formação (13%

através do estabelecimento comercial

Fig. 23 – Informação/Formação recebida

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Por outro lado, é de notar que nem todos os que referiram ter tido alguma vez informação

ou formação sobre a Lei do Álcool a receberam nos 12 meses

agrava o défice de conhecimento, se considerarmos que o limite inferior deste

temporal corresponde às últimas alterações legislativas nesta matéria (

de 16 de abril) (Figura 24).

São os profissionais das bombas de gasolina, seguidos dos das discotecas e dos

supermercados os que mais referem ter recebido alguma vez informação sobre a Lei do Álcool

(respetivamente 100%, 71% e 70%).

bombas de gasolina declararam ter recebido esta informação nos últimos 12 meses, situação

que não sucede com os profissionais dos restantes estabelecimentos (entre 14% (discotecas) a

33% (roulottes) dos que receberam informação foi há mais de 12 meses

Os profissionais das bombas de gasolina são os que mais referem ter recebido alguma vez

formação sobre a Lei do Álcool (44%)

formação nesta matéria, entre 25% (bares) a 100% (roulottes) de

meses.

não teve formação

através e fora do Est.Comercial

fora do Est.Comercial

através do Est.Comercial

não recebeu informação

através e fora do Est.Comercial

fora do Est.Comercial

através do Est.Comercial

Info

rma

çã

o (

n=98

)Fo

rma

çã

o (

n=98

)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

ão os profissionais das bombas de gasolina (78%), roulottes (78%) e

mais refere ter recebido alguma vez informação sobre os efeitos do

consumo de bebidas alcoólicas em jovens. Quem exerce funções em bombas de gasolina

foi quem mais referiu ter recebido formação nesta matéria. Em relação aos

profissionais dos restantes tipos de estabelecimentos comerciais, as percentagens variaram entre

70% no caso da informação e entre 6%-36% a nível da formação.

Cerca de 60% dos profissionais inquiridos declararam ter recebido alguma vez informação

sobre a Lei do Álcool (37% através do estabelecimento comercial e 27% fora do

estabelecimento), e apenas cerca de um quinto (21%) já recebeu alguma vez formação (13%

através do estabelecimento comercial e 9% fora do estabelecimento) (Figura 23)

Informação/Formação recebida sobre a Lei do Álcool (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Por outro lado, é de notar que nem todos os que referiram ter tido alguma vez informação

ou formação sobre a Lei do Álcool a receberam nos 12 meses anteriores à

agrava o défice de conhecimento, se considerarmos que o limite inferior deste

temporal corresponde às últimas alterações legislativas nesta matéria (Decreto

os profissionais das bombas de gasolina, seguidos dos das discotecas e dos

supermercados os que mais referem ter recebido alguma vez informação sobre a Lei do Álcool

(respetivamente 100%, 71% e 70%). Neste contexto, é de destacar que todos os profissionais

bombas de gasolina declararam ter recebido esta informação nos últimos 12 meses, situação

que não sucede com os profissionais dos restantes estabelecimentos (entre 14% (discotecas) a

33% (roulottes) dos que receberam informação foi há mais de 12 meses) (Figura 25)

Os profissionais das bombas de gasolina são os que mais referem ter recebido alguma vez

formação sobre a Lei do Álcool (44%) (Figura 26). Dos poucos profissionais que receberam

formação nesta matéria, entre 25% (bares) a 100% (roulottes) declaram ter sido há mais de 12

78,6

1,0

8,2

12,2

39,8

3,1

23,5

33,7

0 10 20 30 40 50 60 70

não teve formação

através e fora do Est.Comercial

fora do Est.Comercial

através do Est.Comercial

não recebeu informação

através e fora do Est.Comercial

fora do Est.Comercial

através do Est.Comercial

Estabelecimentos Comerciais

43

ão os profissionais das bombas de gasolina (78%), roulottes (78%) e

mais refere ter recebido alguma vez informação sobre os efeitos do

bombas de gasolina

ter recebido formação nesta matéria. Em relação aos

ens variaram entre

declararam ter recebido alguma vez informação

ial e 27% fora do

estabelecimento), e apenas cerca de um quinto (21%) já recebeu alguma vez formação (13%

e 9% fora do estabelecimento) (Figura 23)

DEI

Por outro lado, é de notar que nem todos os que referiram ter tido alguma vez informação

anteriores à inquirição, o que

agrava o défice de conhecimento, se considerarmos que o limite inferior deste período

Decreto-Lei n.º 50/2013,

os profissionais das bombas de gasolina, seguidos dos das discotecas e dos

supermercados os que mais referem ter recebido alguma vez informação sobre a Lei do Álcool

é de destacar que todos os profissionais das

bombas de gasolina declararam ter recebido esta informação nos últimos 12 meses, situação

que não sucede com os profissionais dos restantes estabelecimentos (entre 14% (discotecas) a

(Figura 25).

Os profissionais das bombas de gasolina são os que mais referem ter recebido alguma vez

. Dos poucos profissionais que receberam

claram ter sido há mais de 12

80 (%)

Page 44: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

44

Fig. 24 – Tempo decorrido (meses

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Fig. 25 – Informação recebida

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

36,4

50,0

0

10

20

30

40

50

há 1/6 meses há 7/12 meses

45,5

54,5

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=22)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

meses) desde a última Informação/Formação recebida sobre a

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Informação recebida sobre a Lei do Álcool, por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

45,5

6,1

12,1

25,025,0

há 7/12 meses há 13/18 meses há 19/24 meses há mais de 24 meses

informação/Lei (n=33)

formação/Lei (n=12)

51,6

30,0 29,4

48,4

70,0 70,6

100,0

bar (n=31) superm. (n=10) discoteca (n=17) bomba (n=9) roulotte (n=9)

não sim

sobre a Lei do Álcool (%)

DEI

por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

DEI

informação/Lei (n=33)

formação/Lei (n=12)

55,6

44,4

roulotte (n=9)

Page 45: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Fig. 26 – Formação recebida sobre a Lei do Álcool

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Em relação à componente qualitativa, também os profissionais dos estabelecimentos

comerciais entrevistados revelam défices de informação em relação à legislação em vigor,

sendo que nem sempre a transmissão de informação/formação é feita de forma atempada e

através de canais formais.

Quando saiu a lei das bebidas fomos informados

dizer… o patrão avisou

(34 anos, profissional de bar)

Quando chegou a lei tive um gerente que me chegou com os papéis, mostrou

me tudo, falou-me sobre o assunto e assim foi, não tive nenhuma formação

específica. (24 anos, profissional de discoteca)

A informação que eu recebi foi através de outros colegas, que é mesmo assim,

a gente, para aqui, não tem formação né? Mas a gente…nomeadamente…e os

anos que já temos ao longo disso tudo vai

através de outros colegas e tam

acaso não estava bem situado, como quem diz bem informado

estava. Foi através de um cliente

uma restauração, foi ele que me disse e

informação acerca disso.

Necessidades de Informação /Formação

Apesar do défice informativo e formativo

efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens e à Lei do Álcool, a maioria afirma não

necessitar de informação e de formação específica nestas matérias.

Apenas um quarto (26%) manifestou necessidade de informação sobre os efeitos do

consumo de bebidas alcoólicas em jovens, e cerca de um quinto (21%) declarou necessidade

de formação nesta matéria. Em relação à Lei do Álcool, cerca de um terço (34%) dos

72,7

27,3

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=22)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Formação recebida sobre a Lei do Álcool, por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Em relação à componente qualitativa, também os profissionais dos estabelecimentos

comerciais entrevistados revelam défices de informação em relação à legislação em vigor,

ndo que nem sempre a transmissão de informação/formação é feita de forma atempada e

Quando saiu a lei das bebidas fomos informados. Fomos informados

o patrão avisou-nos a nós, que devíamos perguntar a idade e coisas

(34 anos, profissional de bar)

Quando chegou a lei tive um gerente que me chegou com os papéis, mostrou

me sobre o assunto e assim foi, não tive nenhuma formação

(24 anos, profissional de discoteca)

A informação que eu recebi foi através de outros colegas, que é mesmo assim,

a gente, para aqui, não tem formação né? Mas a gente…nomeadamente…e os

anos que já temos ao longo disso tudo vai-se adquirindo muitos conhecimentos

através de outros colegas e também através de certas leis que vão saindo. Eu por

acaso não estava bem situado, como quem diz bem informado, sobre isso, não

estava. Foi através de um cliente daqui, que também me disse que também

uma restauração, foi ele que me disse e, tirando isso, não tenho qualquer

formação acerca disso. (26 anos, profissional de roulotte)

Necessidades de Informação /Formação

Apesar do défice informativo e formativo existente entre os profissionais

efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens e à Lei do Álcool, a maioria afirma não

necessitar de informação e de formação específica nestas matérias.

Apenas um quarto (26%) manifestou necessidade de informação sobre os efeitos do

nsumo de bebidas alcoólicas em jovens, e cerca de um quinto (21%) declarou necessidade

de formação nesta matéria. Em relação à Lei do Álcool, cerca de um terço (34%) dos

77,4 80,0

94,1

55,6

22,6 20,0

5,9

44,4

bar (n=31) superm. (n=10) discoteca (n=17) bomba (n=9) roulotte (n=9)

não sim

Estabelecimentos Comerciais

45

, por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

DEI

Em relação à componente qualitativa, também os profissionais dos estabelecimentos

comerciais entrevistados revelam défices de informação em relação à legislação em vigor,

ndo que nem sempre a transmissão de informação/formação é feita de forma atempada e

omos informados, quer

nos a nós, que devíamos perguntar a idade e coisas assim.

Quando chegou a lei tive um gerente que me chegou com os papéis, mostrou-

me sobre o assunto e assim foi, não tive nenhuma formação

A informação que eu recebi foi através de outros colegas, que é mesmo assim,

a gente, para aqui, não tem formação né? Mas a gente…nomeadamente…e os

se adquirindo muitos conhecimentos

bém através de certas leis que vão saindo. Eu por

sobre isso, não

que também me disse que também tem

não tenho qualquer

existente entre os profissionais em relação aos

efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens e à Lei do Álcool, a maioria afirma não

Apenas um quarto (26%) manifestou necessidade de informação sobre os efeitos do

nsumo de bebidas alcoólicas em jovens, e cerca de um quinto (21%) declarou necessidade

de formação nesta matéria. Em relação à Lei do Álcool, cerca de um terço (34%) dos

88,9

11,1

roulotte (n=9)

Page 46: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

46

profissionais expressaram necessidade de informação, e apenas um quarto (24%)

necessidade de formação (Figura 27)

Apesar de esta tendência ser transversal aos profissionais dos vários estabelecimentos

comerciais, de um modo geral

manifestam necessidade de informação e fo

de bebidas alcoólicas em jovens (38% e 37%), seja em relação à Lei do Álcool (42% e 35%). É de

notar também que metade dos profissionais das roulottes referiu necessidade de informação em

relação à Lei do Álcool.

De um modo geral, os profissionais pertencentes aos grupos etários mais velhos, e muito em

particular os de 40-44 anos, expressaram maior necessidade de informação e formação, seja

sobre os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens (56% e 43%), se

Álcool (75% e 43%), apesar de uma proporção também relevante dos profissionais de 20

terem manifestado necessidade de informação sobre a Lei do Álcool (44%).

Por outro lado, são os profissionais com mais anos de experiência no ex

(com mais de dez anos), os que manifestaram maior necessidade de informação e formação,

seja sobre os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens, seja sobre a Lei do Álcool.

Fig. 27 – Necessidade de receber

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Na componente qualitativa, alguns entrevistados sublinharam a

a mais informação, nomeadamente sobre a Lei do Álcool, enquanto outros afirmaram não sentir

essa necessidade, numa atitude de desvalorização

cafés quem mais manifestaram

matérias.

Não sei bem mas acho que devia haver mais informação para os

estabelecimentos, mais informação, algum apoio.

Nunca senti necessidade de ter mais informação o

profissional de supermercado

74,5

25,5

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Efeitos do consumo: Informação (n=94)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

profissionais expressaram necessidade de informação, e apenas um quarto (24%)

(Figura 27).

Apesar de esta tendência ser transversal aos profissionais dos vários estabelecimentos

comerciais, de um modo geral, destacam-se os profissionais dos cafés como os que mais

manifestam necessidade de informação e formação, seja em relação aos efeitos do consumo

de bebidas alcoólicas em jovens (38% e 37%), seja em relação à Lei do Álcool (42% e 35%). É de

notar também que metade dos profissionais das roulottes referiu necessidade de informação em

De um modo geral, os profissionais pertencentes aos grupos etários mais velhos, e muito em

44 anos, expressaram maior necessidade de informação e formação, seja

sobre os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens (56% e 43%), se

Álcool (75% e 43%), apesar de uma proporção também relevante dos profissionais de 20

terem manifestado necessidade de informação sobre a Lei do Álcool (44%).

Por outro lado, são os profissionais com mais anos de experiência no exercício da função

(com mais de dez anos), os que manifestaram maior necessidade de informação e formação,

seja sobre os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens, seja sobre a Lei do Álcool.

Necessidade de receber Informação/Formação sobre os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas

em jovens e a Lei do Álcool (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Na componente qualitativa, alguns entrevistados sublinharam a necessidade de ter acesso

a mais informação, nomeadamente sobre a Lei do Álcool, enquanto outros afirmaram não sentir

, numa atitude de desvalorização. Também aqui foram os profissionais dos

aram a necessidade de mais informação e formação

Não sei bem mas acho que devia haver mais informação para os

s, mais informação, algum apoio. (35 anos, profissional de

Nunca senti necessidade de ter mais informação ou formação

supermercado)

78,7

65,975,6

21,3

34,1

24,4

Efeitos do consumo: Efeitos do consumo: Formação (n=89)

Lei do Álcool: Informação (n=88)

Lei do Álcool: Formação (n=82)

não sim

profissionais expressaram necessidade de informação, e apenas um quarto (24%) expressou a

Apesar de esta tendência ser transversal aos profissionais dos vários estabelecimentos

se os profissionais dos cafés como os que mais

rmação, seja em relação aos efeitos do consumo

de bebidas alcoólicas em jovens (38% e 37%), seja em relação à Lei do Álcool (42% e 35%). É de

notar também que metade dos profissionais das roulottes referiu necessidade de informação em

De um modo geral, os profissionais pertencentes aos grupos etários mais velhos, e muito em

44 anos, expressaram maior necessidade de informação e formação, seja

sobre os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens (56% e 43%), seja sobre a Lei do

Álcool (75% e 43%), apesar de uma proporção também relevante dos profissionais de 20-24 anos

ercício da função

(com mais de dez anos), os que manifestaram maior necessidade de informação e formação,

seja sobre os efeitos do consumo de bebidas alcoólicas em jovens, seja sobre a Lei do Álcool.

efeitos do consumo de bebidas alcoólicas

DEI

necessidade de ter acesso

a mais informação, nomeadamente sobre a Lei do Álcool, enquanto outros afirmaram não sentir

. Também aqui foram os profissionais dos

a necessidade de mais informação e formação sobre estas

Não sei bem mas acho que devia haver mais informação para os

anos, profissional de café)

u formação (72 anos,

75,6

24,4

Lei do Álcool: Formação (n=82)

Page 47: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

B - Conhecimentos sobre a Lei do Álcool

Alteração legislativa e restrições aos locais e horários

Na componente quantitativa, a

conhecimento de alguma alteração legislativa nos últimos 2 anos.

Quanto à proibição de venda de bebidas alcoólicas nos postos de abastecimento de

combustível nas autoestradas, uma das recentes alterações legislativas, cerca de 39%

afirmaram que estes podiam vender bebidas alcoólicas, 34% referiram que não e 27%

declararam não saber.

No que respeita à proibição de venda de bebidas alcoólicas em máquinas automáticas, já

constante do regime legal anterior, parece existir um pouco mais de conhec

(55%) afirma que é proibida a sua venda nas máquinas automáticas, 10% declaram que é

permitida e 35% referem não saber (Figura 28).

Fig. 28 – Conhecimentos relativamente à

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Quanto a restrições nos horários, a maioria (66%) dos profissionais declarou saber da

existência de um horário específico

20% afirmaram não saber.

Verifica-se, no entanto, que o

profissionais que exerciam funções nos

conhecimento sobre alguma alteração legislativa nos últimos 2 anos, com exceção dos

profissionais das roulottes em que apenas 22% diz ter conhecimento, a maioria dos profissionais

dos outros estabelecimentos declaram saber da existência dessa alteração

e 88% (discotecas) (Figura 29)

33,7

66,3

0%

20%

40%

60%

80%

100%

tem conhecimento de alguma alteração

legislativa nos últimos 2 anos? (n=95)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Conhecimentos sobre a Lei do Álcool

Alteração legislativa e restrições aos locais e horários

Na componente quantitativa, a maioria (66%) dos profissionais inquiridos

conhecimento de alguma alteração legislativa nos últimos 2 anos.

Quanto à proibição de venda de bebidas alcoólicas nos postos de abastecimento de

combustível nas autoestradas, uma das recentes alterações legislativas, cerca de 39%

ue estes podiam vender bebidas alcoólicas, 34% referiram que não e 27%

No que respeita à proibição de venda de bebidas alcoólicas em máquinas automáticas, já

constante do regime legal anterior, parece existir um pouco mais de conhec

(55%) afirma que é proibida a sua venda nas máquinas automáticas, 10% declaram que é

rmitida e 35% referem não saber (Figura 28).

Conhecimentos relativamente à ocorrência da alteração legislativa e restrições aos locais e horários

de venda (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Quanto a restrições nos horários, a maioria (66%) dos profissionais declarou saber da

existência de um horário específico para venda de bebidas alcoólicas, 14% referiram que não e

se, no entanto, que o nível de conhecimento não é homogéneo entre os

que exerciam funções nos diferentes estabelecimentos comerciais. Em relação ao

nhecimento sobre alguma alteração legislativa nos últimos 2 anos, com exceção dos

profissionais das roulottes em que apenas 22% diz ter conhecimento, a maioria dos profissionais

dos outros estabelecimentos declaram saber da existência dessa alteração –

.

34,4

13,7

54,7

38,5

66,3

10,5

27,120,0

34,7

tem conhecimento de alguma alteração

legislativa nos últimos 2 anos?

postos de combustível fora localidades/ autoestradas

podem vender BA? (n=96)

existe algum horário específico em que seja

proibida a venda de BA? (n=95)

permitida venda de BA em máquinas automaticas?

(n=95)

não sim não sei

Estabelecimentos Comerciais

47

inquiridos declarou ter

Quanto à proibição de venda de bebidas alcoólicas nos postos de abastecimento de

combustível nas autoestradas, uma das recentes alterações legislativas, cerca de 39%

ue estes podiam vender bebidas alcoólicas, 34% referiram que não e 27%

No que respeita à proibição de venda de bebidas alcoólicas em máquinas automáticas, já

constante do regime legal anterior, parece existir um pouco mais de conhecimento. A maioria

(55%) afirma que é proibida a sua venda nas máquinas automáticas, 10% declaram que é

rições aos locais e horários

DEI

Quanto a restrições nos horários, a maioria (66%) dos profissionais declarou saber da

para venda de bebidas alcoólicas, 14% referiram que não e

nível de conhecimento não é homogéneo entre os

diferentes estabelecimentos comerciais. Em relação ao

nhecimento sobre alguma alteração legislativa nos últimos 2 anos, com exceção dos

profissionais das roulottes em que apenas 22% diz ter conhecimento, a maioria dos profissionais

entre 55% (cafés)

54,7

10,5

34,7

permitida venda de BA em máquinas automaticas?

(n=95)

Page 48: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

48

Fig. 29 – Conhecimentos relativamente à alteração

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Em relação à proibição de venda de bebidas alcoólicas nos postos de abastecimento de

combustível nas autoestradas, com exceção dos profissionais dos postos de abastecimento

combustível em que 56% declara que é proibida, a maioria dos profissionais dos outros

estabelecimentos afirmam não saber (entre 18% e 56%, consoante o estabelecimento) ou que é

permitida a venda (entre 11% e 65%, conforme o estabelecimento).

O conhecimento sobre a venda de bebidas alcoólicas em máquinas automáticas, parece

ser um pouco mais generalizado a nível dos profissionais dos vários estabelecimentos: entre 40%

(supermercados) e 67% (bombas) declara que é proibida a venda, distribuindo

entre os que afirmam não saber (entre 6% e 14%) e os que dizem ser permitida a venda (entre

24% e 50%).

No que respeita a restrições nos horários, entre 50% (supermercados) e 67% (bombas)

declara que existe um horário específico, distribuindo

existir (entre 0% e 20%) e os que referem não saber (entre 0% e 33%).

Na componente qualitativa verificam

profissionais de bombas de gasolina, bares e discotecas

da legislação vigente referente à disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em

locais públicos. Pelo contrário, quem exercia funções em supermercados, roulottes e cafés

revelou um menor conhecimento.

Idades mínimas legais

Em relação àquela que será por muitos considerada a principal alteração constante no

novo regime legal, com a particularização da idade mínima legal das bebidas espirituosas a

subir dos 16 para os 18 anos e as não espirituosas a manterem

conhecimento por parte dos profissionais não parece estar ainda consolidado a nível de uma

franja destes profissionais.

Com efeito e apesar de a maioria responder de forma correta em relação às idades legais

mínimas para venda e consumo da cerveja (69%

45,0

55,0

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=20)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Conhecimentos relativamente à alteração legislativa, por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Em relação à proibição de venda de bebidas alcoólicas nos postos de abastecimento de

combustível nas autoestradas, com exceção dos profissionais dos postos de abastecimento

combustível em que 56% declara que é proibida, a maioria dos profissionais dos outros

estabelecimentos afirmam não saber (entre 18% e 56%, consoante o estabelecimento) ou que é

permitida a venda (entre 11% e 65%, conforme o estabelecimento).

ento sobre a venda de bebidas alcoólicas em máquinas automáticas, parece

ser um pouco mais generalizado a nível dos profissionais dos vários estabelecimentos: entre 40%

(supermercados) e 67% (bombas) declara que é proibida a venda, distribuindo

entre os que afirmam não saber (entre 6% e 14%) e os que dizem ser permitida a venda (entre

No que respeita a restrições nos horários, entre 50% (supermercados) e 67% (bombas)

declara que existe um horário específico, distribuindo-se os restantes entre os que dizem não

existir (entre 0% e 20%) e os que referem não saber (entre 0% e 33%).

Na componente qualitativa verificam-se as mesmas tendências, demonstrando os

profissionais de bombas de gasolina, bares e discotecas serem os mais bem info

da legislação vigente referente à disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em

locais públicos. Pelo contrário, quem exercia funções em supermercados, roulottes e cafés

revelou um menor conhecimento.

elação àquela que será por muitos considerada a principal alteração constante no

novo regime legal, com a particularização da idade mínima legal das bebidas espirituosas a

subir dos 16 para os 18 anos e as não espirituosas a manterem-se nos 16 anos, o seu

conhecimento por parte dos profissionais não parece estar ainda consolidado a nível de uma

Com efeito e apesar de a maioria responder de forma correta em relação às idades legais

mínimas para venda e consumo da cerveja (69% e 64%), do vinho (60% e 56%) e das bebidas

30,0 30,0

11,822,2

70,0 70,0

88,2

77,8

bar (n=30) superm. (n=10) discoteca (n=17) bomba (n=9) roulotte (n=9)

não sim

por tipo de Estabelecimento Comercial (%)

DEI

Em relação à proibição de venda de bebidas alcoólicas nos postos de abastecimento de

combustível nas autoestradas, com exceção dos profissionais dos postos de abastecimento de

combustível em que 56% declara que é proibida, a maioria dos profissionais dos outros

estabelecimentos afirmam não saber (entre 18% e 56%, consoante o estabelecimento) ou que é

ento sobre a venda de bebidas alcoólicas em máquinas automáticas, parece

ser um pouco mais generalizado a nível dos profissionais dos vários estabelecimentos: entre 40%

(supermercados) e 67% (bombas) declara que é proibida a venda, distribuindo-se os restantes

entre os que afirmam não saber (entre 6% e 14%) e os que dizem ser permitida a venda (entre

No que respeita a restrições nos horários, entre 50% (supermercados) e 67% (bombas)

stantes entre os que dizem não

se as mesmas tendências, demonstrando os

os mais bem informados acerca

da legislação vigente referente à disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em

locais públicos. Pelo contrário, quem exercia funções em supermercados, roulottes e cafés

elação àquela que será por muitos considerada a principal alteração constante no

novo regime legal, com a particularização da idade mínima legal das bebidas espirituosas a

se nos 16 anos, o seu

conhecimento por parte dos profissionais não parece estar ainda consolidado a nível de uma

Com efeito e apesar de a maioria responder de forma correta em relação às idades legais

e 64%), do vinho (60% e 56%) e das bebidas

77,8

22,2

roulotte (n=9)

Page 49: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

espirituosas (89% e 85%), há uma

saber.

As proporções de respostas incorretas foram mais elevadas no caso da cerveja (27% para a

venda e para o consumo) e do vinho (35% para a venda e 33% para o consumo) do que para

as bebidas espirituosas (7% para a venda e para o consumo).

Uma minoria afirma não saber as idades mínimas

consumo das várias bebidas alcoólicas, sendo estas proporções superiores no caso do consumo:

venda (entre 4%-5% consoante o tipo de bebida) e consumo (entre 7%

bebida) (Figura 30).

Fig. 30 – Conhecimento da idade legal

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Nos casos de respostas incorretas, a tendência foi de declarações de idades superiores ao

limite legal no caso da venda da cerveja e do vinho (a totalidade das respostas inc

remeteram para os 18 anos) e idades inferiores ao limite legal no caso das bebidas espirituosas

(a totalidade das respostas incorretas remeteram para os 16 anos).

Em relação às idades mínimas legais para venda de cerveja e vinho, destacam

maiores proporções de respostas corretas os profissionais das discotecas (82% e71%), bares (78%

e 67%) e bombas de gasolina (78% e 67%), e com as menores proporções, os das roulottes (44%

e 22%) (Figura 31 e Figura 32).

Quanto à idade mínima legal par

bombas e das roulottes apresentam as maiores proporções de respostas corretas (100%) e os dos

supermercados e cafés as menores proporções (80% e 81%)

É de referir também que uma minoria de

mínimas legais para disponibilização/venda e para consumo em locais públicos e abertos ao

público.

7,4

4,3

10,6

5,4

9,4

4,3

6,5

0%

espirituosas/consumo (n=95)

espirituosas/venda (n=93)

vinho/consumo (n=94)

vinho/venda (n=92)

cerveja/consumo (n=96)

cerveja/venda (n=92)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

espirituosas (89% e 85%), há uma “bolsa” relevante que responde de forma incorreta ou diz não

As proporções de respostas incorretas foram mais elevadas no caso da cerveja (27% para a

venda e para o consumo) e do vinho (35% para a venda e 33% para o consumo) do que para

as bebidas espirituosas (7% para a venda e para o consumo).

não saber as idades mínimas legais para disponibilização/venda e para

consumo das várias bebidas alcoólicas, sendo estas proporções superiores no caso do consumo:

5% consoante o tipo de bebida) e consumo (entre 7%-11% consoante o tipo de

Conhecimento da idade legal mínima para consumo / venda de bebidas alcoólicas

por tipo de bebida alcoólica (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Nos casos de respostas incorretas, a tendência foi de declarações de idades superiores ao

limite legal no caso da venda da cerveja e do vinho (a totalidade das respostas inc

remeteram para os 18 anos) e idades inferiores ao limite legal no caso das bebidas espirituosas

(a totalidade das respostas incorretas remeteram para os 16 anos).

Em relação às idades mínimas legais para venda de cerveja e vinho, destacam

maiores proporções de respostas corretas os profissionais das discotecas (82% e71%), bares (78%

e 67%) e bombas de gasolina (78% e 67%), e com as menores proporções, os das roulottes (44%

.

Quanto à idade mínima legal para venda de bebidas espirituosas, os profissionais das

bombas e das roulottes apresentam as maiores proporções de respostas corretas (100%) e os dos

supermercados e cafés as menores proporções (80% e 81%) (Figura 33).

É de referir também que uma minoria de profissionais julga serem diferentes as idades

mínimas legais para disponibilização/venda e para consumo em locais públicos e abertos ao

10,6

9,4

7,4

6,5

33,0

34,8

27,1

27,2

85,3

89,2

56,4

59,8

63,5

68,5

20% 40% 60% 80% 100%

não sabe

resp.incorreta

resp.correta

Estabelecimentos Comerciais

49

relevante que responde de forma incorreta ou diz não

As proporções de respostas incorretas foram mais elevadas no caso da cerveja (27% para a

venda e para o consumo) e do vinho (35% para a venda e 33% para o consumo) do que para

para disponibilização/venda e para

consumo das várias bebidas alcoólicas, sendo estas proporções superiores no caso do consumo:

11% consoante o tipo de

venda de bebidas alcoólicas,

DEI

Nos casos de respostas incorretas, a tendência foi de declarações de idades superiores ao

limite legal no caso da venda da cerveja e do vinho (a totalidade das respostas incorretas

remeteram para os 18 anos) e idades inferiores ao limite legal no caso das bebidas espirituosas

Em relação às idades mínimas legais para venda de cerveja e vinho, destacam-se com as

maiores proporções de respostas corretas os profissionais das discotecas (82% e71%), bares (78%

e 67%) e bombas de gasolina (78% e 67%), e com as menores proporções, os das roulottes (44%

a venda de bebidas espirituosas, os profissionais das

bombas e das roulottes apresentam as maiores proporções de respostas corretas (100%) e os dos

profissionais julga serem diferentes as idades

mínimas legais para disponibilização/venda e para consumo em locais públicos e abertos ao

não sabe

resp.incorreta

resp.correta

Page 50: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

50

Fig. 31 – Conhecimento da idade legal

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Fig. 32 – Conhecimento da idade legal

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

55,0

40,0

5,0

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=20)

resp. correta

60,0

35,0

5,0

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=20)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Conhecimento da idade legal mínima para venda de cerveja, por tipo de

Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Conhecimento da idade legal mínima para venda de vinho, por tipo de

Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

77,8

60,0

82,477,8

18,5

30,0

11,8 22,2

3,710,0

5,9

bar (n=27) superm. (n=10) discoteca (n=17) bomba (n=9) roulotte (n=9)

resp. correta resp. incorreta não sabe

66,7

50,0

70,666,7

29,6

40,0

23,5 33,3

3,710,0 5,9

bar (n=27) superm. (n=10) discoteca (n=17) bomba (n=9) roulotte (n=9)

resp. correta resp. incorreta não sabe

por tipo de

DEI

por tipo de

DEI

44,4

55,6

roulotte (n=9)

22,2

66,7

11,1

roulotte (n=9)

Page 51: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Fig. 33 – Conhecimento da idade legal

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Na componente qualitativa, as conclusões apontam para as mesmas tendências. C

se que alguns entrevistados têm um razoável conhecimento da Lei do

minimamente informados acerca das alterações introduzidas com o Decreto

16 de abril, enquanto outros demonstraram não conhecer o previsto na Lei. A tendência geral é

para conhecer melhor as idades mínimas legais para dis

alcoólicas em espaços públicos do que aspetos legais relacionados com outras restrições. Dos

profissionais entrevistados, os que exerciam funções em bombas de gasolina são os mais bem

informados, enquanto quem trabalh

défices informativos.

É permitida a venda de bebidas alcoólicas a maiores de 16 anos em todo o

lado. (42 anos, profissional de

É proibido [hesita] vender a menores de 17 anos, salvo erro.

de supermercado)

Qualquer tipo de álcool, desde que seja bebida alcoólica, é a partir dos 18

anos (25 anos, profissional de

C - Atitudes face à Lei e ao consumo de

Atitudes face à Lei do Álcool

Na componente quantitativa, e

determinadas medidas legislativas, as que merecem concordância (totalmente a favor/a favor)

por parte da maioria dos profissionais dos estabelecimentos comerciais

81,0

14,3

4,8

0%

20%

40%

60%

80%

100%

café (n=21)

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Conhecimento da idade legal mínima para venda de bebidas espirituosas

Estabelecimento Comercial (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Na componente qualitativa, as conclusões apontam para as mesmas tendências. C

se que alguns entrevistados têm um razoável conhecimento da Lei do

minimamente informados acerca das alterações introduzidas com o Decreto-

16 de abril, enquanto outros demonstraram não conhecer o previsto na Lei. A tendência geral é

para conhecer melhor as idades mínimas legais para disponibilizar, vender e consumir bebidas

alcoólicas em espaços públicos do que aspetos legais relacionados com outras restrições. Dos

profissionais entrevistados, os que exerciam funções em bombas de gasolina são os mais bem

informados, enquanto quem trabalhava em roulottes e supermercados apresentava maior

É permitida a venda de bebidas alcoólicas a maiores de 16 anos em todo o

anos, profissional de roulotte)

vender a menores de 17 anos, salvo erro. (48 anos, profissional

Qualquer tipo de álcool, desde que seja bebida alcoólica, é a partir dos 18

anos, profissional de supermercado)

onsumo de álcool

quantitativa, em relação à introdução (real ou hipotética) de

determinadas medidas legislativas, as que merecem concordância (totalmente a favor/a favor)

por parte da maioria dos profissionais dos estabelecimentos comerciais inquiridos

92,9

80,088,2

100,0 100,0

3,6

10,0

5,9

3,610,0 5,9

bar (n=28) superm. (n=10) discoteca (n=17) bomba (n=8) roulotte (n=9)

resp. correta resp. incorreta não sabe

Estabelecimentos Comerciais

51

espirituosas, por tipo de

DEI

Na componente qualitativa, as conclusões apontam para as mesmas tendências. Constata-

se que alguns entrevistados têm um razoável conhecimento da Lei do Álcool, estando

-Lei n.º50/2013, de

16 de abril, enquanto outros demonstraram não conhecer o previsto na Lei. A tendência geral é

ponibilizar, vender e consumir bebidas

alcoólicas em espaços públicos do que aspetos legais relacionados com outras restrições. Dos

profissionais entrevistados, os que exerciam funções em bombas de gasolina são os mais bem

apresentava maiores

É permitida a venda de bebidas alcoólicas a maiores de 16 anos em todo o

anos, profissional

Qualquer tipo de álcool, desde que seja bebida alcoólica, é a partir dos 18

m relação à introdução (real ou hipotética) de

determinadas medidas legislativas, as que merecem concordância (totalmente a favor/a favor)

inquiridos são (Figura 34):

100,0

roulotte (n=9)

Page 52: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

52

- baixar de 0.5 para 0.2g/l o grau de alcoolémia permitido para os condutores profissionais

(76%);

- baixar de 0.5 para 0.2g/l o grau de alcoolémia permitido para os condutores com carta de

condução há menos de 3 anos (74%);

- a idade legal para o consumo de

anos de idade (65%);

- proibir a venda de bebidas alcoólicas nos locais de trabalho (53%).

É de referir ainda, com aprovação acima dos 40%:

- baixar de 0.5 para 0.2g/l o grau de alcoolémia permitido p

(45%)

- proibir a venda de bebidas alcoólicas nos postos de abastecimento de combustível e

máquinas automáticas (43%)

Fig. 34 – Grau de a

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Em contrapartida, a maior parte dos profissionais dos estabelecimentos comerciais

discordam (totalmente contra/contra) com:

- aumentar o imposto sobre as bebidas alcoólica

- proibir a indústria do álcool de promover ou patrocinar a realização de concertos e/ou

festivais de música (59%).

Contudo, é de referir que entre 40% e 50% discordam com:

- proibir a indústria do álcool de promover ou patrocinar a realização

(futebol, corridas...) (47%)

- a idade legal do consumo de álcool variar consoante o tipo de bebida alcoólica (42%)

Aumentar o imposto sobre as bebidas alcoólicas (n=98)

Proibir venda de bebidas alcoólicas nos estab. situados em locais portos/aeroportos em local acessib. a passageiros (n=97)

Proibir a venda de bebidas alcoólicas nos postos de abastecimento de combustível e máquinas automáticas (n=98)

Proibir a indústria do álcool de promover ou patrocinar a realização de concertos e/ou festivais de música (n=97)

Proibir a indústria do álcool de promover ou patrocinar a realização de eventos desportivos (futebol, corridas,…) (n=97)

Proibir venda de bebidas alcoólicas nos locais trabalho (n=98)

Baixar de 0.5 para 0.2 g/l o grau de alcoolémia permitido para os condutores em geral (n=96)

Baixar de 0.5 para 0.2 g/l o grau de alcoolémia permitido para os condutores profissionais (n=98)

Baixar de 0.5 para 0.2 g/l o grau de alcoolémia permitido para os condutores com carta de condução há menos de 3 anos (n=98)

A idade legal do consumo de álcool variar consoante o tipo de bebida alcoólica (n=97)

A idade legal para o consumo de todas as bebidas alcoólicas passar dos 16 para os 18 anos de idade (n=98)

totalmente a favor/favor

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

aixar de 0.5 para 0.2g/l o grau de alcoolémia permitido para os condutores profissionais

baixar de 0.5 para 0.2g/l o grau de alcoolémia permitido para os condutores com carta de

condução há menos de 3 anos (74%);

a idade legal para o consumo de todas as bebidas alcoólicas passar dos 16 para os 18

proibir a venda de bebidas alcoólicas nos locais de trabalho (53%).

É de referir ainda, com aprovação acima dos 40%:

baixar de 0.5 para 0.2g/l o grau de alcoolémia permitido para os condutores em geral

proibir a venda de bebidas alcoólicas nos postos de abastecimento de combustível e

Grau de aprovação face a determinadas medidas legislativas

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Em contrapartida, a maior parte dos profissionais dos estabelecimentos comerciais

discordam (totalmente contra/contra) com:

aumentar o imposto sobre as bebidas alcoólicas (76%);

proibir a indústria do álcool de promover ou patrocinar a realização de concertos e/ou

e referir que entre 40% e 50% discordam com:

proibir a indústria do álcool de promover ou patrocinar a realização de eventos desportivos

a idade legal do consumo de álcool variar consoante o tipo de bebida alcoólica (42%)

14,3

34,0

42,9

15,5

25,8

53,1

44,8

75,5

73,5

30,9

65,3

10,2

35,1

27,6

25,8

26,8

22,4

18,8

26,8

75,5

0% 20% 40% 60%

Aumentar o imposto sobre as bebidas alcoólicas (n=98)

Proibir venda de bebidas alcoólicas nos estab. situados em locais portos/aeroportos em local acessib. a passageiros (n=97)

Proibir a venda de bebidas alcoólicas nos postos de abastecimento de combustível e máquinas automáticas (n=98)

Proibir a indústria do álcool de promover ou patrocinar a realização de concertos e/ou festivais de música (n=97)

Proibir a indústria do álcool de promover ou patrocinar a realização de eventos desportivos (futebol, corridas,…) (n=97)

Proibir venda de bebidas alcoólicas nos locais trabalho (n=98)

Baixar de 0.5 para 0.2 g/l o grau de alcoolémia permitido para os condutores em geral (n=96)

Baixar de 0.5 para 0.2 g/l o grau de alcoolémia permitido para os condutores profissionais (n=98)

Baixar de 0.5 para 0.2 g/l o grau de alcoolémia permitido para os condutores com carta de condução há menos de 3 anos (n=98)

A idade legal do consumo de álcool variar consoante o tipo de bebida alcoólica (n=97)

A idade legal para o consumo de todas as bebidas alcoólicas passar dos 16 para os 18 anos de idade (n=98)

totalmente a favor/favor nem a favor nem contra contra/totalmente contra

aixar de 0.5 para 0.2g/l o grau de alcoolémia permitido para os condutores profissionais

baixar de 0.5 para 0.2g/l o grau de alcoolémia permitido para os condutores com carta de

todas as bebidas alcoólicas passar dos 16 para os 18

ara os condutores em geral

proibir a venda de bebidas alcoólicas nos postos de abastecimento de combustível e

(%)

Em contrapartida, a maior parte dos profissionais dos estabelecimentos comerciais

proibir a indústria do álcool de promover ou patrocinar a realização de concertos e/ou

de eventos desportivos

a idade legal do consumo de álcool variar consoante o tipo de bebida alcoólica (42%)

9,2

9,2

14,3

30,9

29,6

58,8

47,4

24,5

36,5

15,3

17,3

42,3

20,4

80% 100%

contra/totalmente contra

Page 53: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Atitudes face ao Consumo de Álcool

No que respeita a determinadas representações sobre o consumo de álcool,

profissionais dos estabelecimentos comerciais inquiridos revela concordância (

totalmente/concordo) em relação às seguintes (Figura 35)

- conduzir um pouco embriagado é perigoso (88%);

- o álcool é uma droga (69%);

- o consumo de álcool em Portugal é uma tradição (67%);

- o consumo de álcool faz menos mal do que o consumo de ecstasy ou anfetaminas (53%);

- o consumo de álcool está na moda

Fig. 35 – Grau de aprovação face a determinadas representações

Fonte: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI

Em contrapartida, a maioria dos profissionais dos estabelecimentos comerciais

discordam ou discordam totalmente

- o consumo de pequenas quantidades de

mal às crianças (94%);

- o consumo de álcool é coisa de pessoas mais velhas (86%);

- o consumo de pequenas quantidades de

mal às grávidas (84%);

- o consumo de pequenas quantidades de

mal aos adolescentes (74%);

- para deixar de ser alcoólico, basta ter força de vontade, não é preciso tratamento (66%)

- o tratamento do alcoolismo é fácil (65%).

O álcool é uma droga (n=97)

O consumo de álcool, em Portugal, é uma tradição (n=98)

O consumo de álcool é coisa de pessoas mais velhas (n=98)

O consumo de álcool está na moda (n=98)

O consumo de álcool faz menos mal do que o consumo de tabaco (n=98)

O consumo de álcool faz menos mal do que o consumo de haxixe ou charros (cannabis) (n=98)

O consumo de álcool faz menos mal do que o consumo de ecstasy ou anfetaminas (n=98)

O consumo de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas, de vez em quando não faz mal às crianças (n=98)

O consumo de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas, de vez em quando não faz mal aos adolescentes (n=98)

O consumo de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas, de vez em quando não faz mal às grávidas (n=97)

Conduzir um pouco embriagado é perigoso (n=97)

O tratamento do alcoolismo é fácil (n=97)

Para deixar de ser alcoólico, basta ter força de vontade, não é preciso tratamento (n=96)(n=98)

concordo totalmente/concordo

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

Atitudes face ao Consumo de Álcool

No que respeita a determinadas representações sobre o consumo de álcool,

profissionais dos estabelecimentos comerciais inquiridos revela concordância (

em relação às seguintes (Figura 35):

conduzir um pouco embriagado é perigoso (88%);

o álcool é uma droga (69%);

em Portugal é uma tradição (67%);

o consumo de álcool faz menos mal do que o consumo de ecstasy ou anfetaminas (53%);

consumo de álcool está na moda (51%).

provação face a determinadas representações sobre consumo de bebidas alcoólicas (%)

Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências: DMI - DEI

Em contrapartida, a maioria dos profissionais dos estabelecimentos comerciais

discordam ou discordam totalmente das seguintes afirmações:

o consumo de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas, de vez em quando, não faz

o consumo de álcool é coisa de pessoas mais velhas (86%);

o consumo de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas, de vez em quando, não faz

o consumo de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas, de vez em quando, não faz

para deixar de ser alcoólico, basta ter força de vontade, não é preciso tratamento (66%)

o tratamento do alcoolismo é fácil (65%).

69,1

67,3

10,2

51,0

26,5

34,7

53,1

5,1

21,4

12,4

87,6

7,2

8,3

4,1

20,4

37,8

22,4

15,3

1,0

5,1

4,1

27,8

26,0

85,7

93,9

73,5

83,5

64,9

65,6

0% 20% 40% 60%

O álcool é uma droga (n=97)

O consumo de álcool, em Portugal, é uma tradição (n=98)

O consumo de álcool é coisa de pessoas mais velhas (n=98)

O consumo de álcool está na moda (n=98)

O consumo de álcool faz menos mal do que o consumo de tabaco

O consumo de álcool faz menos mal do que o consumo de haxixe ou charros (cannabis) (n=98)

O consumo de álcool faz menos mal do que o consumo de ecstasy ou

O consumo de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas, de vez em quando não faz mal às crianças (n=98)

O consumo de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas, de vez em quando não faz mal aos adolescentes (n=98)

O consumo de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas, de vez em quando não faz mal às grávidas (n=97)

Conduzir um pouco embriagado é perigoso (n=97)

O tratamento do alcoolismo é fácil (n=97)

Para deixar de ser alcoólico, basta ter força de vontade, não é preciso tratamento (n=96)(n=98)

concordo totalmente/concordo não sei discordo/discordo totalmente

Estabelecimentos Comerciais

53

No que respeita a determinadas representações sobre o consumo de álcool, a maioria dos

profissionais dos estabelecimentos comerciais inquiridos revela concordância (concordo

o consumo de álcool faz menos mal do que o consumo de ecstasy ou anfetaminas (53%);

sobre consumo de bebidas alcoólicas (%)

Em contrapartida, a maioria dos profissionais dos estabelecimentos comerciais inquiridos

, de vez em quando, não faz

de vez em quando, não faz

, de vez em quando, não faz

para deixar de ser alcoólico, basta ter força de vontade, não é preciso tratamento (66%);

7,2

11,2

2,1

23,7

21,4

28,6

35,7

42,9

31,6

10,3

64,9

65,6

80% 100%

discordo/discordo totalmente

Page 54: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

54

A afirmação da menor nocividade para a saúde do consumo de álcool comparativamente

ao de tabaco, apresenta a maior proporção de indecisão (não sei/indeciso) por parte dos

inquiridos (38%), com uma proporção semelhante de profissionais (36%) a concordarem

totalmente/concordarem que o consumo de tabaco é menos nocivo que o consumo de

tabaco. Comparativamente ao consumo de cannabis, as opiniões dividem-se, entre 43% que

discordam totalmente/discordam que o consumo de tabaco seja menos nocivo que o de

cannabis, 35% que concordam totalmente/concordam e 22% de indecisos (não sei/indeciso).

Na componente qualitativa, entre os entrevistados, a tendência geral parece ser no sentido

de apoiar medidas mais restritivas, embora acompanhadas por um papel mais ativo por parte

dos pais e por medidas de fiscalização mais eficazes e direcionadas.

Acho que a lei não faz muito sentido. 16 anos é pouco para se beber o que

quer que seja. (23 anos, profissional de discoteca)

A bebida alcoólica devia ser servida a pessoas que já têm a sua cabeça. Eu

diria 21. (35 anos, profissional de café)

Achava bem, a partir da meia-noite, não vender para os mais novos. Alguns é

só para fazer disparates. (42 anos, profissional de bomba de gasolina)

É assim, como nas escolas já fazem o combate tanto às drogas e

aconselhamento sobre drogas e sexualidade, também deviam começar a investir

por esse caminho e alertar os jovens que o álcool também faz mal, que também

habitua e traz consequências graves para eles e para a família quando entram em

vícios mesmo mais fortes. (40 anos, profissional de roulotte)

Eu acho que há pouca fiscalização, aquilo que se calhar é o mais importante,

como é o caso da prevenção, ser uma fiscalização pedagógica, porque a gente

já sabe que no mundo dos negócios, ou pá seja em qualquer tipo de negócio –

este não é exceção – há sempre aqueles que não têm escrúpulos e vendem a

quem quiser. (46 anos, profissional de bar)

Page 55: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

55

PARA REFLETIR

Quase metade dos profissionais inquiridos, e a maioria no caso dos profissionais dos

estabelecimentos de diversão noturna são jovens adultos (20-34 anos) e com poucos anos de

exercício na função (1-5 anos). Também na componente qualitativa, os profissionais de bares e

discotecas tendem a ser jovens do sexo masculino com poucos anos de experiência profissional.

Tal não pode deixar de ser levado em conta.

A ocorrência de problemas relacionados com consumos nocivos de álcool – jovens

embriagados, jovens em coma alcoólico e jovens envolvidos em atos violentos/lutas após terem

tomado bebidas alcoólicas – nos estabelecimentos ou à porta destes existiu, mas não foi muito

frequente nos últimos 12 meses, de acordo com as declarações dos profissionais inquiridos e

entrevistados: a situação de jovens embriagados é a mais reportada, embora só uma pequena

parte declare a sua ocorrência com uma frequência semanal; as ocorrências de jovens

envolvidos em atos de violência relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas são

inferiores, e as declarações sobre situações de jovens em coma alcoólico muito residuais e sem

frequência semanal.

O maior número de ocorrências em estabelecimentos de diversão noturna, como bares e

discotecas, para qualquer das três situações, é indiciador do padrão do consumo juvenil, a

clientela maioritária deste tipo de estabelecimentos.

Na venda de bebidas alcoólicas, a práticas de controlo da idade dos clientes mais

frequente é o pedido de cartão de identificação, por vezes em associação com outras

medidas, como perguntar a idade e/ou fazer a avaliação pelo aspeto. Tal não parece colocar

problemas a uns profissionais mas é entendido como algo falível e difícil de aplicar por outros.

Neste sentido, cerca de um terço dos profissionais afirma haver dificuldades em cumprir a lei

no que respeita à idade mínima legal para venda de bebidas alcoólicas. O principal motivo das

dificuldades tem a ver com a identificação da idade, mas também foram referidos outros,

como as estratégias dos menores em conivência com os maiores de idade, a falta de

fiscalização, o desconhecimento da lei e os interesses comerciais. Tal evidencia a importância

do papel de todos os atores sociais na assunção de responsabilidades: dos pares, dos

profissionais dos estabelecimentos, das entidades fiscalizadoras e dos responsáveis pelas

políticas informativas e preventivas nesta matéria.

Quase metade dos profissionais declarou ter havido práticas promocionais de bebidas

alcoólicas no seu estabelecimento comercial nos últimos 12 meses, e em particular os

profissionais das discotecas e bares (contextos privilegiados de lazer e diversão juvenil). As happy

hours são o tipo de promoção mais comum, bem como a redução de preços, sobretudo

mediante a compra de um número mínimo de bebidas (duas práticas que incentivam os

consumos nocivos e problemas associados), existindo referências a uma variedade de outras

práticas promocionais. A maioria declarou não ter havido qualquer alteração no número de

promoções nos últimos 12 meses comparativamente ao período de março de 2012 a março de

Page 56: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

56

2013. Uma vez mais, importa destacar a importância do papel dos proprietários dos

estabelecimentos e da indústria do álcool nesta matéria.

Apenas uma pequena parte dos profissionais inquiridos e entrevistados declarou ter ocorrido

uma fiscalização deste tipo nos últimos 12 meses, tendo tido lugar sobretudo em bares e

algumas discotecas), e apenas um profissional entrevistado declarou resultar dessa ação uma

coima. A maioria considera difícil ou muito difícil as entidades fiscalizadoras identificarem

estabelecimentos que infringem a Lei do Álcool (sobretudo os das discotecas), e apenas um

terço diz ser fácil ou muito fácil (sobretudo os das bombas de gasolina). A grande maioria dos

profissionais declarou não ter havido qualquer alteração a nível da fiscalização relacionada

com a venda de bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses comparativamente ao período de

março de 2012 a março de 2013.

Uma vez que a perceção sobre a existência de um ambiente de fiscalização eficaz é

fundamental para a implementação de práticas de comercialização e de aquisição conforme

o legislado (a perceção de que existe a séria possibilidade de os infratores serem detetados e

sancionados tem um efeito dissuasor junto dos potenciais infratores), perante estes resultados,

que estratégias adotar para alterar esta perceção destes profissionais?

Constata-se um certo défice informativo e formativo em relação aos efeitos do consumo de

bebidas alcoólicas em jovens e à Lei do Álcool, mas a maioria dos profissionais afirma não

necessitar de informação e de formação específica nestas matérias.

Esta desvalorização da necessidade informativa/formativa é tanto mais preocupante face

ao défice de conhecimento manifestado a propósito da Lei do Álcool, e sendo este

conhecimento uma componente essencial para a assunção das responsabilidades legais e

sociais por parte dos profissionais dos estabelecimentos comerciais e para a promoção de boas

práticas na venda de bebidas alcoólicas.

Cerca de um terço dos profissionais não sabe que houve alguma alteração legislativa nos

últimos 2 anos, verificando-se ainda um maior desconhecimento em relação a alguns aspetos

particulares do atual regime legal: sobre a proibição de venda de bebidas alcoólicas nos postos

de abastecimento de combustível nas autoestradas, uma das recentes alterações legislativas, a

maioria (61%) referiu que era permitida a venda ou afirmou não saber; quanto à proibição de

venda em máquinas automáticas, já constante no regime legal anterior, quase metade

declaram que não é proibida ou dizem não saber; cerca de um terço dos profissionais declarou

não existir ou não saber de um horário específico para venda de bebidas alcoólicas.

A propósito daquela que será talvez a principal alteração constante no atual regime legal,

isto é, a idade mínima legal para disponibilização, venda e consumo em locais públicos e

abertos ao público das bebidas espirituosas a subir dos 16 para os 18 anos e as não espirituosas

a manterem-se nos 16 anos, o conhecimento parece também não estar ainda consolidado a

nível de uma “bolsa” de profissionais que responde de forma incorreta ou diz não saber (entre

30% a 40% no caso da cerveja e do vinho e 10% das bebidas espirituosas). A análise das

respostas incorretas indicia uma certa confusão decorrente desta particularização das bebidas

espirituosas no universo das bebidas alcoólicas.

Que estratégias adotar para transmitir de forma mais efetiva o conhecimento sobre a Lei do

álcool?

Em relação às atitudes face à Lei do Álcool e em particular à introdução (real ou hipotética)

de determinadas medidas legislativas, as que merecem aprovação por parte da maioria dos

profissionais dos estabelecimentos comerciais são as recentemente introduzidas no novo regime

legal relacionadas com a diminuição do grau de alcoolémia permitido para os condutores em

geral e específicos, e a hipotética medida de passar dos 16 para os 18 anos a idade mínima

legal para o consumo de todas as bebidas alcoólicas.

Page 57: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

57

No que respeita a determinadas representações sobre o consumo de álcool, as mais

consensuais (três quartos ou mais dos inquiridos) foram as relacionadas com o risco da

condução sob o efeito de álcool e as relacionadas com a nocividade da ingestão de

pequenas quantidades de álcool por parte das crianças, grávidas e adolescentes. Entre 60%-

70% dos inquiridos também concordam que o álcool é uma droga e uma tradição em Portugal,

assim como acham que para deixar de ser alcoólico é necessário tratamento e que este não é

fácil. Qual o significado destas representações nas práticas dos profissionais dos

estabelecimentos comerciais?

Page 58: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais
Page 59: O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

O Álcool e a Lei. Profissionais dos Estabelecimentos Comerciais

59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Kvale, Steinar (2006) – “Dominance through interviews and dialogues” in Qualitative Inquiry,

12 (3), pp. 480-500.

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Rubio, Maria Isabel (2006) – “La Imposición de los puntos de vista durante la entrevista etnográfica” in Antropologia Portuguesa, 22-23, 2005-2006, pp. 9-40.