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Francisco da Graça O ALCOOLISMO Noções gerais

O Alcoolismo

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Francisco da GraçaO ALCOOLISMONoções gerais

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Introdução• Foi a pensar nos jovens de

hoje - homens de amanhã – que o Francisco da Graça (alcoólico recuperado há 30 anos) se propôs fazer o que aqui apresenta.

• Juntou os livros técnicos ao saber prático, para te ajudar a ti, jovem, a pensar, a observar, a descobrir o mundo que te rodeia.

• Quando chegar a hora de tomares nas tuas mãos o teu mundo, constrói um mundo novo, sem amarras nem cadeias ao alcoolismo, que tem reduzido muito boas pessoas a caricaturas de gente.

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O que é o alcoolismo?

• É uma intoxicação progressiva do organismo, derivada do consumo de doses elevadas de bebidas alcoólicas.

• A doença do alcoolismo consiste na incapacidade

do lesado abandonar o consumo de bebidas alcoolizadas, ainda que as queira evitar, por impedimento da força de vontade e respectiva capacidade de decisão.

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Existem dois tipos de alcoolismo

• agudo – confunde-se com a embriaguês;

• crónico – caracteriza-se pela perda de apetite, sensação de queimaduras no esófago, vómitos pela manhã, etc.

• Os prejuízos económicos causados pelo alcoolismo são maiores do que os lucros que a sociedade recebe da produção e comercialização das bebidas alcoolizadas.

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• O alcoolismo alastrou a partir do séc. XIX, com a industrialização do álcool, espalhando-se largamente por todo o mundo.

• Tornou-se um flagelo social e marginalizou os indivíduos incapazes de controlar o consumo da bebida, cuja sociedade os incrimina e enjeita.

• Em 1951 o alcoolismo foi cientificamente reconhecido pela O.M.S. como uma doença que é urgente combater e tratar, pois toda a sociedade é vítima dos seus efeitos ruinosos.

• Em Portugal a mentalidade permanece no milénio anterior: um alcoólico é um “deficiente” e, como tal, por comodidade e egoísmo, ignora-se e rejeita-se.

O alcoolismo é uma doença ? Um vício?

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Como se chega a alcoólico?

• Tipos de bebedor:

• Ocasionais;

• Esporádicos;

• Regulares; • De consumo fraco e de • consumo elevado;

• Grande parte dos alcoólicos procede do grupo de bebedores de consumo elevado, cujo hábito é de origem familiar e/ou social.

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Muitos percorrem este caminho...• Fase pré-alcoólica:• Habituação• Perda de memória• Perda de controle• Tentativa de abstinência

• Fase crucial:• Pretextos para beber sem

medida• Beber isolado de forma

anti-social• Consumo pela manhã• Sentimento de culpa• Saúde precária • Perda do emprego.

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fazem figuras como esta

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como esta

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como esta

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como esta

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como esta

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...e acabaram aqui!• Fase crónica:

• O alcoólico bebe dias a fio. A cisma não o deixa parar. Torna-se prisioneiro e só se vai libertar da amarra se, quando, como e onde pedir ajuda;

• A vida deixa de ter horizontes, a única ocupação é beber, não há outra ocupação. Cai-se no fosso do qual nunca se sai sozinho.

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O que é o alcoolismo??

. É uma doença progressiva do bebedor excessivo que perde o controlo dos consumos;

• Doença – porquanto não é um vício, nem uma fraqueza mental; a O.M.S. reconheceu o alcoolismo como doença há mais de 50 anos;

• Progressiva – porque de dia para dia cada vez é mais difícil ao bebedor viver sem álcool;

• Excessiva – a liberdade de saber beber desapareceu; o que se bebe não é considerado bebida, mas uma necessidade;

• Descontrolada – de uma vez por todas, o alcoólico perde a capacidade de decisão de consumo de bebidas alcoólicas.

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Causas

• Relações sociais

• A oferta de bebidas é uma constante. Quando alguém as recusa, é alvo de comentários irónicos e até ofensivos.

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Tensões internas

Refúgio para vários problemas pessoais, grupais, sociais.

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Consumo ao ritmo do dia a dia

• O bebedor excessivo ingere a qualquer hora, a toda a hora e toda e qualquer hora é boa hora.

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Más condições de trabalho

• Frequentes nas grandes cidades são um convite a quem depois de um dia de trabalho, procura na taberna a evasão do desconforto em que vive e o desgosto do regresso à casa-martírio.

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A dureza de certas profissões

• O trabalho na fábrica, na oficina ou na mina, são um incentivo à embriaguês;

• Os pintores de construção civil e naval bebem com frequência, parece que devido à acção incentivadora das tintas e vernizes na mucosa bucal.

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Consequências fisiológicas do alcoolismo

• Danos nos órgãos vitais• O alcoolismo é uma doença

progressiva ou definitiva.• Enfraquece e altera o

funcionamento dos órgãos essenciais: cérebro, estômago, intestinos, coração, fígado, entre outros;

• Devido ao estado frágil do organismo, potencia doenças graves: cancro, tuberculose, pneumonia, terminando numa cirrose que, detectada a tempo, tem cura.

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Cirrose hepática

• As células do fígado vão desaparecendo, não se renovam, sendo substituídas por um tecido cicatrizado e fibroso;

• O fígado é um alambique, que precisa de descanso. O uso abusivo do álcool provoca o desgaste irreversível da maquinaria.

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O «delirium tremens»

• É uma doença que tem algo de sinistro. O doente revela angústia, agitação, tremura. Entra em fase de delírio, imaginando catástrofes, começando com ciúme sexual, tendo alucinações visuais e tácteis (sente correr insectos na pele ou deslizar répteis na parede);

• Pode tornar-se agressivo para as pessoas que o rodeiam, principalmente para esposa.

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Consequências sociais do alcoolismo

• Miséria no lar• A vida no dia a dia com um

doente alcoólico é penosa; ele é visto como um indivíduo sem personalidade, sem moral, inconsciente, gastando quase tudo com a bebida; só sabendo fazer ameaças, bater na mulher e nos filhos, nos quais provoca para sempre perturbações físicas e psíquicas;

• Uma elevada % de divórcios deve-se ao alcoolismo.

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Alienação mental e degeneração da raça

• O álcool não só atinge a pessoa no que possui de mais nobre - a integridade mental – como também altera as células sexuais;

• Quando não morrem, os descendentes de um alcoólico são mal constituídos, de altura reduzida, cérebro sem vontade própria; correm o risco de debilidade mental, surdês-mudês, epilepsia, demência, vadiagem, prostituição, criminalidade;

• Disse alguém que “O alcoólico está para a loucura como os descendentes estão para a tuberculose”.

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Acidentes no trabalho e perda do mesmo

Falta de atenção, pouca agilidade, medo doentio, alucinações (numa fase adiantada da doença), conduzem o doente a trabalhar mal, a cometer erros que constituem grave risco para ele e para os outros;

• A falta de diálogo coerente na profissão, a irritação, o mau humor e o mau comportamento, levam-no ao despedimento.

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Acidentes na circulação rodoviária

• Actualmente, mais de 50% dos acidentes rodoviários são atribuídos ao alcoolismo;

• O álcool actua no cérebro, nos órgãos dos sentidos e no sistema nervoso, perturba a atenção, provoca euforia, o prazer pelo risco, que se traduz no excesso de velocidade.

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A maior toxicodependência em Portugal chama-se alcoolismo

• Cerca de 10% da população portuguesa tem problemas com o álcool.

• Esta é a bebida mais solicitada pela juventude nas discotecas.

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As bebidas destiladas são as de maior consumo entre os jovens.

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Sumos alcoolizados ao dispor da juventude.

• As bebidas intencionalmente projectadas e conhecidas por “alcopops”, são uma mistura de leite ou sumo fortemente adocicado, para neutralizar o sabor do álcool e estão à venda em qualquer supermercado.

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A alcoolemia taxa de 0,2 g/litro de sangue

• É a razão entre o grau de álcool consumido e o peso, vezes um coeficiente dado.

• Álcool puro (gramas) _______________ X coeficiente• Peso (quilos)

Coeficiente: 0,6 para a mulher0,7 para o homem1,1 à refeição

Ex. _40 g__ = 1,42 (mulher) 47 x 0,6

_40 g__ = 0,71 (homem) 80 x 0,7

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Um doente alcoólico pode curar-se?

• SIM – se entendermos por cura a livre vontade de deixar de beber, depois de um tratamento com ou sem internamento;

• NÃO – se entendermos por cura a ilusão de voltar a beber, depois de ter sido tratado; (todo o doente alcoólico – sem excepção - alimenta este sonho).

• Nota: o doente está curado, se não voltar a beber, se voltar, regressará à doença;

• Uma recaída é tanto maior quanto maior for o tempo de abstinência.

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Notícia publicada no jornal “24 horas”, de 23 de Maio de 2006

• Jovens a beber - com o auxílio de uma palhinha - a poção mais solicitada nas discotecas.

• Por ser uma bebida quente, não se pode pegar no copo, ao mesmo tempo que é extremamente alcoólica.

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Adeus às dores de cabeça depois de uma noite de copos.Como passar o Verão sem ressacas. (24H, de 23/05/06)

• Os portugueses já podem apanhar uma bebedeira sem se preocuparem com a ressaca. A partir de 25 de Maio de 2006 passou a estar disponível no mercado um novo suplemento alimentar, que acaba com as dores de cabeça, as náuseas e os vómitos, tão comuns depois de uma noite de copos.

• O produto chama-se, nada mais nada menos, que KGB. Foi desenvolvido por cientistas russos nos anos 70, durante a Guerra Fria, para manter sóbrios os espiões quando bebiam com o inimigo. O objectivo principal da fórmula era funcionar como um antídoto para o álcool, para que os espiões conseguissem embriagar os seus inimigos e roubar-lhes as informações pretendidas. Apesar de a embriaguês se verificar, o efeito de ressaca não se manifestava.

• O suplemento é composto por duas cápsulas – uma vermelha e outra preta. O Dr. João Rolo Garcia, especialista em medicina interna do Hospital dos Capuchos, explica como estas substâncias actuam no organismo: “A vermelha é para tomar antes de começar a beber e é composta por substâncias que se encontram naturalmente no organismo e que ajudam a metabolizar o álcool mais depressa”. É que, de acordo com este médico, o metabolismo do ser humano funciona sempre à mesma velocidade, independentemente da quantidade de álcool que se ingere.

• “Quando se acaba de beber, deve tomar-se a cápsula preta, que é composta por carvão activado e funciona como uma espécie de mata-borrão, ou seja, absorve o álcool do organismo e as outras substâncias químicas que fazem parte da composição das bebidas alcoólicas.”

• Outra das vantagens da fórmula KGB, além de minimizar os efeitos mais imediatos do álcool, é evitar os danos a longo prazo que podem ocorrer no organismo. Estas substâncias protegem o fígado e diminuem os riscos de doenças associadas ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

• Aquele médico garante que esta nova substância não tem qualquer efeito secundário para o ser humano, uma vez que é constituída apenas por produtos naturais. “Por isso, as pessoas podem tomar várias vezes, não lhes faz mal nenhum”, concluiu aquele médico.

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Medida preventiva do alcoolismo

• A educação do cidadão

• Só devidamente esclarecidos os jovens podem recusar seguir o caminho dos adultos que enveredaram pela dependência do álcool;

• As medidas preventivas são as únicas eficazes.

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Pensando bem...

* Embrutece* Faz do Rei um escravo* Faz do rico um mendigo* Faz do atleta um trémulo velhinho* Apaga a luz da inteligência* Enfraquece a memória* Diminui a força de vontade* Encurta a existência* Envenena as fontes da vida* Semeia a desunião na família* Converte o lar numa prisão de tortura* Rouba o pão aos filhos* Extingue a alegria* Semeia lágrimas* Arruína fortunas* Desfaz reputações* Põe nas Escolas crianças falhadas* Inunda de doentes os hospitais* Atira para a cadeia homens e mulheres* Provoca acidentes no trabalho e nas estradas* Abre as portas a todos os vícios* É inimigo do Homem, da Família e da Sociedade* Faz do Homem – Obra-prima da Natureza – uma grotesca criatura!

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VALSA TRISTE

Posto que o alcoolismoqualquer rei torna escravo,

o amigo cai no abismo,o rico fica sem chavo,a família é hospital,a escola é um vazio,

a estrada é letal,o patrão fica na cama,

o operário é vadio,a vida fica pela rama,presa por um frágil fio,

e nem Deus está seguro,por causa do sacristão,

que, com o copo em riste,vê tudo ficar escuroe dança na confusão

que acaba em valsa triste,em jeito de conclusãoaqui vai a descrição

deste vero cataclismo,que é o vício do alcoolismo.