o Amor Dos Homens

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  • 7/24/2019 o Amor Dos Homens

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    O amor dos homens

    Paris , 1962

    Na r!ore em "rente

    Eu terei mandado instalar um alto#"alante com $ue os passarinhos

    Ampli"i$uem seus alegres cantos para o teu l%nguido despertar&

    Acordars "eliz sob o len'ol de linho antigoCom um raio de sol a brincar no tal!egue de teus seios

    E me dars a boca em "lor( minhas m)os amantes

    Te buscar)o longamente e tu !irs de longe* amiga

    +o "undo do teu ser de sono e plumas

    Para me receber( nossa "rui')o

    ,er serena e tarda* repousarei em ti

    Como o homem sobre o seu tmulo* pois nada

    -a!er "ora de n.s& Nosso amor ser simples e sem tempo&

    +epois saudaremos a claridade& Tu dirs/om dia ao teto $ue nos abriga

    E ao espelho $ue recolhe a tua rpida nudez&

    Em seguida teremos "ome0 ha!er ch#da#1ndia

    Para matar a nossa sede e mel

    Para ado'ar o nosso p)o& ,atis"eitos* "icaremos

    Como dois irm)os $ue se amam al2m do sangue

    E "umaremos 3untos o nosso primeiro cigarro matutino&

    ,. ent)o nos separaremos& Tu me perguntars

    E eu te responderei* a olhar com ternura as minhas pernas4ue o amor paci"icou* lembrando#me $ue elas andaram muitas l2guas de mulher

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    At2 te descobrir& Pensarei $ue tu 2s a "lor e5trema

    +essa desesperada minha busca( $ue em ti

    6ez#se a unidade& +e repente* "icarei triste

    E solitrio como um homem* !agamente atento

    Aos ru1dos long1n$uos da cidade* en$uanto te atare"as absurda

    No teu cotidiano* perdida* ah t)o perdida+e mim& ,entirei alguma coisa $ue se "echa no meu peito

    Como pesada porta& Terei cime

    +a luz $ue te con"igura e de ti mesma

    4ue te dei5as !i!er* $uando de!eras

    ,eguir comigo como a 3o!em r!ore na corrente de um rio

    Em demanda do abismo& Vem#me a angstia

    +o limite $ue nos antagoniza& Ve3o a redoma de ar

    4ue te circunda # o espa'o

    4ue separa os nossos tempos& Tua "orma7 outra0 bela demais* tal!ez* para poder

    ,er totalmente minha& Tua respira')o

    8bedece a um ritmo di!erso& Tu 2s mulher&

    Tu tens seios* lgrimas e p2talas& 9 tua !olta

    8 ar se "az aroma& 6ora de mim

    7s pura imagem( em mim

    7s como um pssaro $ue eu sub3ugo* como um p)o

    4ue eu mastigo* como uma secreta "onte entreaberta

    Em $ue bebo* como um resto de nu!em,obre $ue me repouso& Mas nada

    Consegue arrancar#te : tua obstina')o

    Em ser* "ora de mim # e eu so"ro* amada

    +e n)o me seres mais& Mas tudo 2 nada&

    8lho de sbito tua "ace* onde h gra!ada

    Toda a hist.ria da !ida* teu corpo

    ;ompendo em "lores* teu !entre

    62rtil& Mo!e#te

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    ,)o teus gestos $ue "alam* a contra')o

    +os lbios de maneira a esticar melhor a pele

    Para passar o creme* a boca

    >e!emente entreaberta com $ue misti"icar melhor a eterna imagem

    No eterno espelho& E ent)o* desesperado

    Parto de ti* sou ca'ador de tigres em /engalaAlpinista no Tibet* mon3e em Cintra* espele.logo

    Na Patag?nia& Passo trs meses

    Numa 3angada em pleno oceano para

    Pro!ar a origem polin2sica dos maias& Alimento#me

    +e plancto* con!erso com as gai!otas* deito ao mar poesia engarra"ada* acabo

    Nau"ragando nas costas de Anto"agasta& Time* >i"e e Paris#Match

    +edicam#me enormes reportagens& 6azem#me

    8 @-omem do Ano@ e candidato certo ao Prmio Nobel&

    Mas eis comes um pssego& Teu lbion"erior dobra#se sob a polpa* o suco

    Escorre pelo teu $uei5o* cai uma gota no teu seio

    E tu te ris& Teu riso

    +esagrega os tomos& 8 espelho pul!eriza#se* "unde#se o cano de descarga

    4uantidades insuspeitadas de estr?ncio#B

    Acumulam#se nas camadas superiores do banheiro

    ,. os genes de meus tataranetos poder)o dar pro!a cabal de tua imensa

    ;adioati!idade& Tu te ris* amiga

    E me bei3as sabendo a pssego& E eu te amo+e morrer& nteriormente

    Procuro a"astar meus receios0 @N)o* ela me ama&&&@

    +igo#me* para me con!encer* en$uanto sinto

    Teus seios despontarem em minhas rn)os

    E se crisparem tuas ndegas& 4ueres "icar gr!ida

    mediatamente& - em ti um dese3o sbito de alcacho"ras& +ese3arias

    6azer o parto#sem#dor : luz da teoria dos re"le5os condicionados

    +e Pa!lo!& +epois* sorrindo

    ,ilencias& 8deio o teu silncio4ue n)o me pertence* $ue n)o 2

    +e ningu2m0 teu silncio

    Po!oado de mem.rias& Esbo"eteio#te

    E !ou correndo cortar o pulso com gilete#azul( meu sangue

    6lui como um pedido de perd)o& Abres tua cai5a de costura

    E coses com linha amarela o meu pulso abandonado* $ue 2 para

    Combinar bem as cores( em seguida

    6azes#me sugar tua car.tida* numa longa* lenta

    Trans"us)o& Eu con!alescenteCome'as a sair0 "oste ao cabeleireiro& Perscruto em tua "ace& ,into#me

    Tra1do* delin$Descente* em ponto de lgrimas& Mas te apro5imas

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    ,. com o casaco do pi3ama e pousas

    Minha m)o na tua perna& E ent)o eu canto0

    Tu 2s a mulher amada0 destr.i#me Tua beleza

    Corr.i minha carne como um cido Teu signo

    7 o da destrui')o Nada resta

    +epois de ti sen)o ru1nas Tu 2s o sentimento+e todo o meu intil* a causa

    +e minha intoler!el permanncia Tu 2s

    onge de mim* perto de mim* !i!endo

    +a constante presen'a da minha saudade

    7 mais do $ue nunca a minha amada0 a minha amada e a minha amiga

    A $ue me cobre de .leos santos e 2 portadora dos meus cantos

    A minha amiga nunca super!el

    A minha insepar!el inimiga&

    compartilhar0

    !oltar para o topo

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