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O AUTISMO O AUTISMO E AS PESSOAS E AS PESSOAS COM AUTISMO COM AUTISMO

O AUTISMO E AS PESSOAS COM AUTISMO. CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO DEFINIÇÃO Etiologia CONCEITOS CENTRAIS AUTISMO

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O AUTISMO O AUTISMO E AS PESSOAS E AS PESSOAS COM AUTISMOCOM AUTISMO

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CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO

DEFINIÇÃO

Etiologia

CONCEITOS CENTRAIS

AUTISMOAUTISMO

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O QUE É O AUTISMO ?

O autismo é uma disfunção no desenvolvimento cerebral que tem

origem na infância, persiste ao longo de toda a vida e pode dar origem a

uma grande variedade de expressões clínicas.

Acredita-se que alguns dos sintomas principais estejam presentes desde o nascimento.

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Tipicamente os sintomas começam a manifestar-se até aos 3 anos.

Todo o desenvolvimento da criança vai ser “invadido” pelas características desta condição clínica.

O autismo é uma perturbação global do desenvolvimento

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Ao dizermos que um indivíduo tem autismo ou uma perturbação no espectro do autismo (p.e.a), estamos simultaneamente a afirmar que ele tem um conjunto de disfunções características nas áreas da interacção social, da comunicação (verbal e não verbal), bem como alterações no comportamento visíveis a todos os que contactam com esse indivíduo (ex: resistência à mudança; maneirismos motores; respostas atípicas às experiências sensoriais).

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Prevalência do autismo:

Autismo clássico: 5 em cada 10.000

Espectro completo do autismo: 1 em cada 700 a 1.000

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Quais as causas do autismo?

As evoluções na pesquisa científica têm vindo a apontar para o facto de poderem existir diversas causas, algumas

presentes, outras não, em determinada pessoa:

Parece existir uma pré disposição genética que pode dar origem ao aparecimento de autismo.

Alguns factores pré e peri natais podem igualmente jogar um papel determinante.

Pode ter de haver uma conjunção entre o potencial genético e o meio ambiente (ex: infecções virais; exposição a determinados componentes do ambiente; desequilíbrios metabólicos).

Uma causa conhecida reúne o consenso: o autismo é causado por anomalias nas

estruturas e funções cerebrais.

Estão ainda por esclarecer completamente

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Uma das primeiras conclusões a que se chegou no início das investigações acerca das causas do autismo foi a de que não existe qualquer influência entre os estilos parentais, as características sociais de uma família (ex: cultura ou rendimento) e a manifestação de autismo.

Causas Sociais do Autismo?

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Em todo o mundo, o autismo manifesta-se de

forma independente da raça, cultura, educação

ou classe social dos indivíduos.

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Estrutura e Funções Cerebrais

Muitos bebés que desenvolveram autismo tiveram um momento de crescimento atípico/ acelerado do cérebro e perímetro cefálico (Courchesne, 2003).

Alterações no nível de determinados neurotransmissores são frequentemente detectadas em crianças e adultos com autismo (ex: serotonina – Genet, 2005).

Técnicas de imagem cerebral mostram que as pessoas com autismo activam diferentes áreas de processamento cerebral quando desenvolvem uma tarefa (Klin, 2005).

Foi encontrada uma diminuição do número de neurónios da amígdala – uma região do cérebro relacionada com o medo e a memória- (Amaral, 2006).

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Os factores genéticos do autismo

Sabemos hoje que o autismo:

É mais frequente em indivíduos do sexo masculino - 4:1 – (Folstein e Rutter, 1977). Há maior probabilidade de se manifestar em irmãos gémeos de pessoas com autismo (Folstein e Rutter, 1977).

O autismo tem um padrão de transmissão genética complexo e “multifactorial” (Levy, 2006). Não há uma transmissão genética directa da doença, não se conhece um conjunto circunscrito de cromossomas ou genes que possam ser responsáveis pela manifestação de autismo.

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Factores de risco pré e peri natais

Autismo e a rubéola na gravidez.

Desequilíbrios metabólicos e autismo : doença celíaca,

alergias ou intolerância a metais com o chumbo

Outras condições clínicas : x-frágil; esclerose tuberosa;

fenilcetonúria não tratada.

Autismo e a vacina tríplice : não parece haver

influência directa da vacina tríplice na manifestação de

perturbação autística - NIM, 2001.

Esta é uma área onde é necessária mais

investigação

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Interacção: potencial genético/ ambiente

Parece haver uma interacção determinante entre o potencial genético de uma criança e as condicionantes do meio ambiente.

É como se nascêssemos com o potencial para desenvolver um síndroma autístico, mas tal só iria acontecer se estivéssemos em contacto com determinados factores no ambiente que agiriam como um gatilho, desencadeador do AUTISMO.

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Insucesso na relação

com os pares Interesses estereotipados

Maneirismos

motores

Rituais nãofuncionais

Ausência ou Ausência ou Atraso de linguagemAtraso de linguagem

Relações peculiares

com objectos

Dificuldade em iniciar

ou manter conversas

Falta de partilha

social/ emocional

Redução nos

comportamentos

não verbais

EcoláliaEcolália

Ausência de jogoAusência de jogo simbólico/imitativosimbólico/imitativo

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CONCEITOS CENTRAIS

Relatos na história (o menino de Aveyron, François Itard).

Kanner (1943) detectou 11 casos de autismo (referido cientificamente pela 1ªvez) com as seguintes características: • profundo afastamento autista• desejo obsessivo de preservação das mesmas coisas• uma boa memória • expressão inteligente e ausente• mutismo ou linguagem sem real intenção comunicativa• hipersensibilidade aos estímulos• relação obsessiva com objectos

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CONCEITOS CENTRAIS H. Asperger (1944) descreveu um grupo de crianças semelhante, mas com melhor desempenho na linguagem e funcionamento cognitivo.

L. Wing (1979) concluiu que as crianças que tinham dificuldades sociais marcadas, também sofriam de alterações na linguagem e na esfera do pensamento e do comportamento.

Os critérios para o diagnóstico de autismo têm que incluir alterações nestas três áreas do desenvolvimento – tríade -.

A manifestação desses sintomas não obedece a um contínuo de maior ou menor intensidade, mas sim a sub

tipos de alterações – espectro -.

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Teoria da mente (Leslie e Frith, 1985)

Teoria do funcionamento executivo (Ozonoff,1985)

Teoria da coerência central (Frith, 1989)

Diátese afectiva: (Greenspan; 2000)

FUNCIONAMENTO PSICOLÓGICO

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Teoria da mente (Theory of mind, Baron-Cohen, Leslie e Frith, 1985)

A capacidade das pessoas atribuirem estados mentais a si próprios e aos outros. As pessoas com autismo têm deficiências nessa atribuição.

Teoria do funcionamento executivo (Ozonoff,1985)

O funcionamento executivo é a capacidade de libertar o pensamento de uma situação imediata e do contexto para orientar comportamentos através de modelos mentais ou representações internas. Trata-se da capacidade de planear.

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Teoria da coerência central (Frith, 1989)

As pessoas com autismo não dispõem de “formas inatas para dar coerência a um largo leque de estímulos e generaliza-los dentro de um contexto o mais amplo possível”Não são capazes de ver as partes em relação ao todo.Vêem o mundo de forma fragmentada.Os problemas de integração afectam todos os sentidos.

Teoria da diátese afectiva (Greenspan, 2000)

O bebé com autismo tem uma incapacidade básica para coordenar os afectos/ planeamento motor/ simbologia emergente.

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Redução na interacção social (pelo menos 2)

Redução nos comportamentos não verbais (contacto do olhar, expressão facial, postura corporal)

Insucesso na relação com os pares adequada ao nível de desenvolvimento

Falta de procura espontânea de partilha de interesses, divertimentos ou actividades com outras pessoas

Falta de reciprocidade social ou emocional

DSM IV - TR (2001)Critérios para a definição de

“Perturbação Autística”

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Redução qualitativa na comunicação (pelo menos 1)

Atraso ou ausência no desenvolvimento da linguagem falada

Uso estereotipado ou repetitivo da linguagem

Quando falam, redução na capacidade de iniciar ou sustentar uma conversa com os outros

Falta de jogo simbólico variado e espontâneo ou jogo social imitativo adequado ao nível do desenvolvimento

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Padrões repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses, actividades (pelo menos 1)

Preocupação cingida a um ou mais padrões de interesse estereotipados ou restritos não normais

Adesão a rotinas ou rituais específicos não funcionais

Maneirismos motores estereotipados e repetitivos

Preocupação persistente com partes de objectos

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DSM IV TR (2001)Perturbações globais do

desenvolvimento

Perturbação Autística (299.00)

Perturbação de Rett (299.80)

Perturbação Desintegrativa da 2ª Infância (299.10)

Perturbação de Asperger (299.80)

Perturbação Global do Desenvolvimento – S O E (299.80)

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A EDUCAÇÃO TEM UM PAPEL CENTRAL NA MELHORIA DE VIDA DAS PESSOAS COM

AUTISMO

FACTORES QUE INTERAGEM DE MODO FAVORÁVEL

protegendo e diminuindo o risco: QI elevado Desenvolvimento de linguagem e fala Temperamento afável Intervenções de desenvolvimento bem sucedidas Bom ambiente social de suporte

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FACTORES QUE INTERAGEM DE MODO DESFAVORÁVEL

aumentando o risco: QI baixo Ausência de linguagem ou fala Alterações neurológicas Doenças psiquiátricas concomitantes Falta de programas educativos precoces e adequados Ambiente social incapaz de lidar com a criança autista

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O B R I G A DA