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Artigo Acadêmico tratando sobre Políticas Públicas voltadas para a Educação e melhoria do Mercado Interno.
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O Benefício Social, Econômico e Educativo da
Política de Ações Afirmativas.
Na Sociedade Brasileira e nas IES Públicas e Privadas.
Resumo
Este trabalho apresenta os elementos que constituem as “Ações Afirmativas”,
como uma Política de Governo que viabiliza reais melhoras nas áreas
Educacionais, Sociais e Econômicas do Brasil. Focando, tanto nas Leis criadas
que viabilizam a inserção de alunos oriundos das Escolas Públicas de Ensino
Médio nas Instituições de Ensino Superior, sejam Públicas ou Privadas. Como
também, em outra Lei do mesmo teor. Utilizando-se de bibliografia especializada
sobre o tema, além das próprias Leis, serão demonstrados através de análises
contextuais, os benefícios que essas Leis proporcionam para a Sociedade.
Palavras-chave: Ações Afirmativas. Educação. Mobilidade Social.
Abstract
This paper presents the elements of the "Affirmative Action" as a government
policy that enables real improvements in the areas Educational, Social and
Economic Brazil. Focusing on both the Laws created that enable the inclusion of
students from the School of Public Schools in Higher Education Institutions, Public
or Private. But also, in another of the same content Law. Using professional
literature on the subject, in addition to the Law, will be demonstrated through
contextual analysis, the benefits that these laws provide for the Company.
Keywords: Affirmative Action. Education. Social Mobility.
Lucio Artur Silva Sá – Pós-Graduando. Faculdade União Araruama de Ensino, Docência Superior.
Professor Orientador: Professor Mestre Ralph Russo Mestre em Educação – FFP/UERJ – RJ
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Introdução
Antes de aprofundarmos no assunto (conscientes de que o recorte
temporal da pesquisa realizada finda em 2014), vamos destacar primeiramente
certo conceito. Tenhamos na mente uma das definições do termo “Política”,
sendo: a “habilidade no trato das relações humanas” (FERREIRA, 2001: p 543) a
qual mais nos interessa.
Baseando-nos nesse conceito do verbete, ponderaremos sobre as ações
políticas que geram nas pessoas dos vários estratos sociais, a capacidade de
interagirem entre elas. Pois, quando as pessoas são capazes de se expressar
bem, de consumir bens, de estarem bem consigo mesmas, o trato das suas
relações ocorridas dentro do corpo social do País, torna-se mais fácil. E dentre as
responsabilidades do Estado, a que pode proporcionar melhoras nessa habilidade
é a Política Educacional.
O desenvolvimento histórico educacional, não deve ser visto como um fator
único, sem correlações com os outros setores de responsabilidade Estatal. Dessa
forma, demonstrar-se-á que as Políticas Públicas de Ações Afirmativas, devem
ser analisadas dentro de um contexto mais amplo. Levando em consideração
tanto a melhora educacional dos desfavorecidos financeiramente, quanto todo o
desenvolvimento econômico de uma Nação. Além de produzir meios de reduzir as
diferenças sociais no âmbito cultural, possibilita a redução da pobreza extrema,
mudando o perfil socioeconômico e cultural de um País. Cabe ressaltar que
aumentar a mobilidade social, não reduz o poder da elite, apenas aumenta o
número de membros existentes nessa classe. Consequentemente, o Governo
aumentará sua arrecadação ao capacitar uma gama maior de pessoas de
ascenderem socialmente.
Trabalhando uma revisão contextual bibliográfica, denotaremos a tendência
dessas ações governamentais, como o meio utilizado pelo Estado para alavancar
o PIB da Nação. Outro ponto crucial levantado será a relativização das Leis que
inserem nas Universidades Públicas e nas Privadas, os alunos das Escolas
Públicas de Ensino Médio. A Conclusão do Trabalho trata justamente dos dados
sobre essa questão, com o intuito de demonstrar que: a Ação Afirmativa, que visa
à viabilidade de acesso desse grupo social, não gera danos na Educação das
Instituições de Ensino Superior.
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2. Ações Afirmativas: sua serventia e função.
Atentemos inicialmente, na relevância da definição elaborada por Antonio
Sergio Guimarães, quando relata que: tratar pessoas desiguais de forma igual,
somente aumenta a desigualdade pré-existente entre elas. (GUIMARÃES, 1997.
Apud: MOEHLECKE, 2002: p 200). Essa afirmação nos faz ver o quanto que as
ações afirmativas podem gerar uma melhora real, tanto social quanto econômica,
dentro da sociedade.
Sales Augusto dos Santos e Marly Silveira (2010) esclarecem alguns
pontos conceituais sobre o tema, demonstram o quanto é importante diferenciar
ações afirmativas de outras ações políticas. Erros sobre esse tópico acarretam
compreensões indevidas, principalmente quando são vinculadas a enunciações
jornalísticas e textos de pouca profundidade científica (SANTOS e SILVEIRA,
2010: p 40). Por isso, iniciar destrinchando o que explicitam, quando diferenciam
as “Políticas de Promoção da Igualdade Racial e as Políticas de Ação Afirmativa”,
nos fornecerá a base correta para compreender o que está propiciando as
transformações no Brasil. Como por exemplo, as ações políticas de cunho
afirmativo, essas além de estarem tão em voga no momento, vêm gerando
mudanças sociais e econômicas no País. Os autores começam relatando os
estudos realizados pelas pesquisadoras Luciana de Barros Jaccoud e Nathalie
Beghin, apresentam logo no começo, os “três tipos de políticas ou ações de
combate ao racismo e às desigualdades raciais”, as quais são: “a) ações
repressivas; b) ações valorizativas; e c) ações afirmativas” (Ibidem: p 41).
As duas pesquisadoras selecionadas pelos autores, compreendem que, as
políticas repressivas e as ações afirmativas, são atos políticos que servem para
direcionar e encaminhar a conduta e o comportamento da sociedade. As
repressivas tem foco direto no combate a feitos discriminatórios, ou seja, é
utilizada a legislação criminal existente. Em contra partida, nota-se que as
afirmativas combatem a discriminação por meios indiretos, em outras palavras,
atua exatamente sobre “aquela discriminação que não se manifesta
explicitamente” (Idem). Da mesma forma determinam que:
As políticas de ações afirmativas são medidas que buscam garantir a oportunidade de acesso dos grupos discriminados, ampliando sua participação em diferentes setores da vida econômica, política, institucional, cultural e social. Elas se
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caracterizam por serem medidas temporárias e (...) por dispensarem um tratamento diferenciado e favorável com vistas a reverter um quadro histórico de discriminação e exclusão. As ações valorizativas, por sua vez, são (...) entendidas como aquelas que têm por meta combater estereótipos negativos, historicamente construídos e consolidados na forma de preconceitos e racismo. Tais ações têm como objetivo reconhecer e valorizar a pluralidade étnica que marca a sociedade brasileira e valorizar a comunidade afro-brasileira, destacando tanto seu papel histórico como sua contribuição contemporânea à construção nacional. Nesse sentido, as políticas e as ações valorizativas possuem caráter permanente e não focalizado. Seu objetivo é atingir não somente a população racialmente discriminada – contribuindo para que ela possa reconhecer-se na história e na nação –, mas toda a população, permitindo-lhe identificar-se em sua diversidade étnica e cultural. As políticas de informação também serão aqui identificadas com ações valorizativas.
(JACCOUD e BEGHIN, 2002. Apud: SANTOS e SILVEIRA, 2010: p 42).
Antes de explanarmos sobre os pontos levantados na citação, averiguemos
outra forma de definição do termo em foco, posicionando-nos de outro angulo.
Compreendendo que, além de teóricos, pesquisadores e acadêmicos, o próprio
Governo reuniu um grupo para determinar e esclarecer o que venha a ser uma
política de ação afirmativa. Formulando o conceito por meio “do seu Grupo de
Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra (GTI)” (SANTOS
e SILVEIRA, 2010: p 47). Leiamos abaixo a definição desse grupo.
As ações afirmativas são medidas especiais e temporárias, tomadas ou determinadas pelo Estado, espontânea ou compulsoriamente, com o objetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidades e tratamento, bem como de compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização, decorrentes de motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros. Portanto, as ações afirmativas visam combater os efeitos acumulados em virtude das discriminações ocorridas no passado (GTI, 1997. Apud: Ibidem: pp 47-48 ).
Citam além alguns Juristas e outros especialistas da área, como o Ex-
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim B. Barbosa Gomes e o
Ministro do STF, Marco Aurélio de Mello. No entanto, para não nos prolongar
mais, vejamos como os autores resumem essa ação política.
Resumidamente, pode-se dizer que o denominador comum de todos os conceitos é o fato de essas políticas serem direcionadas e implementadas para grupos que sofreram ou ainda sofrem discriminação(ões) em uma determinada sociedade, com o objetivo de incluir esses grupos em espaços onde eles são sub-representados em função da(s) discriminação(ões) que sofrem. (Ibidem: p 46)
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Em alguns fatores demonstrados acima, percebemos que nas três citações
a ação afirmativa é analisada e compreendida como temporária e não pétrea,
podendo ser alterada de acordo com vontade do Governo em exercício. No
primeiro caso, destaca-se a diferença entre as ações “afirmativas” e
“valorizativas”, onde uma é para possibilitar algo, já a outra é para combater algo.
Sendo que o “algo” que se combate é a discriminação, mas o “algo” que se
possibilita não é o fim da discriminação e sim a mudança do “Status Quo” do
discriminado. Sem deixar de constatarmos que a real função das ações é de
grande valia, pois tanto uma quanto a outra, buscam equiparar as possibilidades
de ascensão social, entre as varias camadas da sociedade, equalizando a
mobilidade de todo o corpo social do País.
Contemplemos da seguinte forma, metaforicamente falando, visualizemos
a seguinte situação: Um corredor que desde a sua tenra infância foi bem
preparado para uma competição e outro que, tendo apenas uma perna, nunca
teve um bom preparo. Se os dois juntos disputassem a mesma competição,
dentre esses personagens, qual teria mais chances de vencer? As ações
“valorizativas” e as “afirmativas” serviriam ao segundo personagem, tanto como
muleta, quanto como uma força extra que o ajude a competir de igual para igual.
Ranilce Mascarenhas Guimarães Iosif (2007), em sua tese de Doutorado,
deixa bem claro como foi fomentado na cultura das pessoas mais pobres que não
necessitavam saber muito, mas que deveriam se preocupar mais com o trabalho.
Vejamos como ela apresenta.
A luta por uma educação gratuita universal encontrou muitos inimigos, eram muitos os poderosos do século XVIII e do início do século XIX que se questionavam sobre os riscos de um povo educado. Como ressalta Demo (2002), o Estado não teme o pobre com fome, mas o pobre que sabe pensar. Porém, apesar de toda a resistência inicial do Estado em oferecer uma educação pública para as classes mais populares, mais tarde, diante da necessidade de mão-de-obra qualificada para trabalhar nas indústrias, esse mesmo Estado acaba sendo convencido pela burguesia e pelos ideais liberais de que a escola para as massas era algo urgentemente necessário, ainda que seu papel não fosse o de fazer com que o povo aprendesse a pensar. Seria função da escola popular apenas ensinar os conhecimentos básicos para que o homem comum pudesse trabalhar nas indústrias com maior produtividade. (IOSIF, 2007: p 39)
Mais adiante, transmite a concepção de que durante muitas gerações, foi
transmitido aos membros das classes menos favorecidas, que o trabalho dignifica
e que seria através dele que melhoraria sua situação financeira (Ibidem: p 40). E
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complementa informando, que apesar de surgir no nosso continente o direito à
educação, havia a “ideologia de manter o pobre submisso, oferecendo a ele uma
educação que o tornasse mais pacifista e obediente à ideologia dominante da
classe média e do mercado” (IOSIF, 2007: pp 45-46).
No passado os Governos não possuíam real preocupação com a
mobilidade social, oferecendo poucos estímulos aos membros das classes mais
pobres de alçarem os patamares mais altos da sociedade. Atualmente essa
situação vem se alterando paulatinamente, graças às novas concepções políticas,
econômicas, educacionais e sociais. De acordo com Paulo Roberto de Almeida
(2007).
[...] as taxas de pobreza no ano 2000 eram entre um terço e uma metade menores do que tinham sido em 1970, para as quatro linhas: ou seja, havia entre 250 e 500 milhões de pobres a menos em 2000 do que em 1970 (e isso, caberia registrar, a despeito do crescimento da população mundial, bem maior, presumivelmente, nos países pobres do que nos ricos). (ALMEIDA, 2007: p 5)
O que nos remete ao o que já foi demonstrado, compreendemos assim a
função da “Ação Afirmativa” elaborada pelo Governo brasileiro, ou seja, sua
principal serventia é justamente o aumento da mobilidade social. Falando de outra
forma, essas políticas possibilitam aos membros das classes menos abastadas de
ascenderem socialmente, trazendo melhoras na economia como um todo. Pois,
ao viabilizar uma única pessoa a ter um maior poder aquisitivo, favorece
diretamente o consumo de produtos e bens, para si e para os que o rodeiam,
melhorando o Mercado Interno do País. (CACCIAMALI et al, 2010: p 272)
Voltemos agora à definição do verbete “Política”, citado na Introdução do
trabalho. Se Política é uma habilidade no trato das relações humanas, deve-se
então analisar as “Ações Afirmativas” com tal perspectiva, quando entendemos
que viabilizar a mobilidade social é também capacitar pessoas a se relacionarem
com outras, sejam elas provindas de qual classe social for.
O que, de certa forma, acaba acarretando em uma readaptação dentro das
diversas situações que propositam essa melhora. Por exemplo, as Instituições de
Ensino Superior (IES) Públicas e as Privadas, se veem tendo que mudar seus
métodos de ensino e toda a multiplicidade de “coisas” interligadas ao processo
educacional da Instituição. Para, baseando-se nas realidades dos novos alunos,
transmitirem o conteúdo e possibilitarem a boa convivência estudantil desses
novos educandos.
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O termo destacado acima, entre aspas, foi intencional para correlacionar ao
mesmo apresentado por José Carlos Morgado. Explanar detalhadamente sobre o
assunto distanciará o trabalho em questão de seu foco primário, porém, para que
haja compreensão do leitor cito-o:
Embora a cultura escolar surja como expressão de um conjunto de factores intrínsecos e extrínsecos à própria instituição, ela traduz, principalmente, a cultura dos docentes que aí exercem funções e determina a forma de fazer as coisas, as normas que influenciam e determinam o que se considera valioso em termos profissionais e, ainda, aos modos politicamente correctos de pensar, de sentir e de actuar. (MORGADO, 2011: p 805)
Entende-se então que, a “multiplicidade de coisas” e a “forma de fazer as
coisas”, são as idiossincrasias naturais de cada funcionário (exemplo: o pessoal
da administração, os alunos e as que lidam diretamente com os alunos, como
Professores, Coordenadores e outros), sendo também a maneira e o tratamento
das relações interpessoais, sociais e culturais inerentes a cada um, sem esquecer
as fobias típicas de algumas pessoas, por exemplo, a xenofobia. Principalmente
em relacionar e correlacionar o diferente e o desigual, as suas próprias
realidades. O ser humano tende a ver o mundo com seus próprios olhos,
raramente se propõem a enxergar através dos olhos do outro.
Retornando e mantendo a linha de raciocínio, as duas citações mostradas
abaixo nos possibilita a compreensão da complexidade enfrentada, atualmente,
pelo corpo docente e administrativo das IES, para se adequarem as novas
realidades que vivenciam.
Sobre o desempenho durante a trajetória educacional, constatou-se que os negros estão em ligeira desvantagem, o que mostra o retrato da sua realidade, marcada pelas poucas oportunidades, pela situação de pobreza e pela violência real e simbólica a que são submetidos em decorrência da convivência cotidiana com o racismo. As marcas profundas que tudo isso provoca interferem na trajetória do negro e de suas famílias. (SILVA e PACHECO. In: SANTOS Org. 2013: p 102)
E, sem esquecer que:
[...] uma universidade menos elitizada, com uma composição de seu corpo docente, técnico administrativo e de estudantes semelhante à composição da nação, resulta também em uma universidade de maior qualidade. Isto porque a quase ausência de segmentos sociais da academia pode resultar na sua ausência também como objeto da produção do conhecimento. Portanto, o desafio da construção de uma sociedade e de uma universidade menos desiguais se soma, como tarefa não apenas dos que precisam ser incluídos, mas de todos que almejam uma
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universidade de qualidade e uma sociedade mais justa. (Ibidem: p 103)
Dessa forma, retornamos a frase do Antonio Sergio Guimarães, destacada
logo no inicio desse tópico, a qual nos leva a pensar sobre as viabilidades sociais,
educativas e econômicas disponíveis a pessoas desiguais. Focar na injustiça de
exigir tratamento e cobrança igual, para pessoas que nasceram em situações
diferentes (pobres, negras, indígenas e outras), demonstra e acentua como a
Política de Ações Afirmativas reduz essas arbitrariedades. No entanto, essa
atitude política, não modifica somente a relação interpessoal entre cidadãos, nem
apenas a vida pessoal de cada um, ela altera a própria conduta político-
econômica da Nação. Modificar a realidade educacional e cultural interfere
diretamente na econômica e “vice-versa”.
3. As Implicações da Política Econômica, na Política Educacional do
Governo.
A composição social das Instituições de Ensino Superior (IES), sejam as
Públicas ou as Privadas, estão cada vez mais heterogênea. A diversificação não
procede unicamente das variantes dos gostos pessoais, agora surgem da própria
concepção cultural do corpo discente. Graças à facilitação gerada pelas Leis: Nº
11.096, de 13 de Janeiro de 2005 (BRASIL, 2005), que instituiu o Programa
Universidade para Todos (PROUNI); a Lei de Nº 12.711, de 29 de Agosto de 2012
(BRASIL, 2012), que dispõe sobre o ingresso nas Universidades Federais e nas
Instituições Federais de Ensino Técnico de Nível Médio, que ficou conhecida
vulgarmente como Lei de Cotas (doravante assim será denominada). Além da Lei
de Nº 10.260, de 12 de Julho de 2001, que institui o Fundo de Financiamento
Estudantil (FIES). Devido a essas Leis, alunos oriundos de Escolas Públicas e da
“Nova Classe Média” (NERI, 2010), passaram a interagir com os descendentes
das famílias mais abastadas da sociedade brasileira.
Sobre a última Lei citada, há a necessidade de fazermos algumas
ressalvas. Primeiro, por possuir um enredamento histórico requer estudo
específico voltado somente à mesma. Segundo, em se tratando do FIES, logo no
primeiro artigo da supracitada Lei, encontra-se disposto à determinação expondo
que: o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é de natureza contábil e se
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destina a conceder financiamento a estudantes matriculados em cursos
superiores não gratuitos (BRASIL, 2001). Ou seja, é direcionada especificamente
a IES Particulares e, além disso, pode ser apreciada dentro de um contexto
econômico, sem deixar de ser compreendida como Ação Afirmativa. Sendo assim,
apesar de possibilitar a Graduação a membros de todas as classes sociais,
provindos ou não de Escolas Públicas, no presente trabalho focaremos nossas
análises as outras Leis citadas acima.
Ao lermos, os artigos das Leis selecionadas, e refletirmos que há Escolas
Públicas situadas na periferia, outras nos grandes centros urbanos e, também, as
próximas das Comunidades conhecidas como “Favelas”, onde majoritariamente
os alunos são dessas comunidades e estes, igualmente a qualquer outro aluno de
Escola Pública, poderão frequentar as IES. Vem ao pensamento dessa
possibilidade ser um fato concreto, sem subjetividades, quando nos baseamos no
1º artigo da Lei de Cotas e no 2º artigo do PROUNI. Os quais, resumidamente,
relatam que as bolsas deverão ser destinadas a estudantes que tenham cursado
o ensino médio completo nas escolas da rede pública. (BRASIL, 2005)
Antes de darmos continuidade à linha de raciocínio, é de extrema
relevância assimilar a real concepção sobre o conceito aplicado ao termo “Política
Pública”. Por isso, leiamos como o SEBRAE, no Volume 07 da série sobre
Políticas Públicas, o definiu:
Atualmente, é comum se afirmar que a função do Estado é promover o bem-estar da sociedade. Para tanto, ele necessita desenvolver uma série de ações e atuar diretamente em diferentes áreas, tais como saúde, educação, meio ambiente. Para atingir resultados em diversas áreas e promover o bem-estar da sociedade, os governos se utilizam das Políticas Públicas que podem ser definidas da seguinte forma: “(...) Políticas Públicas são um conjunto de ações e decisões do governo, voltadas para a solução (ou não) de problemas da so-ciedade (...).” Dito de outra maneira, as Políticas Públicas são a totalidade de ações, metas e planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público. É certo que as ações que os dirigentes públicos (os governantes ou os tomadores de decisões) selecionam (suas prioridades) são aquelas que eles entendem serem as demandas ou expectativas da sociedade. Ou seja, o bem-estar da sociedade é sempre definido pelo governo e não pela sociedade. Isto ocorre porque a sociedade não consegue se expressar de forma integral. (SEBRAE/MG, 2008: p 5)
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Tendo e seguindo essa compreensão, poder-se-ia avaliar quais seriam as
pretensões do Governo. Provavelmente, o de propiciar uma maior inserção de
alunos nas IES, tanto nas Públicas, quanto nas Privadas. Mas qual poderia ser o
real motivo? É notório o interesse do Governo Brasileiro, como o de todos os
Países do Mundo, em melhorar suas capacitações para o crescimento das suas
rendas “per captas”. Entretanto, na atualidade, não basta aos Governos
aumentarem a empregabilidade da população com incentivos a construção de
novas Indústrias e grandes Centros Comerciais, sem o crescimento do Capital
Intelectual dos futuros funcionários.
De acordo com os pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas, Fernando
de Holanda Barbosa Filho e Samuel Pessôa (2009), quando “houver elevação da
escolaridade deve ocorrer elevação da renda per capita ou ainda do PIB per
capita” (FILHO e PESSÔA, 2009: p 3). Dessa forma, se entende que cada vez
mais o sistema mercadológico requer mão-de-obra especializada, poder-se-ia até,
ao invés de denominar mão-de-obra, classificar esses novos trabalhadores como
cabeça-de-obra (PAROLINI, 2009: p 29). Isto é, o conhecimento e a capacitação
adquirida pelo profissional durante sua práxis, lhe fornecendo um diferencial
dentre os demais, viabilizando melhoras na sua articulação funcional. Esse é o
funcionário almejado pelos empregadores e cada vez mais a sociedade brasileira
percebe essa necessidade e a falta dessa demanda.
Graças a Lei de Cotas e a Lei do PROUNI, pessoas das classes menos
favorecidas economicamente estão podendo ingressar em cursos de alto prestigio
(SANTOS e QUEIROZ, In: SANTOS Org. 2013: p 50). Para que haja melhor
clareza dessa questão, leiamos os seguintes dados levantados.
A observação dos dados apresentados nas tabelas 8 e 9, a seguir, evidencia o forte vínculo entre a escolaridade dos pais e o acesso dos filhos a níveis mais elevados de escolarização, como têm apontado os estudos. No entanto, revela também o sistema de cotas como um mecanismo capaz de relativizar o efeito dessa equação. Assim, podemos perceber a partir de 2005 uma mudança significativa no perfil da escolaridade dos pais dos estudantes que ingressam em cursos de alto prestígio. Percebe-se uma redução do contingente de estudantes com pais portadores de instrução superior e uma elevação do contingente cujo pai “nunca frequentou escola” ou tem curso “primário incompleto”. Em 2004, cerca da metade dos selecionados nos cursos de alto prestígio tinha pai com escolaridade superior completa e nos anos seguintes o percentual variou entre 36,1% e 43,8%. Os estudantes cuja escolaridade do pai “nunca frequentou escola” e com “primário incompleto” passa de 3,1% (2004) para 8,3% em 2012.
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Com relação à escolaridade da mãe, a mudança é também relevante: em 2004, aqueles cuja mãe era portadora de instrução superior também correspondiam a cerca de metade do contingente. Em 2005, se reduz para 36,5% o contingente de mães com esse nível de escolaridade em favor do ingresso de estudantes cujas mães têm menores níveis de instrução. E até 2009 oscila entre 38,0% e 43,8%. Nos últimos dois anos se aproxima do que se verificava em 2004. Os estudantes cuja escolaridade da mãe indicava “nunca frequentou escola” e com “primário incompleto” passa de 1,3% para cerca de 4,0% nos últimos quatro anos. (Ibidem: pp 52-53)
Tanto o que é dito, quanto as tabelas apresentadas em anexo, nos
remetem a um pensamento: é comum a pobreza ser vista como um fator
hereditário, devido à mobilidade social ser algo difícil de ocorrer? Talvez sim,
principalmente devido ao fato de serem poucos os filhos de pais pobres que, no
passado, conseguiam alcançar os melhores níveis educacionais. Essa linha de
raciocínio nos reporta ao ponto de convergência entre as Políticas Econômicas e
as Educacionais.
É como afirma Silse Teixeira de F. L. Leão, ao alegar que por “conta das
falhas da educação escolar outras mazelas sociais são identificadas, das quais a
principal é a pobreza” (LEÃO, 2005: p 2). Surgem assim as indagações: como
melhorar a Economia de um País, sem melhorar a capacitação empregatícia de
seu povo? E outra: como empregar um povo, sem lhe fornecer os meios de se
manterem no emprego? Sem esquecer outro ponto importante: como aumentar a
riqueza de um País, quando parte da sua população está abaixo do nível da
pobreza? População que não tem renda, não compra. Se não compra, não
estimula o crescimento de seu País.
O que nos remete a outro programa do Governo, a Lei de Nº 10.836, de 09
de Janeiro de 2004, a qual de acordo com o seu primeiro artigo, cria no Brasil o
“Programa Bolsa Família, destinado às ações de transferência de renda com
condicionalidades” (BRASIL, 2004). Cabe aqui sublinhar, para ressaltar, a última
palavra do primeiro artigo. Condicionalidades.
Refletir, nas condições referentes ao programa de transferência de renda,
possibilitará a percepção da viabilidade e da real direção a que se destina esse
projeto do Governo. Porém, antes de explanarmos sobre a Lei em si, vale atentar
na compreensão de que projetos governamentais com planos para a
redistribuição de renda não é algo atual. Não é nenhuma novidade, nem no Brasil,
muito menos nos países europeus. De acordo com Maria Ozanira da S. e Silva
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(2004), projetos dessa categoria, se iniciaram a partir da década de 1930 em
diversos países europeus. Ela completa fornecendo os seguintes dados:
PAUGAM (1998) relata a introdução de sistemas de renda mínima garantida, todos sob condições de inserção profissional ou social, em países, como: Dinamarca (1933); o Reino Unido (1948); a Alemanha Federal (1961); os Países Baixos (1963); na Bélgica (1974); na Irlanda (1977); Luxemburgo (1986); a França (1988). Em diversas províncias da Espanha (Andaluzia, Aragón, Astúrias, Catalunha, Galícia, Múrcia, Navarra e no País Basco, 1990, e em Portugal, 1996). Em 1986 foi criada a Basic Income European Network - BIEN, a maior articulação européia em defesa de uma renda básica para todos no Continente. A BIEN desenvolve ampla discussão internacional sobre a Renda Básica, enquanto uma modalidade de Programa de Transferência de Renda incondicional, inclusive realizando congressos internacionais a cada dois anos. (SILVA, 2004: p 2).
Retornando a Lei que criou o Programa Bolsa Família, entende-se
prioritariamente, que a condição básica provém dos beneficiados estarem em
situação de pobreza ou de extrema pobreza. A conseguinte, é possuir crianças
entre 0 (zero) e 12 (doze) anos ou adolescentes até 15 (quinze) anos, e/ou
gestantes e nutrizes. As variações provindas do número de benefícios a serem
recebidos, não são relevantes ao que se almeja no artigo em si. Entretanto, é de
suma importância ao objetivo desse trabalho, salientar as seguintes partes da
citada Lei do Programa Bolsa Família (doravante representado como B. F).
Art. 3o A concessão dos benefícios dependerá do cumprimento, no que couber, de condicionalidades relativas ao exame pré-natal, ao acompanhamento nutricional, ao acompanhamento de saúde, à freqüência escolar de 85% (oitenta e cinco por cento) em estabelecimento de ensino regular, sem prejuízo de outras previstas em regulamento. [...] Parágrafo único. O acompanhamento da freqüência escolar relacionada ao benefício previsto no inciso III do caput do art. 2o desta Lei considerará 75% (setenta e cinco por cento) de freqüência, em conformidade com o previsto no inciso VI do caput do art. 24 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.692, de 2008) Art. 4o Fica criado, como órgão de assessoramento imediato do Presidente da República, o Conselho Gestor Interministerial do Programa Bolsa Família, com a finalidade de formular e integrar políticas públicas, definir diretrizes, normas e procedimentos sobre o desenvolvimento e implementação do Programa Bolsa Família, bem como apoiar iniciativas para instituição de políticas públicas sociais visando promover a emancipação das famílias beneficiadas pelo Programa nas esferas federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, tendo as competências, composição e funcionamento estabelecidos em ato do Poder Executivo. (BRASIL, 2004)
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A partir do terceiro parágrafo da Lei, se nota as condições para os
beneficiários receberem o B. F. apresentando as conjunturas que vinculam o
programa ao desenvolvimento estudantil dos filhos de quem recebe, além do
avanço físico-motor das crianças através de exames pré-natais, o
acompanhamento da saúde e da nutrição das mesmas.
O usuário do B. F. tende a estar ciente de que pode perder o benefício,
caso, por exemplo, se a criança vinculada ao programa, não obter o mínimo
exigido de frequência escolar. Poder-se-ia alegar que, apenas a presença da
criança, é pouco para possibilitar que esse pequeno cidadão venha a se tornar
produtivo para a Nação. No entanto, deve-se compreender que “quanto maior o
numero de crianças que frequentam a escola, maiores as possibilidades dessas
crianças terem melhores oportunidades e uma melhor qualidade de vida no
futuro”. (FIGUEIREDO, 2012: p 34)
É impossível não pensar, mesmo que essas crianças estejam indo às
escolas obrigadas por seus pais, mesmo que seus responsáveis estejam mais
interessados na parca renda da B. F., mesmo que seja precária a educação
pública e etc., que nada seja absorvido pela criança. E que a representatividade
transmitida pelos professores, sobre moral, civismo e social, não penetre aos
poucos na personalidade desses menores. É como explica Marilena Chauí (2000)
em seu livro “Convite à Filosofia”. No quarto capitulo, ela explicita que não
nascemos com o saber, mas adquirimos as verdades através das experiências
(CHAUÍ, 2000: p 93). E mais adiante complementa informando:
[...] a criança pode desejar um mundo melhor e mais belo que aquele em que vive e encontrar a verdade nas obras de arte, desejando ser artista também. Ou pode desejar saber como e por que o mundo em que vive é tal como é e se ele poderia ser diferente ou melhor do que é. Nesse caso, é despertado nela o desejo de conhecimento intelectual e o da ação transformadora.
(CHAUÍ, 2000: p 112)
O que nos provoca voltar a falar das Leis que criaram o PROUNI e a que
concede Cotas aos alunos de escolas públicas, tendo em foco os seguintes
pontos: primeiramente temos que estar cônscios do relato do quarto artigo da Lei
que regula os benefícios do B. F., quando expõem que se deve “apoiar iniciativas
para instituição de políticas públicas sociais visando promover a emancipação das
famílias beneficiadas pelo Programa” (BRASIL, 2004). Outro ponto é sobre o
ensino público no Brasil, principalmente na faixa etária entre 04 a 17 anos,
diversos autores tratam desse assunto, mas para não nos prolongarmos,
14
citaremos apenas o trabalho de Vera Regina Beltrão Marques (2008), por ser bem
completo. Em seu livro, “História da Educação”, nota-se o quanto foi vilipendiado
o ensino para esse grupo social (só a partir do século XVIII iniciam-se escolas
voltadas para a infância). Principalmente para os filhos dos mais pobres, que não
tinham como pagar professores, nem mantê-los estudando, apesar das escolas
amparadas pela Igreja e posteriormente os professores régios, que recebiam
através de taxas governamentais.
No Brasil essa preocupação é ainda mais demorada, só elaboraram lei
especifica para educação infantil em 25 de março de 1824 (MARQUES, 2008: p
61), o que não quer dizer que abarcou a educação para todos. Tal foi assim, que
a autora complementa relatando que após a Proclamação da República
“contávamos com nada menos do que 82,63% de analfabetos, cifra considerada
vergonhosa para a jovem nação, não podendo de forma alguma compor o rol dos
países cultos” (Ibidem: p 67).
No inicio do século XX pensadores brasileiros viam a escola como a
salvadora da pátria (MARQUES, 2008: p 71). Apesar de se saber disso e do tanto
que os Profissionais da área lutaram em prol dessas melhorias, quando
começaram a ocorrer às melhorias, surge o período da Ditadura Militar, gerando
drásticas mudanças.
Para suplementar e finalizar os dois pontos importantes, antes de
retornarmos ao viés desse artigo, saibamos que Amarilio Ferreira Jr. e Marisa
Bittar (2006) em seu artigo intitulado “A Ditadura Militar e a Proletarização dos
Professores”, fomentam a ideia de que, as modificações realizadas na Educação,
propiciaram as alterações na base cultural dos docentes do País. Produzindo uma
geração de profissionais com baixa remuneração e baixo interesse, acarretando
na baixa qualidade. Reproduzindo nos discentes uma visão educacional
distorcida, servil aos interesses do Governo em Exercício.
Agora, qual a relevância em se obter essa rápida noção de História
Educacional? A pretensão seria a de demonstrar que, se temos alunos com
dificuldades e desinteresses, é devido a muitas gerações mal formadas. Se os
avós eram educados a acreditar que o trabalho é que dignifica e transforma e não
as Escolas, como fazer com que os pais e os filhos acreditem que a perspectiva
de vida pode mudar com o Estudo? Se os avós falavam que o mundo é dos
espertos, como fazer com que os filhos e os netos acreditem que honra e moral
pode ser ensinado nos Colégios? Somente assim, poderemos analisar como
15
esses três projetos (Bolsa Família – PROUNI – Lei de Cotas) estão interligados.
Além de compreender que com o desenvolvimento educacional, melhorará
significantemente a Economia da Nação. De acordo com os pesquisadores do
Banco Mundial (2014), pesquisas recentes mostram que “o contato com um único
professor altamente eficaz aumenta as taxas de participação no ensino superior e
a renda subsequente de um aluno” (BRUNS e LUQUE, 2014: p 6). Dessa forma,
fecha-se a noção do quanto as Políticas Econômicas estão interligadas com as
Educacionais.
4. Conclusão
A melhor maneira de se perceber o quão benéfico são as “Ações
Afirmativas” e o quanto ainda poderá vir a ser, será apresentando os dados
concretos demonstrados no excelente trabalho organizado por Jocélio Teles dos
Santos (2013), intitulado: “O Impacto das Cotas nas Universidades Brasileiras
(2004 – 2012)”. Onde o estudo e a pesquisa realizada tem como foco principal a
Lei de Cotas e, os autores que compõem a obra mencionada, tratam cada um de
uma Instituição específica (para não alongar o artigo, serão apresentados apenas
os dados levantados nas seguintes Universidades: Federal da Bahia e Estadual
de Londrina).
Se nos mantivermos com a linha de pensamente que, tanto o B. F. quanto
o PROUNI, são interligados a Lei de Cotas, como já foi demonstrado,
propenderemos a averiguar os reais benefícios nas áreas sociais, econômicas e
educativas, das políticas de “Ações Afirmativas”. Tanto nas IES Públicas e/ou
Privadas, quanto para toda a Sociedade Brasileira. Para facilitar a compreensão e
a leitura, todas as tabelas estarão em anexo.
Uma das tabelas que merece a devida atenção das muitas que há nesse
livro, é a que trata sobre a distribuição percentual dos candidatos selecionados no
vestibular para cursos de prestígio, segundo a origem escolar. O texto que trata
sobre a mesma, inicia relatando que em 2004 apenas 33,8% dos estudantes que
pleitearam vaga nos cursos de maior prestígio, provinham de escolas públicas. Já
em 2005, subiu para 44,3% (SANTOS e QUEIROZ, In: SANTOS Org. 2013: p 45).
Não podemos esquecer que a Lei de Cotas é de 2012, enquanto a Lei do B. F. é
de 2004 e o PROUNI é de Janeiro de 2005. O aumento dos candidatos oriundos
16
de escolas públicas selecionados no vestibular foi pequeno mais gradual de 2005
até 2012.
Um dos dados levantados por eles que denota bem a melhora na inserção
de membros das classes mais baixas nas IES, é quando relatam que o
“percentual de renda familiar de até um salário mínimo que era de 0,7%, em 2004
cresceu significativamente, triplicando em 2005, e chegando a 6,1% em 2012”
(Ibidem: p 50). Demonstrando assim a alteração do perfil dos discentes
universitários.
Se estudos realizados anteriormente comprovavam a presença majoritária,
no ensino superior, de alunos filhos de pais com escolaridade elevada, assim
como a renda familiar mensal também alta. O sistema de cotas possibilitou uma
notável inclusão de estudantes provindos dos estratos economicamente mais
baixos da população.
Na tabela referente a esses dados, ressalta aos olhos um fator curioso, dos
que possuem rendimento familiar superiores a três salários mínimos, entre 2004 e
2012, ocorre uma leve queda e logo a seguir volta a subir. O que gerou essa
variação não é tratado pelos autores.
A pergunta que nos cabe fazer é: esses novos alunos, inseridos nas IES
Públicas e Privadas, geram a queda do ensino? Percebe-se que não quando nos
conscientizamos de que, nas tabelas que tratam sobre a inserção de candidatos,
sendo uma sobre o corte das notas e a outra do desempenho dos estudantes em
cursos de alto prestígio, há pouca discrepância nas notas dos candidatos as
vagas disponíveis nas IES. Fica claro pela pontuação alcançada no vestibular, o
que destaca as melhorias educacionais. O discurso dos autores é bem claro
nesse ponto quando afirmam que:
Contrariando a hipótese, muito frequentemente apresentada no debate sobre cotas, de que a reserva de vagas para negros e oriundos de escolas públicas determinaria um rebaixamento da qualidade do ensino superior, por fazer ingressar na universidade estudantes com baixo desempenho escolar, as primeiras análises logo após a introdução do sistema de cotas na UFBA mostraram que houve alteração positiva no ponto de corte das notas do vestibular, e de modo expressivo, em ambas as fases do processo seletivo [...]. (SANTOS e QUEIROZ, In: SANTOS Org. 2013: pp 54-55)
Como podemos avaliar nas tabelas apresentadas no anexo e, igualmente,
no relato dos autores que segue abaixo.
17
Examinando o desempenho médio dos estudantes em cada um dos cursos, pode-se perceber que a reserva de vagas não provocou o efeito negativo esperado por alguns. É pouco expressiva a diferença entre as médias dos anos de 2003, 2004 e de 2005. O exame das médias do escore no vestibular em cursos considerados de maior prestígio social, cuja concorrência se dá entre aqueles estudantes de mais elevado desempenho, como Medicina, por exemplo, confirmava que a diferença de médias no período observado era pouco relevante. Outros cursos, também com esse perfil, como Engenharia Elétrica, Direito, Odontologia, Ciência da Computação, Administração, demonstram a pouca influência que a introdução do sistema de reserva de vagas exerceu sobre o comportamento da média de aprovação. (Ibidem: p 55)
Esses dados nos encaminham a pensar nas seguintes indagações:
Estariam os candidatos, oriundos de escolas públicas, aptos a disputar de igual
para igual sem as cotas? A Lei de Cotas serviu como estímulo para que se
candidatassem e se esforçassem mais para conseguirem as vagas? Não cabe
nesse artigo responder a tais questões, mas não pensar nelas seria um ato pueril.
No entanto, é bom por em pauta que há “cursos em que a distância do
primeiro classificado não cotista para o primeiro classificado cotista é de poucos
décimos, como o curso de Engenharia Civil, por exemplo.” (SANTOS e QUEIROZ,
In: SANTOS Org. 2013: pp 59). O de Direito, dito pelos autores como um dos
mais concorridos, a média do primeiro classificado cotista foi mais alta que a do
primeiro não cotista (Idem), prova clara da capacidade de alguns vestibulandos
provindos das escolas públicas. É claro que não são todos que possuem esse
potencial, porém, fornece a reflexão de que, as Instituições Públicas de Ensino
Médio, vêm melhorando gradativamente as habilidades cognitivas de seus
discentes.
Se para o acesso a diferença das notas são pequenas, durante o curso
isso também se mantêm. Na tabela onde é demonstrado o percentual dos alunos
cotistas e não cotistas, o coeficiente de rendimento dos cursos de prestígios, com
os ingressos de 2006 que cursaram até o sétimo semestre, prova a capacidade
intelectual dos cotistas.
Apesar de que o “coeficiente de rendimento dos que ingressaram em 2008
e 2007 e que estavam, respectivamente, no terceiro e quinto semestre apontava
para um melhor desempenho dos não cotistas na faixa entre 7,0 e 10,0” (Ibidem:
p 63). Entretanto, para os autores, aparentemente, a equalização indica ser uma
tendência ao longo dos semestres nesses cursos. Pois, os cotistas se superaram
18
paulatinamente na faixa entre 5,0 e 6,9. Vejamos os apontamentos feitos pelos
autores.
Inicialmente, apontamos um quadro relativo ao coeficiente de rendimento entre 5,0 e 10,0, em dezoito cursos de maior concorrência, e verificamos que em onze deles (ou seja, 61,1%) os cotistas obtiveram resultados iguais ou melhores que os não cotistas. E quando observado o desempenho na faixa de 7,6 a 10,0 em cursos de alto prestígio e concorrência como os citados acima, os estudantes não cotistas tiveram uma maior participação que os cotistas. (SANTOS e QUEIROZ, In: SANTOS Org. 2013: p 63).
Jocélio Teles dos Santos e Delcele Mascarenhas Queiroz finalizam seu
trabalho relatando que apesar das expectativas pessimistas sobre as políticas de
reserva de vagas, além dos “argumentos veiculados em diversos espaços
midiatizados, os dados aqui analisados dão conta de uma realidade bastante
animadora” (Ibidem: p 65). Eles demonstram que as Cotas é um diferencial que
propicia melhoras reais e que os cotistas não prejudicam, mas pelo contrário,
melhoram a relação educacional nas IES.
Para compreendermos os dados levantados na Universidade Estadual de
Londrina, deve-se saber que, os autores apresentam como “Universal”, todos os
que não cabem nas outras situações relatadas. É o caso da tabela destacada em
anexo, que trata sobre a “Pontuação máxima e mínima no vestibular da UEL em
2012, nos sistemas universal, escola pública e negros” (SILVA e PACHECO, In:
SANTOS Org. 2013: p 81). Onde é demonstrada a análise que constata a
pontuação dos concorrentes, verificando-se que os negros e os provindos de
escolas públicas, não ficaram muito aquém dos candidatos universais (Idem).
Denotando que as Ações Afirmativas ajudam a equiparar, equalizando os
concorrentes, mas nem por isso favorece os que não são merecedores. Outra
tabela que se destaca das demais, é a que apresenta a média anual das notas
dos estudantes, “das 1ª e 4ª séries de 2005 e 2008 e 1ª série de 2011, por
categoria de vagas” (Ibidem: p 86). No entanto, os próprios autores deixam bem
claro que ao realizar comparações, deve-se ter muito zelo. Pois, são “avaliações
marcadas por uma grande diversidade, decorrentes tanto das concepções de
avaliação praticadas pelos docentes, quanto da diversidade de concepções de
avaliação presentes nos projetos políticos-pedagógicos” (SILVA e PACHECO, In:
SANTOS Org. 2013: p: 85). Sabendo que cada curso possui diretrizes curriculares
diferenciadas.
19
Apesar da resalva dada, para nós os dados finalizam o que nos cabe
demonstrar. Serve-nos como base argumentativa de que, os cotistas não alteram
para baixo as notas gerais. Ao olharmos a tabela, percebemos que as médias de
notas dos oriundos de escolas públicas e dos negros, não são muitos menores
que as dos provindos do sistema universal, como ocorreu nos cursos de alto
prestígio da UEL. Onde se conclui que no decorrer de um longo período, as
Ações Afirmativas realizadas pelo poder Público, gerará drásticas mudanças
benéficas à Sociedade, tanto no âmbito Educacional e Cultural, quanto no
econômico dos cidadãos brasileiros.
O que foi demonstrado nos leva a perceber que, com o passar dos anos,
as pessoas que hoje recebem o B. F., as que entram nas Universidades
Particulares pelo PROUNI e as que recorrem as Cotas para ingressarem nas
Públicas. Terão não somente melhores condições financeiras, mas retransmitirão
aos seus filhos e netos, os benefícios de se obter uma educação superior.
Acarretando, inexoravelmente, em uma melhoria real em toda a sociedade civil.
Anexos.
Todas as tabelas apresentadas a seguir foram retiradas da obra, “O
Impacto das Cotas nas Universidades Brasileiras (2004 – 2012)”. Organizado por
Jocélio Teles dos Santos. Os dados demonstrados nesse livro, dos diversos
realizados pelos autores, podem aparentar serem diferentes, por terem sido
levantados em variadas Instituições de Ensino. Porém, todos convergem para um
mesmo ponto, que a Lei de Cotas é benéfica. E seus beneficiados, não geram
redução educacional para as Instituições. Ao contrário, favorece o intercambio
cultural, dentro das diversificações socioeconômicas dos discentes.
As tabelas selecionadas a baixo seguem a ordem das citações realizadas
no presente artigo e não a da paginação de onde foram retiradas. Opta-se por
essa colocação, com o intuito de facilitar o acesso das mesmas de acordo com a
leitura. Em contrapartida, respeita-se a numeração e o título de cada uma, da
maneira a qual se encontram no original.
20
Tabela 8
Distribuição percentual da escolaridade do pai dos candidatos selecionados para
cursos de prestígio. 2004-2009 e 2011-2012
Escolaridade do pai
Ano
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012
Nunca frequentou a escola
0,5 2,2 1,6 1,1 1,4 1,2 0,8 1,4
Primário incompleto
2,6 4,5 6,1 5,7 5,9 5,9 4,3 6,9
Primário completo 1,1 3,8 4,8 2,8 2,6 4,3 4,6 4,4
Ginasial incompleto
3,0 5,6 5,6 4,1 4,8 4,8 4,5 5,2
Ginasial completo 3,0 4,1 3,2 2,8 3,4 3,1 1,7 2,0
Colegial incompleto
2,9 4,6 4,9 4,4 4,0 3,6 4,7 4,2
Colegial completo 28,0 29,9 26,5 25,2 28,6 27,3 27,3 25,6
Superior incompleto
8,8 9,1 8,1 10,7 8,1 8,0 8,3 8,0
Superior completo 49,9 36,1 39,1 43,1 41,2 41,9 43,8 42,4
Total 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte: Proplan/Questionário socioeconômico. Apud, SANTOS e QUEIROZ, In:
SANTOS Org. 2013: p 53
Tabela 9
Distribuição percentual da escolaridade da mãe dos candidatos selecionados para
cursos de prestígio. 2004-2009 e 2011-2012.
Escolaridade da mãe
Ano
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012
Nunca frequentou a escola
0,5 1,1 1,3 0,6 1,3 1,0 0,5 0,3
Primário incompleto
0,8 2,5 3,1 2,9 2,6 3,2 3,8 3,4
Primário completo 1,9 3,8 3,6 2,6 2,9 2,8 2,9 2,0
Ginasial incompleto
1,9 4,9 3,9 4,4 3,8 4,2 3,0 3,3
Ginasial completo 2,1 2,8 2,9 2,2 2,5 2,6 1,8 1,4
Colegial incompleto
3,6 5,8 3,9 3,0 3,9 3,7 3,1 4,4
21
Colegial completo 30,4 35,5 33,7 30,7 32,5 31,8 28,6 28,4
Superior incompleto
8,8 8,1 9,6 9,8 8,8 7,3 6,5 8,3
Superior completo 50,1 35,5 38,0 43,8 41,7 43,6 49,9 48,4
Total 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte: Propan/Questionário socioeconômico. Apud, SANTOS e QUEIROZ, In:
SANTOS Org. 2013: p 54.
Tabela 4
Distribuição percentual dos candidatos selecionados no vestibular para cursos de
prestígio, segundo a origem escolar, 2005-2012.
Fonte: Proplan/Questionário socioeconômico. Apud, SANTOS e QUEIROZ, In:
SANTOS Org. 2013: p 45
Tabela 7
Distribuição percentual do rendimento familiar total em classes de salários
mínimos dos candidatos selecionados no vestibular da UFBA para cursos de
prestígio. 2004-2009 e 2011-2012.
Classe de rendimento Ano
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012
Até 1 Salário Mínimo (SM)
0,7 2,1 1,5 2,5 3,2 3,9 4,6 6,1
Maior que 1 até 3 SM 4,4 13,1 15,2 12,9 15,7 18,6 21,9 22,6
Maior que 3 até 5 SM 11,5 18,6 21,1 17,1 19,5 20,0 18,0 17,5
Maior que 5 até 10 SM 28,6 27,8 27,7 27,7 24,5 23,7 21,3 21,5
Maior que 10 até 20 SM 27,7 21,9 21,5 22,8 22,3 18,5 20,7 17,8
Maior que 20 até 40 SM 21,5 13,1 9,7 13,2 10,9 11,7 9,6 9,4
Maior que 40 SM 5,5 3,5 3,4 3,7 4,0 3,5 3,8 5,1
Total 100 100 100 100 100 100 100 100
Característica Anos
2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012
Origem escolar
Escola Particular 55,7 55,5 57,3 58,2 56,4 57,3 55,2
Escola Pública 44,3 44,5 42,7 41,8 43,6 42,7 44,8
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
22
Fonte: Proplan/Questionário socioeconômico. Apud, SANTOS e QUEIROZ, In:
SANTOS Org. 2013: p 51.
Tabela 10
Ponto de corte das notas no vestibular da UFBA, 2003-2005.
Ano Primeira fase Segunda Fase
2005 5.117,40 5.089,50
2004 5.099,80 5.056,40
2003 5.018,70 5.009,30
Fonte: Serviço de Seleção e Orientação Acadêmica – SSOA. Apud, SANTOS e
QUEIROZ, In: SANTOS Org. 2013: p 55.
Tabela 11
Desempenho médio dos estudantes no vestibular em cursos de alto prestígio,
2003-2005.
Ano
Curso 2003 2004 2005
Medicina 7,3 7,4 7,2
Odontologia 6,2 5,9 5,7
Psicologia 6,4 6,3 6
Direito 6,8 6,8 6,6
Bacharelado em Ciências da Computação 6,6 6,5 6,3
Engenharia Elétrica 7,1 7,2 6,7
Engenharia Civil 5,7 5,7 5,6
Engenharia Mecânica 6 6,3 6,1
Engenharia Química 6,2 6,2 6,2
Administração 6,2 6 5,9
Arquitetura 5,9 5,7 5,6
Fonte: Serviço de Seleção e Orientação Acadêmica – SSOA. Apud, SANTOS e
QUEIROZ, In: SANTOS Org. 2013: p 56.
23
Tabela 15
Percentual dos Alunos cotistas e não cotistas com coeficiente de rendimento entre
7,0 e 10,0 em cursos de prestígio, ingressos em 2006, e cursado o sétimo
semestre.
Curso Cotistas Não cotistas
Arquitetura 32,6 51,4
Ciências da Computação 33,3 60,0
Engenharia Elétrica 37,5 51,6
Engenharia Civil 26,4 43,4
Engenharia Química 17,6 45,0
Engenharia Mecânica 44,4 63,6
Medicina 71,4 95,5
Odontologia 51,8 81,2
Administração 67,6 71,7
Comunicação - Jornalismo 46,1 63,0
Direito 55,5 77,0
Psicologia 66,6 78,0
Fonte: Centro de Processamento de Dados. Apud, SANTOS e QUEIROZ, In: SANTOS Org. 2013: p 64
Tabela 8
Pontuação máxima e mínima no vestibular da UEL em 2012, nos sistemas
universal, escola pública e negros.
Categoria Curso Pontos Universal Escola Púbica
Negros
Alta concorrência
Medicina Max 2062,7 1951,7 1813,2
Min 1821,7 1715,9 1554,3
Engenharia Civil
Max 2080,3 1907,4 1542,4
Min 1856,0 1663,0 1491,4
Direito noturno Max 2280,8 2028,8 1726,5
Min 1837,7 1672,9 1515,8
Média concorrência
Administração noturno
Max 2420,8 1928,1 1661,0
Min 1874,8 1676,4 1423,8
Ciência da Computação
Max 2051,2 1955,1 1413,0
Min 1751,8 1571,6 1347,9
Fisioterapia Max 2294,8 1804,6 1607,8
24
Min 1717,0 1408,7 1366,2
Baixa concorrência
Arquivologia Max 1614,0 1759,2 1645,3
Min 1528,7 1403,6 1315,0
Esporte (1) Max 2375,6
Min 1435,9
Letras/Espanhol vespertino (1)
Max 1839,5
Min 1175,1
(1) Nestes cursos não houve inscritos pelo sistema de cotas neste ano.
Fonte: Coordenadoria de Processos Seletivos – COPS/UEL (www.cops.uel.br).
Apud, SANTOS e QUEIROZ, In: SANTOS Org. 2013: p 81.
Tabela 9
Cursos de alta concorrência. Nota média anual dos estudantes das 1ª e 4ª séries
de 2005 e 2008 e 1ª série de 2011, por categoria de vagas.
Curso Categoria
Ingresso 2005 Ingresso 2008 Ingresso 2011
1ª série
4ª série
1ª série
4ª série
1ª série
Medicina
Geral 8,3 8,2 8,3 8,4 8,3
Universal 8,3 8,2 8,3 8,4 8,4
Escola Pública 8,2 8,1 8,3 8,5 8,2
Negros 8,1 8,1 7,8 7,9 7,9
Engenharia Civil
Geral 6,3 6,6 6,6 6,4 7,2
Universal 6,3 6,7 6,6 6,5 7,2
Escola Pública 6,3 6,9 6,5 6,2 7,0
Negros 4,5 3,9 5,9 5,9 7,2
Direito Noturno
Geral 8,2 7,8 7,5 7,6 8,5
Universal 8,3 8,0 7,6 7,6 8,5
Escola Pública 7,9 7,5 7,6 7,7 8,6
Negros 8,4 7,4 6,6 6,3 8,4
Fonte: Coordenadoria de Processos Seletivos – COPS/UEL (www.cops.uel.br)
Apud, SANTOS e QUEIROZ, In: SANTOS Org. 2013: p 86.
25
Bibliografia.
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