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O Bruxedo, de Miguel Torga

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Nasceu na Beira, Moçambique, em 1955.

Foi director da Agência de Informação de Moçambique, da revista “Tempo” e do jornal “Notícias de Maputo”.

Com 14 anos de idade, teve alguns poemas publicados no jornal Notícias da Beira e 3 anos depois, em 1971, mudou-se para a cidade capital de Lourenço Marques (Maputo).

Iniciou os estudos universitários em medicina, mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a profissão de jornalista depois do 25 de Abril de 1974.

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• Vozes Anoitecidas (1ª ed. da Associação dos Escritores

Moçambicanos, em 1986; 1ª ed. Caminho, em 1987; 8ª ed. em 2006;

Grande Prémio da Ficção Narrativa em 1990, ex aequo)

• Cada Homem é uma Raça (1ª ed. da Caminho em 1990; 9ª ed., 2005)

• Histórias Abensonhadas (1ª ed. da Caminho, em 1994; 7ª ed. em 2003)

• Contos do Nascer da Terra (1ª ed. da Caminho, em 1997; 5ª ed. em 2002)

• Na Berma de Nenhuma Estrada (1ª ed. da Caminho em 1999; 3ª ed. em

2003)

• O Fio das Missangas (1ª ed. da Caminho em 2003; 4ª ed. em 2004)

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• 1995 - Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores

Moçambicanos

• 2001 - Prémio Mário António, pelo livro O último voo do flamingo

• 2007 - Prémio União Latina de Literaturas Românicas

• 2007 - Prémio Passo Fundo Saffari e Bourbon de Literatura, na

Jornada Nacional de Literatura

• 2011 - Prémio Eduardo Lourenço 2011

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Este conto fala-nos numa menina

que não dizia uma palavra. Ela não era

muda simplesmente falava uma língua

que ninguém percebia. Os seus pais

faziam de tudo para ajudar mas nada

resultava.

Uma noite, o seu pai foi ter com

ela e pediu-lhe que ela falasse com ele e

aí a menina disse “Mar”. O seu pai ficou

radiante e decidiu levá-la ao mar.

Passado algum tempo, o pai queria ir

embora mas parecia que ela tinha criado

raízes na areia e não saiu de lá.

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O pai fez de tudo mas nada

resultou, até que se lembrou de lhe contar

uma história que falava de uma menina que

pediu ao pai que lhe trouxesse a lua, mas para

isso tinha que atravessar o mar.

Quando chegou ao horizonte agarrou o

astro, no mar abriu-se uma fenda e o barco

onde ia o pai afundou. Aí a menina gritou.

Chegado a este ponto da história o pai

ficou sem ideias. A menina levantou-se e

começou a andar contra as ondas, o pai

temeroso mandava-a voltar para trás mas ela

não ligou.

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Ao longe viram uma fenda

igual à da história contada pelo pai. A

menina continuou o caminho e

quando chegaram perto da falha ela

tocou-lhe com a mão e a falha

fechou-se.

A menina agarrou na mão do

seu pai, voltou para casa e disse-lhe

“Viu pai ? Acabei a sua história.

No fim da história a menina

e o seu pai estavam no quarto de

onde nunca tinham saído.

Page 9: O Bruxedo, de Miguel Torga

A F J O T S D L N T E M P O X

K Ç E H F I P H H G S O D D A

M F M N J E R P O U H Ç F N D

E V D I I D E J R G D A H A C

D U H M A C M D I V U M O C M

I G C A L C I J Z L J B I I W

C B A C P F O F O Y Y I U N T

I F R A Ç D A U N E E Q F O K

N E N M A R Q H T D A U C R J

A I D R S F H A E O T E E C H

1. Escritor do conto “Menina sem

palavra”.

2. Terra Natal do escritor.

3. Estudou em que área.

4. Em que revista foi director na

agência de informação de

Moçambique.

5. Editora de 1990.

6. Livro publicado em 1991.

7. Ele ganhou vários…

8. O que o pai teve de ultrapassar

para agarrar o astro.

9. Onde o pai agarrou o astro.

10. O que a menina desejava.

Vê, agora, se encontras todas as palavras relacionadas com esta apresentação.

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Não é da luz do sol que carecemos. Milenarmente a grande estrela iluminou a terra e, afinal, nós pouco aprendemos a ver. O mundo necessita ser visto sob outra luz: a luz do luar, essa claridade que cai com respeito e delicadeza. Só o luar revela o lado feminino dos seres. Só a lua revela intimidade da nossa morada terrestre. Necessitamos não do nascer do Sol. Carecemos do nascer da Terra”.

Mia Couto