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O caçador de Ilusões

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Quando o editor me pediu para fazer uma sinopse deste livro parei para pensar como poderia fazê-lo e, por alguns dias fiquei nesta dolorosa tormenta de tentar resumir o que já havia resumido da melhor forma possível toda a historia daquela pequena sociedade de jovens, onde convivi dos meus 12 aos 19 anos e colocar todos os personagens em seus devidos lugares, seria o mesmo que dizer; que o maior é o mais grande

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são paulo - 2010

editora

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F938c

Freitas, R.

O caçador de ilusões / R. Freitas. - São Paulo : Lexia, 2010.

186p.

ISBN 978-85-63557-01-8

1. Jovens - Uso de drogas - Ficção. 2. Romance brasileiro. I. Título.

10-1025. CDD: 869.93

CDU: 821.134.3(81)-3

© Editora Lexia Ltda, 2010. São Paulo, SPCNPJ 11.605.752/0001-00

www.editoralexia.com

Editores-responsáveisFabio Aguiar

Alexandra Aguiar

Projeto gráficoFabio Aguiar

DiagramaçãoEquipe Lexia

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editora

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“Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-te o teu co-

ração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que sa-

tisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém

que de todas estas coisas Deus te pedira conta. Afasta-se, pois

do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque

a juventude e a primavera da vida são vaidade.”

(Eclesiastes – 9 e 10)

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Ao ler o livro “CAÇADOR DE ILUSÕES”, me aprofundei

em seus personagens que buscam no mundo das drogas uma

fuga da realidade, por motivos diversos, uma viagem por suas

ilusões e monstros que habitam suas almas, repletas de tra-

gédia humana, tragédia esta que não queremos fazer parte,

“NÃO É PROBLEMA MEU, CADA UM COM SEUS PROBLE-

MAS”, dirá a maioria; e o que me leva a ver a sociedade com

olhar meio desconfiado meio irônico é o fato de perceber que

nos fazemos em muitos casos de inocentes – a freqüência e

a facilidade com que nos enganamos se perde na puerilidade

e no infantilismo em suma. Este individualismo faz parte do

individuo, não nego, é o seu “livre-arbítrio”, mas ao se fazer

esta colocação nos esquecemos do coletivo, família, amigos,

colegas de trabalho, esquecendo inclusive de ver o problema

por dois lados inteiramente opostos, alguns por abandonar a

sua responsabilidade e achar que não é culpado de nada, e,

a partir de um auto-desprezo interior querer delegar ou de-

positar seus problemas em algum outro lugar, e aqueles que

não abandonam a responsabilidade dando o direito pessoal

ao seu mérito, a fé em si mesmo. Podemos até pensar que so-

mos como uma ilha deserta, mas não podemos esquecer que

estamos cercados por todos os lados pelo imenso oceano, e

este oceano são os outros habitantes do planeta, e nesta ilha

sentimos medo do desconhecido que está no mar, mas se não

enfrentarmos o desconhecido, como poderemos vencer os

monstros que habitam nossa alma? - Não se esqueça; temos

que atravessar a faixa de pedestre se quisermos chegar ao ou-

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tro lado, nos tornamos causa e efeito tanto do bem quanto do

mal, não adianta querer negar que somos parte do problema

e da solução, o que afeta a sociedade afeta a todas as pessoas

que nela coabitam, não se pode deixar o individualismo so-

cial ser tirano da “razão” e nem tão pouco ir contra a “natu-

reza” humana, seria egoísmo de nossa parte querer fechar os

olhos diante desta doença da sociedade “o vicio das drogas”,

temos que deixar de olhar para o nosso próprio umbigo antes

que esta pandemia invada nossos jovens, nossos filhos; a luz

de alerta esta acesa, não a apague por favor, pois esta luz

poderá guiar o seu caminho, trata-se de um problema social

e fazemos parte deste problema, assim como fazemos parte

também da solução, não deixemos esta juventude ser adotada

pelos traficantes, não deixemos nossos jovens e filhos “endeu-

sar” este embusteiro de almas, não deixemos esta juventude

ser um personagem do “Caçador de Ilusões.”

Cristina Leite

Esposa e mãe

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Sumario

O INICIO ........................................................................... 11GUARAREMA .................................................................... 17PONTO DE ENCONTRO .................................................. 21 PEDRA LISA ..................................................................... 27A BELA ............................................................................ 31SANTA TRINDADE ........................................................... 35NARCISO ......................................................................... 39O RETORNO .................................................................. 43UMA NOITE DE VERÃO ............................................... 47A NOITE CONTINUA .................................................... 55A PORRA DO LEÃO, FUDEU! ...................................... 61TUDO TROCADO ........................................................... 67MAOME E ABRAÃO TENTANDO CONSERTAR SEUS ERROS ................................... 77FIM DA NOITE DE VERÃO ............................................ 83EMERGÊNCIA – 190 ....................................................... 87HEITOR, O HEROI .......................................................... 95SARAH ............................................................................. 99A BONECA BARBIE ......................................................... 105

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ANTIGA PROFISSÃO ....................................................... 111PAGANDO COM A VIDA ................................................ 117A SORTE ABANDONA NARCISO .................................. 123O JUDEU ........................................................................ 12931 DE DEZEMBRO ........................................................ 133ROLETA RUSSA ............................................................... 135NOTICIARIO POLICIAL .................................................. 141DESINTOXICAÇÃO ......................................................... 145ANDANDO PELO PASSADO .......................................... 151DIANA ............................................................................. 155ALCEU ............................................................................. 157LAVÍNIA .......................................................................... 161LEANDRO ...................................................................... 163DEMETRIO E FERNANDA ............................................ 165HELENA E CLAUDIA .................................................... 167TATIANA ........................................................................ 169OS COMPANHEIROS ................................................... 171O ULTIMO DIA ............................................................... 175VIDA .............................................................................. 183

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O Inicio

Jesus, filho de Maria e José, rapaz de cor parda, olhos cas-tanhos claro, bem afeiçoado, sua altura 1,74m, cabelos encara-colados, barba por fazer, sorriso descontraído, tinha em seu colo o cajado de Moises, pesava 680 gramas, 170 milímetros, carre-gava 15 anjos, tinha uma trava manual e ambidestra, com um cão em meia monta desarmador, com uma dupla ação ou ação simples, com seu cajado fazia chover relâmpagos e trovões e os 15 anjos que o acompanhava, era conhecido como os 15 anjos da morte, incumbidos de levar aos olhos alheios as trevas. O ca-jado também era conhecido como uma pistola PT 380 prateada, com a qual mantinha o respeito a seus dez mandamentos:

1º. Não terá outro chefe diante de mim.2º. Não escondera a verdade dos irmãos nem a cima do céu,

nem abaixo da terra.3º. Não será um Judas.4º. Guarde nossos segredos, e será respeitado.5º. Guarde um dia para a família.

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6º. Não estupre.7º. Não roube na comunidade.8º. Não minta para salvar seu corpo.9º. Respeite a mãe e família. 10º. Não queira a casa e a mulher do teu comparsa.

Dona Maria há muito já havia largado a vida fácil; que

de fácil não tem nada, trabalhava na casa de dona Madalena. Diziam os mais velhos que era a puta mais bela e gostosa da zona norte. Cabelos negros até a cintura, olhos cor de mel, pele morena, corpo tipo violão, era de parar o transito da Avenida São João com Ipiranga, o melhor sexo que muitos homens já tiveram na vida. Chegavam a santificá-la, era uma deusa.

Seu José por outro lado era um homem rude, frio. Vivia num mundo que não era o seu. Dizem que antigamente era um homem trabalhador e esforçado, corpo atlético e de jeito educa-do e carinhoso, que conquistou o coração de Maria, mas numa briga de bar onde defendia o santo nome de Maria, foi atingido na cabeça por uma garrafa de cerveja que lhe tirou a dignidade e a capacidade de ser normal. Virou alcoólatra, vivia caído pelas ruas do bairro, por onde era carregado até o barraco pelos aviões do trafico, a mando de Jesus.

Por amor ou gratidão, Maria nunca o abandonou e sempre teve por José afeto e respeito. Diziam que Jesus não era filho de José, e sim de Dei, o chefão do tráfico da Zona Norte de Sampa, por isso tinha grande consideração por ele, mas como saber a verdade se a própria verdade faz parte de uma grande mentira. Jesus nunca perdoava aquele que se metia com a sua família, pois feria um dos seus mandamentos;

9º. Respeite a mãe e a família.Morávamos no bairro do Lausane Paulista, e jogávamos

bola num campinho de chão batido nos finais de semana, para onde fugia sem meus pais saberem. Incrustado no bairro em um

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dos seus morros, casinhas de madeira construídas umas em cima das outras, com ligações clandestinas de energia, água, e com esgoto a céu aberto, onde moravam pessoas de baixa renda, crianças que não freqüentavam a escola ou conseguiam ir no máximo até a 4º. Serie.

– Bandidos, gente perigosa.Era assim que meus pais alerta-vam para não fazer amizade com as crianças que ali moravam.

O campinho ficava aos pés da favela Nova Jerusalém e ali conheci Jesus, num jogo de futebol de pouco interesse ou pelada. Devia ter uns 12 anos, nossa amizade era baseada na afinidade que tínhamos para marcar gols em nossos adversários. Realizávamos milagres na inversão do jogo, graças a qual ad-quirimos um perigoso atrativo para alguns zagueiros: nossas ca-nelas, por definição, viravam alvo para aqueles que não sabiam tratar bem a redonda.

Nesta inversão de valores, um favelado, com sinônimo de “santo”, e outro, um “apóstolo” propagador de jogadas, que afli-giam nos times adversários, a vergonha. Enlouquecíamos o povo com nossos dribles sobre os adversários no campinho de futebol, assim começava a nossa rebelião escrava da moral.

Um ano depois, graças, antes de tudo, as amizades que con-quistamos, depois de uma vitoria sobre os adversários do bairro da Vila Nova Brasilândia, um jogo entre crianças que teve como troféu da vitoria um cigarro de maconha bem servido. Meu primeiro passo. Que provoca mudanças permanentes em meu cérebro, pois o usuá-rio de maconha na maioria das vezes experimenta outras drogas.

Para quem nem sabia a razão do certo ou errado, a primeira tragada parecia abrir as portas do inferno ao invés do paraíso. Sen-tia um sufocar, um asfixiar, uma obstrução da garganta, do esôfa-go, que me levava a uma expiração involuntária, provocando a abertura da glote, produzindo um ruído característico. Tosse, não parava de tossir!

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Uma secura me vem à boca, os olhos tomam as cores vivas de um vermelho de fogo; o cheiro levemente adocicado fica no ar. Me vem as imagens em câmera lenta, vagarosa e sonolentas; a voz fica pastosa; a vontade de rir e sorrir sem motivo me vem aos lábios, a vontade de escancarar os dentes e, no final, uma larica desgraçada ataca o estomago.

Saindo do inferno, fui parar no paraíso místico incorpóreo. A partir daquele momento tudo haveria de mudar, ou na verda-de tudo já deveria estar mudado. Acho que cortei caminho por onde não havia caminho algum, criei o meu próprio destino.

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Em nome da maconha,A compassiva,

A misericordiosa.Enuncia:

Esta é a deusa, única,Deusa, a suprema.

Deusa que criaE será sonífera.

Nada seIguala a sonhar.

Enuncia:Busco abrigo

Na senhora da claridadeContra o mal

Da escuridão, que se estende,Contra o mal

Do corpoE o mal

Da alma.Enuncia:

Que me refugioNa senhora da ilusão,

Sua soberana,Deusa dos sonhos,

Contra o mal da erva insidiosaQue insere no coração dos jovens

A origem das fontes demoníacas e desumanas.

Jesus entrou para a vida certa do lado errado e, sempre que estava de folga e com o tempo livre nos encontrávamos para conversar e cheirar umas carreiras de cocaína. Com a precisão de um cirurgião, coloca a branca sobre uma superfície lisa, com uma lamina de gilete a picotar. Cirurgicamente cortava em sua-

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ves pancadas a mais tenra das iguarias. O pó era cuidadosamen-te enfileirado, pronto a ser devorados pelas narinas, através de um tubinho cilíndrico; alçando um vôo para além da realidade.

Ao alçar este vôo, atrevíamos a nos comparar aos pássa-ros, expondo-nos a ser devorado pelo monstro acorrentado a um rochedo, dissimulado da realidade dos desejos e paixões. Não daria para compreender esta vontade de poder. O mundo visto de dentro, um poder com data e hora certa para acabar. Com o passar do tempo, suas obrigações e deveres com o tráfico lhe atribuíam responsabilidades. Assim Jesus seguiu o caminho dele e segui o meu. A única coisa que ainda poderia existir de afini-dades entre nós eram as drogas, que eram fornecidas, algumas vezes ao preço de custo, quando não tinha grana para pagar o valor de mercado, provavelmente alimentando meu vicio para não perder o cliente.

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GUARAREMA

As alucinações, causada pelas drogas, têm algo de gigan-tesco e beira a insanidade, envenena a alma, uma precipitação a loucura num buraco sem fim. O corpo se contrai e trai a si mes-mo, despreza tudo que é real. Ri-se de sua inocência e da sua pureza nos mais profundos calabouços da mente.

Quando era internado para desintoxicação, parecia pior. Acho que já tinha queimado todos os neurônios e descobria que o degrau que nos separa do vicio é um abismo sem fim. Já não sabia onde tudo começara e muito menos onde iria acabar, é um emaranhado de pensamentos perdidos, e deles tirei fragmentos da memória, tentando montar um quebra-cabeça de uma única peça: a minha vida.

Em um acampamento numa cidadezinha do interior de São Paulo, chamada Guararema, na beira de um riacho de águas cristalinas, avistei pela primeira vez a mais bela da criação divina. Naquele momento me faltou o ar, o coração já não batia, o tempo parou para observar a beleza e a pure-za da ninfa a banhar-se. A natureza desmedidamente prodi-

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ga, não ficou indiferente diante de tal grandeza. Os deuses da água a cobriam com benevolência e com cem rios despe-javam suas águas sobre ela, seus cabelos se arrastavam atrás do seu corpo; seus ombros e as pernas assumiram à silhueta de uma deusa. Paralisado observava-a emergindo da água e apoiando-se em uma pedra. Seus olhos verdes como a mata usaram seus encantamentos para ferir-me de amor. “Ele se apaixonou pela jovem”.

– Vá com calma, ela está acompanhada, é melhor procurar outro objeto do teu desejo...

A ouvir estas palavras, retruquei:– Ali se encontra o objeto do meu amor.

Ao anoitecer, preparamos um belo chá de cogumelo com leite condensado. Mal o suco do fungo atingiu o palato, não resisti a um violento desejo de voar a procura da bela ninfa. Já estava doente e logo fumei um baseado, erva poderosa para curar-me do amor, pois não desejo tal coisa nem aos meus ini-migos, prefiro os monstros com suas bocas escancaradas e uma ninhada de serpentes em forma de coroa na cabeça do rei Basili-co apenas para me causar terror e deleitando-se em devorar-me de imediato as entranhas, do que amar, sentimento mesquinho que tentava se apoderar da minha alma.

“Maravilhoso sono! BenfazejaAve que, no turbado mar da alma,Seu ninho faz, ate que o mar estejaTranqüilo e manso, e a natureza calma.”(John Keats)

Apenas, adormeci...No terceiro dia ao caminhar por uma trilha na mata, en-

contrei-a parada a observar uma orquídea onde acabara de pou-

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sar suavemente num zunir uma abelha a procura do néctar, a bebida dos deuses. Era ela, a ninfa do riacho.

– Ontem, fiquei a observar tanta beleza à beira do riacho.Meio sem jeito, ela nada respondeu. Segundos se passa-

ram, que mais pareciam uma eternidade, quebrei o silêncio...– Tudo bem, você venceu, não terá de suportar minhas

importunações. Só peço uma coisa; que eu seja lembrado por tentar.

– Não esta importunando, e ontem percebi seus olhares.– Desculpa, não queria ser indiscreto, é que não poderia

deixar de observar e admirar.Ela me sorriu...– Venha caminhar ao meu lado...No caminho encontramos um terreal coberto por arvo-

redos frutíferos e passamos a admirar seus frutos. Ela sentou-se num galho de arvore, onde seus ramos carregados pendiam aci-ma dela. Em frente havia um tronco por onde subia uma parreira carregada de cachos da mais doce uva, ofereceu-me, mas estava tão ocupado em admirá-la que, ao me aproximar, segurei sua mão e senti a delicadeza do seu toque, a sensualidade do seu olhar e assim aquela tarde seguiu seu rumo pelo horizonte.

Ao voltar ao acampamento semeie seu caminho com pé-talas de flores, não percebia, mas já estava curvado aos seus pés. Expressar tão maravilhosa beleza era como o desvirtuamento aos poderes imortais, para a exaltação de uma simples mortal, o deus Cupido havia lançado seus dardos sobre mim, estava ferido mortalmente pelo amor, o que tanto temia, agora me dominava. Era a hora da despedida...

– Quando posso vê-la novamente?– A gente se encontra por ai...Senti que o amor me fugia pelos vãos dos dedos. Ela ficou

pensativa por um instante; parecia que tudo acabaria naquele exato momento, quando ela perguntou.

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– A onde vocês se encontram lá em São Paulo? Uma pe-quena esperança tomou conta de mim.

– Lá na Zona Norte, a gente costuma ficar no Dinhos, e às vezes vamos até a serra.

– Já fui lá uma vez, talvez apareça por lá, ce Sabe né? Como diz a musica, “tudo e possível...”. Ela sorriu e partiu.

“Se deste amor os domésticos venenosNunca provastes, quero que sintasQue é tanto mais o amor depois que amas,Quanto são mais as causas de ser menos.”( Luiz de Camões)

Meu doce veneno, seu nome...ARIADNE.