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Uma publicação do Colégio Dante Alighieri Ano VI - N o 6 - Novembro de 2016 O caminho para Stanford Conheça Ana Carolina Paixão de Queiroz, ex-aluna do Dante e atual aluna de Stanford, uma das mais renomadas universidades dos Estados Unidos. A entrevista desta edição conta como a pré- iniciação científica e as atividades extracurriculares a ajudaram a chegar na Ivy League SAÚDE • Pesquisadora desenvolve kit que identifica antígenos de leite em alimentos • Projeto busca encontrar atividade microbiana e antiviral no extrato do pseudoescorpião Meio Ambiente & Sustentabilidade • Projeto busca criar solução para otimizar a produção de orquídeas • Projeto cria madeira ecológica com material reciclável e pinha

O caminho para Stanford - colegiodante.com.br · Eu nem estava me importando muito porque eu ... essa era a que eu achava que menos tinha chance de ... ser para esta que eu vou. IC:

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Uma publicação do Colégio Dante Alighieri

Ano VI - No 6 - Novembro de 2016

O caminho para StanfordConheça Ana Carolina Paixão

de Queiroz, ex-aluna do Dante e atual aluna de Stanford, uma das

mais renomadas universidades dos Estados Unidos. A entrevista

desta edição conta como a pré-iniciação científica e as atividades

extracurriculares a ajudaram a chegar na Ivy League

SAÚDE• Pesquisadora desenvolve

kit que identifica antígenos de leite em alimentos

• Projeto busca encontrar atividade microbiana e antiviral no extrato

do pseudoescorpião•

Meio Ambiente & Sustentabilidade• Projeto busca criar solução para

otimizar a produção de orquídeas

• Projeto cria madeira ecológica com material reciclável e pinha

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Presidente: Dr. José Luiz Farina

Alameda Jaú, 1061 – CEP 01420-003 – SPTel.: (11) 3179-4400 – Fax: (11) 3289-9365

www.colegiodante.com.bre-mail: [email protected]

Uma publicação

Diretora-Geral Pedagógica: Profª. Silvana Leporace

Créditos Finais: Todas as fotos, informações e depoimentos cedidos por terceiros para publicação nesta revista somente foram utilizados após a expressa autorização de seus proprietários. Agradecemos a gentileza de todas as pessoas e empresas que, com sua colaboração, tornaram esta produção possível.

Edição e textos:Henrique Silveira Ramos Carneiro

Comitê EditorialProfª. Dra. Sandra Rudella TonidandelProfª. Dra. Valdenice M. M. de CerqueiraFernando Homem de Montes Henrique Silveira Ramos Carneiro

Desenvolvimento do Logotipo:Thiago Xavier Mansilla MaldonadoRevisão:

Luiz Eduardo Vicentin

Comitê Científico: Profª. Dra. Sandra Rudella TonidandelProfª. Dra. Valdenice M. M. de CerqueiraProfª. Ms. Carolina Lavini Ramos

Reprodução: Esta revista está licenciada sob as normas do Creative Commons CC – BY – NC, que possibilita a reprodução total ou parcial do conteúdo, desde que citadas as fontes e desde que a obra derivada não se destine a fins comerciais.

Projeto Gráfico:Nelson Doy Júnior

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Jornalista Responsável:Fernando Homem de MontesMTB 34598

Contato:Envie suas críticas e sugestões para o e-mail:[email protected]

Diagramação:Simone Alves Machado

Revisão Científica:Profª. Ms. Carolina Lavini Ramos

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[(Editorial)][Jovens inspiradores]4

[(Entrevista: Ana Carolina Paixão de Queiroz)] [Ana Carolina Paixão de Queiroz na Ivy League]6

[(Saúde)][Pesquisadora desenvolve kit que identifica antígenos de leite em alimentos]10

[Projeto busca encontrar atividade microbiana e antiviral no extrato do pseudoescorpião]14

[(Meio Ambiente & Sustentabilidade)][Projeto busca criar solução para otimizar a produção de orquídeas]18

[Projeto cria madeira ecológica com material reciclável e pinha]22

Capa e C1: Gilmar Ferreira da Silva - C2, C3 e C4: Acervo pessoal dos pesquisadores

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{Jovens inspiradores}

Coordenadora-Geral Pedagógica do Colégio Dante Alighieri e Doutora em Ensino de Ciências pela Faculdade de Educação da USP

Sandra M. R. Tonidandel

Coordenadora-Geral de Tecnologia do Colégio Dante Alighieri e Doutora em Educação: Currículo – Novas Tecnologias pela PUC-SP

Valdenice Minatel

Um periódico dedicado aos jovens inspiradores: essa deveria ser a referência primeira da InCiência. Jovens estudantes que dedicam parte importante de seus dias para produzir novos conhecimentos que, além de relevantes para a sociedade por trazerem novidades para a melhoria da qualidade de vida, podem inspirar outros jovens nessa grande aventura, cujo final não se sabe nunca qual será.

Os jovens estudantes que fizeram seus projetos envolvendo conhecimentos de ciências, tecnologia, engenharia e matemática para conseguir montar protótipos, para conseguir responder a uma questão-problema, estão trabalhando com o

currículo STEM, uma sigla em inglês que significa Science, Tecnology, Engeneering, Math (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Mas esses jovens foram muito além! Os conteúdos conceituais dessas áreas do conhecimento foram apenas um patamar alcançado. Outro patamar foi o desenvolvimento de competências específicas do século 21, como colaboração, comunicação, pensamento crítico e criatividade.

Por falar em comunicação, essa competência foi desenvolvida pelos estudantes tendo em vista a necessidade de comunicarem seus projetos aos seus orientadores de forma oral e escrita. Para

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isso, aprenderam a fazer relatórios científicos estruturados, a usar dados e evidências, a construir linguagem gráfica e a elaborar uma argumentação científica para que suas conclusões tivessem credibilidade e validade científica. Além disso, fizeram considerável revisão bibliográfica, utilizando-se de ferramentas digitais e filtros sofisticados para isso.

Além de relatórios, os jovens apresentaram oralmente seus projetos, por diversas vezes, para diferentes públicos: para avaliadores de universidades, para a comunidade de pais das escolas onde estudam, para professores de outras áreas, para colegas de outras classes e séries, desenvolvendo sua linguagem oral mediante o aprimoramento da clareza, da postura, do convencimento pelos dados e evidências.

As demais competências, como a criatividade e a inovação, são naturalmente verificadas em cada um dos projetos publicados. Em especial,

a criatividade dos jovens desenvolve-se por necessidade: é preciso buscar caminhos para construir um equipamento com materiais que ainda não foram usados para determinado fim, ou ainda, é necessário buscar uma metodologia mais fácil, mais eficiente, mais barata – e, por persistência, coragem e inspiração, esses jovens acabam achando novas saídas.

O pensamento crítico, que muitas vezes se desenvolve pelo apoio dos professores orientadores, constrói-se pela habilidade de resolução de problemas, pelo raciocínio lógico, pela interpretação de dados coletados.

Muitas dessas competências podem ser vistas nos textos que tratam, aqui, dos admiráveis feitos dos jovens pesquisadores, mas, especialmente, pode-se neles sentir a inspiração para outros jovens e tantos professores na estruturação desse caminho!

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Ana Carolina Paixão de Queiroz é ex-aluna do Dante, formada em 2015. Hoje, estuda na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Quando estudava aqui, frequentou o GEETec, o Cientista Aprendiz e a Dante em Foco.Na entrevista a seguir, feita pela aluna-repórter Marina Maçães, da oficina Dante em Foco, Ana Carolina conta um pouco dessa trajetória.

IC: Ana, que dica você daria aos outros estudantes que querem seguir o seu caminho?A: Acho que a principal dica que eu tenho para as pessoas que querem seguir o mesmo caminho que eu, especialmente o pessoal mais novinho, é fazer várias coisas e encontrar uma ou duas coisas que você gosta muito de fazer. No meu caso, era principalmente pesquisa e robótica, e comecei a seguir muito esses caminhos, juntando isso, também,

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com toda a minha questão de feminismo e empoderamento das mulheres. Enfim, trabalhar mais essa questão de fazer com que as meninas gostassem mais de si mesmas. Eu tentei trabalhar muito com essas coisas eu fiz muita pesquisa em cima disso. Acho que é exatamente isto: você encontrar alguma coisa pela qual você seja apaixonada e fazer isso o mais cedo possível, até o final do seu ensino médio. Não só para concorrer a vagas em faculdades fora do país, mas simplesmente para você ter algo do que se orgulhar quando olhar para trás e ver o que você fez.IC: Qual foi sua reação ao saber que você tinha sido selecionada para Stanford?A: Essa história é boa.... Estava marcado para o resultado sair, no dia, primeiro no site da universidade, só que eles resolveram lançar o resultado quase uma semana antes. Foi

Ana Carolina Paixão de Queiroz na Ivy League

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Oficina Dante em Foco

um dos primeiros resultados que eu recebi. Mas esse e-mail, por acaso, foi para meu lixo eletrônico e ficou lá por muito tempo e, assim, eu fiquei esperando o dia primeiro de abril. Eu nem estava me importando muito porque eu achava que não ia conseguir, já que a taxa de aceitação é muito baixa, e, mesmo que você seja muito qualificado, é muito complicado. Eu estava esperando e, no outro dia, eu iria receber o resultado de outras faculdades: Columbia, Yale, UPenn, e aí eu abri meu e-mail e, quando eu olhei, vi que havia um e-mail de um dos entrevistadores de Stanford e falava assim: Congrats! Eu pensei: como assim? Abri o e-mail e estava escrito: “Ana, fiquei sabendo que você passou, parabéns. Serão os melhores anos da sua vida. ” Como eu não estava sabendo dessa história, pensei: será que o e-mail foi para o meu lixo eletrônico? Então, estava. Para conferir, eu entrei no site e vi a carta. Eu comecei a chorar muito porque eu falei: como assim? Eu passei em Stanford! Chorei muito! De todas as faculdades, essa era a que eu achava que menos tinha chance de

passar e foi muito surreal, porque eu já tinha recebido vários “nãos” de outras faculdades. Eu já tinha ficado em lista de espera e já tinha sido até rejeitada em algumas das faculdades lá fora. Eu já estava conformada com o fato de continuar em uma faculdade aqui no Brasil.IC: Como você escolheu sua faculdade? Foi difícil?A: No começo, quando você faz o processo de application, você tem de fazer uma triagem para quais faculdades você vai decidir se inscrever. Acho que, para mim, essa foi a parte mais difícil, porque eu tinha que considerar quais faculdades davam bolsas ou quais tinham mais a ver comigo. A segunda parte não foi tão difícil assim, porque a que me deu a melhor bolsa dentro das que eu queria foi Stanford. Eu tentei negociar com as outras faculdades, só que eles não quiseram, daí eu pensei: se a faculdade que eu mais quero é a que está me dando a melhor bolsa, então vai ser para esta que eu vou.

IC: Sabendo que você já fez parte da Dante

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Ana Carolina, acompanhada da mãe, é recebida pelo presidente do Colégio Dante Alighieri, dr. José Luiz Farina, e pela coordenadora

do Depto. de Orientação Educacional, profª. Elenice Ziziotti

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em Foco, a oficina de jornalismo do Colégio, você poderia contar uma experiência dessa época?A: Acho que uma das vezes mais legais foi quando eu fiz uma reportagem junto com a minha irmã. Nós fomos ver uma exposição da Elis Regina, no Centro Cultural São Paulo, e eu escrevi uma matéria sobre aquilo. Acho que foi a primeira vez que eu saí para procurar alguma notícia e foi muito legal. O Centro Cultural é um lugar maravilhoso, e a exposição foi muito boa. Foi a primeira vez que eu fiz alguma coisa mais no estilo crítica de arte, e, com certeza, me ajudou muito a querer ir a mais exposições. Foi uma das experiências mais legais que eu tive na Foco.IC: Como a participação no Cientista Aprendiz a ajudou em sua escolha profissional? Você poderia nos contar um pouquinho dessa trajetória na pré-iniciação científica?A: Eu passei muito tempo achando que a profissão certa para mim estava dentro do Direito. Daí entrei no Cientista Aprendiz e desenvolvi uma pesquisa sobre ciclo menstrual e empoderamento feminino. Hoje em dia, pretendo estudar Economia, e aparentemente essas coisas não têm nenhuma conexão. No entanto, o Cientista foi o que me fez perceber que eu queria seguir carreira acadêmica, com pesquisa, dentro das ciências sociais. Quando eu decidi que queria ser pesquisadora, para transformar o mundo com minha produção de conhecimento, me afastei da ideia de estudar Direito, e passei a querer estudar fora, onde há mais oportunidades e investimento.

IC: Você comentou que fazia robótica. Como era participar do GEETec? Conte para nós algumas experiências dessa época.A: O GEETec era intenso, mas eu gostava. A gente trabalhava muito para chegar nos torneios como a FIRST Lego League com nível alto, treinava de final de semana e até bem

tarde. Eu gostava bastante de passar o tempo com a equipe. A gente brigava às vezes, mas era que nem coisa de irmãos: se desentendem, mas depois de um tempo já estão conversando de novo. Eu gostava bastante de acompanhar o trabalho dos membros mais novos de outros times, e às vezes até os mentorava em relação à pesquisa, que era minha área dentro da equipe. Eu cresci sendo a única menina (ou uma das únicas) da robótica, e via muitas amigas saindo por não se enxergarem nesse mundo que ainda é bem masculinizado. Tento incentivar as meninas mais novas há alguns anos e acho que, se hoje tem muito mais menina em níveis altos de competição na escola, uma partezinha é minha culpa. Uma das coisas de que eu mais gostei foi visitar São Luiz do Paraitinga para fazer pesquisa de campo sobre a relevância de nosso aplicativo

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Ana Carolina proferindo palestra no Colégio Dante Alighieri

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e a respeito da conscientização sobre o problema das enchentes. Foi aí que entendi como a tecnologia pode ser aliada direta dos seres humanos, e isso me incentivou a não abandonar as “exatas” no ensino superior.

IC: Durante sua participação no Cientista Aprendiz, você foi a várias feiras de ciências, inclusive internacionais. E, no GEETec, você também participou de torneios nacionais e internacionais. Como essas experiências a ajudaram em sua vida estudantil? Conte um pouquinho dessas etapas de sua vida.A: A primeira viagem de avião que fiz na vida foi para Brasília, para o torneio nacional da FLL, e minha primeira viagem internacional foi para o Canadá, também com o GEETec.

Claramente, tudo isso marcou muito minha vida estudantil. Não vou mentir, eu tinha bem menos tempo para estudar, e as viagens bagunçaram meu acompanhamento nas aulas, mas os professores foram compreensivos e no final eu consegui voltar ao meu ritmo de sempre. Mesmo assim, acho que essas foram algumas das experiências mais importantes da minha vida estudantil, não só porque tive que aprender a lidar com (a falta de) tempo, mas também porque eu aprendi a enxergar além do quarteirão do Dante. Experiências que colocam você em contato com pessoas de realidades diferentes abrem sua mente e o deixam mais afinado com os outros, e acho que quanto mais a gente conhece, mais alto a gente sonha.

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Ana Carolina conversando com os alunos do Colégio Dante Alighieri

A estudante Lorena Dal Collina Sangiuliano, do Colégio Dante Alighieri, em São Paulo, desenvolveu um projeto de pesquisa entre março de 2015 e março de 2016, em parceria com a Faculdade de Medicina da USP, destinado a criar uma forma de identificar antígenos do leite em alimentos e beneficiar pessoas alérgicas a essa substância. Chamado “Identificando antígenos do leite nos alimentos”, o projeto contou com a orientação da professora Carolina Lavini Ramos e a coorientação da professora Sandra Tonidandel e das cientistas Keity Santos e Karine De Amicis.

A alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a alguns antígenos e causa sintomas como coceiras, urticárias, podendo levar ao choque anafilático e, às vezes, até mesmo à morte. De acordo com dados descritos no projeto, há apenas quinze anos pouca importância era dada à alergia, mesmo sendo uma doença em ascensão e que não possui cura. Os casos de alergia vêm aumentando nas últimas décadas, tendo um crescimento de 18% nesses últimos quinze

anos. A alergia alimentar afeta 2,5% da população adulta mundial, e calcula-se que entre 100 e 125 pessoas morram por ano nos Estados Unidos vítimas de uma reação alérgica alimentar. Além disso, 1 em cada 20 lactentes tem alergia ao leite. No Brasil, existem ao redor de 350 mil crianças com alergia ao leite, entre as quais cerca de 70 mil com chance de choque anafilático.

No momento, não existe nenhuma ferramenta disponível que auxilie as pessoas alérgicas a se adaptarem a essa restrição. Com isso, uma das formas de evitar a alergia é pela restrição alimentar. Essa maneira, no entanto, é de difícil adaptação e muitas vezes gera grande estresse, em especial na criança, por impedir que o alérgico coma tudo o que deseja. Além disso, existe a possibilidade de realização de tratamentos chamados de tolerância oral, em que o paciente realiza uma ingestão escalonada do alimento de forma a ficar tolerante e poder, a longo prazo, ingerir altas doses do leite sem desenvolver choque anafilático, por exemplo. No entanto, os resultados ainda são controversos, e não há 100% de eficácia.

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Pesquisadora desenvolve kit que identifica antígenos de leite em alimentos

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Em vista desse cenário, a pesquisadora decidiu criar um kit identificador da presença, nos alimentos, da proteína do leite, a chamada β-lactoglobulina, utilizando aptâmeros adsorvidos a esferas de látex em uma aglutinação visível a olho nu. Esse kit tem como finalidade evitar que o alérgico se exponha ao contato com algum alimento de fonte alergênica e acabe desenvolvendo uma reação por acidente. Outros objetivos mais específicos do estudo consistem no aprimoramento da qualidade de detecção do kit e no aumento da sua velocidade de resposta.Para verificar o funcionamento do kit, foi feito um teste de aglutinação a partir da adição do aptâmero (aquecido a 37º) a certa quantidade de leite puro. Por meio da observação a olho nu, o resultado foi considerado positivo, já que uma pequena massa de aglutinação se formou no fundo da placa teste. Em seguida, foram feitos testes de curva de concentração ótima para aglutinação com leite a fim de definir as quantidades de cada substância que seriam utilizadas no kit final, acrescentando diferentes proporções das diluições do aptâmero (1:4, 1:8 e 1:16) em diluições decrescentes de leite.Os dados obtidos pela pesquisadora foram que o aptâmero na diluição de 1:4 apresentou o pior resultado, visto que a aglutinação levou mais de 15 minutos para se formar. Na concentração 1:16, não foi possível observar nenhuma aglutinação a olho nu. Porém, observou-se que o aptâmero na diluição de 1:8 apresentou o melhor resultado, já que a aglutinação ocorreu em menos de 2 minutos, tanto em leite puro quanto em diluído.

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Leite em pó e recipientes para dissoluções

Diferentes concentrações do leite nos Falcons

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Placa de 24 poços contendo as diluições de leite e reagente “A”

Homogeneização utilizando pipeta

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Dessa forma, Lorena concluiu que será possível desenvolver um kit para a identificação da β-lactoglobulina do leite nos alimentos de forma rápida. Testes ainda precisam ser realizados para comprovar, molecularmente, os resultados visíveis a olho nu. No entanto, a possibilidade de desenvolver esse kit é muito animadora, já que traria enormes benefícios para a sociedade pela redução tanto das

reações de hipersensibilidade como das mortes causadas pela alergia, o que melhora a qualidade de vida da população alérgica. O kit também poderia ser usado na indústria alimentar para a rotulagem de produtos. Como próximos passos do projeto, Lorena pretende testar a eficiência do kit em outros alimentos e estender o teste para outras proteínas.

Sobre a pesquisadoraLorena Dal Collina Sangiuliano sempre

gostou de ciências e buscava ter mais contato com a área. Assim, foi apresentada a profissionais que trabalhavam com problemas alérgicos e se interessou pelo tema. “Percebi que a alergia é muitas vezes ignorada e que não é tratada com seriedade, o que faz com que não exista uma solução para essas doenças e que os alérgicos tenham de jogar com a sorte tentando evitar o contato com aquilo que lhes provoca alergia”, afirmou a pesquisadora. Pesquisando e percebendo essas dificuldades e faltas de soluções, Lorena tentou buscar uma forma de ajudar os alérgicos alimentares em sua restrição, e foi assim que surgiu a ideia do kit identificador de antígenos nos alimentos.

Durante o período de desenvolvimento do projeto, a pesquisadora esbarrou com algumas dificuldades, mas nada a impediu de prosseguir sua pesquisa. Segundo ela, uma das maiores satisfações é poder apresentar seu projeto em feiras de ciências, expondo-o para especialistas na área e obtendo conselhos de profissionais.

No futuro, Lorena pretende estudar Medicina e continuar fazendo pesquisas.

“Gostaria de trabalhar com o sistema cardiovascular ou com o sistema nervoso no meu próximo projeto”, disse.

“Foi maravilhoso realizar o projeto. A pesquisa mudou a minha forma de ver o mundo. Percebi que há muito a ser descoberto e muitas formas de melhorar o planeta”, afirmou a estudante. “Amo pesquisar e descobrir mais sobre a alergia e sobre o sistema imunológico do homem”, completou.

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Lorena Dal Collina Sangiuliano, idealizadora do projeto

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Com o objetivo de encontrar substâncias antimicrobianas e antivirais no extrato de uma espécie de pseudoescorpião para que esse extrato possa ser futuramente utilizado como fármaco, os estudantes Glenda Veit Lauxen e Tailíni Buss, da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, desenvolveram o projeto “Busca por compostos bioativos presentes no extrato ácido do pseudoescorpião Chelifer cancroides II“, sob orientação de Carla Kereski Ruschel e coorientação do dr. Pedro Ismael da Silva Junior.

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Projeto busca encontrar atividade microbiana e antiviral no extrato do pseudoescorpião

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De acordo com o projeto, as doenças infecciosas estão entre as principais causas de morte da população humana, o que se explica pela progressiva seleção natural a favor daqueles microrganismos mais resistentes aos antibióticos já existentes. Na comparação com os agentes antibacterianos, há um número menor de agentes antivirais disponíveis, o que faz com que exista uma grande demanda por novas classes de antivirais, identificada, principalmente, nos esforços para se obter a cura da AIDS.

Os aracnídeos, que vivem há mais de 350 milhões de anos na Terra, despertam atenção dos pesquisadores pelo fato de terem se modificado muito pouco ao longo do tempo, além de estarem presentes em diversos ambientes e de possuírem as mais variadas estratégias de defesa contra microrganismos. Levando em conta essas características, é lícito supor que os pseudoescorpiões, um pequeno grupo dos aracnídeos, representem uma alternativa para a descoberta de novas classes de antibióticos, já que devem ter um

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Pseudoescorpiões utilizados no extrato bruto

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eficiente sistema imunológico que permita sua sobrevivência nos mais distintos ambientes. Assim, para buscar uma forma de desenvolver um antibiótico mais potente e resistente aos microrganismos, o grupo elaborou um projeto cujo objetivo principal era isolar as substâncias presentes no extrato do pseudoescorpião que pudessem apresentar atividade antimicrobiana e antiviral. De forma mais específica, a pesquisa contempla uma longa série de etapas: a coleta e identificação dos pseudoescorpiões, a criação do extrato

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Pesquisadoras no laboratório

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com ácido acético, a separação da fração solúvel do extrato, a purificação do material, a elaboração do antibiograma, a realização do teste citotóxico, a realização do teste antiviral e a caracterização das substâncias bioativas por meio da espectrometria de massas.Para o desenvolvimento do trabalho, os estudantes coletaram 105 pseudoescopiões da espécie Chelifer cancroides e procederam à coleta do extrato pelo uso de ácido acético, realizando, em seguida, a purificação com Sep-Pak C18, a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), bem como os testes antimicrobianos com os microrganismos Micrococcus luteus A270 (Gram-positiva) e Escherichia coli SBS363 (Gram-negativa). Posteriormente, efetuaram a caracterização da fração bioativa, isolada por meio de eletroforese em gel de poliacrilamida e

espectrometria de massa, e, na sequência, conduziram também os testes citotóxicos e antivirais.Segundo os resultados da pesquisa, demonstrou-se a existência de atividade antimicrobiana nas substâncias encontradas no extrato do pseudoescorpião, substâncias das quais se obteve uma fração com 95% de pureza até o estágio atual do projeto. O grupo conseguiu identificar uma nova biomolécula denominada cheliferina, com atividade inibitória ao crescimento das bactérias testadas. Além disso, foram encontrados indícios de que o extrato possui agentes com capacidade antiviral, embora testes complementares ainda precisem ser feitos para comprovar ou não a hipótese. Caso ela se confirme, o extrato poderá ser usado futuramente como um fármaco.

Sobre as pesquisadoras

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Glenda Veit Lauxen e Tailíni Buss se tornaram grandes amigas e decidiram iniciar um projeto na área da microbiologia. “Chegamos à conclusão de que gostaríamos de pesquisar mais sobre bioativos e suas propriedades. Achamos o assunto de extrema importância, pois as doenças infecciosas estão entre as principais causas de morte da população humana”, afirmou Tailíni.

De acordo com Tailíni, o projeto enfrentou diversas dificuldades, como onde encontrar a espécie de pseudoescorpião, mas, apesar disso, tiveram também pontos muito gratificantes. “Poder trabalhar e realizar análises em um laboratório de última geração foi um privilégio”, disse Tailíni. “No entanto, salientamos que o melhor foi ter conseguido caracterizar uma molécula que ainda não havia sido ‘descoberta’ e poder nomeá-la e aprofundar os conhecimentos frente à sua bioatividade”, completou.

No momento, Tailíni está cursando Engenharia Química na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Glenda está trabalhando na área de química como técnica e pretende iniciar uma graduação em

Tailíni Buss e Glenda Veit Lauxen, idealizadoras do projeto

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Engenharia. “Também pretendemos continuar avaliando e aprofundando os conhecimentos sobre a molécula que caracterizamos em nosso projeto, para que, um dia, venha a se tornar um novo medicamento”, disse Tailíni.

Projeto busca criar solução para otimizar a produção de orquídeas

Os alunos Gabriel Bassoto de Abreu e Sophia Lopes Ribeiro Fiorotto, do Colégio Dante Alighieri, em São Paulo, elaboraram um projeto – sob orientação de Fernando Campos de Domenico, Ph.D, e coorientação de Sandra Maria Rudella Tonidantel, Ph.D – que visa desenvolver um método para reduzir as mortes das plantas da família Orchidaceae (orquídeas), que, durante a fase de aclimatação, sofrem inúmeras perdas resultantes da diminuição de nutrientes disponíveis. Chamado “Menos nutrientes, mais vida?”, o projeto busca criar uma solução que aumente o sucesso dessas plantas na fase de aclimatação – momento em que o organismo se adapta a uma mudança de clima e temperatura – e, assim, possibilite uma maior produção delas a um custo menor, o que favorecerá seu uso não apenas como item ornamental ou como substrato farmacológico, mas como elemento para aumentar a diversidade botânica de um espaço físico eventualmente explorado e devastado pelo homem.

Com mais de 25 mil espécies, uma alta variedade de formas, cores, tamanhos, cheiros e hábitos, as orquídeas têm um papel muito importante na reconstrução de zonas exploradas, justamente pela alta capacidade de produzir sementes. No entanto, são difíceis de cultivar pelo fato de seu crescimento ser lento e por suas sementes não serem ricas em reservas de nutrientes, se comparadas às de outras famílias. Para resolver esse problema, podem ser utilizadas práticas de biotecnologia para a geração in vitro de grandes quantidades de orquídeas. A questão, porém, é saber quando essas plantas devem ser removidas do meio in vitro para o meio ex vitro (aclimatação), visto ser esse justamente o momento mais delicado de seu crescimento, ou seja, quando ocorre uma grande taxa de mortalidade.Com isso em mente, e decididos a elaborar um método que diminuísse a taxa de mortalidade na transição in vitro para ex vitro,

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os pesquisadores estabeleceram um objetivo central: desenvolver uma solução para reduzir as perdas das orquídeas, aumentando seu sucesso na fase de aclimatação e reduzindo o custo de produção dessas plantas.Para isso, deram andamento a um trabalho configurado como pesquisa experimental, consistindo essencialmente em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis capazes de influenciá-lo e definir as formar de controle e de observação dos efeitos de cada variável sobre o objeto. Para o objeto de estudo, utilizaram indivíduos da espécie Catasetum fimbriatum, observando os efeitos da variação da quantidade de nutrientes em seu meio de cultura quando cultivadas in vitro.Para tanto, foram desenvolvidos quatro recipientes como meios de cultura, sendo eles: grupo controle, que possui X (100%) da concentração nutritiva, e outros três grupos produzidos a partir da diluição daquele, possuindo cada qual, respectivamente, 1/8, 1/16 e 1/32 da concentração de X. Em seguida, cada recipiente recebeu plantas que estavam

em desenvolvimento havia três meses e que passaram por uma coleta de dados inicial, na qual foram considerados aspectos quantitativos foliares, radiculares e de pseudobulbos, além de seus comprimentos, volumes e massa. Em seguida, para uma segunda coleta de dados, todas as plantas foram dispostas em uma placa de Petri acima de uma régua e fotografadas. Com isso, o grupo fez uma análise das variáveis descritas acima para avaliar as diferenças entre as plantas colocadas em cada recipiente em relação ao grupo controle. A análise dos dados foi feita utilizando-se a estatística ANOVA. Foram comparadas aí as seguintes relações: comprimento médio das folhas, comprimento médio das raízes, relação entre comprimento total das folhas dividido pelo comprimento total das raízes, comparação da massa fresca da parte aérea (folhas e pseudobulbo) , comparação da massa fresca das raízes, comparação da massa fresca total (folhas, pseudobuldo e raiz), comparação da relação da massa fresca aérea dividida pela

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Com o auxílio de uma régua, o grupo fez uma análise quantitativa de folhas, raízes e pseudobuldos

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massa fresca da raiz, comparação dos volumes finais dos pseudobulbos, comparação da variação do comprimento das folhas e comparação da variação do comprimento das raízes.Realizada toda essa análise, o grupo observou que apenas a variação do comprimento das folhas e das raízes se mostrou significante, em especial nos grupos 1/16 e 1/32, o que significa que houve um menor crescimento dessas estruturas nos indivíduos desses grupos.

Aparelhagem utilizada como meios de cultura

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Sendo assim, o grupo inferiu que, uma vez que houve um crescimento significativamente menor de folhas e raízes nos grupos 1/16 e 1/32, tais diluições causaram um estresse nutricional nos indivíduos desses grupos, mostrando um estímulo adaptativo a essas condições com menos nutrientes, mas no sentido oposto ao da hipótese, já que as plantas aparentemente não investiram no desenvolvimento dessas estruturas. Além disso, as plantas do grupo 1/8 apresentaram o mesmo crescimento estatístico que o do grupo controle quando analisadas as folhas e raízes. Portanto, o grupo concluiu que é possível que um produtor utilize o meio diluído em oito partes e ainda obtenha os mesmos resultados, implicando um menor custo de produção.

Sobre os pesquisadores

Gabriel Bassoto de Abreu e Sophia Lopes Ribeiro Fiorotto se conheceram no 1º ano do Ensino Médio, iniciando-se aí uma amizade e convivência certeira desde o começo. Quando lhes foi oferecida a possibilidade de ingresso no Cientista Aprendiz – programa de pesquisa científica do Colégio Dante Alighieri – os dois estudantes demonstraram interesse na área de biotecnologia e passaram a frequentar um curso sobre o tema. “Inicialmente, nós dois tínhamos interesse em estudos na área da saúde, o que desencadeou um constante entusiasmo pela biologia. Dessa maneira, a proposta de poder trabalhar com métodos da biotecnologia, como a clonagem in vitro, foi atraente desde o começo”, afirmou Gabriel.

De acordo com o pesquisador, o aprendizado desse assunto exigiu muito empenho e dedicação, visto que se trata de um tema distante do dia a dia de um aluno do Ensino Médio. “As inúmeras tardes que passamos no laboratório de biologia/biotecnologia do Dante eram cansativas, mas nem se compara ao tamanho da recompensa pelo reconhecimento das evidências do nosso projeto”, disse Gabriel. “Todas as dificuldades e trabalho passaram como um filme em nossas mentes sempre que vemos nosso projeto sendo reconhecido, seja por convite da revista InCiência ou pela participação em feiras como a Mostratec (Brasil) e a Genius Olympiada (Estados Unidos)”, completou.

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Para o futuro, Sophia deseja fazer licenciatura em Matemática. “Nosso projeto foi um grande aliado na construção desse pensamento. Poder trabalhar com a análise estatística de dados reais, além de interpretação de gráfico, me ajudou a descobrir meu grande apreço e paixão pela matemática”, contou Sophia. Para Gabriel, o caminho é se tornar um médico. “Durante o desenvolvimento de nosso projeto, minha intenção de fazer Medicina só alcançou níveis mais sólidos. Lidar com seres vivos, representa, para mim, um desejo crescente de construir meu futuro ao redor da otimização daqueles que estão junto a mim no mundo”, afirmou o pesquisador.

Gabriel Bassoto de Abreu e Sophia Lopes Ribeiro Fiorotto, idealizadores do projeto

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Projeto cria madeira ecológica com material reciclável e pinha

Estudante do Instituto Senai de Inovação em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Cássio Freitas, sob orientação do professor William Roger Carvalho, desenvolveu um projeto com o objetivo de criar uma madeira ecológica que, obtida de materiais recicláveis, trouxesse contribuições para o meio ambiente e cuja produção fosse de baixo custo.Chamado “Madeira ecológica com reutilização de polietileno reciclável e pinha”, o trabalho focou no desenvolvimento de uma madeira ecológica por meio da fusão da serragem da pinha com resíduos sólidos de polietileno recicláveis. Segundo o pesquisador, o produto não apenas traz benefícios para o meio ambiente, como acaba favorecido pela possível produção em grande escala e com baixo custo.

De acordo com o projeto, o mercado mundial de madeira plástica está em crescimento. Tal demanda é motivada pelas vantagens – entre as quais a de durabilidade e a de resistência – que esse tipo de material possui, apesar do elevado custo de sua produção. Além disso, a inadequação no descarte de materiais plásticos (polietileno) e os danos para o meio ambiente daí decorrentes também serviram de motivação para a elaboração do projeto.

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Na pesquisa de Cássio, para a composição da maneira ecológica, a pinha e o polietileno passaram inicialmente por um processo de granulação. Em seguida, por meio de uma prensa hidráulica a que se aplicou temperatura de 170 °C, foram feitas, a partir dos materiais triturados, as chamadas “bolachas” – nome dado ao produto obtido pelo processo de moldagem. Cada bolacha foi produzida com um teor diferente de porcentagem dos componentes, a fim de se verificar sua adequação a normas técnicas específicas. Dessa forma, as bolachas resultantes do processo de moldagem foram submetidas a um ensaio de impacto e outro de tração, para avaliar como cada uma delas se comportava. Os resultados de ambos os ensaios mostraram que o corpo de prova com teores de 60% de polietileno reciclável e 40% de serragem de pinha foi o que apresentou melhor desempenho – muito embora, no geral, a madeira ecológica não tenha se saído tão bem no ensaio de impacto.

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Polietileno reciclável e serragem de pinha

Molde utilizado para a preparação da bolacha

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Um terceiro ensaio realizado com um microscópio eletrônico de varredura comprovou, enfim, que a madeira ecológica apresenta uma ótima aglomeração do polietileno com a serragem de pinha, fazendo com que a madeira exiba vantagens como dureza e resistência. Percebeu-se, também, que não é necessário o uso de nenhum tipo de resina aglomerante para a finalização do material, pois os componentes aglomerados já apresentam uma boa visibilidade.

Máquina utilizada para o ensaio de tração

Máquina utilizada para o ensaio de impacto

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Por fim, de acordo com Cássio, foi alcançado seu propósito de desenvolver uma madeira ecológica com as mesmas aplicações da maneira natural, possuindo, no mais, inúmeras vantagens, como a excelente resistência física, a dispensa de manutenção, a imunidade a pragas, entre outras. A previsão do estudante é que o trabalho terá continuidade com o início da negociação comercial do produto, cujo atrativo também estaria assegurado pela produção a baixo custo e em grande escala.