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O Canto do Uirapuru LÁZARO SANTOS Personagens: Pingo Luizinho Curupira Saci Indio Romãozinho Mãe D’ouro Caipora Iara Uirapuru

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O Canto do Uirapuru

LÁZARO SANTOS

Personagens:

Pingo

Luizinho

Curupira

Saci

Indio

Romãozinho

Mãe D’ouro

Caipora

Iara

Uirapuru

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1ª cena

(Cortinas ainda fechadas, entram Luizinho e Pingo)

Pingo – Tô cansado dessa brincadeira Luizinho, você só quer

mandar.

Luizinho – Mas seu mestre mandou é assim, eu mando voce

fazer e se você não consegue fazer eu ganho e continuo

mandando.

Pingo – Assim não é justo! Você pede coisas muito dificeis.

Luizinho – Dificil nada, você é que não sabe fazer!

Pingo – Aé. Então vai você enxugar gelo, tirar a poeira da água,

achar um careca com o cabelo pintado...

Luizinho – Não venha não viu Pingo, pra você tudo é impossivel.

(Os dois sentam no chão e se encostam um no outro, olhando

para o céu)

Luizinho – (suspira) Sabe Pingo, as vezes eu tenho vontade de

sair pelo mundo, conhecer outros lugares, outras pessoas.

Pingo – Só que o mundo é muito perigoso. Não dá pra sair por aí,

sem rumo.

(Os dois dão um suspiro. Derrepente os dois ouvem um canto

muito bonito)

Luizinho – Que canto bonito. Que pássaro será esse?

Pingo – (levanta-se todo otimista) Hoje é o nosso dia de sorte. É

o canto do Uirapuru, um pássaro sagrado.

Luizinho – Uirapuru?

Pingo – É. Diz a lenda que a muito tempo, em uma tribo na

amazonia, um jovem guerreiro apaixonou-se pela esposa do

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grande cacique. Por tratar-se de um amor proibido ele não podia

se aproximar dela. Sendo assim, ele pediu ao deus Tupã que o

transformasse em um pássaro vermelho, com um lindo canto.

Todas as noites o Uirapuru cantava para a sua amada, na

intenção de que ela descubrisse que ele era o jovem guerreiro.

Dizem que ele é mágico e quem o encontra pode ter um desejo

especial realizado.

Luizinho – Que besteira pingo, você ainda acredita nisso?

Pingo – Lógico. Você sabia que foi o canto do uirapuru que

salvou essa floresta a muito tempo atrás.

Luizinho – Não. Que história é essa pingo?

Pingo – Presta atenção então. Minha vó me contou essa história.

Espera um pouquinho que eu vou aqui em casa e já volto. (sai

correndo)

Luizinho – Puxa! Que história será essa? Será que é verdade

mesmo ou o Pingo só está querendo me deixar impressionado.

Sei não, acho que esse pássaro não tem poder nenhum. Aí vem

o pingo, vamos ver o que ele tem pra me contar.

(Pingo entra com um livro muito diferente)

Pingo – Pronto Luizinho. Ta tudo escrito nesse livro que minha

vó me deu. Ela disse que foi o meu avô que achou em lugar no

meio da floresta. Meu avô jurava de pés juntos a qualquer um

que esse livro pertence ao Curupira.

Luizinho – É, ele tem jeito de ser um livro bem antigo mesmo.

Pode ser que ele tenha sido do Curupira, mas em todo caso eu

quero ouvir a história. Lê aí pra mim, que eu vou usar a minha

imaginação!

Pingo – Ta bom. Há muito tempo atrás, ocorreu um grande

incêndio na floresta e a Árvore da Vida, a Árvore Mãe da

Floresta acabou morrendo...

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Luizinho – Árvore da Vida?

Pingo – É Luizinho. A Árvore da Vida protegia todos na floresta e

mantia o equilibrio da natureza.

Luizinho – Nossa. Continua, continua!

Pingo – Com a morte dela, catastrofes continuaram a acontecer

na floresta, como queimadas constantes, muita poluição,

ameaça de extinção de alguns animais, desmatamentos e

muitos outros problemas. Os animais e criaturas da floresta,

cansados de tanta coisa ruim, resolveram que iam dar um jeito

naquela situação. E escolheram o Curupira para tentar

descobrir um jeito de melhorar a situação... (Vai saindo com

Luizinho)

2ª Cena

(Abrem-se as cortinas, o cenário é uma floresta com uma parte

desmatada e uma parte conservada. Entram o Saci e o Curupira)

Curupira – Bem Saci, eu te chamei aqui pra você me ajudar. O

pessoal da floresta me escolheram para uma missão muito

importante.

Saci – Que missão?

Curupira – Descobrir um jeito de salvar a floresta.

Saci – (rindo) Você é cheio de piadas! Só você pra me fazer rir

uma hora dessas, eu com fome... (Saci vê a cara de sério do

Curupira e fica sério também) Tá certo. O que está

acontecendo com a floresta?

Curupira – Eu não sei Saci! Mas é fácil notar que o clima na

floresta realmente mudou.

Saci – É verdade. A floresta ficou mais quente, não choveu

mais, o ar ficou mais pesado e as flores e plantas estão

murchando. Até no bambual o clima mudou!

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Curupira – Elementar meu caro amigo Saci. E tudo isso

aconteceu por culpa dos seres humanos.

Saci – Culpa dos seres humanos? Não entendi.

Curupira – É porque Saci, eles vivem desmatando, poluindo e

fazendo queimadas nas florestas. Além de jogar lixo nos rios!

Saci – Isso é uma catastrofe!

Curupira – E das grandes.

Saci – Tem que ser tomada uma providência. E logo!

Curupira – Se cada uma fizer a sua parte, talvez possamos

salvar ainda o nosso planeta.

Saci – Já a nossa floresta...

Curupira – Só um milagre a salvará da destruição!

Saci – Que pena! Milagres não acontecem todos os dias!

Curupira – Se eu fosse um mágico, eu faria com que tudo

voltasse a ser como era antes.

Saci – É verdade, só uma mágica para salvar essa floresta.

Curupira – Saci, você conhece tanta gente. Por acaso você não

conhece nenhum mágico?

Saci – Não! Isso aqui é uma floresta, não tem mágico por aqui

não. Só índio.

Curupira – Tem razão, mas será que não existe um índio saiba

fazer mágica?

Saci – Ei, agora que você falou, eu conheço um índio velho

muito sábio. Talvez ela possa nos dar algumas respostas sobre

todo esse caos.

Curupira – É, talvez você tenha razão!

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Saci – Esse índio sabe de todos os mistérios da floresta,

concerteza deve saber de alguma coisa que possa nos ajudar.

Curupira – Concordo com você Saci!

Saci – Então não vamos perder tempo.

Curupira – Vamos!

(O saci e o Curupira saem. Entram Luizinho e Pingo)

3ª Cena

Luizinho – E então? O índio disse a eles como salvar a floresta?

E eles salvaram?

Pingo – Calma Luizinho!

Luizinho – Eu quero saber.

Pingo – Mas história ainda não chegou ao fim.

Luizinho – Me conta logo o final, Pingo!

Pingo – Toda história tem o seu inicio, meio e fim. É essa ordem

que dá a magia as histórias. Se lhe contar o final da história

agora, ela vai perder toda a graça.

Luizinho – Ta bom, eu espero. Mas conta logo que estou muito

curioso.

Pingo – Bem, eu dizia que eles foram a procura do indio sábio...

Luizinho – Isso mesmo.

Pingo – (saindo com Luizinho) Eles então encontraram o velho...

(O indio entra em cena com uma sacola de minhocas, uma vara

de pesca e uma lança, ele prentende ir pescar. Logo após

entram o saci e o Curupira)

Curupira – Olha ele ali! Ei, mas aquele eu conheço. É o meu

amigo Arué!

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Saci – Vamos logo falar com ele, não podemos perder tempo.

Curupira – Certo. Aruê meu amigo do peito, como você vai?

Indio – Curupira? Que surpresa! Vou muito bem, obrigado. E

você como está velho amigo?

Curupira – Não tão bem como gostaria. Este aqui é o meu amigo

Saci...

Saci – Nós já nos conhecemos...

Indio – É um negrinho danado, só vive aprontando. Andou

fazendo das dele por aqui, mas eu dei um jeito nele. Esse é uma

peste!

Saci – Obrigado pelo reconhecimento, Arué. Fico muito feliz!

Curupira – Arué, nós estamos aqui para falar de um assunto

muito sério.

Indio – Já imagino o que seja.

Saci – A nossa floresta está sendo destruída.

Curupira – É. As plantas estão morrendo, alguns animais

desaparecendo, os rios secando. Porque está acontecendo isso

Arué?

Indio – Tudo isso está acontecendo por causa de um desastre.

Curupira – Desastre?

Saci – Nos ajude. Conte-nos que desastre foi esse.

Indio – Bem, algumas semanas atrás ocorreu um incêndio na

floresta. E nesse incêndio que logo foi controlado por alguns

índios, aconteceu uma catastrofe.

Curupira – O que aconteceu Arué?

Indio – Nesse incêndio o fogo se alastrou de um jeito que

chegou até a Árvore da Vida e assim a destruiu.

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Saci – A Árvore da Vida está morta? Não é possivel.

Indio – A Árvore da Vida é quem mantém o equilibrio da

natureza, com a morte dela a nossa floresta ficou muito

vulnerável a todo e qualquer inimigo.

Curupira – Com a morte dela não podemos fazer mais nada. A

nossa floresta não tem mais salvação.

Saci – Odeio ter que concordar com você, mas só ela poderia

resolver esse problema.

Curupira – (Triste) Agora é tarde demais.

Indio – Calma, não desistam agora!

Saci – Como não. Se a Árvore era a única que poderia resolver

tudo isso, o que nós podemos fazer agora que ela está morta.

Indio – Temos uma chance ainda.

Curupira – Como?

Saci – Só alguém com poderes mágicos poderia nos salvar.

Curupira – Ou só se a Árvore da Vida ressucitasse.

Indio – Eu conheço um jeito de trazer ela de volta a vida.

Curupira – Sabe mesmo?

Indio – Sei sim.

Saci – Por favor, nos conte Arué.

Indio – Bem, vocês já devem ter ouvido falar do Uirapuru. E

devem conhecer a história dele.

Saci – Claro que conheço a história dele, o uirapuru era um

guerreiro que se apaixonou pela esposa do grande cacique,

como era um amor impossivel ele não podia chegar perto dela.

Sendo assim ele pediu a Tupã que o transformasse em pássaro,

com um lindo canto...

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Curupira – Essa história todo mundo da floresta sabe.

Indio – É verdade, a história todo mundo sabe. O que vocês não

sabem, é que quem vê ele cantando tem direito a um desejo

mágico!

Saci e Curupira – Um desejo? Como?

Indio – O Canto do Uirapuru é mágico e quem vê o pássaro

vermelho cantar, é digno de um desejo!

Curupira – Um desejo mágico?

Indio – E pode pedir o que quiser, ele realiza qualquer desejo.

Saci – E como nós fazemos para encontrar o pássaro?

Indio – Infelizmente eu não sei.

Curupira – Por um momento eu pensei que estavamos salvos.

Saci – É como diz o ditado, Alegria de pobre vai e vem... Não...

Alegria dura pouco quando é de pobre... Não, não digo... Mas

vale a alegria de um rico do que a de um pobre... Não... Ah,

vocês sabem o que eu quero dizer.

Indio – Mas eu conheço alguém que sabe onde o Uirapuru vive.

Saci e Curupira – Quem?

Indio – O Romãozinho!

Saci – Mas aquilo é uma peste, conheço aquela peça!

Curupira – E onde vive o Romãozinho?

Indio – O negrinho mora no lugar mais sombrio da floresta. Vão

até ele que concerteza ele poderá ajudar vocês.

Saci – Muito obrigado Arué, eu sei onde encontrar o

Romãozinho, somos amigos de infância.

Curupira – Muito obrigado amigo.

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Indio – Sempre que precisarem, estarei aqui amigos.

Saci – Até mais ver, Arué! (Antes de sair o Saci pega escondido

a sacola de arué)

Indio – Até, boa sorte. E lembrem-se, o destino da floresta e de

todos que vivem nela estão em suas mãos. Sejam sábios.

Curupira – Seremos Arué, obrigado. (sai com o saci)

Indio – (procurando a sacola de minhocas) Cadê minha sacola

de minhocas? Onde será que eu coloquei? Ela estava bem

aqui... Aquele salafraio... Saciiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... desgramado, eu te

pego. Agora tenho que pegar mais minhocas. Tô ficando

velho.(Pega a lança, a vara e sai)

4ª Cena

(Saci e o Curupira entram com medo. O Romãozinho está

escondido no cenário e observa os dois, ele tem nas mãos uma

rede de armadilha e joga ela em cima do Curupira e do Saci, que

ficam presos na armadilha)

Saci – Ai, ai, ai, ai, socorro!

Curupira – (bravo) Quem será que fez isso!

Romão – (cantarolando) Se deram mal, se deram mal, se deram

mal! (pega a carapuça do Saci) Ninguém pode se meter com o

Romãozinho! O Romãozinho é demais!

Curupira – Para com isso moleque, tira a gente daqui!

Saci – Devolve a minha carapuça!

Romão – Pensavam que podiam vir aqui e aprontar com o

romãozinho? Não mesmo.

Saci – Para com isso Romãozinho. Sou eu, o Saci.

Romão – É mentira!

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Saci – Sou eu sim. Ai, ai, ai. O que eu faço pra você acreditar em

mim.

Curupi ra – Não adianta Saci, a gente tem arrumar um jeito de

sair daqui e dar uma lição nesse moleque.

Saci – Calma Curupira!

Romão – Deixa eu pensar num castigo legal pra vocês. Quero

dizer, vai ser legal pra mim, só não sei se vai ser legal pra

vocês... (pensa)

Curupira – Estamos perdidos Saci!

Romão – Já sei. Acho que vou jogar vocês no rio cheinho de

Jacarés, ou melhor, jogar vocês no formigueiro da formigas

carnivoras. (ri)

Saci – Romãozinho! Sou eu, o Saci, seu amigo de infância!

Romão – Não é nada.

Saci – Sou sim. Eu sei onde você escondeu o espelho da Iara!

Romão – (sério) Sabe nada.

Saci – Claro que sei, eu te ajudei a esconder.

Romão – Só o meu amigo Saci sabe realmente onde eu escondi

o pente. Então me diga, aqui no meu ouvido.

Saci – Mas se você não nos soltar eu conto pra todo mundo,

ouviu?

Romão – Combinado.

Saci – (cochicha no ouvido do Romãozinho) E agora acredita em

mim?

Romão – Saci, amigão! (solta o saci ei curupira) Quanto tempo!

Saci – É. Quanto tempo.

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Romão – Olha aqui a sua carapuça Saci. Esperem um pouquinho

que eu vou guardar a minha rede. (sai)

Curupira – Saci, só por curiosidade. Onde foi que o romãozinho

escondeu o espelho da Iara?

Saci – Você nem queira saber.

Romãozinho – (entra correndo) A que devo a honra dessa visita,

quem é esse seu amigo verde aí? Ele por acaso está doente?

Saci – Esse é o Curupira.

Romãozinho – Ah, o protetor da floresta. Muito prazer.

Curupira – (para o saci) Como ele mudou, será que é ele mesmo?

Saci – Vou logo direto ao assunto. A razão de nós estarmos aqui

é que precisamos da sua ajuda.

Romão – Da minha ajuda?

Curupira – A floresta anda tendo muitos problemas, tudo isso

porque a árvore da vida, a árvore mãe, foi destruída em um

incêndio. Com a morte dela, o desiquilibrio ambiental aqui na

floresta está indo de mal a pior. Nós fomos pedir ajuda a Aruê, o

sabio indio velho. E ele disse que só canto do Uirapuru pode

salvar a floresta.

Romão – E o que eu tenho a ver com isso? Não fui eu que

coloquei fogo na floresta.

Saci – Mas só você sabe onde encontrar o pássaro, romãozinho.

Nos ajude.

Romão – Me desculpe Saci. Mas você sabe que não faço nada de

graça pra ninguém!

Curupira – (vai pra cima do romãozinho) Ora seu... Deixa Saci,

agora ele vai falar por bem ou por mal. Vou dar uns cascudos

nele, então ele fala.

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Saci – (segura o curupira) Calma Curupira! O que você quer em

troca Romãozinho?

Romão – Bem, vocês conhecem a Mãe D’ouro?

Curupira – Claro!

Romão – Ela possui um pote cheinho de ouro. Tragam-no para

mim e eu direi onde encontrar o bendito pássaro.

Curupira – E como vamos saber se está falando a verdade?

Romãozinho – Eu dou a minha palavra. Apenas confiem em mim!

(ri )

Saci – Está bem Romãozinho.

Curupira – Ah não Saci , você confiar nesse trapaceiro?

Romãozinho – Eu ouvi isso viu!

Curupira – (a parte com o saci) Como saberemos se ele não está

querendo pregar uma peça em nós.

Saci – Eu odeio ter que dizer isso. Mas ele é a nossa única

esperança. Temos que confiar.

Curupira – Está certo Saci. Mas se isso for uma pegadinha dele.

Vai ser a última!

Saci – Deixa comigo Curupira, você não está esquecendo que eu

sou o rei das travessuras. Se ele estiver mentindo vai se ver

comigo. (para o Romãozinho) Nós aceitamos Romãozinho. Até

mais tarde então.

Romãozinho – Até!

Curupira – Que roubada nós nos metemos Saci!

( Saem o Saci e o Curupira, enquanto isso o Romãozinho fica

rindo dos dois)

5ª Cena

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(A cena ainda é sombria, luz baixa, entram o Saci e o Curupira)

Curupira – Ai, ai, ai, Saci! Não deviamos ter vindo aqui. É muito

arriscado.

Saci – Mas esse é o único de salvarmos a floresta.

Curupira – A essas horas o Romãozinho deve estar rindo da

nossa cara.

Saci – Não sei porque tanto medo da Mãe D’ouro.

Curupira – Você não conhece a história dela?

Saci – Deixa eu ver!(puxa uma lista da sua carapuça e começa a

procurar) Mãe D’ouro, Mãe D’ouro... Deixe me ver... Não,

conheço não.

Curupira – Então eu te conto. A Mãe D’ouro é um espirito que

tem duas formas distintas, ela pode ter a forma de uma bola de

fogo e também a forma de uma linda mulher que tem um vestido

branco de seda que reflete a luz do sol. Reza a lenda que um dia

um mineiro foi atrás de uma mina perdida, mas como não

encontrava a mina, ele chamou a Mãe D’ouro. Ela ajudou o

mineiro a encontrar a mina, mas ela disse que ele deveria

entregar um pote cheinho de ouro, assim ele estaria pagando

pela ajuda da Mãe D’ouro. Ele tentou fugir com todo o ouro,

tentou enganar Mãe D’ouro.

Saci – E o que aconteceu?

Curupira – Ela perseguiu ele até a casa dele. Chegando lá ela se

transformou em um bola de fogo brilhante, o homem quando viu

ela se transformou em uma estatua de ouro. Ela pegou o pote de

ouro dela. E levou o resto do ouro e a estatua do homem de

volta para mina perdida. Dizem algumas histórias que ela

transformava os mineiros que tentavam enganá-la em moedas

de ouro.

Saci – Será que ela vai nos dar o Pote de ouro?

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Curupira – Acho muito dificil. Bem, esse é o lugar. Agora só

preciso dizer as palavras que chamam a Mãe D’ouro. Lá vai:

Pequeno Raio de Sol, Bola de Fogo Guia, Vestida de Seda

Branca, É Brilho Que Nunca Se Esquece, Protetora das Minas

Perdidas, Mãe D’ouro Aparece!

(De repente um vento muito forte, escuridão total. Uma pequena

luz no palco, enfim tudo é luz)

Mãe – Quem me invoca?

Curupira – Eu, o Curupira, protetor da floresta e dos animais.

Saci – E eu, o Saci, protetor de... de... de... Eu sou o Saci!

Mãe – O que fazem aqui?

Saci – Precisamos da sua ajuda.

Mãe – Da minha ajuda? Por esses lados não tem nenhuma mina

perdida!

Curupira – Nós não viemos atrás de mina perdida!

Mãe – Não? E pra quê danado vocês me chamaram?

Saci – Nos desculpe lhe importunar senhora...

Mãe – Senhora? Eu? Senhora? Por acaso eu sou alguma velha?

Saci – Eu não, certo que tem algumas rugas aí...

Curupira – Cala a boca Saci! De modo algum a senhorita é uma

velha, foi só um modo respeitoso de lhe tratar, pelo contrário, a

senhorita é muito bonita. Mas nós estamos aqui por outro

motivo.

Mãe – Fale logo que eu estou com pressa, tenho muita coisa

para fazer.

Saci – Nós precisamos do seu pote de ouro!

Mãe – Como é? Meu pote de ouro?

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Curupira - É isso mesmo Mãe D’ouro! Não sei se você tem

notado, mas a floresta vive um momento critico.

Mãe – Momento critico?

Curupira – É isso mesmo. Tudo porque a Árvore da Vida foi

destruída.

Mãe – Então a Árvore foi destruída. Por isso que eu vinha

notando todo mundo diferente por esses lados. Mas o que o meu

pote de ouro tem haver com isso?

Saci – Acontece que só tem um jeito de salvar a floresta.

Mãe – E você poderia me dizer qual.

Curupira – Esta bém! Eu vou lhe contar desde o ínicio.

(Musica. O saci e o Curupira começam a contar para a Mãe

D’ouro toda a história)

Mãe – Sendo assim eu vou entregar meu pote de ouro a vocês!

Saci – E então, será que não daria pra você entregar ele agora, é

que nós estamos com um pouquinho de pressa.

Mãe – Epa! Não é assim tão fácil. Para conseguirem o meu pote

de ouro, vocês terão que acertar as minhas advinhações!

Saci – Mas não temos tempo.

Mãe – (debochando) Eu não posso fazer nada.

Curupira – Está certo. Nós aceitamos o desafio!

Saci – Você está doido? Vamos pegar esse pote a força!

Curupira – Você quer que ela nos transforme em moedas de

ouro! Nós aceitamos o desafio.

Mãe – Bem, então vamos para a minha primeira adivinhação. O

que é, o que é. Quem faz, não quer. Quem precisa, não vê. E

quem vê, não precisa. O que é?

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(O saci e o curupira, fazem algum tipo de ritual engraçado,

como se pedisse ajuda a algum espirito da floresta)

Saci – Nós já sabemos a resposta!

Mãe – Então me falem.

Saci – É o caixão! Quem vê o caixão não quer usá-lo. Quem

precisa dele está morto, por tanto não o vê. E quem o vê é

porque está vivo, e então não precisa.

Mãe – Muito bem, muito bem. Vamos ver se acertam a minha

segunda adivinhação. O que é, o que é.Quando estão de pé, eles

estão deitados. E quando estamos deitados eles estão de pé. O

que é?

( Os dois se sentam e repetem o ritual)

Curupira – Essa foi até fácil. São os pés!

Mãe – Perfeito! Agora só falta uma. Se acertarem poderão levar

o meu pote de ouro. Se não, podem dizer adeus. Bem, o que é, o

que é, que está no meio da rua?

Saci – (Para o Curupira) Essa é fácil, são as pedras.

Curupira – Não é nada disso Saci! Essa eu sei a resposta! E a

letra “U”.

Mãe – (eufórica) Você estão certos! Vocês realmente são dignos

de salvar a floresta, podem levar o pote de ouro.

Curupira – Muito obrigado Mãe D’ouro!

Saci – Estamos agradecidos!

Mãe – Agora vão logo, a vida da floresta depende de vocês! Vão!

Curupira – Até mais ver.

Saci – Temos que correr, Curupira.

(Os dois saem de cena correndo)

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6ª Cena

(Entram pingo e Luizinho

Pingo – Então eles foram até o Romãozinho e deram o pote de

ouro a ele. O Romãozinho disse então, que o pássaro se

encontrava no lugar onde a Iara descansa fora d’água.

Mas que ele não sabia onde ficava.

Luizinho – E agora? Se o Romãozinho não sabe, está tudo

perdido.

Pingo – O Romãozinho não sabia onde ficava, mas ele conhecia

alguém que sabia.

Luizinho – Quem?

Pingo – A Caipora!

(Os dois vão saindo, entram Saci e Curupira )

Curupira – Eu sabia que nós só iamos perder tempo com aquele

trapaceiro.

Saci – Para de reclamar Curupira, se não fosse por ele nossas

esperanças já tinham acabado.

Curupira – Pra onde nós vamos agora?

Saci – Calma, eu já vinha aqui outras vezes.

(A Caipora, entra de mansinho, escondida e dá um susto nos

dois)

Caipora – (Gritando) Caiporaaaaaaaaaaaaaaa!

Saci e Curupira – (gritando e pulando) AAAAAAAAAAAAAAAAA!

Caipora – (Rindo dos dois) Você são dois patetas mesmo.

Saci – Você nos assustou.

Caipora – Bem que o Romãozinho disse que vocês eram dois

bobões!

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Curupira – Você sabia que nós iamos vir?

Caipora – O Romãozinho me mandou o recado.

Saci – Então você já sabe...

Caipora – Já, já, já sei! Agora temos que ter cuidado com Iara.

Saci – Por que? Ouvi dizer que ela tão dócil.

Caipora – Ela é, mas quando alguém se aproxima do Uirapuru

ela fica uma fera.

Curupira – O que acontece?

Caipora – Ela começa a cantar, e quem houve o canto acaba

hipnotizado. Uma vez sob o controle da Iara, ela leva suas

vitimas para o fundo das águas.

Curupira – Porque ela protege o Uirapuru?

Caipora – Dizem por aí, que homens estavam caçando o

Uirapuru por causa do canto dele. Um dia a Iara ouviu o Pássaro

cantando e gostou do seu canto. Ela pediu que ele cantasse pra

ela todas as vezes que ela saisse para tomar sol. E assim ela

protegia ele dos caçadores, levando pro fundo das águas todos

aqueles que tentassem pegar o pássaro.

Saci – Mas nós só queremos ouvi-lo também.

Caipora – Tentem explicar isso a Iara.

Curupira – Não tem como evitarmos o canto da Iara, para que

ela nos escute.

Saci – Só precisamos explicar a ela nossa situação.

Caipora – (pega no cenário alguma coisa) Tomem. Coloquem

essas sementes nos ouvidos, assim estarão protegidos do canto

da Iara. Vamos logo que a Iara já deve estar saindo pra tomar o

banho de sol dela.

Saci – Vamos, vamos.

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(Os três saem, Musica e entra a Iara, O Uirapuru está no Cenário

em algum lugar)

Iara – (entra com uma bolsa bem exótica) Ah! Como o dia está

tão lindo hoje. O sol foi tão generoso hoje, está tão radiante. Ôh,

algumas flores morreram! Mas tudo parece estar no seu lugar.

Bem, sendo assim, vamos a o meu banho de sol. (Tira um óculos

da bolça, protetor solar, uma toalha, uma chapéu e um copo de

suco com canudinho) Só pra conferir, óculos para proteger os

olhos. Protetor solar, é sempre bom usar quando for ficar muito

tempo exposto ao sol. Toalha, não é bom deitar no chão sem

uma proteção. Chapéu, proteger a cabeça é muito importante. E

um suco pra hidratar. Uirapuru, meu pássaro preferido, cante

para que eu possa relaxar. (o uirapuru começa a cantar)

(O Saci, O Curupira e a Caipora entram, mas ficam a distancia

observando a Iara)

Curupira – E agora? O que é que a gente faz?

Caipora – Cadê as sementes que dei a vocês?

Saci – Estão aqui. ( mostra as sementes)

Caipora – Venham cá, vou lhes contar o meu plano. (os três

reunem, discutem o plano e partem para a ação.)

(O Curupira entra escondido e agarra a Iara por trás, quando a

Iara vai gritar a Caipora amarra um pano na boca da Iara.)

Curupira – Desculpe Iara, você vai ter que nos ouvir!

Saci – Eu vou lhe contar desde o inicio. A algumas semanas

atrás... (música)

(o Saci conta toda a história para a Iara)

Saci – E foi isso o que aconteceu. Estamos aqui pra que a

senhora, a Rainha das águas, nos permita ouvir o canto do seu

precioso pássaro. O Uirapuru!

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( A Iara faz sinais para soltá-la)

Caipora – A senhora quer que a soltemos? (A Iara responde

positivamente)

Curupira – Promete que não vai nos levar para o fundo das

águas? (A Iara confirma que não)

Saci – Estamos que confiando na sua palavra em.

(Esles soltam a Iara e ela finge que vais castigá-los)

Iara – Seus insolentes, como ousam vir aqui e me fazerem ouvir

tantas besteiras. Agora vocês verão do que a rainha das águas

é capaz, vou arrastá-los para o findo das águas...

Caipora – Ai meu Deus, estamos em maus lençois.

Curupira – É isso que dá acreditar nos outros...

Saci – Minha mãezinha se eu conseguir me salvar dessa, eu juro

nunca mais aprontar com ninguém da floresta...

Iara - (rindo) hahahaha! Seus medrosos... vocês deviam ter

visto a cara de vocês... vocês são demais!

Saci – Eu não acredito que eu, o Saci o rei das travessuras, caí

na brincadeira da Iara.

Iara – Seus bobos, vocês pensaram mesmo que eu ia levar

vocês pro fundo das águas?

Curupira – Bem, você conseguiu me convencer.

Iara – Vocês acham que eu ia prejudicar a água por nada? De

jeito nenhum.

Saci – (rindo) Hahahhaha! Prejudicar a água! (entendendo a

piada) Espera ai! Agora pegou pesado!

Curupira – Queremos saber se você pode nos ajudar!

Caipora – É nos ajude por favor!

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Iara – Bem, minha resposta é óbvia. Devido a tudo isso que está

acontecendo, e que todos esses desastres podem culminar na

destruição da floresta e digo que pela felicidade e integridade

de todos, sim, eu irei ajudá-los.

Curupira – Viva a Iara pela sua bondade!

Todos – Viva!

Iara- Obrigada! Agora queria pedir a vocês, que fizessem o

minimo de barulho possivel. Irei chamar o Uirapuru! “Da densa

floresta, guerreiro vermelho, de nobre beleza, de todos o

primeiro, desse céu azul, vem cantar Uirapuru!!!”

(Entra o Uirapuru ao som de uma música bem leve e ao fundo da

musica ouve-se o canto do Uirapuru. Todos ficam encantados

com a beleza do pássaro.)

Iara – Uirapuru, nobre amigo. Esses amigos vieram de muito

longe só para ouvir o teu canto, merecem que tu realizes um

desejo deles. O desejo deles é também o meu! Em nome de

nossa grande amizade eu lhe peço que realize o desejo de

nossos amigos! (o Uirapuru responde positivamente) Ele vai

atender o nosso desejo, peça agora Curupira!

Curupira – Eu desejo, nos desejamos, toda a floresta deseja que

a Árvore da Vida volte a viver trazendo de volta para a floresta o

equilibrio!

(O Uirapuru atende o pedido, tudo escurece. Cortinas se

fecham, entram Luizinho e Pingo)

Pingo – Então o Uirapuru atendeu o pedido deles?

Luizinho – E o que aconteceu?

Pingo – Ora, tudo voltou ao normal. O equilibrio foi restalrado, a

Árvore da Vida devolveu o Equilibrio natural. Então eles se

despediram da Iara e foram agradecer a todos que os ajudaram.

Luizinho – E a Iara? Pra onde ela foi?

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Pingo – Ela voltou pro reino dela, no fundo das águas. Voltou a

subir a superficie pra tomar o seu solzinho e pentear seus lindo

cabelos.

Luizinho – E o Uirapuru?

Pingo – Continuou sob a proteção da Iara, e sempre que ela saia

das águas ele cantava pra ela.

Luizinho – E...

Pingo – Chega de perguntas Luizinho, se não vamos acabar

entrando em outra história...

Luizinho – Por favor conta putra história conta!

Pingo – Eu preciso devolver o livro a minha vó, antes que ela

fique preocupada. Você vem comigo?

Luizinho – Vou sim. Sua vó ainda faz aqueles bolinhos de chuva!

Pingo – Lógico que faz, e ela esta me esperando justamente pra

isso.

Luizinho – Então vamos logo.

Pingo – É, vamos!

(Os dois saem correndo, entra o Curupira)

Curupira – Vem Saci, eu acho que eu sei quem está com meu

livro!

(Apagam-se as luzes)

Pano.

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