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7/23/2019 O CARÁTER SOCIAL DA REFORMA AGRÁRIA: ESTUDO DE CASO DO ASSENTAMENTO MISSÕES EM FRANCISCO BELTR…
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O CARÁTER SOCIAL DA REFORMA AGRÁRIA: ESTUDO DE CASO DO ASSENTAMENTO MISSÕES EM FRANCISCO BELTRÃO - PR
Leomar Rippel*
Welington Cesar Taques**
ResumoEste artigo tem por objetivo fazer uma retomada da trajetória histórica em que se configura a
concentra!o de terras no "rasil e a abordagem da Reforma #gr$ria que % e&pressa pelo estudode caso no #ssentamento 'iss(es situado no sudoeste do )aran$ # pesquisa realizada doassentamento buscou levantar dados acerca da produ!o e das formas de organiza!o presentesna realidade das fam+lias e como as mesmas enfrentam os aspectos contraditórios da sociedadeatualPalavras-chave: Concentra!o ,undi$ria Reforma #gr$ria #ssentamento
ResumenEste art+culo tiene como objetivo hacer una reanudación de la tra-ectoria histórica en la que se
establece la concentración de la tierra en "rasil - en el enfoque de la reforma agraria que see&presa por el estudio de caso sobre las misiones de liquidación situados en el suroeste de)aran$ .n estudio del asentamiento/ trató de recoger datos sobre la producción - las formas deorganización presentes en la realidad de las familias - cómo se enfrentan a los aspectoscontradictorios de la sociedad contempor$neaPalabras clave: Concentración de la Tierra La reforma agraria #sentamiento
* 'estrando em 0esenvolvimento Rural 1ustent$vel pela .234E1TE 5 Campus de 'arechal C6ndido Rondon e professor da ,aculdade de #mp%re 5 ,#')ER 7raduado em 8istória pela .23)#R 9 Campus de ,rancisco"eltr!o/ Especialista em 'etodologia do Ensino de 8istória pela .23)#R 9 Campus de ,rancisco "eltr!o/ 'estreem 8istória Regional pela .niversidade de )asso ,undo :.),; E9mail< leomarrippel=hotmailcom
** 'estrando em 0esenvolvimento Rural 1ustent$vel pela .234E1TE 5 Campus de 'arechal C6ndido Rondon7raduado em )edagogia da Terra pela .234E1TE 5 Campus de Cascavel/ Especialista em Trabalho/ Educa!o e'ovimentos 1ociais pela E1)>?9,34CR.@ do Rio de >aneiro/ Especializando em Educa!o do Campo pela.234E1TE 5 campus de ,oz do 3guaA/ Educador da Escola 3tinerante 8erdeiros da Luta de )orecatu :E38L);E9mail< Bctcomuni=hotmailcom
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Revis! O"#is L!in! , vol.5, nº2, Foz do Iguaçu/ PR (Brasil), an!iro"#!z!m$ro d! 2%&5. ISSN: $$%&-'(&' #ispon'v!l no !$si! *ps+//r!visas.unila.!du.$r/ind!.p*p/or$is ! ou *ps+//si!s.googl!.com/si!/or$islaina/
P)*in! '
7/23/2019 O CARÁTER SOCIAL DA REFORMA AGRÁRIA: ESTUDO DE CASO DO ASSENTAMENTO MISSÕES EM FRANCISCO BELTR…
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1. INTRODUÇÃO
Em virtude de um modelo de desenvolvimento no campo subordinado aos interesses das
corpora(es que controlam a produ!o/ a cada dia uma proposta que venha aos interesses dos
pobres do campo torna9se indispens$vel 2o conjunto desse modelo de desenvolvimento/ vemos
o abismo que separa as classes sociais Conforme 1t%dile :DF;/ h$ apro&imadamente DD mil
hectares no 2ordeste sendo preparados em projetos de irriga!o/ com milh(es de recursos
pAblicos/ que o governo oferece apenas para empres$rios com interesse na e&porta!o #trelado
a isso vemos a outra face/ atualmente h$ F milh(es de fam+lias no campo vivendo em situa!o de
mis%ria/ dependendo da bolsa fam+lia para n!o passarem fome
#ssim ao mesmo tempo em que h$ um modelo de agricultura hegemGnica/ que e&propriacada vez mais trabalhadores do campo/ com a introdu!o de pacotes tecnológicos sob o dom+nio
de grandes corpora(es/ h$ tamb%m a resistHncia a ele
2este sentido a Reforma #gr$ria mesmo sendo em seu car$ter cl$ssico ainda % uma sa+da
para as fam+lias que est!o destitu+das de um pedao de ch!o e se encontram as margens na
sociedade
2. A HISTÓRICA CONCENTRAÇÃO AR!RIA "RASI#EIRA E SEUS$ECANIS$OS DE E%C#USÃO SOCIA#4 "rasil ocupa a quinta coloca!o em e&tens!o territorial do mundo/ o terceiro no
continente americano/ e o primeiro na #m%rica Latina/ no entanto/ o que mais chama aten!o/
n!o % a e&tens!o territorial do "rasil/ e sim sua brutal concentra!o de terra/ sendo que a maior
parte das terras e com maiores facilidade de acesso est!o com um nAmero reduzido de
propriet$rios/ mas por outro lado/ uma parcela significativa da popula!o est$ despossu+da ou
com uma parcela +nfima dessas terras
)ara ilustrar melhor a concentra!o fundi$ria brasileira realizamos uma an$lise histórica
de apropria!o das terras no "rasil/ problema este/ que n!o diz respeita apenas ao campo
brasileiro/ mas reflete diretamente no espao urbano/ pois e&propria!o e e&puls!o do homem do
campo fez com que uma massa significativa de pessoas fossem em dire!o aos grandes centros
urbanos/ causando um crescimento desordenado/ inchao urbano e a miserabilidade de uma
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massa de indiv+duos vivendo de forma e&clu+da socialmente/ politicamente e economicamente
4u seja/ uma dupla precariza!o/ antes no campo e agora nas $reas urbanas
# realidade acima mencionada faz com que o "rasil seja um dos pa+ses com maiores
desigualdade social do mundo/ no entanto/ esta realidade precisa ser analisada historicamente/
desde a chagada dos portugueses a essas terras/ de modo que/ após a concretiza!o da invas!o
lusa em terras hoje denominadas I"rasilI/ a Coroa portuguesa era IdonaI da terra/ ao menos no
papel Contudo/ havia a necessidade de conquist$9la 3mpossibilitada de ocupar as terras/ a Coroa
decide coloc$9la atrav%s de concess(es nas m!os da decadente nobreza lusa
#trav%s da ocupa!o portuguesa/ al%m de e&propriar as terras dos nativos que aqui
habitavam/ tamb%m foi destruindo sua cultura/ de acordo com 1t%dile :DDJ;/ a Coroa precisavagarantir seus dom+nios Ks terras descobertasM/ e garantir a permanHncia do latifAndio e do
dom+nio senhorial da terra centralizado nas m!os de poucos 4ptou9se pela organiza!o de
produ!o agr+cola planaion/ baseado em grandes propriedades de $reas cont+nuas/ cultivando a
monocultura/ utilizando m!o9de9obra escrava destinando a produ!o para o mercado e&terno :p
D9;
2esse sentido/ em rela!o a posse da terra a forma adotada pelos europeus foi a do
monopólio da propriedade de todo o território pela 'onarquia/ pela CoroaM :1TN03LE/ DDJ/ p; 4u seja/ o mesmo monopólio senhorial e feudal da terra centralizado nas m!os de uma
nobreza minorit$ria 2o que se refere/ a apropria!o da terra por parte dos portugueses/
7uimar!es diz que foi um retrocesso histórico/ instaurando um regime de posse da terra feudal/
para o autor/
:; o processo evolutivo em curso na sociedade lusa n!o veio continuar9se no "rasil 5ColGnia/ onde o regime econGmico instaurado significou um recuo de centenas de anosem rela!o ao seu ponto de partida na metrópole )ara que assim acontecesse/ a classesenhorial/ despojada ali de seus recursos materiais/ empenhou9se a fundo na tarefa de
fazer girar em sentido inverso a roda de 8istória/ embalada pelo sonho de verreconstitu+do o seu passado :7.3'#ROE1/ PPQ/ p ;
#inda para 7uimar!es :PPQ;/ o feudalismo cl$ssico tinha dado um passo K frente/ tinha
passado por um processo de desenvolvimento/ transformando o escravo em servo da gleba/
proporcionando uma forma mais livre nas condi(es de trabalho 2o caso do "rasil 5 ColGnia a
forma encontrada pela nobreza decadente foi regressar muitos s%culos na história< 2a
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impossibilidade de contar com o servo da gleba/ o feudalismo colonial teve de regredir ao
escravismoM :p P;
3mpossibilitado de realizar de forma direta a coloniza!o das terras descobertasM/ a
Coroa optou pela forma mais vi$vel/ instituindo as capitanias heredit$rias 1egundo 1t%dile
:DDJ;/ a Coroa/ para implantar o modelo monocultor e e&portador e estimular os capitalistas a
investirem seu capital na produ!o das mercadorias necess$rias para a e&porta!o/ optou pela
Sconcess!o de uso com direito K herana :;/ enormes e&tens(es de terras 5 que eram medidas
em l%guasM :p 9; 'as tal concess!o obedecia a alguns crit%rios estabelecidos pela Coroa/
sendo o
:; crit%rio fundamental para a sele!o dos eleitos pela concess!o de usoM das terrasera 5 muito al%m do que simples favores a fidalgos pró&imos 5 a disponibilidade decapital e o compromisso de produzir na colGnia mercadorias a serem e&portadas para aomercado europeu # concess!o de usoM era de direito heredit$rio/ ou seja/ os herdeirosdo fazendeiro 5 capitalista poderiam continuar com a posse das terras e com a suae&plora!o 'as n!o lhes dava direito de essHncia/ n!o havia propriedade privada dasterras/ ou seja/ as terras ainda n!o eram mercadorias :1TN03LE/ DDJ/ p 9;
2esse sistema referido acima/ o "rasil foi dividido em grandes e&tens(es de terra/ as
chamadas capitanias heredit$rias/ distribu+das entre funcion$rios da corte e a pequena nobreza de
)ortugal 4s donat$rios :os que recebiam as capitanias; tinham poderes n!o somente sobre as
terras 1egundo 1t%dile :DDJ;/ por meio de tais cartas e forais/ os donat$rios eram investidos de
poderes quase absolutosM :p U; # enorme concentra!o fundi$ria/ o sistema de latifAndio/ que
marca o comeo da e&plora!o agr+cola no "rasil/ atravessa praticamente intacta os v$rios
s%culos da história brasileira/ de modo que/ podemos perceber no gr$fico
#o longo do per+odo colonial/ at% o final do s%culo V3V prevaleceu esse sistema/ em que
a terra era pertencente a Coroa portuguesa/ com concess!o de uso para aqueles que se
dispusessem a e&plor$9la Com tal estrutura fundi$ria estava posto as dificuldades K cultura dos
mantimentos/ K pequena e pouca lucrativa agricultura camponesa/ ou agricultura familiar )or%m
com as grandes mudanas que estavam ocorrendo a n+vel internacional no s%culo V3V/ fez com
que imp%rio tomasse providHncias para que a concentra!o agr$ria no "rasil continuasse
inalterada
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r&'(c) 1< Estat+sticas Cadastrais
*)+,es: 32CR# 5:PP 9 PP;/ 12CRX32CR# :DD; 4rganizado por R3))EL/ Leomar :DF;
2.1 As al,eraes /e 0)ver+) /e le0(sla) e a (+al,era) /) la,('3+/()
# elite aristocr$tica agr$ria sempre se cercou de todos os cuidados para n!o perder seu
dom+nio da propriedade da terra/ Este cuidado percebeu com a Lei de Terras de JD/ a partir da
metade do s%culo V3V/ com o modelo econGmico agroe&portador em crise/ a Lei de Terra deJD % um marco jur+dico5institucional que substituir$ o outro 1egundo "orges :DDJ;/ ela foi
concebida no bojo da crise da escravid!o e preparou a transi!o da produ!o com trabalhos nas
unidades de produ!o tipo planaion, utilizadas nos quatro s%culos de colonialismo para a
produ!o com trabalho assalariadoM :p ; )ara 'artins/
:; a aboli!o da escravid!o negra um ano antes do fim da RepAblica/ em YZ #transferHncia das terras devolutas do patrimGnio da .ni!o para o patrimGnio dosEstados #ntevendo o fim da escravatura que decorreria necessariamente do fim dotr$fico negreiro da [frica para o "rasil/ efetivado em JD devido a press(es do
governo inglHs/ as classes dominantes tomaram providHncias de ordem legal paraencaminhar o processo de substitui!o do escravo sem preju+zo para a economia dagrande lavoura/ principalmente caf% e cana Tais medidas se concretizaram na lei deterras/ n!o por coincidHncia promulgada no mesmo ano de JD Tal lei institu+a umnovo regime fundi$rio para substituir o regime de sesmarias suspenso em julho de e n!o mais restaurado :'#RT321/PPJ/ pFD9F;
#o analisar a Lei de Terras brasileira de JD/ faz9se necess$rio inserir o "rasil em um
conte&to geral das mudanas sociais/ pol+ticas e econGmicas ocorridas a n+vel global e
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especificamente na Europa nesta primeira metade de s%culo V3V 2o cen$rio mundial/ os pa+ses
europeus/ como 3nglaterra e ,rana/ haviam sofrido um grande processo de moderniza!o/ tanto
pol+tica quanto econGmica/ eram grandes potHncias mundiais e viviam a euforia da consolida!o
do sistema de produ!o e reprodu!o capitalista N nesta conjuntura que devemos nos ater para
analisar a referida lei/ pois com o advento/
:; do capitalismo como sistema dominante em termos mundiais N a partir desse n+velestrutural mais amplo que se deve entender as press(es da 7r!9"retanha capitalistacontra a escravid!o 2!o % por acaso que o pa+s mais adiantado nas transforma(escapitalistas tomou a frente nas iniciativas contra o tr$fico e depois contra a escravid!ocolonial\ ali$s tais atitudes inserem9se em um conjunto de medidas visando a colocarabai&o permanHncias de uma %poca pr%9capitalista :13L?#/PPD/ pD;
# historiadora Em+lia ?iotti da Costa :PP; aponta que o desenvolvimento capitalista no
6mbito internacional atuou diretamente sobre o processo de reavalia!o pol+tica de terras em
diferentes partes do mundo 2o s%culo V3V/ a terra passou a ser incorporada K economia
comercial/ mudando a rela!o do propriet$rio com este bem da natureza # terra/ nessa nova
perspectiva :capitalista;/ deveria transformar9se em uma importante mercadoria/ capaz de gerar
lucro N necess$rio/ a partir de ent!o/ dar K terra um car$ter mais comercial e n!o apenas de
status social/ de poder como fora t+pico do "rasil Colonial
2!o resta dAvida/ de que a Lei de Terras beneficiava apenas elite aristocr$tica agr$ria
semi5feudal/ foi sob a %gide dessa Lei/ que se consolidava o latifAndio e&cludente e injusto
1egundo "orges/ com o nascimento da Lei de Terras/ de JD/ nascia tamb%m a favela/ pois os
e&5trabalhadores escravizados n!o dispunham de dinheiro para comprar os terrenos urbanos que
foram normalizados pela mesma lei/ e os mesmos subiram os morros/ ocuparam manguezais e
locais de dif+cil acesso/ e constru+ram suas moradias/ Anicos espaos dos quais a sanha do capital
n!o havia se apropriadoM :"4R7E1\ 1TN03LE/ DDJ/ p J;
0esse modo/ o marco jur+dico :Lei de Terras de JD; contribuiu sobremaneira para amanuten!o de privil%gios oriundos do "rasil 9 ColGnia #l%m de representar para o "rasil o
in+cio da propriedade privada das terras/ legitimando as grandes e&tens(es de terras concentradas
nas m!os da uma aristocracia/ tamb%m impediria os futuros negros libertos a conquistarem seu
pedao de terra
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:; foi a transforma!o das terras em mercadorias YZ #o mesmo tempo em quenormatizava o dom+nio do capital sobre esse bem da natureza/ como impedia os pobres/os futuros e&5trabalhadores escravizados que sairiam da escravid!o de se transformarem
em camponHs :"4R7E1\ 1TN03LE/ DDJ/ p 9F;
)ortanto/ a principal caracter+stica dessa Lei de Terra % que ela manteve os pobres e
negros na condi!o de sem9terras e legitimou agora como propriedade privada/ as grandes
e&tens(es de terra na forma de latifAndio # raiz do nosso subdesenvolvimento/ de nossa
pobreza/ e de nossa desigualdade social est$ no latifAndio/ na estrutura agr$ria e&istente
Com o advento da RepAblica em P/ onde beneficiou novamente a elite aristocr$tica
agr$ria principalmente paulista e mineira a estrutura agr$ria continuou inalterada 2o entanto/
tudo indicaria que a partir de PD/ com o in+cio do 7overno ?argas que a concentra!o agr$riadei&asse de e&istir/ de acordo com Lima e Lauffer/ :DD/ p D;/
# constitui!o de PF foi um importante mecanismo que trou&e avano como/ pore&emplo/ garantia a desapropria!o por necessidade ou utilidade pAblica/ mediante
pr%via e justa indeniza!o\ determinava que o trabalho agr+cola fosse regulamentado/ procurando fi&ar o homem no campo/ previa a organiza!o de colGnias agr+colas\consagrava o usucapi!o\ obrigava as empresas agr+colas/ localizadas longe dos centrosescolares/ a manter escolas
#pesar da constitui!o de PF/ dar alguns avanos n!o significou o aprofundamento da
reforma agr$ria/ de modo que/ n!o passou de medidas de car$ter superficial e n!o estrutural#l%m de grandes latifundi$rios os aristocr$ticos tem uma grande fora pol+tica em toda a história
do "rasil/ isso ficou mais evidente em PUF/ quando >o!o 7oulart anunciou as reformas de base/
e entre elas estavam a reforma agr$ria Tal tentativa do presidente da repAblica lhe custou um
golpe liderado principalmente por esta aristocracia semifeudal
)ara amenizar os 6nimos/ em PUF foi elaborado em plena ditadura militar o Estatuto da
Terra onde em seu #rt ] ^ ] diz que Considera9se Reforma #gr$ria o conjunto de medidas que
visem a promover melhor distribui!o da terra/ mediante modifica(es no regime de sua posse euso/ a fim de atender aos princ+pios de justia social e ao aumento de produtividadeM e prossegue
em seu #rt ] N assegurada a todos a oportunidade de acesso K propriedade da terra/
condicionada pela sua fun!o social/ na forma prevista nesta leiM 'ais uma vez a lei serve
apenas para representar algo que n!o/ e nunca e&istiu na pr$tica/ ou seja/ nunca foi cumprida a lei
no que se refere a Reforma #gr$ria
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4 fato % que mesmo com o fim da ditadura militar em PJ/ e a promulga!o da
constitui!o de P/ nunca se concretizou uma Reforma #gr$ria no pa+s/ pois a bancada
ruralista/ al%m de muita fora no congresso nacional/ onde imobiliza qualquer governo na
tentativa de cumprir a lei/ ela se utiliza de pr$ticas de crimes de pistolagem na $reas sob o
dom+nios dos coron%is
2a tabela abai&o temos alguns dados que evidenciam a e&trema concentra!o agr$ria em
nosso pa+s/ demonstrando que o nAmero de estabelecimentos agr+colas abai&o de DD hectares de
terra % bem elevado/ enquanto que os estabelecimentos agr+colas acima de DD e DDD hectares %
bem reduzido
Tabela 1< 2Amero e $rea dos estabelecimentos por grupo de $rea total 9 "rasil DDU7R.)41 0E
#RE# T4T#L 2Ameros de
Estabelecimentos:unidades;
_ [reas deEstabelecimentos
:hectares;
_
'enos de D ha FQQDQ FQ/U QQQPUDQ /UD a menos de
DD haPQJQQ DP UPDP P/DU
DD a menos deDDD ha
FFPDU / UPUFQ F/U
DDD ha e mais FUP D/P FUJJ FF/F
T4T#L JQJFP PPFP*)+,e: 3"7E/ Censo #gropecu$rio DDU
1e olharmos para a tabela com a devida aten!o/ iremos encontrar a verdadeira
contradi!o inerente a própria estrutura fundi$ria brasileira 1endo que/ quanto menos hectares/
maior o nAmero de estabelecimentos rurais e quanto maior os hectares menos os
estabelecimentos rurais/ isso demonstra por e&emplo que pouco mais de FUDDD estabelecimentos
ocupam quase a metade das terras no "rasil/ enquanto que FQQDQ/ ocupam pouco mais de _das terras do pa+s )or%m só conseguimos perceber tal estrutura fazendo uma an$lise dos motivos
de tamanha desigualdade no acesso a terra Embora a agricultura familiar ocupe uma parcela
pequena no "rasil ela % respons$vel por grande parte dos alimentos consumidos no pa+s 2a
tabela seguinte demostraremos com mais clareza
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Tabela 2< #limentos produzidos pela agricultura familiar no "rasil 5 "rasil DDU
*)+,e: 3"7E/ Censo #gropecu$rio DDU
Como salientado anteriormente/ apesar da agricultura familiar ocupar uma parcela +nfima
do território brasileiro/ segundo 3"7E ela % respons$vel por garantir a segurana alimentar do
"rasil/ gerando os produtos da cesta b$sica consumidas no pa+s/ al%m do mais/ de cada dez
empregos gerados na agricultura ela responde por Q/J 0essa forma/ percebe9se que al%m do
latifAndio ser e&tremamente e&cludente do ponto de vista social/ % tamb%m e&cludente na
gera!o de emprego no "rasil
#trav%s desta pequena an$lise/ tentamos demonstrar que mesmo em situa!o de e&clus!o
em v$rios aspectos a agricultura familiar se afirma com respons$vel pela segurana alimentar no
"rasil/ no entanto/ isso n!o impede de nós continuarmos lutando pela reforma agr$ria brasileira
que %s um dos principais entraves para o desenvolvimento nas suas v$rias dimens(es para a
na!o/ sendo que um dos v$rios casos de luta pela reforma agr$ria % o assentamento 'iss(es em
,rancisco "eltr!o/ que passaremos a analisar em seguida
2.2 *)r4a) e a real(/a/e a,5al /) asse+,a4e+,) $(sses e4 *ra+c(sc) "el,r)
?emos na trajetória brasileira muitas mudanas e modifica(es em seus h$bitos/
costumes e principalmente em sua economia )or%m h$ algo inerente a todas essas passagens da
economia brasileira/ a quest!o da terra/ dessa forma/ para que as fam+lias que vivem da terra
possam progredir social e economicamente/ democratiz$9la por meio da Reforma #gr$ria % de
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P)*in! ,.
)roduto _'andioca Q
,eij!o QD'ilho FUCaf% #rroz FLeite J1u+no JP#ves JD
"ovino DTrigo 1oja U
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fundamental import6ncia 2este sentido/ como parte da luta que faz press!o frente ao Estado
para que assentamentos sejam criados/ PJ fam+lias ligadas ao '1T/ ocuparam as fazendas
'arrecas e ColGnia 'iss(es no dia Q de maio de PPU Estas $reas j$ pertenciam ao "anco do
"rasil e ao "anco do Estado do )aran$/ pois o propriet$rio `ngelo Camilotti Cia Ltda/ havia
contra+dos d+vidas perante os bancos citados :L3'# E L#.,,ER/ DD/ p D;
4 assentamento est$ localizado a apro&imadamente m do munic+pio de ,rancisco
"eltr!o e segundo Lima e Lauffer :DD;/ a $rea total % de P ha/ sendo que cada unidade
familiar conta com a h$ #tualmente o assentamento possui U fam+lias/ e conforme
relatado pelo entrevistado/ quando houve a ocupa!o das fazendas trabalhavam no local apenas
uma fam+lia)ara o levantamento de dados desta pesquisa/ onde foi poss+vel a elabora!o dos gr$ficos
que seguem :D e D;/ contamos com o apoio de Edenir "asso/ T%cnico em #groecologia pela
#ssessoar / que est$ trabalhando no #ssentamento 'iss(es com um projeto pela chamada
pAblica Lote 'armeleiro/ CRT n] FPDDDXD/ este projeto tem por finalidade fazer um
diagnóstico socioeconGmico do assentamento com intuito de fazer um trabalho a longo prazo
com a nova #TER
0essa forma/ os dados coletados nesta pesquisa servem de referHncia para termos um panorama sobre a Reforma #gr$ria e da import6ncia da agricultura familiar na a produ!o de
alimentos e fortalecimento da economia local #dentrando nos aspectos da realidade e levando
em considera!o que os dados e fatos nesta pesquisa n!o est!o desconectados do funcionamento
da sociedade em geral/ ou seja/ do modo capitalista de produ!o )ercebemos que determinados
acontecimentos est!o intimamente ligados a lógica de funcionamento da sociedade )ara
compreendermos melhor/ o #ssentamento 'iss(es tem sua base econGmica basicamente liga da
produ!o de leite como mostra o gr$fico
1 #ssocia!o de Estudos/ 4rienta!o e #ssistHncia Rural2 #ssistHncia T%cnica de E&tens!o Rural
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Revis! O"#is L!in! , vol.5, nº2, Foz do Iguaçu/ PR (Brasil), an!iro"#!z!m$ro d! 2%&5. ISSN: $$%&-'(&' #ispon'v!l no !$si! *ps+//r!visas.unila.!du.$r/ind!.p*p/or$is ! ou *ps+//si!s.googl!.com/si!/or$islaina/
P)*in! ,/
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r&'(c) 2: )rodu!o de leite no #ssentamento 'iss(es
*)+,e: Edenir "asso :DDF; 4rganizado por T#.E1/ Welington Cesar :DF;
?emos a partir do gr$fico que o conjunto geral das fam+lias assentados est!o ligadas a
produ!o de leite/ sendo assim grande parte das $reas s!o destinadas para planta!o de milho
para a produ!o de silagem que servem de alimento das vacas leiteiras Este fato tem uma
rela!o direta com o pró&imo gr$fico/ pois se por um lado a maioria das propriedades se dedicam
a produ!o de leite/ por outro est!o diversificando cada vez menos a produ!o )ortanto/ a vis!o
de que a agricultura familiar % caracterizada pela diversifica!o de produ!o/ cultivando
primeiramente para subsistHncia e comercializando o e&cedente/ n!o foi o que encontramos emnossa pesquisa/ vejamos
r&'(c) 6: )rodu!o e origem dos alimentos consumidos pelas fam+lias
*)+,e: Edenir "asso :DDF; 4rganizado por T#.E1/ Welington Cesar :DF;
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Este gr$fico nos fornece que a economia do assentamento est$ sustentada pela produ!ode leite/ a mesma produ!o fornece os meios econGmicos de reprodu!o social da fam+lia/ por%m
essa própria produ!o gera dependHncia de outros produtos/ como % o e&emplo de um derivado
do leite/ o queijo
'as essa dependHncia de outros gHneros aliment+cios e&ternos as unidades familiares n!o
corresponde de uma maneira hegemGnica/ o que afirma/ que a prioridade na produ!o leiteira
acontece concomitantemente com uma peuqena diversidade na produ!o dos assentados
Conforme dados coletados a diversifica!o da produ!o passa desde a produ!o de hortalias/
frutas/ mandioca/ arroz e a cria!o de animais de pequeno porte
#l%m dessa produ!o as fam+lias contam com uma significativa quantidade de
maquin$rios usados para facilitar a produ!o 0iante deste fato e reconhecendo a import6ncia
que a tecnologia tem principalmente para fam+lias camponesas 4 gr$fico a seguir e&pressa uma
pequena parcela das tecnologias utilizadas pelas fam+lias
r&'(c) 7< 'aquin$rio das fam+lias do #ssentamento 'iss(es
*)+,e: Edenir "asso :DDF; 4rganizado por T#.E1/ Welington Cesar :DF;
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#l%m dos aspectos tecnológicos o assentamento conta tamb%m com um bom recurso
h+drico que % um grande potencial e pode ser uma boa alternativa para a complementa!o da
renda dos agricultores com a cria!o de pei&es 4 gr$fico a seguir apresenta as informa(es do
percentual dos audes no assentamento
r&'(c) 8< #ude nos lotes
*)+,e: Edenir "asso :DDF; 4rganizado por T#.E1/ Welington Cesar :DF;
)elos dados apresentados acreditamos que a cria!o de pei&es seria uma boa
complementa!o na renda das fam+lias/ mas que para se firmar como uma boa hipótese
necessitaria uma nova pesquisa para al%m da que nos dispomos a fazer
4 #ssentamento 'iss(es/ a quase duas d%cadas vem construindo ferramentas que
possibilitam o desenvolvimento ecGnomo e social da fam+lias/ atualmente grande parte delas est$
associada a uma cooperativa de cr%dito Cresol
Conforme o gr$fico ainda falta algumas fam+lias estarem de alguma maneira associadas
seja em cooperativas de cr%dito/ na produ!o ou outra qualquer forma de coopera!o )ara
e&emplificar o entrevistado 7odinho nos relata sobre a preocupa!o e a falta de empenho nos
projetos coletivos do assentamento/ pois hoje os assentados est!o mais preocupados na gest!o de
suas propriedades do que nos projetos coletivos )artindo dessa abordagem os projetos
3 1istema das Cooperativas de Cr%dito Rural com 3ntera!o 1olid$ria
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individuais est!o prescritos em primeira inst6ncia/ pois as fam+lias do assentamento
primeiramente est!o preocupadas com o desenvolvimento imediato
r&'(c) 9< ,am+lias associadas na Cresol
*)+,e: Edenir "asso :DDF; 4rganizado por T#.E1/ Welington Cesar :DF;
4 conjunto das fam+lias assentadas tamb%m enfrenta dificuldades e passa por dilemas e
contradi(es de um tempo em que a globaliza!o incide diretamente na vida de cada pessoal
individual 2este sentido as rela(es passam a ficar mais comple&as n!o com o passar dos anos e
sim dos minutos ?emos algumas contradi(es que est!o ligadas ao funcionamento da sociedade
capitalista onde objetiva9se o lucro #ssim mesmo com toda a luta para a conquista da terra
alguns caminhos tomados por algumas fam+lias do assentamento conflita com a proposta de uma
vida de produ!o na terra Em virtude disso/ o arrendamento est$ presente no cotidiano do
#ssentamento 'iss(es % o que podemos constatar no gr$fico Q
)artindo de uma an$lise cr+tica acerca do processo de arrendamento das terras por parte
de algumas fam+lias/ podemos identificar que essa objetiva!o e materializa!o do lucro emdetrimento do uso da posse da terra somente refora o que afirmamos anteriormente/ em outras
palavras/ as rela(es de produ!o com a terra n!o s!o mais que uma mera rela!o de produ!o de
dinheiro
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r&'(c) < #rrendamentos dos lotes do assentamento
*)+,e: Edenir "asso :DDF; 4rganizado por T#.E1/ Welington Cesar :DF;
2o entanto temos a impress!o de que se tornou quase que uma regra nos assentamentos/
por%m se nos dei&armos levar somente pelas impress(es cairemos em algumas an$lises rasas
)ara isso citamos anteriormente que o funcionamento da sociedade em geral influencia nos
acontecimentos da realidade do assentamento Em rela!o aos arrendamentos/ ao visitar o
assentamento para essa pesquisa/ percebemos que os arrendamentos/ s!o resultado da falta de
uma rela!o histórica com a terra por parte de muitas fam+lias/ foram fam+lias que estavam no
espao urbano e foram para o movimento/ diante disso/ tiveram dificuldades desta rela!o
Contudo/ isso n!o % novidade nos assentamentos da reforma agr$ria percebermos essa
falta de rela!o cultural com a terra por parte de muitos assentados/ j$ que o Estado brasileiro
sempre manteve a maioria do povo brasileiro e&clu+do do acesso a terra
6. CONC#USÃO# forte concentra!o agr$ria no "rasil/ que faz com que milh(es de pessoas ficaram
e&clu+das do acesso a terra/ remonta ao per+odo colonial/ pois jamais se concretizou uma
Reforma #gr$ria em nosso pa+s 3sso fez com que uma minoria privilegiada ficasse com a
maioria das terras em detrimento a uma maioria
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)ortanto o #ssentamento 'iss(es % um dos e&emplos de que a Reforma #gr$ria/ faz com
que diminua a pobreza no campo e consiga dar uma condi(es de vida digna aos que lutam pelo
acesso a seu pedao de ch!o/ que infelizmente a terra sendo um produto natural foi alienado e
privatizado nas m!os de uma aristocracia rural/ em detrimento a maioria da popula!o brasileira
RE*ER;NCIAS
"4R7E1/ ,ragmon Carlos 4rigem históricas da propriedade da terra 3n< 1TN03LE/ >o!o )edro:4rgs; A <5es,) a0r&r(a +) "ras(l ed 1!o )aulo E&press!o )opular/ DDJ v
C41T#/ Em+lia ?iotti da. #a -onaruia R!p0$lica Edusp/ 1!o )aulo/ PP
7.3'#ROE1/ # ) =5a,r) S>c5l)s /e #a,('3+/() Rio de >aneiro Editora )az e Terra/ PPQ
L3'#/ Romilda de 1ouza\ L#.,,ER/ >ovilde 7irardello Reforma agr$ria no 1udoeste do)aran$< origens e situa!o atual do assentamento 3n< %#?I C)+0ress) /a S)c(e/a/e "ras(le(ra/e Ec)+)4(a A/4(+(s,ra) e S)c()l)0(a R5ral Rio "ranco 5 #cre/ D a de julho deDD
3"7E/ DDU Ce+s) a0r)@ec5&r() /e 29 ,unda!o 3nstituto "rasileiro de 7eografia e
Estat+stica
'#RT321/ > de 1 Os Ca4@)+eses e a P)lB,(ca +) "ras(l 9 #s Lutas sociais no campo e seulugar no processo pol+tico J ed )etrópolis/ R>< ?ozes/ PPJ
13L?#/ ,rancisco Tei&eira da 9 historia geral do "rasilX'aria edda Linhares:4rganizadora;U ed Rio de >aneiro/ Campus/ PPD
1TN03LE/ >o!o )edro #nota(es em di$rio de campo/ :DF;
R!c!$ido !m &1/%/2%&5
3provado !m &4/&&/2%&5
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