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1 A CENA E O CARTAZ: CAMINHANDO ENTRE O TEATRO E AS VISUALIDADES. Tiago Henrique Pimentel Pereira 1 Luiz Humberto Martins Arantes 2 Por meio deste artigo apresenta-se uma perspectiva introdutória da pesquisa intitulada “Do palco ao cartaz: a memória e a cena dos espetáculos teatrais de Uberlândia de 1994 a 2014”. Essa pesquisa tem como objetivo principal a recuperação e o estudo dos cartazes veiculados nessa cidade. Considera-se o período de vinte anos da implantação do curso de Artes Cênicas, hoje curso de Teatro, na Universidade Federal de Uberlândia, promovendo uma conexão entre as artes e a comunicação, áreas que compõem a formação e trajetória profissional deste pesquisador. Fortin e Gosselin (2014) apontam a importância das experiências pessoais na elaboração de uma pesquisa em artes, somando-se ao conteúdo teórico. Desta forma, objetiva- se agregar percepções e apontamentos próprios, utilizando a bagagem adquirida como ator e também como designer gráfico de cartazes. Pensando assim, a convergência entre arte e comunicação é fundamentada a partir da citação de Lúcia Santaella: Para muitos, a comunicação identifica-se exclusivamente com a comunicação de massas, enquanto as artes restringem ao universo das belas artes. Se nos limitarmos a essas visões parciais, tanto da comunicação, quanto da arte, a pergunta sobre as possíveis convergências de ambas não faz sentido. Entretanto, além de parciais, essas visões são, sobretudo, anacrônicas. Alimentar o separatismo conduz a severas perdas, tanto para o lado da arte quanto para o da comunicação. (SANTAELLA, 2005, p.06/07). Para Santaella (2005), a comunicação, por meio das mídias, tem se tornado cada vez mais uma aliada das artes no desempenho da função de difusão. Assim, objetiva-se compreender a utilização do cartaz no contexto dos grupos de teatro locais, desvendando sua relação com o espetáculo, sua utilização como documento histórico e também como instrumento de divulgação ao público. Segundo Rogger Parry (2011), o hábito de expor informações nas paredes é tão antigo quanto a própria humanidade. A evolução do cartaz como meio de comunicação se fez possível graças ao avanço tecnológico que permeou a evolução do homem. Ferrara (1981), aponta algumas etapas evolutivas desse processo, que vão da xilogravura aos meios mais avançados como a esteriotipia, a tipografia, a heliogravura e a offset. Hoje, soma-se ainda a impressão digital, comprovando que novas possibilidades tecnológicas estão constantemente provocando e estimulando a criação visual. Desta forma, o levantamento histórico foi o ponto de partida deste estudo. A metodologia utilizada percorre as seguintes etapas: pesquisa bibliográfica sobre os temas cartaz, teatro, memória, comunicação e mídia. Pesquisa de imagens em acervos públicos e particulares para levantamento dos cartazes a serem estudados, com digitalização e arquivamento das imagens - tais etapas já estão em andamento. Em seguida, objetiva-se a 1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal de Uberlândia. Linha de Pesquisa: Fundamentos e reflexões em artes. Email: [email protected] 2 Professor do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal de Uberlândia. Linha de Pesquisa: Fundamentos e reflexões em artes. Email: [email protected]

O cartaz teatral e a cena

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Relações entre o impresso e o espetáculo

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A CENA E O CARTAZ: CAMINHANDO ENTRE O TEATRO E AS

VISUALIDADES.

Tiago Henrique Pimentel Pereira1

Luiz Humberto Martins Arantes2

Por meio deste artigo apresenta-se uma perspectiva introdutória da pesquisa intitulada

“Do palco ao cartaz: a memória e a cena dos espetáculos teatrais de Uberlândia de 1994 a

2014”. Essa pesquisa tem como objetivo principal a recuperação e o estudo dos cartazes

veiculados nessa cidade. Considera-se o período de vinte anos da implantação do curso de

Artes Cênicas, hoje curso de Teatro, na Universidade Federal de Uberlândia, promovendo

uma conexão entre as artes e a comunicação, áreas que compõem a formação e trajetória

profissional deste pesquisador.

Fortin e Gosselin (2014) apontam a importância das experiências pessoais na

elaboração de uma pesquisa em artes, somando-se ao conteúdo teórico. Desta forma, objetiva-

se agregar percepções e apontamentos próprios, utilizando a bagagem adquirida como ator e

também como designer gráfico de cartazes. Pensando assim, a convergência entre arte e

comunicação é fundamentada a partir da citação de Lúcia Santaella:

Para muitos, a comunicação identifica-se exclusivamente com a comunicação

de massas, enquanto as artes restringem ao universo das belas artes. Se nos

limitarmos a essas visões parciais, tanto da comunicação, quanto da arte, a

pergunta sobre as possíveis convergências de ambas não faz sentido.

Entretanto, além de parciais, essas visões são, sobretudo, anacrônicas.

Alimentar o separatismo conduz a severas perdas, tanto para o lado da arte

quanto para o da comunicação. (SANTAELLA, 2005, p.06/07).

Para Santaella (2005), a comunicação, por meio das mídias, tem se tornado cada vez

mais uma aliada das artes no desempenho da função de difusão. Assim, objetiva-se

compreender a utilização do cartaz no contexto dos grupos de teatro locais, desvendando sua

relação com o espetáculo, sua utilização como documento histórico e também como

instrumento de divulgação ao público.

Segundo Rogger Parry (2011), o hábito de expor informações nas paredes é tão antigo

quanto a própria humanidade. A evolução do cartaz como meio de comunicação se fez

possível graças ao avanço tecnológico que permeou a evolução do homem. Ferrara (1981),

aponta algumas etapas evolutivas desse processo, que vão da xilogravura aos meios mais

avançados como a esteriotipia, a tipografia, a heliogravura e a offset. Hoje, soma-se ainda a

impressão digital, comprovando que novas possibilidades tecnológicas estão constantemente

provocando e estimulando a criação visual. Desta forma, o levantamento histórico foi o ponto

de partida deste estudo.

A metodologia utilizada percorre as seguintes etapas: pesquisa bibliográfica sobre os

temas cartaz, teatro, memória, comunicação e mídia. Pesquisa de imagens em acervos

públicos e particulares para levantamento dos cartazes a serem estudados, com digitalização e

arquivamento das imagens - tais etapas já estão em andamento. Em seguida, objetiva-se a

1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal de Uberlândia. Linha de

Pesquisa: Fundamentos e reflexões em artes. Email: [email protected] 2 Professor do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal de Uberlândia. Linha de Pesquisa:

Fundamentos e reflexões em artes. Email: [email protected]

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realização de encontros e entrevistas com produtores, diretores, atores e artistas gráficos dos

grupos de teatro de Uberlândia, para análise e contextualização dos cartazes selecionados. E

como forma conclusiva, será feita a junção dos resultados obtidos para sistematização e

redação da dissertação, com a realização de uma mostra com os cartazes coletados ao longo

do estudo.

É no contexto das artes visuais que o cartaz começa a adquirir a configuração que se

conhece hoje. O nascimento do cartaz moderno se deu em função da divulgação teatral, no

seio das artes plásticas. Na Europa, a partir de 1869, com o advento de artistas como Jules

Chéret e Toulouse Lautrec inicia-se a valorização da imagem em relação ao texto no cartaz.

Até então, os cartazes eram tão somente uma versão ampliada dos anúncios de jornal,

cumprindo sua função informativa. Para Oliveira (2004), os textos em uma imagem

colaboram para fortalecer seu apelo comercial. A redução dos elementos textuais foi decisiva

para que fosse possível agregar-se valor estético e simbólico aos cartazes.

Cartazes de espetáculos, como os que foram criados no início do século por

Toulouse-Lautrec podem, através do tempo, perder sua função informativa.

Prova disso é que nos recortes desses cartazes, quando da sua reprodução,

não há cuidado com elementos verbais, pois certas palavras foram cortadas

ao meio, já que só tinham sentido quando os cartazes possuíam a função

informativa. Mas neles ainda restam as funções simbólica e estética.

(OLIVEIRA, 2004 p. 08)

Chéret foi responsável por notáveis criações de cartazes, sobretudo para vaudevilles e

teatros como Folies Bergère e Molin Rouge. Considerado o “pai do cartaz”, possibilitou

tecnicamente a impressão em cores, o que resultou em imagens mais vivas e atrativas ao

público, com a diminuição do uso de textos em função da sedução e do impacto visual, com

formas, cores e temáticas em consonância aos preceitos da Art Nouveau, que por sua vez,

inaugurou o processo industrial de massificação das artes plásticas.

De acordo com Ferrara (1981), sob a influência de Chéret e Lautrec, vários artistas

europeus passaram a dedicar-se à criação de cartazes, aferindo diversas correntes e estilos,

fortalecendo-o como influente meio de comunicação na difusão de ideias e mensagens. Se na

Europa os cartazes teatrais já gozavam de atenção e sua produção era impulsionada pela mão

de obra especializada de artistas plásticos e cartazistas, no Brasil a realidade era diferente.

Segundo Ferrara (1981), fatores como: a ausência de grupos e produções genuinamente

nacionais, a não preocupação com questões mercadológicas e a dificuldade de produção

fizeram com que a história do cartaz de teatro no Brasil permanecesse estagnada até o final do

século XIX.

Chaimovich (2005) aponta um processo revolucionário nas artes plásticas no Brasil a

partir de 1930, impactando diretamente a Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro e o Museu

Nacional de Belas Artes, pontos centrais na produção das artes plásticas no país. Institui-se o

desejo de uma produção artística tipicamente nacional. O Brasil passa a contar com

profissionais especializados, conhecedores de técnicas e correntes estéticas, hábeis a

desenvolver o cartaz enquanto elemento artístico, empregando suas aptidões em função da

divulgação teatral. No entanto, a profissão de cartazista no Brasil nunca se estabeleceu

fortemente. Nem no passado, tampouco nos dias de hoje. Para Blum (1981, p.143) “não

temos infraestrutura econômica ou artística, que proporcione esse tipo de elemento. O que

existe são artistas gráficos ligados à publicidade, “designers”, que se especializam também em

cartazes para teatro”.

Nos anos 1960, observa-se a mais considerável evolução do cartaz de teatro no Brasil,

acompanhando transformações econômicas, sociais, culturais e tecnológicas. Novas

possibilidades de impressão favoreceram a criação artística e este meio enfim passa a aferir

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sua relevância. Multiplicam-se os cartazes voltados à divulgação de produtos e serviços,

direcionando-se à satisfação dos desejos de consumo da sociedade urbana que, por sua vez,

também se renovava. Novas companhias teatrais e a concorrência entre as casas de

espetáculos inserem o cartaz teatral nesta nova realidade. Com a modernização das cidades, o

cartaz ganha na paisagem o seu habitat definitivo. Molles (1974) atribui ao cartaz o papel de

importante componente estético do ambiente. É uma forma de inserção espontânea de

elementos artísticos na vida cotidiana. Por outro lado, associa-se também ao mecanismo

publicitário, dando suporte à imagem, atuando como motor da sociedade de consumo.

O objeto de estudo desta pesquisa não está em livros ou museus, nunca foi exposto em

galerias, não foi concebido por um artista de renome e não se alinha a nenhuma corrente ou

gênero artístico. Os cartazes teatrais que compõem essa pesquisa estão distantes da concepção

tradicional de valor que se faz de uma obra de arte. Até porque podem não pertencer a essa

natureza. Revelam-se, em sua maioria, frágeis em seu primor estético ou carentes em técnica.

No entanto, seu grande mérito está na capacidade de promover o registro de uma época. Seu

empenho criativo e relevância não podem ser desconsiderados, uma vez que são detentores da

memória teatral de Uberlândia. Segundo Andreato:

Se o cartaz estiver estrito à duração do espetáculo, então ele não valeu,

porque o cartaz que vale é aquele que transcende isso. Ele passa a ser a

memória do teatro, a história do teatro. Eu acho que é essa, a função do cartaz

(...). (ANDREATO in FERRARA et al, 1981, p.139).

A delimitação da pesquisa aos cartazes exclusivamente veiculados em Uberlândia foi

motivada pelo interesse de pesquisar a memória teatral da cidade. O cartaz é um documento

material de algo efêmero, com a capacidade de manter vivos os vestígios do espetáculo,

mesmo depois que as cortinas se fecham.

Diversas artes são caracterizadas pelo efêmero. Elas têm local e hora para

acontecer. Passada essa janela de tempo e espaço elas deixam de ser a

expressão artística na sua forma pura, restando, entretanto, registros e

vestígios dessas artes efêmeras que são os espetáculos de dança, de música,

happenings e de teatro. (BARBOSA, 2013, on-line).

O advento do curso de Artes Cênicas na Universidade Federal de Uberlândia foi

decisivo para a evolução de todos os aspectos do fazer teatral na cidade. Nesse aspecto, o que

o cartaz pode nos revelar? Falar em memória a partir das imagens é, segundo Peter Burke

(2004), uma maneira de ver e pensar o passado a partir de sua riqueza polissêmica. As

imagens podem fornecer informações sobre o passado, indo além dos dados oferecidos

através dos textos. Gianotti (2009) ressalta a capacidade do artista em representar sua época

através de suas obras. A composição visual adotada por um artista é o reflexo de seu tempo.

Desta forma, investigar as memórias através dos cartazes é reconhecer valor da subjetividade

na constituição da história. Para o fotógrafo e pesquisador teatral Bob Souza (2014), o registro

documental do teatro sempre dependeu do uso de imagens para suprir e complementar a

memória advinda da tradição oral. Pode-se dizer, no entanto, que o cartaz é mais que uma

imagem. É uma composição de elementos visuais, que ao empregar fotos, ilustrações e textos

reúne em um só lugar, de forma condensada e efetiva, as informações de um espetáculo,

transformando-se automaticamente em um meio de registro histórico. Segundo Arantes: “A

memória da cena precisa de escritas plurais, de múltiplos objetos de pesquisa e também de

acervos preservados e políticas de acesso público.” (2011, p.19).

Até o momento este estudo conta com um total de 74 cartazes, um número pequeno se

considerado o recorte de tempo. Mas satisfatório considerando-se a grande dispersão do

material e a consequente dificuldade de acesso. A tarefa de procurar os cartazes para este

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estudo tem se revelado desafiadora. No entanto, acima das dificuldades, é também

gratificante. A memória está em tudo e pode ser vista além do layout: nos desgastes da tinta

pelo tempo, nas dobras do papel, nos resíduos de fita adesiva e até mesmo na ação das traças,

infelizmente condenando seu mau acondicionamento. Das impressões tipográficas em preto e

branco à impressão digital, a coleção que se forma é interessantemente heterogênea e

multiautoral. São vários métodos de impressão e técnicas de criação visual. Este trabalho

conta com cartazes que marcam a início da trajetória dos grupos mais atuantes de Uberlândia,

como: Grupontapé e Trupe de Truões. A simplicidade estética aponta o longo processo de

desenvolvimento pelo qual os grupos passariam nos anos subsequentes.

a) b)

FIGURA 1 – a) “A mulher sem pecado” – Grupontapé, 1994 / b) “Os sete gatinhos” – Trupe de Truões, 2002

Na maioria dos cartazes não é possível identificar-se seu criador, o que faz do

designer um profissional anônimo no contexto teatral. Destacam-se: o nome da peça, do

dramaturgo, do diretor e do grupo. Demais informações como o elenco, tendem a ser

reduzidas ou omitidas. Outro ponto em comum é o espaço em branco para preenchimento de

dados, como: horário, local e valor do ingresso, revelando o interesse em possibilitar a

reutilização do cartaz durante o todo o tempo de vida do espetáculo. O fator mercadológico

também se faz presente, através da chancela de patrocinadores e apoiadores que certamente

financiam e viabilizam a realização do espetáculo.

Os cartazes coletados possibilitam uma classificação simples, mas eficaz, que se

fundamenta nos gêneros teatrais. Das cores vivas e traços soltos que apresentam os

espetáculos cômicos, à seriedade sombria dos espetáculos dramáticos, o layout dos cartazes

coletados conta a qual tipo de emoção a obra teatral se destina ao imprimir visualmente as

principais características de cada espetáculo. Como é o caso do cartaz de “As bruxas”, livre

adaptação de “As bruxas de Salém” do Grupo Mandriões de Teatro que se vale de uma corda

vermelha como símbolo da forca, inquisição, sangue e morte. Por outro lado, o cartaz de

“Cata, a megera”, livre adaptação de “A megera domada” do Grupo Anjos da Alegria, estiliza

a imagem de Shakespeare ao imprimi-lo como clown numa estética pop art inspirada em

Andy Warhol.

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c) d) b) FIGURA 2 – c) “Cata, a megera” – Anjos da Alegria, 2011 / d) “As bruxas” – Mandriões, 2011

O cartaz deve ser concebido para que sua mensagem possa comunicar ao público

aquilo que o espetáculo apresentará. O cartaz é o primeiro contato do espetáculo com o

mundo exterior e, por isso, faz parte da peça. Segundo Germano Blum:

(...) Considero o cartaz um elemento importantíssimo, como um ator, como

um cenário, uma iluminação. É um acessório indispensável, é uma parte da

peça. Não consigo ver uma peça sem cartaz e, via de regra, a peça sem cartaz

está condenada a ser muito mais ignorada do que uma peça com cartaz.

(BLUM in FERRARA et al, 1981, p.144,).

A atuação do designer gráfico no teatro está atrelada ao contexto dramatúrgico, à

concepção do diretor, ao desenvolvimento das cenas e a inúmeros outros fatores que

compõem a estética do espetáculo, como: iluminação, figurinos, cenários e até mesmo do

orçamento disponível à impressão que guiará o formato, as cores e o acabamento.

Como um acontecimento que necessita do público, o teatro é dependente de meios

que, como o cartaz, sejam capazes de mobilizar as pessoas para assistirem a determinado

espetáculo. Além de pioneira, o cartaz se posicionava como uma das principais mídias

utilizadas para essa finalidade. Hoje, continua tendo sua relevância, mas obviamente não atua

sozinho. Buscar compreendê-lo como forte elemento de comunicação munido de apelo

artístico e publicitário é oferecer ao segmento teatral a possibilidade de melhor empregá-lo.

Helga Finter (2015) aborda as evoluções do teatro contemporâneo e os diferentes caminhos

percorridos pelo espetáculo ao longo dos tempos. Mudanças que compreendem a forma, o

espaço e a temática, afetando consequentemente o olhar do público e sua fruição sobre a obra.

Cabem neste ponto os seguintes questionamentos a serem futuramente respondidos: o cartaz

impresso ainda está apto para atender de forma eficiente às necessidades de divulgação do

teatro que se faz hoje em dia?

Realizar uma pesquisa sobre teatro, transitando pelas visualidades gráficas e ainda,

pela comunicação, permite compreender como o mesmo se expande para além do palco e

como os interesses artísticos e criativos se complementam. Em tempos de mídias digitais,

lançar o olhar sob o papel e a tinta como meio de traduzir e sintetizar o espetáculo é

reconhecer a relevância atemporal da criação artística, em suas diferentes formas e onde quer

que se aplique.

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