O Catalogo JESS de Nebulosas e objetos Estelares

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O Catalogo J.E.S. S de Nebulosas e Objetos Estelares: A verdadeira histria.

Introduo

O

catalogo JES.S. surgiu para mim como uma espcie de herana. Posteriormente se tornou

um trabalho delicioso. O projeto de recuperar esta parte da histria da Astronomia em seu perodo clssico foi realmente gratificante. Cheio de surpresas e ensinamentos. Neste trabalho pude recuperar a obra de dois gigantes desconhecidos da astronomia. O que o tornava s vezes rduo. Os papis que me chegaram em mos e os que depois continuaram sendo localizados conforme minhas pesquisas se aprofundaram estavam sempre em pssimas condies e muitas veze eram apenas garranchos quase ilegveis escritos a mais 250 anos . A cronologia de minha pesquisa algo prximo ao realismo fantstico de Macondo. Uma pesquisa sobre um lugar e dois homens que no existem mais. E no fosse a curiosidade de outros homens jamais seriam lembrados. Os textos iniciais foram encontrados entre milhares de livros que meu av estocava em nossa casa de praia. Os textos iniciais foram obtidos provavelmente pelo prprio. Meu av nunca fora um homem organizado. Ele foi um dos primeiros forasteiros a comprar terras na antiga Armao do Buzios. Isso nos idos dos anos 40. Na verdade na comarca de Cabo Frio. Buzios s se tornaria municpio muitas dcadas depois. Sempre gostou de antigidades e manteve um pequeno antiqurio na Rua do Lavradio, no centro do Rio de Janeiro, at o fim da vida. Eu procurava algo interessante para tese de meu mestrado em Histria. Meu amor sempre fora a histria da astronomia. Quando se fala de astronomia se pensa sempre nos grandes nomes. Galileu, Newton e at mesmo Einstein. Mas meus favoritos sempre foram os autores dos catlogos clssicos. Lacaille, Messier e Herschel formavam minha trindade. Assim meu projeto era desenvolver a tese fazendo um paralelo entre a histria dos catlogos de nebulosas dos sculos xvii e xix e o desenvolvimento da cosmologia. Bem interessante, no acham? Com este tremendo abacaxi pela frente resolvo ir at nossa fazenda e me isolar l enquanto me preparo para escrever a bendita da tese. Certa noite fui caar algo para ler no escritrio de meu falecido av. Uma caixa de papelo que lembrava estar l desde sua morte jazia sobre a mesa. Molhada, mida, podre mesmo. Fui fuar e no foi minha surpresa quando vi entre os muitos papis ali dentro uma folha. Muito velha. Peguei com cuidado. Escrito em uma letra rebuscada e evidentemente com uma pena consigo vislumbrar escrito: Nebulosas sobre

o cu do Arraial dos Peixes de Buzios. Estava datada de 1767. No apresentava o nome de seu autor.Lendo mais um pouco percebi que chegara at minhas mos o primeiro catalogo de nebulosas realizado no Brasil e um dos primeiros do Hemisfrio Sul. Outros papis, estes em pssimo estado, via-se claramente a data de 13 de maio de 1764. Era evidentemente uma copia de um catalogo estelar. Apesar do pssimo estado dos papis pude notar que descreviam alguns objetos do Catalogo Maessier. Isto me deixou incrdulo . O primeira verso do catalogo Messier s fora lanada em 1771. Eu tinha em minhas mos o Catalogo Perdido de Messier em minhas mos. Charles Messier era uma das pedras fundamentais de minha tese . O Catalogo Messier uma bblia da astronomia amadora e foi a maior referencia sobre objetos de cu profundo durante o final do renascimento. Na verdade at 1782 quando Herschell iniciou sua busca era o maior coleo de objetos de cu profundo j catalogada. Neste momento gostaria de abrir aspas para esclarecer os leitores.

O que so objetos de cu profundo ? Isto bastante vago e neste artigo vou apresentar de forma mais clara as diversas categorias de objetos que em seu conjunto so chamados de Objetos de Cu Profundo (DSO, do ingls, Deep Sky Objects). Utilizarei deste anglicismo daqui para frente . D.S.O. De uma forma geral pode-se dizer que D.S.O. qualquer objeto que no seja uma estrela e que esteja alm do nosso sistema solar. A maioria dos D.S.O. tnue, difuso e necessita de um telescpio para ser avistado. Aparecem maravilhosos em fotografias de longa exposio mas em geral aparecem apenas como esfumaamentos de luz para os olhos humanos, at mesmo atravs de grandes telescpios. D.S.O. Dividem-se em diversas categorias: Aglomerados Estelares Abertos Aglomerados Estelares Globulares Nebulosas Difusas Nebulosas Escuras Nebulosas Planetrias Resduos de supernovas Galxias Grupos de Galxias Quasares Lentes Gravitacionais

Aglomerados estelares Abertos- So agrupamentos frouxos de estrelas. Alguns aglomerados abertos so grandes e espalhados. As Hyades (em Touro), as Pleyades (idem) e o Prespio (em Cncer) so desta forma e visveis a olho nu. Outros so pequenos e tnues. Suas estrelas no se resolvem e o aglomerado parece uma nvoa no cu. Quando podemos ver as estrelas que formam o aglomerado dizemos que ele foi resolvido. De uma forma geral quanto maior o telescpio (Dimetro), mais aglomerados ele vai resolver. Alguns aglomerados tero apenas poucas estrelas. Outros apresentaro centenas, parecendo um derrame de sal sobre o cu. Tente perceber a diferena de cores nas estrelas que os compem. Assim como diversos D.S.O. Alguns aglomerados abertos aparecem melhor em telescpios pequenos do que em grandes. M11 (Em Scutum) vale a pena em qualquer tamanho. O Prespio (em Cncer) melhor em telescpios pequenos. J Ngc 2158 melhor em grandes. Porque estrelas acontecem em aglomerados? Estrelas se formam de gigantes colees de gs no espao quando algum tipo de onda de choque passa por estas nuvens de gs as comprimindo e as fazendo colapsar sobre si mesmas formando estrelas. Ao contrario da gente todas as estrelas se formam quase que simultaneamente desta maneira. Atravs do tempo comeam a se afastar uma das outras, mas dependendo de diversos fatores podem permanecer unidas por longos perodos. As gigantes nuvens de gs em que se formam as estrelas se concentram no plano da galxia, ao longo da Via Lactea. por isto que a maior parte dos aglomerados abertos a se encontram. Por isso so chamados tambm de aglomerados Galcticos. Aglomerados Estelares Globulares- Estes aglomerados estelares so grupos muito maiores de estrelas mantidas juntas de forma muito mais concentrada e em um formato esfrico. Aglomerados globulares possuem, em geral, centenas de milhares de estrelas reunidas em uma bola. Se concentre nos Globulares mais brilhantes para vistas sensacionais (Tuc 47, Omega Centauro, M22). Posteriormente olho por outros mais tnues. Aglomerados Globulares so compostos de estrelas velhas, Ao contrario dos abertos que se formam de forma continua, todos os globulares se formaram a bilhes de anos. Parece que estes aglomerados se formam quando duas ou mais galxias colidem; tais colises estimulam a formao de estrelas em escalas muito maiores (devido s imensas ondas de choque). Todos os aglomerados globulares de nossa galxia se formaram aproximadamente ao mesmo tempo. Eles so encontrados fora do disco galctico. Na regio conhecida como Halo, formando uma espcie de nuvem a redor do centro galctico. Por causa disto que podemos ver a sua maioria durante o inverno em direo a sagitrio que onde se encontra o centro de nossa galxia. Nebulosas Difusas- So nuvens brilhantes de gs e poeira. A nossa galxia est cheia delas e elas se posicionam ao longo do disco galctico (principalmente). A maior parte deste gs e escuro, porm na proximidade de uma estrela quente e brilhante o suficiente ele pode incandescer H duas maneiras de um gs brilhar. Ambas requerem grandes quantidades de luz azul e radiao UV adentrando a nebulosa. Estrelas quentes e massivas so excelente fonte de ambas.

So estas nbulas que causam os maiores desapontamentos por os astrnomos iniciantes que esperam ver cores vvidas e detalhes observados em fotografias. Esquea seus olhos no podem perceber cores e detalhes como um CCD em uma exposio de varias horas. Nem como um Filme 400 asa. Elas serto P&B e bastantes difusas. Assim como neblina. Uma das melhores nebulosas para se observar M42 em Orion. Situada na espada do guerreiro voc ser capaz de perceber sua nebulosidade at mesmo a olho nu. Mesmo com um pequeno telescpio voc vai notar alguma estrutura nela. At mesmo alguma cor. A luz difundida conforme ela penetra na nuvem de gs de uma forma semelhante a como a luz do sol ao penetrar a atmosfera terrestre. So as partculas de poeira que fazem a difrao. a luz azul que se difunde com maior facilidade sendo os que os outros comprimentos de onda passam lisos. A luz azul porem se difunde em todas as direes. Os astrnomos chamam a isto de Nebulosas de reflexo. Por isto so azuladas em fotografias. A outra forma de uma nuvem brilhar quando a luz de uma estrela absorvida pelos tomos de gs e ento reemitida. tomos de hidrognio gostam de absorver radia luz UV. Com isto seu nico eltron obtm energia para sair livre e leve at encontrar outro ncleo de hidrognio, se recombinar e fazer outro tomo de hidrognio. Com isto devolvendo a energia roubada geralmente em forma de luz. Desta vez avermelhada. Muito semelhante a um anuncio em neon. Os astrnomos chamam isto de regies HII. Novamente s sero avermelhadas para um CCD. Para voc sero acinzentadas. Nebulosas Escuras- Estas so nuvens de gs e poeira que escondem as estrelas atrs dela. O gs no espao interestelar acompanhado por minsculas partculas de poeira, muito parecida com a fumaa de um cigarro. Se a nuvem densa o suficiente esta gros refratem e absorvem luz suficiente para tornarem as estrelas que esto atrs invisveis. Estas nebulosas so talvez melhor observadas de binculos A via lacte durante o inverno um bom local para se procurar por elas. Procure por locais ao longo do disco onde parecem estar faltando estrelas. A mais conhecida destas nebulosas a Nebulosa Cabea de Cavalo em Orion Famosa em fotografias e um objeto muito procurado e pouqussimo visto por astrnomos visuais. O formato de uma cabea de cavalo delineado pela nebulosa escura sobre uma tnue nebulosa de reflexo no back ground. O problema que se voc no capaz de perceber esta tnue e fraca nebulosa de reflexo ao fundo imagine a nebulosa escura a sua frente. Ver isto no para iniciante e s vezes nem para iniciados. Nebulosas Planetrias- Estas so outro tipo de nuvens de gs incandescente. Elas se formam quando estrelas atingem a meia idade. Estas estrelas se inflam varias vezes acima de sua circunferncia original (um pouco como os homens...). At um ponto que expelem suas camadas de gs mais externas para o espao. A quente estrela central faz esse gs brilhar muito como nas regies HII. A diferena que o gs no hidrognio. Oxignio em geral e alguns outros resduos. Ou seja, estas nebulosas nada tm em comum com planetas. Algumas Nebulosas planetrias aparecem como um azul muito tnue ou esverdeada (pelo menos as mais brilhantes).

Estas nebulosas existem em diversas formas e tamanhos. Algumas so descritas como muito brilhantes mas so to grandes que esta luz se espalha sobre uma grande rea. Isto as faz difceis de serem avistadas. Pois como o mais importante o caminho e no a chegada achar estes objetos pode ser extremamente prazeroso. Algumas outras so pequenas e com isto se tornam mais fceis de serem vistas. Um exemplo clssico a conhecida Nebulosa do Anel (M 57) em Lyra. Localizada entre duas estrelas visveis a olho nu um alvo indicado para iniciantes. No espere ver muitos detalhes em telescpios pequenos. Resduos de Supernovas- Quando uma estrela explode como uma Supernovas ela deixa uma enorme nuvem de gs em expanso. Estes vestgios variam desde a brilhante Nebulosa do Caranguejo (M 1) em Touro at a tnue Nebulosa do Vu em Cygnus. M 1 a mais brilhante dessas Supernovas e aparece como um ponto levemente enevoado em telescpios pequenos (At 100 mm). Outros exemplos necessitam de telescpios muito maiores e filtros OIII eUHC podem ajudar. Galxias- Galxias so universos ilhas assim como a nossa. Apresentam estrelas, aglomerados e nebulosas prprias. Galxias assim como estrelas tendem a se agrupar em aglomerados. A galxia de Andrmeda o objeto mais distante visvel a olho nu. Ela faz parte do chamado grupo local do qual a Via-lactea um integrante. As galxias aparecem em sua maioria como pequenas nebulosas. A dois tipos principais de Galxias: as espirais e as elpticas. As primeiras apresentam uma forma discide como a nossa . As outras apresentam um aspecto arredondado ou ovide e um ncleo estelar. Lembre se que a magnitude das galxias imaginada como se fosse possvel juntar toda a luz de uma galxia em nico ponto estelar. Elas apresentam um baixo brilho de superfcie o que as torna objetos difceis. Aglomerados de Galxias- So grupos de galxias visveis em um mesmo campo ocular. So famosos os catlogos Hickson e Abell. So voltados para astrnomos com grandes telescpios e experincia idem. So as maiores estruturas do universo. Neste caso cobrindo imensas reas de cu. O Aglomerado de Virgem apresenta algumas galxias ao alcance de telescpios pequenos. Quasares So objetos semelhantes a estrelas, porm extremamente distantes. Eles so os centros extremamente brilhantes de galxias que em todos os outros aspectos so normais. Tudo indica que as galxias possuem em seu centro massivos buracos negros. Quando uma galxia colide com outra, gs e poeira so jogados para o centro da galxia. Uma parte deste material acha sua orbita em direo ao buraco negro. A imensa gravidade faz o material em orbita emitir enormes quantidades de energia. Este quasar ao centro desta galxia sobrepuja o brilho de toda a galxia. E por isto a galxia parece com uma estrela. Ou quase uma estrela (Quasar).

A fsica dos quasares os torna interessantes para o pensamento, porm nem tanto para a viso. So objetos distantes que brilham como uma estrela tnue. O Mais brilhante dos quasares responde pela alcunha de 3c 273. Ele visvel em um telescpio de 150 mm. E s. Lentes Gravitacionais- No so D.S.O. Propriamente. Se refere geralmente a quasares que ao terem sua luz dobradas por um aglomerado galctico alinhados com ele apresentam mais de uma imagem do mesmo objeto , dobrando assim sua magnitude. Este efeito tambm pode ser entendido como a cruz de Einstein. No se conhece nada visvel para Telescpios pequenos.Isto foi o que a humanidade colecionou at meados do sc. XXI. O desenvolvimento da compreenso destas estruturas tambm um dos pontos a serem abordados em nossa histria. Nossos heris so parte das engrenagens que levaram ao conhecimento que nos permite compreender (ou pelo menos tentar) a geografia do universo. Com isto cancelei meus planos e minha to inspirada dissertao sobre a cosmologia e os catlogos de nebulosas europeus. E mergulhei na aventura que resultou no Catalogo J.E.S.S. de Nebulosas e Objetos Estelares. Vou relatar para vocs a histria de Jos Eustaquio do Nascimento e Islas e de Dom Joo Silvano Silva que resgatei. E de todo o processo de pesquisa e investigao que permitiu resgatar a grande obra destes homens. Por fim apresentarei o grande catalogo deixado por eles e que acrescenta objetos aos ditos 152 objetos clssicos de cu profundo conhecidos at 1780 quando Herschel comeou sua tal busca sistemtica por estes tipos de objetos celestes. E tambm uma coleo de relatos sobre diversas descobertas astronmicas surpreendentes que os nivela com os gigantes de que falamos. Vou apresentar as figuras humanas, sua cosmo viso e cosmologia. E ainda apresentar o Catalogo J.E.S.S. para todos. Bem como o caminho das pedras para aqueles que buscam localizar estes objetos no firmamento... Por fim: eu criei o nome Catalogo J.E.S.S.. E uma brincadeira com as iniciais de seus autores: Jos Eustaquio e Silvano Silva. PS Diversas histrias que foram j divulgadas sobre o Catalogo Silvano Silva e Jos Eustaquio podem ser situadas no terreno das lendas. Era apenas o rascunho de um trabalho. Um romance na verdade. Algumas destas histrias estaro aqui. Outras no. Para que no futuro no haja confuses os textos que foram escritos e que ainda podem ser encontrados espalhados pela internet e em algumas copias perdidas so todos reconhecidos pelo titulo equivocado de O catalogo J.E.S.S de Objetos Estelares. Isto foi um erro devido a pssimas condies de alguns dos escritos. Pareceu-me , em um primeiro tratamento e antes da restaurao dos escritos, que ambos ( Silvano Silva e Jos Eustaquio ) consideravam todas as estrururas nebulosas que observavam como que compostas por estrelas. Apenas no eram capazes de resolver estas devido a potencia de seus telescpios. Isto no verdade e a cosmologia que ambos desenvolveram bastante mais complexa. Pondo um fim neste assunto foram encontradas anotaes onde ambos se referem a seu levantamento dos cus com o titulo de Nebulosas e Objetos Estelares sobre o Arraial dos Peixes de

Buzios.Assim sendo achei que em respeito a nossos pioneiros heris o titulo deste trabalho deva ss: O Catalogo J.E.S.S. de Nebulosas e Objetos Estelares.

Capitulo 1- Silvano Silva e seu Caminho at o Brasil

A histria da chegada de Dom Joo do Silvano e Silva at sua chegada ao Brasil foi um poucodiferente da lenda contada no intitulado Catalogo J.E.S.S. de objetos estelares. Na verdade ele nunca teve nenhum parentesco com o autor e suas aventuras europias so muito mais obscuras do que pode parecer no primeiro tratamento. Aps visitar diversas parquias de Lisboa localizei o que parece ser o registro de seu batizado. Ele nasceu em 1734. Em Lisboa. Seu pai chamava-se Manuel Silvano e Silva. Fidalgos o rapaz parece realmente ter seguido o caminho do seminrio. Era um caminho comum aos segundos filhos naqueles tempos. Encontrei registros dele em visita ao Vaticano onde junto a diversos registros. O Papa Bento XIV criou a Congregao dos Seminrios, em prol das vocaes eclesisticas. O Papa, que se tornaria Bento XII, o nico Papa descendente da famlia real portuguesa. Isto a nica razo que encontro para encontrar o nome de Silvano e Silva em uma das atas da Congregao. A vocao de Silvano e Silva altamente discutvel como j foi apresentado no primeiro tratamento desta pesquisa. S como uma curiosidade: O Papa Bento XII s assume este nome posteriormente. No momento de sua ascenso a trono de Pedro ele se denominou Bento XIV, pois acreditava ser o numero 13 negativo. Finalmente a relao deste com Messier parece ter ocorrido de fato. So diversos os textos encontrados em posse de meu av onde o prprio Silvano Silva discorreu sobre estes encontros. Ele escreve em um de seus dirios (um dos mais bem conservados apesar de ser um dos mais antigos: ... Messier estava procura do cometa de Halley, e o procurava todas as noites. Ele acreditava piamente no retorno deste previsto por Halley para ocorrer ainda naquele ano. Isto era apenas uma hiptese naqueles tempos. De qualquer forma ele trabalhava para o Sr. Joseph Nicolas Delisle, astrnomo da marinha. Ele fora empregado por sua bela caligrafia e acabou sendo instrudo no uso de telescpios e afins. Estava ele buscando o cometa de Halley na regio prevista para seu retorno quando encontrou uma pequena nebulosidade a qual acreditou ser o cometa. Era o dia 12 de setembro do ano do Senhor de 1758. Como astrnomo precavido que era e ciente de seus deveres para o Senhor Delisle ele nada anunciou e continuou suas observaes por mais alguns dias. Logo percebeu que aquele cometa no se movia em relao s estrelas de fundo. No era um cometa e sim uma nevoa que habitava aquele lugar do espao. Esta nevoa viria e se tornar o objeto Messier numero 1 ou M1. Diversos outros trechos deste dirio descrevem as descobertas de Messier.

Parece bastante claro seu convvio bastante intimo com Messier durante o perodo que compreendeu entre 1758 e 1765. O que compreende a elaborao da primeira parte do catalogo Messier. Ou seja, at o objeto M45. Na verdade a primeira verso s foi publicada em 1771. Aqui apresento alguns trechos selecionados dos dirios deste perodo. Apesar de desorganizado e afeito as bebidas como foi fcil perceber pelas notas manchadas de vinho, Dom Joo era um escritor compulsivo. Um habito que ele no perdeu durante toda sua vida. Reunamos-nos sempre em Clugny (Faziam observaes quase dirias do observatrio da marinha situado em uma torre no hotel de Clugny em Paris. O prdio fora construdo em 1480 sobre fundaes de uma runa romana de sec. IV. Era perfeito, escuro e com um horizonte livre em todas as direes.). O maior objetivo de Messier era localizar cometas. De fato Charles Messier criou a profisso de caador de cometas. Uma profisso que poderia ser considerada um trade Mark do iluminismo. A sua especializao precursora das teses atuais. Quase um conquistador do intil. importante lembrar aqui que o catalogo por ele organizado foi feito com o objetivo de registrar reas nebulosas no cu para que estas no fossem confundidas com cometas. Os cometas eram seu santo graal e o objeto mais puro. Estes homens estavam descobrindo que cometas circulavam o sol. De uma forma diferente dos planetas. Estes pequenos blocos de gelo eram verdadeira amostra do ignoto. ... espervamos o retorno do Cometa descrito por Halley em 1682. J passava do natal de 1758 e Messier procurava pelo cometa conforme indicaes do Sr. Delisle. Nada acontecera desde ento. A nebulosa observada por Messier me encanta. Extremamente tnue. Parece uma concha pequena. Silvano Silva se refere constantemente a esta pequena nbula. Ele na verdade era obcecado por estas pequenas nebulosas que no se provavam cometas. Suas anotaes levavam a crer que ele conhecia diversas delas antes mesmo do catalogo Messier comear a ser organizado. Na verdade bastante claro que ele j conhecia claramente a natureza nebulosa de diversos objetos que viriam a pertencer ao catalogo Messier. Objetos como a grande nebulosa de Orion, O Prespio em Orion e diversa outras nebulosas conhecidas desde a antiguidade so citadas freqentemente em seus registros. Ele tambm conhecia diversos trabalhos pioneiros e catlogos pouco conhecidos. O pequeno catalogo que Halley escreveu em Santa Helena e o Catalogo tambm austral desenvolvido pelo Abbe Lacaille (como ele sempre se refere a Nicholas Louis de La Caille (1713-1762)) lhe eram conhecidos. ( Tudo indica que ele s viria a conhecer o Cataloga de Lacaille anos mais tarde e por um caminho surpreendente.) Eram tempos curiosos. Enquanto a inquisio espanhola ainda torturava pessoas idias cientificas tinham ampla difuso entre certas classes em Paris. Passaram-se dois anos antes que Messier registra-se uma nova entrada em seu catalogo. Na verdade nem catalogo ainda. Esta idia s iria se firmar com o objeto conhecido como M3. ... Era a madrugada de 3 de maio de 1764. Estvamos com frio. Messier notara esta manche arredondada. Ele a registrou assim : 3. 13h 31m 08s(202d 5119)+29d 3257 (Maio 3, 1764) - Nebulosa descoberta entre Bootes e um dos Ces de caa de Hevelius [Canes Venatici] , no contm nenhuma estrela. Seu centro brilhante e vai enfraquecendo em direo as bordas. Ela foi avistada com um telescpio de 1 P.

O texto quase idntico ao encontrado no catalogo Messier original. praticamente uma traduo exata para o portugus do catalogo Messier. Foi neste momento que comecei a acreditar na relao entre ambos. Curiosamente esta entrada no catalogo Messier uma espcie de pedra fundamental. a primeira descoberta original de Messier. Naquele momento descrito por Silvano Silva o homem registrava o septuagsimo sexto objeto de cu profundo registrado por olhos humanos ( com e sem telescpios). Ainda que na poca fossem apenas cinqenta e cinco sendo outros vinte e um objetos perdidos. Foi apenas a partir deste terceiro objeto (M3) que Messier passou a se dedicar de uma forma sistemtica para a localizao destas nebulosas que poderiam confundir o astrnomo de seu tempo na caa por seus to fundamentais cometas. Na verdade foi um ano onde Messier foi extremamente ativo e h diversos registros nos dirios de Silvano Silva referentes ao ano de 1764. Entre maio e o fim do ano Messier registrou quarenta entradas em seu catalogo. Messier finalmente percebeu a necessidade de organizar as descobertas realizadas em Clugny. Est organizando todas as nebulosas localizadas no ano passado e com isto acredito termos acrescentado cerca de 20 novas nebulosas aos cus. Este trecho demonstra a extrema proximidade entre ele e Messier. E seus clculos eram bem precisos para um tempo onde o saber no estava to disposio. Na verdade no ano de 1764 Messier descobriu 18 novos objetos de cu profundo nunca antes avistados. Sendo esse catalogados como M3,M9,M10,M12,M14,M18,M19,M20,M21,M23,M24,M26,M27,M28,M29,M30,M39 e M40. Logo aps o ano de 1765 os escritos apresentam um vazio. Parece ter sido um perodo conturbado para Silvano Silva e em sua ultima entrada podemos perceber certa urgncia: ... parto de Paris. Sentirei falta de Clugny. E de nada mais. Messier me presenteou com uma bela cpia de seus achados. Foi feita por uma copista de altssimo nvel e acredito no possuir ningum mais uma cpia deste material. Vou busca de uma sada... No sei o que de fato se passou no decorrer dos prximos trs anos. Entre os dirios e notas que me chegaram no h nenhum registro dos caminhos percorridos por Silvano Silva. Mas fica claro que ele deixou Paris com uma cpia das descobertas de Messier at o ano de 1764. Isto seria fundamental no desenvolvimento do Catalogo Jos Eustaquio e Silvano Silva de Objetos Nebulosos. Este material no seria disponvel at o ano de 1771. Neste ano Messier apresentaria a primeira verso de seu catalogo com as entradas de M1 a M45. Como j sabemos Silvano Silva conhecia todos os objetos do catlogo at a entrada de numero 40. Os outros cinco objetos includos por Messier nesta primeira verso eram conhecidos desde a antiguidade e certamente conhecidos por Silvano Silva. Com isto ele se tornou dono da primeira cpia do Catalogo Messier. E isto ser de fundamental importncia para a criao do Catalogo J.E.S.S. de Nebulosas e Objetos Estelares. O prximo registro do padre s ocorre em 1768. E j no Brasil. Mas precisamente na Cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro. Um registro de Casamento na Parquia de Santo Antonio o primeiro indicio da presena Dom Joo Silvano e Silva nas terras do Brasil. Santo Antonio a regio hoje conhecida como a Lapa. 1 de Maio de 1768.

...o aqueduto foi inaugurado a mais de uma dcada e se encontra em excelente estado . Domina a paisagem e liga o santo Antonio a Santa Teresa, esporadicamente vou ao convento. Este pequeno trecho foi extrado de um texto mais longo onde algum parece descrever a paisagem na regio nos meados do Sec. Xvii.. Foi encontrado por uma tia minha que foi reclusa no Convento. Parece-me muito com a caligrafia de Silvano Silva. E os Arcos da Lapa foram inaugurados em 1750. Isto permite estabelecer com certeza a presena de Silvano Silva no Rio em 1768. Acredito que os escritos que encontrei com meu av tenham vindo da mesma origem.

Capitulo 2- As Origens de Jos Eustaquio

Jos Eustaquio tem uma origem mais difcil de ser rastreada. uma figura mais misteriosa esua histria anterior ao seu encontro com Silvano Silva deixou pouqussimos traos. O nico registro que possivelmente existe de sua vida pregressa um velho e borrado registro encontrado na Biblioteca Nacional entre registros da Intendncia de Policia. Na poca o conceito de policia que conhecemos hoje ainda no existia. A intendncia de Policia era um rgo de carter administrativo. A ordem publica era mantida pelos chamados quadrilheiros. Estes eram ligados aos senhores dominantes da colnia e tambm ligados de certa maneira as incipientes Maltas que se organizavam nas regies centrais do Rio. De qualquer maneira uma desavena em relao a uma garrafa de aguardente levou o registro de um crime na Intendncia de Policia. Por esta o cidado de nome Jos Eustaquio do Nascimento e Islas, natural da Cidade de So Sebastio do Rio de Janeiro foi responsabilizado pela agresso ao escravo Manuel Congola de propriedade do cidado Jos Hermeto Pereira. O ano que conseguimos ler no documento o localiza na cidade tambm no ano de 1768. O documento d a entender que Jos Eustaquio seria nascido no Brasil. Isto um pouco duvidoso em funo de alguns relatos que encontrei posteriormente. De qualquer maneira isto nos permite localizar o momento em que Silvano Silva e Jos Eustaquio se encontraram. E permite perceber que Jos possua uma origem simples porm de certo prestigio . Se por um lado envolvera-se numa briga com um escravo ele tratado como cidado no documento em questo. Escravos eram um bem de grande valor e o fato de Jos Eustaquio ter agredido e impossibilitado este para o trabalho levou seu proprietrio a buscar reparao. Sua pena teria o levado a prestar servios junto a Parquia de Santo Antonio. O primeiro registro sobre ele por Silvano Silva bastante interessante. Ele fala com certo respeito e tambm com certo temor. E revela um segredo de confisso.

Ele roubou. Mas como a males que vem para bem este foi um exemplo claro disto. ... um dos contraventores que foram enviados pela justia para ajudar na pintura da fachada de minha parquia pediu-me para realizar uma confisso. Levei-o at o confessionrio e ele me contou que percebera a presena de uma luneta na Casa Paroquial. E aquilo s poderia ser um sinal do Senhor. Disseme seu nome: Jos... Este trecho assim como depoimento a seguir estava no dirio mais mal tratado que encontrei na fazenda de Buzios. Aps muita luta e o trabalho de uma grande amiga que realiza conservao e recuperao de livros junto a Biblioteca Nacional conseguiu recuperar diversos trechos deste dirio. Grosso modo pude descobrir que Jos contou ao padre uma srie de diversos crimes. Todos eles associados a diversos furtos. Mas tambm que ele no era responsvel por estes crimes. Sua culpa teria sido ocultar o responsvel pelos mesmos. Mas infelizmente no d evidencia nenhuma de quem seria o responsvel. Em uma abstrao deduzi que este seria seu pai. E que seu pai seria tambm responsvel por apresentar Jos Eustaquio aos mistrios do cu. Como apresentando em um dos captulos das lendas a passagem de Lacaille pelo Brasil foi um fato que realmente ocorreu e registrado em diversas fontes. Conforme os escritos de Silvano Silva um dos Telescpios de Lacaille foi deixado no Brasil. Aos cuidados do pais de Jos Eustaquio. Segundo o prprio seu pai teria trabalhado no Observatrio estabelecido por Lacaille na Rua do Rosrio. Outro trecho do relato que me chamou ateno foi relativo a uma pequena srie de objetos que fariam parte de um catalogo que estaria sendo organizado por Lacaille. Estas podem ser consideradas as primeiras entrada do Catalogo J.E.S.S..

Isto levou o padre a pedir que o preso fosse posto a seu servio e que o auxiliasse em seus afazeres. ... o Sr. Jos Eustaquio me revelou grandes fatos sobre a passagem de Abbe Lacaille pelo Brasil. Estou encantado com seu conhecimento a respeito do cu austral e ele me prometeu levar at o telescpio que foi confiado a seu pai. Acredito que o objeto tenha sido subtrado pelo pai de meu novo funcionrio. Mas prefiro relevar. Aguardo ansioso ... E pretendo confirmar as posies das nebulosas que esto no papis que ele me apresentou. Os objetos indicados por Jos de fato existiam e os cataloguei como J.E.S. S 1,2, 3, 4, 5,6 e 7. Isto provavelmente ocorreu entre 1768 e 69. difcil afirmar.

Capitulo 3 O Catalogo J.E.S.S. Primeiras Entradas.

Aqui esta a transcrio dos escritos de Silvano Silva relativos aos primeiros objetos que elerelacionou tanto a Jos Eustaquio como a Lacaille. H seis objetos que so certamente entradas do catalogo elaborado pelo Abade. O de numero 6 , como veremos , parece ser um objeto descrito por Jos Eustaquio e novo entre a lista de objetos de cu profundo conhecidos at aquele momento. As coordenadas celestes so as indicadas por Silvano Silva e seriam relativas ao Sec. XVI. O catalogo Lacaille propriamente dito foi publicado em 1755. As coordenadas apresentadas so exatamente iguais as desta primeira edio. O que confirma o encontro de Jos Eustaquio (pai) com Lacaille. ... a seguir as nebulosas as quais j confirmei as posies entre as que me foram confiadas nos escritos doados pelo Sr Jos Eustaquio do Nascimento no ms passado. Alguns dos objetos no constam do Catalogo elaborado por Mnsr. Messier. O catalogo completo elaborado pelo Abbe Lacaille foi publicado em Frana em 1755 porm no possuo uma cpia. Recordo-me de que possua 42 entradas e por isto insisti que Mnsr. Messier inclusse nebulosas j conhecidas em seu catalogo para que este superasse seu antecessor... De qualquer forma os alfarrbios que Jos me disponibilizou apresenta a nomenclatura utilizada pelo Abbe em seu catalogo. Tenho agora certeza que o telescpio por ele apresentado foi outrora do Abbe Lacaille... ... Espero conseguir que me enviem de Europa uma cpia em breve. 1OO:22:54 , -73:26:50 Como pude observar este seria o Objeto denominado por Abbe Lacaille com 1.1 . provvel, portanto que ele tenha comeado seu levantamento dos cus Austrais antes de se estabelecer na Cidade do Cabo. Eu mesmo nunca tinha avistado tal nebulosa e no percebi nenhuma caracterstica estelar.

Esta entrada clara o bastante e demonstra que Silvano Silva obtivera um esboo do que veio a ser o catlogo elaborado por Lacaille. fato publico que Lacaille observou o cu e inclusive determinou posies em sua estada no Rio de Janeiro. O Objeto em questo o aglomerado globular Tuc 47. Na constelao de Tucano. Esta mesma criada por Lacaille. o segundo aglomerado globular mais brilhante do cu e no h duvidas sobre esta entrada. (N.A) 2- 13:12:09 , -46:10:45- Este a entrada I.2 do catalogo de Abbe Lacaille. Semelhante ao objeto anterior, porm mais brilhante. Recorda-me a entrada 13 de Mnsr. Messier. Ainda mais brilhante. Percebo como uma pequena nvoa mesmo a vista desarmada. Outra entrada obvia e que no deixa nenhuma duvida. Trata-se de Omega Centauro. O Maior aglomerado globular conhecido Porm no catlogo publicado em 1755 este objeto registrado como Lac I.5 .(N.A) 3- 05:40;01 ,- 69:17:20 O Abbe o classificou como I .3 .Um belo objeto . Parece um pequeno x. Parece-me levemente estelar. engolfado na grande nuvem.

Este outro que mudou de numero no catalogo publicado. Trata-se da Nebulosa da Tarntula. Na grande nuvem de Magalhes. Ele foi denominado de Lac I. 2 na publicao oficial. o suposto lar da maior estrela conhecida pelo homem. (N.A) 4- 17:37:12 , -34:39:55 Lac II .1 . Este me conhecido. . um ajuntamento estelar includo por Mnsr. Messier como sua entrada de numero 7. Na cauda do Escorpio. Facilmente percebido a olho nu. Como dito M7. curioso que Lacaille posteriormente alterou a entrada para Lac II. 14. Outro dado importante que Lacaille classificou seus objetos da seguinte forma: IIIIII 5- 17:24:00 ,-32:02:45 Lac III. 1 . Outro objeto reconhecido por Mnsr. Messier Entrada de numero 6 . Este aglomerado estelar em forma de losango me recorda uma borboleta. Na cauda do Escorpio. Prximo a ultima entrada Dispensa qualquer comentrio (M6). Apenas foi alterada a numerao do catalogo original. Veio a se tornar Lac III.11 6- 15:54:20. ,-53:33:43 Curiosamente este objeto no apresentou sua classificao. Mas consiste de um belssimo campo estelar que envolve um pequeno aglomerado estelar acompanhado de certa nebulosidade . Nas anotaes que chegaram as minhas mos ele no possua sequer descrio sendo apenas uma coordenada Esta uma entrada curiosa. O aglomerado em questo, segundo minhas pesquisas NGC 6067, que um aglomerado aberto que se resolve com ticas melhores. um delicado aglomerado aberto que se v acompanhado de um belssimo campo estelar. Este um objeto novo a lista de objetos de cu profundo histricos conhecidos at o levantamento sistemtico realizado por Herschel (a partir de 17820) e posteriormente por seu filho. Esta entrada seria original do catalogo J.E.S.S. e a primeira vez que este objeto teria sido descrito nos escritos de Silvano Silva. As coordenadas apresentadas seriam corretas para o objeto em 1750. Hoje (2000) ele se encontra em RA: 16h13m12.00s DE:-5413'00.0" 7- 16:08:33, -25:54:55 Classificado como I . 4 Outro objeto que Mnsr. Messier catalogou. a 4 entrada do catalogo e parece um pequeno cometa sem cauda Outro velho conhecido (M4) que teve sua numerao alterada para Lac I.9 Com isto temos esta tabua de equivalncias e coordenadas atualizadas das primeiras entradas do Catalogo Jos Eustaquio e Silvano Silva de Nebulosas e Objetos Estelares JESS 1 JESS2 JESS3 JESS4 JESS6 JESS7 NGC 104 - RA: - NGC 5139 - RA: - NGC 2070 - RA: -M7 - RA: NGC 6067 -RA: -M4 -RA: 0h24m06.00s DE:-7205'00.0" 13h26m48.00s DE:-4729'00.0" 5h38m36.00s DE:-6905'60.0" 17h53m54.00s DE:-3448'00.0" 16h13m12.00s DE:-5413'00.0" 16h23m36.00s DE:-2632'00.0" Nebulosas sem estrelas Aglomerados estelares nebulosos Estrelas acompanhadas de nebulosidade

Primeiras Entradas O Caminho das Pedras Aqui vou apresentar indicaes que visam facilitar a observao dos Objetos que compem o Catalogo Jos Eustaquio e Silvano Silva de Nebulosas e Objetos Estelares . Escolhi numerar o catalogo atravs da cronologia dos textos encontrados em vez de por declinao ou outro conceito mais tcnico. Preferi assim manter o carter histrico e imprimir uma linearidade temporal ao mesmo. JESS 1 ( Ngc 104) Aglomerado globular em Tucana. o segundo globular mais brilhante do cu. Telescpios de 80 mm sero capazes de comear a resolver estrelas individuais. visvel at mesmo a olho nu como uma estrela nebulosa.

Aonde olhar: Localize Canopus (Alfa Carina, a segunda estrela mais brilhante do cu) e Achernar e trace uma linha ligando as duas. Ao sul desta linha voc vai perceber a Pequena Nuvem de Magalhes.

Pela Buscadora Com a Nuvem a leste da buscadora procure pela estrela nebulosa a oeste e levemente a norte da Nuvem. Ele claramente visvel em uma buscadora de 8x50. Lembre-se: a imagem em uma buscadora aparece invertida em todos os sentidos.

JESS 2 (Ngc 5139)- O Aglomerado de Omega Centauro. O maior aglomerado globular da galxia e o mais brilhante. Um dos maiores shows do cu austral. Possivelmente o ncleo de uma galxia que foi absorvida pela Via Lctea. Foi primeiro descrito por Halley.

Aonde olhar: Localize Alpha e Beta Centauro. So conhecidas como os apontadores do cruzeiro, j que indicam o Cruzeiro do Sul. A partir de Beta imagine uma linha ligando esta a psilon Centauro. Dobre a distancia na mesma direo e voc perceber uma tnue estrela. Omega Centauro.

Na Buscadora: Embora em um campo bastante vazio (apenas algumas estrelas bem pequenas) o aglomerado ser claramente visvel. No h como no se perceber o aglomerado.

JESS 3 (Ngc 2070) A nebulosa da Tarntula na Grande Nuvem de Magalhes uma imensa regio de formao estelar. Est a cerca de 140.000 anos luz. Se fosse to prxima como a Grande Nbula de Orion, causaria sombra a noite.

Aonde olhar: Novamente ao sul da linha imaginaria que liga Canopus a Achernar. Desta vez dirija-se para a Grande Nuvem de Magalhes. Em cu suburbano localize Delta do Dorado e dali caminhe cerca de um campo de buscadora para oeste. Em Ambintes urbanos utilize Achernar e Canopus para triangular a poiso. Paciencia e persistncia vo ajudar.

Na buscadora- Centralize na Grande Nuvem. Voc vai perceber uma estrela diferente dentro do campo. Para mim como um pequeno x. Esta a Tarntula (Ngc 2070)

JESS 4 (M7)- Junto a cauda do escorpio voc vai perceber sua nebulosidade a olho nu em um local escuro . Se percebe facilmente at mesmo em ambientes urbanos. Em vermelho.

JESS 5 (M 6) O Aglomerado da Borboleta. Na cauda do escorpio. Visvel a olho nu como area enevoada. Bonito. Mag. 4.20 Dim. 20x20 Catalogado(?) por Hodierna antes de 1634. Visivel no mesmo campo que M7

JESS 6 (Ngc 6067) Belissimo aglomerado em Norma. A ,elhor forma para localiz-lo seguindo a linha entre Beta e Zeta Ara e dobrar esta distancia . Pode- se tambm utilizar a linha que liga Beta a Alfa do Centauro para triangular a posio . Em ambientes suburbanos se percebe claramente uma forte nebulosidade na regio. Muito prximo se encontra Collinder 299 e toda rea vale ser escaneada.

Na Buscadora: Voc vai perceber claramente o aglomerado e muitas estrelas na regio que parece brotar do aglomerado. No relacionadas. O Aglomerado em si bem denso e concentrado. Um objeto que mais ao norte fosse e seria cantando em prosa e verso.

JESS 7 (Ngc 6121- M4)- Um dos Aglomerados Globulares mais prximos (o segundo). Descoberto por De Chseaux em 1745-46. Fcil de achar. Ao lado de Antares. Sensvel a Poluio Luminosa.

Aonde olhar: Localize ver tambm Escorpio. Depois localize Antares ( Alpha Scorpio). Uma estrela vermelha facilmente localizavel. A seu lado estar Sigma Scorpio . M4 forma um triangulo com as duas. Escaneie a area a partir de Antares.

Na Buscadora: M 4 vai se destacar na ocular como uma estrela enevoada. um alvo bem fcil se partindo a partir de Antares

Cap. 5- Os telescpios e equipamentos Os equipamentos disponveis para a realizao do Catalogo Jos Eustaquio e Silvano Silva de Nebulosas e Objetos Estelares foi o fruto de um metdico levantamento dos cus austrais de nossos dois astrnomos pioneiros e tembm resultado de avanos tecnolgicos que se desenrolaram ao longo de vrios sculos de pesquisa astronmica. Sabemos pelos textos de Silvano e Silva que Jos Eustaquio herdara um dos telescpios que Lacaille trouxera em sua expedio para o Sul. Este teria ficado em poder de seu pai que segundo dados circunstanciais parece ter servido ao Abade em sua estada no Rio de Janeiro.

Sabemos por diversas fontes que o grande astrnomo francs no deixara saudade e tampouco a sentia em relao a cidade maravilhosa . Em diversos textos o abade falava da sujeira e do mau cheiro que invadia a Rua do Rosario. Foi ali que ele montou sua banca. Apesar da grande herana deixada por Lacaille ele realizou todos os seus feitos com telescpios deveras simples. Na realidade pouco mais que pequenas lunetas. Instrumentos de cerca de 25 mm de dimetro de objetiva. E com aumentos da ordem de 6 a 9 vezes. impressionante que este homem tenha deixado seu catalogo e mais uma famlia de constela~pes nos cus austrais com equipamento to simples.

O prprio Silvano Silva nos diz: ... o telescpio de Eustaquio pouco mais que um monculo de opera. E apesar disto ele reconhece centenas de nebulosas. Sua criao junto aos marinheiros deixara um profundo conhecimento dos cus e de seu comportamento.

J o equipamento de que dispunha o padre parecia ser mais sofisticado. Segundo suas prprias palavras seu aparelho era em muito superior ao pequeno newtoniano de Messier. Porm com uma menor distancia focal. Apesar de no citar valores em nenhum dos textos encontrados podemos fazer algumas suposies. Os telescpios que Messier utilizou so conhecidos pela histria e pelas palvras de Silvano podemos fazer srias conjecturas .Segundo Frommert e Kronenberg (SEDS) Charles Messier observou e/ou possui alguns telescpios;

1. 2. 3. 4.

Refrator de 8 metros de Distancia focal, Mag. 138x Refrator Acromtico, 4 metros DF Mag. 120x Newtonian reflector 4.5 foot FL, Mag. 60x Refrator Acromatico, 1200 mm DF (Dollond), Mag. 120x

5. Campani refractor, owned by M. Maraldi, Mag. 64x 6. Refrator 6 m DF, Observatorio de Paris, Mag. 76x Estes so apenas alguns dos telescpios utilizados por Messier . importante lembrar que devido a tecnologia da poca eles eram bem mais limitados do que sugerem as grandes distancias focais. Percebe-se tambm que na poca a idia de oculares variadas ainda no havia feito escola. Mas devido a um pequeno recorte encontrado entre os escritos de Silvano Silva dois destes aparelhos se mostram muito significativos para minha pesquisa. ... Tive a felicidade de conservar comigo dois belos aparelhos que ainda curtos me apresentam alta qualidade e aumento de 60x e 120x. O primeiro um modelo como o de Newton e o outro , meu favorito , um belo modelo inspirado em Galileu. So muito semelhantes aos telescpios que utilizei em Frana . Sendo que um deles um Dollond...

At devido a viagem que trouxe Silvano Silva ao Brasil lhe era impossvel possuir um telescpio de grande porte aqui na Colnia. Mas sua temporada em Paris o ensinou a conhecer equipamento astronmico e ter acesso ao que havia de melhor em seu tempo. Messier utilizou com freqncia telescpios com objetivas de 90 mm e 1200mm de distancia focal e 120 x de magnificao. Um deles feito por um tal de Dollond. Silvano Silva se refere ao mesmo textualmente. O tal Dollond (ou foi) John Dollond , um construtor de telescpios a quem creditada a descoberta das lentes acromticas. H controvrsias sobre se seria ele um inventor ou um ladro.De qualquer forma a patente sua... De qualquer forma os telescpios Dollond foram um marco e os telescpios refratores mais comuns do sec. XVIII so hoje classificados em rodas de antiqurios como Dollond e noDollond. O nome Dollond foi frequentemente gravado em telescpios no Dollond. http://www.antiquetelescopes.org/spyglasses.html Estes refratores acromticos so capazes de observar todo o catalogo Messier assim como alguns alvos mais difceis. Como j foi dito quando se observa o cu o obsevador to ou mais importante que o dimetro ou qualidade tica do prprio telescpio. E a descrio do Newtoniano no deixa muitas duvidas de se tratar de um aparelho semelhante ao descrito por Messier. Com 1500 mm de ditancia focal e com cerca de 90 mm de espelho. Na poca os newtonianos sofriam do uso de espelhos especulares e isto seria aproximandamente um 60 mm moderno.

O Refrator acromtico era um show de tecnologia em uma das fronteiras do mundo conhecido. Um Dollond. . E Silvano Silva sabia disto E ele sabia tambm que ele poderia descobrir o vu sobre o cu profundo que vivia escondido abaixo do Equador. Em outro trecho ele deixa clara sua ambio: ... com os meus equipamentos em muito superiores serei capaz de mapear um numero de nebulosas em muito superior aos encontrados pelo Abbe... e com isto demonstrar o brilhantismo das terras Lusitanas e a gloria de nosso reinado. aceito hoje que nenhum dos telescpios descritos aqui seja superior a um refrator de 100 mm ou um refletor newtoniano de 150 mm moderno. Acredita-se que a pequena luneta de Jos Eustaquio e o refrator de Silvano Silva foram a tecnologia que nos levou at o Catalogo J.E.S.S. Todos os objetos descritos nesta pesquisa so acessveis a tais telescpios e em sua grande maioria esto ao alcance de Binculos 10x50. A pequena luneta descrita por Silvano Silva como de propriedade de Jos no superaria de forma alguma um bom binculo moderno. Mas novamente sou obrigado a lembrar que o observador parte importante do equipamento. A mais importante.

Cap. 6- 1768 e 1769 Vou apresentar neste capitulo as diversos achados que foram registradas no dirio de Silvano Silva no perodo compreendido entre os anos de 1768 e 69. De forma que todas elas so anteriores as atualizaes do catalogo Messier original. Este publicado em 1771. Sabemos que Silvano Silva possua os levantamentos realizados por Messier at a sua entrada de numero 40. E diversas das entradas seguintes do catalogo se referem a objetos conhecidos desde a antiguidade. De qualquer forma diversas das entradas de Silvano Silva realizou durante este perodo se referem a objetos que foram includos no catalogo Messier somente em verses posteriores. Estas entradas, se no originais, so com certeza redescoberta realizadas de forma independente por Silvano Silva e Jos Eustaquio. Uma curiosidade: Silvano Silva, na maioria das entradas (mas no em todas), classifica os objetos com os seguintes termos:

Luminosae Nebulosae Occultae

E define Luminosae como agrupamentos de estrelas perceptveis com a vista desarmada. Nebulosae so objetos nebulosos que se resolvem em estrelas com o uso de telescpios. Occultae seriam as nebulosas que no se resolveriam em estrelas. Em seus escritos ele deixa transparecer que todas as nebulosas seriam compostas de aglomerados estelares. ... as nebulosas so aqueles aglomerados mais distantes e que escapam a potencia de meu telescpio. Ele escreve em um pequeno texto solto que encontrei. Neste mesmo texto ele apresenta que Jos no acreditava to ceticamente com relao a isto e acreditava que certos objetos eram de outra natureza.

... o meu amigo cr que alguns objetos nebulosos apresentam caractersticas diferentes e podem ser compostos por estruturas diferentes de estrelas

Curioso de fato sua classificao ser idntica a utilizada por Hodierna. Giovanni Batista Hodierna (1597-1660) foi um astrnomo italiano bastante desconhecido e que por razes obvias no pode ter se encontrado com nenhum de nossos heris. De qualquer forma ele deixou um catalogo com cerca de 40 entradas e com 19 objetos confirmados como autnticos . Seu trabalho foi pouqussimo conhecido em seu tempo e embora pouco provvel que Silvano Silva o tenha tido em mos tudo indica que ele foi apresentado a esta obra ou pelo menos as suas idias. O catalogo original de Hodierna foi publicado em 1654. Diversas entradas do catalogo J.E.S.S. so divididas com este catalogo antigo. Se forem descobertas ou compilaes foram algo que se perdeu. O Catalogo Hodierna como um catalogo secreto. Ficou desaparecido durante sculos e foi redescoberto nos Anos de 1980. Apesar de utilizar uma nomenclatura semelhante de Hodierna eu acho muito pouco provvel o conhecimento prvio de Silvano Silva sobre o catalogo italiano. Os objetos em comum so bastante luminosos e provavelmente so descobertas originais de Silvano Silva ou de Jos Eustaquio.

Apresento abaixo os registros de Silvano Silva de entradas em comum entre estes dois Catlogos. So elas NGC 2362, 2451, 6231, M41 e M47. 8 - 07h18m 57.9s ,:-2457' 47" Nebulosae, este so revela sua verdadeira natureza com grandes aumentos . Bem Junto cauda do Co Maior. No creio que o tenha resolvido na integralidade.

Esta entrada um objeto que devemos considerar como original. O texto de Silvano Silva no deixa muitas duvidas que ele desconhea o catalogo de Hodierna. Anteriormente ele sempre deu crdito a descobertas anteriormente registradas e que ele tinha conhecimento. Trata-se do aglomerado de Tau Canis Majoris. Ele s foi registrado posteriormente por Herschel como H VII.17. Trata-se de um aglomerado aberto contem cerca de60 estrelas e 25 milhes de anos, o que o faz bastante jovem. E ainda associado a alguma nebulosidade. possvel que Silvano Silva e hodierna apenas o identificassem como uma estrela esfumada... curioso o comentrio em relao a grandes aumentos. Por minhas pesquisas os telescpios da poca, bem como os telescpios dos prprios, no apresentavam oculares intercambiveis. O comentrio leva a acreditar que Silvano Silva confeccionou diversas oculares para seu telescpio. O comentrio sugere tambm que talvez Silvano Silva resolvesse alguns elementos do grupo.

9- 07h45m 31.9s , -3759'02" Nebulosae .Aglomerado Em Puppis . Dominado por uma grande estrela vermelha. Diversos membros...

Bastante sucinto na apresentao o aglomerado junto a c Puppis perceptvel a olho nu. Resolve-se facilmente com qualquer auxilio tico. Foi descrito tambm por Hodierna e posteriormente s redescoberto por John Herschel (o filho) j no sec. XIX. Discutem se trata realmente de um aglomerado verdadeiro o somente um alinhamento casual.

10- 16h54m 31.7s , :-4149' 37" Luminosae -Aglomerado j bastante conhecido . Na base da cauda do escorpio, Bem prxima a uma estrela dupla. Ngc 6321 evidentemente. Um aglomerado aberto que na poca j havia sido includo em quase todos os catlogos clssicos. Hodierna, Halley, Lacaille. Zeta Scorpio (dupla) indica facilmente sua posio. Aglomerado muito jovem com idade estimada em menos de 3.5 milhes de anos.

11- 06h46m05.9s , :-2045' 11" Nebulosae Outro aglomerado conhecido desde antiguidade . Messier o inclui na cpia que no possuo de seu catalogo como a entrada 41 M41 dispensa comentrios e um aglomerado talvez descrito por Aristteles. O que faria dele o objeto mais tnue descrito na antiguidade clssica.

12- 07h36m 42.2s , :-1429' 17" Luminosae Grande aglomerado em Puppis , resolvese em dezenas de membros. Foi-me indicado por Jos. Uma leve nebulosidade percebida se prolongado a pata do Co Maior... uma descoberta de Hodierna. Posteriormente foi redescoberto por Messier e foi sua entrada de numero 47. Tudo indica que uma descoberta de Jos Eustaquio. Jos deveria ter a vista muito apurada, j que percebe-lo a olho nu uma tarefa bastante difcil. Os textos de Silvano Silva levem a crer que ele achava se tratar de uma descoberta original. Estas so entradas que no apresentam nenhuma duvida junto a material encontrado e que curiosamente aproximam o catalogo J.E.S.S. do clssico texto de Hodierna. Estranhamente parece tratar-se de conhecidncia tanto a nomenclatura como as entradas em comum entre estes catlogos to distantes no tempo e no espao. Outra entrada em comum levam a uma eterna suspeita. A de que Silvano silva tenha tido contato com o antigo catalogo italiano.

Outras entradas do perodo so bastante interessantes. Algumas so meras suposies , j que o texto encontrado referente as mesmas se encontra bastante deteriorado. Em algumas vezes so apenas retalhos de papel. O perodo compreendido neste capitulo bastante rico e apesar de algumas entradas serem praticamente uma licena potica eu no poderia deixar de incluir devido a beleza dos objetos descritos. Tudo indica tambm que estas entradas foram todas realizadas partir das observaes realizadas na cidade do Rio de Janeiro. Mais precisamente nas encostas do atual bairro de Santa Teresa. Mais precisamente no Curvelo. Prximo ao atual Convento das Carmelitas.

10:34 -58:12 - Nebulosae . Um grande grupo de pequenas estrelas no leme. Cobrindo um dimetro de mais de 20... Nebulosidade expressiva em toda regio.

Apesar das coordenadas serem incompletas a descrio no deixa duvida de se tratar de NGC 3372 , a grande nebulosa de Eta Carinae. Um dos maiores tesouros do cu austral. Foi descrita por Lacaille em seu catalogo. Silvano Silva no parece saber deste registro e diz ter sido chamada sua ateno a nebulosa , claramente visvel a olho nu, por Jos Eustaquio.

Continua...