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O cavaquinho e as artes

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Aula de Música

UNIVERSIDADE SÉNIOR DO ROTARY CLUB DA PÓVOA DE VARZIM

Amy Dine e José Sepúlveda

Page 4: O cavaquinho e as artes
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Agradecimentos

Os Autores agradecem:

Ao MutesPela empenho na execução artística da imagem

da capa.

À Associação Museu Cavaquinho na pessoa do seu Diretor, Júlio Pereira Pela autorização para uso das imagens

inseridas neste trabalho

Ao Carlos CoelhoPela cedência das músicas

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Page 6: O cavaquinho e as artes

Ficha Técnica

EdiçãoE-Book

FormataçãoJosé Sepúlveda

Apoio PedagógicoJosé Abel Carriço

TítuloO Cavaquinho e as Artes

AutoresJosé Sepúlveda

Amy Dine

CapaMutes

NOTA

Trabalho elaborado no âmbito da Aula de Música da USRCPV - Universidade

Sénior do Rotary Clube da Póvoa de Varzim, tendo em vista a sua inclusão nas

Manifestações Paralelas do 38º Festival de Internacional de Música da Póvoa

de Varzim

Pintado por

Cristina Troufa(Museu Cavaquinho)

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Page 7: O cavaquinho e as artes

Índice

Preâmbulo 07

Ao som do cavaquinho (poema) 10

O Cavaquinho e as Artes 11

O Cavaquinho no Mundo 18

Museu Cavaquinho 21

Setenta Violinos 31

- Exposição Itinerante 32

- Júlio Resende (Biografia) 36

- Mutes (Biografia) 38

Caraterísticas do Cavaquinho 39

Afinações do Cavaquinho 41

Alguns exemplares de músicas 48

Construtores de Cavaquinho 59

Fontes 64

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Page 8: O cavaquinho e as artes

“…e quando o povo canta ao desafio,

o cavaquinho toca-se com brio!...”

Sepúlveda

Grupo de Cavaquinhos da Universidade Sénior

do Rotary Club da Póvoa de Varzim

(Inscrito no Museu Cavaquinho)

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Page 9: O cavaquinho e as artes

Preâmbulo

Júlio Pereira, um nome incontornável como músico,

compositor, multi-instrumentista e produtor português

dedicou ao cavaquinho uma especial atenção, tendo

em 1981 gravado o LP Cavaquinho que obteve um

merecido êxito junto da crítica e desencadeou um

profícuo debate, tendo levado muita gente a interessar-

se pela pequena violinha e a integrá-la na redes-

coberta e reinvenção da música popular portuguesa.

Em 2012 grava Cavaquinho .PT com textos do histo-

riador João Luís Oliva e da musicóloga egípcia Salwa

Castelo Branco. Apesar da crise, foram vendidos cerca

de 4000 exemplares .

Mas Júlio Pereira não se fica por aqui e envida

esforços para dar a conhecer melhor ao povo

português e ao mundo este tetracórdio de origem nor-

tenha, diz-se, de Braga.

Forma assim a Associação Museu Cavaquinho, sem

fins lucrativos , a fim de apoiar e divulgar toda e qual-

quer iniciativa que tenha a ver com o dito instrumento.

O interesse no seu uso tem vindo a aumentar gra-

dualmente e as atenções tem-se virado cada vez mais

para o instrumento de conceção aparentemente

rudimentar.

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Page 10: O cavaquinho e as artes

Estima-se que em Portugal ele seja tocado por cerca de

2500 pessoas e existem construtores do mesmo desde

o Minho ao Algarve, passando pela ilha da Madeira.

(textos extraídos na sua maior parte do Jornal O Público

de 2 de Maio de 2016).

Um dia Júlio Pereira viu uma imagem no computador

que lhe sugeriu uma ideia: Porque não fazer uma

colagem num cavaquinho? Se assim pensou melhor o

fez e achou interessante o resultado. As imagens eram

de Pedro Cabrita Reis a quem enviou a montagem com

um email pedindo-lhe a opinião e perguntando se queria

apadrinhar a Associação. Este achou a ideia muito

interessante e respondeu: “Boa, força, muito giro”.

Continuou a fazer mais algumas colagens através do

computador e desta vez abordou os artistas plásticos

Julião Sarmento e Júlio Pomar pois tinha sido de obras

de ambos que havia feito idênticas montagens. Estes

também acharam a ideia interessante e foi assim que

estes três principais artistas apoiaram a Associação.

Depois Júlio Pereira foi contactando mais artistas uns

mais conhecidos, outros menos, mas não era ainda

verdadeiramente isto que ele tinha em mente.

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Page 11: O cavaquinho e as artes

Resolve então fazer um convite a diversos artistas

.Responderam ”sim “ muitos artistas plásticos e com a

doação de 70 cavaquinhos feita por diversos

construtores dos mesmos consegue uma magnifica

coleção de 70 cavaquinhos pintados na integra. A esta

obra dá o nome de “70 cavaquinhos, 70 artistas”.

Com ela, faz então uma exposição no Museu

Cavaquinho. Esta exposição tornou-se itinerante e visa

contribuir para a divulgação deste singelo cordofone.

Com esta exposição a palavra cavaquinho passa a estar

na cabeça das pessoas.

Amy Dine

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Page 12: O cavaquinho e as artes

Pintado porMutes

(Museu Cavaquinho)

Era o cantar do povo que eu ouvia

Ao som desse instrumento singular,

A alma que das cinzas renascia

No seu trinado simples, popular...

Os versos e os sons em sintonia

Aos ventos espalhava pelo ar

E o músico, tocando, se exibia

Abrindo a alma ao povo em seu tocar!

Uma após outra as notas esgrimia

E ao seu redor o sonho, a fantasia,

Em todos se sentia com prazer...

E embalado ao som do cavaquinho,

Desafiava a vida e com carinho,

Vibrava em si a força de viver!

José Sepúlveda

Ao som do cavaquinho ...

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Page 13: O cavaquinho e as artes

Pintado por

Ana Pereira(Museu Cavaquinho)

O Cavaquinho e as Artes

Quando viajamos ao longo da nossa terra e mergulhamos

nas aldeias vilas e cidades desse Portugal profundo,

ouvem-se ao longe os trinados cheios de harmonia desse

pequenino instrumento, qual pequena violinha achatada,

num so-li-dó vivo e constante que nos enche a alma de

vigor e de alegria. É o cavaquinho, no âmago da tradição

popular.

Não sei se importa muito saber qual a sua verdadeira

origem - melhor deixar isso para os historiadores e

especialistas - o que sei é que a magia desses sons se

encontra enraizada no coração dos portugueses e quer

seja em grupos de folclore, de cantares populares, tunas

ou simples ajuntamento de amigos, a sua presença faz se

sentir a cada instante, arrastando cada um no cantarolar

dessas melodias simples, populares e folclóricas, tão

enraizadas na alma do povo que as canta com alegria e

espirito de poeta.

Vamos hoje abordar um nadinha sobre a história e

percurso desse pequeno instrumento cordofone que nos

inspira e delícia.

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Page 14: O cavaquinho e as artes

Pintado por

Renata Pascoal DR(Museu Cavaquinho)

O CAVAQUINHO é, na sua essência, um cordofone de

pequenas dimensões, na forma de pequena violinha

achatada, de estilo popular, com quatro cordas presas por

cravelhas. Existem atualmente em Portugal dois tipos

principais de cavaquinho, correspondendo a áreas onde o

seu uso é mais frequente:

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Page 15: O cavaquinho e as artes

O Cavaquinho Minhoto, ainda é construído por uma

indústria violeira ainda com características muito artesanais

sobretudo na região alargada de Braga, abrangendo

Guimarães, Felgueiras e estende-se ao Porto e arredores.

Em Guimarães, já no século XVII, era mencionado no

Regimento para o Início de Violeiro, de Guimarães, de

1719, que menciona entre as suas espécies maciços de

quatro e cinco cordas.

Algumas características:

As madeiras usadas no seu fabrico são diversas e variam

conforme a qualidade que se quer dar ao instrumento; os

melhores tampos são em pinho de Flandres, mas fazem se

também em tília, choupo, nogueira ou cerejeira; no geral, os

ramos são de uma folha única de uma dessas espécies,

mas há cavaquinhos em que o pau-preto é usado na

metade superior do tampo e as ilhargas e o fundo; o braço,

a cabeça ou cravelhas são comumente em madeira de

amieiro, sendo a cabeça ou cravelhas muito recortadas em

moldes variados e característicos.

Pintado por

Cristina Teixeira(Museu Cavaquinho)

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Page 16: O cavaquinho e as artes

os rebordos e a boca são enriquecidos com frisos

decorativos; os cavaletes são por norma em preto.

Geralmente, o cavaquinho minhoto tem a escala rasa com

o tampo de doze trastos. É um dos mais populares

instrumentos nas rusgas minhotas e tens características

essencialmente festivas, ao gosto popular que usa e abusa

da sua utilização em tudo o que sejam festejos tradicionais

profanos e vemo-lo muitas vezes nessas aldeias do interior

a acompanhar até o Compasso Pascal ou outras

manifestações profano-religiosas.

Não vai há muito tempo onde em qualquer casa rural de

Guimarães não existisse um cavaquinho para alegrar o

pessoal em momentos de lazer, festivos oou no exercício

das suas atividades agrícolas. Ora a solo, ora inserido em

grupos, ei-lo a vibrar na mão dos tocadores para alegria

das gentes que à sua volta se reúnem com o propósito de

usufruir da magia do som e dos cantares populares a ele

associados.

Pintado por

Gabriel Garcia(Museu Cavaquinho)

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Page 17: O cavaquinho e as artes

Quando acompanhado por viola ou violão, harmónica ou

acordeão, tambores ou ferrinhos, a sua presença torna-se

indispensável nesses momentos festivos e o seu pendor é

aumentar mais a sua presença nos tempos de hoje,

sobretudo através da ação dos grupos de cantares,

particularmente nas nas universidades seniores onde os

grupos vão proliferando por todo o país.

Este instrumento, usando afinações diversas, os seus

tocadores vão alimentando o gosto de cada executante ou

ouvinte com os sons por si produzidos. Transmitindo a

alegria que em cada um pulsa. Na sua forma comum, as

dimensões aproximando-se de 52 c, dos quais doze para a

cabeça, 17 para o braço e 23 para a caixa, sendo a largura

do bojo maior de 15 cm e a do menor 11 cm. O corpo

vibrante das cordas, da pestana ao cavalete, mede 33 cm.

A altura da caixa é menos constante regulando, na

generalidade, os 5 cm, mas não é invulgar encontrarem-se

cavaquinhos muito baixos que produzem um som mais

estridente, nas Terras de Basto, apelidados de maciços. É,

sobretudo, na região nortenha que o seu uso é mais

frequente. Este género musical aparece como espécie

popular ligadas ao folclore e à música mais tipicamente

enraizada no tradicional do nosso cancioneiro.

Pintado por

Catarina Garcia(Museu Cavaquinho)

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Page 18: O cavaquinho e as artes

Pintado por

João Barros(Museu Cavaquinho)

O Cavaquinho de Lisboa, é semelhante ao minhoto pelo

seu aspeto geral, dimensões e tipo de encordoamento.

Difere essencialmente do Cavaquinho do Minho pela escala

que é elevada em relação ao tampo, e pelos seus

dezassete trastos. O cavalete difere do dos cavaquinhos

minhotos, tratando-se de uma espessa régua linear com

um rasgo horizontal escavado a meio onde a corda prende

por um nó corredio. Carateriza-se como um instrumento de

Tuna com carácter urbano e sobretudo burguês que, em

meados do século XIX, os mestres de dança da cidade

terão certamente utilizado nas suas lições, sendo

ocasionalmente tocado por intérpretes femininos. A sua

execução é de forma ponteada, com plectro, tal como os

instrumentos desse género do tipo dos bandolins,

produzindo-se tremolo sobre cada corda. Enfim, em certos

casos é um instrumento que se assemelha ao bandolim,

pelo seu formato e dimensões - um número superior de

cordas e um braço mais largo - leva também o nome

de cavaquinho, embora não partilhe com ele a mesma

estirpe e natureza

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Page 19: O cavaquinho e as artes

Pintado por

Manuela Gandra(Museu Cavaquinho)

O Cavaquinho da Madeira (a Braginha) foi levado

por bracarenses que o espalharam por diversas

regiões, sendo-lhe muitas vezes dado outras

designações. Neste caso, a Braguinha é o nome

que os madeirenses dão ao pequeno instrumento,

ora porque era tocado por pessoas que usavam

bragas, ora porque era tido como originário de

Braga.

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Page 20: O cavaquinho e as artes

Numa viagem através do mundo, se bem que, como já foi

dito, o cavaquinho tenha a sua alma em Braga, cavaquinho

tenha a sua alma em Braga, este logo se espalhou pelo

Porto, Coimbra e outras cidades, tendo alcançado muito

rapidamente o coração de tantos portugueses. A partir

daqui, foram alguns emigrantes que o levaram para a

Madeira, para Cabo Verde, Brasil, Hawai e outros lugares,

muito embora, com as variantes então nascidas nesses

lugares fosse espalhado diretamente para os mesmos

lugares onde aos poucos os estilos se foram sofrendo

alterações, acabando por ocasionar o aparecimento de

outros instrumentos cuja génese está no Cavaquinho de

Braga.

Nas ilhas do Hawai transformou-se num instrumento em

tudo semelhante ao cavaquinho, designado por ukelelé - a

pulga saltadora. Pensa-se que levado por portugueses

emigrantes que aportaram aquelas paragens. O ukelelé é

um instrumento de quatro cordas . Este instrumentomuitas

vezes com o braço em ressalto e com dezassete trastos, tal

qual os cavaquinhos de Lisboa, Madeira e Brasil. Este

instrumento também aparece com fabrico inglês, do tipo do

cavaquinho minhoto, com braço raso, com tampo e apenas

com doze trastos.

Pintado por

Luísa Passos(Museu Cavaquinho)

Cavaquinho no Mundo

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Page 21: O cavaquinho e as artes

A sua introdução no Hawai é atribuída a João Fernandes,

madeirense nascido em 1854 e que foi da sua terra para

Honolulu num contingente de emigrantes com destino às

plantações de açúcar, numa viagem pela rota do cabo Horn

que demorou mais de quatro meses, que ao desembarcar

carregava debaixo de um dos braços a sua inseparável

braguinha. Entre esse grupo iam cinco excelentes

executantes e três construtores, os quais vão ficar para

sempre ligados à história do cavaquinho nesse país. Manuel

Nunes, um dos construtores, abriu uma pequena indústria de

mobiliário e assim começou a fabricar exemplares da

braguinha. Com o tempo, os havaianos aperceberam-se que

o instrumento não era difícil de tocar e começaram a comprar

alguns exemplares, divulgando a característica música que se

foi espalhando gradualmente até se tornar uma referência

musical no país.

Foi um dos netos de Manuel Nunes, Leslie Nunes, o grande

impulsionador e cultor do ukelelé, a quem se deve a

informação do que hoje se sabe sobre o aparecimento e a

difusão do popular instrumento nessa zona geográfica.

Pintado por

Tiago Taron(Museu Cavaquinho)

19

Page 22: O cavaquinho e as artes

Tendo por base esta resenha histórica, é possível aquilatar

que a partir do Minho, mais propriamente de Braga, através

de alguns emigrantes, o cavaquinho terá viajado para alem

de todo o pais, pela Madeira, Brasil e outros países sul-

americanos através de algum ou alguns emigrantes

minhotos e, da mesma cidade, através dos afluxos

migratórios, para o Brasil e outros países sul-americanos,

espalhando-se como uma bola de neve por diversos

continentes, onde hoje, sob as mais diversas formas, por

adoção ou pela criatividade dos residentes, se transformou

numa referência no panorama da música popular.

Pintado por

André Letria(Museu Cavaquinho)

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Page 23: O cavaquinho e as artes

Museu Cavaquinho

“A Associação Cultural e Museu Cavaquinho foi criada e

adquiriu natureza jurídica em Julho de 2013 com o

propósito de cobrir as necessidades e falhas encontradas

durante um estudo preliminar sobre a prática do

cavaquinho em Portugal, levado a cabo por Júlio

Pereira (sócio fundador e atual presidente).

Durante esse estudo, foi evidente uma realidade diferente

da conhecida no início dos anos 80, aquando da edição do

disco “Cavaquinho” de Júlio Pereira que mostraria ao país

este instrumento - a prática do cavaquinho não parou,

antes pelo contrário, manteve-se ativa. No entanto, não

existe documentação sobre esta prática, nem tão pouco um

método de Ensino ou um plano de preservação quer da

prática quer da construção e divulgação deste instrumento.

Esta Associação nasceu da urgência de juntar no mesmo

plano os intervenientes da prática do cavaquinho: por um

lado tocadores, músicos e construtores como agentes reais

e por outro, os investigadores, universidades e outras

entidades acreditadas que são o suporte científico para

uma construção rigorosa daquilo que é a viagem e prática

do cavaquinho””.

(Wikipédia)

Pintado por

Mutes(Museu Cavaquinho)

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Page 24: O cavaquinho e as artes

Fotos cedidas peloMuseu Cavaquinho

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Page 25: O cavaquinho e as artes

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Page 26: O cavaquinho e as artes

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Page 27: O cavaquinho e as artes

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Page 28: O cavaquinho e as artes

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Page 29: O cavaquinho e as artes

Decorações

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Page 30: O cavaquinho e as artes

Ornamentos

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Page 31: O cavaquinho e as artes

Cravelhas

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Page 32: O cavaquinho e as artes

Pintura dum cavaquinho em construção(Museu Cavaquinho)

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Page 33: O cavaquinho e as artes

Exposição Itinerante dos Setenta Cavaquinhos

Pintado por

Graça Bordalo Pinheiro(Museu Cavaquinho)

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Page 34: O cavaquinho e as artes

Exposição itinerante70 Cavaquinhos 70 Artistas

Esta exposição encontra-se a percorrer dez Municípios, na maioria, transversais à prática

do Cavaquinho – Lisboa, Coimbra, Braga, Guimarães, Porto, Viana do Castelo, Funchal,

Horta, S. Roque do Pico e Vila Franca do Campo.

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Page 35: O cavaquinho e as artes

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Page 36: O cavaquinho e as artes

Setenta Cavaquinhos, Exposição

Artistas convidados: Alberto D’Assumpção, Alberto Lopes, Alex Davico, Amélia

Muge, Ana Cristina Dias, Ana Pereira, Ana Romero, Ana Silva, André Letria,

António Bártolo, Benedita Serrano, Carla Cabral, Carla Regina, Carlos Mensil,

Carlos Zíngaro, Catarina Garcia, Constança Araújo Amador, Cristina Troufa,

Daniela Reis, Débora, Domingos Silva, Francisco Martins, Gabriel Garcia, Gil

Maia, Graça Bordalo Pinheiro, Helena Berenguer, Helena Trindade, Irene Gomes,

JAS, Joana Astolfi, Joana Miguel, Joana Rego, João Barros Mouro, Júlio Dolbeth,

Juma, Lara Parreira, Luís Calheiros, Luís Lázaro, Luísa Passos, Luiz Morgadinho,

Luz Henriques, Manuela Gandra, Manuela Pimentel, Margarida Cardoso,

MariaRafael, Mariana Dias Coutinho, Mário Fresco, Marta Madureira, Minela

Reis, Mutes, Oliveira Tavares, Paula Rosa, Paulo Sanches, Pedro Sousa Pereira,

Renatta Pascoal, Rita Melo, Rita Ventura, Rui Lacas, Rui Tavares, Rui Vitorino

Santos, Sameiro Sequeira, Sara Morais, Sofia Ribeiro, Susana Bravo, Susana

Chasse, Teresa Gil, Teresa Melo, Tiago Taron e Vítor Zapa.

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Page 37: O cavaquinho e as artes

Setenta Cavaquinhos, Exposição

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Page 38: O cavaquinho e as artes

Biografias

“Júlio Fernando de Jesus Pereira nasceu em Lisboa, a 22

de Dezembro de 1953.

Músico, compositor, multi-instrumentista e produtor.

A sua música caracteriza-se pela utilização de instrumentos

tradicionais portugueses, como o cavaquinho e a viola

braguesa.

Apesar de ter iniciado a sua carreira como músico rock, nos

grupos Petrus Castrus e Xarhanga mais tarde, começou a

dedicar-se à música tradicional portuguesa.

Músico: Compositor, Multi-instrumentista e Produtor.

Júlio Pereira tem norteado a sua preocupação artística por parâmetros que tomam como

referência a universalidade das manifestações culturais. O que, de forma nenhuma,

contraria a importância do seu trabalho no âmbito da música tradicional portuguesa e da

consideração étnica dos sons e das suas raízes. É que esse trabalho sempre teve como

horizonte a incorporação da tradição portuguesa nas correntes estéticas que marcam as

sucessivas “contemporaneidades". João Luís Oliva

Com sete anos de idade aprende a tocar bandolim com o seu pai. Durante a adolescência

faz parte de várias bandas de rock entre as quais Xarhanga e Petrus Castrus com quem

grava quatro discos.

A partir dos seus vinte anos (ano da revolução de Abril de 74) e até aos trinta colabora –

em concertos e inúmeros discos - com os compositores mais importantes de Portugal

destacando-se a sua colaboração com José Afonso - a partir de 79 - com o qual colabora

regularmente tocando em vários sítios do Mundo e co-produzindo os seus últimos discos.

Ainda nesta década trabalha como músico em alguns grupos de Teatro com encenadores

como: Augusto Boal, Águeda Sena e João Perry .Grava os seus primeiros Álbuns de

autor: Bota-Fora, Fernandinho vai ó vinho, Lisboémia e Mãos de Fada.

Em 1981 lança o álbum Cavaquinho, um trabalho que veio abrir novas portas à música

portuguesa, totalmente instrumental, resultado de uma longa investigação – ganhando

todos os prémios de música do País – iniciando assim o seu percurso como

instrumentista.”

Destaque-se a sua colaboração com outros músicos como The Chieftains, Pete Seeger,

José Afonso, Kepa Junkera, Carlos do Carmo, Chico Buarque ou Sara Tavares.[2]

Júlio Pereira tem 20 discos de autor e participou em dezenas de discos de outros artistas.

A 9 de Junho de 2015, foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

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Page 39: O cavaquinho e as artes

.

A partir de 1983 e até 2003 grava regularmente os seguintes discos, alguns

premiados: Braguesa 1983, Nortada 1983,Cadoi 1984, Os sete

instrumentos 1986, Miradouro 1987 Janelas Verdes 1990, O meu

Bandolim 1991, Acústico 1994,Lau Eskutara 1995 (gravado no País Basco com Kepa

Junkera), Rituais 2000 (que serviu de base à coreografia com o mesmo nome de Rui

Lopes Graça e os bailarinos da Companhia Nacional de Bailado), e Faz-de-conta 2003 (o

primeiro CD Multimédia para crianças).

Faz vários concertos no Mundo, produz, orquestra e participa como Multi-Instrumentista

em vários discos de outros autores e colabora paralelamente com vários nomes da música

entre os quais: Kepa Junkera, Pete Seeger, Mestisay e The Chieftains - com os quais grava

o CD Santiago que ganha o Grammy Award, 1995.

Em 2006 Colabora no Filme Fados de Carlos Saura com Chico Buarque e Carlos do

Carmo produzindo o tema "Fado Tropical".

Ainda com o Bandolim, em 2008 grava o CD Geografias e cria um concerto com o mesmo

nome. Actua em Portugal e vários sítios do Mundo.

Em 2010 - lança Graffiti um álbum de canções que conta com a participação de cantoras

de vários países entre as quais: Dulce Pontes, Maria João, Sara Tavares, Olga

Cerpa (Espanha), Nancy Vieira (Cabo-verde) e Luanda Cozetti (Brasil).

Dos concertos dados ao longo deste tempo destaca-se aquele que dirige no Théâtre de la

Ville em Paris (2012) de homenagem a José Afonso com artistas da actualidade como

António Zambujo, Mayra Andrade, João Afonso, etc.

Em 2013 retoma, o Cavaquinho e grava o CD Cavaquinho.pt. como ponto de partida para

uma nova etapa dedicada a este instrumento. Actualmente é Presidente da Associação

Museu Cavaquinho que visa documentar, preservar e promover a história e a prática deste

instrumento.

Júlio Pereira conta com 20 discos de Autor e participa como Instrumentista, Orquestrador

ou Produtor em cerca de 80 discos de outros Artistas.

Em 2015 recebeu a medalha de honra da SPA - Sociedade Portuguesa de Autores e foi

condecorado pelo Estado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique

Pintado por

Ana Romero(Museu Cavaquinho)

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Page 40: O cavaquinho e as artes

Mutes Pintor

Mutes, autor da capa

Mutes (César de Barros Amorim) nasce em França,

Margny Les Compiegne em 1976, regressa a Portugal

em 1986, reside atualmente em Arcos de Valdevez.

È pintor autodidata, expõe com regularidade desde

2004.

Está representado em diversas coleções nacionais e

estrangeiras em vários Continentes, é amante do

Cubismo. Já ultrapassou mais de uma centena de

exposições, entre as quais Suíça, Espanha, Milão,

Londres, Lisboa, e agora Paris, já vão fazendo parte dasua caminhada. de se afirmar.

Através da sua arte somos transportados para um mundo de histórias

contadas através da tela, onde é possível ver uma certa crítica social, religiosa

e política em alguns dos trabalhos. São figuras mutantes com predominância

de fortes e atrativos campos pictóricos, que nos fazem viajar num mundo

imaginário.

´Mutes busca a desestruturação da obra em todos os seus elementos.

Decompondo a obra através de figuras mutantes imaginárias, regista os

elementos em planos sucessivos numa visão total da figura, contornando-a

nas suas dimensões, sob estranhas e variadas formas com o predomínio de

linhas curvas e retas, numa estruturação das figuras e dos objetos

desajustados.

São danças de uma mão que desenha de forma despreocupada, usando o(DES) Cubismo como forma

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Page 41: O cavaquinho e as artes

O cavaquinho

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Page 42: O cavaquinho e as artes

40

Page 43: O cavaquinho e as artes

Técnicas afinação do cavaquinho

O cavaquinho geralmente toca-se rasgado com os quatro dedos

menores da mão direita, ou apenas com o polegar e o indicador

como instrumento harmónico. No entanto, um bom instrumentista

executa a parte cantante destacada do rasgado com os dedos

menores da mão esquerda sobre as cordas agudas, ao mesmo

tempo que as cordas graves fazem o acompanhamento em acordes.

Trata-se de um instrumento com um grande número de afinações

que, tal como no caso da viola, variam conforme as terras, as formas

tradicionais e até os tocadores. Porém, geralmente e para tocar em

conjunto, o cavaquinho afina pela viola com a corda mais aguda

colocada na máxima altura aguda possível.

A sua afinação natural parece ser ré-sol-si-ré (do grave para o

agudo), mas usa-se também sol-sol-si-ré (ou lá-lá-dó #-mi, do grave

para o agudo).

Certos tocadores de Braga usam ainda outras afinações além destas,

próprias de certas formas em que a corda mais aguda (ré) é ora a

primeira, ora a terceira: a afinação para o varejamento (com a

primeira mais aguda) que corresponde a sol-sol-si-ré, atrás indicada;

a afinação para malhão e vira na «moda velha» mais antiga (sol-ré-

mi-lá, também com a primeira mais aguda).

Em Barcelos, é preferida a de sol-dó-mi-lá (afinação da «Maia»)

existindo ainda outras afinações de malhão e vira, para além de

outras com a terceira mais aguda, etc.

Atualmente o cavaquinho é usado - tal como outros instrumentos

típicos das rusgas - também para o fado, seguindo aí uma afinação

correspondente com a primeira mais aguda.

Pintado por

Joana Miguel(Museu Cavaquinho)

41

Page 44: O cavaquinho e as artes

Afinações do Cavaquinho

Pintado por

Manuela Pimentel(Museu Cavaquinho)

42

Page 45: O cavaquinho e as artes

Pintado por

Carla Regina(Museu Cavaquinho)

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Page 46: O cavaquinho e as artes

Afinação de Lá-Lá-Dó-Mi

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Page 47: O cavaquinho e as artes

Afinação de Lá-Lá-Dó-Mi

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Page 48: O cavaquinho e as artes

Afinação de Sol-Sol-Si-Ré

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Page 49: O cavaquinho e as artes

Acordes

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Page 50: O cavaquinho e as artes

Alguns exemplares de músicas

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Page 51: O cavaquinho e as artes

Músicas para Cavaquinho

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Page 52: O cavaquinho e as artes

Músicas para Cavaquinho

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Page 53: O cavaquinho e as artes

Músicas para Cavaquinho

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Page 54: O cavaquinho e as artes

Músicas para Cavaquinho

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Page 55: O cavaquinho e as artes

Músicas para Cavaquinho

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Page 56: O cavaquinho e as artes

Músicas para Cavaquinho

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Page 57: O cavaquinho e as artes

Músicas para Cavaquinho

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Page 58: O cavaquinho e as artes

Notas do Cavaquinho

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Page 59: O cavaquinho e as artes

Notas do Cavaquinho

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Page 60: O cavaquinho e as artes

Notas do Cavaquinho

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Page 61: O cavaquinho e as artes

Construtores de Cavaquinho

Pintado por

Minela Reis(Museu Cavaquinho)

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Page 62: O cavaquinho e as artes

Construtores de Cavaquinho

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Page 63: O cavaquinho e as artes

Construtores de Cavaquinho

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Page 64: O cavaquinho e as artes

Construtores de Cavaquinho

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Page 65: O cavaquinho e as artes

Construtores de Cavaquinho

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Page 66: O cavaquinho e as artes

Fontes

Museu Cavaquinho

Júlio Pereira (blog)

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