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O COMÉRCIO EXTERIOR E O EXTERIOR E O DESENVOLVIMENTO Expositora: AFRFB ALBERTO AMADEI NETO (ALF/FOR/GABIN/ASSESSORIA)

O COMÉRCIO EXTERIOR E O DESENVOLVIMENTO · resumido a “Um objetivo fiscal, nada mais que isto, é o que anima a metrópole na colonização do Brasil”. • Raymundo Faoro (1957),

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O COMÉRCIO EXTERIOR E O EXTERIOR E O

DESENVOLVIMENTO

Expositora: AFRFB ALBERTO AMADEI NETO(ALF/FOR/GABIN/ASSESSORIA)

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CURSO: “A ATIVIDADE ADUANEIRA NA PROTEÇÃO DA ADUANEIRA NA PROTEÇÃO DA

SOCIEDADE”Tema: “O COMÉRCIO

EXTERIOR E O DESENVOLVIMENTO”

ESMAFE-CE, 27/05/2010

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Da Ordem de Cristo *Da Ordem de Cristo *à Ordem Globalà Ordem Global

a natureza do fisco da corte à corteo resgate da política tributária como instrumento de desenvolvimento

os ajustes estruturais da década de 90 os ajustes estruturais da década de 90 a crise mundial de 2009

* Foi em nome dessa ordem de cavalaria que se fez a expedição comandada por Pedro Álvares Cabral, Mestre Almirante da Ordem de Cristo, em 1500. Era à Ordem de Cristo que, originariamente,

pertencia as terras do Brasil, tanto assim que o principal tributo do período colonial se denominava "Dízimo à Ordem de Cristo"

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Historiografia dos Tributos Régios

• A nova historiografia dos tributos coloniais tem se dedicado à análise decontratos e contratadores de Minas Gerais com dívidas acumuladas decentenas de contos de réis na Real Fazenda.

• Luiz Antônio Silva Araújo (2002) desenvolve a mesma ideia de Mauro deAlbuquerque Madeira, a Coroa Portuguesa exigia altos valores naarrematação, mas não controlava os pagamentos, pois as autoridadeseram coniventes com os deslizes dos contratadores (1993);Júnia F. Furtado (1996) relata também como o governador de Minas• Júnia F. Furtado (1996) relata também como o governador de MinasGerais aliava-se para favorecer os contratadores de diamantes;

• Paulo Miguel Moreira da Fonseca (2005) vincula os laços de amizade entreautoridades e negociantes nas Minas tendo favorecido o inadimplenteJoão Rodrigues de Macedo.

• Todos eles retomam as interpretações de Kenneth Maxwell (1997), haviaum grupo de empresários nas minas rico e influente o bastante para evitara incriminação na devassa e lesar a Real Fazenda.

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W2 Mandela.Windows; 27/5/2010

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Historiografia dos Tributos Régios

• Em 1942, Caio Prado Júnior (1970,p.337) escreveu que osentido da colonização portuguesa no Brasil podia serresumido a “Um objetivo fiscal, nada mais que isto, é o queanima a metrópole na colonização do Brasil”.

• Raymundo Faoro (1957), apoiado no conceito weberiano deEstado patrimonialista, concluiu também que o monopólio doEstado patrimonialista, concluiu também que o monopólio docomércio e a política fiscal constituíam os pilares da políticacolonial.

• A antiga historiografia dos tributos ressaltou o caráterpredatório do sistema de arrecadação de impostos do períodocolonial, criado para transferir recursos dos colonos para aCoroa Portuguesa.

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W3 Moog.Windows; 27/5/2010

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História e Poder

O comportamento cultural dos agentes no mapeamento histórico-institucional :

• “ Se os senhores de engenhos, e os lavradores de açúcar e do tabaco são os que mais promovem um lucro tão os que mais promovem um lucro tão estimável, parece que merecem mais que outros preferir no favor e achar em todos os tribunais aquela pronta expedição que atalha as dilações de

requerimentos e o enfado e os gastos de prolongadas demandas.”

• Cultura e Opulência no Brasil• (André João Antonil)

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Contratadores – o círculo “virtuoso”’

Se a Coroa não tolerasse alguma margem de lucropor parte dos funcionáriossequer encontraria candidatos ao cargo

Alguns ministros de Sua Majestade não vem cá buscar o nosso Bem,

vem cá buscar nossos Bens

A política régia tornava tácitaa compensação mediante ganhos

As queixas sobre a venalidadedos funcionários governamentais régios

são um tema constante por mais de 3 séculos

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ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃOESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

1. Aspetos conceituais

2. Evolução das doutrinas e sistemas tributários

3. Estado de situação dos sistemas tributários da ALe a crise mundial

4. A política tributária como instrumento dedesenvolvimento, âmbito, desenho e objetivosbásicos

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1. ASPECTOS CONCEITUAIS 1. ASPECTOS CONCEITUAIS

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CONCEITO E OBJETO DA PDCONCEITO E OBJETO DA PD

• para assegurar o desenvolvimento é necessária umapolítica específica?

• na AL nos 70 o desenvolvimentismo ouestruturalismo postula como meta da sociedade e doestruturalismo postula como meta da sociedade e doEstado acelerar o crescimento econômico.

• toma em conta a importância dos “parâmetros não-econômicos” (controle de empresas por grupostransnacionais, etc.) e considera que as variáveiseconômicas dependem em grande medida deles.

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PROPOSIÇÕES DO ESTRUTURALISMO LATINOPROPOSIÇÕES DO ESTRUTURALISMO LATINO--AMERICANOAMERICANO

(1) tendência à deterioração dos termos de intercâmbio;

(2) papel central do Estado na promoção do desenvolvimentoeconômico;

(3) transferência de mão-de-obra para setores com maior valoradicionado que justifica a industrialização;

(3) transferência de mão-de-obra para setores com maior valoradicionado que justifica a industrialização;

(4) subdesenvolvimento não é um estágio mas um resultado dasubordinação da periferia aos países industrializados;

(5) oferta ilimitada de mão-de-obra reprimindo salários e causandoinsuficiência de demanda e investimento;

(6) tese da indústria infante, que justifica a proteção e o modelo deindustrialização substitutiva de importações

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Velho desenvolvimentismo Novo desenvolvimentismo 1. Industrialização orientada pelo Estado e baseada na substituição de importações.

1. Industrialização orientada para as exportações, combinada com consumo de massas no mercado interno.

2. Papel central do Estado em obter poupança forçada e realizar investimentos.

2. Cabe ao Estado criar oportunidades de investimento e reduzir a desigualdade econômica.

3. A política industrial é central. 3. Política industrial é subsidiária, mas 3. A política industrial é central. 3. Política industrial é subsidiária, mas estratégica.

4. Ambigüidade em relação aos déficits públicos.

4. Rejeição dos déficits.

5. Relativa complacência em relação à inflação.

5. Nenhuma complacência em relação à inflação.

Fonte: MACROECONOMIA ESTRUTURALISTA DO DESENVOLVIMENTO E NOVO DESENVOLVIMENTISMO - Luiz Carlos Bresser-Pereira e Paulo Gala, Trabalho escrito para o número 100 da Revista da CEPAL, 2 de janeiro de 2010.

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Ortodoxia Convencional Novo desenvolvimentismo

1. Não tem papel econômico para a nação.

1. A nação é o agente responsável pela definição de uma estratégia nacional de desenvolvimento

2. As instituições fundamentais para o crescimento são a garantia dos direitos de propriedade e dos contratos.

2. A instituição chave para o crescimento é uma estratégia nacional de desenvolvimento.

3. Reformas devem reduzir o tamanho do Estado e desregular os mercados.

3. Reformas devem fortalecer o Estado e os mercados – estes devendo ser bem regulados. regulados.

4. O Estado não deve realizar política industrial, nem política de redistribuição.

4. Política industrial deve ser limitada e estratégica. Grande papel na distribuição da renda.

5. Não existem tendências estruturais a neutralizar.

5. Neutralizar tendência à sobreapreciação da moeda e a salários crescerem menos que produtividade.

6. O crescimento deve ser financiado em boa medida por poupanças externas.

6. O crescimento deve se basear em poupança interna.

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UMA CONCEITUAÇÃO MODERNA DO UMA CONCEITUAÇÃO MODERNA DO DESENVOLVIMENTODESENVOLVIMENTO

• “O desenvolvimento humano sustentável é:

– um desenvolvimento que não só gera crescimento, mastambém distribui seus benefícios equitativamente;

– regenera o meio ambiente em vez de lhe destruir;– regenera o meio ambiente em vez de lhe destruir;– potencia as pessoas em vez de marginá-las;– amplia as opções e oportunidades das pessoas e permite

sua participação nas decisões que afetam suas vidas.”

(PNUD. Algunas preguntas y respuestas sobre el desarrollo humanosostenible. Washington D.C.,17/01/94 pp. 7.)

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CONCEITO DE PTCONCEITO DE PT

• 2 tipos de políticas: as que definem objetivos (PD, p.e.) e asque selecionam os instrumentos adequados para alcançá-los(PT, p.e.).

• são instrumentos fiscais os fluxos que integram o processoreceita-gasto do sector público, que constituem elementos doorçamento (gastos públicos e receitas públicas ou definanciamento do gasto).orçamento (gastos públicos e receitas públicas ou definanciamento do gasto).

• o cometido da PT se inicia a partir da decisão do montante dogasto público (depende do papel que se adjudique ao Estado)e da participação das receitas tributárias no financiamento.

• a definição daquela nível não e um problema de PT mas umdado prévio e necessário, a partir do qual se apresentam osproblemas específicos da PT.

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OBJETO DA POLÍTICA TRIBUTÁRIAOBJETO DA POLÍTICA TRIBUTÁRIA

São do domínio específico da PT 4 categorias deproblemas :

– a estrutura formal e funcional do sistema tributário;

– a distribuição social, setorial e espacial da carga tributária;

– os efeitos dos tributos, como parâmetros, sobre ocomportamento dos agentes econômicos;

– a utilização de tais efeitos como ferramentas dinâmicas deação do Estado sobre o sistema econômico, com miras ainfluir no ritmo e direção do processo de desenvolvimento.

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PRINCÍPIOS DESEJÁVEIS NO STPRINCÍPIOS DESEJÁVEIS NO ST

• suficiência: capacidade de arrecadar uma magnitude derecursos adequada para financiar as ações do Estado, cujocusto se entende que deve ser socializado;

• equidade: observar a capacidade contributiva de quemrecebe a incidência dos tributos (tributária);

• neutralidade: evitar efeitos não predeterminados nem• neutralidade: evitar efeitos não predeterminados nemdesejáveis do ponto de vista da eficiência econômica;

• promoção do desenvolvimento: facilitar o logro dedeterminados objetivos extra-fiscais (alocação de recursos)e promover a redistribuição dos benefícios;

• simplicidade: permitir o preciso conhecimento dasobrigações tributárias e evitar custos injustificáveis para ocumprimento e seu controle.

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2. EVOLUÇÃO DAS DOUTRINAS E 2. EVOLUÇÃO DAS DOUTRINAS E SISTEMAS TRIBUTÁRIOSSISTEMAS TRIBUTÁRIOSSISTEMAS TRIBUTÁRIOSSISTEMAS TRIBUTÁRIOS

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AS ETAPAS AS ETAPAS • 60s procura da equidade, imposto de renda global,

pessoal sobre um conceito amplo ("Informe Carter”).• 70s definição da PT como instrumento ao serviço dos

objetivos do desenvolvimento (“Modelo Gerson daSilva”).

• 80s e 90s consolidação da tributação geral ao consumo(IVA); atenuação da função redistribuição na tributação(IVA); atenuação da função redistribuição na tributaçãosobre a renda; privilegiar a eficiência econômica; AT(ajuste fiscal e estrutural, “consenso de Washington”).

• 2000s aspetos internacionais: competitividadetributária; preços de transferência; dupla tributação;isenção rendas de capital; impostos heterodoxos;incremento da regressividade.

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1948-60 - Industrialização

• Inserção Internacional:– Deterioração dos termos de intercâmbio;– Desequilíbrio estrutural na balança de pagamentos;– Integração regional.

• Condições Estruturais Internas do crescimento/progressotécnico e do emprego/distribuição de renda:Condições Estruturais Internas do crescimento/progressotécnico e do emprego/distribuição de renda:– Processo de industrialização substitutiva;– Tendências perversas causadas por especialização e heterogeneidade

estrutural: inflação estrutural e desemprego.

• Ação Estatal:– Conduzir deliberadamente a industrialização.

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1960 - Reformas• Inserção Internacional:

– Dependência;– Integração regional;– Política internacional de redução da vulnerabilidade na periferia;– Viés antiexportação industrial.

• Condições estruturais internas do crescimento/progresso• Condições estruturais internas do crescimento/progressotécnico e do emprego/distribuição de renda:– Reforma agrária e distribuição de renda como requisito para

redinamização da economia;– Heterogeneidade estrutural;– Dependência.

• Ação Estatal:– Reformar para viabilizar o desenvolvimento.

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1970 – Estilos de Crescimento• Inserção Internacional:

– Dependência;– Endividamento perigoso;– Insuficiência exportadora.

• Condições estruturais internas do crescimento/progressotécnico e do emprego/distribuição de renda:técnico e do emprego/distribuição de renda:– Estilos de crescimento, estrutura produtiva e distributiva e estruturas

de poder;– Industrialização combinando mercado interno e esforço exportador.

• Ação Estatal:– Viabilizar estilo que leve à homogeneidade social;– Fortalecer exportações industriais.

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1980 - Dívida

• Inserção Internacional:– Asfixia financeira.

• Condições estruturais internas do crescimento/progressotécnico e do emprego/distribuição de renda:– Ajuste com crescimento;– Ajuste com crescimento;– Oposição aos choques do ajuste, necessidade de políticas de renda e

eventual conveniência de choques de estabilização;– Custo social do ajuste.

• Ação Estatal:– Renegociar a dívida para ajustar com crescimento.

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1990-98 – Transformação Produtiva com Equidade

• Inserção Internacional:– Especialização exportadora ineficaz e vulnerabilidade aos movimentos

de capitais.

• Condições estruturais internas do crescimento/progressotécnico e do emprego/distribuição de renda:técnico e do emprego/distribuição de renda:– Dificuldades para uma transformação produtiva eficaz e para reduzir o

“hiato da equidade”.

• Ação Estatal:– Implementar políticas de fortalecimento da transformação produtiva

com equidade.

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DE ONDE VEM AMÉRICA LATINA DOS 90S? DE ONDE VEM AMÉRICA LATINA DOS 90S? (no político)(no político)

Año País Dictador 1978 Bolivia Banzer 1979 Ecuador Rodríguez Lara/triunvirato 1979 Nicaragua Somoza/dinastía 1980 Perú Morales Bermudez 1980 Perú Morales Bermudez 1982 Argentina Galtieri 1985 Brasil Figueiredo 1985 Uruguay Goyo Álvarez 1986 Guatemala Mejía Víctores 1989 Panamá Noriega 1989 Paraguay Stroessner 1990 Chile Pinochet

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DE ONDE VEM AMÉRICA LATINA DOS 90S? DE ONDE VEM AMÉRICA LATINA DOS 90S? (no econômico)(no econômico)

• nos 80s o PIB cresceu menos que a população, o pouco quecresceu nos 2 países que o fizeram, foi destinado aopagamento do serviço da dívida externa.

• redução das importações e início das desvalorizaçõescambiárias.cambiárias.

• franca queda dos preços das matérias primas.

• inflação acompanhada de um processo agudo deestancamento e desemprego e surgimento da "economiainformal”.

• “condicionalidades” das entidades financeiras multilaterais.

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90s: AJUSTE FISCAL E ESTRUTURAL 90s: AJUSTE FISCAL E ESTRUTURAL (base dos sistemas tributários atuais)(base dos sistemas tributários atuais)

• redução déficit (estancamento e inflação):• ampliar bases;• potenciar impostos generais ao consumo (IVA);• melhor gestão tributária.

• ajuste estrutural, eficiência (distorções emalocação de recursos):

• atenuar desestímulos ao trabalho e a poupança (baixaalíquotas imposto renda);

• promover apertura comercial e financeira (tarifaaduaneira e tratamento das rendas de capital).

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EVOLUÇÃO DAS ALÍQUOTAS MÉDIA NA AMÉRICA EVOLUÇÃO DAS ALÍQUOTAS MÉDIA NA AMÉRICA LATINA LATINA -- IMPOSTO DE RENDA E IVAIMPOSTO DE RENDA E IVA

Marginal renda pessoa física: 54% (1979) 29% (2002) Renda pessoa jurídica: 41% (1979) 26% (2002) Geral IVA: 10% (1979) 14% (2002)

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3. Estado de situação dos 3. Estado de situação dos sistemas tributários da AL na sistemas tributários da AL na sistemas tributários da AL na sistemas tributários da AL na

presente década e a crise mundialpresente década e a crise mundial

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INGRESOS TRIBUTARIOS COMO % DEL PIB - 2006

20

25

30

35

40

0

5

10

15

BRASIL

ARGENTIN

A

BOLIVIA

URUGUAY

NICARAGUA

COSTA R

ICA

CHILE

PROMEDIO

COLOM

BIA

HONDURAS

REP. DOM

INIC

ANA

PERÚ

ECUADOR

GUATEMALA

VENEZUELA

EL SALVADOR

PARAGUAY

PANAMÁ

MÉXIC

O

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AL AL -- REFORMAS TRIBUTÁRIAS REALIZADAS NAS ÚLTIMAS REFORMAS TRIBUTÁRIAS REALIZADAS NAS ÚLTIMAS DÉCADASDÉCADAS

– focadas preponderantemente na estabilizaçãomacroeconômica e na remoção de efeitos dedistorção na alocação de recursos e a competitividadeinternacional da economia, é dizer, alem da naturalfunção arrecadadora, estiveram voltadas quasefunção arrecadadora, estiveram voltadas quaseexclusivamente a melhorar aspetos de eficiênciaeconômica, com base em padrões neoliberais.

– Subestimaram o rol de redistribuição da tributação eo exageraram em relação ao gasto público.

Page 34: O COMÉRCIO EXTERIOR E O DESENVOLVIMENTO · resumido a “Um objetivo fiscal, nada mais que isto, é o que anima a metrópole na colonização do Brasil”. • Raymundo Faoro (1957),

ST DA AL E DISTRIBUIÇÃOST DA AL E DISTRIBUIÇÃOPREMISSA PREMISSA

existe consenso em considerar que se aestrutura da arrecadação por tipo de tributoapresenta uma participação prevalecente dosapresenta uma participação prevalecente dosimpostos indiretos, “prima facie”, estaríamosante um sistema tributário regressivo.

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33,330,1

43,3

35,9

27,4 27,7

50,343,7

33,936,8

30,0

40,0

50,0

60,0

Impostos Diretos % da Arrecadação - 2006

14,3 16,0

0,0

10,0

20,0

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52,58 54,29

60,54

49,59

41,8546,42

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

Impostos Diretos % da Arrecadação - 2006

0,00

10,00

20,00

30,00

Espanha Franca Itália PaísesBaixos

Portugal Rep. Checa

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50.9

Impostos Diretos% da Arrecadacao total de Impostos e do PIB - 2006

A.LATINA EUROPA

% Arrec. % PIB

32.2

5.712.0

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11.2 12

ESTRUTURA DA ARRECADACAO IMPOSTOS DIRETOS (% DO PIB) 2006

A. LATINA EUROPA

RENDA PROPRIEDADE OUTROS TOTAL ID

4.8

0.7 0.2

5.7

11.2

0.8

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4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

3.1

4.7

7.1

3.5

11.2A. LATINA

EUROPA

0.0

2.0

4.0

% PIB % PIB % PIB % PIB

Físicas Jurídicas Outros Receita Total

0.8

3.1

0.8

3.5

0.6

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O PARADOXO NEOLIBERALAL: DISTRIBUIÇÃO DOS BENEFÍCIOS DO GASTO SOCIAL (%)

Quintil mais pobre

Quintil mais rico

Educação Primaria Secundaria Terciaria Saúde

20,2 29,0 13,2 1,9 20,6

20,4 7,9 18,3 52,1 17,6

Fonte: Benedict Clements, Christopher Faircloth y Marijn Verhoeven: Gasto público en AméricaLatina: tendencias y aspectos clave de política, en REVISTA DE LA c e p al 9 3 • Dezembro 2007

Saúde Proteção social Gasto social total Memorando: Participação dos quintiis na renda primaria

20,6 5,6

15,0

3,6

17,6 51,2

30,4

56,4

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A CRISE ECONÔMICA GLOBALA CRISE ECONÔMICA GLOBAL

Crise financeira, traslado à economia real

John K. Galbraith vs. Milton Friedman.

Outra vez a “era da incertidumbre”?

Triunfalismo neoliberal de 3 décadas

“O golpe à confiança”, Lehman Brothers (2008)

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O CONTÁGIO DE AMÉRICA LATINAO CONTÁGIO DE AMÉRICA LATINA

• Bonança na região entre 2002/2007:– crescimento 5,7% 2007;

– diminuição da pobreza 10% entre 2002/2007;

– desemprego de 11% em 2003 a 7,5% em 2008

• Pontos fundamentais de contato, o comercio internacional e os fluxos de capital

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VARIACAO REAL % 1er. Y 2do. Trimestres 2008 vs 1er. Y 2do. Trimestres 2009

VARIAVEL: TRIM ARGENTINA BRASIL CHILE USA MÉXICO ESPAÑA ITALIA

PIB 1er. 2.0 -1.8 -2.3 -3.3 -8.2 -3.0 -6.0

2do. 1.4 -2.6 -4.5 -3.9 -10.5 -3.9 -6.2

Demanda (interna) 1er. -1.4 -1.3 -2.5 -4.4 -7.5 -4.9 -4.6

2do. -1.6 -3.3 -5.9 -4.8 -10.2 -5.9 -4.2

Investimento Bruto 1er. -7.6 -14.0 -29.1 -18.8 -15.4 -13.1 -12.6

2do. -19.1 n/d -34.3 -21.2 -18.7 -15.0 -15.5

Importações 1er. -24.2 -16.0 -14.9 -16.2 -22.5 -22.3 -17.0

2do. -28.0 -19.5 -18.8 -18.6 -25.1 -27.0 -17.8

Exportações 1er. -11.8 -15.2 -3.2 -11.6 -20.2 -19.0 -21.7

2do. -8.0 -19.0 -5.4 -15.7 -25.1 -25.1 -24.7

Desemprego 1er. 2.4 8.6 22.0 67.1 28.2 80.3 11.3

2do. 20.0 17.3 30.5 75.0 51.4 81.7 22.4

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Import.

Export.

Desemprego

-19.0

-14.7

31.4

-22.1

-17.6

42.6

VARIACIAO MÉDIA 2008/09 2do. T 1er. T

-30.0 -20.0 -10.0 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0

PIB

Demanda

Invest. bruto

-3.2

-3.8

-15.8

-19.0

-4.3

-5.1

-20.6

1

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IMPUESTO ARGENTINA BRASIL CHILE USA MÉXICO ESPAÑA ITALIA PROMEDIOIVA 1T -0.3 -2.6 -20.5 -8.3 -20.9 -17.7 -11.8 -11.7IVA 2T -3.0 -5.2 -18.0 -18.9 -14.4 -36.9 -16.1

VARIACIÓN REAL % 1er. y 2do. Trimestres 2008 vs 1er. y 2do.Trimestres 2009

IVA 2T -3.0 -5.2 -18.0 -18.9 -14.4 -36.9 -16.1

RENTA 1T -3.7 -4.6 -25.2 -32.4 -8.7 -17.7 -4.5 -13.8RENTA 2T 0.7 -5.5 -54.6 -36.6 -19.2 -14.4 -57.2 -26.7

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UMA INDAGAÇÃO QUE PROCEDE ANTE A CRISEUMA INDAGAÇÃO QUE PROCEDE ANTE A CRISE

• estamos ante uma fase do ciclo, e por tanto transitória e de curto prazo, o tem raízes mais profundas que demandam um reajuste estrutural da economia global com um cambio estrutural da economia global com um cambio de paradigmas, por exemplo de “menos Estado mais mercado” para “Estado mais efetivo e melhor mercado”?

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REDUÇÃO DO IMPACTO E RECUPERAÇÃO REDUÇÃO DO IMPACTO E RECUPERAÇÃO

• O Plano do G20 e a política fiscal anticíclica.

• A regulação das entidades e mercados financeiro (menciona Machinea, “enfrenta a grupos de pressão que em pouco tempo tenderão a querer “esquecer” os efeitos da crise ou a colocar a responsabilidade em outros atores”)

• Novo e mais amplo protagonismo do Estado, cuja necessária presencia como promotor do progresso da sociedade, e regulador e “aperfeiçoador” do mercado ha quedado evidenciada (Paul Krugman, “a vezes, os câmbios necessários são obstaculizados por doutrinas dogmáticas de uma ortodoxia obsoleta”)

• Joseph Stiglitz, os “brotes verdes” poderiam significar uma recuperação ao impulso do estímulo governamental seguida de una abrupta caída, é dizer uma recuperação em “W”

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4. A política tributária como 4. A política tributária como instrumento de desenvolvimento, instrumento de desenvolvimento,

âmbito, desenho e objetivos âmbito, desenho e objetivos âmbito, desenho e objetivos âmbito, desenho e objetivos básicosbásicos

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UMA POLÍTICA INSTRUMENTAL AO SERVIÇO DO UMA POLÍTICA INSTRUMENTAL AO SERVIÇO DO DESENVOLVIMENTODESENVOLVIMENTO

• a inícios dos 70’, ainda no marco do modelo de crescimento por substituição de importações e do planejamento econômico, se promove para AL a utilização do ST como instrumento do desenvolvimento

• no ano l972 se celebrou em México a III Conferencia Interamericana sobre Tributação “A tributação como instrumento do sobre Tributação “A tributação como instrumento do desenvolvimento

• se apresentou um modelo de sistema tributário para América Latina, inspirado nas idéias de Gerson Augusto da Silva, que supunha definir a PT como uma política de natureza instrumental, ao serviço dos objetivos socioeconômicos que se pudessem estabelecer em cada país

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MECANISMOS DE AÇÃO DOS TRIBUTOSMECANISMOS DE AÇÃO DOS TRIBUTOS

• os impostos que integram um ST sãosimultaneamente uma receita para o governo e umparâmetro instrumental capaz de afetar as decisõesdas pessoas e das empresas e,

• em conseqüência, devem ser um conjunto detributos capazes de desempenhar todas as funçõesbásicas que pode e deve cumprir a PT em apoio daestratégia de desenvolvimento, através de seusefeitos paramétricos

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ÂMBITOÂMBITO

• o modelo de Gerson procura um equilíbrioentre a distribuição equitativa da cargatributária observando a função redistribuiçãotributária observando a função redistribuiçãomas, ao mesmo tempo, propondo tambémum rol importante dos tributos na promoçãodo logro dos objetivos do desenvolvimento.

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DESENHODESENHO

• a eleição de una política tributaria supõe oconhecimento prévio do desenho da política ouestratégia de desenvolvimento que se vai implementar,isto implica definir objetivos precisos e suficientementedesagregados que permitam identificar:– A natureza e direcionamento das mudanças que se

desejam promoverdesejam promover– A valoração quantitativa das metas que se desejam

alcançar

• A partir de ali identificar nominalmente os impostosque deveria conter o ST e suas característicasestruturais básicas para coadjuvar ao logro de taisobjetivos.

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OS OBJETIVOS BÁSICOSOS OBJETIVOS BÁSICOS

• o "Foro ALC-UE sobre Coesão Social" que se reuni em2007, concluiu que “as políticas sociais e de proteçãodo regime social deveriam ser apoiadas por políticaspúblicas razoáveis e justas, em particular políticasfiscais que permitam uma melhor redistribuição dafiscais que permitam uma melhor redistribuição dariqueza e assegurem níveis adequados de gasto social.“

• Aquelas conclusões nos insinuam o rumo desejávelpara as futuras reformas tributárias, seriam seusobjetivos prioritários a eqüidade e a suficiência

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SIGNIFICADO DA EQUIDADESIGNIFICADO DA EQUIDADE

• a equidade se relaciona com a distribuição da cargatributária e significa observar a capacidade contributiva dequem recebe a incidência dos impostos, e tambémsignifica outorgar uma função redistributiva a tributaçãoatravés da progressividade

• segundo Musgrave, a forma mais direta e simples de• segundo Musgrave, a forma mais direta e simples depropender a redistribuição seria através de:– imposição progressiva das famílias com ingressos superiores

com uma subvenção as famílias com menores ingressos;– a aplicação da arrecadação na financiarão de serviços públicos,

que beneficiam particularmente as famílias de baixos ingressos;– impostos sobre bens consumidos preponderantemente por

pessoas de altos ingressos, junto com subvenções a produtosconsumidos principalmente por pessoas de baixos ingressos

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SIGNIFICADO DA SUFICIÊNCIASIGNIFICADO DA SUFICIÊNCIA

• a suficiência do ST se vincula a sua capacidade de arrecadaruma magnitude de recursos adequada para financiar asações do Estado cujo custeio se entende que deve sersocializado

• para cumprir com esse requisito o ST deve estar dotado detributos que pressentem características de generalidadetributos que pressentem características de generalidade(natureza e amplitude das bases econômicas e dos sujeitoscompreendidos, a qual se verá afetada pelas isenções

• a suficiência depende também de outros dois fatores: onível e estrutura das alíquotas e a eficácia com que seaplique o ST

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Bandeira das Alfândegas• Com o objetivo de preservar os seus direitos a Ordem de Cristo instalou nas suas

possessões Feitorias de Alfândega para exercer o controle sobre o seu monopólio.

• Estas feitorias, posteriormente transformadas em praças fortificadas, eram os únicoslugares que as naus estrangeiras poderiam oficialmente aportar em terras brasileiras,em busca de abastecimento e abrigo, sob pena de serem consideradas piratas.

• Para tanto, a identificação destas Feitorias pela tripulação das naus estrangeiras eraefetuada através de uma bandeira passível de alcance por visada de luneta de bordo.

• Inicialmente esta bandeira era negra com o Pentagrama centralizado

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“Aos intelectuais cabe-lhes aprofundar a percepção darealidade social para evitar que se alastrem as manchasda irracionalidade que alimentam o aventureirismopolítico; cabe-lhes projetar luz sobre os desvãos dahistória onde se ocultam os crimes cometidos pelos quehistória onde se ocultam os crimes cometidos pelos queabusam do poder; cabe-lhes auscultar e traduzir asansiedades e aspirações das forças sociais ainda semmeios próprios de expressão.”Celso Furtado.