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Elaborado por: José Luiz F. Ferreira 1 de abril de 2013 “O conhecimento da evolução dos povos e culturas como uma forma de compreender os aspectos que ligam o ser humano individual e a humanidade inteira, e sentir-se parte dela.” Conteúdo: Resumo da Evolução da Terra até o nosso estado atual. Transição da Época Atlântida para a nossa Época pós-Atlântida O desenvolvimento da Humanidade através dos Sete Períodos Culturais O caminho do Oriente para o Ocidente. Da cultura Índica, Persa, Egípcia, Greco- latina, a atual e futura Da sabedoria divina à consciência terrena. O surgimento da História. A Biografia humana como um espelhamento da evolução da humanidade Os Mitos e Lendas dos diversos povos como ecos verdadeiros dos fatos vividos pela humanidade A atuação dos grandes guias e mestres universais ao longo da história A Antroposofia e o futuro da humanidade

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Elaborado por: José Luiz F. Ferreira

1 de abril de 2013

“O conhecimento da evolução dos povos e culturas como uma forma de compreender os aspectos que ligam o ser humano individual e a humanidade inteira, e sentir-se parte dela.”

Conteúdo:

Resumo da Evolução da Terra até o nosso estado atual. Transição da Época Atlântida para a nossa Época pós-Atlântida O desenvolvimento da Humanidade através dos Sete Períodos Culturais O caminho do Oriente para o Ocidente. Da cultura Índica, Persa, Egípcia, Greco-

latina, a atual e futura Da sabedoria divina à consciência terrena. O surgimento da História. A Biografia humana como um espelhamento da evolução da humanidade Os Mitos e Lendas dos diversos povos como ecos verdadeiros dos fatos vividos pela

humanidade A atuação dos grandes guias e mestres universais ao longo da história A Antroposofia e o futuro da humanidade

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1 de abril de 2013

A Evolução conforme “A Ciência Oculta “de Rudolf Steiner O livro “A Ciência Oculta” descreve os resultados das pesquisas espirituais do autor, de forma essencial e factual como as causas espirituais subjacentes a “Evolução do Universo e o Homem”. É desta forma que o autor denomina o capítulo central do livro e sustenta a razão da existência do livro. Esta evolução é investigada espiritualmente de forma retrospectiva até o momento em que a matéria começou a existir envolvendo a partir de um elemento espiritual, até então o único existente. A observação espiritual permite perceber como numa sequencia posterior, este elemento primordial se condensa parcialmente como que para dar origem à matéria. Para chegar neste grau a percepção espiritual o autor parte da observação espiritual da vida espiritual. A ciência externa também busca explicar o início da vida, mas por outro caminho, não por meio da própria vida em sua essência espiritual, mas sim física.

Polar Lemúria Atlântica5ª Pós

Atlântica

Hiper

Borea

6ª Pós

Atlântica

7ª Pós

Atlântica

INDICA

PERSA

EGIPTOCALDAICAASSÍRIO

BABILONICA

GRECOROMANA

ATUAL(Anglo-saxônica)

6ª ÉPOCA

ÉPOCACORPO ETÉRICO7200 – 5000 aC

CORPO ASTRAL5000 – 2900aC

ALMA DA SENSAÇÃO2900 - 750aC

ALMA DA RAZÃO-ÍNDOLE750aC-1400dC

ALMA DA CONSCIÊNCIA1400-3570dC

CONSCIÊNCIA IMAGINATIVA3570 – 5750dC

GERME DO FUTURO5750- 8000 dC

MARTE MERCÚRIO JÚPITER VÊNUSLUASOLSATURNO

Quando se percorre o capítulo central do livro vê-se o mundo e a nós próprios como que tecendo a vida de forma indissolúvel. Podemos ver como até chegar ao ponto de o homem receber um “eu” em sua existência na Terra, percorreu em sentido mais amplo, uma longa evolução. Esta evolução é então pesquisada desde tempos imemoriais. Retrocedendo chega-se então a um ponto da evolução em que a matéria passou a existir. Este elemento material resulta do primeiro grande sacrifício de uma elevadíssima entidade cósmica espiritual. Segue então uma pormenorizada e detalhada descrição dos processos que resultam de diferentes estágios de condensação do elemento puramente espiritual primordial, diferençando-se em matéria mais sutilizada ou menos sutilizada, resultando deste complexo processo aquilo que viria a formar os constituintes primordiais do ser humano e dos reinos da natureza. Toda a criação é revelada como substância espiritual nascente da vontade, da sabedoria, dos rimos e das formas divino-espirituais. De uma maneira preciosa alcançamos a uma compreensão da máxima: “o ser humano é um microcosmo dentro do macrocosmo”. Como anuncia Paracelso: Se de todas as coisas que estão à nossa volta pudéssemos fazer um extrato, teríamos como resultado o ser humano. Rudolf Steiner fez pouquíssimas menções sobre o futuro, mas neste livro ele denominou o capitulo final de: “O Futuro da Evolução do Homem e do Universo. Neste capítulo está grifada a importância única do Mistério do Cristo para a evolução do homem no Universo. Da mesma forma que a semente contém a flor e todos seus estágios intermediários, o passado contém em si o futuro. Entretanto na fase terrestre da evolução cabe a humanidade cumprir a tarefa de tornar a Terra em um Cosmo de Sabedoria e, para lograr êxito em evoluir para um Cosmo de Amor foi necessário que o grande ideal cósmico do Amor encarnasse como Excelsior Ser do

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Cristo. A atuação do impulso Cristico está apenas em seu início e as conseqüências futuras deste impulso estão inexoravelmente vinculadas ao progresso humano, porém, alcançado com a força da consciência pensante e livre. Ao descrever os sucessivos estados planetários a partir de um “estado primordial”, Steiner atribui a estes estados ou encarnações planetárias o nome que, apenas pelo nome, faz referência aos planetas originais do nosso sistema solar. Assim ele descreve os seguintes ciclos: Primeira encarnação planetária - Velho Saturno É o início da evolução humana: o calor espiritual é a substância primordial da materialidade. Este calor emana de potencias, de seres, da primeira hierarquia espiritual. Os verdadeiros criadores do homem. Deste calor sutil se desenvolve o que viria a ser o corpo físico humano, e o futuro reino mineral na Terra. Nível de consciência do reino mineral (estado de transe, semelhante ao coma profundo). Reino único (criação inicial incluindo tudo). Durante a evolução de Saturno, há uma sucessão de sete estados de vida e entre cada estado de vida ocorrem pequenos Pralayas (são estados intermediários entre dois estados de vida). Ao final dos sete estados de vida o primeiro ciclo planetário (o Saturnino) encontra o seu termino. Então ocorre um Grande Pralaya cósmico, período que nada se é possível descrever, pois não há meios de linguagem para tal. Segunda encarnação planetária - Velho Sol Agora, nesta nova encarnação planetária, o estado calórico se densifica, ainda num sentido espiritual, e se acrescenta um estado gasoso espiritual. Neste estado o Homem (a humanidade germinal) desenvolve o que viria a ser o futuro corpo vital do homem (etérico). A consciência máxima é semelhante a do reino vegetal (estado de sono profundo sem sonho). Agora, distinguiram-se dois reinos naturais espirituais, incluindo o homem. Assim como em Saturno, são sete estados de vida e seis pequenos Pralayas.

Então, no final do ciclo Solar segue-se o Grande Pralaya cósmica. Terceira encarnação planetária - Velha Lua Acrescenta-se o estado líquido ainda não físico, mas espiritual. Nesta fase planetária o Homem coloca em desenvolvimento o seu corpo astral, corpo dos sentimentos e das emoções. A Consciência é a do reino animal uma semi-consciencia (estado de sonho). Agora destingui-se três reinos naturais em grau sutil espiritual, incluindo o homem. Novamente sete estados de vida e seis pequenas Pralayas. Novamente ocorre o terceiro Grande Pralaya cósmico, ao final do ciclo lunar. Quarta encarnação planetária – Atual Terra Acrescenta-se o estado sólido-físico em seu estado primordial. Na Terra o Homem em desenvolvimento do seu EU próprio. Lentamente a consciência humana, vai adquirindo um estado de vigília. Na Terra distingui-se os três reinos naturais inferiores e o reino humano que se coloca como criador da realidade externa , que interage e intervém nos demais reinos, porém a primeira vez com consciência de si mesmo. Assim como nas encarnações planetárias anteriores ocorrem sete estados de vida ou períodos terrestres, que ainda estamos em meio deles. Ao final de cada período ocorrem grandes transformações na face terrestre, como resultados de cataclismos de grandes proporções. Os Estados ou períodos terrestres podem ser descritos como:

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Primeiro período - Polar (recapitulação do velho ciclo de Saturno). Estas repetições relembram e integram processos ou dinâmicas espirituais, em menor escala que ocorreram no velho Saturno. É inadequado aproximar-se destes conteúdos com os conceitos físicos que povoam as nossas mentes burguesas. Nesta fase a Terra não existia como um planeta sólido e sim como um estado que abrangia todo o espaço cósmico que abrange o sistema solar. Alí todo o sistema solar estava em estado especial e indiferenciado. No fim, do ciclo solar corpo gasoso que é o planeta Saturno que conhecemos e que leva 29 anos para circundar o Sol em sua órbita atual. Assim como nos estados de vida das encarnações planetárias anteriores ocorrem pequenos Pralayas. Segundo período - Hiperbórica (recapitulação do velho Sol). Ali também prevalecem as mesmas leis cósmicas anteriores. Ao final deste período, ou estado de vida, ocorre as primeiras diferenciações terminam com a separação do sol, como matéria espiritual mais sutil e deste separam-se os demais planetas que conhecemos hoje, apenas Marte e Jupter separam-se pouco antes da separação do Sol.

Terceiro período - Lemúrica (recapitulação do estado planetário equivalente a velha Lua). Após um pequeno Pralaya, configura-se a Terra mais próximo do que conhecemos hoje. No meio do período Lemurico ocorreu a separação da lua. Neste período começa a densificação dos corpos onde somente poucas espécies animais puderam se manifestar. Antes da separação da Lua porem, as condições na Terra eram cada vez mais inadequadas às almas humana o que levou a um afastamento das almas humanas para habitarem os demais planetas. Após a separação da Lua a Terra sofre um repentino adensamento e há o reinício do povoamento mediante o restabelecimento de condições adequadas a encarnação de almas humanas. O repovoamento da Terra veio a ocorrer ao longo de todo o período Lemurico e, sobretudo Atlantico. Ao final da época Lemurica houve intensas mudanças nas condições do planeta provocadas por atividade vulcânicas e que levou ao fim do Continente Lemurico que existia no atual local do Oceano Indico, próximo ao Pacifico. “A Humanidade na Época Lemurica Na época do Paraíso ainda não havia a Morte. A lama seguia um ritmo de inalação e exalação cósmica, apenas mudando, de vez em quando de ambiente. A morte tinha, naquele tempo, ainda mais os traços do seu irmão, o sono. O ritmo era como uma respiração, mas não uma separação, uma perda. Não havia ainda o tempo no sentido de hoje. Também o Sol, a Lua e a Terra ainda tinham que estabelecer a relação entre si. Não havia o limiar entre a vida e a morte, e assim se justifica falarmos de uma duração de vidas de milhares de anos. Somente depois da separação da Lua e do Pecado Original começou a alei do nascimento e da morte. Junto com as dores do parto apareceram o sofrimento e o medo da morte. De agora em diante existe o cadáver, a decomposição. O desenvolvimento no fim da época Lemúrica é um drama trágico, que se reflete no Mito de Caim e Abel. Quarto período - Atlântica. Somente agora podemos falar em evolução propriamente terrestre. Com o fim do continente Lemurico as imigrações principais, ou seja, dos grupamentos humanos que iriam formar o caudal das futuras evoluções da Terra, se fixaram mais a oeste em um faixa de terra que se estendia onde hoje está o Oceano Atlantico. Deste continente resta a memória contida na corrente quente do oceano Atlantico que é responsável pela condição de vida com temperatura amena na America do Norte, mas, sobretudo na Europa.

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Apenas no período Atlantico pela primeira vez, e a única em que tal denominação era plena de sentido, surgiram as raças humanas, vinculadas aos planetas em que tais almas estiveram durante o período da crise Lemurica, antes do afastamento da Lua. Havia sete raças básicas:

1. Rmoahais 2. Tiaretis 3. Tolteken 4. Urturanier (Turianos primordiais) 5. Ursemiten (Semitas primordiais) 6. Akkadier (Acadianos) 7. Mongolen (Mongóis)

As condições de vida na Atlantida foram modificando e a partir do quarta época do período Atlantico. Devido ao diluvio as grandes migrações se iniciaram, sendo que a mais significativa delas em direção ao leste, ao nascer do Sol.

“A Humanidade na Época Atlantica” A Bíblia denomina a Arca de Noé e a cestinha (em hebraico, “Caixa”) de Moisés pelo mesmo nome: Tebah. De fato, entre os dois existe algo em comum. Nos dois casos, trata-se de salvar uma vida jovem. Numa vez, um indivíduo eleito, Moisés, que foi salvo do infanticídio faraônico, na outra tribo jovem da Humanidade, eleita para sobrevivência no grande dilúvio. O que mais tarde torna-se destino individual começa como destino da Humanidade e de um povo. A arca e o caixão de Osíris e Adônis eram símbolos da morte e ressurreição nos mistérios. As pinturas nas catacumbas e nos sarcófagos são prova de que até o Cristianismo primitivo tinha consciência disso. As relações entre o formato da arca e da caixinha de Moisés são muito parecidas. Sempre aparece Noé, que se eleva como um ressurreto da caixa, parecida com um caixão. Tanto a caixa de Moisés como a Arca de Noé, significam mais do que um meio para salvar a vida. Significam uma instituição do destino, que eleva a personalidade pela experiência da passagem pela morte. O mito do dilúvio é a imagem da iniciação, pelo destino, de todo um grupo da Humanidade. É a iniciação de um grupo eleito da Humanidade pela força do destino, num ponto crucial do desenvolvimento. Noé é, nessa iniciação, o grande guia sacerdote e Hierofante. O mito do dilúvio existe em todos os povos como lembrança comum. Há mais de 60 lendas do dilúvio. Em todas há, no centro, uma individualidade que corresponde a Noé, seja Manu dos Indianos, Deucálion dos Gregos, Xixutros dos Caldeus ou Utnapichtin da epopéia babilônica de Gilgamesh. Para compreender a grande mudança que se passou com o Dilúvio, temos que estudar a figura do grande Manu, conforme o descreve a Ciência Espiritual Antroposófica. Manu era o guia do mais importante centro esotérico. A maioria dos mistérios da Velha Atlântida não conseguiu estabelecer um contato com os seres solares, que se tinham separado da Terra, mas que, no futuro da Humanidade, iriam ligar-se novamente com ela. Os outros mistérios eram mistérios lunares ou planetários. Somente Manu recebeu a sua iniciação do Sol. Este centro de Manu estava situado a leste da Velha Atlântida, mais ou menos onde hoje se acha a Irlanda. A cultura Atlântica era influenciada pelos deuses, através dos mistérios. Com o progresso dessa cultura surgiram discrepâncias. Ao lado dos mistérios progressivos havia os que se tornaram sempre mais decadentes. Aqueles mistérios, que eram ligados à corrente de Enos, abusavam das forças vegetativas da natureza e do homem. Começou a luta pelo poder. Os corpos humanos que naquela época ainda eram muito menos endurecidos, podiam expressar faculdades anímicas. Uma pessoa mais delicada psiquicamente também tinha um corpo que era estruturado muito mais delicadamente, mais ágil, mais flexível. Uma pessoa pouco desenvolvida tinha um corpo mais grosseiro, pouco plasmável, pouco ágil. A progressividade anímica contraia os corpos, enquanto o atraso anímico, as paixões, os instintos

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baixos, etc. provocavam um crescimento da substância material, até formas gigantescas. Era o tempo em que havia, pela descrição da Bíblia, gigantes. Afinal, tudo o que se passava nos mistérios degenerados, provocou grandes catástrofes. Da mesma forma que o anímico espiritual agia e se manifestava nos corpos físicos, ele atuava sobre a superfície da Terra. Os mistérios degenerados da magia negra, o abuso das forças vegetativas, provocaram, afinal, na atmosfera densa de neblina, em que a água e o ar eram mais próximos do que são hoje, grandes tempestades que deram origem a grandes catástrofes aquáticas e, assim, provocaram o desaparecimento de toda a Atlântida. A maior parte da humanidade desapareceu. Só uma minoria salvou-se por migrações para o leste (Europa e Ásia) ou oeste (América), onde novos continentes começaram a se formar. Era tarefa do Manu preparar o futuro e educar uma pequena parte da Humanidade para que pudesse ser salva, no meio das catástrofes, a fim de formar a semente da Humanidade futura. Para tal fim, ele cultivou nesses homens a força do pensamento, ou seja, a força que devia prevalecer na época pós-atlântica. época lemúrica instinto

época atlântica memória época pós-atlântica pensamento

Pela força do pensamento, o Homem da época pós-atlântica deveria chegar à liberdade e ao livre arbítrio. O nome de Manu é expressão disso. A raiz Man significa portador de pensamentos. Manu já formulava em conceitos as revelações dos mistérios, enquanto que os outros mistérios tinham que falar por símbolos. Manu ensina aos seus discípulos a compreender; ele não fala apenas a mando dos deuses, mas ele fala sobre os próprios deuses. São idôneos para os ensinamentos do Manu aqueles que renunciaram à consciência mágica, que estava ainda impregnada pelas forças do além. Esses indivíduos tinham disposição do pensamento, um certo equilíbrio anímico, que os predispunha a escolher e a decidir livremente. Quando a catástrofe do dilúvio começou, os mistérios do Sol não podiam mais cumprir sua missão. Manu, com os seus adeptos, começou a migração para o leste, até a Ásia, onde hoje se acha o deserto de Gobi, para fundar uma cultura da qual sairia à força do pensamento. Num passado mais remoto, as migrações para oeste tinham salvado os resultados da cultura lemúrica das catástrofes do fogo. Nessa altura, as migrações de Manu salvaram os frutos da cultura atlântica. Durante milênios, o grande Manu inspirava os impulsos de diversas culturas, seja por meio de encarnações próprias ou por intermédio dos seus discípulos, que ele dirigia do mundo espiritual. Como primeiros, ele mandou os sete melhores alunos, ou seja, os sete Rishis, os fundadores da sagrada e antiga cultura indiana. Cada um deles representava um dos mistérios planetários da época atlântica; eles eram os administradores da herança atlântica. O grau seguinte de representantes dos mistérios solares era Zaratustra, que fundou a cultura persa. Também os impulsos para a fundação das culturas egípcio-babilônicas e greco-romanas emanava de maneira semelhante, do grande Manu. Noé é o nome bíblico para o grande Manu e significa: quem traz calma. Pela força do pensamento ele implanta a calma na alma do Homem, para estabelecer o equilíbrio no meio das tempestades. O lugar para onde ele levou seus discípulos era chamado Manoah, ou seja, lugar do sossego. Na imaginação, esse lugar aparece como sendo o primeiro dos montes que surge das águas e de cujas oliveiras o pombo trouxe o ramo da paz. Não só as almas, também o mundo ficou diferente. A Terra toda parecia ter se transformado num grande Manoah – aquilo que antigamente estava em movimento, foi tomando forma definitiva. Os seres superiores e elementares deixaram sua obra e se retraíram. Forma-se o mundo das leis da natureza. Começam a reger a medida, o algarismo, o peso. Tanto na alma do Homem como na natureza começa o pensamento. A natureza podia ser compreendida da mesma maneira, como o homem estava adquirindo a capacidade de compreensão. Da natureza em movimento, dificilmente compreensível e calculável, duas coisas permanecem até hoje: os fenômenos vulcânicos e as mudanças do tempo. As grandes neblinas, que até lá cobriam o mundo, se dispersaram. O Sol apareceu no céu azul, com a lua e as estrelas e ficaram visíveis ao

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olho físico. Como símbolo da nova vida do mundo aparece o arco-íris. Noé fez do arco-íris o símbolo da nova aliança entre Deus e os Homens. Começou então o ritmo regular das estações do ano, a semeadura e a colheita, o calor e o frio, o verão e o inverno, o dia e a noite. Com esse ritmo, o Homem passou a adivinhar as leis divinas e humanas e, afinal, a compreendê-las. A Bíblia indica um segredo importante: Noé foi o primeiro Homem a plantar a videira. A imagem do primeiro plantio da videira está relacionada com as grandes mudanças nas forças etéricas durante a catástrofe atlântica. O dinamismo das forças de reprodução e das forças vegetativas começam a agir de maneira mais quieta e conforme certas regras. As lendas ainda falam da força titânica do tempo atlântico. “As mulheres ficavam grávidas durante três dias e logo davam à luz. Alguns falam até de um dia; as crianças logo pulavam ao redor das mães. Nos tempos do dilúvio, o trigo era do tamanho dos cedros do Líbano. Não era preciso semear e nem colher; o vento fazia tudo.” Depois do grande dilúvio, as forças etéricas passaram a agir de uma maneira mais íntima. Na videira, a força titânica dos elementos é como que captada e virada para dentro. A intensidade e o fogo agem no interior da ponta e não para fora. O mundo vegetativo aprende, no ponto da videira, o segredo do amadurecimento vigoroso e lento. As lendas querem indicar que se encontra na uva um resto do Paraíso. Noé achou uma videira, que provinha do Paraíso; ele comeu dos frutos e sentiu vontade, em seu coração, de tê-los sempre. Assim, ele os plantou. No dia em que ele plantou, ele já colheu... e Noé bebeu do vinho. O efeito do vinho é o de ligar o Ego da personalidade mais profundamente à organização física. Isso ajudou o Homem a descobrir seu próprio Ego; ele experimenta de maneira extática o primeiro encontro consigo mesmo. (Mais tarde, o mesmo meio ia conduzir o Homem do futuro, que já era possuidor de um Ego, à perda do mesmo). Os Titãs são seguidos por Dionísio. Poderíamos chamar Noé, o Dionísio do Gênesis. “Ele leva o Homem e a natureza a uma vida interior íntima.”

Quinto período - Pós Atlântica. As sete Épocas Culturais pós-atlantica. Em cada um dos períodos estudados anteriormente há uma divisão em sete grandes espocas menores. Porém é no quinto período, o que estamos, e que focalizaremos em maior detalhe. Como humanidade e cabe a nós compreender a sua grande tarefa na construção de um cosmo em que a presença do ser humano está no centro. Ao aprofundarmos nossas observações sobre a evolução da humanidade, do nosso planeta e do cosmo, à luz da Antroposofia, surge em nós a forte idéia de que estes diferentes níveis de evolução de um lado, e a vida do Ser Humano individual, de outro, estão sob as mesmas leis universais. O micro e o macro guardam entre si as mesmas correspondências, as mesmas leis, ou melhor, o mesmo arquétipo. Analisando mais detidamente este grande lapso de tempo, desde o fim das catástrofes que levaram ao desaparecimento do Continente Atlantico, a compreensão de que de fato existe um paralelismo entre o ser individual e o Ser Universal. Porque, ou com que motivo, nós deveríamos olhar para a evolução universal a fim de compreender a natureza humana? É que o Ser Humano ainda não está pronto e, até por isso, estamos determinados pelas forças divino-espirituais a retornar sempre de novo. Nós ainda não estamos prontos. O Ser Humano é em realidade um processo, ele está em processo e processos ocorrem no tempo. Podemos aceitar sem preconceito que, o que somos hoje é a soma, o resultado, do que fizemos de nós mesmos ao longo do tempo. Carregamos a nossa história de quem nós somos, ou do que fizemos de nós mesmos até aqui; gostemos ou não. Aqui estou eu com toda a minha história. No homem maduro vive o jovem, o adolescente, o menino, a criança que eu fui. Até mesmo aquilo que eu fui antes, em outras existências. Em tudo isto está

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gravada a história do desenvolvimento cósmico. Daí o grande valor em penetrar e se apropriar da nossa história. A biografia dá sentido à vida humana. Evoluímos em ciclos que se sucedem e guardam algo do que é essencial entre si, porém, a cada novo ciclo um novo impulso se faz presente, trazendo uma nova qualidade, uma nova capacidade que fica disponível potencialmente para todo Ser Humano. E para que isso seja assim, a condição externa, a natureza, o ambiente também se transforma por ação de forças espirituais. À medida que, por força da evolução da consciência e em face das novas capacidades e necessidades, o homem atua interferindo no ambiente externo, cada vez com maior intensidade. Ele passa a ser um co-criador de realidades, para o bem e para o mal dele próprio.

Este período em que nos encontramos e que será estudada a diante. Por ora vamos ressaltar que a missão central da humanidade no quinto período pós atlântico será a de desenvolver em si as faculdades anímicas que podem ser adquiridas pelas forças intelectuais e afetivas despertas, não movidas diretamente pelo mundo espiritual, e sim surgidas pelo fato de o homem observar o mundo sensível, adaptar-se a ele e transforma-lo pelo trabalho. De etapa em etapa essa conquista progride.

Vê-se que essa missão a qual consistia em conquistar o mundo físico-sensível deveria necessariamente a aliená-lo do mundo espiritual. Assim, a grandeza num domínio relaciona-se necessariamente com a decadência em outro.

Neste caminho o homem foi paulatinamente envolvido com a possibilidade do erro e da decadência por forças que atuam no mundo e almejam o domínio da alma humana. E a chave para lidar de forma livre e amorosa com tal desafio foi colocada dentro de sua própria alma e a antroposofia visa oferecer um caminho de conhecimento que se percorre com a força do pensar próprio, que nasce do verdadeiro querer livre e firme, que é consagrado pela força do coração acalentado pelo espírito de Cristo. O pensar imaginativo é a capacidade que proporciona a Consciência Imaginativa que no futuro permitirá a humanidade cumprir sua tarefa como a décima hierarquia. Após esta “V” Época se seguirão a “VI” e a “VII” que fechará este período pós atlântico. Igualmente, após este virão mais dois outros períodos antes que a Terra e a humanidade tenham cumprido a sua meta perante a criação. Após esta encarnação da Terra haverá ainda dois ciclos planetários que estão denominados como Júpiter e Venus.

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Época Proto-Indica. A cultura índica aflorou como primeiro grande impulsionador do que deveria ser a tarefa do quinto período pós atlântico. Podemos encontrar ecos desta cultura contida nos livros sagrados de todos os povos, além dos Vedas e do Bagavad Gita, escritos muitos milênios após esta cultura ter ocupado o espaço que teve na evolução humana. Em todos os livros aparecem o nome do Grande iniciado fundador desta cultura. “Era tarefa do Manu preparar o futuro e educar uma pequena parte da Humanidade para que pudesse ser salva, no meio das catástrofes, a fim de formar a semente da Humanidade futura. Para tal fim, ele cultivou nesses homens a força do pensamento, ou seja, a força que devia prevalecer na época pós-atlântica. época lemúrica instinto

época atlântica memória época pós-atlântica pensamento

Pela força do pensamento, o Homem da época pós-atlântica deveria chegar à liberdade e ao livre arbítrio. O nome de Manu é expressão disso. A raiz Man significa portador de pensamentos. Manu já formulava em conceitos as revelações dos mistérios, enquanto que os outros mistérios tinham que falar por símbolos. Manu ensina aos seus discípulos a compreender; ele não fala apenas a mando dos deuses, mas ele fala sobre os próprios deuses.

7 épocas culturais

Período

Sol 20.3

em

O homem

desenvolve

Correspondência com a vida individual

Pai Nosso

Carta as 7 igrejas

Apocalipse de João

Proto Índia

7227 - 5067 A.C.

Cancêr

Corpo etérico

7 - 14

Nome do Divino

Éfeso – alude ao

nome do Pai

Proto Pérsia

5067 – 2907 A.C.

Gêmeos

Corpo astral

14 -21

Reino da Luz

Esmirna –

transformar a Terra

Egipto,

Caldaica, Assirio,

Babilonica.

2907 – 747 A.C.

Touro

Alma do

sentimento

21- 28

Vontade dos

Deuses

Pérgamo – alude

as obras

Greco -

Romana

747 A.C. – 1413

D.C

Áires

Alma do

raciocínio

28 - 35

Pão Nosso de

Cada dia

Tiatira- Deus se

faz carne

Germânica ou Anglo- Saxônica

1413 –

3573 D.C

Peixes

Alma da

consciência

35 – 42

Perdão de uns

aos outros

Sardes – Fonte de Amor, fruto

espiritual

(Eslava)

(“Guerra de todos contra

todos”)

3573 – 5733 D.C.

Aquário

Manas

42-49

Cair em tentação

Filadélfia – Liberdade e

Amor fraterno

(Americana)

5733 – 7893 D.C.

Capricór

nio

Buddhi

49 -56

Livrai-nos do Mal

Laodicéia –

distinção Joio do Trigo

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São idôneos para os ensinamentos do Manu aqueles que renunciaram à consciência mágica, que estava ainda impregnada pelas forças do além. Esses indivíduos tinham disposição do pensamento, um certo equilíbrio anímico, que os predispunha a escolher e a decidir livremente. Quando a catástrofe do dilúvio começou, os mistérios do Sol não podiam mais cumprir sua missão. Manu, com os seus adeptos, começou a migração para o leste, até a Ásia, onde hoje se acha o deserto de Gobi, para fundar uma cultura da qual sairia à força do pensamento. Num passado mais remoto, as migrações para oeste tinham salvado os resultados da cultura lemúrica das catástrofes do fogo. Nessa altura, as migrações de Manu salvaram os frutos da cultura atlântica. Durante milênios, o grande Manu inspirava os impulsos de diversas culturas, seja por meio de encarnações próprias ou por intermédio dos seus discípulos, que ele dirigia do mundo espiritual. Como primeiros, ele mandou os sete melhores alunos, ou seja, os sete Rishis, os fundadores da sagrada e antiga cultura indiana. Cada um deles representava um dos mistérios planetários da época atlântica; eles eram os administradores da herança atlântica. O grau seguinte de representantes dos mistérios solares era Zaratustra, que fundou a cultura persa. Também os impulsos para a fundação das culturas egípcio-babilônicas e greco-romanas emanava de maneira semelhante, do grande Manu. Noé é o nome bíblico para o grande Manu e significa: quem traz calma. Pela força do pensamento ele implanta a calma na alma do Homem, para estabelecer o equilíbrio no meio das tempestades. O lugar para onde ele levou seus discípulos era chamado Manoah, ou seja, lugar do sossego. Na imaginação, esse lugar aparece como sendo o primeiro dos montes que surge das águas e de cujas oliveiras o pombo trouxe o ramo da paz. Não só as almas, também o mundo ficou diferente. A Terra toda parecia ter se transformado num grande Manoah – aquilo que antigamente estava em movimento, foi tomando forma definitiva. Os seres superiores e elementares deixaram sua obra e se retraíram. Forma-se o mundo das leis da natureza. Começam a reger a medida, o algarismo, o peso. Tanto na alma do Homem como na natureza começa o pensamento. A natureza podia ser compreendida da mesma maneira, como o homem estava adquirindo a capacidade de compreensão. Da natureza em movimento, dificilmente compreensível e calculável, duas coisas permanecem até hoje: os fenômenos vulcânicos e as mudanças do tempo. As grandes neblinas, que até lá cobriam o mundo, se dispersaram. O Sol apareceu no céu azul, com a lua e as estrelas e ficaram visíveis ao olho físico. Como símbolo da nova vida do mundo aparece o arco-íris. Noé fez do arco-íris o símbolo da nova aliança entre Deus e os Homens. Começou então o ritmo regular das estações do ano, a semeadura e a colheita, o calor e o frio, o verão e o inverno, o dia e a noite. Com esse ritmo, o Homem passou a adivinhar as leis divinas e humanas e, afinal, a compreendê-las. A Bíblia indica um segredo importante: Noé foi o primeiro Homem a plantar a videira. A imagem do primeiro plantio da videira está relacionada com as grandes mudanças nas forças etéricas durante a catástrofe atlântica. O dinamismo das forças de reprodução e das forças vegetativas começam a agir de maneira mais quieta e conforme certas regras. As lendas ainda falam da força titânica do tempo atlântico. “As mulheres ficavam grávidas durante três dias e logo davam à luz. Alguns falam até de um dia; as crianças logo pulavam ao redor das mães. Nos tempos do dilúvio, o trigo era do tamanho dos cedros do Líbano. Não era preciso semear e nem colher; o vento fazia tudo.” Depois do grande dilúvio, as forças etéricas passaram a agir de uma maneira mais íntima. Na videira, a força titânica dos elementos é como que captada e virada para dentro. A intensidade e o fogo agem no interior da ponta e não para fora. O mundo vegetativo aprende, no ponto da videira, o segredo do amadurecimento vigoroso e lento. As lendas querem indicar que se encontra na uva um resto do Paraíso. Noé achou uma videira, que provinha do Paraíso; ele comeu dos frutos e sentiu vontade, em seu coração, de tê-los sempre. Assim, ele os plantou. No dia em que ele plantou, ele já colheu... e Noé bebeu do vinho. O efeito do vinho é o de ligar o Ego da personalidade mais profundamente à organização física. Isso ajudou o Homem a descobrir seu próprio Ego; ele experimenta de maneira extática o primeiro encontro consigo mesmo. (Mais tarde, o mesmo meio ia conduzir o Homem do futuro, que já era possuidor de um Ego, à perda do mesmo). Os Titãs são seguidos por Dionísio.

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Poderíamos chamar Noé, o Dionísio do Gênesis. “Ele leva o Homem e a natureza a uma vida interior íntima.” Para a Humanidade na época da antiga Índia a Terra era maia, ilusão, pois ainda traziam intensa e direta relação com seres e forças espirituais. Carregavam na alma um estado de pureza e simplicidade que, aliado a forças doadas pelos Santos Rishis, discípulos de Manu, permaneciam protegidos em suas vidas entre a morte e um novo nascimento das influencias de Arimã. Carregavam a capacidade de ver as realidades no mundo astral, pois os próprios Santos Rishis haviam herdados corpos astrais adequados ao impulso que deveriam trazer na época. Na mesma época havia em certas regiões da Europa e também da Ásia grupos que migraram da Atlantida e que ainda cultivavam as mesmas práticas espirituais retrógradas que contribuíram para levar ao fim trágico da Atlantida. Época proto-Persa. A humanidade segue sua evolução, ou melhor, a evolução da consciência, que cada vez mais ligavam o Ser Humano a matéria. Neste caminho o centro da evolução ressurge na região do Oriente Próximo que hoje compreende grandes áreas próximas ao atual Iran. Aqui surge pela primeira vez o nome de Zaratustra ou Zoroastro, fundador da cultura persa. Zaratustra é o oráculo do Sol que, por sua vez, foi instruído e preparado por Manu para esta primeira grande tarefa na condução da evolução da humanidade. Na civilização persa não esta mais presente aquela condição anímica protegida da ação das forças contrárias, pois o ser humano começa a ser confrontado com a capacidade e necessidade de atuar cultivando e transformando a matéria, os metais, o que poderia levá-los mais intensamente em direção ao mundo material além do ponto em que suas almas estavam preparadas. Zaratustra então tinha a tarefa de dirigir esta época no caminho correto e apontava para o Reino da Luz em contraposição ao reino das trevas que ameaçava em vista do seu crescente domínio sobre a terra. Surge pela primeira vez a dualidade interna (luz e sombra) e externamente (as guerras contra o inimigo do norte). Nesta época a parte da humanidade que, como restos da época atlântica já decadente, haviam se fixado na Europa oriental. Estes povos descendentes dos antigos Turanianos, que deram início a cultura xamânica, cultivavam um instinto guerreiro devastador. Por longos períodos os povos do sul e do norte travaram intermináveis e sangrentas guerras. Lievegoed em seu ultimo livro afirma que esta foi a primeira de muitas derrotas que as foras orientadas ao progresso da humanidade derrotaram as forças inspiradas por Arimã. Zaratustra mostrava aos seus discípulos a aproximação do Grande Ser Solar visível espiritualmente na esfera solar a quem ele chamava de Aura Mazdao. Nos livros mosaicos há alusões a este período que permitem aproximarmos dele a partir de imagens grandiosas. O mesmo se dá por meio do Zen Avesta (500 aC), livro básico que sustenta aquilo que veio a ser o Zoroastrismo tardio, como religião atribuída ao Zaratustra histórico (1500 aC), contudo o grande Zaratustra que R. Steiner mostra em sua obra deu início a cultura Persa três milênios antes.

Época Egipto – Caudaica – Assirio – Babilonica. A evolução da humanidade agora tem seu palco principal na região que vai da Asia ocidental ao extremo Nordeste da África. Agora é Hermes Trimegisto, o terceiro grande guia universal, pertencente a corrente solar da qual Manu foi o primeiro e maior representante ao lado de Zaratustra, cada qual a seu tempo trouxeram os impulsos que, pela ordem universal tiveram a tarefa de conduzir a humanidade, trazendo os impulsos fundamentais.

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O que antes era visível no elevado nível astral, depois no éter solar, aqui se faz perceptível nos raios solares, porém nesta época cada vez era menor o número de homens capazes de ter acesso direto a visão espiritual. Na Época aqui aludida o homem passa a ser confrontado com a morte como algo que cada vez mais lhes é assustador. A mumificação é um reflexo desta desafiante tarefa de confrontar a morte. A percepção dos ritmos dos tempos passa a prevalecer como um dos fundamentos da vida física nos fenômenos do nascimento e morte. Cada vez mais se perdia o significado da vida além da morte. Os ritmos eram marcados por fatos da natureza, representado sobre tudo pelos períodos de cheia e vazantes do Rio Nilo doador da vida, bem como pelo movimento dos astros. Conheciam tais movimentos a ponto de medir o tempo dividindo em doze períodos de trinta dias formando o ano. Surge a escrita e história como conhecemos, sobretudo pela necessidade de registrar o que era ainda visíveis como verdades espirituais, ou contadas em contos ou histórias antigas quando deuses ainda falavam diretamente aos homens. Preparando esta época Hermes deixou uma monumental sabedoria, cujos ecos estão representados pelo Mito de Isis e Osiris e nas Leis Herméticas. Eram cada vez menor o números de homens que tinham acesso, e somente em condições especiais experimentadas nos centros de mistérios, a tais verdades. Nesta época o processo de iniciação era um segredo que se revelado podia-se pagar com a vida. O iniciado era submetido à condição especial como se levado a um estado de quase morte e este processo era conduzido por hierofantes que, no momento certo, podiam trazer o iniciado de volta a vida. Neste processo eram lhes reveladas leis universais que subjazem os fenômenos físicos. As pirâmides representam o mundo espiritual, representado pela matemática e pela geometria, transformado em realidade física. Como se fosse um símbolo da existência do mundo espiritual. Condição semelhante, porém com qualidades diferentes foram notadas entre os Caldeus, Sumérios, Assirios e, por fim entre os Hebreus, estes últimos representam um elo entre esta época e a seguinte que veremos aseguir, simbolizado pelo Exodo do Egito. Como já mencionado a cima, não se podia ter acesso a seres e fatos espirituais diretamente e somente as leis espirituais por trás da natureza. Porém ainda foi possível deixar um enorme legado de conhecimento sobre matemática, astronomia, medicina, enfim em todas as áreas do saber humanos que nos são válidos ainda hoje. Copernico menciona em sua obra que suas descobertas apenas foram possíveis pelo legado Egípcio. Outro reflexo deste distanciar do mundo espiritual e a progressiva aquisição de maior consciência do mundo físico circundante foi o surgimento da idolatria e dentre estes povos os que mais sentiram este, assim chamado, crepúsculo dos deuses foi os povos mais a oriente como é possível perceber ainda hoje em dia. Ainda como uma tentativa de preservar ou preparar os povos egípcios para um monoteísmo de inspiração solar, foi a atuação de Akhenaton por volta de 1360aC, entretanto foi considerado o Faraó louco e governou por brevíssimo espaço de tempo.

Época Greco-latina. Aquelo que já se tornavam decadentes no oriente próximo ressurge de uma nova forma na Europa meridional e na Asia ocidental. Nessa circunstância, tais povos continham em si o impulso para criar no mundo sensorial um domínio que expressasse, no físico, o espiritual de forma perfeita. Deste impulso surgem conseqüências como as artes gregas, a relação com a perfeição física. R. Steiner diz que foi por meios misteriosos que um tesouro de sabedoria dos iniciados de toda a Asia e África(acólitos de Zaratustra e adeptos de Hermes), fluíram para poetas, artistas e pensadores gregos. Os principais sinais destes movimentos foi o surgimento de importantes centros iniciáticos como: Efesus, Delphi e Samotrácia. (mistérios órficos e

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eleusínios). Em tais templos a arte, a poesia e o conhecimento se expressam no caminho iniciático. Nas escolas filosóficas também estes ensinamentos encontram continuação. O confronto com a morte é para o grego o pior a ser evitado. A percepção espiritual praticamente desaparece ao cidadão comum, restando os mitos como herança de uma realidade incompreensível para eles. Tais conhecimentos, sobre como sobrepujar a morte com o conhecimento de algo do eterno eram reservados aos iniciados e nada se poderia falar a respeito sob o risco de condenação a morte. Para o grego comum “mais vale ser um mendigo nos reino dos vivos do que um príncipe no reino dos mortos”. Neste sentido soam duras as palavras de Platão: “os não iniciados afundam no lodo, só a atingindo a eternidade quem passa por uma vida mística”. De fato, Platão ainda extrai a sua filosofia daquilo que recebeu nos mistérios.

Em Aristóteles a filosofia avança para o domínio do pensar por si a partir de uma nova capacidade, como prenuncio daquilo que virá a ser possível em época vindoura. Sua ligação pessoal e sua atuação como orientador de Alexandre, fez deste o difusor da filosofia e, sobretudo, da ciência aristotélica e helênica. Em suas campanhas, Alexandre levou esta sabedoria contida, sobretudo no aristotelismo científico, a todo o oriente e norte da Africa. A ciência aristotélica encontrava no oriente os fundamentos espirituais necessário para sua compreensão. Com Aristóteles os mistérios deixam de prevalecer sobre os conteúdos do saber. Um marco externo nisto está no fato de que no dia do nascimento de Alexandre o templo de Éfeso foi incendiado.

Aristóteles e Alexandre atuaram em contraposição as potências espirituais demoníacas que atuaram através de Herostrato ao atear fogo no templo de Efeso. Essas forças não queriam deixar penetrar na civilização Européia nada que fosse espiritual. No Egito e na Ásia a antiga sabedoria poderia ser conservada por muito tempo. Nestas academias alexandrinas os sábios gregos poderiam encontrar refugio. Nesta mesma época, outro discípulo de Aristóteles, Theofrasto, levou para a Europa somente aquilo que a Europa poderia suportar, ou seja, seu conteúdo lógico, um aristotelismo pálido, mas sem o qual o conteúdo científico também fica comprometido em sua compreensão.

No período romano a separação entre o espiritual e o material alcança seu ponto mais baixo, ou melhor, ultrapassa o nível em que se poderia dizer que a realidade espiritual desaparece da alma do romano. Resta o culto ao imperador. Julio Cesar é deus os demais Julius que o sucederam eram para os romanos os filhos de deus. Dentro deste árido ambiente anímico e físico acontece o mistério do Golgota na Palestina. Aquele que viveu no homem Jesus e que se fez Cristo ao descer sobre aquele durante o batismo era a manifestação do Deus profetizado, porém a maioria não percebeu dadas as condições anímicas do seu tempo. O verdadeiro Deus nasceu em circunstâncias humilde e ao se revelar afirma: daí a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus. Este foi o seu crime perante os romanos, não reconhecer Cesar como um deus. O outro crime, este para os antigos discípulos (fariseus, saduceus e outros) foi o de ter revelado palavras circunscritas aos templos de iniciação durante o episódio de Lazaro, ao dizer: “Levanta-te e sai” para aquele que jazia em um sono iniciático decadente. O Cristianismo, nos três primeiros séculos após aquele monumental fato cósmico espiritual, do qual nenhum sinal histórico foi deixado, cresceu a partir das Catacumbas levando ao imperador Constantino estatizar o cristianismo como uma religião do império. Isto ocorreu entre sete e

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oito séculos depois de Alexandre e três ou quatro séculos depois do Mistério do Golgota, o imperador Constantino estatizou o cristianismo como religião, que faz comparar este ato a segunda crucificação do Cristo. Surge um cristianismo que não permitiu um a coexistência de um conteúdo cristão mais autêntico ou mesmo esotérico. Aspectos do platonismo agostiniano foram usados de forma distorcida como fundamento para o dogmatismo religioso. A correta leitura de Aristóteles, em seu mais profundo sentido crístico, permitia aos escolásticos dominicanos contrapor com a compreensão de que a alma humana, elabora em si o conteúdo do mundo dos pensamentos, até o ponto em que esses conteúdos agem sobre sua própria corporalidade física desenvolvendo-a, até o ponto em que estes conteúdos são re-espiritualizados e oferecido à luz espiritual como fonte de transformação para o futuro. Pensadores anteriores à escolástica tinham declarado que algo poderia ser verdadeiro do ponto de vista da teologia e ser falso do ponto de vista da filosofia. Ou seja, O dogma da Santíssima Trindade, quando refletido profundamente chega-se ao resultado contrário: a doutrina da dupla verdade. Coube a Thomas de Aquino promover a harmonia entre a crença religiosa e o conteúdo da razão. Não procurar por uma possível contradição entre aquilo que a razão pode pensar, com clareza até um certo limite, e a crença religiosa. O que a razão consegue pensar não deve contradizer o conteúdo da fé e esta não poderá contradizer a razão. Thomas de Aquino lançando os fundamentos para compreensão da fé e da pesquisa científica declarou que, a pesquisa científica (e os cientistas) deveria continuar com toda liberdade, desde que não declarasse sua própria infalibilidade e uma finalidade contrária aos seus próprios princípios. E a igreja deveria continuar a se desenvolver e tratar questões não naturais desde que não alegasse direito de alterar os princípios da fé. Para ele, a pior das mentiras é a que está muito próxima da verdade. Thomas de Aquino coloca na alma humana as forças para, no século XX, no período da regência de Micael, surja na Terra uma espiritualidade que esteja a altura da inteligência própria dos seres humanos, para que possamos pensar e ser, simultaneamente, seres humanos espirituais: pois é isto que significa o domínio de Micael. As qualidades que nos reconduzirão a evolução futura e a uma correta reconexão com os mundos espirituais, aos quais verdadeiramente pertencemos, somente podem ser encontradas dentro da alma humana.

Estas forças repousam sobre o nosso pensar. O Ser Humano percebe o mundo e seus fenômenos e age no mundo em acordo com o que ele percebe. Caso contrário corre o risco de ser taxado de louco. Normalmente agimos a partir do que percebemos em nossa volta. O que percebemos do mundo é o que os nossos conceitos confirmam o que os olhos vêm. Não vemos o que olhamos, mas sim o que o nosso pensamento pensa sobre o que os nossos olhos vêem. Vemos algo e buscamos em nosso mundo representacional os conceitos que explicam o que meus olhos vêem. Para mim, este é o começo de tudo. Temos que trabalhar em nós próprios, começando com o exercício do olhar os fenômenos (sejam eles sociais, naturais, etc). Nietsche disse que “a primeira tarefa da educação deveria ser a de ensinar a ver” e E. E. Cummings em determinado momento da sua vida teria dito: “agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram agora os olhos dos meus olhos acordaram”. Steiner fala em sua Filosofia da Liberdade que, o fato de unirmos um conceito à observação é resultado de uma intuição de primeiro grau. À medida que o nosso pensar é educado, não para reproduzir meras representações que o hábito e os modelos mentais da cultura de massa sufocam nossa mente, ele ganha vida. A conquista da capacidade de pensar por si depende do tipo de conceito que estamos expondo nossa mente. Colocar-se ativamente diante do fenômeno como observador, logo vem o pensar com seus conceitos vivos ou mortos (podemos escolher se

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queremos uma auto-educação do pensar ou não). No momento seguinte podemos conter nosso pensar e permitir que algo subjacente ao fenômeno se revele então novos conceito muito mais ricos e vivos acorrem ao nosso pensar. O passo seguinte seria colocar a própria atividade pensante no foco do pensar, isto chama-se pensar sobre o pensar. Esta atividade realizada de forma intensificada levaria ao nível da consciência imaginativa que por si só já é uma atividade puramente espiritual. Esta capacidade de viver com a consciência no nível imaginativo toda a humanidade deveria alcançar em alguns milênios e viverá plenamente nela na próxima encarnação planetária. R. Steiner resgatou de fontes essenciais, tais como essas, uma autêntica sabedoria sobre o homem (antroposofia). A partir desse ponto, Steiner tornou acessível a qualquer homem sadio, por meio de uma linguagem apropriada, percorrer o mesmo caminho de conhecimento inaugurado por Goethe. Um caminho que permite uma vivencia própria da experiência.

Quando no início do século XX Steiner trouxe suas contribuições, o materialismo científico-econômico já havia se instalado profundamente, porém, suas conseqüências ainda não eram totalmente conhecidas como começa a ser hoje. Steiner alertou naquela época que uma nova consciência passaria a ser requerida: “No desenvolvimento da Humanidade, cada um não tem o direito de se sentir individualidade se não se sentir ao mesmo tempo parte de toda a Humanidade”.

Ao se percorrer o caminho de conhecimento alinhado a partir de Aristóteles, passando por Goethe e chegando a Steiner conclui-se que a excepcional maneira de pensar que está contida aí aponta para um caminho validado pelo senso humano mais acurado, sendo, sobretudo, uma conquista necessária em nossa época. Um pensar assim alcançado atua como se provindo do coração.

Ora, vivemos na quinta época cultural, na qual nos cabe desenvolver a Alma da Consciência e, para tal, temos a tarefa de desenvolver um pensar vivo como germe do pensar imaginativo. Como falei anteriormente, para desenvolver este pensar, seria preciso primeiro partir da capacidade de observar atentamente os fenômenos em estado de presença. “A missão da humanidade pós-atlantica é desenvolver em si as faculdades anímicas que podem ser adquiridas pelas forças intelectuais e afetivas despertas, não movidas diretamente pelo mundo espiritual como no passado e sim as surgidas pelo fato de o homem observar o mundo sensível, adaptar-se a ele e transformá-lo pelo trabalho. Assim, de etapa em etapa essa conquista progride”. Rudolf Steiner