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O Culto Como Adoração Uma Perspectiva de Ellen G. White

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Uma abordagem sadia sobre culto e adoração

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  • Centro de pesquisas Ellen G. White 1

    O culto como adorao: uma Perspectiva de Ellen G. White

    Daniel Plenc Durante seu ministrio, a abordagem de Ellen White sobre o culto

    enfatizou a funo da religio prtica na vida. Embora no tenha deixado de dar nfase a assuntos tais como reverncia, orao, pregao, msica e canto, seus escritos revelam uma base fundamental de culto na teologia bblica em assuntos tais como a funo central de Deus, a resposta humana a Deus, a salvao como uma experincia real e feliz, a igreja como uma comunidade de louvor e o futuro como a ltima esperana do cristo.

    Adorao: Deus como tudo em todos

    Ellen White afirma que Deus merece ser adorado pelas qualidades de Seu carter e pelo seu trabalho criador e redentor. O culto deve comear com um claro e prximo relacionamento com Deus. Quando formos capazes de compreender o carter de Deus como Moiss, tambm ns nos daremos pressa em curvar-nos em adorao e louvor.1

    Entre os diferentes atributos divinos, Ellen White menciona justia, perfeio, majestade, conhecimento, presena, bondade, fora, compaixo, santidade e amor como razes para a adorao e reverncia. Grandes atos de Deus tais como a criao, sustento, revelao e redeno so tambm poderosas razes. Ela escreve: O dever de adorar a Deus se baseia no fato de que Ele o Criador, e que a Ele todos os outros seres devem a existncia.2

    Ellen White oferece um delicado equilbrio entre a transcedncia e a imanncia e assim encoraja reverncia e ordem bem como comunho e alegria. Ela reconhece que a adorao est relacionada a trs pessoas divinas e afirma que o verdadeiro culto so os frutos da operao do Esprito Santo.3

    Adorao: resposta humana a Deus Ellen White tambm entendia a adorao como a resposta dos seres

    humanos a Deus. Esta resposta em primeiro lugar reconhece Deus como digno de todo culto prestado pelos seres criados. Sem Ele, no somos nada. Tudo que somos e tudo que fazemos deve vir sob o arco imperativo de quem Deus e o que Ele espera de ns. Diante dEle, devemos nos colocar em reverncia, respeito, humildade, agradecimento, obedincia e alegria. Cada resposta criativa e emocional que define o que os seres humanos so torna-se assunto para Ele. Portanto, ela adverte: Os seguidores de Cristo hoje devem guardar-se da tendncia de perder o esprito de reverncia e piedoso temor.4

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    Embora sejamos pequenos e pecaminosos perante a majestosa presena de Deus, somos chamados a ador-Lo como crianas corajosamente e com jbilo.5 Ns deveramos considerar ser uma honra adorar o Senhor e tomar parte em Sua obra.6

    Alegria e coragem so parte da natureza integrada do culto. Ellen White define esta integrao como um fator que exige que adoremos a Deus com o que somos e temos nosso corpo, pensamentos, emoes e bens. A adorao deve tornar-se um estilo de vida: Deus desejava que toda a vida de Seu povo fosse uma vida de louvor.7

    Adorao: uma alegre experincia de salvao

    De todas as coisas, a experincia que deve nos contagiar efusivamente em uma incontida adorao a alegria da salvao. Ellen White diz: Todo corao que iluminado pela graa de Deus compelido reverncia com inexpressvel gratido e adorao na presena do Redentor por Seu infinito sacrifcio.8 Juntamente com a obra realizada na cruz, o trabalho intercessrio de Cristo no santurio celestial invoca gratido e adorao a Deus. Sua perfeita justia, que pela f atribuda ao Seu povo e que unicamente pode tornar aceitvel a Deus o culto de seres pecadores.9

    Desde que a adorao uma viva experincia de salvao, Ellen White enfatiza a verdadeira adorao como um servio de amor, gratido e obedincia. Sem a obedincia a Seus mandamentos nenhum culto pode ser agradvel a Deus.10 Portanto, o sbado impe seu valor como um dia de lembrana e adorao.

    Adorao: a igreja reunida em culto

    Ellen White cria que a adorao e o culto so importantes nas reunies pblicas de f. Ela descreve os momentos de culto como perodos sagrados e preciosos.11

    Ento, ela continuamente enfatiza a reverncia e a ordem na adorao, evitando qualquer espcie de confuso. Ela escreve: Devem existir a regulamentos quanto ao tempo, lugar e maneira de adorar. Nada do que sagrado, nada do que est ligado adorao a Deus, deve ser tratado com negligncia ou indiferena.12 Sua viso de culto inclua dignidade e serenidade, evitando os extremos do formalismo e fanatismo. Ela apreciava a reverncia e admoestava contra barulho, gritos, expresses fanticas e excitamentos. A obra de Deus sempre se caracteriza pela calma e dignidade13, e assim deveria ser nosso culto a Ele.

    Assim deve ser o momento quando os santos adoram seu Criador. Ellen White estava sempre consciente do verdadeiro esprito de adorao. No nos possvel acentuar demais os males de um culto formal, ela escreveu, mas no h palavras capazes de descrever devidamente as profundas bnos do culto genuno.14 Os encontros de adorao, ento, deveriam ser espirituais, atrativos e fraternais. Nossas reunies devem ser

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    intensivamente interessantes. Deve imperar ali a prpria atmosfera do Cu.15 A participao importante. A pregao nas reunies de sbado em geral deve ser breve, dando-se oportunidade aos que amam a Deus para exprimir sua gratido e adorao.16

    Adorao: celebrando o futuro como a esperana do cristo

    Ellen White designou a adorao como tendo destacvel posio nos eventos finais. Ela viu um tempo de prova, mas tambm um tempo melhor de louvor e adorao para a igreja. Afirmou tambm que a experincia de adorao ser projetada atravs da eternidade. Ensinou que a adorao ao Criador foi a raiz do conflito csmico entre o bem e o mal que comeou no cu. Foi a oposio de Lcifer ao Filho sendo honrado com toda a adorao, exatamente como o Pai foi, que comeou o conflito no Cu. Este conflito a raiz do pecado na Terra. A descrio de Ellen White dos estgios finais na Grande Controvrsia est centralizada em quem receber nossa adorao. Cristo ou Satans? Entre a vida eterna e a destruio eterna paira a resposta ltima pergunta.

    Daniel Oscar Plenc (Ph.D., Universidade Adventista del Plata) diretor do Centro de Pesquisa Ellen G. White e leciona na Faculdade de Teologia na Universidade Adventista del Plata, Argentina. E-mail: [email protected]

    Notas e referncias

    Todos os textos citados so de Ellen G. White.

    1. Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes. 4. ed. Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1994. p. 30.

    2. O Grande Conflito. 42. ed. Tatu: Casa Publicadora Brasileira, 2004. p. 436.

    3. O Desejado de Todas as Naes. 19. ed. Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira. 1995. p. 189.

    4. Profetas e Reis. 8. ed. Tatu: Casa Publicadora Brasileira, 1996. p. 48.

    5. The Upward Look. Washington, D.C.: Review and Herald Publ. Assn., 1982. p. 38.

    6. Caminho a Cristo. Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira. 2003. p. 103.

    7. Christs Object Lessons. Washington, D.C.: Review and Herald Publ. Assn., 1941. p. 299.

    8. In Heavenly Places. Washington, D.C.: Review and Herald Publ. Assn., 1967. p. 14.

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    9. Patriarcas e Profetas. 16. ed. Tatu: Casa Publicadora Brasileira, 2003. p. 353.

    10. O Grande Conflito. 42. ed. Tatu: Casa Publicadora Brasileira, 2004. p. 436.

    11. Testemunhos para a Igreja. v. 5. 1. ed. Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira. 2004. p. 607.

    12. Ibid. p. 491.

    13. Mensagens Escolhidas. 4. ed. Tatu: Casa Publicadora Brasileira, 2000. v. 2. p. 42.

    14. Obreiros Evanglicos. 5. ed. Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira. 1993. p. 357.

    15. Testemunhos para a Igreja. v. 5. 1. ed. Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004. p. 609.

    16. Testemunhos para a Igreja. v. 6. 1 ed. Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira. 2005. p. 361.