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O debate Alemão CARNOY, Martin. Estado e Teoria Política. Campinas, SP: Papirus,1990

O debate alemão

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O debate Alemão

CARNOY, Martin. Estado e Teoria Política. Campinas, SP: Papirus,1990

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Discussão sobre uma teoria de Estado que incorporasse a questão das transformações capitalistas à teoria marxista ortodoxa. (anos 50 – Teoria monopolista de Estado).

Essas teorias são respostas à crise de 30, à crise do imperialismo e do avanço socialista.

O Estado deve interferir na economia para manter a dinâmica do capitalismo, introdução da variável política. O desenvolvimento capitalista não é mais deduzido das relações do mercado (produção), mas pela relação entre a luta de classes ( base econômica e super estrutura.

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O Estado possui poder para acabar com as crises da produção capitalista.

Duas vertentes:1. Visão Política do Estado (Claus Offe)

O Estado se compõe como aparelhos institucionais (burocracia, normas,códigos formais e informais) de regulação da esfera pública e privada da sociedade. Torna-se mediador independente da luta de classes.

2. A escola da lógica do capitalismo (derivacionista).Necessidade do Estado na concorrência entre capitais, deve oferecer a infraestrutura e a regulação do conflito capital trabalho. Ajuda a expansão do capital nacional frente ao mercado mundial e faz a política fiscal e monetária.

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Para os derivacionista a crítica materialista da economia política oferece as bases para uma teoria do Estado capitalista:

a) Combater a queda das taxas de lucros decrescentes.

b) Distribuir o excedente entre os diferentes capitais e entre a relação capital/trabalho.

Teoria de Offe sobre o Estado no capitalismo recente

Desenvolvimento do estado como resultado das crises capitalistas:

a) A crescente socialização da produção (incorporação do trabalho à assalariado)

b) A continuidade da apropriação privada (excedente) As crises geram mecanismos de adaptação (olig. e

monopol.) e funções ampliadas do Estado.

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Estado como mediador da crise:1. Relação do Estado e classe dominante.

2. Limites da burocracia na administração da crise e garantia da reprodução capitalista.

Natureza de classe do Estado Offe rejeita a Teoria da Influência (atribui o controle

direto do Estado à classe capitalista) e a Teoria Estruturalista (limitação estrutural para atender os interesses capitalista), em ambas a ação do Estado é determinada exteriormente, pois o Estado é neutro e pode ser usado pelas classes.

Para Offe é mais provável que o Estado sirva a interesses particulares que uma classe. Existe uma relação de poder entre os dois subsistemas (produção e Estado), relação recíproca e complementar.

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O Estado, rede historicamente acumulada de formalismo jurídico e institucional que abrange e condiciona todos os processos que ocorrem na sociedade.

Os interesses das classes dominantes são expressos nas rotinas e nas formas organizacionais do Estado(Weber)

O Estado capitalista preenche as condições para garantir a sua reprodução:

1. O Estado não ordena ou controla a produção (a acumulação acontece nas unidades privadas)

2. Os agentes do Estado dependem dos recursos provenientes da acumulação privada (impostos).

3. O Estado tem autoridade e mandato de criar condições de acumulação (garante ações contar as ameaças que impedem a acumulação)

4. Par agir o Estado precisa de um mandato (representante ideal dos interesses da sociedade

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Para o Estado funcionar há necessidade de símbolos e fontes que escondam a sua natureza, garantindo a participação da massa(legitimidade), ao mesmo tempo que garante a acumulação.

Limites impostos ao Estado;

Acumulação X Legitimação:

condição de intercâmbio universal e permanente de todas as unidades de valor;

Estado: 1. garantir que as forças de trabalho sejam empregáveis e

empregadas.

2. que o capital utilize, no mercado essa força de maneira lucrativa

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O Estado deve intervir no processo de acumulação (caráter de classe) e garantir os direitos (caráter de massa)Nas crises econômicas: Aumentar a capacidade de emprego Investimento monetário

As crises econômicas são crises políticas na medida que o Estado é chamado para intervir;

O Estado pode desenvolver duas ações alocativa (política) e produtiva ( a burocracia é ineficiente) na sua relação com a economia

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Derivacionismo de HirschAnálise do Estado nas relações de contradição da acumulação do capital:

Na relação Estado X Sociedade, e na relação com o próprio Estado;

Na natureza mutável da exploração capitalista e sua imposição ao Estado

Para se reproduzir o capital é necessário que o Estado que não esteja sujeito as limitações do capitalismo individual.

As Atividades do Estado estão limitadas a assegurar a acumulação capitalista.

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Questão da tendência decrescente da taxa de lucros (Estado deve desenvolver contratendências)

Teoria de Estado de Hirsch:1. O Estado burguês é uma forma histórica

específica;2. As atividades do Estado só surgem sob

pressão dos movimentos políticos;3. A reprodução não se dá por capitais

individuais;O Estado deve intervir para controlar os

conflitos e garantir a reprodução do capital

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O Estado muda a intervenção na medida que a estrutura de produção se transforma.

O Estado providencia a infra estrutura, gastos com desenvolvimento tecnológico(para garantir que não haja queda das taxas de lucro);

O Estado interveio:1. para impor a estrutura de classes capitalista e

desenvolver o proletariado como classe;2. para ajudar a centralizar e monopolizar o capital e

formar o mercado mundial3. Na produção tecnológica do processo de trabalho; O Estado reorganiza a produção e as relações de

exploração;

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Polantzas, Gramsci e Althusser: questão da da luta de classes na arena política, o Estado assume o papel de garantidor da hegemonia da classe dominante.

Offe e Hirsch: não discutem a questão do papel ideológico ou hegemônico do Estado, pois seu papel é econômico na garantia da acumulação capitalista, ou de segurar a diminuição das taxas de lucro decrescentes.