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4 MARÇO 2018 - Ano VIII - nº23 2 3 O deputado e o Cardeal Em Portugal, não é precisa nenhuma coragem para se ‘assumir’. Mas é necessário muito valor para alguém se afirmar católico, sobretudo se for fiel ao magistério e à tradição da Igreja. Por razões diametralmente opostas, duas personalidades foram agora objecto de campanhas mediáticas contraditórias: enquanto um deputado foi louvado em tudo o que é sítio; o Cardeal Patriarca de Lisboa e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, foi brutalmente enxovalhado, como talvez há muito já ninguém era tão maltratado publicamente. Adolfo Mesquita Nunes é um jovem e promissor deputado, cujas intervenções públicas são, por regra, muito pertinentes. Graças à sua boa prepa- ração e grande capacidade de argumentação, leva sempre a melhor nos seus confrontos com a bloquista Mortágua. Apesar de apreciar o seu tra- balho, não li a sua entrevista de vida, pelo que só tardiamente me dei conta de que se tinha ‘assumido’, como agora se diz. F oi quando vi tão inflamados elogios à sua ‘coragem’ que percebi que tinha ‘saído do armário’. Não tenho nada contra as suas opções ou tendênci as pessoais, que obviamente respeito, mas acho muito infelizes este tipo de confissões públicas. Mesmo que não tenha sido por sua iniciativa, foi certamente por sua livre vontade que referiu essas circunstâncias, que sobram numa entrevista que deveria ser exclusivamente política. Não imagino Winston Churchill, que era um grande senhor da política e não só, a fazer revelações sobre a sua vida íntima, nem sequer a pedido de nenhum jornalista. No extremo oposto, também Álvaro Cunhal era muito reservado sobre a sua vida privada e, quando entrevistado, nunca descia a pormenores sobre a sua intimidade, fazendo-se assim respeitar pelo público em geral. Não percebo, aliás, onde está a tão apregoada ‘coragem’ do agora assumido político que, a bem dizer, não correu nenhum risco com esta sua declaração. Na verdade, por tê-la feito, foi posto fora de casa?! Não consta. Foi despedido? Também não parece. Foi de algum modo ostracizado, ou prejudicado no seu partido, supostamente democrata-cristão?! Ao invés, esta sua declaração até o favoreceu politicamente! Foi criticado pela imprensa ou nas redes sociais?! Pelo contrário: todos o elogiaram! Afinal, onde está então a sua coragem?! Se o ilustre deputado quer ser corajo- so, sugiro que faça essas mesmas declarações na Arábia Saudita, na Rússia, no Iraque, ou no Afeganistão. Aí sim, é preciso coragem para tomar uma atitude dessas. Ou então, se quiser ser herói cá na terrinha, declare que é católico coerente e que, portanto, vive a abstinência sexual. Seria, pela certa, martirizado pela imprensa, como foi o Patriarca de Lisboa quando, entre outras, sugeriu essa atitude aos ‘recasados’ católicos. D. Manuel Clemente não supunha, nem ninguém imaginava, o burburinho que as suas inócuas declarações provocariam na imprensa e nas redes sociais, até por se tratar, afinal, de uma questão interna da própria Igreja, que apenas respeita aos católicos. Contudo, como a matéria é sensível o sacrossanto sexo! o estrondo foi imenso e não faltaram fariseus a rasgar publicamente as suas vestes. […] Ou seja: um depu tado pode expressar publicamente as suas preferências em termos sentimentais, mas o Patriarca de Lisboa não pode explicar aos seus fiéi s ‘recasados’ como devem viver, nas suas circunstâncias, a moral da Igreja a que pertencem e cujos ensinamentos querem seguir. Se um deputado fala sobre a sua sexualidade, faz muito bem e é até muito corajoso. Se o Patriarca fala, aos seus fiéis, sobre a sexualidade cristã, faz muito mal porque está a meter -se onde não deve e a ofender, com o seu anacrónico convite à abstinência sexual, todos os casais de católicos ‘recasados’! Hoje em dia, em Portu- gal, não é necessária nenhuma coragem para se ‘assumir’ uma tendência mais ou menos alternativa. Quem se ‘assume’, como foi a gora o caso, sabe que tem toda a imprensa a seu favor, as redes sociais do seu lado, os lóbis a protegê-lo, os interesses económicos a abençoá-lo e uma bri- lhante carreira política à sua frente. Coragem é necessária, pelo contrário, para alguém se afirmar católico, sobretudo se for coerente, ou seja, fiel ao magistério e à tradição da Igreja. Coragem teve D. Manuel Clemente, em recordar os ensi- namentos do Papa Francisco. Coragem teve o Patriarca de Lisboa ao falar de abstinência sexual, não como norma imposta a todos ‘recasados’, mas como mais uma proposta para o seu itinerário de conver- são ao Evangelho. Coragem têm os católicos ‘recasados’ que a vivem. Coragem têm os que optaram pelo celibato, ou pelo casamento, e cumprem a sua promessa. Coragem têm os católicos cujo casamento fracassou e se mantêm fiéis a esse compromisso, que honram com a sua continência. Coragem têm os fiéis e pastores que, quando o seu bispo é atacado, o apoiam e defendem, mesmo quando outros, quais Judas, fazem coro com os inimigos de Cristo e da sua Igreja. Pe Gonçalo Portocarrero de Almada, in Observador

O deputado e o Cardeal - INÍCIOparoquiamiratejo.weebly.com/uploads/5/3/1/5/5315290/boletim_23.pdf · louvado em tudo o que é sítio; ... leva sempre a melhor nos seus confrontos

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4 MARÇO 2018 - Ano VIII - nº23

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O deputado e o Cardeal

Em Portugal, não é precisa nenhuma coragem para se ‘assumir’. Mas é necessário muito valor para alguém se

afirmar católico, sobretudo se for fiel ao magistério e à tradição da Igreja. Por razões diametralmente opostas,

duas personalidades foram agora objecto de campanhas mediáticas contraditórias: enquanto um deputado foi

louvado em tudo o que é sítio; o Cardeal Patriarca de Lisboa e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa,

foi brutalmente enxovalhado, como talvez há muito já ninguém era tão maltratado publicamente.

Adolfo Mesquita Nunes é um jovem e promissor deputado, cujas intervenções públicas são, por regra, muito pertinentes. Graças à sua boa prepa-

ração e grande capacidade de argumentação, leva sempre a melhor nos seus confrontos com a bloquista Mortágua. Apesar de apreciar o seu tra-

balho, não li a sua entrevista de vida, pelo que só tardiamente me dei conta de que se tinha ‘assumido’, como agora se diz. Foi quando vi tão

inflamados elogios à sua ‘coragem’ que percebi que tinha ‘saído do armário’. Não tenho nada contra as suas opções ou tendências pessoais, que

obviamente respeito, mas acho muito infelizes este tipo de confissões públicas. Mesmo que não tenha sido por sua iniciativa, foi certamente por

sua livre vontade que referiu essas circunstâncias, que sobram numa entrevista que deveria ser exclusivamente política. Não imagino Winston

Churchill, que era um grande senhor da política e não só, a fazer revelações sobre a sua vida íntima, nem sequer a pedido de nenhum jornalista.

No extremo oposto, também Álvaro Cunhal era muito reservado sobre a sua vida privada e, quando entrevistado, nunca descia a pormenores

sobre a sua intimidade, fazendo-se assim respeitar pelo público em geral.

Não percebo, aliás, onde está a tão apregoada ‘coragem’ do agora assumido político que, a bem dizer, não correu nenhum risco com esta sua

declaração. Na verdade, por tê-la feito, foi posto fora de casa?! Não consta. Foi despedido? Também não parece. Foi de algum modo ostracizado,

ou prejudicado no seu partido, supostamente democrata-cristão?! Ao invés, esta sua declaração até o favoreceu politicamente! Foi criticado pela

imprensa ou nas redes sociais?! Pelo contrário: todos o elogiaram! Afinal, onde está então a sua coragem?! Se o ilustre deputado quer ser corajo-

so, sugiro que faça essas mesmas declarações na Arábia Saudita, na Rússia, no Iraque, ou no Afeganistão. Aí sim, é preciso coragem para tomar

uma atitude dessas. Ou então, se quiser ser herói cá na terrinha, declare que é católico coerente e que, portanto, vive a abstinência sexual. Seria,

pela certa, martirizado pela imprensa, como foi o Patriarca de Lisboa quando, entre outras, sugeriu essa atitude aos ‘recasados’ católicos.

D. Manuel Clemente não supunha, nem ninguém imaginava, o burburinho que as suas inócuas declarações provocariam na imprensa e nas redes

sociais, até por se tratar, afinal, de uma questão interna da própria Igreja, que apenas respeita aos católicos. Contudo, como a matéria é sensível

– o sacrossanto sexo! – o estrondo foi imenso e não faltaram fariseus a rasgar publicamente as suas vestes. […] Ou seja: um deputado pode

expressar publicamente as suas preferências em termos sentimentais, mas o Patriarca de Lisboa não pode explicar aos seus fiéis ‘recasados’ como

devem viver, nas suas circunstâncias, a moral da Igreja a que pertencem e cujos ensinamentos querem seguir. Se um deputado fala sobre a sua

sexualidade, faz muito bem e é até muito corajoso. Se o Patriarca fala, aos seus fiéis, sobre a sexualidade cristã, faz muito mal porque está a meter

-se onde não deve e a ofender, com o seu anacrónico convite à abstinência sexual, todos os casais de católicos ‘recasados’! Hoje em dia, em Portu-

gal, não é necessária nenhuma coragem para se ‘assumir’ uma tendência mais ou menos alternativa. Quem se ‘assume’, como foi agora o caso,

sabe que tem toda a imprensa a seu favor, as redes sociais do seu lado, os lóbis a protegê-lo, os interesses económicos a abençoá-lo e uma bri-

lhante carreira política à sua frente.

Coragem é necessária, pelo contrário, para alguém se afirmar católico, sobretudo se for coerente, ou

seja, fiel ao magistério e à tradição da Igreja. Coragem teve D. Manuel Clemente, em recordar os ensi-

namentos do Papa Francisco. Coragem teve o Patriarca de Lisboa ao falar de abstinência sexual, não

como norma imposta a todos ‘recasados’, mas como mais uma proposta para o seu itinerário de conver-

são ao Evangelho. Coragem têm os católicos ‘recasados’ que a vivem. Coragem têm os que optaram

pelo celibato, ou pelo casamento, e cumprem a sua promessa. Coragem têm os católicos cujo casamento

fracassou e se mantêm fiéis a esse compromisso, que honram com a sua continência. Coragem têm os

fiéis e pastores que, quando o seu bispo é atacado, o apoiam e defendem, mesmo quando outros, quais

Judas, fazem coro com os inimigos de Cristo e da sua Igreja.

Pe Gonçalo Portocarrero de Almada, in Observador

Sextas - feiras

da Quaresma:

Dias de abstinência

20h Sopa

21h Via Sacra

Domingo 11

de Março:

Retiro de

Quaresma

14h às 19h

Sábado 17

de Março:

Procissão

do Encontro

às 21h

Segunda - feira

19 de Março:

Dia do Pai

Missa de São José

às 21h

Horário da Santa Missa:

3.a e 5.a feira: 9h 4.a e 6.a feira: 18h

Sábado:18h15 Domingo: 10h30 e 19h

Confissões: Sexta-feira às 17h e Domingo às 18h

Cartório: depois de cada Missa

Morada: Rua das Gémeas, n.o 44, Miratejo

2855-235 Corroios

Tel: 21 254 28 50

Site: www.paroquiamiratejo.weebly.com

Contacto: [email protected]

NIB: 0033 0000 4537 8096 7110 5

Acampamento no Porto

No dia 10 de fevereiro pelas 6:15 os pioneiros apanharam um autocarro rumo ao Porto.

Quando lá chegamos apanhámos outro autocarro rumo ao campo, que ficava na Lavra, uma

aldeia em Matosinhos. Assim que lá chegámos, apanhámos uma desilusão, o campo ficava no

meio do nada e a nossa vista panorâmica era uma sucata! À tarde, fizemos cavaletes, que usá-

mos numa corrida de cavaletes. À noite fizemos o jogo dos animais, que foi muito giro e

todos gostámos! No dia seguinte fomos fazer um passeio pelo centro do Porto, onde visitá-

mos a Ponte D. Luís I, a Ribeira e fomos à missa à Sé. Tivemos ainda a oportunidade de ir comer francesinhas à “Santa Francesinha” e esta-

vam deliciosas! Esta visita pelo centro do Porto foi muito curtinha, pois começou a chover e tivemos que regressar a campo mais cedo. Na

segunda-feira continuámos a nossa visita pela cidade. Nesse dia fomos à Torre dos Clérigos, aos jardins do Palácio de Cristal, à estação de

São Bento, à porta da Livraria Lello e às muralhas Fernandinas. Na terça-feira fizemos alguns jogos em campo que foram muito divertidos!

À noite jogámos novamente o jogo dos animais e quando o acabámos, tivemos uma festa de carnaval organizada pela Inês e pela Domingas.

A festa foi muito gira e todos gostámos. A quarta-feira chegou e ficámos todos muito tristes pois seria o último dia. De manhã arrumámos o

campo e à hora de almoço apanhámos o autocarro para casa. Assim terminou mais um acampamento que correu muito bem.

Sara Gonçalves

24 horas para o Senhor

Realizou-se no passado sábado, nas Paróquia de Corroios e de Amora, tendo envolvido as restantes paróquias da

Vigararia do Seixal. De manhã até à noite foram dezenas de pessoas que se foram confessar e rezar adorando o

SSmo. Sacramento. Houve ainda tempo para três catequeses, orientadas pelos Rev. Padres Pedro Quintela, Pedro

Cerantola e Miguel Alves. Da Paróquia de Miratejo, o Movimento da Mensagem de Fátima e o Movimento dos

Cursilhos de Cristandade assumiram a dinamização da oração naquela Igreja. Esta foi sem dúvida uma óptima

ocasião para todos se prepararem para a Páscoa do Senhor obtendo o perdão de seus pecados!