O EncontroMahasamadhi, abril de 2014A Luz no Caminho - Associação Espiritualista - Distribuição gratuita

Bhagavan Sri Ramana Maharshi

O que há dentro de nós e que o Bhagavan tenha lhe conduzido a fazer?

Mais uma vez, hoje fiz um balan-ço em minha vida: antes e depois de ter conhecido o Mestre. O resul-tado é maravilhoso. Como melhorei na minha relação com Deus, com as pessoas e com Ele. Se antes não

Aqui dentro deve ter

Editorial

prestava nenhum tipo de serviço voluntário, sei hoje o quanto é es-sencial servir ao próximo.

A casa do Mestre é minha Casa. Em 3 anos como Presidente consta-tei o quanto precisamos de braços dispostos a serem voluntários, não na hora que querem, mas nas ho-ras precisas. As graças alcançadas através Dele impelem as pessoas a serem voluntárias. Serem, e não estarem voluntáriaa.

Quem ama o Mestre sabe que esta relação é para sempre. Com maior ou menor intensidade, quem

Bhagavan raramente costumava sair antes de meia noite para atender a algum chamado da naureza. Uma noite, Ele teve que fazê-lo. Um devoto notou que Bhagavan levou um tempo maior do que o usual naquele dia. Então, no escuro, se aproximou de Bhagavan e escutou um som pe-culiar, como “slop, slop, slop“. Bhagavan estava falando com alguém: “Basta! Basta! Você ainda não está satisfeito?”

O atendente viu Bhagavan sentado desconfortavelmente, com um cachorro lambendo-O de alto a baixo - alegre e vigorosamente! O cachorro era esquelético, cheirava mal e tinha feridas pelo corpo, era muito feio de se olhar.

Apreensivo que o atendente levasse o cão para fora, Bha-gavan justificou: “Ele estava muito interessado em demonstrar sua afeição por mim todos esses dias. Pobre companheiro! Ele era sempre posto para fora antes que conseguisse fazê-lo. Hoje, ele me pegou no escuro. Seu intenso amor, ele comunicou lambendo-me, para a alegria de seu coração!” Bhagavan levantou-se, com lágrimas nos olhos, e deixou o cachorrinho dizendo: “Não é o suficiente? Posso ir agora?”

Do livro Prushottama Ramana (Ramana o espírito Supremo) , por Sri. V. Ganesan, p.23.

Para a alegria do seu coração

Agenda

Ramana e os animais

Mahasamadhi de Ramana

Bhagavan deixou o corpo após uma longa enfermidade, que O fez submeter-se a várias cirurgias na tentativa de livrá-Lo de um câncer no braço esquerdo.

Desde o início de abril de 1950 os médicos sinalizavam que o esta-do de saúde do Mestre era muito grave.

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O Encontro Mahasamadhi, 2014

Em princípio, poderíamos definir Vedanta como Descoberta – a Des-coberta de nós mesmos.

Vedanta é uma tradição de ensina-mento transmitido de mestre a discí-pulo num fluxo perene, desde tempos imemoriais. Assim sendo, Vedanta é uma tradição de Conhecimento. Co-nhecimento de que? O conhecimento da identidade entre aquele que busca e o Ser Ilimitado, um desdobramento claro e profundo da verdade essencial e única, da busca do Ser.

Em Vedanta, as palavras são o meio de conhecimento, pelo qual o Mestre indica uma verdade já exis-tente. A identidade existente entre o

Continuação

O que é Vedanta

ama, quem acredita, reconhece os seus ensinamentos, trabalha em sua Casa, com amor e pratica o silên-cio, a continuada busca do Quem sou Eu? Afinal todos nós podemos melhorar através da reflexão, mini-mizando os impulsos, tão caracte-rísticos de um mundo ansioso.

Para aqueles que acham que não tem tempo de servir, orar, de conversar com Ele, é só fazer um balanço em sua vida e em suas prioridades. Ele está sempre dentro

de nós. Estreitar a relação com Ele é reconhecer isto e ver que dentro de nós deve ter alguma coisa a mais que eu sei dizer o que é.

É a unidade com o Bhagavan que remove as incertezas, as ansieda-des, basta entregar a sua vida e Ele vai direcionar o caminho dos justos para aqueles que merecem, pelo esforço, pelo amor incondicional e sinalizar a necessária mudança de direção para os que precisam de um rumo certo. Entregue e verá.

Agenda

Círculo de Estudos

Próxima palestraTema: O Poder do Agora

Palestrante: Nelson Ricardo

Data e horário: 26 de abril, às 19h

ser individual e o Absoluto é expressa pela frase “Tu és Aquilo”. O Mestre não diz “tu te tornarás Aquilo” mais tarde. Visto que essa verdade é algo já existente, só será adquirida através do conhecimento.

O Vedanta afirma, ser ilusório nos-so conhecimento do mundo: “O Uni-verso, em si mesmo, é real. Ilusória seria nossa percepção das coisas do Universo.”

Por causa do nosso ego, visualiza-mos o mundo como um objeto, e nos esquecemos que, de uma certa forma, nós também somos um obje-to. Enquanto há dualidade, enquanto há a diferença entre “eu” e “você”, com certeza não percebemos que nós mesmos também somos Brahman. E, em nossa imaturidade, enxergamos o mundo como diferente de Brahman.

Viveka, discernimento, é a ferramen-

ta que conduz o aspirante à correta meditação. E é na meditação que nos-sas fragilidades, nossas imperfeições se apresentam como em um filme. É quando são postas á prova nossa ca-pacidade de discernimento, nossa fir-meza na concentração, nossa firmeza de propósito e nossa fé. A meditação é a ferramenta que nos permite lapi-dar o diamante que somos.

Da palestra O que é Vedanta, Círculo de Es-tudos de Março de 2014, por Vera Carolina.

No dia 14 de abril, filas interminá-veis haviam se formado no Ashram. Os devotos buscavam ainda um úl-timo Darshan, benção através do olhar, de seu amado Mestre.

Um grupo de devotos começou a entoar o hino a Arunachala, Ele ouviu, esboçou um leve sorriso, e derramou duas lágrimas de felici-dade. Neste instante, a respiração daquele que tantos reconheceram como Sad-Guru, Pai, Mãe, Salvador simplesmente cessou. Eram 8h 47 da noite e, neste exato momento, uma estrela foi vista atravessando o céu, sobre Arunachala, O Espírito havia retornado ao Pai.

No Ashram de Tiruvanamalai, o Mahasamadhi, ou Aradhana, será comemorado, este ano, no dia 27 de Abril. Isto porque, na Índia, ani-versários religiosos e espirituais são geralmente observados de acordo com a constelação astrológica e por isso o dia de comemoração pode variar de ano para ano.

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Editorial

O EncontroMahasamadhi, 2014

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E assim aconteceu conoscoFilosofia

O Inevitável aconteceu naquela tarde de abril de 1950, o corpo amado, que havia sido durante tanto tempo o centro, o foco do olhar de nossos corações, deixou de deleitar nossos olhos. Podemos dizer que Ele está morto? Bhagavan morto? A palavra não parece ter sentido. Como pode Aquele que vive em todo o universo, experi-mentar jamais o gosto da morte? “Vocês pensam que estou indo em-bora. Mas...para onde iria? Perma-necerei aqui, com vocês!” Esta foi Sua promessa, enquanto nos prepa-rava para a aparente separação. E aqueles dentre nós que o amaram aqui em Turuvannamalai, mantemo-nos firmemente na fé, que sen-timos confirmada pela experiência contínua de que Ele manteve sua promessa, e ainda podemos manter contato com Ele aqui no Ashram como outrora.

Como Surdas, que escureceu a visão física para que pudesse ver claramente a Luz interior, Ele dimi-nuiu nossa visão exterior de Sua radiação, para que nossa visão in-terior pudesse ser preenchida com Sua Luz eterna. Ele velou a Forma externa, que amávamos tanto, para que Sua beleza não mais pudesse desviar nosso olhar da Eterna Pre-sença, entronizada no nosso mais profundo Coração.

Penoso foi este velamento para nossos corações humanos. Todavia, naqueles dias de aparente perda, na verdade seríamos felizes se, des-se modo, fôssemos dirigidos para nosso interior, para vê-Lo e amá-Lo ali, brilhando como o Coração de todos. O inefável Ser irradiante, manifestando-se sempre como o Ser do nosso ser, a sempre-aben-çoada Consciência de toda Verdade, a Quietude da Onipresente Benção -Satchitananda.

Nossos corações foram inflamados de profunda afeição enquanto Ele nos ensinava através das palavras e do exemplo, enquanto Ele silencio-samente espargia o néctar de Sua Graça sobre todos nós. Hoje, nos voltamos para Ele no interior, dia e noite, não menos do que antes; e nos regozijamos ao descobrir que a Graça jorra incessantemente da Fonte do Ser Único, que é total Sabedoria, Amor e Poder.

A Seus afetuosos pés, que tri-

lharam o áspero caminho da Mon-tanha por tanto tempo, nós de-positamos nosso amor agradecido e nossa eterna lembrança. Possa Ele aceitar estas pobres dádivas de nosso corações e espargindo em profusão Sua Graça sobre todos que vagueiam na escuridão do ca-minho da ignorância original. Sua Luz brilha com a perene claridade da própria Luz de Deus!

Do livro Aos Pés de Bhagavan, por T. K. Sundaresa Iyer p. 39.

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Casa de Ramana

Carinho, Respeito e Amor Quando era criança, em uma

casa próxima a minha residiam umas idosas, que ficavam comigo. Nesta época, aprendi a amar aque-las anciãs, que se distraiam comigo, mas me ofereciam atenção e amor.

Ao me aposentar, após 30 anos de trabalho, ainda com bastante energia, queria me dedicar ao auxí-lio de uma Casa Asilar. Para minha surpresa, logo depois, em 1985, fui convidada a conhecer a Luz no Ca-minho - Associação Espiritualista e vim a saber que, por orientação espiritual, a Associação estava se preparando, para criar uma Casa Asilar para idosos.

O tempo foi passando, até que alguns jovens de A Luz no Cami-nho tomaram a iniciativa de assu-mir a direção de um asilo, cha-mado ”Casa de Amigos”. Um dia, devido a um grande temporal, hou-ve rachaduras nas paredes da casa, e a defesa civil determinou que o prédio fosse evacuado. Neste mo-mento, um dos diretores da Casa

Por Marly Rattes

de Amigos, trouxe a situação ca-ótica à Luz no Caminho, e aí por permissão do Pai, o imóvel da rua Juiz de Fora, 55, onde funcionava a Casa de Costura, pertencente a Luz no Caminho, rapidamente foi trans-formada em abrigo, recebendo em 16/03/1996 o nome de Associação Beneficente de Auxílio a Anciãos - Casa de Ramana. Chegaram então as primeiras sete idosas.

Em 2000 fui surpreendida por um convite para exercer a função de presidente da Casa de Ramana. Fi-quei no cargo até 2002, e daí em diante após alguns meses, passei a ser administradora da Casa, função que desenvolvo até hoje.

Meu aprendizado na Casa é cons-tante e me sinto profundamente agradecida aos Amigos Instrutores que permitem que eu tenha força e coragem para preencher com Amor, corações tristes e enfraquecidos pe-los anos.

Aproveitamos todos as oportuni-dades para festejar e trazer alegria

à Casa.

Contamos com uma equipe ab-negada que atua com Amor e Respeito.

Na Casa de Ramana várias an-dorinhas já passaram, fizeram o seu pouso, por longo tempo, e depois seguiram seu caminho de volta ao Pai. Jamais serão esquecidas, pois de cada uma guardo uma lem-brança exclusiva de carinho e de gratidão.

Hoje precisamos ter uma Casa Maior, para acolher vovós e vovôs que nos batem à porta, precisando de um lar seguro para viverem.

Amigos, venham conhecer este lar de Amor, e fazer parte desta fa-mília que trabalha muito, mas que cresce sempre na Fraternidade e no Amor!

Venham, precisamos de ajuda!

Precisamos de alimentos, de vo-luntários que colaborem nas muitas tarefas da Casa e de novos asso-ciados!