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O Ensino Eficiente da Língua Estrangeira nas Escolas Públicas voltado para o mercado globalizado AUTOR: CARLOS LIMA DA SILVA ORIENTADOR: ANTÔNIO FERNANDO VIEIRA NEY RIO DE JANEIRO RJ 2004 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE A DISTÂNCIA PROJETO DE PESQUISA

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O Ensino Eficiente da Língua Estrangeira nas Escolas Públicas voltado para o mercado globalizado

AUTOR: CARLOS LIMA DA SILVA

ORIENTADOR: ANTÔNIO FERNANDO VIEIRA NEY

RIO DE JANEIRO – RJ 2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE A DISTÂNCIA

PROJETO DE PESQUISA

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I

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE A DISTÂNCIA

PROJETO DE PESQUISA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

O Ensino Eficiente da Língua Estrangeira nas Escolas Públicas voltado para o mercado globalizado

AUTOR: CARLOS LIMA DA SILVA

ORIENTADOR: ANTÔNIO FERNANDO VIEIRA NEY

Apresentação de monografia à Universidade Cândido

Mendes como condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do

Ensino Superior.

Por: . Carlos Lima da Silva

RIO DE JANEIRO - RJ 2004

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II

AGRADECIMENTOS

Agradeço, especialmente, à Sra. Alda

Bernardes de Faria e Silva – DD. Pres. da

Academia Itatiaiense de História e amiga.

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III

DEDICATÓRIA

Dedico o presente trabalho aos amigos,

colegas da turma 540, à Sra. Angela Maria

da Silva – Secretária Municipal de

Educação e Cultura de Itatiaia com quem

aprendo muito, familiares, profissionais da

área de Línguas e ao brilhante professor

Orientador Antônio Fernando Vieira Ney.

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IV

RESUMO

O Ensino Eficiente da Língua Estrangeira nas Escolas Públicas voltado para

o mercado globalizado, objeto do presente estudo, demonstra a necessária

contextualização que é uma das bases do ensino por competências, onde os

alunos aprendam a ser cidadãos de fato, interagindo no meio social e

principalmente, que seja contemplado pela inclusão digital desta forma.

Observa-se também que não há uma receita de massa de bolo pronta, pois,

é preciso quebrar paradigmas dentro da escola, dentro da sociedade e sensibilizar

os governos da necessidade de se trabalhar aliado às novas tecnologias do

ensino de LE.

Hoje, a reprodução de conteúdos não é mais relevante, conteúdo, não se

espera que o aluno seja um mero reprodutor e si, um articulador de suas próprias

conquistas e um autêntico construtor de conhecimentos.

Ou seja, o trabalho do profissional ganha uma função mais holística, voltada

para a formação do homem pensante e transformador de seu espaço.

Este trabalho se objetiva a uma sensibilização, ao papel das novas

tecnologias atreladas ao mister de construtores dos saberes.

Cabe ao profissional de ensino de Les, buscar de forma incessante a sua

formação continuada, para que ele ao longo do tempo possa perceber sua real

importância como agente transformador de uma sociedade.

Cabe a cada profissional reconhecer sua importância como formador de

opinião e acima de tudo, o relevante papel de mediador no processo ensino-

aprendizagem na Educação Pública Brasileira.

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V

RELAÇÃO DE QUADROS E TABELAS

Tabela 1 51

Organização das situações de aprendizagem.

Tabela 2 51

Trabalha com interdisciplinaridade

Tabela 3 51

Envolve e comunica à Escola e Comunidade nas atividades escolares.

Tabela 4 51

Utiliza novas tecnologias

Tabela 5 51

Administra sua formação continuada

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VI

RELAÇÃO DOS ANEXOS

1. Questionário 50

2. Resultado de Pesquisa 51

3. Atividades Culturais 55-56

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VII

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 11

JUSTIFICATIVA 16

OBJETIVOS 17

METODOLOGIA 18

APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS 19

CAPÍTULO I 20

O QUE O COMPUTADOR PODE OFERECER COMO APOIO

À AUTO – APRENDIZAGEM ?

CAPÍTULO II 23

ESTUDO AUTÔNOMO COM A AJUDA DE NOVAS TECNOLOGIAS

NO ENSINO COMUNICATIVO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

CAPÍTULO III 27

PROCESSO DE INFORMATIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

E O BREVE HISTÓRICO DO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

CAPÍTULO IV 37

O QUE É EDUCAÇÃO À DISTÃNCIA?

CAPÍTULO V 40

O COMPUTADOR E SEUS RECURSOS COMO INSTRUMENTO

DE ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS.

CAPÍTULO VI 42

CURSOS EM CD-ROM ESPECÍFICOS PARA O ENSINO

DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

CAPÍTULO VII 43

O ENSINO VIA INTERNET

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VIII

CAPÍTULO VIII 46

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO(MÍDIA) E O ENSINO DE Les

CAPÍTULO IX 47

ALGUMAS CONSIDERAÇÔES MEDOLÒGICAS NO ENSINO

EFICIENTE DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

CONCLUSÃO 48

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 49-51

ANEX OS 52

QUESTIONÁRIO 53

RESULTADOS 54

ATIVIDADES CULTURAIS 55-56

ÍNDICE 57-58

FOLHA DE AVALIAÇÃO 59

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O Ensino Eficiente da Língua Estrangeira nas Escolas Públicas voltado para o mercado globalizado

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INTRODUÇÃO

Segundo abordagem analítica em Parâmetros Curriculares da Língua

Estrangeira, (1998, páginas 20 e 21), a inclusão de uma área no currículo deve ser

determinada, entre outros fatores, pela função que desempenha na sociedade.

Deste modo, consideram os PCNs ainda que o desenvolvimento de

habilidades orais como foco central no ensino de Língua Estrangeira no Brasil, não

leva em consideração critérios de relevância social para a sua aprendizagem.

Excetua-se dessa especificidade regiões turísticas, comunidades

plurilíngues, dando uma idéia que saindo dessa peculiaridade, o ensino de línguas

parece mais vinculado à leitura de literatura técnica ou de lazer.

Ainda em seu texto inclui que as condições precárias na sala de aula da

maioria das escolas brasileiras(carga horária reduzida, classes superlotadas,

pouco domínio das habilidades orais por parte da maioria dos professores,

material didático reduzido a giz e livro didático etc.) podem inviabilizar o ensino

das quatro habilidades comunicativas.

Tem sido observado pelas pesquisas estatísticas e também pelos

resultados de desempenho, que a Educação Brasileira conseguiu significativos

avanços no contexto mundial.

Isso se deve a responsabilidade em acompanhar as rápidas transformações

do mundo atual, fornecendo aos educandos uma educação de qualidade, atraente

e crítica. Segundo a professora Mariangela Braga Norte, na revista Nova Escola

(1995, p. 23, p.24):

“Durante os últimos anos, busca-se, através de um

planejamento criterioso, atender as comunidades urbanas e rurais,

com Programas Educativos que possibilitem a todos, sua inserção na

sociedade, respeitando a sua cultura, costumes e valores, mas acima

de tudo, preparando-os para os desafios da vida moderna.”

Entende-se nas entrelinhas, que nada disso seria possível, não fosse o

investimento profícuo dos cursos de formação continuada para a adaptação

docente às mudanças necessárias e indispensáveis às novas ordens. Sabe-se

que a Escola é o único caminho que possibilita o desenvolvimento pleno de um

povo.

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Observa-se com isso, que a oferta aos jovens de uma profissionalização

tanto de nível básico quanto de nível técnico em Língua Estrangeira, por parte de

alguns municípios, tem sido ferramenta pedagógica para que sejam abertas

oportunidades concretas no tão concorrido mercado de trabalho.

Essa construção de uma cidadania ativa é o resultado de um trabalho de

envolvimento do poder público junto à comunidade no compromisso de um futuro

promissor de nossa sociedade. Segundo o enfoque do Documento Básico da

Política de Ensino de Línguas Estrangeiras de 1996, “ todo brasileiro tem direito à

plena cidadania, a qual, no mundo globalizado e poliglota de hoje, inclui a

aprendizagem de línguas estrangeiras, mas não é só isso.”

Recomenda-se ainda, um ensino eficiente de Língua Estrangeira nas

Escolas Públicas voltado para o mercado globalizado, onde é irrestrito o anseio da

sociedade em adquirir o conhecimento lingüístico necessário para interagir neste

mundo globalizado.

Entende-se que a sociedade não deseja o monopólio de um único idioma

estrangeiro, outras línguas também são essenciais, além da Língua Inglesa, o

Espanhol, o Francês, o Alemão... a aprendizagem de línguas não visa apenas a

objetivos instrumentais, mas faz parte da formação integral do aluno que deseja e

necessita de um ensino eficiente de línguas.

Algumas Escolas Públicas não têm sido capaz de garantir o direito à

aprendizagem de línguas, direito esse que acaba sendo exercido apenas pela

camada mais afluente da população.

Por isso, a falta de professores e a ausência de capacitação real de muitos

deles, não tem permitido atender às necessidades do país em termos de uma

aprendizagem eficiente de línguas que permitam-lhes reconstruir e refletir sua

própria ação pedagógica. ( Foreign Language, 1998, p. 21)

O Documento Básico da Política de Ensino de Línguas Estrangeiras,1996,

MEC, se reporta aos direitos lingüísticos do aluno, onde a elaboração de um plano

emergencial de ação garanta ao aluno o acesso ao estudo de línguas

estrangeiras, proporcionado naturalmente, através de um ensino eficiente.

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Reivindica o Documento que mais de uma língua estrangeira seja oferecida

à comunidade discente, com uma carga horária ampliada e que a disciplina de

língua estrangeira tenha o mesmo status das disciplinas do núcleo comum.

Cogita-se ainda que o Documento que desde as séries iniciais do ensino

fundamental à última série do Ensino Médio o estudo da Língua Estrangeira

ocorra.

Para a excelência do ensino recomenda-se a criação de projetos de

integração entre as escolas, secretarias de educação e universidades para a

formação continuada de professores.

Segundo “ The Industry Standard”, “abril de 2001”, “possuir

conhecimentos em outro idioma para o nosso cliente é de extrema

importância, pois, cada vez mais as empresas estão buscando

profissionais que se atualizam, tanto nos conhecimentos gerais,

como no idioma. E o inglês é o idioma comercial mundial.

Todas as indicações estatísticas são de que progride na carreira, o

profissional que tem proficiência em Inglês.

Além do profissional mais maduro, o profissional jovem também se destaca

quando possui fluência em idiomas, pois, a maioria das grandes empresas

determina a fluência em inglês como requisito obrigatório no perfil dos novos

talentos contratados.”

Segundo Roger Marzochi em “ Disseram que eu fiquei

Americanizada”, título – tema da música de Vicente Paiva e Luiz Peixoto,

interpretada por Carmem Miranda.

A Escola Pública de hoje é parte de um processo relevante e atual,

onde deve buscar com o aluno situações em que se percebam a expressão

da globalização e mundialização da cultura, fenômenos estes que se

acentuaram com a velocidade na troca de informações e com a expansão

do capitalismo em escala mundial. Outra parte, no entanto, resume-se aos

modismos tão corriqueiros adotados pelos brasileiros, sempre acreditando

que o uso de uma expressão estrangeira indica poder e status.

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O professor de lingüística da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

(PUC-SP), , Bruno Dallari define na Folha de São Paulo, em 2 de agosto de 2000.

“ O idioma em si não é uma expressão estática da cultura, está em

constante mudança e mostra a capacidade do aluno brasileiro e do cidadão

comum em si em digerir e incorporar aspectos de outras culturas.”

Na Escola Pública é importante o trabalho extraclasse na aprendizagem de

LE e pelo fato de que o ensino deve ser centrado no aluno, considera-se

indispensável acrescentar a auto-instrução, que Dickinson (1987:11), em seu livro

Self Instruction in Language Learning, define o termo, como aqueles atribuídos,

geralmente, a situações nas quais o aprendiz trabalha sem o controle direto do

professor, utilizando-se dos recursos do computador, no programa de ensino.

Jones(1995) coloca que a auto-instrução, talvez, possa ter se originado na

colocação radical de Ivan Illich, quando afirmou que grande parte da

aprendizagem significante acontece fora da sala de aula.

Dentro deste ponto de vista, a abordagem comunicativa no ensino de LE

colaborou com o conceito ao enfatizar a mudança de ensino que antes era

centrado no professor para centrar-se no aluno. (PCNs de LE, MEC, 9394/96)

O ensino centrado no aprendiz assume que nem tudo de que um aluno

precisa, pode ser ensinado, na sala de aula (Nunan 1988:3).

Percebe-se em algumas classes de Escolas Públicas que a aprendizagem

efetiva de LE depende da capacidade do aprendiz tomar para si a

responsabilidade de aprender independentemente do professor, onde os alunos

reconhecem suas dificuldades e preenchem suas necessidades.

Isso se torna observável quando o professor promove oportunidades para

desenvolver as capacidades do aluno de pensar de forma independente, de auto –

gerenciar suas próprias atividades, de fazer escolhas com respeito a seus

processos de aprendizagem.

É interessante alguns modelos de completa autonomia, onde alguns

professores de LE exigem também que o aluno saiba decidir o que é melhor para

ele, deve saber também estabelecer objetivos, deve saber planejar um programa

de estudos, deve administrar as tarefas e o tempo de estudo.

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Deve identificar seus pontos negativos e qualidades, deve avaliar sua

aprendizagem e redimensionar suas ações.

Observa-se que alguns casos de classes mais adiantadas, os alunos

tomam a iniciativa sobre o material didático e recursos mais apropriados. Isso se

deve a uma preparação inicial feita pelo professor daquelas classes.

Com essa perspectiva a importância da auto – instrução e o

desenvolvimento do espírito crítico em relação ao processo de aprendizagem é

menos complexo. Os autores, Miller, Rogerson e Revell (em Four Skills, 1995,

páginas 35-38), sugerem um “ self-access supermarket”, ou seja, um centro

organizado, de forma que seus usuários possam obter com facilidade os materiais

que devem estar catalogados e arrumados em prateleiras acessíveis.

Nessas condições, o sistema de estudo individualizado permite ao

estudante Ter o controle de seus estudos conforme seu próprio desejo e ritmo,

sendo que o professor oferece orientação àqueles que precisam, dando liberdade

total aqueles que conseguem ter completa independência.

Essa prática tem se difundido em muitas salas de aula de determinadas

Escolas Públicas dentro do Estado do Rio de Janeiro, da Rede Municipal e

Estadual, dada a formação continuada a milhares de docentes aos Parâmetros

Curriculares Nacionais – (PCNs).

A demanda nas Escolas Públicas pelo sistema de auto – instrução tem

aumentado por diversas razões, destacando-se entre elas a formação continuada

dos professores, a informatização de algumas escolas, a INTERNET

COMUNITÁRIA, a mudança de concepção da Escola Pública dada a falta de

oportunidade dos alunos para freqüentar cursos especializados de línguas e a

acentuada crise econômica dentro da maioria dos lares. Contam muito ainda as

diferenças individuais: atitudes, ritmo individual, diferentes estratégias e estilos

cognitivos ou de aprendizagem, diferentes necessidades dos alunos,

disponibilidade, além dos recursos tecnológicos que estão à disposição no

momento. Observa-se ainda que nas Escolas Públicas, cujo em seus Regimentos

Internos desdobraram-se de Séries para Ciclos, essa perspectiva se torna mais

pertinente.

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JUSTIFI CATIVA

O Ensino Eficiente de Língua Estrangeira nas Escolas Públicas voltado para

o mundo globalizado, objeto do presente estudo, vem mostrar que as novas

tecnologias são uma das bases do ensino por competências e habilidades, que

tem como objetivo sensibilizar os profissionais da área e Poder Público a reverem

seus conceitos da prática de ensino e de sua mais nova performance ao mercado

de trabalho que exige um cidadão proficiente em línguas estrangeiras para

facilmente decifrar as novas linguagens dos “business”, ser profissional antenado

com as necessidades mais amplas e que ainda, saiba analisar, decidir, planejar,

expor suas idéias e principalmente, ouvir a dos outros.

Quando se trata de aplicá-las na frente do quadro de giz, sobram dúvidas e

faltam quem possa solucioná-las.

Mostra que não há receita simples para aprender a ensinar dentro dessa

nova concepção. Fica claro que reformar a educação é uma prioridade mundial e

o ensino eficiente de LE é um caminho para oferecer, de fato, com as novas

tecnologias.

Fica claro que a sociedade tem hoje outras prioridades e exigências, em

que a ação é o elemento chave. Simplesmente, dar o conteúdo é esperar que seja

reproduzido, não forma o indivíduo que o mercado e a sociedade exigem.

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OBJETIVOS

O presente trabalho tem por objetivos, oferecer subsídios para que o

professor consiga:

· Organizar e dirigir situações de aprendizagem nas novas Tecnologias.

· Administrar a progressão das Aprendizagens.

· Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação.

· Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho.

· Trabalhar em equipe.

· Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão.

· Administrar sua própria formação contínua.

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METODOLOGIA

Para realização do trabalho em questão, foi feita uma seleção de material

bibliográfico (livros, revistas, jornais...).

Após esta seleção, parti para a leitura deste material, do qual foi feito um

fichamento dos trechos que iam ao encontro das expectativas da pesquisa.

Então, com base nos assuntos pertinentes, comecei a elaborar o que seria

a releitura de todos os procedimentos metodológicos adotados, em décadas

passadas até os dias atuais no Ensino de Língua Estrangeira, para que sirva de

apoio pedagógico aos profissionais dessa disciplina.

Na qualidade de Coordenador de Língua Estrangeira da Secretaria Municipal de

Educação e Cultura do Município de Itatiaia, apliquei questionários aos

professores do 2º segmento, do 3º e 4º ciclos, com uma amostra de 5 escolas,

visando traçar um perfil do profissional de LE nesse município.

Feito isso, partirei para a redação da pesquisa, apoiada no fichamento

obtido com a pesquisa bibliográfica e nos dados obtidos com o questionário.

Finalmente, faremos uma discussão, análise e interpretação dos dados nas

Horas Atividades (HATvs), com o intuito de despertar nestes, a consciência da

necessidade de adequar-se aos tempos de hoje, que “exige” uma escola capaz de

oferecer subsídios e meios para trabalhar na construção das competências.

Espero, que com esse espírito, esteja de fato, caminhando ao encontro dos

anseios mais relevantes da pesquisa acadêmica e que possa contribuir

minimamente para a eficiência do ensino de Língua Estrangeira na Escola Pública

voltado para o mercado globalizado.

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APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS

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CAPÍTULO I

O QUE O COMPUTADOR PODE OFERECER COMO APOIO À

AUTO – APRENDIZAGEM?

Resultados apontam que determinadas Escolas Públicas que usam o

computador têm grandes aliadas no ensino e aprendizagem.

Segundo Markus J. Weininger (1988: 11) verifica-se que dentre outros

aplicativos, os que mais auxiliam no processo de ensinar e aprender são:

Programas do Word – processador de textos; power point; jogos(dos simples aos

RPG – role Playing Games); CD Roms; Faxmail; Bulletin Board System (BBS);

DVDs e o indiscutível potencial educacional da INTERNET.

O Ensino Eficiente de Língua Estrangeira nas Escolas Públicas voltado para

o mundo globalizado, com o suporte do computador é relevante.

Algumas escolas públicas municipais e estaduais foram contempladas

simultaneamente, com o PROINFO – Programa de Informática.

Depois de apresentar um projeto de utilização dos equipamentos elas o

receberam para uso como ferramenta pedagógica, tanto para os alunos como

para os professores e ainda, um outro projeto do Governo Federal instalou via

rádio a INTERNET COMUNITÁRIA.

A Internet lhes proporciona: a WEB ou WWW que é o grande armazenador

de todo tipo de informação no mundo; é uma fornecedora de conteúdos e é

possível incorporar a riqueza dessas informações disponíveis na rede a qualquer

programa de curso.

Ela fornece sons (rádios); imagens estáticas(fotos, quadros, gráficos,

mapas, etc); imagens em movimento(filmes, vídeos, TV, etc); pode ligar e contatar

pessoas em qualquer lugar no mundo (correio eletrônico, canais de bate papo,

listas de discussões, etc.); ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem e

de ensino à distância (Course Info, Web CT, Learning Space, Aula net, etc.) e as

videoconferências, onde especialistas das diferentes áreas geram conhecimentos

para grupos ou milhares de pessoas, simultaneamente.

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Estudiosos como Philippe Perrenoud vêm defendendo seu uso, colocando-

a como colaboradora de um ambiente propício , à construção da aprendizagem,

servindo como veículo como veículo de conteúdos significativos, culturais e dando

suporte à aprendizagem individualizada, contribuindo, desta forma, par o ensino

mais humanizado.

No ensino das quatro habilidades(leitura, escrita, compreensão e produção

oral) de Língua Inglesa é essencial relatar a experiência positiva de alguns dos

professores de Língua Inglesa, em específico, com o correio eletrônico(troca de

mensagens com pessoas de países de língua inglesa) para o desenvolvimento da

compreensão oral, da escrita, para ampliação de trocas culturais, quebrando o

isolamento lingüístico dos estudantes brasileiros, causado pela barreira

geográfica. (PCNs de LE, MEC 9394/96)

Experiências também demonstraram que os CD Roms : enciclopédias,

dicionários, jogos, “ coursewares” (cursos especializados para o ensino),

previamente selecionados pelo professor, são excelentes materiais de apoio.

As listas de discussões que estão à disposição na rede para pesquisa e as

listas internas, isto é, com alunos e professores de suas próprias salas de aula,

auxiliaram nas orientações, ajudaram a dissipar dúvidas, trocaram textos e

informações importantes para os grupos de estudo que trabalhavam de forma

cooperativa.

Observou-se ainda que ouvindo o rádio, TV, ou participando nos canais de

bate-papo o aprendiz pode desenvolver sua compreensão e produção oral,

comunicando-se com nativos em contexto real.

Como afirma Almeida Filho (1993:12), o ambiente construído pela

abordagem de ensinar do professor, abordagem de aprender do aluno, filtro

afetivo do professor e do aluno, abordagem do material de ensino, interfere

diretamente no processo de ensinar e aprender.

E o computador é um meio didático que pode ser de muita valia dentro

deste ambiente. Entretanto, ele de nada servirá se não for bem utilizado.

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Não é simplesmente o fato de o computador emitir sons, que vai determinar

que o aluno use as informações auditivas, ou o fato de exibir imagens, que o aluno

terá aproveitamento visual, temos que ter em mente que isso de nada adiantará,

se o professor não souber aproveitar esses recursos e integrá-los dentro de uma

metodologia centrada no aprendiz. (Saviani, Demerval, jornal LA HORA, 28/02/87,

de Montividéu(Uruguai)

Verifica-se que o professor, com sua formação, suas crenças, sua

metodologia, planejamento dos objetivos e conteúdo, tem papel fundamental e

divide com seus alunos a responsabilidade do aprender, na qual o computador é

apenas uma ferramenta que auxilia o professor e o aluno, dando suporte ao

processo de ensinar e aprender, ajudando-os no sentido de colocar as novas

informações de forma mais real, minimizando a distância entre a sala de aula e o

cotidiano.

Nota-se que as tarefas que o computador pode oferecer integram esses

ambientes, fornecendo contextos que facilitam a aprendizagem.

Seu uso não se constitui um método, mas abre possibilidades para ser

utilizado dentro das diferentes filosofias pedagógicas.

A abordagem escolhida pelo professor é que determinará sua boa ou má

utilização.

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CAPÍTULO II

ESTUDO AUTÔNOMO COM A AJUDA DE NOVAS TECNOLOGIAS

NO ENSINO COMUNICATIVO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

De acordo com o Professor Doutor Markus J. Weininger, Professor de

Alemão/UFPR, nos anos 90, “os processos de globalização econômica e cultural

continuam em ritmo acelerado e os seus resultados estão ficando cada vez mais

palpáveis.

Um deles é a necessidade de competências específicas em línguas e

culturas estrangeiras para segmentos profissionais mais variados, muito além das

áreas tradicionalmente ligadas ao comércio internacional”.

E enfatiza ainda: “ Em quase todos os setores da sociedade e economia

mundial, onde a obrigação de aumentar a produtividade elimina milhares de

postos de trabalho menos qualificados a cada dia.

Portanto, durante as últimas três décadas, conhecimentos em línguas

estrangeiras tornaram-se imprescindíveis, para os indivíduos tanto quanto para as

empresas.”

Resultados mostram que nas Escolas Públicas, em particular, por ser fonte

principal dessa pesquisa, do Estado do Rio de Janeiro especificamente das redes

municipal e estadual que há ainda uma necessidade de competências específicas

em línguas e culturas estrangeiras para segmentos profissionais mais variados,

muito além das áreas tradicionalmente ligadas ao comércio internacional.

Em quase todos os setores da sociedade e economia cresce a pressão de

acompanhar as atuais tendências globais da área, para não perder terreno no

âmbito competitivo da economia mundial, onde a obrigação de aumentar a

produtividade elimina milhares de postos de trabalho menos qualificados a cada

dia. Portanto, durante as últimas três décadas, conhecimentos em línguas

estrangeiras tornaram-se imprescindíveis, para os indivíduos tanto quanto para as

empresas.

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Existem vários modelos de política educacional para aumentar a

competência média em línguas estrangeiras.

Um dos mais recentes, amplamente divulgado na União Européia com

amparo em diversos programas (como LINGUA ou ERASMUS), defende que cada

aluno de Escola Pública deveria ter competência passiva em – no mínimo – mais

dois idiomas.

Entende-se o método mais tradicional, baseado nas filologias clássicas,

pode ser chamado de método de “ gramática e tradução”.

O nome já indica os principais pilares desta abordagem: uma progressão

linear de unidades gramaticais, partindo do morfologicamente simples para chegar

no morfologicamente mais complexo, independente da complexidade semântica

de uma estrutura ou suas implicações pragmáticas.

Segundo Freire, Paulo. A importância do ato de Ler, São Paulo, Cortez,

Autores Associados, 1978, “a gramática é dada de forma exclusivamente dedutiva,

por regras escritas (muitas vezes pouco produtivas) e venerada de maneira quase

estética, sem considerar a sua função comunicativa. “

(Em uma palestra sobre formalismo e funcionalismo no 1º encontro do

CelSul em Florianópolis no ano passado, Robert de Beaugrande – autor

reconhecido internacionalmente na área de lingüística textual – caracterizou a

gramática tradicional como “ coletânea de respostas impossíveis a perguntas

irrelevantes”.)

No Ensino Médio observa-se, que a tradução dos textos de cada lição

acompanha gradualmente as porções de gramática.

A progressão lexical é relativamente suave, uma vez que o vocabulário

“canônico” é definido pelos autores do método, sem nenhuma preocupação com

sua freqüência de uso ou a sua importância comunicativa, atendendo inclusive aos

temas transversais e a produção textual a partir do próprio aluno ou da

peculiaridade regional. ( Soares, Magda B. Linguagem e Escola – Uma

Perspectiva Social, São Paulo, Ática, 1986).

Predomina o sistema abstrato da língua alvo, não o seu uso concreto

(langue em vez de parole).

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Os textos que ilustram as estruturas morfossintáticas são exclusivamente

referentes à variedade escrita ou até literária do idioma alvo, mesmo quando se

trata de “diálogos”, escritos pelos autores.

Na maioria dos casos, estes textos não são autênticos.

Em primeiro lugar, os autores não encontram nenhum texto real que mostre

15 subordinadas relativas em apenas 10 linhas, e depois, textos autênticos trazem

muito vocabulário “desconhecido”.

O urbano e o rural também têm seus reflexos de importância lingüística

para o desenvolvimento do processo ensino – aprendizagem em LE.

Muitas das vezes os professores “redigem” os textos, na intenção de

facilitar a compreensão, mas este trabalho requer um trabalho coletivo, onde o

professor seja apenas mediador dessa atividade.

Percebeu-se ao longo do tempo que o resultado é que o texto “simplificado”

se torna muito mais difícil, por ser artificial e esvaziado de sentido.

Nas aulas predomina a língua materna.

Com a tradução de e para o idioma novo, o aluno mantém uma cômoda e

considerável distância mental da língua e cultura alvo.

Observa-se ainda que as metodologias de ensinar línguas estrangeiras

sempre estão sujeitas às modas e ao espírito de cada época.

Observa-se evidentemente, que há uma heterogeneidade, às vezes grande,

dentro de cada grupo de alunos, em vários sentidos: os interesses e as

necessidades podem divergir.

Alguns alunos precisam mais de expressão escrita, outros de expressão

oral, terceiros de proficiência em leitura de textos técnicos.

No início do ano letivo, mesmo em uma classe “homogênea”, abre-se uma

divergência inevitável entre os alunos mais aptos, acostumados com estudo de

língua estrangeira ou com conhecimentos anteriores e os menos talentosos, mais

tímidos e inseguros.

Observa-se que o estudo autônomo é uma possibilidade de compensar,

pelo menos até certo ponto, estas divergências dentro do grupo heterogêneo.

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Percebe-se que alguns professores de escolas estaduais do Ensino Médio

dispõem de um acervo de material diversificado, para indicar a ampliação de

vocabulário, estratégias de leitura ou expressão escrita, nada sofisticado.

Constata-se que o resultado do emprego consciente de elementos de

estudo autônomo fora de aula não se limita à individualização e intensificação do

ensino de idiomas.

Ele cobre uma parte das atividades rotineiras do ensino e deixa mais tempo

para atividades que só são possíveis em grupo e com a orientação e participação

direta do professor, desde fases cognitivas de aquisição de conhecimentos

sistêmicos, trabalho em grupos, jogos e simulações situacionais até á interação

comunicativa em tempo real na língua alvo.

As novas tecnologias são bastante diversificadas, mas convergem em

ponto: o veículo e a interface de manipulação, em geral, é um computador.

Ferramenta esta, que dispõem na maioria das escolas públicas estaduais,

municipais e CIEPs, atendidas pelo PROINFO ou outro tipo de subvenção.

Alguns exemplos observados do possível uso de novas tecnologias devem

ilustrar as possibilidades e incentivar a criatividade na invenção de outras formas

de utilização:

Praticamente todos os jogos de computador na língua alvo que

desenvolvem uma certa trama ou simulação de ação se adaptaram muito bem

para o uso no seu ensino.

Na perseguição dos objetivos do jogo, os alunos “ esquecem” que estão no

processo de aprendizagem lingüística. (Jean Piaget 1896 –1980)

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CAPÍTULO III

PROCESSO DE INFORMATIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

E O BREVE HISTÓRICO DO ENSINO DE Les.

Nota-se que as mudanças velozes que aconteceram no século XX,

particularmente na tecnologia, afetaram não só a sociedade como também a

educação onde novos conceitos, como “aprendizagem individualizada”/

“personalizada”, “ educação continuada”, “ aprendizagem à distância”, tomam

novos rumos para acompanhar as mudanças que afetam a vida das pessoas.

Essa revolução digital alterou profundamente as noções de tempo, espaço,

as necessidades individuais e a sociedade como um todo.

De acordo com o Professor Doutor Markus J. Weininger, Professor de

Alemão/UFPR “o método de gramática e tradução dos anos 50 segue os moldes

comportamentais da reconstrução do Pós-Guerra: = Sem sacrifícios não há

resultados.

Porque nessa teoria o professor é autoridade máxima do processo.

Todo processo depende dele. A teoria de aprendizagem é 100%

cognitivista.”

Essa prática é observada na maioria das escolas públicas pesquisadas,

onde os alunos estudam decorando regras e listas de vocabulário, assim

adquirindo conhecimentos técnicos; ricos sobre o sistema lingüístico alvo, que os

prepara bem para simplesmente passar nas provas escritas.

Porém, mesmo depois de vários anos, mal sabiam manter uma

comunicação oral básica de mais de um ou dois minutos por falta de competência

de compreensão e expressão oral.

A competência de leitura era razoável, devido aos longos exercícios de

tradução, porém demorada.

A expressão escrita era dotada de grande destreza ortográfica, porém

marcada pela falta de naturalidade.

Segundo o Professor Doutor Markus J. Weininger, “ os métodos da próxima

fase mostram uma reação drástica com uma virada de 180 graus: a gramática foi

decretada o vilão culpado pela falha dos métodos anteriores e,

conseqüentemente, banida das aulas.”

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Porque a língua falada substitui quase totalmente a variação escrita. A aula,

de repente, é 100% monolingual.

Na forma mais pura, não existe livro.” Os estudos da pesquisa revelam que

o método baseia-se em materiais visuais(painéis, posters, slides, filmes 8mm,

vídeo) acompanhados de áudio(voz do professor, disco vinyl, rolo, fita cassete).

O aluno era induzido a associar certas seqüências sonoras a determinadas

situações(visualizadas pelo material) e incentivado a repetí-las, sem se preocupar

muito com o significado exato dos itens e, muito menos, com a gramática, cujas

formas eram tratadas como vocábulos ou expressões idiomáticas.

A teoria de aprendizagem subjacente era o behaviourismo puro que se

juntava ao espírito dos anos 60, da confiança total na tecnologia como remédio

para tudo.

É segundo, Weininger, a época dos laboratórios de língua. O processo de

aprendizagem é previsível e programado.

Acreditava-se na equação input = output, em outros termos: os autores do

material e o professor controlam em 100% a aprendizagem.

Dessa forma, um aluno que só ouve estruturas corretas e as repete em

infindáveis pattern-drills virtualmente não conseguiria cometer erros na produção,

porque este erro também deveria ser “ aprendido”, ou seja, gravado com um

condicionamento baseado em estímulo e reforço.

A abordagem audiolingual existe em muitas formas mistas, com livro de

textos – “ diálogos”, acompanhados de ilustrações (foto-) gráficas.

Em geral, com os livros volta também a gramática, numa progressão

concêntrica, isto é, apresentam-se algumas das formas mais usadas de um

paradigma, para completá-lo só numa Segunda rodada, em um nível posterior.

Permanece a artificialidade do material lingüístico exposto, os diálogos

ainda servem de veículo para passar a gramática.

Os resultados desta linha eram encorajadores na área de compreensão e

expressão oral.

O aluno começava logo a “ falar” no novo idioma. A escrita ficava ausente e

a leitura precária.

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Como o behaviourista acredita que seu método científico é capaz de

ensinar um periquito a andar de patins, também será possível fazer um aluno falar

línguas estrangeiras com a mesma destreza.

Com isso, o papel do professor mudou do “sábio no palco” para “domador

de circo” que adestra os seus alunos.

Repara-se que ambos os papéis são extremamente autoritários e deixam o

aluno numa posição hierarquicamente submissa, num estado de menoridade

permanente.

Contudo, as abordagens tecnicista e científica trouxeram alguns benefícios

para a nossa disciplina: a tentativa de analisar e documentar os processos de sala

de aula em extensas pesquisas de campo e, decorrente disso, a ênfase no

treinamento do professor com novas técnicas mais criativas (micro-teaching, team-

teaching etc.), e, principalmente, a emancipação da língua falada, com todas as

suas “impurezas”.

O embasamento teórico dos métodos “comunicativos” encontra-se na

speech act theory (teoria dos atos da fala), esboçada primeiro por Austin/Searl em:

How to do things with words, e no âmbito sociológico e filosófico, em Jürgen

Habermas e seu conceito da competência comunicativa como base para uma

renovação da democracia representativa e pluralista(Theorie des kommunikativen

Handelns, Teoria da ação comunicativa).

Conforme ao espírito dos anos 70, o objetivo principal era emancipatório:

dar ao aluno as ferramentas lingüísticas necessárias para defender seus

interesses num ambiente veiculado pela língua alvo.

Programas integrativos de cursos para a aquisição de Segunda linguagem

para imigrantes de trabalho menos favorecidos deram início à abordagem

comunicativa (latinos e asiáticos nos EUA, indianos na Grã-Bretanha, árabes na

França e turcos, gregos e iugoslavos na Alemanha).

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A progressão dos métodos, finalmente, não seguiu mais uma linha

meramente morfossintática e sim uma sucessão de atos da fala básicos

como fazer contato com uma pessoa desconhecida”, “pedir informações”,

“formular uma reclamação”, “descrever processos”, “dar instruções” etc.

De certa forma, as duas linhas andam conectadas, no sentido que há

afinidades entre determinados atos da fala e unidades gramaticais (pedir

informação ~ interrogativa; dar instruções ~ imperativo; descrever processos ~

passiva etc.), importante, porém, era que as estruturas gramaticais estavam a

serviço da intenção comunicativa e não mais vice-versa.

A tarefa do professor era de criar pequenas situações comunicativas e

provocar uma necessidade de interação, que só podia ser satisfeita através das

estruturas lingüísticas por ele introduzidas.

A qualidade da aula comunicativa era medida na porcentagem de

participação dos alunos no diálogo de aula, sempre evitando o uso da língua

materna.

Na prática, também a abordagem comunicativa encontrou vários

problemas.

Em primeiro lugar, ela não deixa de ser autoritária, apesar da intenção

emancipatória e democrática, na medida em que decreta de forma paternalista a

necessidade de emancipação, suas áreas e instrumentos – e seus limites,

principalmente, em relação a tudo que acontece na sala de aula.

Um outro é que a partir de um certo nível não existe mais hierarquia entre

os atos da fala que possa estruturar o processo de aprendizagem.

Outro, mais grave, é que o aluno estava sendo preparado(com a encenação

situativa e interativa de atos da fala) para algumas situações cotidianas.

Só que, na vida real, elas não ocorriam exatamente assim como na aula.

Ele era obrigado a pular de uma situação para outra como se fossem ilhas

seguras no oceano da comunicação.

Infelizmente, estas ilhas não eram muito povoadas, ou seja, o interesse dos

parceiros de comunicação de se limitar a elas era pequeno.

Faltava flexibilidade e competência de adaptação às necessidades sempre

diferentes da comunicação real.

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Como a escola anterior, a abordagem comunicativa não desenvolve de

maneira satisfatória as habilidades de leitura e expressão escrita, deixando uma

lacuna a ser preenchida pelo professor, muitas vezes, com o material e a didática

experimentada 20 anos antes como aluno da língua alvo. (Austin/Searl, 1988)

Durante os anos 80, a abordagem comunicativa teve uma redefinição,

sempre na busca de aperfeiçoar os resultados do ensino de línguas estrangeiras.

Em vez de ser baseado apenas na teoria dos atos da fala, o método

nocional-funcional(Wilkins: Notional Syllabusses, London 1976) segue uma

progressão de noções básicas da condição human, como: como: existência,

tempo, espaço, relações, qualidade, quantidade, etc. , reproduzindo no processo

de ensino toda a nossa organização mental do mundo.

Cada unidade trabalha uma área nocional, dando estruturas gramaticais e

lexicais necessárias, existindo uma afinidade entre as noções e o material

lingüístico para realizar intenções comunicativas dentro delas.

A grande vantagem sobre a abordagem apoiada apenas em atos da fala é

que agora há muito menos limitação a determinadas situações.

O material lingüístico apreendido pode ser reagrupado e adaptado às

necessidades comunicativas com mais facilidade.

Até hoje todos os novos métodos se chamam comunicativos, como no

mundo da política todos os governos se autointitulam democráticos, independente

do conteúdo atrás deste rótulo.

Nos anos 90, o espírito holístico prevalecente redefiniu o significado de

“comunicativo”.

Antes, era denominador comum para métodos que visavam treinar o aluno

com diferentes recursos situativos para vencer o desafio da comunicação coloquial

e cotidiana na língua alvo.

Agora entende-se com isso uma verdadeira comunicação entre docente e

discente. Antes de mais nada, o professor é parceiro no processo de

aprendizagem, não “mestre” .

O eixo ensino-aprendizagem deixa de ser a mão única no sentido do

professor passar conhecimentos bem elaborados para o aluno que, por sua vez,

tem a obrigação de assimilá-los com dedicação e sem críticas.

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A “construção interativa de conteúdos” na sala de aula exige uma

comunicação autêntica entre todos os participantes do processo.

Isto, entre outras coisas, significa que o professor não deve responder a

perguntas que ninguém fez, que eu, ele não deve fazer uma pergunta temática

apenas para verificar se o aluno usa a forma sintática correta.

Nesta ótica, a comunicação dentro da sala de aula não deve se restringir a

uma simulação de situações da vida real.

Ela já é uma oportunidade real para dar os primeiros passos no novo idioma

em um espaço protegido e solidário(porque não há sanções em caso de falhas) e

privilegiado (porque o professor está do lado com ajuda diferenciada onde for

necessário).

Mas isto exige uma participação autêntica da parte de todos. A

comunicação de aula é uma troca onde todos(inclusive o professor) aprendem. ‘

Principalmente o professor deve assumir esta posição de participação

verdadeira, para estimular e motivar seus alunos a superarem a barreira inicial de

comunicar seus pontos de vista na língua estrangeira.

Embasado na linha construtivista, ´´e importante afastar um pouco a

intenção de aprender o idioma e gerar atividades(projetos, trabalhos em grupo,

jogos, etc.) que exigem as habilidades lingüísticas (o tradicional conteúdo da aula)

como instrumentos para obter êxito na perseguição

Segundo a professora Mariangela Braga Norte, “ com o avanço das

pesquisas na área de lingüística aplicada, o ensino de línguas estrangeiras (LE)

voltou-se para a comunicação e cultura, objetivando um ensino ‘ centrado no

aluno’, baseado em seus ‘ interesses e necessidades’, de acordo com suas ‘

diferenças individuais’.

Dentro dessa nova abordagem um número qualitativo de professores de

Escolas Públicas pesquisam melhores formas de ensinar usando “materiais

autênticos”, “atividades interativas e significativas” para o aluno, buscando

fornecer “experiências concretas” e proporcionando aos alunos chances de “

descobrirem e construírem o conhecimento”.

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Saleberry (1996) in sierra (1999), afirma que “ the potencial pedagogical

effects of the technological instruments used for the learning of a second language

depend on the methodological or theorical approach that guides their aplication”.

Em outras palavras, a tecnologia e seus recursos por si não são

maravilhosos e mágicos no ensino de LE.

Sabe-se que com a construção do microcomputador em 1975, nos EUA,

sua procura nas diferentes áreas aumentou e seu uso com finalidades

pedagógicas tomou grande impulso.

Registra-se que estudiosos como Dwyer, Bork, Seymour Papert, no final da

década de 60, começaram a explorar as suas possibilidades pedagógicas.

Papert, matemático, discípulo do pedagogo suíço Jean Piaget trouxe uma

grande contribuição para o uso do computador na educação.

Com um grupo de pesquisadores, liderou a elaboração da linguagem de

programação ‘ Logo’, no Massachussets Institute of Technology (MIT) – Instituto

de Tecnologia de Massachussets, desenvolvida como instrumento para uma

metodologia de ensino, tendo estruturas sintáticas e semânticas simples, próximas

da linguagem infantil, já que visava facilitar a aprendizagem de crianças.

Segundo Marques Cristina et alii (1986), em 1984, setenta escolas

americanas usavam o microcomputador para fins educacionais.

No Brasil, a Universidade de São Paulo e a Pontifícia Universidade Católica

do Rio de Janeiro apoiaram, na década de 70, a construção do primeiro

microcomputador nacional.

No entanto, a informatização do ensino fundamental e médio no Brasil

começou na década de 80, com pesquisas vindas da Universidade de Campinas,

Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade Federal do Rio de

Janeiro.

Convêm caracterizar que em agosto de 1982, foi realizado o I Seminário

Nacional de Informática e Educação na cidade de Brasília, cujo objetivo principal

era analisar o uso do computador no processo de ensino/aprendizagem.

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As universidades federais de Minas Gerais e Pernambuco se uniram com

as universidades acima citadas, recebendo incentivos do MEC (Ministério de

Educação e Cultura), SEI (Secretaria Especial de Informática), FINEP(financiadora

de Estudos e Projetos) e do CNPq(Conselho Nacional de Pesquisa e Tecnologia).

Sabe-se que estas instituições trabalharam no projeto EDUCOM, de

abrangência nacional, visando a implantação do uso do computador no ensino

brasileiro em todas as suas modalidades.

Verifica-se que o projeto Educom/Unicamp, foi realizado no início da

década de 80 como parte da atividade do NIED – Núcleo de Informática Aplicada

à Educação – com a proposta original de introduzir o uso da linguagem LOGO

junto aos alunos do Ensino Médio da Escola Pública.

A princípio foram escolhidas três escolas nas quais seriam iniciados os

trabalhos: EEPSG “Tomás Alves” em Campinas; EEPSG “João XXIII”, em

Americana e a EEPSG “ Carlos Lencastre”, na periferia de Campinas.

O Estado do Rio de Janeiro, no município de Itatiaia a partir de 1998,

contemplado pelo PROINFO/NTE – Programa de Informática do Governo Federal/

Núcleo de Tecnologia Educacional de Volta Redonda, especificamente em todas

as suas 13 escolas.

O objetivo do PROINFO seria de que o professor de todas as disciplinas

usasse o computador como ferramenta pedagógica, junto com seus alunos.

O NTE – Núcleo de Tecnologia Educacional dá o suporte técnico e

pedagógico, capacitando profissionais para a utilização do computador como

recurso educacional.

Esta conquista ampliou ainda mais as possibilidades do aluno e do

professor, parceiros do processo ensino – aprendizagem.

Em todas as escolas da Rede Municipal de Itatiaia a Secretaria Municipal

de Educação e Cultura, desde 1997, implantou aulas de Informática com objetivo

de que o computador seja a ferramenta pedagógica capaz de ampliar o horizonte

dos seus educandos.

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De forma significativa a aprendizagem ganhou na nova tecnologia uma

grande aliada para suprir determinadas deficiências e seus alunos hoje contam de

forma sistêmica com a inclusão digital a que são sujeitos pela sociedade como um

todo, dada a ordem mundial da globalização.

Este projeto continua suas pesquisas na busca de novas abordagens

pedagógicas, visando melhores maneiras da utilização da informática como

recurso didático.

Por sua vez, o Ministério da Educação criou em aproximadamente 20

estados brasileiros o CIED(Centro de Informática na Educação), para atender

estudantes, professores e a comunidade em geral.

A Escola do Futuro é um centro de pesquisa das novas tecnologias de

comunicação aplicadas à aplicadas à educação, que iniciou suas atividades em

1988, na Escola de Comunicações e Artes da USP.

Esse laboratório interdisciplinar busca empregar as mais avançadas

tecnologias “para criar, experimentar e avaliar produtos educacionais, cujo alvo é

alcançar um novo paradigma na Educação, um adequado à sociedade de

informação; outro à tecnologia, a fim de redimensionar os valores humanos,

aprofundar as habilidades de pensamento e tornar o trabalho entre mestre e aluno

mais participativo e motivante” (material de divulgação da Escola do Futuro).

Pesquisadores da Escola do Futuro estão trabalhando em quatro frentes de

investigação: produção de multimídia e videodiscos interativos, ensino à distância

via redes de teleinformática, ligando salas de aula nacional e internacionalmente,

holografia pedagógica e a produção de slides, transparências e hologramas.

Mas talvez a pesquisa mais destacada até agora tenha sido a que enfatiza

o uso da telemática, que consiste na ligação de salas de aula de escolas de

ensino fundamental e médio no Brasil, através de computadores e redes de

telecomunicações (Internet), com alunos em escolas no exterior para trocas de

informações acadêmicas através de projetos multidisciplinares.

Vários outros centros de pesquisa foram criados no Brasil e esses também

vêm buscando os mesmos objetivos.

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Com o desenvolvimento da multimídia (que associa som, computação

gráfica, imagens captadas de fotografias, filmes, vídeos, ilustrações, textos,

músicas e narrações) as possibilidades e vantagens do computador no ensino

cresceram muitíssimo. O CD – ROM tornou-se uma plataforma básica da

multimídia.

A Internet também veio colaborar para o ensino e hoje temos muitos

trabalhos sendo realizados em equipes internacionais e nacionais, através das

redes de comunicação.

O acesso direto e imediato à cultura mundial que a rede internacional nos

proporciona amplia todas as possibilidades de obtermos informações de toda a

ordem, proporciona amplia todas as possibilidades de obtermos informações de

toda a ordem, proporciona aproximações culturais e lingüísticas, o que faz com

que realmente vivamos a experiência da aldeia global preconizada por Mac Luhan.

Com a possibilidade de interação entre professores, alunos, conteúdo e

máquinas a Internet deu uma nova dimensão ao Ensino à Distância abrindo a

possibilidade de atingir e interagir independente das distâncias, permitindo uma

maior socialização do conhecimento.

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CAPÍTULO IV

O QUE É EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA?

Em nível básico, a Educação à distância (EAD) acontece quando um

professor e aluno (s) estão separados por uma distância física e a tecnologia

(áudio, vídeo, material impresso, telefone, computador) é utilizada para permitir a

comunicação e o aprendizado.

Keegan (1991) resume características que considera essenciais na EAD.

Entre elas cita: a não contigüidade física com o professor, que a distingue do

ensino presencial; a influência da organização educacional (planejamento,

sistematização, plano, projeto, etc), que a diferencia da educação individual; a

utilização dos meios técnicos de comunicação para unir o aluno e o professor e

transmitir os conteúdos educativos; a previsão de uma comunicação de mão

dupla; a possibilidade de encontros ocasionais com objetivos didáticos e de

socialização; e a participação de uma forma industrializada de educação.

No Brasil, os termos educação à distância, ensino à distância e teleducação

são utilizados para expressar o mesmo processo.

É importante ressaltar que a educação à distância não pode contribuir para

seu desenvolvimento educacional.

Pois, na sua prática a EAD pode: ampliar as oportunidades de educação,

democratizando-a; ampliar a cobertura territorial (fator muito importante para o

Brasil) em curto espaço de tempo; desenvolver programas com profissionais mais

competentes nos diferentes temas; atingir um número maior de estudantes de

locais diferentes (razões geográficas, incapacidade física, etc).

Além disso, pode oferecer oportunidades para reciclagem contínua; criar

oportunidades de formação e capacitação profissional; ir ao encontro das

necessidades dos alunos que não têm oportunidades de freqüentar uma sala de

aula; atingir pessoas de todas as idades; colocar em contato estudantes com

diferentes experiências de vida, diferentes formações culturais, classes sociais e

econômicas.

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Permitindo aos alunos de cursos universitários participarem de programas

de outras universidades nacionais e internacionais, oferecidos por escolas

altamente especializadas; dar aos alunos oportunidades de trabalharem com

diferentes tecnologias de comunicação: rádio, gravadores, vídeos, aparelhos de

som, computadores, etc; e ajustar-se facilmente às diferentes agendas de

estudos.

Esse método de ensino, então por correspondência, já é utilizado há mais

de um século. Desenvolveu-se principalmente a partir do século XIX, e várias

experiências foram relatadas na Alemanha, em 1890.

Subseqüentemente, a Espanha, França, Itália, Canadá, Bélgica, Japão e

Brasil adotaram o ensino à distância como um sistema gerador de formação

cultural, técnica e profissionalizante.

No Brasil, o Instituto Rádio Técnico Monitor criado em 1939 e o Instituto

Universal Brasileiro, criado em 1941 foram os pioneiros na educação à distância,

oferecendo cursos profissionalizantes livres e o supletivo oficial do Ensino

Fundamental e Médio, reconhecido pelas Secretarias de Educação.

Esses cursos eram feitos por meio de apostilas que eram enviadas pelo

correio e devolvidas para a escola depois de feitos os exercícios.

Nos meios acadêmicos, eram conhecidos como projetos “ menores” ,

oferecidos por escolas – empresas que anunciavam seus serviços em jornais e

revistas.

O preconceito em relação a essa prática educativa é sentido também na

sociedade quando muitas vezes ouvimos afirmações como: “ ele não é bom

profissional, fez o curso por correspondência”.

Hoje, com o advento da informática, a disseminação de ferramentas de

multimídia, materiais novos e métodos educacionais interativos, várias

universidades e instituições de prestígio têm adotado programas educativos em

que alunos de qualquer parte do mundo podem ‘ freqüentar as aulas ‘ sem sair de

casa.

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Nesses cursos, o professor conversa ‘ on line ‘ com os alunos por meio o

correio eletrônico ou canais de bate-papo, esclarece dúvidas e estabelece critérios

de avaliação que possibilitam ao aluno adquirir conhecimentos como se

estivessem freqüentando uma sala de aula.

Atualmente, no Brasil, o governo federal tem incentivado projetos de

teleducação, como por exemplo os projetos: Saci, Minerva e Telecursos do Ensino

Fundamental e Médio.

No campo da capacitação docente, algumas iniciativas também se

implementaram, entre elas podemos citar: Um Salto para o Futuro (desde 1991),

pela Fundação Roquete Pinto.

A partir de 1993, com as discussões em torno do Plano Decenal para a

Educação, a idéia de articular medidas de valorização do magistério e de ensino à

distância ganham forças.

Em 1995, o MEC implementa uma política educacional pautada pelo

objetivo de valorização docente e apresenta a proposta de organizar cursos de

capacitação de professores por meio da EAD dando origem ao Programa de Apoio

Tecnológico e ao Programa TV Escola.

A TV Escola é um canal de TV, cujos sinais são gerados pela Fundação

Roquete Pinto para o satélite de comunicação Brasilsat – 1 e transmitido, em

circuito fechado, para todo o Brasil. No plano federal e no âmbito do MEC, o

programa é de responsabilidade da Secretaria de EAD – SEED – criada no início

de 1996 e sediada no MEC.

Não restam dúvidas de que o desenvolvimento da tecnologia da

comunicação deu um novo impulso na EAD, destacando-a novamente, nesta

última década.

Algumas universidades públicas e particulares têm oferecido cursos à

distância nas mais diversas áreas como moda, cursos de línguas, cursos à nível

de pós graduação e muitos outros.

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CAPÍTULO V

O COMPUTADOR E SEUS RECURSOS COMO

INSTRUMENTO DE ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS.

As ferramentas oferecidas pelo computador são várias, e as experiências

realizadas integrando-as ao ensino presencial e à distância têm mostrado que elas

são grandes aliadas no ensino e aprendizagem.

Dentre outros aplicativos, os que mais auxiliam no processo de ensinar e

aprender são: programas do “ Word” – processador de textos, jogos, CD Rom,

faxmail, Bulletin Board System (BBS), DVD e a Internet – que proporciona: Rádio

e TV (real player), www, Correio Eletrônico, Listas Eletrônicas de discussões,

Revistas Especializadas On Line, MUDS, MOOS, MUSHES, Bate Papo e vídeo

conferências.

Apesar de fascinante, o uso do computador, bem como os outros recursos

didáticos que utilizamos, deve ser planejado para que seja inserido nas atividades

de um curso.

Trata-se de um instrumento moderno que cria ambientes propícios de

aprendizagem, mas o professor deve, ter em mente objetivos claros ao escolher

os programas que serão utilizados dentro e fora da sala de aula.

Para que essa escolha algumas pedagógicas devem ser levadas em conta,

pois essa é mais complexa do que analisar um livro didático.

Faz-se necessário ‘rodar’ o programa no computador e estudar suas partes

(textos, hipertextos, sons, vídeos e imagens), analisar todas as atividades

disponíveis, verificando todas as possibilidades de ensino.

Esse programa combina leitura e compreensão e centra-se principalmente

na escrita.

Pode ser uma ferramenta formativa através da apresentação de textos

variados que o aluno deverá reorganizar e adicionar palavras.

Ele também poderá produzir textos originais.

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Experiências têm demonstrado que na produção da escrita através do

processador de textos, os alunos melhoram a qualidade e a quantidade dos

mesmos.

A razão dada para isso, é que esses textos são fáceis de manipular e os

alunos melhoram a qualidade e a quantidade dos mesmos.

A razão dada para isso, é que esses textos são fáceis de manipular e os

alunos sentem-se motivados a imprimi-los com maior perfeição.

Eles podem fazer correções, modificações, inserir e tirar frases, melhorando

o texto e, após edição, podem ser distribuídos aos colegas para leitura e

discussão.

Além dessas, outras possibilidades são sugeridas, como por exemplo: o

programa pode dar início a uma estória e o aluno criar livremente as seqüências

desta ou o programa pode dar início a uma estória e o aluno criar livremente as

seqüências desta ou o programa pode apresentar ao aluno uma situação em que

ele deve resolver um problema cultural.

Para que isso se concretize, os alunos devem tomar decisões que podem

ser tanto individuais como através de discussões, desenvolvendo a oralidade

numa comunicação real.

O valor comunicativo é múltiplo.

Envolve a escrita, a leitura, a compreensão e a fala, além de aumentar as

informações sobre determinados temas.

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CAPÍTULO VI

CURSOS EM CD-ROM ESPECÍFICOS PARA O ENSINO DE

LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

As alternativas computadorizadas para o ensino de LE (‘ coursewares’ em

CD Rom, especificamente), que começaram a aparecer nos Estados Unidos no

início da década de 90, principalmente direcionados para crianças e adolescentes,

variam tanto na qualidade técnica, quanto na pedagógica.

Cita-se ainda alguns dos programas destinados ao ensino específico da

língua inglesa como o CD Ellis que foi um dos primeiros a ser importado e

comercializado no Brasil.

Os programas English Plus, Triple Play Plus, CD on English, Storybook

Weaver, são interativos, apresentam objetivos comunicativos e possuem grande

variedade de atividades.

Eles são fáceis de serem integrados em um programa de ensino de língua

inglesa.

As enciclopédias Encarta, Grolier e Compton’s Interactive Encyclopedia,

entre outras, e dicionários como o Longman Interactive English Dictionary,

American Heritage Talking Dictionary, auxiliam o professor e o aluno no ensino e

aprendizagem de LE.

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CAPÌTULO VII

O ENSINO VIA INTERNET

Fornecer um ambiente propício de aprendizagem é um aspecto

extremamente importante.

O construtivismo enfatiza que o aprendiz deve ser independente, deve

explorar as informações para obter o conhecimento e formar seus próprios

conceitos e ele deve aprender a aprender.

O professor deve ser o guia e deve fornecer múltiplos caminhos para serem

explorados pelos alunos.

Uma metáfora usada por Spiro et alli. (in McManus, 1996) é “ a de uma

paisagem cheia de cruzamentos sugerindo uma travessia multi-dimensional e não

linear de uma disciplina complexa”.

A Internet, particularmente o hipertexto na rede, é visto como um veículo

perfeito para se criar ambientes construtivistas.

MacManus afirma ainda que “ este desejo de múltiplas perspectivas e

cruzamentos de conhecimentos é especialmente amparada pelo ambiente da

Internet, principalmente usando a hipermídia da WWW, conjuntamente com as

facilidades de discussões proporcionadas pela rede”.

A combinação das novas teorias educacionais e a Internet/hipertexto está

resultando nesta explosão do ensino online que vemos hoje.

O uso da tecnologia deve estar integrado ao programa de curso, não deve

ser, de forma alguma, o ponto de partida.

Os recursos devem ser selecionados e somente devem ser usados,

aqueles que realmente apresentarem melhora para o ensino eficiente de LE nas

Escolas Públicas.

A WWW fornece aos seus usuários uma infinidade de arquivos espalhados

em todo o mundo, conseqüentemente os alunos podem localizar e acessar

materiais de todos os tipos.

A Comunicação mediada via Computador (CMC) por meio de rede hoje,

facilita uma abordagem integrativa no ensino de línguas estrangeiras.

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Hoje, apresentam-se excelentes “sites” que abordam o ensino e

aprendizagem de LE e também sobre o ensino de línguas assistido por

computador, espalhados na Internet.

O usuário pode copiar planos de aulas, artigos, materiais para pesquisa e

para trabalhar em sala de aula.

Professores, no entanto, não têm tempo para ficar viajando na rede horas a

fio à procura do material ideal para seu programa de curso.

Por este motivo deve se utilizar dos programas de busca como o Alta Vista,

Yahoo, Cade, UOL, Lycos, Infoseek, etc. e há também muitas páginas

especializadas no ensino de LE onde professores e alunos encontram desde

lições, exercícios para serem feitos, enfatizando as quatro habilidades, e até uma

vasta apresentação das várias abordagens de ensino.

Entretanto, o ponto mais importante para a seleção de materiais na Internet

é basear-se nos objetivos e propósitos pré-fixados para cada curso específico.

Dessa forma o planejamento de suas metas a serem atingidas de acordo

com as necessidades e interesses de seus alunos se tornam plenamente

plausíveis.

Percebe-se que o uso do material da Internet inteiramente integrado ao

programa, quando o professor deve planejar cada lição cuidadosamente.

Discriminando assim quantos e quais ‘sites’ utilizará para trazer benefícios para os

alunos.

Os ‘sites’ com toda certeza deverão proporcionar muito mais informações

do que está no livro didático, no sentido de ampliar o vocabulário, apresentar

novos conceitos, proporcionar um conhecimento amplo do assunto e sempre

procurando interligá-lo com outras disciplinas.

O e-mail ou correio eletrônico, como o próprio nome já explica é usado para

enviar e receber mensagens.

Estas podem ser impressas, armazenadas em arquivos ou simplesmente

apagadas depois de lidas. Podem ser enviadas para uma pessoa em particular ou

para várias pessoas que as receberão simultaneamente.

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Este sistema simples de correspondência pode ser integrado nas atividades

desenvolvidas pelo professor, principalmente para o professor de LE, tanto no

ensino padrão como no ensino à distância.

Constata-se nesta pesquisa que é uma ferramenta muito importante na

interação entre professor X aluno X aluno.

Inúmeras atividades podem ser feitas entre alunos, como por exemplo,

trocas de correspondências entre aprendizes e falantes nativos em diferentes

partes do mundo.

Integram-se de forma satisfatória neste contexto da pesquisa, as revistas

eletrônicas, as salas de bate-papo, as vídeo conferências como cruciais para a

pesquisa, troca de experiências, troca de materiais, idéias e informações, dentro

de um espírito cooperativo.

Verifica-se que as redes de computadores destruíram as paredes das salas

de aulas e as deixaram do tamanho do mundo.

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CAPÍTÚLO VIII

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO(MÍDIA) E O ENSINO DE Les

Segundo a Profª. Dra. Amarillis Gallo Coelho, da UFRJ/ Fac. Letras, em

entrevista ao JB, de 6 de abril de 1994, “Os meios de comunicação de massa

representam fator essencial no desenvolvimento da sociedade contemporânea,

em seus aspectos sócio-culturais e educativos em geral.”

E ainda, que “ A língua é veículo e manifestação da cultura de um povo e

portanto, sua aquisição requer também o conhecimento dos traços culturais

próprios da sociedade que a utiliza.

Cada língua, como sistema autônomo de expressão de comunicação de

uma comunidade, geográfica e historicamente definida, reflete suas estruturas

sócio-culturais.

Cada vez mais, portanto, deve o docente Ter em mente os objetivos a

serem alcançados, a partir das necessidades da classe e levando em conta a

realidade do mundo atual, como as dificuldades do mercado de trabalho,

principalmente.

Falando em realidade do mundo atual, não podemos deixar de pensar na

mídia.

Os meios de comunicação de massa representam fator essencial para o

desenvolvimento da sociedade contemporânea, em seus aspectos sócio-culturais

e educativos em geral.

Por esse motivo, reflexões sobre o mass media levam a conclusões

práticas quanto a sua função na aquisição e divulgação do saber, como um todo,

ressaltando-se cada vez mais seus aspectos didáticos.”

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CAPÍTULO IX

ALGUMAS CONSIDERAÇÔES MEDOLÓGICAS NO ENSINO

EFICIENTE DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

Segundo uma das teses do clássico da mídia, Marshall Luhan,

de que um meio novo, de início, apenas divulga os mesmos conteúdos anteriores

(MCLuhan, 1964, p. 16), sem nem questioná-los ou desenvolver novas formas,

mais adequadas.

Segundo Begley (1994, p. 47), o ser humano consegue reter

10% do que ele vê, 20% do que ele ouve, 50% do que ele ouve e vê (a vantagem

multi-mídia), e 80% do que ele simultaneamente ouve, vê e faz(o salto interativo).

A dificuldade básica da defasagem e da distância do ensino da

vida real é resumido drasticamente por Williamson (1994, p. 84), que chama a

sala de aula tradicional de “ oxímoro”.

O estudo de Ellis (1992), sobre o uso da Internet para o ensino

do francês como língua estrangeira no Canadá documenta esta vantagem, apenas

das limitações (técnicas) vigentes na rede do final dos anos 80.

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CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho não se limita apenas a uma linha de trabalho, com

fundamentações metodológicas, mas sensibilizar – todas os profissionais de

língua estrangeira no mercado para a importância de se buscar a formação

continuada e buscar nas novas tecnologias do ensino um aliado para o sucesso

no ensino eficiente.

A escola precisa selecionar novas dinâmicas para o ensino de língua

estrangeira, principalmente nas Escolas Públicas, dado o número reduzido de

hora/aula e a ausência do livro didático nessa disciplina em particular, por uma

falta de atenção por parte do Governo Federal que prejudica a qualidade da língua

estrangeira que requer determinadas competências e habilidades.

Portanto, essa abordagem é para que o profissional busque novas

estratégias de ensino.

Então, ao se elaborar um Planejamento de Ensino é imprescindível

perceber o nosso cliente – alvo : o aluno, como um cidadão em formação que

deve ter formação crítica na educação e inserido de forma satisfatória no mercado

globalizado com o bojo de competências e habilidades para o domínio de uma

Língua Estrangeira e seu fluente uso e benefício sócio – econômico.

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ANEXOS

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QUESTIONÁRIO

Escola: _________________________________________________

Ciclo : _______________________ Nível: _____________________

1- Como você organiza as situações de aprendizagens de seus alunos?

( ) Aulas Expositivas

( ) Aulas Dinâmicas

( ) Aulas Interativas com o uso do computador

( ) Nunca parou para planejar essa questão

2. Você trabalha interdisciplinarmente ?

( ) Às vezes ( ) Sempre ( ) Nunca

3. Você costuma envolver e informar a escola e pais a cerca das atividades

que desenvolve com seus alunos?

( ) Às vezes ( ) Sempre ( ) Nunca

4. Utiliza novas tecnologias?

( ) Às vezes ( ) Sempre ( ) Nunca

5. Você busca sua própria formação continuada através dos vários meios

existentes?

( ) Sim ( ) Não

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RESULTADO DE PESQUISA REALIZADA COM

PROFISSIONAIS DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

I – organização das situações de aprendizagem.

54% Segue uma linha construtivista

26% De um modo geral, faz trabalhos socializados

15% Age de acordo com o interesse da turma

05% Seguem o livro didático

II- Trabalha com interdisciplinaridade (com os colegas).

65% Raramente

15% Ás vezes

20% Nunca

III – Envolve a Escola e Pais nas atividades.

05% Nunca

85% Às vezes

10% Nunca

IV- Utiliza novas tecnologias.

75% Às vezes

15% Sim

10% Nunca

V- Administra sua própria formação continuada

88% Sim

02% Às vezes

10% Nunca

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO

AGRADECIMENTO I

DEDICATÓRIA II

RESUMO III

RELAÇÃO DE QUADROS E TABELAS IV

RELAÇÃO DE ANEXOS V

SUMÁRIO VI-VII

INTRODUÇÃO 11

JUSTIFICATIVA 16

OBJETIVOS 17

METODOLOGIA 18

APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS 19

CAPÍTULO I 20

O QUE O COMPUTADOR PODE OFERECER COMO APOIO

À AUTO – APRENDIZAGEM ?

CAPÍTULO II 23

ESTUDO AUTÔNOMO COM A AJUDA DE NOVAS TECNOLOGIAS

NO ENSINO COMUNICATIVO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

CAPÍTULO III 27

PROCESSO DE INFORMATIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

E O BREVE HISTÓRICO DO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

CAPÍTULO IV 37

O QUE É EDUCAÇÃO À DISTÃNCIA?

CAPÍTULO V 40

O COMPUTADOR E SEUS RECURSOS COMO INSTRUMENTO

DE ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS.

CAPÍTULO VI 42

CURSOS EM CD-ROM ESPECÍFICOS PARA O ENSINO

DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

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CAPÍTULO VII 43

O ENSINO VIA INTERNET

CAPÍTULO VIII 46

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO(MÍDIA) E O ENSINO DE Les

CAPÍTULO IX 47

ALGUMAS CONSIDERAÇÔES MEDOLÒGICAS NO ENSINO

EFICIENTE DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

CONCLUSÃO 48

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 49-51

ANEX OS 52

QUESTIONÁRIO 53

RESULTADOS 54

ATIVIDADES CULTURAIS 55-56

ÍNDICE 57-58

FOLHA DE AVALIAÇÃO 59

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

Título da Monografia:

O ENSINO EFICIENTE DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NAS ESCOLAS PÚBLICAS

VOLTADO PARA O MERCADO GLOBALIZADO

Autor: CARLOS LIMA DA SILVA

Data da entrega: 27/03/2004

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: