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Ano 02 nº 12 Agosto 2016 www.portalnovosrumos.com.br O ENXOTADO CAI A FICHA DO PSDB SOBRE O PROJETO PMDB/TEMER CHANCELER URUGUAIO ACUSA SERRA DE TENTAR COMPRAR VOTO DO PAÍS NO MERCOSUL TEMER NÃO ‘CANCELOU SUA PARTICIPAÇÃO’ NA RIO 2016 — ELE FOI ENXOTADO Vitória dos manifestantes que mostraram que o interino é penetra na festa que não organizou

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Ano 02 nº 12 Agosto 2016www.portalnovosrumos.com.br

O ENXOTADO

CAI A FICHA DO PSDB SOBRE O PROJETO PMDB/TEMER

CHANCELER URUGUAIO ACUSA SERRA DE TENTAR

COMPRAR VOTO DO PAÍS NO MERCOSUL

TEMER NÃO ‘CANCELOU SUA PARTICIPAÇÃO’ NA RIO 2016 — ELE FOI ENXOTADO

Vitória dos manifestantes que mostraram que o interino é penetra na festa que não organizou

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Vilson TeixeiraJornalista/Editor - Reg. 11795

Presidente da Editora Novos Rumos Ltda

Editoração/Artes: WDNRRedação:

[email protected]

A revista é publicada mensalmente pela Editora Novos Rumos Ltda, e não se

responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados.

editora

Ano 02 nº 12 Agosto 2016www.portalnovosrumos.com.br

O ENXOTADO

CAI A FICHA DO PSDB SOBRE O PROJETO PMDB/TEMER

CHANCELER URUGUAIO ACUSA SERRA DE TENTAR

COMPRAR VOTO DO PAÍS NO MERCOSUL

TEMER NÃO ‘CANCELOU SUA PARTICIPAÇÃO’ NA RIO 2016 — ELE FOI ENXOTADO

Vitória dos manifestantes que mostraram que o interino é penetra na festa que não organizou

09‘O QUE TU FEZ PELAS OLIMPÍADAS, GOLPISTA E USURPADOR?’: COMO AS PESSOAS RESPONDERAM A UM POST AUTOCONGRATULATÓRIO DE TEMER SOBRE A RIO 16

11 DO CAMPO À MESA: A SAÚDE DO TRABALHADOR NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

14 COM TEMER, “MINHA CASA, MINHA VIDA” ABANDONA FAMÍLIAS DE RENDA MAIS BAIXA

16 ELEONORA: GOLPE FARÁ O BRASIL VOLTAR A SER QUINTAL DOS ESTADOS UNIDOS

18 CIRO: ‘TEMER É TRAIDOR, CORRUPTO E SALAFRÁRIO’

19 CAI A FICHA DO PSDB SOBRE O PROJETO PMDB/TEMER

21 CHANCELER URUGUAIO ACUSA SERRA DE TENTAR COMPRAR VOTO DO PAÍS NO MERCOSUL

08 MERCADANTE: GOVERNO GOLPISTA JAMAIS PODERIAPARTICIPAR DESTE MOMENTO

06 TEMER NÃO ‘CANCELOU SUA PARTICIPAÇÃO’ NO ENCERRAMENTO DA RIO 2016 — ELE FOI EXPULSO

04 A MERECIDA AUSÊNCIA DE MICHEL TEMER NA RIO 2016

03 RIO 2016 TERMINA COM BOLO DE TEMER DIANTE DO JAPÃO

22 SERRA AVACALHA A IMAGEM DO BRASIL NO MUNDO

23 ROGÉRIO CORREIA: “NO MINEIRÃO, FICOU CLARO; QUEM DÁ AS ORDENS NO BRASIL GOLPISTA É A GOBO”

24 NO PLANALTO, TEMER REALIZA EXPURGO EM MASSA

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RIO 2016 TERMINA COM BOLO DE TEMER DIANTE DO JAPÃO

A Olimpíada Rio 2016, conquistada pelo ex--presidente Lula e prepa-

rada pela presidente Dilma Rous-seff, chega ao fim com um vexame diplomático protagonizado pelo interino Michel Temer.

Para evitar receber, antes da votação final do impeachment, as mesmas vaias que levou na abertura, que chegaram a 105 de-cibéis, ele deixou de ir à cerimônia de encerramento, evitando um encontro com o premiê japonês Shinzo Abe.

A desfeita causou mal-estar com a comitiva japonesa. Temer ofereceu um encontro em Brasília, que foi negado pelos japoneses, uma vez que Abe teria apenas 18 horas no Brasil, depois de uma viagem exaustiva. Ele veio porque Tóquio sediará os Jogos de 2020 e, tradicionalmente, o chefe de esta-do do país anfitrião passa o bastão olímpico ao responsável pela orga-nização dos jogos seguintes.

Temendo novas vaias, Temer enviou apenas uma carta. “Confio que poderemos encontrar-nos

proximamente. Teremos sempre a beneficiar-nos do diálogo franco e aberto sobre nossa diversificada agenda bilateral e sobre temas globais de interesse comum”, disse Temer, na carta.

O presidente em exercício dese-jou sucesso na realização dos Jogos Olímpicos de 2020, que serão dispu-tados em Tóquio.

Pela primeira vez na história, uma Olimpíada termina sem a represen-tação de um chefe de estado.

A Olimpíada Rio 2016, conquistada pelo ex-presidente Lula e preparada pela presi-dente Dilma Rousseff, chega ao fim com um vexame diplomático protagonizado pelo interino Michel Temer; para evitar receber as mesmas vaias que levou na abertura, ele deixou de ir à cerimônia de encerramento, evitando um encontro com o premiê japo-nês Shinzo Abe; Temer ofereceu um encontro em Brasília, que foi negado pela comitiva japonesa, e enviou apenas uma carta; “Confio que poderemos encontrar-nos proxima-mente”, escreveu Temer; pela primeira vez, uma Olimpíada termina sem representação de um chefe de estado

Fonte: Brasil 247

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A MERECIDA AUSÊNCIA DE MICHEL TEMER NA RIO 2016

Temer temeu uma vaia inesquecível e um grito Fora Temer! para entrar

na história e quem sabe modificá--la, dias antes do Senado Federal reunir-se para debater o impea-chment.

A ausência teve um aspecto didático, porém. Nem Temer nem

A ausência de Michel Temer da cerimônia de encerramento da Rio 2016 é uma de-monstração de fraqueza política do presidente interino, que preferiu não enfrentar a massa reunida na Maracanã.

seus ministros poderiam reivindi-car qualquer coisa positiva com uma iniciativa que se mostrou um sucesso no plano da organização e revelou um animador sinal de progresso do esporte brasileiro na última década e meia.

É correto lembrar a dor e o sofrimento de famílias que foram

desalojadas de seus lares, sendo que uma pequena parcela rece-beu até agora a justa compensa-ção. É um drama a ser encarado, resolvido e denunciado enquanto não tiver uma solução aceitável. Mas a dor dos mais pobres e ex-cluídos nunca foi o motivo real para críticas e profecias de mau agouro, certo?

Por Paulo Moreira Leite

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05Como sabem até as águas da

baía de Guanabara, todas as me-dalhas esportivas pertencem aos atletas vitoriosos, seus auxiliares e suas famílias.

Os troféus políticos -- de ouro, prata e bronze -- são produto do período Lula-Dilma, que trou-xe a Olimpíada para o Brasil e demonstrou competência para garantir seu sucesso em parceria com o prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro.

Como ocorreu com tantos avanços realizados no período, até mais importantes do que uma Olimpíada, Temer apunhalou essa herança pelas costas ao assumir um golpe de Estado urdido pelos adversários logo após a quarta derrota consecutiva em eleições presidenciais. O número de me-dalhas é recorde. Em outro feito, nunca o Brasil ganhou tantas de ouro. E é óbvio, como os atletas são os primeiros a reconhecer, que esse resultado é inseparável de um esforço para assegurar, ao esporte brasileiro, um apoio em programas públicos que há muito era reivindicado e nunca foi feito.

O reconhecimento de turistas e visitantes é tão grande que a mentira dos nadadores norte--americanos sobre um assalto numa madrugada de embriaguez mereceu repúdio local e interna-cional.

O ouro no futebol, primeiro da história, não deixa dúvidas sobre o resultado geral. Após a dramática final contra os ale-mães, a população tem direito a festejar uma vitória completa, naquele esporte que a partir de

ontem pode voltar a ser orgulho nacional.

A principal contribuição do governo interino para a Rio 2016 foi, dias antes, realizar prisões de cidadãos acusados de planejar atos terroristas -- iniciativa que, baseada ou não em suspeitas reais, criou pelo espalhafato uma desnecessária tensão política, ser-

vindo para alimentar um ambien-te injusto de pessimismo e medo.

Tudo que era para dar errado deu certo. E a etiqueta recomen-da, nesses casos, que o melhor é sair de fininho.

Fonte: Brasil 247

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TEMER NÃO ‘CANCELOU SUA PARTICIPAÇÃO’ NO ENCERRAMENTO DA RIO 2016 — ELE FOI EXPULSO

O recuo — mais um — de Temer ao cancelar sua participação no encerramento da Olimpíada do Rio não é apenas covardia.

É uma desfeita com os poucos chefes de estado que vieram ao Brasil mesmo diante de nossa bagunça institucional — especialmente o primeiro ministro japonês Shinzo Abe, que estará no Rio para a passagem do bastão para os Jogos de Tóquio em 2020.

Por Kiko Nogueira

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É, igualmente, uma de-monstração de cinismo e dissimulação. O próprio

Temer desfez dos apupos citando Nelson Rodrigues, segundo o qual “o Maracanã vaia até minuto de silêncio”.

Deu a entender que estava acima disso e não se importava. Mentira. Naquele corpo sem pes-coço vive um anão moral vaidoso

que não está acostumado com o chamado povo.

A refugada do interino é, so-bretudo, uma vitória dos manifes-tantes que levaram seus cartazes de “Fora Temer” mesmo correndo o risco de ser expulsos das arenas por policias e pseudo policiais.

A assessoria declara que ele “não cogitou ir”. Mentira. Temer

foi enxotado. É persona non grata.

Veja o caso de Dilma. Na aber-tura da Copa, mandaram-na tomar naquele lugar. Mesmo assim, ela foi à cerimônia no último dia do evento, onde voltou a ser xingada. Seu ex-vice decorativo prefere se esconder.

O interino se acoelhou porque sabe que está de penetra numa festa que não organizou. Para o bem e para o mal, aquilo é uma realização de Lula e seu sonho de, como ele mesmo definiu, “mostrar o Brasil ao mundo”.

“Na abertura me senti como no filme ‘Esqueceram de Mim’ e me dei conta de que não haveria Jogos Olímpicos se não fosse por mim”, falou num ato em Santo André.

Lula e Dilma assistirão o fecha-mento da Rio 2016 do sofá — mas dignamente, ao contrário do me-droso chefe da camarilha, ferido em seu orgulho de espertalhão usurpador.

Fonte: Diário do Centro do Mundo

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MERCADANTE: GOVERNO GOLPISTA JAMAIS PODERIA PARTICIPAR DESTE MOMENTO

Ministro da Educação no governo Dilma, Aloizio Mercadante critica o não reconhe-cimento, tanto por parte do governo interino como pela mídia, do fato de que “este momento Olímpico nasce com Lula” e que a “extraordinária projeção que o Brasil al-cançou foi toda construído pelo governo Dilma”; “Ficará o espírito Olímpico, apesar da mancha de um governo golpista, usurpador e covarde que jamais poderia participar deste momento”, afirma

O ministro da Educação durante o governo Dil-ma Rousseff, Aloizio

Mercadante, critica em nota, após o encerramento da Olimpíada, o não reconhecimento, tanto por parte do governo interino de Michel Temer como pela mídia, dos trabalhos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma para a realização dos Jogos.

“Ficará o espírito Olímpico, apesar da mancha de um governo golpista, usurpador e covarde que jamais poderia participar deste momento”, afirma Mercadante. “O silêncio ensurdecedor da grande

mídia que não registra e reconhe-ce o imenso esforço e qualificado trabalho dos governos democrá-ticos de Lula e Dilma também ficarão registrados para a história”, acrescenta.

Leia a íntegra:

Não reconhecer que este mo-mento Olímpico nasce com Lula, pela extraordinária projeção que o Brasil alcançou e foi todo cons-truído pelo governo Dilma que construiu todos os equipamentos, modernizou a mobilidade e reur-banizou o Rio de Janeiro, além de investir na preparação dos atletas.

Entre 204 delegações, o Brasil ficou em 13º lugar. Em Londres, participamos de 40 finais, agora de 70. É o mais importante legado, de equipamentos e conhecimento para o esporte, desde a base até o alto rendimento. Ficará o espírito Olímpico, apesar da mancha de um governo golpista, usurpador e covarde que jamais poderia par-ticipar deste momento. O silêncio ensurdecedor da grande mídia que não registra e reconhece o imenso esforço e qualificado tra-balho dos governos democráticos de Lula e Dilma também ficarão registrados para a história.

Fonte: Brasil 247

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‘O QUE TU FEZ PELAS OLIMPÍADAS, GOLPISTA E USURPADOR?’: COMO AS PESSOAS RESPONDERAM A UM POST AUTOCONGRATULATÓRIO DE TEMER SOBRE A RIO 16

Dickens tem uma aber-tura de romance que passou para a história

do melhor da literatura mundial. É do livro Conto de Duas Cidades.

Vou simplificar.

“Foram os melhores dos tem-pos, foram os piores dos tempos, foi a era da sabedoria, foi a era da estupidez, foi a estação da luz foi a estação das trevas.”

É a perfeita definição dos Jogos

do Rio.

Foram sublimes e foram de-primentes.

A beleza esteve na competên-cia com que o Brasil administrou

Por Paulo Nogueira

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a Olimpíada, a despeito dos vati-cínios da imprensa abutre.

Fazia parte do jornalismo de guerra dads grandes empresas jornalísticas descrever o Brasil de Lula e de Dilma numa selva, num país primitivo, incapaz de ser sede digna de uma Copa ou de uma Olimpíada.

É claro que, se o golpe tivesse vindo antes, o comportamento da mídia teria sido bem diferente. Os Jogos do Rio teriam sido antecipa-damente um grande triunfo.

A beleza esteve também no desempenho dos atletas. Num país cuja autoestima está ances-tralmente tão vinculada ao fute-bol, a medalha de ouro da turma de Neymar tem um significado simbólico extraordinário.

O ouro final do vôlei, no último dia dos Jogos, foi um acréscimo majestoso à glória futebolística.

A beleza esteve também na sagração de atletas de origem hu-milde, beneficiados por programas sociais dos governos de Lula e de Dilma. De Rafaela a Isaquias, foi a confirmação da importância vital dos programas sociais.

De volta a Dickens, o horror esteve num governo ilegítimo, covarde, usurpador, emasculado, personificado em Michel Temer.

Seu comportamento foi vil, pusilânime e oportunista ao longo das duas semanas da Rio 2016.

Começou na abertura, quando Temer montou um esquema — fra-

cassado, de resto — para não ser vaiado. Parecia não um estadista, que nunca foi, mas um indivíduo acoelhado, um fugitivo com medo da própria sombra.

A postura abjeta perdurou ao longo da competição. No Twitter, Temer chamou a si o crédito pela vitória no futebol.

“A seleção olímpica de futebol conquista ouro inédito em mo-mento histórico do país”, escreveu.

Ora, ora, ora.

Momento histórico? Só se for pelo lado da vergonha. A plutocra-cia roubou 54 milhões de votos e suprimiu uma democracia jovem e frágil.

O jornalista Glenn Greenwald retuitou o disparate de Temer, com a seguinte observação: vale a pena ver as respostas.

Vale mesmo.

Selecionei dez, com as grafias originais. Peço desculpas pelos palavrões, mas as circunstâncias são especiais:

1) SAI DAQUI RIDÍCULO.

2) cala a boca golpista.

3) VAI TOMAR NO CU SEU FILHO DA PUTA.

4) Primeiramente, #foratemer.

5) FORA TEMER OPORTUNISTA DO CARALHO.

6) vai se fuder.

7) momento histórico da vergo-nha! O Brasil sendo destruído por vcs, golpistas e inimigos da nação.

8) O QUE TU FEZ PELAS OLIMPÍA-DAS, GOLPISTA E USURPADOR?

9) agora só falta tu voltar pro lugar de onde nunca deveria ter saído: o nada. IMUNDOOOOOOOOO!!!

10) FORA VAMPIRO, GOLPISTA DOS INFERNOS, MORRE DIABO!!!

Enfim: a Rio 2016 trouxe momen-tos de luz e trouxe momentos de trevas.

A escuridão residiu em Temer e em tudo aquilo que ele representa.

Fonte: Diário do Centro do Mundo

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Na mesa da típica família brasileira há pão, leite, arroz, feijão, legumes e

verduras, além de carnes diversas. Apesar de ser considerada uma dieta balanceada, por trás das re-feições mais comuns existe toda uma cadeia produtiva, quase invi-sível quando se olha apenas para o prato. Ao longo desse processo, tra-balhadores e especialistas apontam

para diversos problemas, que se relacionam tanto com produtores quanto com consumidores.

Para refletir sobre o tema, o Brasil de Fato seguiu o percurso de um dos alimentos mais frequentes nas mesas do país: o frango. Com uma produção de 13,146 milhões de toneladas em 2015, segundo dados da Associação Brasileira de

Proteína Animal (ABPA), o Brasil é o segundo maior produtor da ave no mundo. Do total, 4,3 milhões de toneladas foram para exportação. No consumo interno, a média foi de 43,25 quilos de carne de frango per capita.

“Integração”

Os frangos congelados, tão

DO CAMPO À MESA: A SAÚDE DO TRABALHADOR NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

Com uma produção de 13,146 milhões de toneladas em 2015, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil é o segundo maior produtor da ave no mundo

Por Rafael Tatemoto

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comumente comprados em mer-cados, antes de chegarem à mesa do consumidor final, passam por um longo processo. E tudo se ini-cia na criação dos animais, que é voltada para grandes frigoríficos e se dá através do modelo de inte-gração. Nesse sistema, as empresas entram com os filhotes, a ração e a assistência técnica. Do outro lado, os pequenos produtores garantem a mão-de-obra e a construção do galpão, local onde se desenvolvem os animais.

O modelo, entretanto, é alvo de várias críticas. “O que é mais difícil para o produtor é a questão da renda. Se investe bastante na organização do galpão, no cuidado com os animais e o retorno não é suficiente”, afirma Antoninho João Muranini, que já trabalhou na cria-ção de frangos. Hoje, ele se dedica à produção de leite e é membro do Sindicato da Agricultura Familiar (Sintraf ) de Chapecó e Região.

Muranini explica que o preço pago pela produção é determinado pelas grandes empresas: “Nesse contrato de parceria, o agricultor passa a ser um empregado sem direitos trabalhistas. Você trabalha dia e noite, de domingo. Não tem férias, nada. Tem que obedecer às ordens da empresa”, argumenta.

Ele ainda critica o fato de que o modelo acaba criando uma de-pendência do agricultor em relação a uma única empresa, por serem impedidos por contrato de vender para outras, o que gera preços ta-belados e baixos.

André Campos Burigo, profes-sor da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação

à criação, as condições de trabalho na agroindústria também são alvo de críticas.

O ambiente em frigoríficos é frio e úmido. Em alguns casos, a temperatura constante chega a 8º C. Jenir Ponciano de Paula, presi-dente do Sindicato de Alimentação (Sintracarne) de Chapecó, afirma que, apesar de considerar que o trabalho no setor “tem melhorado” por conta da automatização de alguns processos, o dia-a-dia ainda é “penoso e árduo”.

“O ritmo da agroindústria é bem acelerado. Ainda há muitos traba-lhadores adoecendo por contra da sua atuação nessa área”, diz de Pau-la. Para ele, o que tem melhorado a situação foi o surgimento da Norma Regulamentadora (NR) 36, que esti-pula requisitos para a segurança e saúde do trabalho no setor.

Roberto Ruiz, médico do tra-balho que participou da comissão nacional que elaborou a NR, con-corda. “Melhorou, principalmente com as pausas [no trabalho], mas outros fatores, como o controle do frio, também contribuíram. Ainda assim, é um trabalho penoso”, constata.

Lesões por esforço repetitivo – como tendinites e problemas na coluna – são as principais doenças relacionadas à indústria frigorífica, segundo Ruiz. “O trabalho é pesado por conta da repetição. Ainda há muitas situações em que é ne-cessário carregar peso. Mulheres que passam o dia transportando pacotes de 15, 20 kg. O que falta aprimorar é justamente a questão do ritmo. São metas, via de regra, sobre-humanas”, relata.

Oswaldo Cruz, vai mais longe na crítica e afirma que essa é uma for-ma de manter o “trabalhador preso a esse sistema”.

“A situação é dramática. É o do-mínio total das empresas, um tipo moderno de escravidão. Significa 365 dias por ano de trabalho. A empresa define o valor pago pela carne ao agricultor e determina a forma como se deve trabalhar”, aponta o professor.

De acordo com Burigo, esse modelo reflete a maneira como o capital se desenvolve em locais onde historicamente a grande pro-priedade tem menor peso. “Quando se fala em agronegócio, a gente tende a pensar no latifúndio. Essa é apenas uma das expressões. Ele se expande também para a agricultura familiar, capturando a pequena propriedade através dos contratos das grandes empresas”, diz.

O próprio desenvolvimento do animal também seria afetado: “Há metas e prazos na produção. Esta-mos falando em um pinto de 30g se tornar um frango de 2,5kg em 40 dias. Um frango caipira leva mais que o dobro do tempo – cerca de 90 dias. Como há seleção genética para se ter algumas partes mais desenvolvidas, o sistema imunoló-gico do frango se torna fragilizado. Se utiliza, por exemplo, antibiótico na água de forma ‘preventiva’, sem o animal estar doente”.

Agroindústria

Quando pronto para o abate, o animal é levado à indústria de processamento. É nesse momento que a ave se converte em alimento para o mercado consumidor. Junto

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Fonte: Brasil de Fato

O médico afirma que ainda é necessário reduzir a jornada de tra-balho e contratar mais funcionários na área: “Hoje, a maioria já trabalha por 1,5 ou 2 trabalhadores”.

Implementação

Em Minas Gerais, estado onde também há grande presença de fri-goríficos, o Serviço Social da Indús-tria (Sesi) tem se esforçado para que as empresas adotem as medidas da NR 36. Para isso, a entidade criou o Programa Indústria Segura para auxiliar nessa questão. Na iniciativa, o Sesi mineiro criou um software de computador que mapeia as áreas de uma determinada empresa que estão em desacordo com as normas regulamentadoras, entre elas a 36.

“Através de um software, iden-tifica-se quais NRs se aplicam em uma determinada empresa e quais requisitos de cada norma são mais aplicáveis. Dessa verificação, nós avaliamos a conformidade da empresa com a legislação. Para as não conformidades, são gerados planos de ação para que se tome providências”, explica Alfredo San-tana, gerente de Saúde Empresarial do Sesi-MG, área responsável pelo programa.

“A partir do trabalho do Sesi, a gente pode apresentar propostas de execução de soluções, desde as mais simples e rotineiras até as mais complexas. Temos muito trabalho na indústria frigorífica relacionado à NR 36. Dentro desse programa, temos muitas questões relativas à ergonomia”, complementa.

A expectativa é que o software desenvolvido em Minas Gerais se

expanda pelo país. De acordo com Santana, quatro estados também adotam o sistema: Maranhão, Goi-ás, Roraima e Paraná.

Consumidor

O processo anterior à chegada do alimento até a mesa do consu-midor é determinante para se iden-tificar o quão saudáveis podem ser os hábitos alimentares do brasilei-ro. Assim, os perigos para a saúde do trabalhador rural também se refletem na saúde do consumidor. “O milho, a soja, são todos transgê-nicos”, lembra o trabalhador rural Antoninho Muranini, o que implica que sua produção também envol-veu o uso de agrotóxicos.

A criação dos animais é funda-mental nesta questão: “A falta de autonomia de quem produz leva à falta de autonomia de quem con-some”, afirma Beatriz Leandro de Carvalho, coordenadora da Câmara Técnica de Saúde Coletiva, do Con-selho Regional de Nutricionistas (CRN) de Minas Gerais.

Comer de forma saudável é “ter uma alimentação variada, com o mínimo possível de ultraproces-sados, com mais alimentos frescos – produzidos próximos de onde a pessoa mora – e de acordo com o ambiente no qual a pessoa está inserida”, explica Beatriz

O Guia Alimentar para a Popu-lação Brasileira do Ministério da Saúde, publicado em 2014, indica algumas diretrizes para uma ali-mentação saudável. Nele, os ultra-processados são definidos como os alimentos que, após processos industriais, perdem praticamente a totalidade de suas características

originais – com alto teor de gordura, açúcar e aditivos químicos – como sucos em pó e bolachas recheadas.

Apesar de não ser um ultra-processado, o frango congelado não atende a outros critérios do Guia: ser produzido de forma mais sustentável, natural, próxima do consumidor, com autonomia do produtor. Nesse sentido, Beatriz explica que, por exemplo, o frango congelado tradicional é menos ruim que as versões processadas, mas que, ainda assim, “sob esse aspecto mais amplo, essa produção não se enquadra no que entendemos por alimentação saudável”.

Ela afirma que há indícios de que a forma como a produção alimen-tar está hoje estruturada implica na maior frequência de doenças graves na população, como o cân-cer, principalmente por conta dos agrotóxicos.

Beatriz analisa ainda que é ne-cessário se encontrar um novo modelo de produção agrícola para o país. “A agroecologia pode pro-duzir alimentos saudáveis para toda a população, mas, para isso, nós precisamos de um processo de transição que leve à mudança do sistema como um todo”, defende.

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Os 100 dias de gover-no interino de Michel Temer deixam duras

marcas nas políticas que garan-tem direito à cidade e habitação, avaliam movimentos sociais e especialistas no tema. Entre os retrocessos apontados, destaca-se a suspensão do Minha Casa Minha Vida, principal programa habitacio-nal do país, para as faixas de renda mais baixa, a redução drástica de orçamento para desenvolvimento

COM TEMER, “MINHA CASA, MINHA VIDA” ABANDONA FAMÍLIAS DE RENDA MAIS BAIXA

urbano, a desaceleração do crédito habitacional e a criminalização dos movimentos sociais.

O presidente interino contratou a construção de moradias pelo Minha Casa Minha Vida apenas para as famílias com renda entre R$ 2.351 e R$ 6.500 (equivalente às faixas dois e três do programa). A regra vale também na modali-dade chamada Entidades, na qual associações ligadas a movimentos

sociais são inteiramente respon-sáveis pelo projeto, seguindo um modelo criado pela presidenta Dil-ma Rousseff. Durante os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma a faixa de renda um, de até R$ 1.800, foi a mais contemplada.

“Atualmente, quase 90% do dé-ficit habitacional do país está nas famílias com renda equivalente à faixa um, que é a mais vulnerável. Qualquer aprofundamento na si-tuação econômica pode fazer com que as pessoas nessa faixa caiam em uma situação de vulnerabilida-de que pode ser irreversível. Ela vai para a rua e é difícil voltar”, afirmou o urbanista Anderson Kazuo Naka-no, professor da Fundação Getúlio Vargas.

Com a suspensão das faixas que atendem os mais pobres, o Minha Casa Minha Vida deixará de incorporar R$ 70 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) em três anos, até 2018, como estima a Frente Ampla de Trabalhadores e Trabalhadoras do Serviço Público pela Democracia, que produziu um relatório sobre o tema. Em 2016, o PIB da construção já re-gistra retração equivalente de 7,6%. O total de empregos com carteira assinada é de 2,9 milhões de trabalhadores, semelhante ao do início de 2010.

“Esses 100 primeiros dias já demostram que o governo Temer não tem preocupação em manter

Em 100 dias de governo interino, especialistas e mo-vimentos sociais denunciam queda no orçamento para políticas públicas

Por Sarah Fernandes

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o programa que construiu o maior número de moradias para a popu-lação de baixa renda”, criticou o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Josué Rocha. “Nada do que está previsto é para baixa renda, que de-veria ser priorizada por uma política de Estado. Mas Temer optou pela contratação para faixas superiores. Isso mostra uma escolha.”

O governo interino também não assumiu a meta da terceira fase do Minha Casa Minha Vida, que pre-via a construção de pelo menos 2 milhões de unidades habitacionais até 2018. Segundo o Ministério das Cidades, em 2016 devem ser contratadas 400 mil unidades das faixas dois e três. Além disso, Temer alterou as regras para cobrança das prestações dos imóveis do progra-ma, inclusive para os contratos já assinados. Na prática essa mudança pode invalidar milhares de termos de adesão.

“Ministro das Cidades interino (Bruno Araújo) demonstra desco-nhecer o processo de produção social da moradia, com forte partici-pação dos movimentos populares, conquista de mais de 30 anos de luta a partir da redemocratização pós ditadura”, diz o relatório publi-cado pela Frente.

O Minha Casa Minha Vida foi lançado em 2009 como uma alter-nativa para acelerar o crescimento econômico em um momento de crise internacional, por meio da distribuição de fortes subsídios à construção de moradias para as camadas de renda mais baixa, valorizando a descentralização territorial dessas construções, que se espalharam pelas grandes e pe-

quenas cidades do país.

O programa tenta enfrentar um déficit habitacional de mais de 5,4 milhões de casas no país. Até 30 de junho, o Minha Casa Minha Vida ha-via contratado 4.359.396 unidades habitacionais, das quais 2.926.381 já foram entregues (67,12% do total). Ao todo, pelo menos 11 milhões de pessoas foram benefi-ciadas pelo programa.

Muito além da moradia

Os retrocessos não se resumem às políticas de habitação. “O Minis-tério das Cidades foi criado para implantar uma ampla política na-cional de desenvolvimento urbana, baseada em políticas de habitação, saneamento básico, mobilidade ur-bana e reordenamentos fundiários. Se nos basearmos nessa referência houve um retrocesso enorme nessa área. Antes do Temer já vinha se desenhando isso, agora temos um agravamento por conta da crise, mas sobretudo da falta de priorida-des do atual ministro das cidades”, diz o urbanista Kazuo Nakano.

Temer prepara uma série de medidas para impedir a utilização de instrumentos de acesso à terra previstos no Estatuto das Cidades e em outras legislações específicas. Além disso, o governo interino não reconheceu o Conselho das Cidades e suas instâncias de parti-cipação, ignorando um modelo de gestão democrática das cidades. “O Ministério das Cidades tem tido pouquíssimo diálogo com a socie-dade civil ligada a setores urbanos. Toda a estrutura está bastante opa-ca. Ao mesmo tempo os problemas das cidades não param de crescer”, afirma Nakano.

Desde que foi aprovado o Esta-tuto da Cidade, em 2001, o proces-so de elaboração de políticas para a cidade tornou-se mais democrático e descentralizado. O governo fede-ral passou a organizar conferências das cidades, que reuniam diversos segmentos do poder público e da sociedade civil para discutir políti-cas urbanas.

Outro ponto que chama a aten-ção é a redução de verba destinada ao ministério. “A paralisia aumentou porque não tem mais orçamento. No caso da habitação você percebe o retrocesso, porque tinha muito orçamento para o Minha Casa Minha Vida e agora não tem mais. As outras áreas tinham o mínimo de orçamento e agora não tem nenhum”, avalia Nakano. “A gente sabe que a vida nas cidades não é só ter quatro paredes. A crise de mobilidade, por exemplo, exige políticas específicas. Saneamento básico e ambiental também.”

No mesmo pacote veio a re-dução do crédito para aquisição de imóveis por meio dos bancos públicos e a criminalização dos movimentos sociais. “A escolha do ministro da Justiça (Alexandre de Moraes) já mostra qual vai ser a opção de Temer no trato com os movimentos sociais. Todas as declarações dele são no sentido de criminalizar os movimentos para restringir os protestos”, diz o coor-denador do MTST. “A redução nos gastos públicos em saúde e edu-cação também será um problema grave para as cidades. Os serviços podem entrar em colapso”, alerta.

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ELEONORA: GOLPE FARÁ O BRASIL VOLTAR A SER QUINTAL DOS ESTADOS UNIDOS

O golpe de 2016 faz parte de um projeto de reco-lonização do Brasil e fará

com que o País volta a ser, como no passado, um quintal dos Estados Unidos.

A avaliação é da jornalista Ele-onora de Lucena, que foi editora--executiva da Folha de S. Paulo, em

artigo publicado nesta segunda--feira.

Leia abaixo:

Truculência

Por Eleonora de Lucena

O Brasil entrou no centro da

disputa geopolítica mundial. Tem riquezas naturais, mercado inter-no, posição estratégica. Construiu economia diversificada e complexa, terreno para grandes empresas na-cionais e ambiente potencial para desenvolvimento de tecnologias de ponta.

Os Estados Unidos, acostuma-

“O Brasil entrou no centro da disputa geopolítica mundial. Tem riquezas naturais, mercado interno, posição estratégica”, diz a jornalista Eleonora de Lucena, que foi editora-executiva da Folha; segundo ela, “os Estados Unidos, acostumados a nadar de braçada no continente, começaram a ver o avanço chinês no que consideram seu quin-tal” e decidiram reagir; ela avalia que esse projeto de recolonização é o real propósito do golpe por trás da chegada de Michel Temer ao poder, mas faz um alerta: “o Senado vai enfrentar o julgamento da história”

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dos a nadar de braçada no conti-nente, começaram a ver o avanço chinês no que consideram seu quintal. Investimentos, comércio, parcerias com os orientais cresce-ram de forma exponencial.

Não parece ser coincidência a intenção norte-americana de voltar a ter bases militares na América do Sul (na sempre sensível tríplice fronteira e na Patagônia, que vigia o estreito de Magalhães, curva entre dois mundos). Nem parece ser ao acaso a escolha dos alvos do momento: a Petrobras, as grandes empresas e até o programa nuclear.

Nos últimos anos, o país mos-trou zelar por sua autonomia e buscou alianças fora da influência dos EUA. Com China, Rússia, Índia e África do Sul, o Brasil ergueu os Brics e um banco de desenvolvi-mento inovador.

Aqui, reforçou o Mercosul – alvo imediato de ataque feroz do interino, afoito em mostrar serviço para o Norte e ressuscitar relações subalternas.

Esse contexto maior escapa da verborragia conservadora, ansiosa em reduzir a crise atual a um confronto raso entre supostos corruptos e hipotéticos éticos. Bas-taram poucas semanas para deixar evidente a trama hipócrita e podre do bando que tenta abocanhar o poder.

O que está em jogo é muito mais do que uma simples troca de governo. É a própria ideia de país.

Falar de luta de classes e de pro-jeto nacional deixou alguns leitores

ouriçados. Mas, apesar da operação de marketing em curso, os objeti-vos do atropelo à Constituição são claros: concentrar riqueza, liberar mercados, desnacionalizar a eco-nomia, desmantelar o Estado.

O discurso dos sem-voto que se aboletaram no Planalto tenta editar um macarthismo tosco, elegendo um inimigo interno. Agridem os de vermelho (sempre eles!), cita-dos como os culpados de todo o mal, numa manobra conhecida dos movimentos fascistas desde o início do século 20.

Quem se atreve a discordar do rolo compressor elitista é logo ta-chado de “maluco” pelos replican-tes da direita raivosa. Dizem que os que apontam as contradições atuais são saudosos do século 19.

Viúvos do século 19 são os que querem agora surrupiar direitos e restabelecer condições de explora-ção do trabalho daqueles tempos. Com a retórica de uma suposta modernidade, atacam conquistas sociais e pregam o desmonte da corajosa Constituição de 1988.

Alegam que a matemática não permite que o Estado cumpra suas funções perante os cidadãos. Para eles, a matemática deve servir apenas aos mais ricos e a seus juros maravilhosos. Num giro chinfrim, mandam às favas o tal controle do deficit público: gastam tudo para atender corporações, amigos e ganhar votos.

Com uma cortina de fumaça, arriscam confundir esquerda com autoritarismo. Projetam, assim, no adversário, os seus desejos ocultos.

Afinal, o programa dos não eleitos só poderá ser implantado integral-mente num regime de força, que censure e elimine a voz dos mais fracos.

As exibições de truculência ab-surda nos estádios da Olimpíada, proibindo manifestações de “Fora, Temer!” e rasgando os direitos cons-titucionais de livre manifestação e opinião, parecem ser uma terrível amostra de tempos sombrios pela frente.

O Senado vai enfrentar o julga-mento da história.

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CIRO: ‘TEMER É TRAIDOR, CORRUPTO E SALAFRÁRIO’

O presidenciável Ciro Go-mes (PDT ) disse, em Curitiba, que o interino

Michel Temer (PMDB) é “traidor, corrupto e salafrário”.

Ciro começou a palestra no Circo da Democracia puxando um “Fora Temer” incendiando a plateia na tenda instalada em frente à esca-daria da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

“O moralismo é a ferramenta dos canalhas”, disse Ciro Gomes olhando em direção ao prédio da faculdade de Direito onde leciona o juiz fede-ral Sérgio Moro.

Além de bater sem dó em Temer, o pedetista também abriu fogo contra Marina Silva (Rede) e José Serra (PSDB).

“Temer e Serra são agentes infil-trados dos EUA, segundo relatórios do Wikileaks. Eles focam agora no pré-sal”, denunciou.

Quanto à Marina, Ciro criticou que ela enrola um chalezinho e disfarça falando sobre ecologia. Mas, segundo ele, defende a inde-pendência do Banco Central.

Durante todo a palestra, Ciro só chamava Temer de “tinhoso” [diabo] para o delírio da plateia que op

aplaudia.

“O tinhoso trocou o Bradesco pelo Itaú no Ministério da Fazenda”, afirmou, referindo-se à troca de Joa-quim Levy (Bradesco) pelo ministro interino Henrique Meirelles.

Ao fuzilar a pedalada (déficit) de R$ 170 bi que Temer promove no orçamento, Ciro Gomes previu que o povo vai “tomar na testa” CPMF e aumento da CIDE — o imposto da gasolina.

O presidenciável Ciro Gomes (PDT) disse na noite deste sábado, em Curitiba, que o interino Michel Temer (PMDB) é “traidor, corrupto e salafrário”; Ciro começou a palestra no Circo da Democracia puxando um “Fora Temer” e, além de bater no interino, o pedetista também abriu fogo contra Marina Silva (Rede) e José Serra (PSDB); “Temer e Serra são agentes infiltrados dos EUA, segundo relatórios do Wikileaks. Eles focam agora no pré-sal”

Fonte: Brasil 247

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CAI A FICHA DO PSDB SOBRE O PROJETO PMDB/TEMER

Michel Temer nem foi efetivado presidente e o PSDB já se dá conta

de que comprou gato por lebre. Per-cebe que o PMDB não derrubou Dil-ma apenas para fazer o serviço sujo, implementar a agenda neoliberal e estabilizar a economia, limpando o caminho para os tucanos chega-rem ao governo em 2018. Em coro com agentes do mercado, estrilam contra a frouxidão fiscal de Temer e sua equipe e admitem, no limite, o rompimento. A ânsia para desalojar Dilma e o PT turvou a visão tucana. Pois em verdade o PMDB, Temer e seus arqueiros nunca esconderam que, através do impeachment, queriam não apenas a cadeira de Dilma, mas também implementar

um “projeto próprio de poder”. É o que está em curso. Se Temer não puder ser candidato , o projeto será tentado com outro nome. Pode ser com Serra, mas filiado ao PMDB. Pode ser com Meirelles, que é filiado ao PSD, mas tem prazo até outubro de 2017 para filiar-se ao PMDB, po-dendo ainda sair por uma coligação liderada pelo PMDB.

Quando coordenou a elabora-ção do documento “Uma ponte para o futuro”, lançado por Temer ainda em outubro de 2015, Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães, não escondia, em conversas reservadas e mesmo em entrevistas, que o PMDB bus-cava, com o documento, explicitar

não apenas que tinha propostas, quadros e disposição política para assumir o governo com o afasta-mento de Dilma, mas também que tinha projeto para o país. Vale, dizer, projeto de poder próprio. “Nosso sonho é eleger um presidente da República pelo voto. Vamos ver se dá para isso em 2018”, declarou na época. O próprio Temer disse em outro momento: “O que está sendo estabelecido é que o PMDB quer ser, digamos assim, cabeça de chapa em 2018”. Só Carolina não viu. Ou melhor, o PSDB.

“A Ponte para o futuro” prome-teu um severo ajuste fiscal, revisão de gastos sociais e desonerações, retomada das privatizações, refor-

Por Tereza Cruvinel

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mas previdenciária e trabalhista, entre outras cerejas neoliberais. Se-duziu o empresariado e inoculou no PSDB a ilusão de que, entregando o governo a Temer, teria o caminho pavimentado para 2018. Diante das primeiras desilusões – a frouxidão do ajuste e os sinais de que o PMDB lutará para fazer o sucessor em 2018 – Aécio Neves reclamou. “Demos o governo a Temer. Agora ele tem a obrigação de dar um governo ao Brasil”. Faltou dizer: criar as condi-ções para que o PSDB conquiste o governo do Brasil.

Nestes meados de agosto, fal-tando poucos dias para o rito final do golpe e a efetivação de Temer, a indocilidade tucana é crescente. Seus líderes falam abertamente em rever a relação com o governo caso a política econômica não siga o receituário combinado. Tudo pode começar com a adoção de um apoio “pontual” mas, no limite, já admitem o rompimento e a migração para a oposição. Entendem que Meirelles já não é o mesmo, depois ter sido picado pela mosca azul da ambição política. Falam os tucanos e falam seus aliados no mercado.

Em artigo publicado pela Folha de S. Paulo neste domingo, o eco-nomista Marcos Lisboa, presidente do Insper, instituto que reúne a nata do pensamento econômico neoli-beral, sobe o tom contra a frouxidão fiscal. “O discurso do governo enfa-tiza, corretamente, a necessidade de ajuste fiscal e de reformas para que o país possa retomar uma tra-jetória sustentável de crescimento. A sua prática, porém, preocupa pela excessiva sensibilidade ao corporativismo”, diz ele, elogiando a PEC que limita o gasto público e outras propostas, mas atacando as

concessões políticas que o governo vem fazendo. Entre elas, os aumen-tos para castas do funcionalismo e concessões aos governadores na renegociação das dívidas. Meirelles deu justificativas para este último ponto em alguns espaços da mídia neste domingo. As suas “bondades” de interino, Temer busca conquistar alguma popularidade e acomodar melhor seus aliados já em franca dissensão no Congresso, com o PSDB na espreita e o centrão assu-mindo ares de independência. Mas já mira, também, o “projeto próprio” do PMDB para 2018, seja com quem for no papel de candidato.

É por razões políticas que Temer claudica na economia, com diz Lis-boa, com delicadeza menor que a utilizada no início do impeachment. “Recentemente, o governo tem demonstrado dificuldade com a divergência e negado os problemas decorrentes das suas escolhas e das deliberações do Congresso. Entre-tanto, reconhecer recuos, tratando com transparência as dificuldades, distingue as melhores lideranças”. Logo, vai aí um reparo à qualidade da liderança de Temer, que tem se gabado tanto da “unificação” que conseguiu no Congresso, sem ad-mitir nem as dificuldades nem as concessões. E isso em matérias bem menos sensíveis que as reformas previdenciária e trabalhista, que nem foram ainda apresentadas, e a PEC do teto do gasto publico, que dificilmente será votada e promul-gada antes da eleição municipal.

Lisboa avisa que o mercado quer mais, em matéria de desmonte do que foi erigido nos governos petis-tas e de arrocho fiscal. “ O debate deveria incluir todo o conjunto da obra, como as desonerações, as po-

líticas de proteção setorial e o gasto com servidores. Espera-se que os recuos nas últimas semanas tenham vida curta e que sejam propostas medidas que estabilizem a dívida.”

Mas quem conhece o Congresso, e especialmente esta legislatura, a que mais intensamente congregou, nos últimos anos, praticantes do clientelismo e da defesa de inte-resses particulares em detrimento do interesse público, sabe que não será fácil atender a este reclamo. Não é por ter passado tantos anos na Casa, como alardeia, que Temer será capaz de obter a subserviência de uma base tão heterogênea e tão comprometida com seus próprios negócios. Ainda mais quando avulta com tanta força o chamado “projeto próprio de poder” e o so-nho apontado por Moreira Franco, de elegerem um presidente do PMDB em 2018, coisa que o partido nunca conseguiu depois da rede-mocratização.

Com a ficha caindo, o PSDB por ora apenas rosna. Em recente nota sobre a politica econômica, o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, foi claro: “o que o governo fez até aqui não foi o sufi-ciente. Por ora, fez apenas anúncios”. O afastamento dos tucanos é uma tendência inexorável. Por isso, e por muitas outras razões, a efetivação não trará tempo melhor para Temer. Muito pelo contrário. A partir de setembro ele enfrentará cobranças mais duras do mercado, o aumento dos protestos nas ruas e a deteriora-ção das relações com os aliados que lhe deram o governo.

Fonte: Brasil 247

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Fonte: Brasil 247

CHANCELER URUGUAIO ACUSA SERRA DE TENTAR COMPRAR VOTO DO PAÍS NO MERCOSUL

Reportagem do jornal El País do Uruguai, o maior no país, noticia que o chanceler Rodolfo Nin Novoa acusa o ministro interino das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, de ter tentado comprar o voto do Uruguai no Mercosul para suspender a presidência da Venezuela no bloco; a promessa do tucano, em troca do voto, teria sido levar o Uruguai iso-ladamente em tratativas de acordos comerciais do Brasil na África e no Irã; acompanhado de FHC, Serra viajou ao país vizinho no início de julho para tentar convencer o governo de Tabaré Vázquez a se posicionar contra a Venezuela, algo que não aconteceu; a atitude “chateou muito” Vázquez e “bastante” o chanceler, disse Nin Novoa em uma comissão de deputados no último dia 10

Notas taquigráficas de uma comissão de depu-tados obtidas pelo jornal

El País do Uruguai, o mais impor-tante no país, apontam acusações feitas pelo chanceler uruguaio Ro-dolfo Nin Novoa de que o ministro interino das Relações Exteriores, José Serra, tentou comprar o voto do Uruguai no Mercosul para se posicionar contra a Venezuela.

“Nós não gostamos muito que o chanceler (José) Serra veio ao Uruguai para nos dizer – disse em público, é por isso que lhes digo – que veio com a alegação de que a transferência [da presidência do Mercosul] deve ser suspensa e que, além disso, se fosse suspensa, nos levariam em suas negociações com outros países, como querendo com-prar o voto do Uruguai”, declarou o

chanceler uruguaio.

Acompanhado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra viajou ao Uruguai no dia 5 de julho, onde se encontrou com o presiden-te Tabaré Vázquez e teria como fun-ção principal convencer o governo vizinho a se opor à presidência da Venezuela no Mercosul, algo que não aconteceu. Os uruguaios disse-ram que era preciso seguir as regras.

Segundo disse o chanceler uru-guaio na comissão que ocorreu no país no último dia 10 a promessa de Serra em troca do voto teria sido levar o Uruguai isoladamente em tratativas de acordos comerciais do Brasil na África e no Irã. A atitude do governo brasileiro “chateou muito” Vázquez e “bastante” ele próprio, afirmou Nin Novoa.

Nin Novoa voltou a declarar, no encontro com os deputados, que o Uruguai entende que a “Venezuela é o legítimo ocupante da presidên-cia pro tempore e, por isso, quando convocar uma reunião, o governo uruguaio comparecerá”. “O Uruguai vai estar presente [nos encontros do Mercosul]. Se os outros não vão, será uma responsabilidade deles”, completou. Paraguai e Argentina estão do lado do governo Temer contra a Venezuela.

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SERRA AVACALHA A IMAGEM DO BRASIL NO MUNDO

O chanceler legítimo do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, denunciou que

o chanceler usurpador do Brasil, José Serra, tentou comprar o apoio do seu país para impedir a presi-dência pro tempore da Venezuela no MERCOSUL.

A notícia, publicada no jornal Ladiaria, é um escândalo que des-moraliza o Brasil no mundo.

Nin Novoa demonstrou profun-da indignação com José Serra, que “viria ao Uruguai com a pretensão de suspender o transpasso [da pre-

Por Jeferson Miola

sidência pro tempore do Uruguai para a Venezuela] e que, além disso, se se suspendesse [o transpasso], nos levariam nas suas negociações com outros países, como querendo comprar o voto do Uruguai”.

E concluiu dizendo que “A mim isso incomodou bastante e também incomodou muito o Presidente [Tabaré Vázquez]”.

Reafirmando os compromissos do governo uruguaio em salvar o Mercosul e evitar a paralisia do bloco, Nin Novoa criticou a sabo-tagem do bloco pelos governos

reacionários da Argentina, Brasil e Paraguai, que não permitiram a aprovação de nenhuma resolução no último semestre.

O chanceler uruguaio denun-ciou, ainda, o atentado ao direito comunitário coordenado pelo governo usurpador do Brasil, que adota na política externa os mes-mos procedimentos golpistas em-pregados no Brasil com a farsa do impeachment: “a decisão adotada por nossos sócios do MERCOSUL é eminentemente política: digo com todas as letras. Saltam o jurídico, que é esse livro que estou mostran-do, que contém o corpo normativo, e aduzem razões que não estão aqui, querem evitar, erodir, fazer bullying à presidência da Venezuela. Essa é a pura verdade”.

O desmonte acelerado da po-lítica externa brasileira, além de avacalhar a imagem do Brasil no mundo, compromete tremenda-mente os interesses estratégicos e geopolíticos do país. Além disso, o governo usurpador atenta contra a Constituição, que diz que “A Repú-blica Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, so-cial e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações” [Artigo 4º, Parágrafo único].

Fonte: Brasil 247

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ROGÉRIO CORREIA: “NO MINEIRÃO, FICOU CLARO; QUEM DÁ AS ORDENS NO BRASIL GOLPISTA É A GLOBO”

Presente no jogo de futebol feminino entre Brasil e Austrália no estádio de Belo Hori-zonte, na noite de sexta-feira, o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG) saiu animado: “Sucesso das meninas brasileiras e do Fora Temer!”; mas para ele, uma coisa ficou clara: “Quem dá as ordens no Brasil golpista é a Globo. Os seguranças nos abordaram, vascu-lharam os dizeres dos cartazes de protesto e, ao final, declararam: ‘Fora Temer pode, mas com símbolo da Globo está proibido!’ Seria cômico, se não fosse trágico”

Conversei há pouco pelo WhatsApp com o comba-tivo deputado estadual

Rogério Correia, do PT de Minas Gerais.

Nessa sexta-feira 12, ele foi ao Mi-neirão assistir Brasil versus Austrália, no futebol feminino.

Saiu animadíssimo:”Sucesso das meninas brasileiras [7 a 6, na prorro-gação] e do Fora Temer!”

Teve Fora Temer aos montes, do Hino Nacional à saída do Mineirão.

Mas Rogério saiu também estar-recido: “No Mineirão, ontem ficou claro; quem dá as ordens no Brasil golpista é a Globo. Os seguranças nos abordaram, vasculharam os dizeres dos cartazes de protesto e, ao final, declararam: ‘Fora Temer pode, mas com símbolo da Globo está proibido!’ Seria cômico, se não fosse trágico”.

Sobre o momento político, Ro-gério acha que a luta vai ser dura, mas já já vão aparecer novas orga-nizações às quais as antigas vão se misturar, levando experiência.

“Me senti assim ontem no meio daquela juventude aguerrida, irre-verente e determinada”, observa. “E eles se sentiram mais seguros comigo lá.”

“Foi muito bom ver prevalecer no Mineirão o Fora Temer, apesar da cara feia dos ‘trouxinhas’”, com-pleta. “Como diz meu pai, cara feia na minha terra é fome!”

Por Conceição Lemes

Fonte: Brasil 247

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NO PLANALTO, TEMER REALIZA EXPURGO EM MASSA

Em julho, o governo Mi-chel Temer deu início a exonerações em massa

na Esplanada dos Ministérios. Para abrir espaço e acomodar aliados da base, o governo decidiu retirar ocu-pantes de cerca de 2 mil cargos de confiança da gestão da presidenta Dilma Rousseff.

Na prática, a operação ganhou conotação de perseguição política. Isso porque, mesmo sob a condição de presidente interino, Michel Temer colocou, semanas antes, um auxiliar na Casa Civil, sob o comando do mi-nistro Eliseu Padilha, para esmiuçar e investigar a ficha de nomeados e servidores tanto em cargos impor-tantes como em postos estritamente técnicos.

O critério para a inclusão dos nomes dos servidores na lista de exoneração levava em conta, entre outras coisas, as atividades dos investigados nas redes sociais. Pu-blicações contra Michel Temer, em apoio à presidenta Dilma Rousseff, fotos com o ex-presidente Lula ou simplesmente textos críticos ao im-peachment, foram razões suficien-tes. A relação de nomes foi controla-da pela Casa Civil e, posteriormente, compartilhada com os ministérios para que cada pasta providenciasse a demissão dos citados.

Na última semana, após conclu-ída a fase de observações e início da limpa, um dos responsáveis escalados para a operação recebeu seu prêmio: foi nomeado superin-tendente em Brasília da Autoridade Pública Olímpica (APO). Trata-se de Pablo Rezende, de apenas 31 anos. Ele foi presidente nacional da Ju-ventude do PMDB e é ligado ao ex--governador de Goiás Iris Rezende.

Em 2012, Pablo Rezende fez cam-panha em Goiânia para tentar se ele-ger vereador e gravou propagandas políticas com Iris Rezende e dona Iris, ex-deputada federal e esposa

Centenas de funcionários, censurados até na internet, são demitidos porque não apoiaram o golpe de Estado. E a devassa vai continuar...

do político. “Ele costuma dizer que é sobrinho (deles), mas não é nada. Nem vereador conseguiu se eleger”, diz um assessor do partido.

Agora, Pablo vai ganhar salário bruto de 18 mil reais para exercer cargo relacionado ao principal evento do País. Com as deduções obrigatórias, Pablo deve passar a re-ceber mais de 13 mil reais por mês.

Depois da nomeação, o jovem peemedebista, foi convidado a acompanhar Michel Temer na inau-guração da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro, por causa dos Jogos

Pablo Rezende, protegido do ex-governador Iris, mais um premiado pelo nepotismo (Foto: PMDB)

Por Renan Truffi

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Fonte: Carta Capital

Olímpicos, mas sua nomeação para o cargo não colocou um fim na ope-ração. O pente-fino político conti-nua sendo operado por assessores especiais de Padilha, a quem Pablo Rezende chama de líder e mestre em postagens nas redes sociais.

Os casos mais emblemáticos das demissões em massa ocorreram nos ministérios da Cultura e da Saúde, onde foram exoneradas 81 e 73 pessoas, respectivamente. Não fo-ram os únicos ministérios atingidos. Foram exoneradas também cerca de 60 pessoas no agora chamado Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. O Ministério de Minas e Energia perdeu outros 17 funcionários.

Ainda que o discurso oficial diga que a limpa tem como alvo os car-gos de livre nomeação, os números mostram o contrário. Dos 73 exo-nerados na Saúde, por exemplo, 57 eram servidores públicos. Apenas 16 foram nomeados sem ter car-reira pública. O corte no ministério de Ricardo Barros (PP-PR) chegou, inclusive, a atingir terceirizados.

Liu Leal, de 39 anos, consultora de Residência em Saúde de um dos eixos do Programa Mais Médicos, tinha um contrato de trabalho com o Ministério da Saúde. Em julho, fora do seu horário de trabalho, participou de uma audiência no Senado cujo objetivo era discutir a prorrogação do programa e da qual participou Barros.

O encontro registrou protestos por causa de uma possível revisão no tamanho do SUS, discutida aber-tamente pelo governo Temer. O mi-nistro tratou a manifestação como

legítima ao ser questionado pela imprensa, mas Liu foi procurada por gestores para ter seu contrato de trabalho rescindido dois dias depois.

Diz Liu: “O meu caso foi uma perseguição. Fui ao Senado repre-sentando uma organização, o Cen-tro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes). Há relatos de que eles estão ligando nas secretarias estaduais para dizer que, se nos contratarem, o diálogo vai ficar difícil. Os servi-dores estão ficando com medo e silenciados”.

Outro caso: uma funcionária do Palácio do Planalto, procurou um dos assessores de Temer para e dizer que gostaria de continuar no seu cargo. Inevitavelmente, o assessor mostrou no próprio celular uma foto da servidora em um dos protestos contra o impeachment.

“Por conta dessa foto, eu não vou poder te ajudar.” Procurou outros órgãos e ministérios, mas ouviu de um segundo gestor que ela fora vetada pelas mesmas imagens. Concursada, ela foi devolvida ao ór-gão de origem e pediu para não ser identificada, com medo de repre-sálias também no atual ambiente de trabalho.

Os relatos provocaram receio entre os servidores que trabalham em órgãos da administração pública federal. Há a expectativa de que, se o impeachment for confirmado, mais exonerações devam acontecer, incluindo técnicos de áreas impor-tantes.

Um dos parlamentares do PMDB no Congresso disse a CartaCapital que o governo Temer tem demora-

do para oferecer cargos de segundo e terceiro escalão, o que criou insta-bilidade para aprovação das pautas do governo interino no Congresso. A Casa Civil foi procurada e não respondeu os questionamentos de CartaCapital. Pablo Rezende não foi localizado para responder sobre sua nomeação.

Para o jurista da Universidade de Brasília (UnB) José Geraldo de Sousa Junior, as exonerações base-adas em fotos nas redes sociais ou em militância fora do ambiente de trabalho são práticas de sistemas autoritários, ao violarem os direitos fundamentais.

Esclarece: “Os precedentes exis-tem e são todos caracterizados por conjunturas de regimes ditatoriais. É um procedimento extremamente perigoso, porque inaugura uma po-lítica de administração que regride no tocante aos direitos fundamen-tais, inclusive do servidor público”.

*Reportagem publicada origi-nalmente na edição 913 de CartaCa-pital, com o título “A Inquisição se-gundo Temer”. Assine CartaCapital.

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