o Establecimento

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comercial

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DTO COMERCIAL

1. O ESTABELECIMENTOI. NOOEMPRESA: quadro de grande extenso e particular versatilidade; conjunto concentrado de meios materiais e humanos, dotados de uma especial organizao e de uma direco. de modo a desenvolver uma actividade segundo regras de racionalidade econmica;ESTABELECIMENTO: conceito apto para traduzir o objecto unitrio de determinados negcios; No CCom, surge em duas ascepes:.como armazm ou loja (95/2 e 263 CCom);.como conjunto de coisas materiais ou corpreas (425 CCom);.Noo geral alterada no no CCom, mas no CC (316; 317; 495/2; 1559, 1560/1/a); 1682-A71/b); 1938/1/f); 1940; 1962/1; 1109 e 1112 CC): O estabelecimento traduz, a, um conjunto de coisas corpreas e incorpreas devidamente organizada para a prtica de comrcio - corresponde, grosso modo, a uma ideia de empresa, mas sem o elemento humano e de direco;II. ELEMENTOS: abrange elementos variados, em comum tm apenas o facto de se encontrarem interligados pela prtica de comrcio;.Segundo uma tcnica contabilstica pode distinguir-se no estabelecimento:.activo: conjunto de dtos e outras posies contradas equiparveis, afectas ao exerccio do comrcio;.passivo: adstries ou obrigaes contradas pelo comerciante, por esse mesmo exerccio; em negcios de transmisso frequente limit-los ao activo;QUANTO AO ACTIVO, O ESTABELECIMENTO ABRANGE:.COISAS CORPREAS: ficam abarcadas os dtos relativos a imveis ( dtos reais e pessoas de gozo como a propriedade e o dto ao arrendamento), e os dtos relativos a mveis; Ficam abrangidas quaisquer coisas que, estando no comrcio, sejam, pelo comerciante, afectas a esse exerccio;.COISAS INCORPREAS: obras literrias ou artsticas que se incluam no estabelecimento, os inventos e as marcas; Pode acrescentar-se o dto firma ou nome, e outros aspectos que partida no-patrimoniais, consintam uma comercialidade limitada; Estes factores incorpreos podero ser determinantes para encontrar um valor; H que incluir os dtos a prestaes provenientes de posies contratuais;.O AVIAMENTO E A CLIENTELA:.AVIAMENTO: corresponde, grosso modo, mais valia que o estabelecimento representa em relao soma dos elementos que o componham, isoladamente tomadas: traduziria a aptido funcional e produtiva do estabelecimento;.CLIENTELA: conjunto, real ou potencial, de pessoas dispostas a contratar com o estabelecimento considerando, nele adquirindo bens ou servios;.O aviamento e a clientela no constituem, como tais, objecto de dtos subjectivos; Correspondem a posies activas e so objecto de regras de tutela (indemnizao, pois este factores podem influenciar o valor do estabelecimento);III. O CRITRIO DA SUA INCLUSO DOS ELEMENTOS assenta em duas ordens de factores:.FACTOR FUNCIONAL: apela ao realismo exigido pela prpria vida do comrcio; Devemos verificar como se organiza efectivamente um estabelecimento e como ele funciona; No se deve reduzi-lo a coisas corpreas, porque ele s um conjunto destas e de outras coisas incorpreas, para conseguir angariar clientela e lucro;.FACTOR JURDICO: a dimenso jurdica explica-nos que, por representar tal realidade, o Dto concende, ao conjunto dos elementos referidos, um regime especial aplicvel in solo;DO REGME ESPECIFICO DO ESTABELECIMENTO, DESTACA-SE:.Dto ao arrendamento (1112 CC: pode ser transmitido com o estabelecimento, sem autorizao do senhorio);.Trasmisso da Firma (mas s com o establecimento): 44 RNPC;.297 CPI (C. prop. Industrial);.Trespasse implica a tranferncia da posio jurdica de empregador (285/1 CT - contratos de trabalho transmissveis);.O estabelecimento, para alm de dtos reais relativos a coisas corpreas, envolve posies contratuais; O aviamento e a clientela so valoradas para efeitos de expropriao por utilidade pblica, e tambm valem para efeitos indemnizatrios;.A Transmisso do passivo, por vezes, exige o consentimento do 3 cedida para que se transmitam plenamente (424/1 e 595 CC)2. O REGIME E NATUREZA DO ESTABELECIMENTOI. A NEGOCIAO UNITRIA; O TRESPASSE.Possibilidade de negociao unitria do estabelecimento: universalidade de facto (206 CC): no deixa de haver transmisso unitria pelo facto de, para a perfeita transferncia de alguns elementos envolvidos, se exigir o consentimento de terceiros.TRESPASSE DO ESTABELECIMENTO.FORMA: escrita (1112/3 CC).Deve tratar-se de um estabelecimento efectivo, isto , que compreende todos os elementos necessrios para funcionar e que, alm disso, opere em termos comerciais (1112/2/a) e b) CC);.O trespasse exige uma transmisso do estabelecimento no seu todo, como uma universalidade: insuficinte aquela que incida sobre apenas alguns elementos; por certo, que as partes, ao abrigo da sua autonomia privada, podero, do estabelecimento, retirar os elementos que entenderem - o trespasse no deixar de o ser at ao limite de o conjunto transmitido ficar de tal modo descaracterizado que j no possa considerar-se um "estabelecimento" em condies de funcionar;.Alm da transmisso, o estabelecimento deve manter-se como tal - da o no poder passar-se a exercer, no local, comrcio diferente..1112/2/a): "outros elementos" abrangem factores incorpreos, com relevo para diversos dtos de crdito, nome, patentes e marcas;.TRESPASSE: um acto objectivamente comercial, pois est "especialmente" regulado. A no necessidade de consentimento serve para facilitar a transmisso e o comrcio; uma transmisso definitiva do estabelecimento; O trespasse pode operar por via de qualquer contrato, tpico ou atpico, que assuma eficcia transmissiva: compra e venda, dao em pagamento, sociedade, doao, etc..PASSIVO:.Efeitos Internos: o trespassrio adquirente fica adstrito, perante o trespassante, a pagar aos terceiros o que este lhes devia;.Efeitos Externos: o alienante s ficar liberto se os terceiros, nos termos aplicveis assuno de dvidas e cesso da posio contratual, o exonerarem ou derem acordo bastante;DTO DE PREFERNCIA DO SENHORIO (1112/4 CC):.O senhorio tem um dto de preferncia, na hiptese de trespasse por venda ou dao em cumprimento; Tem aplicao, em tudo o que a lei comercial no prescreva directamente, o regime geral das preferncias legais;.O senhorio ter de adquirir todo o estabelecimento, mantendo-o em funes, nas precisas condies em que o faria o trespassrio interessado;.A preferncia do senhorio s possivel quanto, este prprio, esteja em condies de, licitamente, adquirir o estabelecimento;ex: se for uma farmcia, o senhorio tem de ser farmacutico;DEVER DE NO CONCORRNCIA DO TRESPASSANTE PERANTE O TRESPASSRIO.Pode ser contratualmente pactuado: pacto de no concorrncia;.Quando no seja expressamente pactuado, poder ser uma exigncia de boa f: MC: um dever ps-eficaz, o qual apenas pode ser ponderado caso a caso;.mbito Subjectivo: quem est obrigado no concorrncia; Pode haver levantamento de personalidade em alguns casos;.mbito Objectivo: critrio do desvio de clientela, depende da actividade exercida;.mbito Temporal: o dever de no concorrncia no pode durar para sempre; Dar tempo ao outro para se consolidar; (Na aco de explorao cessa quando termina o contrato);.mbito Espacial: o local; Depende da individualizao (ex: se for o nico produtor de um bem, no interessa se um em Lisboa, e outro no Porto).A SUA VIOLAO PODE ACARRETAR:.Deveres de cessar a concorrncia indevida;.Dever de indemnizar o lesado, reconstruindo a situao que existiria se no fosse a violao perpeptuada;.Sano pecuniria compulsria enquanto no cessar a concorrncia.O dever de no concorrncia tambm se aplica cesso de explorao;CESSO DE EXPLORAO E LOCAO DO ESTABELECIMENTO.CESSO DA EXPLORAO: tranferncia temporria do establecimento, efectuada a qualquer ttulo (ex: comodato);.LOCAO DO ESTABLECIMENTO: implica a cesso de establecimento titulado por um negcio decalcado da locao, designadamente com uma obrigao perodica de pagamento de retribuio, tipo renda; uma modalidade de cesso de explorao (1109 - negcio atpico)LOCAO DO ESTABELECIMENTO.Quando instalado em local arrendado, ela no carece de autorizao do senhorio (1109/2); embora lhe deva ser comunicada no prazo de um ms (problemtica de se poder aplicar analgicamente o prazo da locao de establecimento ao trespasse - no).H um subarrendamento na locao de estabelecimento;.A cesso de explorao exige um establecimento, sob pena de ser um arrendamento "puro":.Quando a cesso seja declarada nula: a retribuio acordada devida pelo assionrio ao cedente, enquanto subsistir a explorao;.ELEMENTOS QUE SE TRANSMITEM DO ESTABELECIMENTO.No trespasse, gozam as partes de liberdade para excluirem da transmisso alguns elementos do estabelecimento; Todavia, tal excluso no pode abranger bens necessrios ou essenciais para identificar o estabelecimento objecto do negcio de trespasse - desrespeitando-se o mbito mnimo (necessrio ou essencial) de entrega; impossibilitado fica o trespasse; o objecto do negcio translativo sero ento singulares bens de um estabelecimento, no o prprio establecimento;.MBITO: Mnimo (bens essenciais que tm de ser transmitidos sob pena de no haver trespasse); Natural (bens que transmitem independentemente da conveno); Convencional; .mbito Natural: os elementos que s transmitem naturalmente com o estabelecimento trespassado, isto , os meios transmitidos ex silento, independentemente da estipulao ad hoc; Tais bens, no havendo clasulas a exclui-los, entram na esfera jurdica do trespassrio;.Nome, insgnia do estabelecimento, logotipo e marcas: se figurar o nome individual necessria clasula para a sua transmisso; Logo, se no constar o nome do titular, ela transmitida naturalmente com o respectivo estabelecimento, no precisando de clasula ad hoc (304 -P, C da propriedade industrial);.Bens do estabelecimento: trespassado o estabelecimento, fica o trespassante obrigado a entregar o complexo de bens que o compem (ex: mquinasm mobilirio, mercadorias, etc);.O Prdio: a forma de trespasse escrita (1112/b), logo, para ser transmitido o dto de propriedade seria necessria escritura pblica, e tal seria um ndicio de que as partes pretendiam a transmisso do imvel;.Interpretao da vontade das parte (236 CC);.Tambm um ndicio o valor convencionado pelas partes;.No entanto, ningum est obrigado a transmitir o imvel em caso de trespasse;.Com todos os indcios, deve concluir-se que a propriedade do prdio naturalmente transmitida com o estabelecimento;.Prestaes Laborais: transmite-se a posio jurdica de empregador para o novo adquirente, relativamente aos contratos de trabalho dos trabalhadores a ele afectos (285/1 C trabalho); uma transmisso obrigatria, transmitindo-se sempre com o estabelecimento;.Transmisso da posio do locatrio financeiro: (1112 CC e DL n149/95, de 24 de Junho).No for um bem de equipamento;.Bem de equipamento: bens necessrios, afectos ao funcionamento do estabelecimento (1112 - no tem que haver consentimento do locador financeiro);.Tem de se ver se as partes querem transmitir: interpretao da vontade das partes (declaratria normal);.Saber fazer (know how): elemento com valor econmico, elemento do estabelecimento; Deve ser comunicado/transmitido pelo trespassante ao trespassrio, sendo tal dever um efeito natural do negcio de trespasse (ex: receita);.Firma: no se transmite, tem de haver autorizao expressa do trespassante (44/1 RNPC).Os Contratos: posies contratuais do trespassante ligados explorao do estabelecimento; necessrio o acordo entre trespassante e trespassrio e o consentimento do contraente cedido (o terceiro) - 424 CC;.Crditos: o que se tem de receber de outrm; crditos do trespassante ligados explorao da emrpesa, mas cujos objectos no sejam meios do estabelecimento no devem considerar-se elementos ou meios empresariais; Podem ser transmitidos juntamente com o establecimento desde que trespassante e trespassrio nisso concordem; 577/1 (no precisa do consentimento do devedor);.Dbitos: o que se est a dever a outrm; resultantes da explorao do estabelecimento;.595 CC: a transmisso a ttulo singular de dvidas referentes a estabelecimentos s pode verificar-se por acordo entre trespassante e trespassrio "ratificado" pelos credores ( Assuno de dvidas).Se as partes quiseram ou no transmitir a dvida;.Se h ou no consentimento do credor: Se houver, o credor pode ir logo ao novo devedor (trespassrio), se no houver consentimento esto os dois (trespassante e trespassrio) obrigados (responsabilidade solidria) - 595/2 CC