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Evento apresentará projetos inovadores para investidores nas áreas de fitoterápicos, alimentos funcionais e agricultura. ANO VI - EDIÇÃO N o 355 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 16 de setembro de 2014 Págs. 9 e 10 BIOTECNOLOGIA Fórum destaca oportunidades de negócios Preocupação com os aspectos sociais e ambientais está cada vez mais presente na agenda das organizações que visam a lucros. Reflete, também, boa governança organizacional. OPINIÃO A Arborização de Fortaleza Para o ambientalista Antônio Sérgio, a Cidade é “péssima” nesse quesito. “Aqui, árvores e verde são destratados há várias décadas, desde o fim da Belle Époque pelos anos 30 do século passado.” Pág. 12 RESPONSABILIDADE SOCIAL Págs. 6, 7 e 8 No Ceará, empresas já são consideradas socialmente responsáveis DIVULGAÇÃO

O Estado Verde - Edição 22343 - 16 de setembro de 2014

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde - Edição 22343 - 16 de setembro de 2014

Evento apresentará projetos inovadores para investidores nas áreas de fitoterápicos, alimentos funcionais e agricultura.

ANO VI - EDIÇÃO No 355FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 16 de setembro de 2014

Págs. 9 e 10

BIOTECNOLOGIA Fórum destaca oportunidades de negócios

Preocupação com os aspectos sociais e ambientais está cada vez mais presente na agenda das organizações que visam a lucros. Reflete, também, boa governança organizacional.

OPINIÃO

A Arborização de FortalezaPara o ambientalista Antônio Sérgio, a Cidade é “péssima” nesse quesito. “Aqui, árvores e verde são destratados há várias décadas, desde o fim da Belle Époque pelos anos 30 do século passado.” Pág. 12

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Págs. 6, 7 e 8

No Ceará, empresas já são consideradassocialmente responsáveis

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O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Wevertghom B. Bastos. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Sheryda Lopes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

ODM e os ODSA diferença principal entre os ODM’s

e os ODS’s é que os primeiros objeti-vos foram estabelecidos de cima para baixo. No caso dos ODS’s, a proposta sempre foi chegar num processo mui-to mais participativo e no qual todos devem avançar nos processos de de-senvolvimento sustentável, não só os países pobres, mas os países ricos também. São metas que vão além e es-tabelecem uma associação direta entre a preservação dos recursos naturais e o avanço na redução da pobreza e ou na manutenção de riquezas.

Os ODS’s são metas para serem cum-pridas após 2015, depois do cumprimen-to das ODMs, previstas para dezembro de 2015. As novas metas são defi nidas pela ONU, em parceria com governos de vários países. O objetivo é estabelecer diálogos diretamente com a sociedade, poder ouvi-la para saber os anseios e opi-niões sobre as principais prioridades para o mundo. A ONU oferece um site no qual todos podem votar nas suas questões prioritárias e ajudar na construção dessa nova agenda e saber mais sobre o tema: http://bit.ly/pos2015.

HOJEA Organização das Nações Unidas

para Alimentação e Agricultura (FAO) apresenta em Brasília, DF, estudo sobre a insegurança alimentar e nutricional no Brasil e nos demais países da América Latina e Caribe. O relatório tem como ob-

jetivo apresentar de maneira atualizada a situação de má alimentação no mundo e os progressos realizados para o cumpri-mento das metas relacionadas à fome e fi xadas no primeiro Objetivo de Desen-volvimento do Milênio (ODM) e na Cúpu-la Mundial sobre Alimentação (CMA).

IBS 2014O evento, “16th International Biotech-

nology Symposium and Exhibition” (IBS 2014) que começou domingo (14), no Centro de Eventos em Fortaleza, é desta-que na Agenda do Itamaraty. Pela primei-ra vez, o simpósio – considerado o maior do mundo no segmento – acontece no Brasil., A frente do IBS 2014, o professor e pesquisador cearense, Osvaldo Carioca, da UFC. Não deixe de ler sobre o assunto na edição de hoje d’O Estado Verde.

KIT EDUCAÇÃOO Ministério da Educação (MEC) deve

começar a distribuir, a partir de 2015, kits didáticos às escolas públicas do ensino médio na tentativa de estimular a educação científi ca em sala de aula. Ini-cialmente, os kits atendem às áreas de biologia, física, matemática e química.

Refl exão: “A sustentabilidade não é uma ideia nova, nem é uma fórmula mágica capaz de reverter a destruição das fl orestas, a poluição das águas, o aquecimento global ou a deterioração da qualidade de vida das futuras gera-ções.” Advogado Curt Trennepohl, ex--presidente do Ibama.

Na próxima semana, as negociações globais sobre desenvolvimento sustentá-vel contarão com um encontro estratégico, quando chefes de Estado e de Go-verno de todo o planeta assumirão os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) em debate geral na sede das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.

A luta contra a pobreza extrema teve um grande progresso em função dos Ob-jetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM), no entanto, mais de um bilhão de pessoas continuam a viver em situação de pobreza extrema e a desigualdade e exclusão social vêm se ampliando na maioria dos países.

A estimativa é que em 2050 a população mundial chegue a nove bilhões de pesso-as e o GDP global (sigla em inglês para “Global Gross Domestic Product”) a mais de 200 trilhões de dólares e por isso esta é mais uma razão para a urgência de o planeta atingir os ODS’s – dentre os quais acabar com a miséria, aumentar a inclusão social e sustentar o planeta, ações que exigem boa governança, pública e privada.

SEM PRECEDENTES

Coluna Verde

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de setembro de 2014

VERDE

16 DE SETEMBRO•DIA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO• A data surgiu com o “Protocolo de Montreal” assinado por 46 países em 16/09/1987 na cidade canadense que deu nome ao documento. As nações comprometeram-se a parar de produzir o gás clorofl uorcarbono (CFC), apontado como o maior responsável pela destruição da fi na camada de gás ozônio (O3) localizada na estratosfera que protege a Terra dos raios ultravio-leta. Diariamente, a Nasa mede as alterações na camada e publica na página www.ozonewatch.gsfc.nasa.gov/.

•DIA INTERNACIONAL PARA A PREVENÇÃO DE DESASTRES NATURAIS • Mais de 90% das catástrofes que ocorrem atualmente no mundo estão ligadas à Água: ou porque falta, no caso das secas, ou porque há demasiada, no caso das cheias, ciclones, furacões e tufões. Segundo a Estratégia Interna-cional para a Redução dos Desastres das Nações Unidas, “durante a última década: 4777 desastres naturais fi zeram 880 mil mortes, afetaram a vida a 1880 milhões de pessoas”.

19 DE SETEMBRODIA MUNDIAL PELA LIMPEZA DA ÁGUA

• Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) data propõe a melhor compreensão das necessidades de preservação da qualidade e limpeza da água dos lagos e rios.

20 DE SETEMBRODIA MUNDIAL PELA LIMPEZA DAS PRAIAS - CLEAN UP DAY

• Acontece todo terceiro sábado de setembro, desde 1989. Os primeiros esforços para realização dessa iniciativa aconteceram na Austrália, mas logo encontraram apoio nos Estados Unidos e hoje, ocorre em quase todos os pa-íses do mundo. O fundador da iniciativa foi o ambientalista Ian Kiernan, que durante uma volta ao mundo em um iate fi cou horrorizado com a quantidade de lixo sufocando os oceanos do mundo.

DE 21 A 26 DE SETEMBROSEMANA DA ÁRVORE NO SUL DO BRASIL

•No hemisfério sul, o dia 21/09 marca a chegada da Primavera, estação onde a natureza parece recuperar toda a vida que estava adormecida pelos dias frios de inverno. O Decreto Federal nº 55.795 de 24/021965, institui em todo território nacional a Festa Anual das Árvores, em substituição ao chamado Dia da Árvore na época comemorado no dia 21 de setembro.

DE 22 A 27 DE SETEMBROCURSO GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS (CGGRSI)

• Ministrado por Francisco Alexandre Rocha Pinto, o tem número limitado de vagas e acontece no período de 22 a 27 de setembro, das 17:30 horas às 21:30 na Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), Rua Pa-dre Luís Figueira, 659, Aldeota. Dia 27, o curso encerra com visita técnica a uma indústria que realiza Gestão dos Resíduos Sólidos Industriais. Mais Informa-ções com Geovar, telefones (85) 8786 5017, e.mail: [email protected].

AGENDA VERDE

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POR TARCILIA [email protected]

A mais importante publicação anual da Conferência das Na-ções Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD)

foi lançada no Rio. O Relatório sobre Comércio e Desenvolvimento 2014 (TDR, na sigla em inglês), que analisa as atuais tendências econômicas mundiais foi lançado dia 10 de setembro, no Cen-tro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) e destaca o pa-pel que as políticas comerciais e indus-triais proativas podem desempenhar na agenda de desenvolvimento pós-2015.

Aponta para várias políticas que, na dinâmica de mudança da economia mundial, podem ajudar a alcançar um crescimento sustentável de renda, ple-no emprego, redução da pobreza e ou-tros resultados socialmente desejáveis. Segundo o documento, o resultado da economia global esperado para 2014 é “uma melhoria modesta” em relação à expansão de 2,3% averiguada em 2012 e 2013. O documento classifi ca as políti-cas promovidas para a recuperação glo-bal até aqui como “não só inadequadas, como inconsistentes”.

A Ásia e África Subsaariana são re-giões com maior crescimento previsto em 2014 – acima de 5,5% -, enquanto países desenvolvidos mantinham uma previsão de crescer em torno de 1,8%.

Já o crescimento na América Latina e no Caribe foi previsto em torno de 2%. Para o Brasil, a previsão de crescimento em 2014 foi de 1,3%. Segundo a enti-dade, economias em transição devem ter o pior desempenho, com crescimento estimado em 1% em 2014.

R e s p o n s á v e l por divulgar o relatório em coletiva no Rio, Anto-nio Carlos Macedo e Silva, pro-fessor do Instituto de E c o n o m i a da Unicamp e ex-pesqui-sador da Unc-tad, frisou que as projeções de cresci-mento, compiladas em julho, devem ser revistas para baixo. A entidade critica o que chamou de continuidade do domínio fi -nanceiro sobre a economia real e afi rma que para romper com o período prolon-gado de baixo crescimento é necessário fortalecer a demanda agregada através do crescimento real dos salários e uma distribuição mais igualitária da renda. “O problema é que estamos crescendo com base nas mesmas políticas dos países cen-

trais, que jogam lenha na mesma fogueira que deu na crise de 2008”, disse Macedo, durante lançamento.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Enquanto a comuni-dade internacional

começa a defi-nir um novo

conjunto de objetivos de d e s e n v o l -v i m e n t o , é funda-m e n t a l que os paí-ses tenham autonomia

política su-ficiente para

fazer frente às ambições ainda

maiores de qual-quer nova agenda,

enfatiza a UNCTAD em seu Relatório.

Com um novo conjunto de amplos ob-jetivos de desenvolvimento sustentável já proposto em Nova York, uma agenda de desenvolvimento pós-2015 não será factível sem a disponibilidade de mais instrumentos e maior fl exibilidade na defi nição de políticas. Segundo o docu-mento, quatro elementos de uma abor-dagem mais fl exível para a escolha, de-

sign e implementação de políticas, são necessárias para atingir o novo conjun-to de metas de desenvolvimento:

- Em primeiro lugar, as questões de po-lítica industrial; mesmo os países desen-volvidos estão novamente reconhecendo seu papel na promoção do crescimento da produtividade, incentivar a inovação e criação de empregos decentes.

- Em segundo lugar, nas economias dependentes de commodities, como é o caso do Brasil, a conversão dos rendi-mentos dos recursos naturais em cres-cimento sustentado e a transformação estrutural, exigirá acelerar a industria-lização através de um alto nível de in-vestimento bem como incentivar uma ligação virtuosa entre o comércio e a acumulação de capital.

- Em terceiro lugar, as cadeias de valores globais estão se espalhando e podem abrir novas oportunidades para o desenvolvimento industrial e criação de emprego -, mas isso não deve significar simplesmente alinhar as medidas de políticas para atender aos interesses das empresas.

- Por fi m, os efeitos sobre o desenvol-vimento de estratégias de crescimen-to liderado pelas exportações de modo mais geral parecem estar perdendo força desde a Grande Recessão, devido à desaceleração do crescimento nos pa-íses desenvolvidos e uma menor elasti-cidade da sua demanda por importações de países em desenvolvimento.

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de setembro de 2014

VERDE

ONU lança no Rio relatório sobretendências econômicas mundiais

ECONOMIA GLOBAL

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4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de setembro de 2014

VERDE

AMAZÔNIA LEGAL

A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Muni-cipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), realiza,

hoje (16/09), às 9 horas, no auditório do órgão, o Fórum Mensal de Urba-nismo e Meio Ambiente, abrindo a Se-mana Municipal da Mobilidade 2014. A titular da Seuma, Águeda Muniz, o secretário de Conservação e Serviços Públicos, Luiz Alberto Sabóia, e o se-cretário de Infraestrutura, Samuel Dias, irão expor as ações da gestão municipal relacionadas ao tema.

O Fórum é gratuito e aberto a toda a população, sendo um espaço de debate sobre os mais importantes assuntos que permeiam Fortaleza. Durante a Sema-na, outras atividades serão realizadas em parceria com diversos órgãos mu-nicipais, a exemplo da inauguração do prolongamento da ciclofaixa da Avenida Santos Dumont (entre as ruas Nogueira Acioly e Nunes Valente), que ocorrerá em 22 de setembro, Dia Mundial Sem Carro. A iniciativa é uma das ações do Plano de Ações Imediatas para Trans-porte e Trânsito de Fortaleza (PAITT) proposto pela gestão municipal.

Ainda dentro da programação, ocor-rerá o I Passeio Ciclístico “Paz no Trânsito”, promovido pela Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públi-cos e Cidadania (AMC), no domingo (21/09), às 7h30min, com percurso de 12 quilômetros; o credenciamento de deficientes físicos e idosos por meio da unidade móvel da AMC, que estará na

Avenida Beira-Mar; e uma ação educa-tiva nos terminais de ônibus pela Em-presa de Transporte Urbano de Forta-leza (Etufor), na quarta-feira (17/09).

SERVIÇOFórum Mensal de Urbanismo e MeioAmbiente e Abertura da Semana da Mobilidade 2014Data: 16.09.2014 (terça-feira)Horário: 9 horasLocal: auditório da SeumaAv. Deputado Paulino Rocha, 1343, Cajazeiras

Confi ra Programação da Semana daMobilidade 2014 no site:http://www.oestadoce.com.br/o-estado-verde/

O desmatamento volta a crescer na Amazônia, a boa notícia é que foi pe-queno. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) o mapea-mento e o cálculo da taxa de derrubada de fl oresta na Amazônia Legal para o período agosto/2012 a julho/2013, de acordo com as atividades realizadas no âmbito do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), computou uma taxa de 5.891 km2/ano. Representa a segunda menor taxa de desfl orestamento registrado na região desde que o Instituto começou a medi-la, em 1988.

O valor da taxa consolidada, obti-da após o mapeamento de 216 cenas do satélite americano Landsat 8/OLI, é aproximadamente 1% acima d es-timado pelo Inpe (www.inpe.br) em dezembro de 2013, que foi de 5.843 km2, cálculo gerado com base em 86 imagens do mesmo satélite e que co-briram a área em que foram registra-dos mais de 90% do desmatamento no período anterior (agosto/2011 a julho/2012) e também os 43 muni-cípios referidos no Decreto Federal 6.321/2007 e atualizado em 2009.

De acordo com o noticiado no site do Ministério do Meio Ambiente (MMA), a partir do número consolidado pelo Prodes, o Comitê Técnico Científi co do Fundo Amazônia (CTFA) validou na úl-tima quarta-feira (10/09) o cálculo das reduções de emissões de CO2 oriundas do desmatamento, que fi cou na ordem de 516 milhões de toneladas de CO2 –

uma redução de 64% em relação ao re-ferencial adotado. O CTFA é formado por cientistas de notório saber.

EMISSÕESCom o resultado, o Brasil poderá re-

ceber até 2,5 bilhões de dólares em pa-gamentos por redução de emissões de desmatamento alcançados na região da Amazônia Legal, baseado em dados do Fundo Amazônia, que adota o valor de US$ 5,00 por tonelada de CO2 para captação de recursos de doações junto aos governos estrangeiros, empresas, instituições multilaterais, organizações não governamentais e pessoas físicas. O cálculo das emissões provenientes do desmatamento pelo Fundo Amazônia toma como base a média de carbono na biomassa de 132,3 tC/ha.

Quem mais desmatou foi o estado do Pará. A tabela abaixo apresenta a distri-buição da taxa de desmatamento nos es-tados que compõem a Amazônia Legal:

Fórum abre Semana Municipal 2014

O desmatamento cresceu,mas foi o menor em 25 anos

MOBILIDADE

ESTADO

ACREAMAZONASAMAPÁMARANHÃOMATO GROSSOPARÁRONDÔNIARORAIMATOCANTINSAMAZÔNIA LEGAL

DESMATAMENTO (KM2)

22158323

4031.1392.34693217074

5.891

Desflorestamento ou desmatamento é o processo de destruição das florestas através da ação do homem. Ocorre, geralmente, para a exploração de madeira, abertura de áreas para a agricultura ou pastagem para o gado. A queimada ilegal é o processo mais utilizado para o desflorestamento. Fontes: Inpe e MMA

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*MARCUS NAKAGAWA

Atualmente as questões sociais estão tendo relevância cada vez maior no Brasil. As mani-festações em 2013 em prol da

saúde, educação, transporte e mobili-dade, moradia, entre outros, acabaram se chocando com a realidade do padrão FIFA de qualidade da Copa do Mundo de 2014. Muitos achavam que não era possível realizar um evento deste porte envolvendo tantos recursos e cidades do país. A ideia aqui não é discutir este confronto, mas sim a grande mobiliza-ção e a visibilidade dos temas sociais do nosso país, seja de uma forma pejo-rativa ou construtiva.

A resolução destes temas está crian-do novas oportunidades de negócios e carreiras para aqueles empreendedo-res que querem realizar algo inovador e que tenha a ver com os seus valores pessoais. Um destes caminhos é desen-volver empresas ou organizações que façam negócios com impacto social.

Este tipo de negócio somado com o tema das fi nanças sociais foram deba-tidos durante dois dias em maio deste ano, durante o primeiro Fórum Brasilei-ro de Finanças Sociais e Negócios de Im-pacto, realizado na cidade de São Paulo. Com o principal objetivo de fortalecer o ecossistema destas atividades no Brasil, o evento trouxe muitos exemplos, casos de sucesso e pensadores sobre o tema.

É um movimento que está em cons-tante crescimento e já existem muitos empreendedores neste estilo de vida, uma mescla de técnicas de negócios com melhorias sociais e valores pessoais.

Segundo Janelle Kerlin, professora da Universidade do estado da Geór-gia, o conceito de negócio com impac-to social incluiria qualquer atividade empresarial que tenha impacto social dentro de sua ação de negócios. Eles podem assumir diferentes formas jurí-dicas: corporações, empresas limitadas e organizações sem fi ns lucrativos.

Diferentemente da ideia de negócios sociais do Nobel da Paz Muhammad Yunus, que considera que existem dois tipos de empresas sociais: o primeiro é o de empresas cujo foco é proporcionar um benefício social, em vez da maximi-zação dos lucros para os proprietários. O segundo tipo de empresa social funciona de modo bem diferente: são as que visam a maximização dos lucros e pertencem a pessoas pobres ou desprovidas de recur-sos. Nos dois casos são empresas neces-sariamente com fi ns de lucro.

Mais do que os conceitos e termino-logias, esta nova forma de se lidar com a gestão e o empreendedorismo pen-sando em resolver problemas do mun-do é a grande mudança. O que gera nos

líderes, gestores e empreendedores a oportunidade de realizar algo com as competências técnicas aprendidas na Academia, juntamente com a sua cren-ça e valores pessoais.

Um ótimo exemplo também é a mar-ca de tênis Vert que, além de bonitos e confortáveis, são desenvolvidos em Paris e fabricados no Brasil, como diz na própria etiqueta. A sua preocupação com o meio ambiente na fabricação, no material, no ponto de venda, e a aposta no comércio justo já rendeu um fatu-ramento de mais de R$ 18 milhões por ano. A empresa criada por dois france-ses lançada na Europa em 2004, possui uma fábrica em Novo Hamburgo (RS). Apesar de vários anos no mercado só passou a ser vendido no Brasil em ou-tubro de 2013. Os tênis tem como base o algodão orgânico do semiárido nor-destino e a borracha da região amazô-nica do Acre. A compra é feita dire-tamente com os produtores, fazendo com que estes recebam até 65% acima do valor de mercado por não ter inter-mediários. Este é um dos exemplos dos processos sustentáveis na empresa e que ajudam os problemas sociais rea-lizando o desenvolvimento territorial real diretamente com a sua população.

Atualmente, a empresa já possui um portifólio de 42 calçados e a produção anual em 100 mil pares no ano de 2013. Isso é aliar negócios com questões so-ciais e ambientais.

Para reforçar ainda mais esta tendên-cia, temos ações de grandes empresas como a Unilever que fez recentemente uma chamada parao Prêmio Unilever de Sustentabilidade, voltado para Jo-vens Empreendedores, para incentivar jovens a buscar soluções inovadoras por meio de produtos, serviços ou apli-cações sustentáveis e com potencial para ganhar escala, que tenham o ob-jetivo de reduzir impactos ambientais, melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas ou melhorar suas condições de vida e trabalho, considerando a de mudanças em seus hábitos ou práticas.

É isso aí, vamos juntar cada vez mais empreendedorismo, negócios e im-pacto social. E você, qual problema do mundo vai ajudar a resolver?

*Marcus Nakagawa é sócio-diretor da iSetor; professor da ESPM; idea-lizador e presidente do conselho deli-berativo da Abraps; e palestrante so-bre sustentabilidade e estilo de vida. www.marcusnakagawa.com

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Empreendedor de negócios com impacto social

OPINIÃO

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6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de setembro de 2014

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Preocupação com os aspectos sociais e ambientais estão cada vez mais presentes na agenda das organizações que visam lu-

cros. A mudança teve que acontecer, já que os cuidados na hora de fechar negó-cios passaram a ser outros e o desempe-nho da empresa em relação à sociedade em que opera e o impacto que a mesma causa ao meio ambiente tornou-se uma parte crucial na avaliação do desempe-nho geral e da capacidade empresarial de continuar a operar de forma efi caz.

No Ceará, algumas empresas já são consideradas responsáveis socialmente e isso não tem a ver apenas com proje-tos de educação e de saúde, mas com transparência na administração, pre-ocupação com os funcionários, cuida-do com o meio ambiente e respeito à diversidade étnica e de gênero, refl ete o reconhecimento, cada vez maior, da necessidade de assegurar ecossistemas saudáveis, igualdade social e boa go-vernança organizacional.

A fi lantropia de antes foi substituída pela Responsabilidade Social (RS), en-tendida como um o compromisso éti-co que algumas organizações têm com seus stakeholder ou partes interessa-das (clientes, fornecedores, sindicatos, ONG’s, toda parte que se relacione com a empresa), esse compromisso é intro-duzido no modelo de estratégias empre-sariais e passa a fazer parte de todas as ações de negócio a partir desse conceito.

ASSISTENCIALISMO OU RESPONSABILIDADE SOCIAL

De acordo com a doutora Célia Bra-ga, professora do curso de economia da UFC, quando a empresa faz essa pers-pectiva, ela passa a respeitar seus co-laboradores e a mostrar que não tem compromisso apenas com o lucro. Ela explica a diferença entre assistencia-

lismo e RS, afi rmando que são níveis diferenciados de ações dentro das em-presas. “No assistencialismo e na fi lan-tropia, a empresa faz alguma benfeito-ria, em determinado momento, mas não se preocupa com o futuro desta pessoa, ou deste grupo. A fi lantropia é ultrapas-sada e perigosa. Uma empresa pode ser boa para a comunidade, mas péssima com seus funcionários e acionistas.”

Já a visão de responsabilidade social empresária é diferente. A organização, não dá apenas uma ajuda, mas desen-volve esta pessoa para que ela adquira cidadania e se construa sozinha. “Ou seja, a RS é um agente de transformação do ser humano, enquanto o assistencia-lismo pode ser visto como uma ajuda fi nanceira, apenas”, explica.

Ela lembra que a RS não exime as em-

presas de fazerem atividades fi lantrópi-cas, pois estas atividades são necessá-rias em determinadas comunidades. As ações de responsabilidade social são fei-tas objetivando resultados, mudanças na vida dos envolvidos, geram impac-tos sociais e econômicos na vida destas pessoas. Se uma empresa quer se tornar competitiva nacionalmente ou global-mente, tem de pensar em tudo isso.

No Ceará, empresas já são responsáveis socialmente

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Organizações cearenses administram os impactos de suas decisões e atividades, levando em conta a expectativa das partes interessadas e o meio ambiente

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7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de setembro de 2014

VERDE

GRUPO AÇO CEARENSEUma das empresas que se destacam

em projetos sociais e de meio ambiente é o Grupo Aço Cearense. Assumindo um compromisso com o desenvolvimento sustentável, por meio do alinhamento dos seus negócios e de uma gestão so-cialmente responsável, a empresa vem contribuindo para o desenvolvimento do Brasil nas regiões onde atua. Criado em março de 2010, o Instituto WMA é responsável por todas as ações de cunho social, educacional, esportivo e ambiental do Grupo.

A presidente do instituto, Rosemeire Matos, vê inúmeras vantagens em mo-nitorar permanentemente os impactos econômicos, sociais e ambientais das atividades da companhia e comemora os resultados. “Com aproximadamente 4 milhões investidos nos últimos anos, mais de 100 instituições foram atendi-das, totalizando 32 mil pessoas bene-fi ciadas. Entre as ações do Instituto, destacamos a recuperação de depen-dentes químicos, as-sistência a pessoas em situação de risco, garan-tia e defesa dos direitos da criança, do adolescente e do idoso, formação p r o f i s -sional e in- serção no mercado de trabalho, geração de renda e opor-tunidade de tra-balho, recupera-ção social do preso e na promoção da saúde integral do ser humano”, de-staca.

Nesse contexto, um dos projetos é o Reforma Solidária, que envolve obras de construção civil, doação de mobílias e eletrodo-mésticos e outras ações para proporcionar moradia digna a famílias de Fortaleza e região metropolitana. Orientado pe-los Oito Objetivos do Milênio (ODM), da Organização das Nações Unidas (ONU), o Instituto WMA tam-bém participa de iniciativas de preservação ambiental e incen-tiva o voluntariado e as parcerias para o pleno exercício da cidadania.

COELCECom mais de dez projetos sociais,

a Coelce, também é considerada uma

empresa responsável socialmente. A terceira maior distribuidora de ener-gia do Nordeste trabalha o tema como política, dentro do seu plano estratégico desde 2004. Uma perspercitva de longo

prazo que envolve não só os as-pectos econômicos e fi -nanceiros, mas também

os sociais e ambientais. A Companhia leva ener-

gia a 99,9% da população do Ceará e entende que seu négocio está atrelado ao desenvolvimento. De acordo com a especi-

lista em sustentabilidade

da Coelce, Débora Pinho, as ações dos projetos são desenvolvidas em três vertentes: educação, cultura e acesso a energia, pois entendem que esses são fatores de inclusão e desenvolvim-ento social. “Estimulamos o consumo seguro e inteligente de energia para evi-tar o desperdício”.

Prova disso, é o Projeto Troca Efi -ciente, focado no uso conscien-

te de energia elétrica que troca geladei-ras da população inserida no Programa Baixa Renda. Com três anos de existên-cia, a Coelce já benefi ciou comunidades de 63 municípios cearenses, trocando mais de 55 mil geladeiras. Além disso, a empresa também investe acima de 10 milhões por ano em projetos culturais, por entender que cultura é um fator de desenvolvimento.

Débora explica que pesquisas são re-alizadas junto aos consumidores, para mensurar a colaboração da empresa para o desenvolvimento da região. “Temos uma pesquisa anual feito pela Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação (ABRAT), que contempla 12 indicadores sociais. Temos também indicadores de ima-gem, junto a líderes de opinião (líderes comunitários, políticos, imprensa e grandes clientes) que dentro do con-junto de perguntas tem perguntas relacionadas ao posicionamento em relação à responsabilidade social da empresa e os resultados são sempre satisfatórios”, comenta.

A norma ABNT ISO 26000 propõe sete princípios, que procuram sintetizar as orientações básicas de gestão e conduta para que as organizações consigam alcançar seus objetivos de negócios com responsabilidade social. Por esse motivo, são abrangentes e respondem às demandas de diversos segmentos da sociedade, a fi m de potencializar a organização como promotora de uma nova economia, inclusiva, verde e responsável. São eles:

1. Accountability (Prestação de contas)2. Transparência3. Comportamento ético4. Respeito aos interesses das partes interessadas5. Respeito pelo estado de direito.6. Respeito às normas internacionais de comportamento7. Respeito pelos direitos humanos

Fonte: ABNT ISO 26000

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8 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de setembro de 2014

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C. ROLIM ENGENHARIAOutra empresa que vê a dimensão

da RS como um dever inerente a toda instituição e algo que vai além do as-sistencialismo, é a C. Rolim Engenhar-ia. Agraciada com o Prêmio CBIC de Responsabilidade Social – Categoria Empresa, a construtora insere a RS no seu dia-a-dia visando promover o bem-estar geral e a melhoria da qualidade de vida da população.

Segundo a diretora comercial e de marketing da empresa, Ticiana Rolim, além de inserir itens de sustentabi-lidade em cada um dos seus projetos, a C. Rolim Engenharia, não abre mão do lado humano, de preservar o meio ambiente, cuidar da conservação da cidade, proporcionando bem-estar às partes interessadas. “Acreditamos que o compromisso socioambiental estende-se numa dimensão macro, que vai desde a rua, o bairro em que o em-preendimento está localizado à própria cidade em que constrói”. Ela lembra que a empresa também faz questão de investir no desenvolvimento profi s-sional dos colaboradores e realiza um intenso trabalho social.

Um dos projetos da construtora é o Mutirão do Bem, cujo maior objetivo é valorizar o local onde seus colabora-

dores moram, com ações que promo-vam um ambiente mais agradável e que estimulem e deem suporte ao indi-víduo. “Entre as diversas ações, a em-presa disponibiliza auxílio fi nanceiro para reforma da casa dos colaborador-es participantes do programa. O Mu-tirão do Bem, inclusive, conferiu neste ano o Prêmio de Responsabilidade So-cial – categoria Empresa à C. Rolim Engenharia da CBIC, recebido pelo di-retor técnico da construtora, Alexandre Mourão, das mãos da presidente Dilma Rousseff”, comenta.

DISSEMINAÇÃOA professora Célia Braga ressalta que

as empresas precisam disseminar essa cultura de responsabilidade social, in-ternamente, pois quem primeiro tem que comprar a proposta são os cola-boradores. “Responsabilidade social não é apenas contratar uma consulto-ria e coloca-la dentro da empresa, não funciona dessa forma. Ela tem que ser uma realidade, um compromisso en-tre os gestores e os funcionários, to-dos precisam acreditar nesta política. Se isso não acontecer, os resultados podem ser insatisfatórios e respingar negativamente na empresa. É uma faca de dois gumes” acrescenta.

Características essenciais de Responsabilidade SocialIncorporação por parte da orga-

nização de considerações sociais e ambientais nas suas decisões tornando-se responsável pelos im-pactos e decisões de suas ativida-des na sociedade e meio ambiente. Responsabilidade Social envolve uma compreensão das expectativas amplas da sociedade.

Expectativas da sociedade: valores éticos amplamente compartilhados através do respeito às normas interna-cionais de comportamento (Declara-ção Universal dos Direitos Humanos; Convenções e Tratados da OIT, Decla-ração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; Declaração de De-senvolvimento Sustentável de Johan-nesburg).

Engajamento com partes interes-sadas é fundamental para Respon-sabilidade Social.

Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade SocialDesenvolvimento Sustentável é um

conceito amplamente aceito que ga-nhou reconhecimento internacional através da publicação em 1987 do relatório da Comissão das Nações Unidas em Desenvolvimento e Meio Ambiente: Nosso Futuro Comum.

Desenvolvimento Sustentável sig-nifica atender a necessidade das so-ciedades vivendo no limite ecológico do planeta sem ameaçar a habilida-de da geração futura em atender nas suas necessidades. Através de três dimensões interdependentes: eco-nômica, social e ambiental.

Conceito refl ete as expectativasamplas da sociedadeResponsabilidade Social tem a or-

ganização como foco e diz respeito à responsabilidade da empresa com a sociedade e o meio ambiente. O objetivo final da atuação socialmen-te responsável é contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Fonte: ABNT ISO 26000

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POR JESSICA [email protected]

Promover o intercâmbio e a transferência de tecnologias entre os ofertantes de solu-ções tecnológicas, empresas,

startups e investidores, para aumen-tar a competitividade dos setores pro-dutivos impactados pela Biotecnolo-gia. Esses são os principais objetivos do BioBusiness Forum, fórum de ne-gócios em biotecnologia, que iniciou ontem (15), em Fortaleza, e vai até o dia 19 de setembro, no Centro de Eventos do Ceará, durante o 16o Sim-pósio Internacional de Biotecnologia – IBS 2014, maior evento do mundo no segmento. O evento foi programa-do com diversas palestras que estão acontecendo no auditório principal e dois encontros de negócios: Biobusi-ness Meeting e Demo Day.

O Biobusiness Meeting constará de reuniões temáticas de negócios, que serão realizadas simultaneamente, amanhã (17), das 9h40 às 12h30, nas seguintes áreas: fi bras naturais e ce-ras, fl oricultura, fruticultura, leite e de-rivados, apicultura, aquicultura, trigo, ovino e caprinocultura, química verde, saúde e bioinformática.

Durante o fórum, as empresas terão a oportunidade de descobrir que a so-lução para alguns dos seus problemas pode se encontrar bem perto, em ou-tras empresas ou grupos de pesquisa que dificilmente tem a oportunidade de estabelecer relações e, por outro lado, investidores terão acesso a opor-tunidades de negócio nascentes de in-cubadoras de empresas.

Segundo Fátima Ludovico, organiza-dora do Fórum, “será muito interessan-te à participação das empresas cearen-ses nestes eventos para que haja trocas

de experiências, problemas e soluções. E elas não devem perder esta oportuni-dade, já que este evento tão importante acontece aqui”, ressalta.

NEGÓCIOS INOVADORESNo dia 18, a partir das 8h30, será o

Demo Day, com apresentações de dez oportunidades de negócios inovadores ligados à Biotecnologia e que podem representar oportunidade de investi-mentos no setor. São tecnologias de ponta, principalmente, na área de saú-de, fi toterápicos, alimentos funcionais

e agricultura. Praticamente todas com patentes depositadas e maduras para serem lançadas no mercado, algumas já estabelecidas, mas buscando fi nan-ciamento para crescer. O Fórum será um passo importante para dinamizar o bionegócio no Ceará.

Durante o Demo Day, haverá, ainda, palestra da Gestora Regional do BN-DES, Roberta Mota, sobre as oportuni-dades de investimento em biotecnolo-gia e em startups, com destaque sobre linhas específi cas de apoio para esse tipo de investimento.

Renata Crespo, coordenadora do Demo Day, acredita que muitos fi carão surpresos com a qualidade e criativi-dade dos negócios que verão durante o evento. Uma das responsáveis pela se-leção dos projetos, Renata ressalta que os produtos e serviços que serão apre-sentados são inéditos e diferenciados. “A maioria não possui concorrente no mercado nacional e alguns são inéditos a nível internacional, possuem um cla-ro diferencial tecnológico e mercado-lógico. Foram selecionados por serem realmente bons negócios”, conclui.

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Fórum de negócios destacaoportunidades de investimento

BIOTECNOLOGIA

Evento apresentará projetos inovadores e tecnologias de ponta para investidores, nas áreas de fi toterápicos, alimentos funcionais e agricultura

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O 16o Simpósio Internacional de Biotecnologia – IBS 2014 foi aberto no domingo (14), para cerca de 400 convidados e prossegue até o dia (19) de setembro, com a participação de mais de mil conferencistas, no Centro de Eventos do Ceará

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O investimento em inovação tecnoló-gica tem se mostrado mundialmente um caminho para acentuado crescimento e valorização de empresas, pois lhes con-fere vantagem competitiva, facilitando a rápida conquista de grandes fatias do mercado. Renata lança um convite “aos investidores cansados de colocar seu dinheiro em imóveis e fundos, para conhecer dez oportunidades de negócio totalmente inovadoras e instigantes”.

O BioBusiness Forum tem o apoio da Confederação Nacional da Indús-tria - CNI, do Sistema Fiec e da Agên-cia de Desenvolvimento do Estado do Ceará – Adece.

ABERTURA DO EVENTOO 16o Simpósio Internacional de Biotec-

nologia – IBS 2014 foi aberto no domingo (14), para cerca de 400 convidados e pros-segue até o dia 19 de setembro, com a par-ticipação de mais de mil conferencistas, no Centro de Eventos do Ceará. A soleni-dade de abertura contou com a presença do pró-reitor de Pesquisa e Graduação da UFC, Gil Aquino; do assessor especial para Assuntos Internacionais do Governo do Estado do Ceará, Hélio Leitão; do pre-sidente do Subcomitê de Biotecnologia da IUPAC, Francesco Nicotra; do sena-

dor Inácio Arruda; do coordenador geral de Biotecnologia e Saúde do Ministério, da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luis Henrique Mourão; do superintendente da Sudene, José Márcio de Medeiros Moua; do presidente da Fiec, Roberto Macêdo; do editor-chefe do journal Biotechnology Advances, Murray Moo-Young e do chair-man do IBS, professor José Osvaldo Be-zerra Carioca.

O pesquisador Francesco Nicotra, da IUPAC, relembrou o histórico do IBS, realizado pela primeira vez em Kyoto, no Japão, em 1972 e agradeceu aos co-legas brasileiros por assumirem o traba-lho árduo de organizar esse Simpósio. “Temos o objetivo de difundir a biotec-nologia pelo mundo”, afi rmou ao lem-brar que o evento já passou por cidades como Berlim, Londres, Nova Deli, Paris, Sidney e Santiago do Chile e agora, em sua 16a edição, acontece pela primeira vez no Brasil, em Fortaleza.

Representando o governo do Estado do Ceará, Hélio Leitão assegurou que o governo do Ceará irá “viabilizar as ideias, planos e projetos que serão discutidos nos próximos dias, na certeza de que os trabalhos resultarão em grandes avanços e benefícios para o Ceará, para o Brasil e para todos os países representados”.

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IBS 2014O evento já realizado em países como

Canadá, Estados Unidos, França, Itália e China, ocorre pela primeira vez no Brasil e reunirá mais de mil pesquisadores de 80 países para discutir assuntos relacio-nados à “Biotecnologia para o Desenvol-vimento da Economia Verde”.

Pesquisadores e convidados irão tro-car experiências, conhecer mais sobre tendências de mercados e inovações em diversas áreas como: Biologia Mo-lecular e Bioinformática; Agronegócios (animal, agricultura e aquicultura); Indus-trial e Biotecnologia Ambiental; Produtos Farmacêuticos e Biotecnologia; Econo-mia Verde: Bioprocessos e Bioprodutos – Biocombustíveis; Cooperação Interna-cional e Biodireito; e Projetos de Inova-ção e Empreendedorismo.

O IBS 2014 é promovido pela Univer-sidade Federal do Ceará e IUPAC, com o apoio da Confederação Nacional da Indústria, Confederação Nacional da Agricultura, ADECE, Centro Internacional de Negócios e FIEC. O evento foi aberto ofi cialmente no domingo (14) e vai até o dia 19, no Centro de Eventos do Ceará.

Durante o fórum, as empresas terão a oportunidade de descobrir que a solução para alguns dos seus problemas pode estar bem perto e, por outro lado, investidores terão acesso a oportunidades de negócio nascentes de incubadoras de empresas

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POR TARCILIA [email protected]

Mesmo dentro de casa não estamos livres da poluição. Mas as plantas podem

ajudar a minimizar o proble-ma, fi ltrando as partículas perigosas que fl utuam no ar. Afi nal, elas não servem apenas para decorar as divisões da casa, mais do que isso, conseguem converter o dióxido de carbono em oxigênio e remover da atmosfera elementos prejudiciais como o ozônio, o ben-zeno e o formaldeído. A capacidade de absorção dos poluentes é tão efi -caz que até a agência es-pacial americana estuda o assunto.

Antes de começar a comprar plantas para tor-nar mais saudável o am-biente da sua casa, convém verifi car quais as que mais se adequam ao seu espaço: se for um fumante, uma dracena ou um clorofi to são as opções certas. Caso seja um colecionador de artes e tenha quadros em casa, o ideal é deco-ra-la com gérberas ou crisântemos. Se por outro lado for um maníaco pelas limpezas, os antúrios vão ajudar a manter o ar livre dos quí-micos dos detergentes.

Confira abaixo algumas dicas de espé-cies que podem melhorar a qualidade do ar da sua residência:

Gérbera: efi ciente na remoção de tricloroe-tileno, substância cancerígena utilizada como solvente nos processos de lavagem a seco. Ela também pode ser usada para reduzir a concen-tração do benzeno, que pode aumentar os ris-cos de desenvolvimento de leucemia. Coloque um vaso dessa planta no seu quarto ou na sua lavanderia, desde que esses cômodos sejam bastante iluminados.

Dracena-de-Madagascar: além de fácil de manutenção, a dracena pode ser utilizada para

a remoção de tricloro-

etileno, xileno e formaldeído, substância

que pode causar irritação dos olhos, nariz, garganta e pele. Pesquisas recentes re-lacionam a longa exposição a esse composto com o aumento da chance de desenvolvimento de esclerose múltipla.

Lírio da Paz: tudo o que essa planta precisa para fl orescer é de um local com pouca ven-tilação e de uma boa sombra. De acordo com um estudo da Nasa, os lírios da paz são muito efi cientes na eliminação dos três gases voláteis mais comuns – formaldeído, benzeno e triclo-roetileno – e também combatem o tolueno, que quando inalado em pequenas quantidades pode causar cansaço, confusão mental, debili-dade, perda da memória e náusea, e o xileno.

O cultivo de plantas quemelhoram a qualidade do ar

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

INDICAÇÃO DE LEITURA

A bióloga, especialista em Administração de Empresas, Mônica Monteiro Klein, acaba de lançar o livro “Reduzir a jornada de trabalho para ajudar nosso planeta?” pela edito-ra Matrix, no qual aborda a redução da jornada de trabalho, bem-estar social, consumismo e preservação ambiental.

O tema faz parte de uma discussão latente no Brasil e despertou a atenção de Mônica Klein, quando ela entrou no site da New Eco-nomics Foundation e deparou com o ar-tigo “21 hours: why a shorter working week can help us all to fl ourish in the 21st century”. Segundo a autora, que também é mestre pela Esco-la Superior de Con-servação Ambiental e Sustentabilidade (Escas), o “artigo trazia uma série de justifi cativas inte-ressantes em defesa da redução da jor-nada de trabalho, tendo como base, principalmente, as experiências e dados obtidos de países desenvolvidos, especialmente o Reino Unido”.

Através da obra, Mônica busca estabelecer um ponto de partida para as discussões no Brasil sobre a viabilidade e efetiva sustentabilidade das propostas de redução de car-ga horária – questionamento ainda sem resposta no País –, sugeridas por economistas ecológicos, uma vez que a maior parte das discussões considera apenas a realidade e as expe-riências de países desenvolvidos.

Título: Reduzir a jornada de trabalho para ajudar nosso planeta?Autor: Mônica Monteiro KleinEditora: MatrixPáginas: 240Edição: 1Ano: 2014

Livro questiona: Tempo livre pode ajudar

a salvar o planeta?

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POR ANTÔNIO SÉRGIO FARIAS*

É inescapável - Uma cidade só pode ser boa de viver, morar, trabalhar, se divertir se for uma cidade onde o meio am-

biente é respeitado, onde as atividades humanas busquem o menor dano pos-sível à natureza, o que não é fácil, mas perfeitamente possível. A arborização urbana traz inúmeros bons serviços para nós de sangue quente, desde a sombra que ameniza signifi cativamen-te o desconforto térmico, notadamen-te em terras equatoriais como a nossa, embeleza os logradouros, tranquiliza os ânimos acirrados, possibilita encontros, fi ltra o ar, o barulho, acolhe. Árvores abrigam pássaros e abelhas, alegram os dias modorrentos, mantém a biodiver-sidade – Árvore é vida em abundância.

Fortaleza é simplesmente péssima no quesito arborização, aqui, árvores e verde são destratados há várias décadas, desde o fi m da Belle Époque pelos anos 30 do século passado. Podas são feitas de qual-quer modo, mutilando as plantas anos a fi o até que morram. Esculturas secas, de árvores mortas jazem ainda em pé, po-dendo cair a qualquer momento sobre nossas cabeças. Boa parte das áreas ver-des está ocupada ou invadida. Os gran-des tocos de árvores outrora cortadas permanecem Ad infi nitum, prejudican-do a mobilidade de pedestres, oferecen-do sérios riscos de acidentes, como por exemplo, no canteiro central da Avenida Duque de Caxias. Nossos parques e lago-as se encontram em geral sujos, abando-nados. Vivemos a Moche Époque.

Reformas nos canteiros centrais das avenidas ignoram a necessidade precí-pua de espaços/berços para as árvores, tendo sido em grande parte imperme-abilizados, inclusive não havendo nem um trato nas árvores doentes ou a re-tirada dos tocos supra referidos, algo absurdo, considerando as equipes mo-bilizadas nessa reforma, mostrando cla-ramente a total falta de sintonia e visão

de conjunto pelos “responsáveis” pelos serviços. Praças e avenidas situadas no entorno do Horto Municipal no Passa-ré, não possuem arborização ou a têm inteiramente inadequada. Não há inte-gração entre os entes públicos munici-pais. Um total contrassenso.

Predominam na arborização pública espécies exóticas com uma predileção por palmeiras, que não dão sombra, nem combinam com nossa paisagem. Algumas são espécies invasoras, com-provadamente uma séria ameaça à biodiversidade autóctone, como por exemplo o Nim (Azadirachta indica), a Castanhola (Terminalia catappa) e o Mata-fome (Pithecellobium dulce).

Espécies nativas, recomendadas pelo Movimento Pró-Árvore como Oiti, Oiti-cica, Pau-Branco, Ingazeira, Trapiá, Sa-bonete, Peroba, Ipês, Jatobá, Frei-Jorge, Ubaia, Mirindiba estão entre as muitas possíveis para arborização de nossa cida-de, vivemos no país da megadiversidade.

O porte das árvores vai de acordo com

o espaço disponível, em geral, reduzi-do e agravado por uma fi ação elétrica, telefônica e de TV a cabo absurda. Nas calçadas devem ser utilizadas espécies prioritariamente de pequeno porte (até 4m) ou, se possível, de médio porte (4 a 8m). As de grande porte devem ser plan-tadas nos parques e grandes áreas livres. Faltam compromisso, ética, amor às ár-vores, ao patrimônio natural, respeito à coisa pública. Predominam os interesses egocêntricos, capitalistas, a ambição des-medida, uma visão curta, míope, estulta.

Não temos um órgão especifi co com profi ssionais que tratem da parte viva da paisagem, e não se pode esperar al-guma mudança de quadro. Palavras não arborizam. Não se conhece quais as es-pécies de árvores da cidade, nunca foi feito um inventário arbóreo, primeiro passo para um Plano de Arborização. É essencial a criação de um departamento de parques jardins e áreas verdes com no mínimo duas dezenas de profi ssio-nais das áreas de biologia, agronomia

e afi ns, capacitados, motivados e com orçamento compatível, com atividades voltadas aos parques, jardins, canteiros centrais, passeios, suas plantas, seus animais, bem como seu desenho pai-sagístico. Um órgão que planeje e exe-cute os projetos de arborização e ajar-dinamento. Outro ponto importante é a exigência das compensações ambientais das inúmeras obras que foram e estão em curso na capital, com o plantio ade-quado de árvores e sua devida manuten-ção, bem como a adequação dos proje-tos construtivos no sentido do menor dano à cobertura vegetal existente.

A cidade precisa fi nalmente acordar deste pesadelo da destruição de tudo o que é natural, somos natureza, o que signifi ca que estamos destruindo a nós mesmos. Precisamos de cidadania, hu-manidade, harmonia, lutar pelo que nos é de direito, uma cidade verde, boa, uma Fortaleza defi nitivamente bela.

*Integrante do Movimento Pró-Árvore

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A Arborização de Fortaleza