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Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão • Nova fase – Ano II – Nº 11 – Especial Dia Internacional do Trabalhador – 1º de maio de 2014 O ESTIVADOR Reprodução Sandro Kbsa Sandro Kbsa Arquivo/DL Unidade e luta dos estivadores são a força para as nossas campanhas por melhores condições de vida e trabalho Índices na campanha salarial Guerreiros Mobilização resulta em bons aumentos Estivador sempre foi, é e será um lutador Quantas categorias de trabalhadores al- mejam correções salariais de dois dígitos? A maioria. Muito poucas, no entanto, conse- guem chegar a dez por cento de correção. A diretoria do nosso sindicato e a as- sembleia que aprovou as reivindicações da campanha salarial deste ano miraram e já acertaram alguns disparos na defasagem das taxas e salários. Em algumas fainas, já surgiram ótimos resultados. Nos carros, por exemplo, conse- guimos aumentos de 81% agora, mais 25% em março de 2015. No rechego, 45%. No conexo, 40,3%. As negociações ainda não acabaram. Continuamos à mesa. Ainda faltam outras câmaras setoriais. Esperamos, em breve, trazer mais e melhores notícias de desfecho da campanha salarial. A diretoria do sindica- to ainda não levou nenhuma contraproposta aos vinculados porque as empresas continuam intransigentes Nas discussões em anda- mento, os terminais não aten- dem as nossas reivindicações e oferecem apenas 1,99% de reajuste salarial, o que, obvia- mente, a diretoria nem cogita levar para votação. Se continuar assim, tere- mos brevemente assembleia para debater formas de pressão sobre as empresas. Isso poderá ser tanto nos locais de trabalho como na Justiça do Trabalho. A categoria reivindica correção salarial de 10% e as empresas oferecerem aquela mixaria a partir de junho. Que- remos também adicional de risco de 20% e equiparação do vale-refeição pelo maior. Outra reivindicação impor- tante é o salário diferenciado dos supervisores de R$ 6.500. Continua a luta dos vinculados Data-base Navios atracados no terminal da Santos Brasil, onde estivadores vinculados estão em campanha salarial 100% estiva avulsos e vinculados

O estivador 11 1º maio 2014

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Page 1: O estivador 11 1º maio 2014

Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão • Nova fase – Ano II – Nº 11 – Especial Dia Internacional do Trabalhador – 1º de maio de 2014

O ESTIVADOR

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No fio-data de todas as páginas:

Unidade e luta dos estivadores são a força para as nossas campanhas por melhores condições de vida e trabalho

Índices na campanha salarial

Guerreiros

Mobilização resultaem bons aumentos

Estivador sempre foi, é e será um lutador

Quantas categorias de trabalhadores al-mejam correções salariais de dois dígitos? A maioria. Muito poucas, no entanto, conse-guem chegar a dez por cento de correção.

A diretoria do nosso sindicato e a as-sembleia que aprovou as reivindicações da campanha salarial deste ano miraram e já acertaram alguns disparos na defasagem das taxas e salários.

Em algumas fainas, já surgiram ótimos resultados. Nos carros, por exemplo, conse-guimos aumentos de 81% agora, mais 25% em março de 2015. No rechego, 45%. No conexo, 40,3%.

As negociações ainda não acabaram. Continuamos à mesa. Ainda faltam outras câmaras setoriais. Esperamos, em breve, trazer mais e melhores notícias de desfecho da campanha salarial.

A diretoria do sindica-to ainda não levou nenhuma contraproposta aos vinculados porque as empresas continuam intransigentes

Nas discussões em anda-mento, os terminais não aten-dem as nossas reivindicações e oferecem apenas 1,99% de reajuste salarial, o que, obvia-mente, a diretoria nem cogita levar para votação.

Se continuar assim, tere-mos brevemente assembleia

para debater formas de pressão sobre as empresas. Isso poderá ser tanto nos locais de trabalho como na Justiça do Trabalho.

A categoria reivindica correção salarial de 10% e as empresas oferecerem aquela mixaria a partir de junho. Que-remos também adicional de risco de 20% e equiparação do vale-refeição pelo maior.

Outra reivindicação impor-tante é o salário diferenciado dos supervisores de R$ 6.500.

Continua a lutados vinculados

Data-base

Navios atracados no terminal da Santos Brasil, onde estivadores vinculados estão em campanha salarial

100% estivaavulsos e vinculados

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2Informativo do Sindicato dos

Estivadores de SantosO Estivador 1º MAIO 2014100% estivaavulsos e vinculados

ExpEDIENTE

Sindicato aciona Usiminaspara respeitar lei dos portos

Siderúrgica ‘se lixa e anda’ para o governo

Paulo

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Porto da siderúrgica de Cubatão paga salário dia de R$ 7,80 para trabalho de estivador, por seis horas, envergonhando o Brasil

Na Justiça

Nem aí

Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão. Rua dos Estivadores, 101, Paquetá, Santos (SP). CEP 11013-090. Caixa Postal 508. Fone 13-3223-2327.Presidente: Rodnei Oliveira da Silva. Redação e edição: Paulo Passos. Diagramação: www.cassiobueno.com.br. 5 mil exemplares

A nova lei dos portos, 12.815-2013, deter-mina que os navios em operação na Usiminas utilizem estivadores registrados ou cadastra-dos no órgão gestor de mão-de-obra (ogmo).

Mas a lei, ora a lei, como dizia o presi-dente Getúlio Vargas. Ela simplesmente não é respeitada na Usiminas, que já foi a estatal Cosipa, passou para empresários mineiros e agora é argentina.

A mesma lei diz que a representatividade dos trabalhadores de estivagem é do sindica-to dos estivadores, sejam eles vinculados ou avulsos. Mas, também nesse aspecto, não é cumprida.

A siderúrgica simplesmente opera os na-vios que atracam em seu terminal com mão-de-obra própria, ou de terceiros, não vincu-lada ao órgão gestor e não representada pelo nosso sindicato.

Reprodução de termo de ausência da Usiminas em mesa-redonda no escritório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Santos mostra o que a empresa pensa do governo federal.

Seus representantes sequer comparecem às audiências, demonstrando total e absoluta desconsideração pelas convocações dos re-presentantes governamentais.

Palavra

Durante o processo de votação da medida provisória que re-sultou na nova lei dos portos, a presidenta Dilma Rousseff prome-teu às lideranças sindicais alguns benefícios aos trabalhadores.

Entre os pontos a que ela se referiu, estava a aposentadoria especial, por causa do trabalho diário perigoso e insalubre. Não esquecemos a palavra dada e continuamos no aguardo.

Estivadores aguardam compromisso de Dilma

paulinho tem dado uma força

Força Sindical

Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical e deputado federal pelo partido Solidariedade: ‘A luta dos estivadores pelos seus direitos é histórica. A categoria mantém sua mobilização desde antes da ditadura. Nos últimos anos, lutou para manter suas conquistas na chamada lei dos portos. Como presidente da Força Sindical e deputa-do federal, participei dessa luta. Podem contar comigo’

Diante do descalabro, e após tentar re-verter o problema por meio de negociações, inclusive na gerência local do Ministério do

Trabalho e Emprego, o sindicato resolveu pro-curar a Justiça do Trabalho.

Nosso departamento jurídico preparou mi-

nucioso relatório das ilegalidades trabalhistas da Usiminas e protocolou, em abril, processo judicial de ‘obrigação de fazer’.

No porto da fábrica de aço, a legislação é simplesmente rasgada, nas barbas do governo federal, como se não houvesse autoridade no país

Em novembro de 2012, presidente Dilma garantiu a Nei que trabalhadores não seriam prejudicados pela nova lei dos portos, o que não está ocorrendo

Deputado Paulinho da Força tem apoiado todas as lutas dos estivadores e demais portuários

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3Informativo do Sindicato dos Estivadores de Santos O Estivador1º MAIO 2014

100% estivaavulsos e vinculados

Ação do imposto de renda nasférias está em fase de cálculo

Grande vitória do sindicato no TST

Processo do imposto de renda nas férias está em fase de cálculo na Receita Federal. Os técnicos apuram as diferenças que serão devolvidas aos estivadores

Justiça Descanso e 11 horas

A base do cálculo é a diferença entre o saldo existente e os valores descontados pelo órgão gestor de mão-de-obra (ogmo). Os de-pósitos foram feitos em conta judicial.

As eventuais devoluções serão referentes ao período de 2001 a 2009. O montante de 2010 e 2011 já foi devolvido. A medida impli-ca em recíproca por parte do trabalhador.

Como a sentença judicial manda a União devolver ao trabalhador tudo o que foi des-contado a título de imposto de renda sobre fé-rias, entre 2001 a 2009, o trabalhador também

tem que devolver.E o que temos de devolver? O que rece-

bemos da Receita Federal como devolução de imposto de renda que antes ia para o governo no cálculo das férias.

Conforme orientação da Procuradoria Ge-ral da Fazenda Nacional em Santos, acatada pela 3ª Vara Federal local, os cálculos refe-rentes a quase 4 mil estivadores são feitos por ordem alfabética, ano a ano.

São analisadas detalhadamente as declara-ções de imposto de renda de 2001 a 2009. O

jurídico do sindicato tem acompanhado todo o trabalho da Receita Federal.

A Receita disponibilizou dois técnicos para atender o nosso processo. Porém, por falta de pessoal, eles são afastados desse tra-balho no período de entrega das declarações de imposto de renda.

O processo tem número 2006.61.04.010042-2, na 3ª Vara da Justiça Federal de Santos. Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão versus Fazenda Nacional.

O jurídico, a diretoria do sindicato e a cate-goria comemoram mais uma vitória contra o So-pesp na Justiça do Trabalho. Agora, na questão da escala eletrônica e do descanso das 11 horas.

O Diário Oficial da União publicou decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) favorá-vel ao sindicato sobre a luta de 2010 contra os dois pontos polêmicos.

O Sopesp alegava que a greve havia sido abusiva e responsabilizava os trabalhadores por eventuais prejuízos. A ministra relatora Kátia Magalhães Arruda discordou dos em-presários.

Para ela, o sindicato adotou os requisitos da lei de greve e exerceu legitima e plenamen-te o direito constitucional. Dessa forma, jul-gou improcedente o dissídio instaurado pelo Sopesp.

Terminal localizado na margem esquerda do canal de entrada do porto

Depois de muita insistência da diretoria do sindicato, a empresa Sai-pem, instalada na margem esquerda da entrada do canal do porto de Santos, sinaliza que deve requisitar a estiva.

Foram várias reuniões entre as partes, que deverão agora continuar em busca de um acordo coletivo de trabalho. Por enquanto, ela movimenta tubos. Aguarde boas novas.

Saipem deveráchamar a estiva

Avanço

Imagens de atividades que só dão orgulho

Fotos

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4Informativo do Sindicato dos

Estivadores de SantosO Estivador 1º MAIO 2014100% estivaavulsos e vinculados

Não temos o que comemorar, maso 1º de maio é Dia do TrabalhadorInfelizmente, os estivadores não têm motivos para comemorar a data como ela merece

História

Apesar de não termos muito para comemo-rar neste 1º de Maio, não podemos esquecer que o Dia Internacional do Trabalhador sempre me-rece ser reverenciado.

Nos últimos 20 anos, tivemos duas leis mui-to duras batidas fortemente em nossas costas. A primeira foi a 8.630-1993, chamada de lei de modernização dos portos.

Essa legislação simplesmente acabou com a nossa organização de escala de fainas, uma das mais eficientes e justas do mundo do trabalho, criando o órgão gestor de mão-de-obra.

Foi uma lei bastante nefasta, que diminuiu sensivelmente os ganhos e prejudicou as chan-ces de engajamento conforme as possibilidades físicas de cada estivador.

Vinte anos depois, em 2013, veio outra lei maldita, a 12.815, que ampliou o saco de malda-des da legislação anterior, prejudicando o nosso mercado de trabalho e os ganhos.

Como era previsto, resistimos bravamente, com mobilizações, paralisações e várias idas a Brasília, onde lutamos contra o poderoso lobby empresarial.

Quase tudo que nossos antepassados con-quistaram, com muitas lutas, suor, sangue e até mortes, foi derrubado em pouco mais de duas décadas, pela política econômica neoliberal.

Neste 1º de Maio, nossa reflexão é para não desistirmos. Não podemos recuar na defesa dos nossos direitos. A nova lei, por causa disso, dei-xou bem claro que o trabalho e a representação são nossos.

O trabalho sempre fez parte da vida dos estivado-res. Um trabalho pesado, difícil e técnico, ao contrário do que muita gente imagina. Há pessoas que nos olham apenas como trabalhadores braçais.

A verdade, no entanto, é que a estivagem precisa de um conhecimento bastante apurado de como a carga é colocada nos navios. O profissionalismo evita aciden-tes e adernamentos perigosos.

Usamos também nosso intelecto, ao longo de déca-das, em lutas não apenas restritas às nossas atividades profissionais, mas também relacionadas à política do país.

A defesa da democracia e o combate às ditaduras sempre marcaram o nosso sindicato. Por aqui passaram homens que entraram para a história do Brasil. Por tudo isso, salve o 1º de Maio.

Uma categoria que trabalha e luta com afincoEstiva

Força Sindical comemorou antecipadamente o 1º de Maio, no sambódromo da Zona Noroeste, em Santos, no domingo passado

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