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“O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam.” – Allan Kardec (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII) Nº 124 - ANO XXVII - ABRIL/MAIO/JUNHO DE 2018 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA O ESPIRITISMO RESPEITA todas as instituições governa- mentais, porque considera que originariamente foram criadas com o fim de proporcionar bem-estar ao povo. Se essa finalidade maior em algum momento foi deturpada, ou ainda está sendo, pelos que ocupam os cargos públicos, nem por isso a instituição em si mesma deve ser descartada, porquanto o modelo democrático é o que mais corresponde aos ideais cristãos. Não cabe à Doutrina Espírita qualquer intromissão direta nos destinos políticos do Brasil e nem nos conflitos populares, porque essas questões, às vezes tão intricadas e de difícil solução, são de responsabilidade das autoridades constituídas. Preocupa-se o Espiritismo em oferecer ao homem um estilo de vida baseado nos ensinamentos de Jesus, que em síntese são fundamentados no amor ao próximo, na fraternidade universal e na solidariedade. E nesse objetivo não há lugar para opção por ricos ou pobres, por criminosos ou vítimas, por governantes ou governa- dos, porque perante Deus todos somos iguais. Aflitos, desesperados e sofredores espalham-se por todas as classes sociais, variando as circunstancias e a natureza, mas na essência a dor é a mesma. Não se pode fazer distinção entre aqueles que buscam o consolo na religião, assim como o médico não pode se negar a salvar a vida do criminoso ferido que lhe chega às mãos. Há males do corpo e males da alma, estes muito piores do que aqueles. E se a medicina cura o corpo, a religião deve se preocupar primordialmen- te em curar a alma. Aliás, a doutrina revive o Cristo quando disse que não veio para os sãos, mas sim para os doentes. Obviamente que não se pode pactuar com o erro, mas o criminoso merece sempre o nosso socorro e orientação, para que não venha a incorrer novamente no crime. Segundo o Evangelho, há mais alegria no céu por um pecador arrependido do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependi- mento (Lucas, 15:7). O Espiritismo, assim, não tem quaisquer pretensões ao poder temporal e falível dos homens, e sua mensagem consoladora é dirigida essencialmente ao coração e à mente da criatura. Lemos certa vez a história sobre determinado jornalista que preten- dia escrever uma crônica, mas não conseguia porque o pequeno filho andava de bicicleta ao seu redor. Para conseguir silêncio, deu ao filho um quebra-cabeça do mapa-múndi, imaginando que com isso ele ficaria entretido por um bom tempo, face à dificuldade de se identificar os países. Foi grande a sua surpresa quando logo o filho terminou de montar. Mais surpreso ainda ficou com a resposta do pequeno: foi fácil, atrás do mapa havia o corpo de um homem; montei o homem e o mapa apareceu. Então o jornalista escreveu o seu melhor artigo, falando sobre como o mundo pode ser mudado se o homem se modifica. Não obstante, o espírita não é impedido de iniciar-se na vida pública, se para isso tiver inclinação. Poderá ocupar cargos e funções de relevo na sociedade. Imperioso, porém, que seja forte o bastante na sua convicção cristã, tornando-se um servidor do povo e não se deixando corromper pelas vaidades e facilidades do poder, pois do contrário estará assumindo imensas responsabilidades perante a Justiça Divina. SITUAR EM POSIÇÃO CLARA e definida as aspirações sociais e os ideais espíritas cristãos, sem confundir os interesses de César com os deveres para com o Senhor. Só o Espírito possui eternidade. Distanciar-se do partidarismo extremado. Paixão em campo, sombra em torno. Em nenhuma oportunidade, transformar a tribuna espírita em palanque de propaganda política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade. O despistamento favorece a dominação do mal. Cumprir os deveres de cidadão e eleitor, escolhendo os candidatos aos postos eletivos, segundo os ditames da própria consciência, sem, contudo, enlear-se nas malhas do fanatismo de grei. O discernimento é caminho para o acerto. Repelir acordos políticos que, com o empenho da consciên- cia individual, pretextem defender os princípios doutrinários ou aliciar prestígio social para a Doutrina, em troca de votos ou solidariedade a partidos e candidatos. O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos. Não comerciar com o voto dos companheiros de Ideal, sobre quem a sua palavra ou cooperação possam exercer alguma influência. A fé nunca será produto para o mercado humano. Por nenhum pretexto, condenar aqueles que se acham investidos com responsabilidades administrativas de interesse público, mas sim orar em favor deles, a fim de que se desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos. Para que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego da crítica. Impedir palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial. A rigor, não há representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política humana. “Nenhum servo pode servir a dois senhores.” — Jesus. (LUCAS, 16:13) ESPIRITISMO e POLÍTICA NOS EMBATES POLÍTICOS (Donizete Pinheiro, da obra Respostas Espíritas) (André Luiz, Conduta Espírita, psicografia de Waldo Vieira)

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII) ESPIRITISMO ... · O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos. Não comerciar com o voto dos companheiros de Ideal,

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Page 1: (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII) ESPIRITISMO ... · O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos. Não comerciar com o voto dos companheiros de Ideal,

“O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam.”

– Allan Kardec (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII) –

Nº 124 - ANO XXVII - ABRIL/MAIO/JUNHO DE 2018 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

O ESPIRITISMO RESPEITA todas as instituições governa-mentais, porque considera que originariamente foram criadas com o fim de proporcionar bem-estar ao povo. Se essa finalidade maior em algum momento foi deturpada, ou ainda está sendo, pelos que ocupam os cargos públicos, nem por isso a instituição em si mesma deve ser descartada, porquanto o modelo democrático é o que mais corresponde aos ideais cristãos. Não cabe à Doutrina Espírita qualquer intromissão direta nos destinos políticos do Brasil e nem nos conflitos populares, porque essas questões, às vezes tão intricadas e de difícil solução, são de responsabilidade das autoridades constituídas. Preocupa-se o Espiritismo em oferecer ao homem um estilo de vida baseado nos ensinamentos de Jesus, que em síntese são fundamentados no amor ao próximo, na fraternidade universal e na solidariedade. E nesse objetivo não há lugar para opção por ricos ou pobres, por criminosos ou vítimas, por governantes ou governa-dos, porque perante Deus todos somos iguais. Aflitos, desesperados e sofredores espalham-se por todas as classes sociais, variando as circunstancias e a natureza, mas na essência a dor é a mesma. Não se pode fazer distinção entre aqueles que buscam o consolo na religião, assim como o médico não pode se negar a salvar a vida do criminoso ferido que lhe chega às mãos. Há males do corpo e males da alma, estes muito piores do que aqueles. E se a medicina cura o corpo, a religião deve se preocupar primordialmen-te em curar a alma. Aliás, a doutrina revive o Cristo quando disse que não veio para os sãos, mas sim para os doentes.

Obviamente que não se pode pactuar com o erro, mas o criminoso merece sempre o nosso socorro e orientação, para que não venha a incorrer novamente no crime. Segundo o Evangelho, há

mais alegria no céu por um pecador arrependido do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependi-mento (Lucas, 15:7). O Espiritismo, assim, não tem quaisquer pretensões ao poder temporal e falível dos homens, e sua mensagem consoladora é dirigida essencialmente ao coração e à mente da criatura. Lemos certa vez a história sobre determinado jornalista que preten-

dia escrever uma crônica, mas não conseguia porque o pequeno filho andava de bicicleta ao seu redor. Para conseguir silêncio, deu ao filho um quebra-cabeça do mapa-múndi, imaginando que com isso ele ficaria entretido por um bom tempo, face à dificuldade de se identificar os países. Foi grande a sua surpresa quando logo o filho terminou de montar. Mais surpreso ainda ficou com a resposta do pequeno: foi fácil, atrás do mapa havia o corpo de um homem; montei o homem e o mapa apareceu. Então o jornalista escreveu o seu melhor artigo, falando sobre como o mundo pode ser mudado se o homem se modifica. Não obstante, o espírita não é impedido de iniciar-se na vida pública, se para isso tiver inclinação. Poderá ocupar cargos e funções de relevo na sociedade. Imperioso, porém, que seja forte o bastante na sua convicção cristã, tornando-se um servidor do povo e não se deixando corromper pelas vaidades e facilidades do poder, pois do contrário estará assumindo imensas responsabilidades perante a Justiça Divina.

SITUAR EM POSIÇÃO CLARA e definida as aspirações sociais e os ideais espíritas cristãos, sem confundir os interesses de César com os deveres para com o Senhor.

Só o Espírito possui eternidade.Distanciar-se do partidarismo extremado.Paixão em campo, sombra em torno.Em nenhuma oportunidade, transformar a tribuna espírita

em palanque de propaganda política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade.

O despistamento favorece a dominação do mal.Cumprir os deveres de cidadão e eleitor, escolhendo os

candidatos aos postos eletivos, segundo os ditames da própria consciência, sem, contudo, enlear-se nas malhas do fanatismo de grei.

O discernimento é caminho para o acerto.Repelir acordos políticos que, com o empenho da consciên-

cia individual, pretextem defender os princípios doutrinários ou aliciar prestígio social para a Doutrina, em troca de votos ou solidariedade a partidos e candidatos.

O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos.

Não comerciar com o voto dos companheiros de Ideal, sobre quem a sua palavra ou cooperação possam exercer alguma influência.

A fé nunca será produto para o mercado humano.Por nenhum pretexto, condenar aqueles que se acham

investidos com responsabilidades administrativas de interesse público, mas sim orar em favor deles, a fim de que se desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos.

Para que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego da crítica.

Impedir palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial.

A rigor, não há representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política humana.

“Nenhum servo pode servir a dois senhores.” — Jesus. (LUCAS, 16:13)

ESPIRITISMO e POLÍTICA

NOS EMBATES POLÍTICOS

(Donizete Pinheiro, da obra Respostas Espíritas)

(André Luiz, Conduta Espírita, psicografia de Waldo Vieira)

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CLUBE DO LIVRO ESPÍRITALUZ E VERDADE

CENTRO ESPÍRITA LUZ E VERDADE

Rua XV de Novembro, 1146 - Marília

telefone: 3454-2071

edição 124 - página 2

rede de comunicaçãoMARÍLIA ESPÍRITA

-EXPEDIENTE-

Órgão de Divulgação daDoutrina Espírita

Coordenador:Donizete Pinheiro

Correspondência:Av. República, 81, apto. 201

Marília/SP - CEP 17.509-054Telefone: (14) 99762-3768

Internet

[email protected]

EXISTE CASAMENTO no mundo espiritual?

Muitos ainda imaginam o mundo espiritual como o céu prometido, composto de anjos e nuvens, ou inferno temido formado por lugares de sofrimento e espíritos trevosos.

Mas precisamos ir além. O Espiri-tismo nos convoca ao raciocínio e nos traz importantes lições. Precisamos transcender as barreiras mentais e começar a entender o que foi revelado pela Doutrina Espírita.

Pois bem, consta em O Livro dos Espíritos (questão 85) que o mundo espi-ritual é o principal. Aqui, mundo físico, é apenas uma escola do Espírito imortal. Ora,

se o mundo espiritual é o principal, temos que ele tem que ser, no mínimo, tão com-plexo quanto o físico.

Nesse sentido, conforme foi reve-lado por André Luiz no livro "Nosso Lar", existem inúmeras cidades construídas no mundo espiritual. Aliás, cidades com tecnologia muito mais avançada do que a nossa (lembre-se, lá é o principal, logo é mais complexo do que aqui).

São centenas, milhares de cidades, em diversas faixas vibratórias, algumas em locais mais densos e outras em locais menos densos.

O fato é que muitos de nós passamos décadas nessas cidades (alguns séculos), em verdadeiro convívio social. Afinal, lá existe tudo o que tem aqui (trabalho, confraterni-zação, entretenimento, casa, família, namoro, casamento, etc).

Vejamos esta passagem do livro "Evolução em Dois Mundos" (p. 228, 25ª edição):

"Aglutinam-se em verdadeiras cida-des e vilarejos, com estilos variados, como acontece aos burgos terrestres, característi-cos de metrópole ou do campo, edificando largos empreendimentos de educação e progresso, em favor de si mesmas e em benefício dos outros".

Assim, naturalmente, entre as pessoas que habitam o mundo espiritual, há o envolvimento com namoro, casamento e constituição de famílias.

Aliás, muitos relacionamentos existentes no plano espiritual continuam

quando encarnados e vice-versa.No livro “Nosso Lar”, André Luiz

narra a história de Tobias e sua esposa, que se reencontraram no mundo espiritual; de Dona Laura e seu marido, que programaram reencarnação; e também de Lísias e sua namorada, que estavam juntos em muitas vidas físicas e espirituais. No livro “Os Mensageiros” há o relato de Alfredo e Ismália e a explicação de que, se o casamen-to existe no mundo físico, onde às vezes a pessoa consegue esconder quem realmente é, com muito mais razão existe no mundo espiritual, onde o Espírito se mostra tal qual é.

Quanto ao fato de que o Espírito, em

si mesmo, não possuir sexo determinado (conforme revelado em O Livro dos Espíritos), é importante entender que é comum um espírito passar dezenas/cente-nas de reencarnações seguidas como ho-mem ou como mulher, conforme sua necessidade de evolução. Nesse sentido, quando na erraticidade, ou seja, quando no plano espiritual, continuam com as mesmas características da vida terrena, mantendo-se homem ou mulher, conforme suas últimas reencarnações (porque é assim que se veem - campo mental).

Assim, é possível e acontece de espíritos afins, quando no mundo espiritual, casarem e fazerem planos de vida em comum.

Quanto mais compreendermos que o mundo espiritual não é céu e sim outros planos de vida, moradas do Espírito imortal, mais fácil será entender que lá é vida como aqui. Na verdade, encarnamos reiterada-mente para evoluirmos e conseguirmos viver melhor lá, o universo principal.

CASAMENTO NO MUNDO ESPIRITUALBreno Costa

“Indiscutivelmente, nos Planos Su-periores, o liame entre dois seres é espontâneo, composto em vínculos de afinidade inelutável.”

Emmanuel (Vida e Sexo, psicografia de Francisco Cândido Xavier)

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edição 124 - página 3

CRUELDADE CONTRA ANIMAIS Orson Peter Carrara

A CRUELDADE CONTRA ANIMAIS está também entre as situações que muito me constrangem. Embora igualmente me alimente ainda de carne animal, desde muito me dói o coração em ver as humilhações e sofrimentos que nós, humanos, ainda somos capazes de submeter os animais.

É triste verificar que muitas cidades estão contaminadas por esse mal e ainda submeta os animais ao horrível espetáculo das conhecidas festas popu-lares que lhes causam sofrimentos. Nada contra peões, nada contra manifestações populares de alegria e festa. Mas é cruel pensar nos sofrimentos impostos aos pobres animais, submetidos aos caprichos humanos.

Mesmo que a alimentação de carne ainda seja uma necessi-dade física e até cultural, algumas pessoas já conseguiram dispensar o consumo desse produto alimentício e se declaram vegetarianos. Eu ainda não consegui, mas é lamentável o espetáculo desses eventos que maltratam animais.

O assunto é antigo, já gerou disputas judiciais, encontra gente pró e contra em todo lugar e legislação específica já foi concentrada para evitar tais ocorrências. Inclusive, por outro lado, tais festas são geradoras de recursos para muitas instituições. E muitos esforçados peões se entregam com afinco a tais realizações, gerando vibração e alegria em todo o público.

Mas, convenhamos, não é melhor rever isso. Nem digo proibir, pois que é uma festa popular, mas agirmos com mais coerência em tais eventos, dispensando – e aí proibindo sim, e com fiscalização – qualquer método que sujeite os animais ao sofrimen-

to e às crueldades por capricho humano.Não sou especialista no assunto, não tenho experiência com

animais e não sou crítico de quem a eles se dedica, mas quando vejo publicidade de tais eventos o coração entristece. Com tudo que já se sabe sobre o assunto, as imagens já mostradas pela internet, os argumentos apresentados pelas ONGs defensoras dos animais, já é hora de pensar no assunto com mais reflexão.

Os animais não são máquinas nem brinquedos de diversão. Eles sentem também. Sentem dor, saudade, gratidão. Ou o leitor discorda disso?

Também geram seus filhotes, possuem sangue que circula, possuem

órgãos que funcionam iguais aos nossos e formam um universo de seres que auxiliam – e muito – a vida humana. Como sacrificá-los por capricho? Como submetê-los a crueldades?

Sugiro ao leitor interessado no assunto aprofundar-se mais na questão dos animais, sob o ponto de vista da alma dos animais. Entre eles, procure o livro “Gênese da Alma”, de Cairbar Schutel, para encontrar-se com exemplos, fatos e narrativas envolvendo animais e que bem dizem da realidade desses seres que também são filhos de Deus. Trazem consigo a tarefa de auxiliar as criaturas humanas, inclusive na alimentação, como tão comumente usada em todos os tempos. Todavia, submetê-los a crueldades, aí a questão já é outra…

E o pior é que não é apenas nas conhecidas festas populares que isso acontece, mas no cotidiano da vida humana, onde as mais diversas perversidades são praticadas contra esses indefesos seres…

Paulo e Estevão

Estudo da obra de Emmanuel,psicografia de Chico Xavier

O início do Cristianismo e o trabalho incansável do apóstolo dos gentios

INÍCIO

07 de agosto de 2018 (terça-feira)das 20 às 21 horas

APRESENTAÇÃODonizete Pinheiro

LOCAL

Grupo Espírita Jesus de NazaréRua José Bonifácio, 1122 - Marília - SP

IRVÊNIA PRADA – Hoje temos a exata noção de que os animais são seres que além de terem inteligência, sensibilidade, memória, afetividade e outros atributos, também são suscetíveis à vivência de dores físicas e de sofrimentos psíquicos. A coisa então mudou radicalmente, impelindo-nos a profundas reflexões de natureza ética. Admitir como possibilidade dentro da ciência, que os animais têm outra dimensão, além do corpo físico, faz toda a diferença. Não importa o nome que se dê a essa dimensão abstrata.

Pode ser metassistema – como referem alguns físicos –, pode ser mente, psique, psiquismo, alma ou espírito, não importa... O fato é que precisamos rever todas as nossas atitudes em relação a eles, nossos companheiros de jornada evolutiva. Em Missionários da Luz, de André Luiz, o mentor Alexandre aconselha: “A missão do superior é a de amparar o inferior e educá-lo...Sem amor para com os inferiores não podemos aguardar a proteção dos superio-res”. Se é que podemos nos considerar “superiores” aos animais, acoplada a essa condição vem a nós o dever de respeitá-los como seres que sofrem e que têm direito à própria vida. Como refere Fritjof Capra em Pertencendo ao Universo, “não somos donos do mundo, apenas pertencemos a ele”.

(Irvênia Prada é professora catedrática e médica veterinária da USP, sendo uma autoridade mundial na comunidade científica sobre “Neuroanatomia Animal”. É também uma respeitada investigadora espírita em particular da “Interação Cérebro-Mente” dos animais, tendo vários livros e estudos científicos e espíritas publicados. - informações colhidas no site http://simespe.blogspot.com)

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ENCONTREI UM AMIGO e logo no início do diálogo percebi que ele estava enfrentando algum tipo de problema. E, de fato, estava enfrentando essa situação desagradável.

Procurei conversar com ele e à medida que falávamos fui me lembrando de uma reflexão que já havia feito e, em tom coloquial, comentei alguns conceitos, não como quem ensina, mas como alguém que de quando em quando precisa deles.

Despedimo-nos e pareceu-me que seu humor estava melhor.

Cheguei em casa e fui buscar em meu arquivo os pensamentos a respeito que já alinhavara há alguns anos.

Eram atuais.Muitas vezes quando sofremos

frustração ou estamos diante de proble-ma de difícil solução entramos em estado emocional de irritação ou de contrarieda-de que pode levar-nos à temporária perda do bom-senso e ao mais elementar comportamento de educação.

Chamamos esse estado mental, que se reflete no espiritual, de perder a paciência.

Para entendermos o que é perder a paciência, precisamos conceituar o que é a paciência.

A paciência é o controle emocional para não perder a calma durante um tempo, permitindo, na serenidade, o adequado uso da razão e do bom-senso.

Não é um exercício emocional ou espiritual fácil, porém é a chave para nos ajudar a abrir as portas de inúmeros problemas e frustrações, no decorrer de nosso dia-a-dia e mesmo de nossas vidas.

Focamos, nesse ponto, a mensagem Filho de Deus, do livro Segue-me, de Emmanuel, transmitida a Chico Xavier, que trazemos para a nossa reflexão espiritual mais ampla.

Inicia ele com a citação do versículo 19, do Evangelho de Lucas, no capítulo 21:

“Na vossa paciência, possui as nossas almas” – Jesus (Lucas 21:19).

Afinal de contas, ter paciência não será sorrir para as

maldades humanas, nem coonestar suas atividades indignas sobre a face do mundo.

Concordar alguém com todos os males da senda terrestre, a pretexto de revelar essa virtude, seria um contra-senso absurdo.

Ter paciência, então, será resistir aos impulsos inferiores que nos cerquem na estrada evolutiva, conduzindo todo o bem que nos seja possível aos seres e coisas que se achem diante de nós, como a representação desses mesmos impulsos.

Jesus foi o modelo da paciência suprema e resistiu à nossa inferioridade, amando-nos.

Não se nivelou com as nossas fraquezas, mas se valeu de todas as ocasiões, para nos melhorar e conduzir ao bem.

Sua misericórdia tomou nossos pecados e transformou cada um em profunda lição, para a reforma de nós

mesmos. Não aplaudiu as nossas misérias, nem sorriu para os nossos

erros, mas compreendeu-nos as deficiências e amparou-nos. Embora tudo isso, resistiu sempre, dentro do seu amor, até a cruz dos martírios.

A paciência do Cristo é um livro aberto, para todos os corações inclinados ao bem e à verdade.

Somente pela sincera resistência ao mal, com a disposição fiel de transformá-lo no bem, conseguireis possuir as vossas almas.

Ao contrário disso, ainda que vos sintais autônomos e fortes, vós mesmos é que sereis possuídos por tendências indignas ou sentimentos inferiores.

Portanto, justo é que busqueis saber, hoje mesmo, se já possuis os vossos corações ou se estais ocupados pelas forças estranhas ao vosso título de filhos de Deus”.

...Se Jesus, que foi e é o Mestre Supremo teve e tem paciência

conosco, esforcemo-nos, também para exercitar a nossa paciência em nosso benefício e a beneficio daqueles com quem convivemos.

Eis a lição desafiadora.

TREINAR A PACIÊNCIA

USE: o que é, seus objetivos e benefícios

Aylton Paiva

A USE- União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo é a instituição que representa o movimento espírita do nosso Estado e tem sede na capital. É constituída de órgãos municipais, intermunicipais e distritais, nas diversas regiões do Estado.

Seus objetivos principais são:- Unir as instituições espíritas; - Manter a divulgação doutrinária conforme a base

kardequiana (fidelidade doutrinária);- Difundir o Espiritismo nos aspectos filosófico, científico e

religioso;- Realizar trabalhos que não possam ser realizados indivi-

dualmente pelas instituições espíritas.A USE sugere atividades, orienta sua execução e facilita a

transferência de experiência, sem impor condições, em respeito aos princípios de liberdade e responsabilidade que o espiritismo preconiza.

Por isso, não se impõe e nem interfere nas atividades das instituições, procurando manter uma integração entre os seus diretores e os dirigentes do órgão de unificação, porque, enfim, todos são trabalhadores de instituições espíritas.

Todo programa, colaboração e apoio são colocados à disposição dos centros espíritas, como sugestão e subsídios aos

seus trabalhos. A casa espírita poderá adotá-los ou não, como pode adaptá-los às suas necessidades. A instituição unida continua a manter a sua autonomia administrativa e funcional.

Essa interação entre a USE e os centros espíritas traz muitos benefícios.

Favorece a aproximação dos espíritas e propicia a troca de experiências.

Proporciona maior estabilidade e eficácia do movimento espírita, desestimulando a disseminação de práticas exóticas.

Evita o desvirtuamento do Espiritismo por conta de personalismos, estimulando a humildade.

E contribui para assegurar a preservação dos princípios doutrinários, de acordo com o legado de Allan Kardec.

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edição 124 - página 5

UMA LIÇÃO DE PERDÃOJosé Benevides Cavalcante

EM 1985 DOIS FUNCIONÁRIOS de restaurante foram mortos em assaltos ocorridos no estado americano do Alabama e a culpa recaiu sobre o jovem negro Anthony Ray Hinton, de 28 anos, que nunca tivera passagem pela polícia. Provas circunstanci-ais, reunidas a partir de uma testemunha que sobreviveu a um dos assaltos, vieram incriminar Hinton que, levado a julgamen-to, foi condenado à morte. O caso arrastou-se por muitos anos com o empenho de advogados que perceberam a forte influência racista no tratamento do caso. Hinton ficou quase 30 anos na prisão à espera da morte, até quando a Suprema Corte dos Estados Unidos reconheceu a inexistência de provas suficientes para incriminá-lo. E ele foi solto em abril de 2015, após derrubada sua condenação.

Durante o tempo que passou no corredor da morte, Hinton se tornou conselheiro de outros presos condenados, cinquenta e quatro dos quais foram executados, mas ali também prestou assistência moral e se tornou amigo de guardas e funcionários, demonstrando coragem e resignação diante da pesada pena por crimes que nunca cometeu. Amadureceu, espiritualizou-se, adquiriu sabedoria.

No dia em que foi solto chovia copiosamente e, além da multidão que o aguardava às portas da prisão protegendo-se da chuva, ali também estava a imprensa sequiosa por declarações. Perguntado sobre o que sentia com sua volta à liberdade, ele disse: “Uma pessoa não sabe o valor da liberdade até que ela lhe seja tirada. Vejam. As pessoas correm para fugir da chuva. Eu corro para

a chuva. Como poderia uma coisa que vem do céu não ser preciosa? Tendo sido privado das chuvas tantos anos, sou grato por cada gota.

Apenas por ter a sensação dela no meu rosto.”

Mais tarde, entrevistado num programa de televisão, o apresentador perguntou se ele sentia raiva das pessoas que o tinham colocado na prisão. Hinton respondeu que as tinha perdoado todas. E o entrevistador, inconformado, insistiu: “Mas elas tiraram trinta anos de sua vida, Hinton; como é possível não ter raiva delas?”

Ao que Hinton respondeu: “Se eu ficar com raiva delas e não as perdoar, elas terão tirado também o resto de minha vida”.

A história de Anthony Ray Hinton nos deixa um duplo recado.

Primeiro, sem dúvida, a lição do perdão, que Jesus abordou com tanta propriedade, para que viéssemos aprender a não carregar conosco fardos inúteis de sofrimento, complicando a saúde e a vida. A mágoa é um dos sentimentos que mais nos perturbam a alma e o pior de tudo é que, enceguecidos pelo orgulho, muitos de nós não tomamos consciência disso. Não queremos admitir que alguém nos fira ou nos prejudique, embora, na maioria das vezes, não presta-mos atenção que nós também ferimos e prejudicamos os outros.

Uma segunda lição está no valor do sofrimento quando inevitável, se conseguimos compreender seu sentido mais elevado e aproveitá-lo como fator de crescimento e libertação, como Anthony Hinton.

* Núcleo Espírita Amor e Paz: Dia 30 de abril, palestra com a psicóloga Fernanda Garcia, sobre o tema: Bússola dos Sentimentos. No dia 28 de maio, o expositor Edson Toledo Silvério falou sobre: Amar os inimigos. No dia 25 de junho, 20 horas, palestra com a advogada e dirigente espírita Dalva Ferreira, da cidade de Gália, sobre o tema: Em busca da felicidade.

* União Espírita João de Camargo: Dia 04 de maio, o médico Antonio Dantas, com o tema: Saúde e Espiritualidade. Dia 11 de maio, Ana Dantas, com o tema: Alimentação e Espiritualidade. Dia 18 de maio, a psicóloga Fernanda Garcia, com o tema: Conflitos existenciais e Espiritualidade. Dia 25 de maio, palestra musical com Murillo Altafine, de Presidente Prudente, sobre o tema: Inspiração. Dia 01 de junho, pinga-fogo com Paulo César Fernandes.

* Associação Espírita Alves de Abreu: Dia 02 de junho, palestra e música com os Irmãos Zanoli, da cidade de Dracena, sobre o tema: Pensamento, vida e saúde.

* Comunidade Eurípedes Barsanulfo: Dia 28 de abril, Christiane Munhos falou sobre: Moral Estranha. Dia 05 de maio, palestra com Donizete Pinheiro, sobre o tema: Como você quer morrer? Dia 12 de maio, palestra com Amauri Corona, sobre: O Espiritismo nos consolando. Dia 26 de maio, falou Agrício Antonio de Almeida, sobre: Obediência e resignação.

* Lar Amélie Boudet: Dia 12 de maio, palestra com Donizete Pinheiro, sobre o tema: Jesus e Zaqueu.

No domingo 03 de junho foi eleita a Diretoria Executiva da USE-SP para a gestão 2018-2021, conforme segue:

Presidente: Aparecido José Orlando(USE Intermunicipal de São José dos Campos)

1ª Vice-Presidente: Rosana Amado Gaspar (USE Distrital da Freguesia do Ó)

2º Vice-Presidente: Pascoal Antonio Bovino (USE Intermunicipal de Ribeirão Preto)

Secretário Geral: Hélio Alves Corrêa (USE Intermunicipal de Sorocaba)

1º Secretário: Newton Carlos Guirau (USE Intermunicipal de Limeira)

2º Secretário: Eronilza Souza da Silva (USE Distrital de São Miguel Paulista)

3º Secretário: Walteno Santos Bento da Silva (USE Intermunicipal de São Bernardo do Campo)

1º Tesoureiro: Maurício Ferreira A. Romão (Instituto Espírita de Educação)

2º Tesoureiro: Elizabete Márcia Figueiredo (USE Distrital da Casa Verde)

Patrimônio: Sílvio César Carnaúba da Costa (USE Distrital de Santo Amaro

USE ESTADUAL ELEGE NOVA DIRETORIA

Aparecido Orlando

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edição 124 - página 6

QUANDO O PRESIDENTE DO CENTRO ESPÍRITA RECEBEU PASSE...

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. (Mateus, 5:3)

Percebo que o conhecimento intelectual de determinada ciência coloca-nos, não raro, numa sinuca de bico. Se por um lado liberta-nos, porque conhecer é libertar-se da ignorância, por outro lado aprisiona numa espécie de responsabilidade em ter de dominar tudo daquela área, ao menos é assim que muitos pensam e, também, como pensa a sociedade, pois cobra demais do indivíduo.

Se ele é médico cardiologista deve saber tudo de coração. Se é psicólogo deve saber tudo sobre emoção e sentimento. Se é formado em língua portuguesa deve dominar a arte de escrever por completo, e por ai vai...

Entretanto, bem o sabemos que as coisas não funcionam dessa forma. Não é porque somos especialistas nisto ou naquilo que tudo deste campo saberemos, porquanto as coisas neste planeta estão evoluindo, então, com frequência surgem novas situações que nosso conhecimento ainda não abarcou.

Recentemente vi dois exemplos claros da pressão que o conhecimento imprime nas pessoas.

Vejamos:Caso 1 – Na fila de passe está o presidente do centro espírita.

As pessoas admiram-se e iniciam, mesmo que de forma discreta, um apontar o dedo, balbuciando frases do tipo: Mas você tomando passe? Mas justo você passando pelo atendimento fraterno? Mas você, com todo seu conhecimento, em depressão?

Caso 2 – Marcos, voluntário do centro espírita X estava no atendimento fraterno e teve a oportunidade de receber uma psicóloga clínica. Com as emoções em pandarecos ela disse a Marcos sentir-se mal com as cobranças que são impostas pela sociedade e por ela mesma, haja vista que todos dizem ser ela psicóloga e, por isso, tem condições de lidar com seus dilemas e dramas de forma mais tranquila. A psicóloga, porém, informou a Marcos que quer, em algumas ocasiões, apenas um pouco de colo, entretanto sente-se cobrada em demasia e constrange-se em pedir

ajuda.São cruéis as cobranças acima. Entretanto, podemos livrar-nos desta crueldade.A liberdade tão almejada de podermos bradar aos quatro

ventos que queremos colo, ou que não sabemos de tudo, pode ser conquistada com a prática da humildade e do autoconhecimento.

Autoconhecimento para entender-mos que somos Espíritos em aprendizado, logo, mesmo que especialistas em alguma área detemos conhecimento relativo e não absoluto, porquanto esta área está evoluindo e, claro, nós também.

Aliás, diga-se de passagem que conhecimento absoluto em qualquer cam-po é atributo apenas de Deus.

Humildade para termos a coragem de dizer: Não sei... Humildade para cantarmos a todos que, não obstante

sermos o presidente do centro espírita, também necessitamos re-compor as energias e receber o passe.

A humildade traz-nos a liberdade de podermos ser e sentir, de caminhar sem máscaras, tal qual somos, ou seja, sem a pretensa ideia de superioridade que caracteriza, não raro, aquele que conseguiu avançar em alguma área do conhecimento.

Kardec explica Jesus em O Evangelho segundo o Espiritismo e informa-nos que os humildes entrarão no Reino de Deus. É a humildade a virtude que mais nos aproxima do Pai. Entenda-se Reino de Deus como a paz de consciência, ou seja, a harmonia interior de alguém leve, sem o peso das cobranças sociais ou individuais para sempre saber, sempre conhecer, sempre ter uma resposta na ponta da língua.

Definitivamente não sabemos tudo...Definitivamente, também necessitamosde colo e de sermos

cuidados, amados, queridos, dengados...E penso ser um grande prazer permitir-se gritar:Não sei, não sei, não sei...Porém, infelizmente, esta coragem é para poucos...Uma pena...

Antonio Cesar Perri de Carvalho, escritor e dirigente espírita, que inclusive foi presidente da USE Estadual e da FEB-Federação Espírita Brasileira, publicou pela Editora EME seu livro UNIÃO DOS ESPÍRITAS. Cesar faz uma retrospectiva sobre os grandes eventos do movimento e das instituições de unificação no Brasil, para, ao final, instigar algumas reflexões sobre as práticas atuais que nos levem a pensar para onde caminhamos.

Em especial, o autor questiona se os centros espíritas estão realizando adequa-damente a orientação, a instrução e o acolhimento das pessoas; se não há uma certa escolarização no ensino espírita, inclusive com certificados, e muitas normas para o exercício da mediunidade; se não está havendo uma idolatria de médiuns e expositores e se os congressos não são elitistas, com arrecadação de rendas.

A otimização dos serviços dos centros espíritas tem sido uma busca constante e não se pode negar que houve de fato uma melhora geral, se considerarmos como funcionavam as nossas casas no começo do século passado, quando preponderava a prática mediúnica. Hoje, há uma maior preocupação com o estudo, os cursos e mesmo o acolhimento fraterno das pessoas.

De outro lado, a busca da união dos espíritas foi, e ainda é, um debate constante, porque as divergências sobre diversos temas e posturas sempre existiram, gerando mal-estar e dificuldades na propagação do Espiritismo. Doutor Bezerra de Menezes, paladino da unificação do movimento espírita, repetidamente nos aconse-lha, numa síntese que todos recordamos: “Solidários, seremos união. Separados uns dos outros, seremos pontos de vista”.

Na atualidade, como aponta o amigo Perri, questões antigas e outras novas estão aí nos convidando a refletir sobre o acerto e como podemos corrigir ou melhorar, mas sem perdermos o respeito e a fraternidade a que somos convidados pelo Evangelho e pelo Espiritismo.

Acima dos nossos interesses pessoais e vaidades, devemos nos reunir e dialogar, com o coração aberto e respeitoso, para aprimorarmos as nossas possibilidades de servir mais e melhor em nome de Jesus.

Wellington Balbo

UNIÃO DOS ESPÍRITAS

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EmmanuelEmmanuel

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.“Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”. – Jesus. (João, 3:3)

A própria Natureza apresenta preciosas lições, nesse particular.

Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre novos. Dispondo, assim, de trezentas e sessenta e cinco ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral encontrará a criatura, no abençoado período de uma existência?

Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre, mas não guardes do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de encantador revestimento.

Faze por ti mesmo, nos domínios da tua iniciativa pela aplicação da fraternidade real, o trabalho que a tua negligência atirará fatalmente sobre os ombros de teus benfeitores e amigos espirituais.

Cada hora que surge pode ser portadora de reajusta-mento.

Se é possível, não deixes para depois os laços de amor e paz que podes criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.

Não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo ou desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem. Entretanto, o melhor antídoto contra os tóxicos da aversão é a nossa boa-vontade, a benefício daqueles que nos odeiam ou que ainda não nos compreendem.

Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita de enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a ideia de acordo substitui, dentro de nós e em torno de nossos passos, a escura fermentação da guerra.

Alguém te magoa? Reinicia o esforço da boa compreensão.

Alguém te não entende? Persevera em demonstrar os intentos mais nobres.

Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e incessante do bem.

Não olvides a assertiva do Mestre: - "Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.”

Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que te cercam e alcançando a antecipação da vitória sobre ti mesmo, no tempo...

Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.

RENASCE AGORA

do livro “FONTE VIVA”psicografia de Francisco Cândido Xavier

Na tarde do sábado 02 de junho, na sede da União Espírita João de Camargo, com a presença de 21 pessoas, representando oito centros espíritas, foi eleita a diretoria da USE Intermunicipal de Marília para o triênio 2018/2021, que ficou assim constituída:

Presidente: Alexandre Santos Domene Vice-Presidente: Francisco Ramirez Martins Junior1º Tesoureiro: Nelson Ferreira Lima2º Tesoureiro: Jader Theodoro de Fazzio1ª Secretária: Cassiana Cristina Lorenzon2º Secretário: Alessandro Antunes

Participantes

Alessandro, Cassiana, Francisco e Alexandre

USE INTERMUNICIPAL DE MARÍLIA ELEGE

NOVA DIRETORIA

Nos d ias 22 e 23 de setembro será realizado o 8º Encontro Anual Cairbar Schutel, na cidade de Matão, desta vez em homenagem aos aos 150 anos de nascimento do conhecimento Bandeirante do Espiritismo.

O evento contará com palestras, atividades artísticas, debates, entrevistas, lançamentos de livros, com a participação dos palestrantes: Irvênia Prada, Joaquim Bueno, Paulo Fernan-des, Heloisa Pires, além de outros convidados.

As vagas são limitadas e as inscrições deverão ser feitas até o dia 31 de julho, no site www.institutocairbarschutel.org

ENCONTROCAIRBAR SCHUTEL

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Histórias deTiamara

QUANDO O DIA AMANHECEU, Dona Margarida esticou seu caule balançando suas folhas e respirando com alegria aquele lindo despertar. Como sempre fazia, agradeceu ao Pai Criador a oportuni-dade divina da sua existência. Olhava suas amigas que reclamavam de morar naquele pequeno jardim esquecido. Ouvia os lamentos e orava em prece em favor das suas companheiras.

Dona Dália, sempre florida, vivia reclamando que sua beleza não era admirada e as pequenas violetas já estavam contagiadas pelas suas lamentações. Parecia uma disputa para ver quem reclamava mais. Apesar de o jardim estar abandonado, a vizinha Dona Maria, todos os dias, nele colocava a sua mangueira para molhar as plantas.

Ninguém no jardim sabia das dificulda-des de Dona Maria, que era uma senhora de setenta e dois anos, muito frágil de saúde, mas que, apesar disso, se dedicava a cuidar do jardim que fora de sua amiga vizinha, que havia falecido e a casa estava sendo vendida pelos herdeiros. Dona Maria lembrava com carinho das tardes que passava no jardim com a amiga Cida e da mudinha de dália que lhe presenteara no seu aniversário.

Dona Dália foi crescendo, assim como suas lamentações. A pequena margarida observava e orava pela vizinha.

Certo dia, Dona Dália despertou com o barulho da água que molhava suas flores e assustada com uma pequena mangueira que havia sido arremessada e enrolara por entre as suas folhas. Deu um grito despertando todos do jardim. Dona Margarida perguntou:

– O que houve, Dona Dália?Muito brava, disse:– Não vê que alguém jogou essa mangueira em mim?Dona Margarida, calmamente, respondeu:– Calma! Calma! Foi a vizinha quem jogou...Dona Dália não deixou a margarida explicar e foi logo

falando:– Como alguém pode fazer isso? Veja esta borracha, esta

enrolada em minhas flores!Dona Margarida interveio:– Calma! É só chacoalhar seu tronco de um lado para o outro

que a mangueira cai.Dona Dália assim fez e, como num passe de mágica, a

mangueira deslizou para o chão. Envergonhada falou:– Fiquei nervosa! Desculpe-me! Só alguém sem nenhum

sentimento pode ter feito isso!Dona Margarida pensou em contar tudo, mas se calou,

porque de nada valeria se ela não visse a bondade de Dona Maria para com o jardim.

Dona Dália cresceu e agora dava para ver o quintal vizinho. Chamou, então, a Margarida.

– Você não vai acreditar, mas me lembro dessa velha senhora, foi ela quem me deu de presente!

Dona Margarida sorriu e falou:– Observe o que vai acontecer daqui alguns minutos!Que surpresa teve Dona Dália ao ver Dona Maria, depois de

várias tentativas, arremessar a mangueira para molhar a todos no

jardim! Quanta vergonha sentiu! – Meus Deus! Quanto amor! Quanta perseverança! Quanta

caridade, demonstra a nossa vizinha, e eu reclamando! Que vergonha estou sentindo!

Dona Margarina falou:– Sim, você despertou para o amor! E o

Pai Criador, que tudo vê, perdoa! Entre em prece e deixe o amor de Deus te envolver.

Dona Dália olhou agradecida para a pequena Margarida e, balançando suas flores, sentiu algo pesando. Era um lindo botão de dália que havia nascido bem no alto!

Dona Maria puxou a mangueira com muita dificuldade e olhou para o pequeno botão que estava nascendo e falou:

– Obrigada, Senhor! Enfim, vou poder ver a minha linda dália florescer! Que o amor encha de vida esse pequeno jardim.

Dona Dália, ouvindo, balançou suas folhas agradecida, e falou para Dona Marga-rida:

– Agora sei dizer que Deus sempre tem um propósito especial para a nossa vida.

Dona Margarida, feliz, disse:– O Pai Criador criou um propósito maravilhoso para todos

na vida e, por meio desse propósito, nós alcançaremos a felicidade.

Criança:

Deus não fez você para se perder na multidão, mas para você fazer a diferença! Confie em Deus, porque Ele está sempre juntinho de você, guiando a sua vida, a fim de que não se desvie do caminho do bem.

CONFIE EM DEUS!

FArr ta ri rá e a noTá todo mundoconvidado!

Nem paga prá entrar!

Vai ter barraca de pesca,

argola, brincadeiras e muita

comida gostosa prá comprar!

Lá na Comunidade

Eurípedes, na Av.

Sampaio Vidal, 2110

Marília-SP

É domingo

24.junho.2018

das 11 às 16h30

* Núcleo Espírita Amor e Paz* Comunidade Eurípedes Barsanulfo* Soc. Esp. de Marília Luz, Amor e Verdade* ONG Projeto Semear Marília* Departamento de Mocidades USE Marília