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O FENÔMENO DA FADIGA CENTRAL NA PILOTAGEM DE HELICÓPTEROS:
O EFEITO DA CONDIÇÃO FÍSICA AERÓBICA
SOBRE O COMPORTAMENTO PSICOFISIOLÓGICO
por
Paulo Roberto Ribas
Dissertação Apresentada ao Programa de Pós Graduação em Educação Física da
Universidade Gama Filho como Requisito Parcial à Obtenção do Título de Mestre em
Educação Física.
Agosto de 2003
O FENÔMENO DA FADIGA CENTRAL NA PILOTAGEM DE HELICÓPTEROS:
O EFEITO DA CONDIÇÃO FÍSICA AERÓBICA
SOBRE O COMPORTAMENTO PSICOFISIOLÓGICO
PAULO ROBERTO RIBAS
Apresenta a Dissertação
Banca Examinadora:
_________________________________________Dr. Luiz Carlos Scipião Ribeiro
(Orientador)
___________________________________Dr. Manoel José Gomes Tubino
___________________________________Dr. Dietmar Martin Samulski
Agosto, 2003
DEDICATÓRIA
DEDICO ESTE TRABALHOPARA MINHA ESPOSA LUCIANA,
MEUS FILHOS PEDRO, LEONARDO E EDUARDA,CUJO O INCENTIVO FOI FUNDAMENTAL
E A COMPREENSÃO ESSENCIAL NAS AUSÊNCIAS.À DEUS, PELAS INSPIRAÇÕES, PAZ E SAÚDE.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador e amigo particular, PROF. DR. LUIZ CARLOS SCIPIÃO
RIBEIRO, por ter me ensinado todos os caminhos acadêmicos na construção desta produção
científica, pela presença constante, pelo incentivo e pelo companheirismo.
Ao PROF. DR. MANOEL GOMES TUBINO e PROF. DR. DIETMAR SAMULSKI,
pela gentileza de terem aceito fazer parte da banca examinadora desta Dissertação e
contribuído na metodologia científica.
Ao Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Gama Filho, nas
presenças de todos os seus professores e funcionários que propiciaram a necessária formação.
Ao Centro de Instrução da Aviação do Exército (CIAvEx), em especial ao TC
AVELLAR e todos os seus instrutores e alunos que participaram diretamente desta obra,
como sujeitos pesquisados.
Aos meus colegas de mestrado que ingressaram juntos em 2000-1, pelas constantes
trocas e demonstrações de amizade e profissionalismo.
Aos colegas de trabalho do Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército
(IPCFEx), que contribuíram diretamente em todas as atividades.
Ao meu amigo Maj Cav MARCELO SALEM pelo incentivo inicial, auxílio acadêmico
e acompanhamento de todo sucesso alcançado.
Em especial a minha família, maravilhosa, LUCIANA, PEDRO, LEONARDO e
EDUARDA...sem palavras para expressar todos os agradecimentos que desejo. Amo-os
muito!
RIBAS , P. R. (2003). O fenômeno da fadiga central na pilotagem de helicópteros: O efeito da condiçãofísica aeróbica sobre o comportamento psicofisiológico. Rio de Janeiro:PPGEF/UGF
Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Scipião Ribeiro
RESUMO
Estudos desenvolvidos em psicofisiologia constataram uma consistente relação entre níveis deestresse físico e mental com alterações nas respostas fisiológicas, tais como as freqüências cardíaca erespiratória, as taxas séricas de cortisol, epinefrina, norepinefrina e alterações na concentração do lactatosangüíneo durante as atividades físicas e laborais (Bara Filho, 1999; Toledo, 2000). Para a atividade aérea,estas respostas psicofisiológicas revestem-se da maior importância, tendo em vista o grande percentual dofator humano observado nas ocorrências aeronáuticas, 90% dos casos, verificados no período de 1989 a1999. Objetivou-se, neste estudo, analisar o desempenho psicofisiológico dos pilotos de helicópteros sob ainfluência da fadiga central, típica da pilotagem, em grupos com condições físicas aeróbicas distintas. Foramselecionados, de forma estratificada aleatória, 26 pilotos militares do Centro de Instrução da Aviação doExército Brasileiro, gênero masculino, idades 31,33 +/- 5,28 anos, ativos fisicamente, V& O2max na faixa de42 a 63 ml.kg-1.seg-1. A amostra foi divida em dois grupos. O G1 apresentou um V& O2max=57,69 +/- 4,45ml.kg-1.seg-1, equivalente ao conceito “bem acima da média” estabelecido no “ACSM’s Guidelines forExercise Testing and Prescription 6ª Edition” (2000 p.77), enquanto que o G2 um V& O2max =46,58 +/- 4,45ml.kg-1.seg-1, classificado com o conceito “médio”. Os instrumentos de medidas utilizados foram os testespsicofisiológicos COG S-8 e ALS S7 da bateria de testes do Sistema de Viena, versão 9.00; o Biofeedbackeletrodérmico (EDR) e o Biofeedback da Freqüência Cardíaca (FC), os quais mediram as reações dos pilotosantes, durante e depois dos vôos. Foram realizadas análises de variância (ANOVA FATORIAL commedidas repetidas) para observar a existência de diferenças significativas (p ≤0,05) no desempenhocognitivo dos pilotos, nos 2 momentos dos testes psicofisiológicos (Pré e Pós-vôo). Em relação à FC e EDR,os índices coletados foram contínuos durante o vôo, utilizando-se o teste t de Student para amostrasindependentes. No teste COG S8 (atenção e performance sob influência do estresse) não foi constatadadiferença estatística significativa (p=0,380). Porém, a análise da estimativa das médias e curvas dedesempenho sugerem que o aumento do resultado bruto encontrado no Pós-vôo refere-se ao estado deativação mental característico destas atividades. Para o teste ALS S7 (concentração e fadiga psíquica), G1obteve um melhor desempenho bruto relativo no Pós-vôo em todas as variáveis analisadas, apresentando umamaior concentração mental e um menor indicador de fadiga psíquica. Com relação à resposta da FC em vôo,médias G1=86,5175 +/- 14,8058, G2=88,3180 +/- 11,5202, não foi verificada diferença estatísticasignificativa (p=0,843) quando computados os seus valores absolutos. Porém, para o CCRelT, onde asdiferenças são maximizadas, observou-se que houve diferença estatística significativa (p=0,031) nacomparação entre as médias G1XG2; G1=0,1605 +/- 0,0425, G2=0,2320 +/- 0,0370; sugerindo maiorreatividade cardíaca ao estresse de vôo com maior desgaste metabólico e uma resposta antecipatória à fadigano G2. Já para o EDR, G2 apresentou um estado de estresse inicial médio maior (G1=10,81 X G2=13,53mOhms), caracterizando uma maior ativação do sistema límbico no começo da atividade aérea, deste que é osistema responsável pelo circuito emocional do cérebro e mimetiza todos os efeitos da estimulação simpáticado organismo. Por fim, os resultados sugerem que o trabalho realizado na atividade de vôo tem comoprincipal fonte de energia o metabolismo aeróbico, tendo em vista que o percentual da FCmax individualpredominante verificado foi na faixa de solicitações inferiores a 59% da FCmax, sugerindo um custoenergético médio inferior a 40% V& O2max individual o que indica, para complementar o treinamento físico jápraticado por estes militares, o uso de um treinamento psicofisiológico, por exemplo o Biofeedback, quepermita ao individuo controlar voluntariamente algumas funções vinculadas ao domínio do sistema nervosoautônomo, que por conseguinte facilitariam o autocontrole emocional durante o vôo.
Palavras chaves: fadiga central – comportamento psicofisiológico – condição física aeróbica –estresse – custo energético.
RIBAS, P. R. (2003). The phenomenon of central fatigue on helicopter flying: the effect of aerobic physicalcondition on psychophysiological behavior. Rio de Janeiro: PPGEF/UGF.
Advisor: Professor Doctor Luiz Carlos Scipião Ribeiro
ABSTRACT
Previous studies on psychophysiology found out a consistent relationship between levels ofphysical and mental stress, showing alterations on physiological responses such as heart and breathing rates,cortisol serum rates, epinephrine, norepinephrine, as well as alterations on blood lactate concentration duringphysical and labor activities (Bara Filho, 1999; Toledo, 2000). In flying activities, thosepsychophysiological responses are especially important since human failure has been responsible for mostaviation incidents — around 90% of the cases. This study aimed at analyzing helicopter pilots’psychophysiological performance under the influence of central fatigue, typical of piloting, in differentaerobic physical condition groups. Twenty-six military pilots, serving at the Brazilian Army AviationInstruction Center, were selected at random and distributed as follows: male, ages between 31,33+/-5,28years, physically active, VO2max ranging from 42 to 63 ml.kg-1 .seg-1. The sample was divided into twogroups. Group 1 showed a VO2max equal to 57,69+/-4,45 ml.kg-1 .seg-1 , equivalent to an outstandingperformance according to ACSM’s Guidelines for Exercise Testing and Prescription — 6th Edition (200, p.77), whereas Group 2 showed a VO2max equal to 46,58+/-4,45 ml.kg-1.seg-1, considered average.Assessment was performed by means of the following instruments: COG S-8 Psychophysiological Tests,from Vienna Tests System Battery, 9.00 Version; Electrodermal Biofeedback (EDR) and Heart RateBiofeedback (HR), which measured pilots’ reactions before, during and after flight. Variance analyses wereperformed (Factorial ANOVA with repeated measurements) to check whether there would be significantdifferences (p<0,05) in pilots’ cognitive performance in the two instances of the Psychophysiological Tests(before and after flight). As for Heart and Electrodermal rates, the values collected during the flight werecontinuous and the Student t test was applied for independent samples. Through the COG S8 Test (attentionand performance under stress influence) no significant statistical difference (p=0,380) was found. Theanalysis of performance averages and curves estimate, however, suggests that the after-flight increase on thegross result is related to the mental activation state, which is typical of such activities. In the ALS S7 Test(concentration and psychic fatigue) Group 1 showed a better relative gross after flight performance in all theanalyzed variables, showing a higher mental concentration and lower indication of psychic fatigue. When itcomes to the Heart Rate response during the flight, averages G1=86,5175+/-14,8058, G2=88,3180+/-11,5202, there was no significant statistical difference (p=0,843) in terms of absolute values; however, in theCCR and 1T, where differences are maximized, there was a significant statistical difference (p=0,031) in thecomparison of the averages G1 X G2; G1=0,1605+/-0,0425, G2=0,2320+/-0,0370, what suggests a highercardiac reaction to flight stress, with a higher metabolic consumption and an anticipating response to fatigueon the part of G2. In the EDR, in its turn, G2 showed a higher average initial stress state (G1=10,81 XG2=13,53 mOhms), which is a characteristic of a higher activation of the Limbic System, responsible for theemotional circuit of the brain and for the mimetization of all the effects of the body’s sympatheticstimulation. Finally, the results obtained suggest that the work performed in the flying activity uses aerobicmetabolism as its main energy source, since the percentage of prevailing individual HRmax was observed indemands lower than 59% of HRmax, what suggests an average energy cost lower than 40% of individualVO2max. These rates indicate that, besides the pilots’ usual physical training, there must be apsychophysiological training, such as Biofeedback, that allows the subject to control voluntarily some of thefunctions which are related to the predominance of the Autonomous Nervous System, thus making emotionalself-control easier during the flight.
ÍNDICE
Página
RESUMO................................................................................................................. v
ABSTRACT.............................................................................................................. vii
LISTA DE ANEXOS................................................................................................ xi
LISTA DE TABELAS.............................................................................................. xii
LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................ xiii
LISTA DE FIGURAS............................................................................................... xv
CAPÍTULO Página
I - PROBLEMATIZAÇÃO
INTRODUÇÃO................................................................................................ 01
PROBLEMA.................................................................................................... 05
OBJETIVOS.................................................................................................... 06
HIPÓTESES.................................................................................................... 06
RELEVÂNCIA DO ESTUDO......................................................................... 07
DELIMITAÇÃO............................................................................................ 09
LIMITAÇÕES.................................................................................................. 09
DEFINIÇÕES OPERACIONAIS...................................................................... 10
II - REVISÃO DA LITERATURA
O COMPORTAMENTO PSICOFISIOLÓGICO.............................................. 14
O COMPORTAMENTO EMOCIONAL E A FADIGA.................................... 18
O BIOFEEDBACK.......................................................................................... 23
O CONTROLE DA CARGA DE TRABALHO PELA FREQÜÊNCIA CARDÍACA..
27
A PILOTAGEM DE HELICÓPTEROS.......................................................... 31
CONCLUSÃO PARCIAL................................................................................ 39
III – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................. 41
SELEÇÃO DOS SUJEITOS............................................................................... 42
VARIÁVEIS....................................................................................................... 43
INSTRUMENTOS DE MEDIDAS..................................................................... 44
DELINEAMENTO EXPERIMENTAL............................................................... 47
ESTUDO PILOTO.............................................................................................. 50
IV – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS................................ 51
REATIVIDADE AO ESTRESSE EM VÔO........................................................ 53
FREQUÊNCIA CARDÍACA EM VÔO................................................................ 58
TESTE COGNITIVO ALS S7.............................................................................. 63
TESTE COGNITIVO COG S8.............................................................................. 71
V – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
CONCLUSÕES..................................................................................................... 76
RECOMENDAÇÕES............................................................................................ 79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 82
ANEXOS..................................................................................................................... 88
LISTA DE ANEXOS
ANEXO Página
A – CARTA DE APRESENTAÇÃO.............................................................................................89
B - FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO...............................................................................90
C – ANAMNESE E AVALIAÇÃO................................................................................................91
D – RELATÓRIO DE VÔO......................................................................................................... 92
E – ESTATÍSTICA DESCRITIVA E TESTE DE NORMALIDADE........................................... 93
F – RESULTADOS BRUTOS.................................................................................................... 104
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO Página
1 – OCORRÊNCIAS AERONÁUTICAS POR ANO..................................................................07
2 – PERCENTUAL DOS FATORES CONTRIBUINTES ..........................................................08
3 - QUANTIDADE DE OCORRÊNCIAS POR ASPECTO.......................................................33
4 –ASPECTO PSICOLÓGICO ....................................................................................................35
5 –ASPECTO FISIOLÓGICO......................................................................................................36
6 – DISTRIBUIÇÃO DAS MÉDIAS G1 X G2 – EDR VÔO......................................................53
7 – DISTRIBUIÇÃO DA MÉDIA EDR NOS GRUPOS PELOS MOMENTOS DE VÔO........54
8 – DISTRIBUIÇÃO DA MÉDIA EDR G1 PELOS MOMENTOS DE VÔO............................56
9 – DISTRIBUIÇÃO DA MÉDIA EDR G2 PELOS MOMENTOS DE VÔO............................56
10 - DISTRIBUIÇÃO DA MÉDIA FC G1 X G2 EM VÔO ........................................................59
11 - DISTRIBUIÇÃO DA MÉDIA CCRelT G1 X G2 EM VÔO................................................59
12 - DISTRIBUIÇÃO DA MÉDIA FC DOS PILOTOS..............................................................60
13 - DISTRIBUIÇÃO DA MÉDIA CCRelT DOS PILOTOS......................................................61
14 - DISTRIBUIÇÃO DA MÉDIA FC G1 PELOS MOMENTOS DE VÔO .............................62
15 - DISTRIBUIÇÃO DA MÉDIA FC G2 PELOS MOMENTOS DE VÔO .............................62
16 – COMPORTAMENTO DA MÉDIA G1 X G2 ALS S7 ........................................................66
17– COMPORTAMENTO DA MÉDIA DO PERCENTIL G1 X G2 ALS S7............................67
18 – COMPORTAMENTO DA MÉDIA DOS ERROS G1 X G2 ALS S7 .................................68
19 – COMPORTAMENTO DA MÉDIA DA PORCENTAGEM DOS ERROS G1XG2 ALS S7....69
20 – COMPORTAMENTO DA MÉDIA DO RESULTADO BRUTO G1XG2 COG S8 ...........74
21 – COMPORTAMENTO DA MÉDIA DAS RESPOSTAS CORRETAS G1XG2 COG S8 ...74
22 – COMPORTAMENTO DA MÉDIA DAS RESPOSTAS INCORRETAS G1XG2 COG S8 .....75
23 – RESULTADOS BRUTOS COG PRÉ-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE.................95
24 – RESULTADOS BRUTOS COG PÓS-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE.................95
25 – RESPOSTAS CORRETAS COG PRÉ-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE ...............95
26 – RESPOSTAS CORRETAS COG PÓS-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE ...............96
27 – RESPOSTAS INCORRETAS COG PRÉ-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE ...........96
28 – RESPOSTAS INCORRETAS COG PÓS-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE ...........96
29 – RESULTADOS BRUTOS ALS PRÉ-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE..................98
30 – RESULTADOS BRUTOS ALS PÓS-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE..................98
31 – PERCENTIL ALS PRÉ-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE.......................................98
32 – PERCENTIL ALS PÓS-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE.......................................99
33 – ERROS ALS PRÉ-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE ...............................................99
34 – ERROS ALS PÓS-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE ...............................................99
35 – PERCENTAGEM DOS ERROS ALS PRÉ-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE........100
36– PERCENTAGEM DOS ERROS ALS PÓS-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE.........100
37– RESULTADOS DA FC E CURVA DE NORMALIDADE..................................................101
38– RESULTADOS DO CCRelT E CURVA DE NORMALIDADE .........................................101
39– RESULTADOS DO EDR E CURVA DE NORMALIDADE ..............................................102
LISTA DE FIGURAS
FIGURA Página
1 – COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS DO BFB NO PILOTO DE HELICÓPTERO...............48
2 – LOCAL DO PESQUISADOR NO HELICÓPTERO E APARELHO BFB PORTÁTIL
CONECTADO AO PILOTO ........................................................................................................49
3 – REPRESENTAÇÃO DAS MÉDIAS DOS RESULTADOS DO TESTE ALS S7 PRÉXPÓS
VÔO..............................................................................................................................................64
4 - REPRESENTAÇÃO DAS MÉDIAS DOS RESULTADOS DO TESTE COG S8 PRÉXPÓS
VÔO..............................................................................................................................................73
LISTA DE TABELAS
TABELA Página
1 – OCORRÊNCIAS AERONÁUTICAS POR TIPO DE FATORES CONTRIBUINTES........32
2 – QUANTIDADE DE OCORRÊNCIAS POR ASPECTO .......................................................33
3 - PRINCIPAIS INDÍCIOS DO ASPECTO PSICOLÓGICO ...................................................34
4 – PRINCIPAIS INDÍCIOS DO ASPECTO FISIOLÓGICO.....................................................35
5 – CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA.................................................................................52
6 – TESTE t PARA AMOSTRAS INDEPENDENTES G1 X G2 – EDR VÔO .........................53
7 – TESTE t PARA AMOSTRAS INDEPENDENTES G1 X G2 – FC E CcrelT......................58
8 – ESTIMATIVA E ANOVA G1 X G2 ALS S7........................................................................64
9 – ESTIMATIVA E ANOVA G1 X G2 COG S8 .......................................................................72
10 – ESTATÍSTICA DESCRITIVA COG S8..............................................................................94
11 – TESTE DE NORMALIDADE COG S8...............................................................................94
12 – ESTATÍSTICA DESCRITIVA ALS S7...............................................................................97
13 – TESTE DE NORMALIDADE ALS S7................................................................................97
14 – ESTATÍSTICA DESCRITIVA DA FC E CCRelT EM VÔO..............................................100
15– TESTE DE NORMALIDADE DA FC E CCRelT EM VÔO................................................100
16 – ESTATÍSTICA DESCRITIVA DO EDR EM VÔO ............................................................102
17– TESTE DE NORMALIDADE DO EDR EM VÔO ..............................................................102
18 – DADOS BRUTOS COG S8 DO TOTAL DE RESPOSTAS G1 .........................................104
19 - DADOS BRUTOS COG S8 DO TOTAL DE RESPOSTAS G2..........................................104
20 – DADOS BRUTOS COG S8 DO TOTAL DE RESPOSTAS CORRETAS G1 ...................105
21 - DADOS BRUTOS COG S8 DO TOTAL DE RESPOSTAS CORRETAS G2 ....................105
22 – DADOS BRUTOS COG S8 DO TOTAL DE RESPOSTAS INCORRETAS G1 ...............106
23 - DADOS BRUTOS COG S8 DO TOTAL DE RESPOSTAS INCORRETAS G2................106
24 – DADOS BRUTOS ALS S7 DO TOTAL DE RESPOSTAS G1 ..........................................107
25 - DADOS BRUTOS ALS S7 DO TOTAL DE RESPOSTAS G2...........................................107
26 – DADOS BRUTOS ALS S7 DO PERCENTIL DE RESPOSTAS G1..................................108
27- DADOS BRUTOS ALS S7 DO PERCENTIL DE RESPOSTAS G2 ...................................108
28– DADOS BRUTOS ALS S7 DO TOTAL DE RESPOSTAS ERRADAS G1........................109
29 - DADOS BRUTOS ALS S7 DO TOTAL DE RESPOSTAS ERRADAS G2 .......................109
30 – DADOS BRUTOS ALS S7 DA PORCENTAGEM DE RESPOSTAS ERRADAS G1......110
31- DADOS BRUTOS ALS S7 DA PORCENTAGEM DE RESPOSTAS ERRADAS G2 .......110
32 – DADOS BRUTOS DOS MOMENTOS DA FC G1............................................................111
33 - DADOS BRUTOS DOS MOMENTOS DA FC G2 ............................................................111
34 – DADOS BRUTOS DOS MOMENTOS DO CCRelT G1 ...................................................111
35 - DADOS BRUTOS DOS MOMENTOS DO CCRelT G2 ....................................................111
36 – DADOS BRUTOS DOS MOMENTOS DO EDR G1.........................................................112
37 - DADOS BRUTOS DOS MOMENTOS DO EDR G2 ........................................................113
38 – DADOS BRUTOS DA CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA G1...................................114
39 - DADOS BRUTOS DA CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA G2....................................114
1
INTRODUÇÃO
Nos últimos trinta anos, psicólogos e educadores têm experimentado e exposto suas teorias
baseados nos resultados alcançados em testes psicológicos, na busca de identificar as variáveis
psicofisiológicas que influenciam na qualidade do desempenho humano nas mais diversas
atividades profissionais.
Estudos desenvolvidos em psicofisiologia constataram uma consistente relação de níveis de
estresse físico e mental com alterações em respostas fisiológicas, tais como as freqüências cardíaca
e respiratória, as taxas séricas de cortisol, epinefrina, norepinefrina e alterações na concentração do
lactato sangüíneo durante as atividades físicas e laborais (Bara Filho, 1999; Toledo, 2000).
Pesquisas têm apontado o efeito benéfico da atividade física sobre os processos psíquicos,
como as de Morgan e Goldston (1987); Brooke e Long (1987); Long e Harney (1988). Morgan e
cols (1976, 1978, 1979). Petruzzello e cols (1991), Mellion (1985), de maneira semelhante,
encontraram correlações positivas entre o exercício físico e a redução do estresse.
Uma questão de grande importância que tem sido pesquisada, diz respeito à extensão em
que a eficiência cognitiva e a velocidade de processamento estão associadas à saúde ao longo da
vida. Até que ponto a performance cognitiva está relacionada com elevados níveis de condição
física?
Chodzko-Zajko, em 1991, constatou que evidências a favor e contra essa relação existem, só
que a força da associação entre capacidade física e a cognição parece variar em função da
necessidade de esforço no processamento das tarefas selecionadas para avaliar o desenvolvimento
cognitivo.
Já Sinyor e cols. (1983); Keller e Seraganian (1984), demonstraram que em indivíduos
treinados, os níveis de norepinefrina eram aumentados na fase aguda do estresse, com recuperação
2
mais rápida aos níveis iniciais, uma vez cessado o agente estressor (melhor adaptação ao estresse).
Sothmann, Hart e Horn (1991), de maneira idêntica, concluíram que a atividade física pode
diminuir a concentração basal de norepinefrina plasmática, resultando também em concentrações
diminuídas durante a fase aguda do estresse.
As pesquisas de Holmes e McGilley (1987), e Holmes e Roth (1988) observaram que após
um período maior do que 11 semanas de treinamento aeróbio, as respostas aos agentes estressores
indicavam que os indivíduos com baixo condicionamento físico aeróbico apresentavam uma
elevação mais significativa da freqüência cardíaca, quando comparados aos indivíduos bem
condicionados.
Da mesma forma, Blumenthal e cols (1990) encontraram redução dos níveis de resposta
cardiovascular e simpatoadrenal durante e após estresse mental, em indivíduos bem condicionados
aeróbiamente.
Por sua vez, Gallo Júnior e cols. (1989) evidenciaram que o treinamento aeróbico diminui a
contribuição simpática e aumenta a parassimpática, na resposta da freqüência cardíaca, durante o
exercício dinâmico em indivíduos treinados aeróbiamente.
O estudo do comportamento motor, da aprendizagem motora e da psicofisiologia tem
desenvolvido sua história paralelamente às ciências do comportamento humano. As questões
levantadas nos escritos daqueles interessados na atividade física em geral, são também semelhantes
às preocupações de toda a comunidade científica. Com efeito, poucos são os problemas levantados
nas pesquisas e na literatura referentes à psicologia clínica ou experimental que não sejam
relevantes para alguma faceta das atividades físicas.
Ao aumento no conhecimento do número de fatores que podem auxiliar na otimização do
comportamento psicomotor, corresponde à ampliação dos tópicos que interessam aos psicólogos em
geral, bem como aos profissionais ligados às atividades físicas. O aperfeiçoamento das técnicas
3
humanas, os métodos de redução da tensão, os efeitos do estresse e da fadiga são somente alguns
dos tópicos atuais importantes.
Interessantes contribuições para a atual concepção de estresse e estresse do trabalho foram
publicadas por Caplan et al (1975); McGrath (1976); Lazarus (1977); Harrison (1978) e Cox
(1985), onde constataram que, no plano fisiológico, uma pessoa é capaz de um máximo rendimento
num determinado período de tempo, ao que se segue uma perda deste rendimento, enquanto que,
para outra, essa curva de rendimento pode ter outro traçado. Assim, para uma mesma carga de
trabalho, o surgimento da fadiga é dependente de características extremamente individualizadas.
Esse fenômeno (a fadiga psíquica) pode ser detectado tanto por sensações desagradáveis de
desconforto, como por uma queda evidente do desempenho. Neste momento é preciso haver uma
intervenção no processo laboral: ou pela introdução de intervalos de repouso, ou pela adoção de
certos meios de recuperação do organismo após a atividade laborativa, como por exemplo, técnicas
de relaxamento.
Esses pesquisadores concluíram que retomar a atividade depois de uma pausa adequada, traz
um novo aumento no rendimento, em relação ao nível em que este se encontrava no momento da
interrupção. Mas, mesmo assim, as jornadas de trabalho, sejam elas diurnas ou noturnas, deixam
marcas no organismo, na forma de modificações afetivas e de comportamento, com uma
conseqüente elevação do grau de excitabilidade das funções corticais e vegetativas, algumas
alterações metabólicas, posturais, e outras variações orgânicas.
Nesse estado, atingido por um excesso neuropsíquico profissional, em trabalhos de grande
responsabilidade, aliado a estilos de vida desordenados, a condição física pode desempenhar um
papel preventivo no surgimento da estafa.
Esta pesquisa da influência da condição aeróbica sobre o comportamento psicofisiológico de
pilotos de helicópteros do Exército Brasileiro visa a contribuir para o estabelecimento de
4
parâmetros, principalmente no que se refere à identificação da aptidão físico-profissional necessária
para o cumprimento rotineiro das missões continuadas de vôo.
Através do estudo do comportamento psicofisiológico dos pilotos de helicópteros em
repouso e em missões peculiares de vôo, abrangendo as variáveis psicológicas (nível de estresse,
atenção, concentração e performance sob influência do estresse), bem como as variáveis fisiológicas
(freqüência cardíaca e resposta galvânica), medidas em vôo, busca-se verificar se os padrões de
desempenho físico aeróbico influenciam na performance destes profissionais.
Para esclarecer estes aspectos e trazer novas e mais consistentes informações científicas
sobre o assunto, a única forma de efetivamente aprimorar qualitativamente o conhecimento nessa
área da aptidão física e do trabalho é o desenvolvimento de estudos de ergonomia física e cognitiva,
integrando disciplinas como a fisiologia do trabalho e a psicologia, com a aplicação de avaliações
objetivas de campo e de laboratório, concernentes com o moderno conceito de Psicofisiologia.
5
PROBLEMA
Pouco antes da realização de tarefas importantes, o piloto se encontra em um estado de
intensa carga psíquica. Este estado se caracteriza, sob o ponto de vista psicológico, pela antecipação
das oportunidades, riscos e conseqüências. Nesta fase, intervêm freqüentemente medo e temor, que
não só se manifestam em processos cognitivos, mas também podem produzir reações vegetativas,
motoras e emocionais.
PUNI (1961) diferencia três diferentes estados com suas correspondentes reações
psicológicas, fisiológicas e motoras: estado de febre, estado de apatia e estado ótimo de ativação.
No estado de febre, se apresentam reações psicológicas como nervosismo, incapacidade de
concentrar-se, instabilidade emocional, inquietude, falta de controle psicomotor e medo do
desconhecido.
No estado de apatia, intervêm reações como apatia mental, mau humor, aversão à atividade,
descontentamento e intensidade diminuída de percepção, pensamento e concentração.
O estado ótimo de ativação está caracterizado pelas seguintes reações: motivação positiva,
autoconfiança, otimismo, orientação para o êxito, concentração e autocontrole.
A sintomatologia dos estados de febre e de apatia, pode gerar efeitos negativos sobre o
rendimento do piloto, bem como inibir de alguma forma as suas habilidades motoras finas, que são
imprescindíveis, e diminuir a sua capacidade para tomar decisões.
Em vista desses aspectos, existem dúvidas a respeito da coerência em haver uma
preocupação com o condicionamento físico regular de pilotos e suas capacidades qualitativas de
desempenho laboral, já que este é muito mais de natureza cognitiva.
6
Dentro desse contexto, surge o seguinte problema para se investigar:
Existe alguma alteração significativa no nível de atenção, concentração e performance sob
influência do estresse em pilotos de helicópteros submetidos à fadiga mental de missões
prolongadas de vôo? Em caso positivo, qual a sua relação com a condição física aeróbica ?
OBJETIVOS
• GERAL
Analisar a influência da condição física aeróbica e de aspectos da fadiga central em
pilotos sobre o comportamento psicofisiológico, em operações militares de vôo com helicópteros.
• ESPECÍFICO
Verificar os efeitos da condição física aeróbica sobre o comportamento psicofisiológico
dos pilotos de helicópteros, em operações continuadas de vôo, com especial enfoque sobre as
variáveis psicológicas (nível de estresse, atenção, concentração e performance sob influência do
estresse) e fisiológicas (freqüência cardíaca e resposta galvânica).
HIPÓTESES
Ho - Não há diferença estatística significativa entre os grupos G1 e G2 nos índices
de aatteennççããoo,, ccoonncceennttrraaççããoo,, ppeerrffoorrmmaannccee ssoobb iinnfflluuêênncciiaa ddoo eessttrreessssee,, ffrreeqqüüêênncciiaa ccaarrddííaaccaa ee
rreessppoossttaa ggaallvvâânniiccaa,, aappóóss mmiissssõõeess pprroolloonnggaaddaass ddee vvôôoo..
7
H1 - - Existe diferença estatística significativa entre os grupos G1 e G2 nos
índices de aatteennççããoo,, ccoonncceennttrraaççããoo,, ppeerrffoorrmmaannccee ssoobb iinnfflluuêênncciiaa ddoo eessttrreessssee,, ffrreeqqüüêênncciiaa ccaarrddííaaccaa ee
rreessppoossttaa ggaallvvâânniiccaa,, aappóóss mmiissssõõeess pprroolloonnggaaddaass ddee vvôôoo..
RELEVÂNCIA DO ESTUDO
A Aviação do Exército tem, ao longo de dez anos, no período de 1989 a 1999, acumulado
uma história de acidentes e incidentes, cujas investigações científicas objetivaram trazer à luz suas
causas.
O gráfico 1 apresenta um total de 155 ocorrências aeronáuticas neste período, o que pode ser
considerado um dado significativo, tendo em vista o alto custo das aeronaves e da manutenção que
decorre de tais processos, não obstante envolver, ainda, condicionantes de risco ou de qualidade de
vida dos tripulantes.
Fonte – CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos)
Dentre as ocorrências aeronáuticas observadas no período, as principais áreas indutoras de
Gráfico 1 - Ocorrências aeronáuticas por ano
7
19
6
1416 17
8 1410 10
24 5 4 4 5 41
7
24 2218
21
14 16 1511
0
5
10
15
20
25
30
1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
ACIDENTEINCIDENTEACDT DE SOLOINCDT DE SOLOTOTAL
8
falhas causadoras de sinistros, gráfico 2, apontam que 90% destas ocorrências foram por alterações
que se referem ao desempenho humano (soma dos fatores operacional e humano) nas atividades
relacionadas com o vôo, merecendo aprofundados estudos na tentativa de explicar este fenômeno.
Fonte – CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos)
A segurança de vôo é importante na atividade da aviação de asa rotativa tanto quanto na de
asa fixa, envolvendo muitos outros fatores além dos que estão sendo aqui estudados, porém o
enfoque da aptidão física e da utilização de técnicas de relaxamento pelo biofeedback para
otimização da performance, a par de estarem sendo de forma inédita verificados neste tipo de
sujeitos, ensejam uma especial atenção numa pesquisa com as variáveis como as propostas aqui,
tendo em vista o percentual significativo do desempenho humano encontrado, que se controlado ou
minimizado pode vir a auxiliar na redução das ocorrências aeronáuticas.
Os dados coletados permitirão, igualmente, avaliar até que ponto o nível de
condicionamento físico aeróbio dos pilotos pode influenciar na manutenção da eficiência de sua
capacidade cognitiva em atividades de vôo prolongado, informação de grande relevância no
equacionamento dos programas de treinamento físico e psicofisiológico específicos para esta
categoria profissional.
Gráfico 2 - Percentual de fatores contribuintes. Operacional75,75%
Missão2%
Humano14,25%
Material8%
9
DELIMITAÇÃO
Os resultados do presente estudo restringem-se às características dos pilotos de helicópteros
da Aviação do Exército Brasileiro, gênero masculino, idades 31,33 +/- 5,28 anos, ativos
fisicamente, V&O2max na faixa de 42 a 63 ml.kg-1.seg-1 quando submetidos ao vôo tático de combate
militar. É possível, contudo, se inferir para outras populações com as mesmas peculiaridades.
LIMITAÇÕES
Não foi realizado um controle emocional dos Pilotos no momento dos testes, muito embora
deve-se considerar que a coleta de dados refletiu o cotidiano destes indivíduos e representou a
realidade das operações aéreas a que estão inseridos.
10
DEFINIÇÕES OPERACIONAIS
1. Acidente Aeronáutico
- É toda ocorrência relacionada com a operação de uma aeronave, havida no período em que uma
pessoa nela embarca com a intenção de realizar um vôo, até o momento em que todas as pessoas
tenham dela desembarcado.
2. Acidente de Solo
É a ocorrência anormal relacionada com o trabalho envolvendo uma aeronave sem que haja
intenção de vôo e da qual resulte dano material e/ou lesão grave ou fatal à pessoa nela trabalhando
ou não.
3. Fator Contribuinte
É a condição (ato, fato, omissão ou combinação deles) que, aliada a outras, em seqüência ou como
conseqüência, conduz à ocorrência de um acidente ou incidente.
4. Fator Humano
É a área de abordagem de Segurança de Vôo que se refere ao complexo biológico do ser humano,
nos seus aspectos fisiológico e psicológico.
5. Fator Material
É a área de abordagem da Segurança de Vôo que se refere à aeronave nos aspectos do
projeto, fabricação e de manuseio do material.
11
6. Fator Missão
É a área de abordagem de Segurança de Vôo que se refere à contribuição de aspectos
intrínsecos ao cumprimento da missão imposta pela autoridade competente, segundo as
condicionantes do momento.
7. Fator Operacional
É a área de abordagem de Segurança de Vôo que se refere ao desempenho do ser
humano nas atividades relacionadas com o vôo.
8. Incidente Aeronáutico
É a ocorrência anormal, que não seja um acidente, associada à operação de uma
aeronave, havendo intenção de vôo e que afete ou possa afetar a segurança.
9. Incidente de Solo
É uma ocorrência anormal relacionada com o trabalho envolvendo uma aeronave sem
que haja intenção de vôo e do qual resulte dano material e/ou lesão leve a pessoa nela trabalhando
ou não.
10. Consumo máximo de oxigênio ( V&O2max )
Quantidade de oxigênio que um indivíduo consegue captar do ar alveolar, transportar
aos tecidos pelo sistema cardiovascular e utilizar em nível celular na unidade de tempo (Leite, 1983,
p.68).
12
11. Custo Cardíaco
Trabalho complementar do coração provocado por uma atividade, significando uma
proporcional variação do V&O2max, que é avaliado pelo aumento da FC da atividade e FC máxima em
relação à FC de repouso. Pode ser expresso como custo cardíaco relativo de trabalho (CCRelT), pela
formula: CCRelT = (FC Atvd – FC Rep) / (FC Max – FC Rep)
12. Reserva da Freqüência Cardíaca
Número total de batimentos por minuto entre a FC máxima e a FC de repouso.
13. Comportamento Psicofisiológico
É o produto da sinergia corpo e mente, representado pelos fenômenos cognitivos,
emocionais e comportamentais relacionados e revelados por princípios e eventos fisiológicos.
14. Comportamento Emocional
Capacidade de criar motivações para si próprio e de controlar impulsos, de se manter
em bom estado de espírito e de impedir que a ansiedade interfira na capacidade de raciocinar, de ser
empático e autoconfiante. Goleman (1995)
15. Ansiedade-estado
Maneira como um indivíduo reage a uma situação, isto é, o estado emocional de um
indivíduo que experimenta sentimentos de apreensão, tensão, nervosismo, preocupação ou medo.
Magill (1993, p. 243)
13
16. Fadiga
Acúmulo de atividades físicas e mentais, causadores da diminuição da capacidade
subjetiva de prontidão e realizações psicológicas. Não é um estado definido nem unitário, pois a
multiplicidade de usos da expressão, levou a uma variada organização de conceitos, como “fadiga
mental”, “fadiga muscular”, “fadiga do trabalho”, “fadiga visual”, “fadiga auditiva”, etc.
Significativa é a distinção entre fadiga periférica e fadiga central, as quais estão baseadas em
fenômenos fisiológicos diferentes. Enquanto a última é uma sensação difusa, que é acompanhada de
uma indolência e falta de motivação para qualquer atividade, que ocorre por mecanismos de
compensação do sistema nervoso central, atuante como mecanismo de proteção, objetivando proteger
o homem de maiores sobrecargas, a primeira instala-se por alterações bioquímicas e mecânicas, não
só pela diminuição dos estímulos neuro-hormonais, como pelo prolongamento do tempo da atividade,
acarretando efeitos sobre a coordenação motora e diminuição da capacidade de produção.
(Grandjean, 1998)
14
15
REVISÃO DA LITERATURA
O COMPORTAMENTO PSICOFISIOLÓGICO
Schmidt (1982) afirmou que as origens do campo de estudo da psicofisiologia ocorreram a
partir da neurofisiologia e da psicologia no final do século passado e aproximaram-se da educação
física após a 2ª Guerra Mundial. A psicofisiologia abrange as áreas da aprendizagem, do controle e
da performance motora que tendem a integrar, atualmente, as áreas da biologia, da neurofisiologia,
da biomecânica, da psicologia, da cinesiologia e da educação física. A psicofisiologia é uma área de
estudos relativamente nova e que implica o entendimento de processos corporais internos do
comportamento através de uma sinergia corpo-mente.
Para Ribeiro e Brenda (1995), a psicofisiologia consiste na interação da psicologia com a
fisiologia, permitindo um melhor fornecimento de meios para a compreensão de respostas
psicomotoras. Cacioppo e Tassinary (1990) definiram a psicofisiologia como “o estudo de
fenômenos cognitivos, emocionais e comportamentais relacionados e revelados por princípios e
eventos fisiológicos”. Desta forma, somente a partir da compreensão de que as reações do
organismo não ocorrem de forma exclusivamente psicológica ou fisiológica, mas como uma
interação entre estes dois segmentos corporais, é que a psicofisiologia adquirirá uma base científica
sólida e auxiliará na explicação de fenômenos como o objeto deste estudo – a fadiga.
A partir destas constatações, é corrente o interesse da relação entre aptidão física e respostas
psicofisiológicas a uma variada gama de agentes estressores. Este interesse tem resultado num
número de investigações nas quais a aptidão física tem sido relatada com a aptidão aeróbia e os
agentes estressores com as atividades físicas ou mentais, como a cognição, e/ou condições
ambientais, interagindo na determinação pessoal da resposta a um estímulo. Becker (1998).
Diversas variáveis têm sido estudadas em pesquisas sobre o comportamento
16
psicofisiológico, principalemente em relação à reatividade ao estresse, as quais incluem medidas de
respostas cardiovasculares (Claytor e cols, 1988; Cox e cols, 1979; Hollander e Seraganian, 1984;
Holmes e Roth, 1985; Hull, Young e Ziegler, 1984; Roskiese cols, 1982; Shulhan, Scher e Furedy,
1986; Sinyor e cols, 1986; Zimmerman e Fulton, 1981), bioquímicas (Claytor e cols, 1988, Hull,
Young e Ziegler, 1984, Sinyor e cols, 1986, Sothmann e Gustafson, 1987), fisiológicas (Cantor,
Zilmann e Day, 1978; Claytor e cols, 1988, Hollander e Seraganian, 1984, Hull, Young e Ziegler,
1984, Keller e Seraganian, 1984, Zimmerman e Fulton, 1981) e psicofisiológicas (Holmes e Roth,
1985, Hull, Young e Ziegler, 1984, Sinyor e cols, 1986, Sothmann , 1987, Zimmerman e Fulton,
1981) obtidas antes, durante e depois da apresentação de diferentes agentes estressores. (David R.
Brown, 1990).
Hawkins et al. (1992), em um estudo envolvendo 10 semanas de treinamento aeróbio,
concluíram que os indivíduos mais bem condicionados apresentaram uma performance cognitiva
melhor do que a dos mal condicionados apenas na realização de tarefas mais complexas, que
exigiram um maior grau de atenção e concentração. Já Chodzko-Zajko (1991) concluiu que apesar
da relação entre a condição física e a performance cognitiva ter sido identificada para domínios
cognitivos específicos, ainda não há um consenso bem definido a respeito de quais aspectos deste
processo são mais suscetíveis a sofrer efeitos confiáveis de um melhor nível de condicionamento
físico.
Van Boxtel et al. (1997) sugerem, em suas pesquisas, duas hipóteses para explicar a
influência do condicionamento físico aeróbio nos processos cognitivos. A primeira diz respeito à
circulação cerebral, conhecida como a hipótese do oxigênio, onde o exercício físico atuaria
aumentando a circulação sangüínea nesta região, facilitando os processos neurais, e a segunda, da
estimulação neurotrófica, que sugere um efeito positivo do exercício físico sobre os centros
cerebrais superiores, na maior disponibilidade de neurotransmissores, na estrutura cerebral e na
17
eficiência neural, relacionando estas mudanças a uma melhor saúde mental e um elevado
desempenho cognitivo.
Pesquisas longitudinais, no entanto, têm apresentado resultados divergentes, no que diz
respeito à melhora do desempenho cognitivo em função de um melhor desempenho aeróbio.
Nas pesquisas de Blumenthal et al. (1991); Emery et al. (1990); Hill et al. (1993); Madden
et al. (1989) os sujeitos não apresentaram melhoras significativas. Já nas pesquisas realizadas por
Dustman et al. (1984); Williams et al. (1997); Clarkson-Smith et al. (1989); Van Boxtel et al.
(1997), os sujeitos apresentaram melhoras significativas no desempenho cognitivo.
No primeiro grupo de pesquisas, apesar de ter havido um aumento médio no VO2 max de
aproximadamente 18%, os testes cognitivos, repetidos no final do período de treinamento, não
detectaram melhoras significativas na performance psicomotora dos sujeitos, sendo que as pequenas
melhoras observadas foram atribuídas mais aos efeitos da aprendizagem e prática dos próprios
testes. Foi sugerido, então, que o incremento no condicionamento aeróbio só deve afetar as funções
cognitivas após longos períodos de treinamento, por meio de uma melhoria gradual no
funcionamento do sistema nervoso central.
Estas conclusões contrastaram com os resultados das pesquisas do segundo grupo, onde
após treinamento aeróbio, constatou-se aumentos significativos no desempenho cognitivo dos
sujeitos, associados a um aumento no nível de condicionamento aeróbio, após treinamento,
verificado em torno de 27%. Fica, então, a seguinte indagação – existiriam limiares específicos, a
partir dos quais seriam evidenciadas melhorias no desempenho cognitivo?
Os estudos de Clarkson-Smith et al. (1989) e Van Boxtel et al. (1997), com um
18
delineamento um pouco diferente, a par de não desenvolverem programas de treinamento,
separaram os indivíduos em grupos de bem e mal condicionados, submetendo-os a testes
cognitivos, encontrando, também, resultados divergentes. Os primeiros encontraram significativa
melhora nas tarefas relativas ao raciocínio, memória e tempo de reação, nos indivíduos bem
condicionados, enquanto que Van Boxtel não encontrou estas diferenças.
Já Weinberg et al. (1995), relacionaram o nível de condicionamento físico como fator crítico
para determinar se o desgaste físico de uma atividade produz resultados positivos ou negativos nas
performances mentais, sugerindo que o exercício pode facilitar os processos cognitivos, afetando
diretamente o sistema nervoso central, sendo que a duração da atividade pode reduzir esses efeitos
facilitatórios, que são abafados pela fadiga muscular.
Corroborando com estes achados, Hecker et al. (1992) e Hogervorst et al. (1996), também
encontraram diferenças significativas entre indivíduos bem e mal condicionados em testes de
velocidade de execução de tarefas cognitivas, após terem sido submetidos a exercícios de
resistência submáxima. Nestes estudos, contrariando o que se esperava, os tempos de reação
simples e complexo foram significativamente melhores após os exercícios físicos. Esperava-se que
os exercícios de longa duração exercessem um efeito prejudicial à performance cognitiva.
Assim os resultados diversificados das pesquisas que estudam a interação entre o
condicionamento físico e o desempenho cognitivo apontam para uma série de fatores como
delineamentos experimentais, características dos sujeitos, modelos e duração dos treinamentos,
seleção dos instrumentos de avaliação e análise estatística, como os possíveis responsáveis pelas
inconsistências apresentadas nos resultados.
19
O COMPORTAMENTO EMOCIONAL E A FADIGA
Segundo Samulski (1995), “a emoção como constructo psicológico, tem sido investigada
cientificamente durante um longo período de tempo dentro de conceitos como motivação,
cognição, estresse e ativação. A maioria das teorias de emoção coincide em que as emoções são as
avaliações das próprias relações motivacionais com os objetivos”.
Dentro desta linha, investigar os efeitos do estresse na atividade física tem sido a
preocupação de muitos pesquisadores.
O equilíbrio entre os diversos sistemas do organismo humano e o meio que o cerca
(homeostase) pode modificar-se por alterações causadas através de estímulos como o calor, as
atividades físicas, as emoções e outros. Para cada estímulo há uma resposta específica. (Cannon,
1929)
O fenômeno do estresse está intimamente ligado a tentativas de adaptação, bem sucedidas
ou não, conforme a teoria da Síndrome da Adaptação Geral (S.A.G.), desenvolvida por HANS
SELYE (1956). Quando o organismo é estimulado em um certo nível, mecanismos de compensação
atuam para responder a um aumento das necessidades fisiológicas. Esses estímulos são
denominados agentes estressores ou estressantes e a reação psicofisiológica conseqüente, é o que se
conhece por estresse. Nestas circunstâncias, surge a seguinte questão a ser definida: “lutar ou
fugir?” ( to fight or flight?), na expressão do próprio Selye.
Nem todos os estímulos são de uma intensidade capaz de, efetivamente, alterar o equilíbrio
homeostático. Quando são pouco intensos, os estímulos não desencadeiam a S.A.G. por não
conseguirem quebrar a homeostase. Quando a intensidade dos estímulos atinge um determinado
nível a S.A.G. é acionada em busca de adaptações.
20
No entanto, se os estímulos forem muito fortes, o organismo não conseguirá se adaptar a
eles e sobrevirão danos à saúde.
A (SAG) apresenta-se em três fases que se sucedem e dependendo da intensidade do agente
estressante ela pode chegar até à última fase, quando é atingido o limite da capacidade fisiológica
de compensação do organismo em relação ao agente estressante.
A primeira fase da S.A.G. ocorre no momento em que o equilíbrio homeostático é quebrado,
caracterizando-se por uma reação de alarme (por exemplo, quando alguém passa em frente à porta
de uma loja cujo sistema de ar refrigerado seja tão forte que provoque, momentaneamente, uma
rajada de ar gelado. Logo a seguir, a temperatura volta ao normal. Neste caso, o agente estressor
terá sido de tão curta duração que, apesar de ameaçar a homeostase, não terá exigido um processo
de adaptação).
A segunda fase da S.A.G. é chamada “fase de resistência” e é nela que ocorre a adaptação
do organismo ao agente estressor (aproveitando o exemplo anterior, onde o fator estressante era o
frio, a segunda fase ocorreria se, ao invés de simplesmente passar em frente à loja, a pessoa entrasse
nela. Neste caso, o estímulo seria duradouro e o organismo, através de seu sistema termoregulador,
procuraria adaptar-se à nova temperatura).
Finalmente, existe uma terceira fase da S.A.G., chamada “fase de exaustão”. Ela só é
atingida quando o estímulo estressante é tão forte que qualquer adaptação torna-se impossível
(ainda no exemplo do frio, seria o caso em que, em lugar de entrar numa sala com ar condicionado
alguém se deslocasse, sem roupas apropriadas, para o pólo sul, onde foi registrada a mais baixa
temperatura do planeta, com cerca de -87oC. Neste caso, apesar de lançar mão de todos os seus
mecanismos de adaptação, o organismo seria impotente para fazer frente a um agente estressor tão
intenso, e fatalmente entraria na fase de exaustão, onde sobreviriam danos, na forma de
congelamento e morte).
21
Todos os estímulos atuantes sobre o organismo podem se tornar fatores estressantes,
dependendo da magnitude da sua influência. Como esses agentes provocadores de estresse podem
ser de qualquer natureza, Von Euller (1969) classificou o estresse segundo a origem dos agentes
estressores, em três tipos clássicos, aos quais denominou: estresse físico, estresse bioquímico e
estresse mental.
O estresse físico é provocado por qualquer agente de natureza física, como a temperatura, a
umidade, o vento, os choques e o exercício muscular.
Os estresses mentais são todos aqueles que têm sua origem na mente, e são provocados por
fatores estressantes como tarefas cognitivas, ansiedade ou preocupações.
Os estresses bioquímicos são desencadeados por qualquer agente de natureza farmacológica,
como calmantes, anestésicos,estimulantes, tóxicos e drogas em geral.
Todas as pessoas estão, a todo momento, recebendo a influência de fatores estressantes dos
três tipos descritos. O que determinará se conseguirão adaptar-se a eles será a grandeza da atuação
somada de todos esses estímulos. Samulski (1995)
Von Eüller (1969) verificou, também, que os agentes estressores, independentemente de
suas naturezas, provocam no organismo um aumento da secreção de catecolaminas (epinefrina,
norepinefrina e cortisol). A eliminação urinária constitui o mais comum indicador desta constatação
da ação dos mecanismos de compensação fisiológica de organismos estimulados por agentes
estressantes.
Sobre isso, McArdel et al. (1998) assinalaram que o estresse físico provoca um forte
aumento na secreção de epinefrina e norepinefrina, tendo sido constatado que o trabalho físico
moderado tem um efeito muito leve sobre a secreção de catecolaminas, ao passo que o trabalho
físico rigoroso produz um aumento notável dessa secreção.
22
Para os estresses bioquímicos, os estudos demonstram na eliminação urinária que há um
aumento considerável da secreção de epinefrina, enquanto a norepinefrina permanece inalterada.
Os estresses mentais, por sua vez, provocam um aumento principalmente da secreção de
epinefrina e cortisol, diretamente proporcional às exigências e às condições em que a tarefa é
desenvolvida.
Ästrand e Rodhal (1980) relataram que o estresse físico e/ou emocional ativam a amígdala
cortical, estrutura que faz parte do sistema límbico (área do cérebro relacionada com o
comportamento emocional). A resposta emocional resultante é modulada por estímulos
provenientes dos centros superiores do cérebro anterior. A esta resposta neuronal da amígdala
cortical é retransmitida e estimula uma resposta hormonal do hipotálamo. Isto faz liberar o
hormônio CRF (fator liberador da corticotrofina), que estimula a hipófise a liberar outro hormônio,
o ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) na corrente sangüínea. Por sua vez, o hormônio ACTH
estimula as glândulas supra-renais, que compreendem duas regiões distintas, uma parte interna, ou
medula, que secreta adrenalina (epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina), e uma camada externa
ou córtex, que secreta mineralocorticóides (aldosterona) e glicocorticóides (cortisol).
Simultaneamente, o hipotálamo atua diretamente sobre o sistema autônomo para que ele
desencadeie, imediatamente, a reação ao estresse. O corpo é então preparado para a reação de “luta
ou fuga”, através de uma via dupla: uma resposta nervosa de curta duração e uma resposta
endócrina (hormonal), de maior duração.
23
Quadro 1 – A reação ao estresse:
RESPOSTA FISIOLÓGICA CONSEQÜÊNCIAAumento da freqüência cardíaca e da pressãoarterial
Mais sangue é bombeado para o cérebro, pulmões,braços e pernas, transportando mais oxigênio esuprimentos.
Aumento da respiração A respiração se torna mais profunda e rápida, parasuprir os músculos com mais oxigênio.
Tensão muscular Os músculos ficam contraídos, prontos para agir.Aumento da sudorese Resfria a musculatura superaquecida.Açúcares e gorduras liberados para a correntesangüínea
Fornecem o suprimento energético para prontautilização.
Liberação de fatores de coagulação do sangue O sangue coagula mais rapidamente reproduzindoas perdas sangüíneas, caso haja lesão.
Diminuição da digestão A maior parte do suprimento sangüíneo foidesviada para o cérebro e os músculos envolvidos.
(McARDLE, W. D., KATCH, F. I. & KATCH; 1986)
A discussão sobre os mecanismos que envolvem a instalação da fadiga começa no cérebro,
onde vários fatores podem influenciar o “desejo de vencer” e continua até as pontes cruzadas dos
músculos (Scott Powers, 2000). Há evidências que corroboram a maioria dos sítios de fadiga
conhecidos, como “ligações fracas” na produção da tensão muscular necessária ao desempenho
ideal. No entanto existe pouca concordância entre os pesquisadores sobre as causas exatas da
fadiga.
Existem evidências a favor e contra o conceito de “fadiga central”, isto é, de que a fadiga se
origina no Sistema Nervoso Central (Scott Powers, 2000 p. 363). Estudos de Ikai e Steinhaus
(1961) mostraram, também, que o limite superior da força voluntária é definido psicologicamente,
considerando-se que certos fatores emocionais ou estimulantes são necessários para atingir um
limite fisiológico, sugerindo que o SNC pode limitar o desempenho e que as alterações dessa
“estimulação” podem facilitar o recrutamento de unidades motoras para aumentar a força e alterar o
estado de fadiga.
24
O BIOFEEDBACK
Para M. Brandão (1995), o sistema nervoso é o meio pelo qual o corpo percebe os eventos e
lhes responde nos ambientes interno e externo. Os receptores capazes de detectar o toque, a dor, a
temperatura e os estímulos químicos enviam informações ao Sistema Nervoso Central sobre as
alterações do ambiente, que responde tanto por meio de movimentos voluntários quanto a uma
alteração da taxa de liberação de algum hormônio do sistema endócrino, dependendo de qual
resposta se faz apropriada.
Os nervos motores autônomos inervam o músculo cardíaco, as glândulas e a musculatura
lisa encontradas nas vias aéreas, nos intestinos e nos vasos sangüíneos. Em geral, o sistema nervoso
autônomo opera abaixo do nível de consciência, apesar de alguns indivíduos poderem,
aparentemente, aprender a controlar algumas porções desse sistema. Embora involuntária, a função
do sistema nervoso autônomo está intimamente ligada à emoção. Além disso, as secreções das
glândulas digestivas e sudoríparas são afetadas pelos períodos de excitação (M. Brandão, 1995;
Murray e Pelletier, 1998).
Ästrand e Rodhal (1980) em suas pesquisas concluíram, ainda, que uma vez desencadeada a
cascata do estresse, os hormônios responsáveis pela regulação vegetativa e metabólica do
organismo humano produzem influências na atividade cardíaca (aumento da freqüência cardíaca e
do volume sistólico), e ainda, uma ação estimuladora central que pode levar a uma modificação do
estado emocional (ansiedade, estresse, depressão e raiva entre outras), por influência direta sobre o
sistema límbico.
Segundo Howley (1997) através da atividade física as alterações funcionais no sistema
hipotálamo-hipofisário-adrenalínico ocorrem, de modo a reagir, sob influência dos fatores
25
estressantes, de forma hormonalmente mais econômica e com isto mais adequada para dada carga,
isto é, a mesma carga pode ser realizada com uma menor ativação hormonal, principalmente em
indivíduos treinados e com bom condicionamento físico.
Também constataram M. Brandão (1995) e Tiovanem (1994) que as maiores adaptações
fisiológicas encontradas no controle do estresse através do exercício físico, foram aquelas
relacionadas com os efeitos dos exercícios de cunho aeróbio, onde, além dos efeitos sobre o sistema
nervoso autônomo, simpático e parassimpático, diminuindo a secreção dos hormônios epinefrina e
norepinefrina, encontravam-se também, uma ação sobre os sistemas cardiovascular e pulmonar.
O Sistema simpático é o responsável pelas reações de estimulação ou de estresse tais como
aumento da freqüência cardíaca e respiratória, pressão arterial, mas com redução da atividade
gastrointestinal, enquanto que a porção parassimpática tende a inibi-las. É evidente que o aumento
da atividade nervosa simpática aumenta com a intensidade e duração da atividade física,
conseqüentemente a atividade de um determinado órgão pode ser regulada de acordo com a relação
entre os impulsos simpáticos e parassimpáticos de acordo com as necessidades do organismo. M.
Brandão (1995); Murray e Pelletier (1998).
A literatura é extensa sobre os efeitos dos exercícios nos sistemas cardiovascular e
pulmonar. O que atualmente tem trazido intrigantes questões são as demandas psicofisiológicas no
contexto das práticas corporais de um modo geral. Ribeiro (1992)
Para complementar os treinamentos existentes, o Biofeedback vem trazer novas perspectivas
no campo da atividade física. Este método permite ao individuo tomar consciência e controlar
voluntariamente algumas funções fisiológicas autônomas, como a pressão arterial, a freqüência
cardíaca, o fluxo circulatório e em outras respostas orgânicas vinculadas ao domínio do sistema
nervoso autônomo.
Os primeiro estudos relacionados ao Biofeedback foram as pesquisas comportamentais de
Benson (1995), corroborando estudos experimentais de Miller (1969), que demonstrou ser possível
26
o controle dos processos corporais involuntários por meio da biorretroalimentação.
Segundo Schwartz e Schwartz (1997), a Biorealimentação teria sido o termo precursor do
atual método do Biofeedback. Experimentos correspondentes a biorealimentação envolvem
recompensa a atuação desejada, o que por sua vez altera as suas funções corporais internas.
Por sua vez, Zaichowsky e Fuchs (1999) afirmaram que o Biofeedback pode ser pensado
como uma aplicação especializada da realimentação: o sistema é controlado pelo individuo, e a
informação do sistema de realimentação é um sistema biológico.
O Biofeedback é capaz de registrar eletronicamente os processos fisiológicos internos do
individuo como, pulsação, temperatura periférica, resposta galvânica (EDR), tensão muscular e
pressão do sangue. As informações captadas por sinais de áudio e vídeo, são processadas
naturalmente pelo individuo e podem resultar em mudança de comportamento, permitindo-lhe
aprender a controlar as suas reações emocionais e fisiológicas, Rossi (1994, p.102).
A tecnologia do Biofeedback (BFB), hoje em dia é utilizada em diversos campos de estudos
e por essa amplitude, BFB passou a designar tanto os procedimentos e tratamentos, como o próprio
aparelho.
Zaichowsky apud Ribeiro (1998), na área do movimento humano foi um dos primeiros a
estudar a regulagem voluntária dos processos internos de habilidades motoras e desempenho.
Schwartz e Schwartz (1997) definiram que todo o processo fisiológico ou mudança corporal
que possa ser precisamente monitorada, por meio de instrumentos, pode ser usado como
biofeedback.
Na atualidade, são utilizados, ainda segundo os mesmos autores, os seguintes tipos de
Biofeedback: eletromiográfico, térmico, respiratório, eletrodérmico e da freqüência cardíaca. Sendo
que serão abordados somente os tipos que serão utilizados neste estudo: o eletrodérmico e a
freqüência cardíaca.
27
a- Biofeedback eletrodérmico (EDR)
Resposta galvânica da pele, mede o nível da diferença de potencial elétrico causado pela
sudorese, por ativação das glândulas sudoríparas, na palma das mãos e parte interna dos dedos, que
tendem a aumentar a atividade e a condutividade elétrica com a presença do suor. Um aumento da
transpiração pode significar estímulo por parte do sistema nervoso autônomo devido a um estado
emocional alterado. Ästrand e Rodhal (1980)
b- Biofeedback da freqüência cardíaca (FC)
O sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático) atua sobre a freqüência
cardíaca, provocando alterações de acordo com as necessidades metabólicas do organismo. A FC
pode ser um biofeedback de fácil mensuração, pois com um simples monitor cardíaco é possível
registrá-la.
Zaichowsky apud Ribeiro (1998) relatam, ainda, que a monitoração da FC ampliada e
mostrada ao individuo possibilitará a este, dependendo da situação, tentar aumentar ou diminuir sua
taxa.
28
O CONTROLE DA CARGA DE TRABALHO PELA FREQUÊNCIA CARDÍACA
Diversos autores, entre eles Kalsbeck e O’Hanlon (1971), encontraram resultados
concordantes em relação à variabilidade da freqüência cardíaca como indicador da carga de
trabalho mental. Observaram, ainda, que a freqüência dos batimentos cardíacos, de pulsação em
pulsação, não registra nenhum ritmo regular, mas flutua constantemente para mais e para menos, o
que é chamado na fisiologia de arritmia senoidal. Eles concluíram que esta variabilidade da
freqüência cardíaca diminui, tanto em exigências mentais quanto físicas.
Por mais de 20 anos sedimentou-se o conceito de que a medida da FC é melhor do que o
consumo de energia para avaliação da carga de trabalho. Realmente, a carga de trabalho não só é
refletida pelo consumo de calorias, mas também pelo número de músculos envolvidos e pelo grau
da exigência estático da musculatura. Com um mesmo consumo de energia um trabalho é mais
pesado quando poucos músculos estão envolvidos do que quando o mesmo trabalho é realizado por
muitos músculos. Pode-se ter um mesmo consumo de energia, mas o trabalho estático da
musculatura é mais cansativo do que um trabalho de natureza dinâmica, Grandjean (1999).
A atividade física exige mudanças e adaptações no organismo, que atingem quase todos os
órgãos internos e tecidos. As mais importantes adaptações são o aprofundamento e aceleração da
respiração; aceleração da FC; adaptações vasomotoras; aumento da pressão sangüínea, pelo qual a
queda da PA é compensada pelo aumento de fluxo nos vasos dilatados dos órgãos em trabalho;
aumento do suprimento de açúcar, pela liberação de maior quantidade de açúcar do fígado para o
sangue, e aumento da temperatura do organismo e do metabolismo, relataram Fox e Mathews
(1984).
A freqüência do pulso pode ser sentida e medida na artéria radial, situada no antebraço
esquerdo no lado do polegar, contada a cada batimento cardíaco e expressa em número de
29
batimentos cardíacos por minuto. Para isto, também, foram criados aparelhos que registram
continuamente a freqüência do pulso e que são valiosos auxiliares neste levantamento, entre eles os
medidores de FC (Biofeedback) e o eletrocardiograma que usa sistema de telemetria sem fio.
O pulso aumenta dentro de determinados limites lineares como o trabalho realizado, desde
que este trabalho seja de natureza dinâmica e que mantenha um ritmo estável de movimentos,
apenas variando a força empregada. Em trabalhos leves, a freqüência de pulso sobe rapidamente e
mantém-se em um nível correspondente à intensidade do trabalho, ficando constante durante toda a
duração da carga de trabalho. Quando o trabalho termina, em poucos minutos a freqüência do pulso
retorna a níveis iniciais. Grandjean (1998. p. 79)
Nóbrega et al (1993) relataram que o aumento da FC durante uma atividade física resulta
tanto da diminuição do tônus vagal como do aumento da estimulação simpática, originados por um
comando central e por reflexos de origem periférica.
Ainda sobre este aspecto, Ästrand e Rodhal (1980) relataram que um aumento do tônus
simpático gerado por estresse emocional ou físico, dará origem a uma aceleração da FC que,
conseqüentemente, pode servir como indicador para a resposta ao estresse.
Segundo Hullemann (1983), as bases fisiológicas dos exames ergométricos residem na
correlação existente entre o aumento da solicitação e o comportamento da captação de oxigênio e
da FC, sendo que a freqüência do pulso para uma determinada intensidade submáxima de trabalho
constitui um índice da capacidade de rendimento do organismo.
Karvonen et al (1988), corroboraram estes conceitos ao descreverem que nos esforços
submáximos a relação entre FC e VO2 comporta-se de forma linear, sendo que praticamente todos
os protocolos indiretos para estimação do V& O2max se baseiam na FC.
Sobre isto Ästrand e Rodhal (1980), relataram que a FC aumenta linearmente com cargas
progressivas de trabalho físico, desde que não haja uma grande mudança no estado emocional do
30
indivíduo. Afirmaram, ainda, que o registro do ritmo de campo é realizado com a ajuda de um
aparelho miniaturizado que grava continuamente a FC, sendo que quando esta é combinada com os
registros de tempo-atividade, mostra o grau e as variações do esforço circulatório. Ao comparar a
FC de um individuo durante o trabalho com a reposta do ritmo cardíaco a carga de trabalho
conhecidas e progressivas, a FC pode ser convertida numa captação de oxigênio aproximada.
McArdle et al (1998) ratificaram que a utilização da FC é um indicador válido do grau de
esforço do miocárdio, bem como da intensidade do trabalho executado, desde que as principais
variáveis influenciadoras estranhas sejam convenientemente controladas. Principalmente fatores
que interferem na regulação extrínseca da FC.
Por sua vez Fox e Mathews (1984) também disseram que os métodos modificados capazes
de refletir o custo energético incluem a medição apenas do débito de oxigênio ou o cálculo do VO2
com base nas determinações da FC. Com este último método, o consumo de oxigênio pode ser
calculado durante a execução real das atividades, pois a FC pode ser averiguada através da
transmissão de ondas de rádio (telemetria) ou medidores de FC portáteis.
Pode-se encontrar ainda em relatos como o de McArdle et al (1998), a afirmação de que
uma boa alternativa para a avaliação do custo cardíaco consiste em utilizar-se a FC para classificar
um trabalho em termos de intensidade relativa. Esta prática baseia-se no fato de que valores
percentuais de V& O2max e o percentual da FCmax, estarem relacionados de maneira previsível,
independentemente do gênero ou da idade.
Outro método amplamente utilizado pela comunidade científica atual, é a percentagem da
reserva da freqüência cardíaca utilizada (%RFC), que tem seu cálculo realizado de maneira
semelhante ao CCRelT (Custo Cardíaco Relativo de Trabalho). O Colégio Americano de Medicina
do Esporte (ACSM, 2000) define este método como bastante apropriado para a determinação da
carga de trabalho quando se utiliza a FC como parâmetro.
31
De um modo geral, quase todos os pesquisadores concordam com as limitações inerentes ao
método de estimação do custo energético pautado na FC, porém também são unânimes em ressaltar
que, controlando-se adequadamente as variáveis influenciadoras, é possível obter um cálculo
aproximado da eficácia de uma determinada operação de trabalho estimando-se o gasto energético
com base na captação de oxigênio ou na FC.
Segundo Vilas-Boas (1989), em relação a outras metodologias normalmente tidas como
mais rigorosas, como a determinação da lactecemia, do VO2 ou a biópsia muscular percutânea por
agulha, o método da FC possui vantagens e desvantagens. Quanto às primeiras, o autor destacou a
facilidade de operacionalização em contraste com as dificuldade operacionais dos outro métodos
que exigem adaptação e acoplamento de dispositivos de coleta de gases ou técnicas invasivas, além
de alto custo financeiro, bem como, a possibilidade de registro continuo dos dados, que permite a
análise da variável no decurso de um determinado trabalho. Sobre as desvantagens, assinalou a
labilidade da FC como expressão fisiológica da intensidade do esforço, já que a mesma é
susceptível de sofrer variações induzidas por outros fatores além do trabalho em si. Neste aspecto,
diversos pesquisadores têm se atido a investigar a relação entre o condicionamento físico e a
reatividade cardíaca ao estresse mental.
Spalding et al (2000) e Boutcher et al (2001) examinaram o efeito do treinamento físico na
reatividade cardíaca ao estresse mental, demonstrando que indivíduos aeróbiamente treinados,
quando comparados aos destreinados, possuem uma menor FC absoluta durante tarefas cognitivas.
Da mesma forma, Blumenthal et al (1990), haviam confirmado, em pesquisas longitudinais, nas
quais indivíduos destreinados melhoraram seu padrão de condicionamento físico, que o treinamento
aeróbio reduz a FC absoluta em resposta ao estresse mental.
32
Em um aspecto parece que a maioria dos cientistas está de acordo, ao se considerar o
aspecto da atuação do miocárdio, o controle das variáveis influenciadoras da FC é algo bastante
complexo, porém, geralmente, uma maior FC significa um maior trabalho do coração.
A PILOTAGEM DE HELICÓPTEROS
A pilotagem de helicópteros aparentemente não se caracteriza por intenso esforço físico. Ao
contrário, o piloto tende a se tornar cada vez mais sedentário, em razão de permanecer por longos
períodos de tempo sentado e com restrita movimentação dos principais segmentos corporais.
Por outro lado, a responsabilidade da função demanda um grande componente de estresse
mental, aliado à necessidade de permanentemente estar o piloto vigilante, atento, e preciso em seus
movimentos de comando da aeronave.
Segundo Moreira (1992), a habilidade para a pilotagem varia de uma pessoa para outra e
depende de qualidades físicas, como a coordenação ou a velocidade de reação, cujos níveis de
desenvolvimento podem ser aprimorados por meio do treinamento, mas que possuem também um
considerável componente genético, que explica as diferenças na qualidade do desempenho de dois
indivíduos como o mesmo padrão de treinamento. Porém, o limite genético vai decrescendo
significativamente a partir de certa idade. Esse fato deve-se a deterioração da atividade física,
provocada pelo envelhecimento que, por sua vez, é acelerado pelos hábitos sedentários.
Dentro deste contexto, a segurança de vôo passa a ter relevante papel na atividade da
aviação, pois envolve condicionantes de risco de vida para tripulantes e passageiros, merecendo
especial atenção no estudo das variáveis que se controladas ou minimizadas, poderão vir a reduzir
as ocorrências aeronáuticas.
33
As estatísticas do CENIPA - Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos, órgão que compõem o sistema de proteção ao vôo da Força Aérea Brasileira – do ano
de 2000, têm demonstrado que o pilar humano é o mais suscetível à falha, quer o homem esteja no
comando direto da ação ou atuando nos bastidores da operação aérea.
Os gráficos a seguir apresentados, complementam os apresentados na relevância do presente
estudo, constam dos relatórios do ano de 2000 do CENIPA e revelam os dados estatísticos relativos
às ocorrências aeronáuticas, no período de 1989 a 1999, demonstrando a importância do
comportamento psicofisiológico dos pilotos nestas atividades.
Dentre estas ocorrências, em dados aproximados, no ano de 1991 o tempo decorrido entre o
acidente e o próximo incidente aeronáutico em que esteve envolvido o fator operacional, foi de 7
meses; em 1994, de 2 meses; 1995, de 6 meses e em 1998, 1 mês, segundo dados do CENIPA.
Fica evidenciado, na Tabela 1, uma tendência geral que coloca o individuo como principal
contribuinte dentre os fatores, com 90% dos casos de ocorrências, neste período, se for considerado
a sua participação no fator humano e operacional.
Tabela 1 – Ocorrências aeronáuticas por tipo de fatores contribuintes
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 Total %Humano 00 02 03 08 09 02 08 10 04 09 02 57 14,25Material 00 04 05 02 03 04 04 00 05 01 04 32 8
Operacional 00 09 23 28 52 44 31 31 30 40 15 303 75,25Missão 00 00 00 02 01 00 01 00 01 02 02 08 2
00 15 31 40 67 50 44 41 40 52 23 400 Fonte – CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos)
34
Na tabela 2 e gráfico 3, observa-se que, dentro do fator humano, o aspecto psicológico
possui uma tendência em ocorrer 3,5 vezes mais do que o aspecto fisiológico, ao longo dos dez anos
pesquisados.
Tabela 2 - Quantidade de ocorrências por Aspecto.
Área do Fator Humano
Aspecto 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 Total
Fisiológico 00 00 01 02 03 00 02 02 00 03 00 13
Psicológico 00 02 02 06 06 02 06 08 04 06 02 44
Fonte – CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos)
Fonte – CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos)
Gráfico 3 - Quantidade de ocorrências por aspecto
Fisiológico22,81%
Psicológico77,19%
35
Já a tabela 3 e o gráfico 4 apresentam os principais indícios do aspecto psicológico por ano,
onde foi observada uma grande incidência da ansiedade e da diminuição da atenção e da
concentração, como prováveis causas das ocorrências aeronáuticas, quando o fator humano foi o
provocador destas.
Tabela 3 – Principais indícios do aspecto psicológico por ano.
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 TotalAnsiedade 2 1 3 3 1 3 1 14Diminuição da atenção econcentração
1 1 1 1 2 5 1 1 13
Excesso de confiança / iniciativa 1 1 2 4Pressa 2 1 1 4Pressão 1 2 3Exibicionismo / Demonstração 1 1 1 3Irritabilidade 1 1 2Improvisação 1 1 2Perda de controle emocional 1 1 2Impulsividade 1 1Competitividade 1 1Descaso 1 1Fixação da atenção 1 1Falta de confiança/ iniciativa 1 1Baixa estima 1 1
Fonte – CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos)
36
02468
101214
Total
Gráfico 4 - Aspecto Psicológico Ansiedade
Diminuição da atenção econcentraçãoExcesso de confiança /iniciativaPressa
Pressão
Exibicionismo /DemonstraçãoIrritabilidade
Improvisação
Perda de controleemocionalImpulsividade
Competitividade
Descaso
Fixação da atenção
Falta de confiança/iniciativaBaixa estima
Quando o aspecto observado foi o fisiológico, tabela 4 e gráfico 5, as incidências recaíram
em maior grau na sobrecarga de atividade aérea e diminuição de horas de descanso, caracterizando,
segundo Gradjean (1998), o processo de fadiga iniciado pelo acúmulo de atividades físicas e
mentais, causadores de uma sensível diminuição da capacidade subjetiva de prontidão e das
realizações psicofisiológicas.
Tabela 4 - Principais indícios do aspecto fisiológico por ano89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 Total
Sobrecarga de atividade Aérea 1 1 1 1 1 5Diminuição horas de descanso (sono) 1 1 1 3Alteração fisiológica 1 1Lesão 1 1Intoxicação alimentar 1 1Ingestão de bebida alcóolica 1 1Ingestão de medicamentos 1 1Falta de lentes corretivas 1 1Alteração fisiológica (mal estar) 1 1
Fonte – CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos)
37
00,5
11,5
22,5
33,5
44,5
5
Total
Gráfico 5 - Aspecto Fisiológico Sobrecarga de atividadeAérea
Diminuição horas dedescanso (sono)
Alteração fisiológica – vôotransmeridiano
Execução atividade estandocom lesão corporal
Intoxicação alimentar
Ingestão de bebida alcóolica
Ingestão de medicamentos(analgésicos)
Falta de lentes corretivas
Alteração fisiológica (malestar)
Fonte – CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos)
Estes estudos do CENIPA apontaram dois determinantes para os acidentes aeronáuticos: as
condições inseguras e o ato inseguro.
O fato dos pilotos praticarem atos inseguros parece contrariar a própria natureza humana, uma
vez que todos possuem um sistema de alerta, através do qual se defendem dos perigos do meio
ambiente, movidos pelo instinto de conservação e pela aprendizagem, o que facilmente
confirmamos pela Síndrome da Adaptação Geral, Selye (1956).
Durante anos diversos autores, entre eles Bartenwerfer, 1957; Kornhauser, 1965; Wisner,
1967; Grandjean, 1971; Frankenhauser, 1971; Laville, 1973; Levi, 1975; estudaram a questão do
acidente do trabalho e concluíram que:
a) A sobrecarga de atividade, seja por problemas institucionais, seja pelo aumento da
produtividade/necessidade do serviço (cumprimento de missão), induz a um esgotamento cada vez
mais acelerado de suas condições psicofisiológicas;
38
b) A demanda do trabalho faz com que a atividade profissional invada cada vez mais a vida
familiar e social, fazendo com que o indivíduo tenha cada vez menor tempo para o lazer e a
sociedade;
c) O trabalho repetido leva a um processo de fadiga que pode se caracterizar pelo desânimo
para o serviço ou para o lazer, pela falta de apetite, pela frigidez e pela impotência sexual, pela
insônia e pelo cansaço constante;
d) Além do estresse no trabalho, há o estresse do seu cotidiano familiar, doenças de
dependentes, situações de separação e etc;
Todos esses fatores podem contribuir no processo da fadiga e muitas vezes a mera diminuição
dos reflexos condicionados, por menor que seja, pode causar o acidente.
Apesar de paradoxal, o acidente é fruto da incapacidade do sujeito de suportar sua carga
psíquica.
Assim, o acidente é um sintoma que lembra ao especialista que o protagonista é uma pessoa
que não estava agindo nas suas condições normais psicofisiológicas naquele crucial momento. O
seu desempenho laboral provavelmente fora afetado pelos sintomas da fadiga mental ou fisiológica
a que estava submetido.
Pesquisa realizada por Grandjean et al (1971) com os controladores de vôo do aeroporto de
Zurique, em relação à fadiga, para a qual foi imputada grande importância em relação aos riscos das
falhas de orientação que são causadoras de acidentes aéreos, abrangeu uma análise do trabalho,
medição dos indicadores de fadiga e a medição do nível de catecolaminas excretadas pela urina. Foi
observado que uma parte dos controladores de vôo precisava observar na tela do radar os
movimentos dos aviões, ao mesmo tempo em que davam instruções e orientações por rádio aos
pilotos dos aviões e a outros locais da segurança de vôo. A análise do trabalho demonstrou que um
controlador de tráfego aéreo fica, por dia de trabalho, 3 horas e meia continuamente olhando a tela
39
do radar, e que fornece cerca de 800 informações codificadas. 78 controladores foram avaliados na
pesquisa. Os resultados demonstraram que as medidas psicológicas apresentaram uma queda
regular nas 6 primeiras horas passando, após a 7ª hora, a ter uma intensidade mais pronunciada de
queda. As avaliações da medida subjetiva de fadiga demonstraram que as referências “cansado e
sonolento” foram assinaladas fortemente após a 7ª hora. A comparação de todos os resultados
mostra, assim, um resultado semelhante: nas primeiras 4 a 7 horas de trabalho toma lugar uma
sensível diminuição da capacidade subjetiva de prontidão da produção e das realizações
psicofisiológicas, e após a 7ª hora, ocorre um forte aumento da fadiga tanto no campo dos
indicadores objetivos quanto dos subjetivos.
Uma comparação dos resultados dos controladores de vôo com outras profissões que exigem
alto grau de vigilância, mostrou uma interessante sobreposição: ambas exigem uma atenção
prolongada, bem como as primeiras limitações da capacidade de produção se instalam após 4 horas
de trabalho; após 7 a 8 horas estas limitações aumentam fortemente. Estas limitações, segundo
Grandjean et al (1971); são indicadores de um estado de fadiga que nos estudos comparativos
destes pesquisadores manifestaram-se como: fadiga subjetiva; diminuição da produção
psicomotora; diminuição da precisão na direção; diminuição da variabilidade da freqüência
cardíaca; aumento da freqüência cardíaca de repouso e aumento das ondas alfa no EEG. Suas
hipóteses, então, são de que estas manifestações são a expressão da diminuição do grau de ativação
do sistema nervoso central, pela instalação da fadiga.
Conclusão Parcial
40
A exposição dos dados estatísticos do CENIPA delimitou os problemas ocorridos de 1989 a
1999, onde pôde-se observar as principais áreas indutoras de falhas e abordar algumas possíveis
justificativas. Os estudos apontaram que o erro humano é a mais freqüente causa dos sinistros (90%
dos casos).
Investir em prevenção é, provavelmente, o procedimento mais adequado que se pode adotar
com vistas a otimizar a performance, muito embora o alto custo das aeronaves e da manutenção já
sejam motivos suficientes para tal.
As estatísticas apresentadas demonstraram que o fator humano é o mais suscetível à falha.
Os problemas ocorridos de 1989 a 1999, demonstraram que das 155 ocorrências aeronáuticas, 57
(36,77%) foram por alterações psicofisiológicas dos pilotos. As medidas preventivas conseqüentes
recaem, indubitavelmente, sobre o profissional de aviação, onde o controle do estresse e a aptidão
física podem exercer importantes adaptações nos sistemas cardiovascular e pulmonar, retardadores
da fadiga, através da otimização da ativação neural e hormonal, com influência direta na redução de
acidentes e na qualidade de vida dos pilotos.
A Teoria do Bloqueio de Bills (1931) corrobora estas afirmações ao indicar que o ser
humano não consegue concentrar-se em uma tarefa mental completamente sem pausas. Na
realidade, ocorrem em espaços de tempo relativamente curtos, interrupções na elaboração das
informações – bloqueios, que são mais freqüentes em trabalhos de duração mais longa – que podem
ser avaliados como sintomas da Fadiga mental.
O “Trigger Effect” enfatizado, hoje, pela PNI (Psiconeuroimunologia), registra que os
mensageiros químicos do cérebro que afetam o sistema imunológico são desencadeados pelas
emoções (ansiedade, estresse, raiva e depressão), que exercem um poderoso efeito sobre o sistema
nervoso autônomo, o qual regula as funções neurovegetativas (FC, PA, FR, Sudorese...), Felten et
alli (1985).
41
As catecolaminas, o cortisol e os opiatos naturais (betaendorfina e encefalina) são todos
liberados durante o estresse, obstruindo a função das células imunológicas, numa conservação de
energia que dá prioridade à sobrevivência, Rabin et alli (1988).
Segundo Steven B. Mayer (1994), microbiólogos e cientistas constatam cada vez mais as
ligações entre o cérebro e os sistemas cardiovascular e imunológico.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
42
O presente estudo foi classificado como pesquisa com delineamento quase-experimental,
por apresentar um controle da variável independente, por ter sido aplicado um pré-teste e um pós-
teste para ambos os grupos, por controlar tantas ameaças à validade interna quanto possível, por ter
sido realizado em ambiente real, onde os grupos não puderam ser formados aleatoriamente, não
apresentando, entretanto, grupo controle. Cook e Campbell (1979) apud Thomas e Nelson (2002 p.
314).
Neste capítulo estão descritos os itens empregados no desenvolvimento do método da
presente pesquisa, que estão de acordo com Thomas & Nelson (2002), os quais foram divididos,
para uma melhor estruturação, conforme abaixo:
1. Seleção dos sujeitos;
2. Variáveis;
3. Instrumentos de medida;
4. Delineamento Experimental:
a. Procedimentos preliminares – consentimento e avaliação médica,
b. Experimento;
c.Tratamento estatístico
5. Estudo Piloto
SELEÇÃO DOS SUJEITOS
43
POPULAÇÃO
A população deste estudo é composta por 168 militares, Pilotos de Helicópteros do Exército
Brasileiro, que servem no Comando de Aviação do Exército Brasileiro, em Taubaté/São Paulo.
AMOSTRA
Foram selecionados, de forma estratificada aleatória, segundo Thomas & Nelson (2002 p.
97), 26 pilotos militares do Centro de Instrução da Aviação do Exército Brasileiro (CIAvEx), todos
voluntários, gênero masculino, idades 31,33 +/- 5,28 anos, ativos fisicamente, V& O2max na faixa de
42 a 63 ml.kg-1.seg-1, os quais foram estratificados segundo o condicionamento aeróbio do momento
dos testes.
A amostra, então, foi divida em dois grupos. O grupo 1, chamado de G1, apresentou um
V& O2max = 57,69 +/- 4,45 ml.kg-1.seg-1, equivalente ao conceito “bem acima da média” estabelecido
pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM – no seu manual “ACSM’S
GUIDELINES FOR EXERCISE TESTING AND PRESCRIPTION 6ª EDITION”, 2000 p.77),
enquanto que o grupo 2, chamado de G2 apresentou um V& O2max = 46,58 +/- 4,45 ml.kg-1.seg-1,
classificado com o conceito “médio” segundo o mesmo manual.
Para a caracterização da amostra, foram realizadas, ainda, medidas antropométricas, de
estatura (cm), massa corporal (Kg), índice de massa corporal e medidas da freqüência cardíaca de
44
repouso (bat/min), sendo estabelecida a freqüência cardíaca máxima pela fórmula de JONES et alli
(1980), sugerida pelo American College of Sports Medicine (1980), citada por DANTAS (1995 p.
136): FCmax = 210 – 0,65 x idade (em anos).
VARIÁVEIS
INDEPENDENTE – Condicionamento aeróbico dos pilotos. Variável cuja manipulação
influencia os resultados das outras variáveis.
DEPENDENTES – Níveis de atenção, concentração, performance sob influência do
estresse, fadiga psíquica, freqüência cardíaca e resposta galvânica da pele. São as variáveis onde os
efeitos da variável independente são observados.
INTERVENIENTES – Efeito testagem, horas de vôo, condições meteorológicas, estado
emocional e ansiedade traço/estado dos pilotos. São as variáveis que poderiam afetar a relação entre
as variáveis dependentes e independentes mas não foram incluídas ou não puderam ser
completamente controladas.
INSTRUMENTOS DE MEDIDAS
45
1. Testes Psicofisiológicos
- Cognitrone S 8 (COG S8)
O teste cognitivo S-8 da bateria de testes do Sistema de Viena, versão 9.00, do
Centro de Estudos e Diagnóstico Psicológico Computadorizado – INFOTESTE DO
BRASIL, com duração aproximada de 7 minutos, apresenta conteúdos visuais em quatro
quadros adjacentes (estímulos) e num quadro abaixo (modelo). É pedido ao sujeito para
comparar cada figura que aparece no “quadro modelo” com as figuras que surgem nos
“quadros de estímulo” e que faça o seu julgamento com base em regras especificadas.
Seguidamente o sujeito introduz o resultado do seu julgamento, pressionando numa tecla do
painel de respostas, de acordo com as instruções recebidas. A flexibilidade proporcionada
pelo programa de parâmetros, permite a utilização do teste na avaliação de um largo número
de variáveis (por exemplo as que compõem o presente estudo: atenção, concentração e
performance sob influência do estresse).
- ALS S7
Pertencente, também, à bateria de testes do Sistema de Viena, versão 9.00, do Centro
de Estudos e Diagnóstico Psicológico Computadorizado – INFOTESTE DO BRASIL, é um
teste geral de desempenho para avaliação da capacidade de concentração, saturação e fadiga
psíquica, em Psicologia Clínica e Aplicada e, especialmente, no campo do diagnóstico de
aptidões.
Neste Teste de Pauli, um modelo desenvolvido com base nos trabalhos de Kraeplin,
é utilizado o método da adição e subtração consecutivas, a fim de determinar o desempenho
46
de um examinado: A tarefa consiste em somar ou subtrair, sempre dois números o mais
rápido e exato possível, durante um longo período de tempo. O teste está dividido em
subfases permitindo, desta forma, determinar a progressão do desempenho ao longo do
tempo.
A aplicação computadorizada do Teste de Pauli, inclui uma instrução padronizada e
uma fase de treino, seguida de uma fase de teste de 10 minutos, durante a qual o examinado
deve efetuar o maior número possível de adições e subtrações de dois números. Os números
são apresentados no ecrã, um por cima do outro. O examinado é instruído para registrar os
resultados, pressionando as teclas numeradas do seu painel de respostas.
2. Biofeedback (BFB)
- BFB EDR
O Biofeedback eletrodérmico ou resposta galvânica da pele (EDR – “eletro dermal
response”) é um aparelho que registra o nível de condutância da diferença do potencial
elétrico da pele, causado pela mudança da transpiração nas palmas das mãos e dedos, através
da atividade das glândulas sudoríparas, quando estimuladas pelo sistema nervoso autônomo
em condições estressantes. Schwartz e Schwartz (1997 p.260)
- BFB da Freqüência Cardíaca (FC)
O Biofeedback da Freqüência Cardíaca nada mais é do que o registro dos
batimentos cardíacos por intermédio de um freqüencímetro de pulso. Nesta pesquisa, foi
utilizada a marca Polar Pulsitronic, onde a freqüência cardíaca do piloto foi registrada
durante toda a missão de vôo, sendo acompanhada por um relatório para a verificação da
47
atividade correspondente. Os dados foram transportados para o computador, através de um
infravermelho, para um programa da mesma marca, determinando-se as curvas de
desempenho.
3. Teste Físico
- TESTE DE COOPER, 1968
A determinação do consumo máximo de oxigênio de cada sujeito, foi verificada
através do Teste de Cooper de 12 minutos, onde o sujeito deveria percorrer a maior distância
possível, em um intervalo de tempo de 12 minutos. Com o resultado deste teste, cada
indivíduo foi classificado de acordo com o seu desempenho, ou seja, distância percorrida,
cujo V& O2max foi determinado, empregando-se a equação:
V& O2max (ml.kg-1.seg-1) = D (distância em m) – 504,1 / 44,8.
4. Outros
- RELATÓRIO “TEMPO X ATIVIDADE”
Relatório de atividades desenvolvidas durante a missão de vôo, que foi confrontado
com a resposta galvânica da pele e freqüência cardíaca verificada para o momento relatado.
- FICHA DE ANAMNESE (Anexo C)
Ficha de avaliação de dados e índices antropométricos.
DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
48
PROCEDIMENTOS PRELIMINARES
Antecedendo a fase experimental, foi proferida uma palestra para todos os Pilotos do
CIAvEx, onde foram explanadas as finalidades, os objetivos e a problemática do estudo. Após isto,
todos os voluntários receberam uma Carta de Apresentação da Pesquisa (Anexo A), preencheram
um Formulário de Consentimento (Anexo B) e uma Ficha de Anamnese (Anexo C).
EXPERIMENTO
O tratamento experimental foi desenvolvido no período de duas semanas, no mês de
fevereiro de 2003, durante o Estágio de Pilotagem Tática (EPT), na área de instrução da Marinha do
Brasil, em São Pedro d’Aldeia, Estado do Rio de Janeiro.
Segundo o Manual de Pilotagem do Centro de Instrução de Aviação do Exército, Cap 2
(2003), o EPT tem para a Aviação o objetivo de complementar a formação do Piloto, habilitando-o
a exercer a função de Piloto Tático, apto a ser empregado em condições de combate, nos mais
diversos ambientes operacionais. Ainda, desenvolver reflexos necessários à execução do vôo tático,
diferente daquele utilizado na realização do vôo clássico, habituando-o a respeitar, em quaisquer
circunstâncias, os parâmetros de velocidade e inclinações, não obstante a necessidade de executar
manobras mais “agressivas”, próximas do solo e em terreno diversificado.
Estes procedimentos justificaram o programa como ecologicamente válido, segundo Vealey
(1994), por terem os testes sido realizados dentro do ambiente real da pesquisa e não em
laboratório.
Para a execução do experimento, os trabalhos foram divididos em 3 fases: testes pré-vôo,
49
testes durante o vôo e testes pós-vôo.
Na primeira fase, testes pré-vôo, os Pilotos foram submetidos aos testes psicológicos COG
S-8 e ALS S7.
Para a 2ª fase, os pilotos foram conectados aos eletrodos nos dedos indicador e médio da
mão não-dominante (Figura 1), para o monitoramento da resposta galvânica da pele (EDR), bem
como colocaram o freqüencímetro e respectiva cinta transmissora para a freqüência cardíaca.
Figura 1 – Colocação dos eletrodos do BFB no Piloto de helicóptero
Cada coleta de dados nos Pilotos durou em torno de 2 horas e 30 minutos de vôo,
perfazendo um total de 25 horas de vôo nesta 2ª fase, fato que só permitiu que fosse coletado o
EDR em vôo nos Pilotos instrutores.
O registro da FC permanecia arquivado no relógio, sendo transmitido para o computador
após o vôo. Para o EDR, os fios estavam conectados em uma ponta aos eletrodos dos dedos e na
outra ao aparelho portátil do Biofeedback (BFB), o qual ia sendo lido e anotado pelo próprio
pesquisador que estava sentado atrás do Piloto, nos períodos estabelecidos (3 em 3 minutos após
“ligar motores”) até o final da missão de vôo, que foi a mesma para todos os Pilotos. (Figura 2)
50
Figura 2 – Local do Pesquisador no helicóptero e aparelho BFB portátil conectado ao Piloto
Na 3ª e última fase, após um período de 2 horas e 30 minutos de vôo, os Pilotos repetiram os
testes psicológicos COG S8 e ALS S7, com a finalidade de se tentar identificar a influência da
fadiga de vôo nos grupos G1 e G2, em função das variáveis dependentes propostas.
TRATAMENTO ESTATÍSTICO
Foi realizada a estatística descritiva para os dados antropométricos e para todos os dados das
variáveis dependentes, cujos resultados encontram-se no Anexo E. Foram verificadas, então, as
características de normalidade das curvas das distribuições estudadas e sua compatibilidade com a
utilização de testes paramétricos. Os testes utilizados para isto foram o Kolmogorov-Smirnov e o
Shapiro-Wilk.
Foram realizadas análises de variância (ANOVA FATORIAL 2X2 COM MEDIDAS
REPETIDAS NO 2° FATOR) para observar a existência de diferenças significativas (p ≤0,05) no
desempenho cognitivo dos pilotos, sendo que foram comparadas as médias intra e inter-grupos nos
51
2 momentos dos testes psicofisiológicos COG S8 e ALS S7 (Pré e Pós vôo).
Em relação à freqüência cardíaca (FC) e à resposta galvânica da pele (EDR), como os
índices coletados foram contínuos durante o vôo, optou-se por utilizar o TESTE t DE STUDENT
para amostras independentes a fim de se comparar as médias inter grupos.
O programa para análise dos dados foi o pacote estatístico SPSS 10.0 for Windows.
ESTUDO PILOTO
Segundo Thomas & Nelson (2002 p.72), a fim de verificar se os instrumentos de medidas e
os procedimentos experimentais funcionarão para os sujeitos para os quais a pesquisa está
planejada, deve-se desenvolver um estudo piloto.
Em janeiro de 2003, foram selecionados 6 sujeitos voluntários, divididos em 2 grupos pelo
condicionamento aeróbio, os quais não participariam da amostra definitiva, para executar o estudo
piloto, o qual foi feito da seguinte maneira:
I – Foi medida a Freqüência Cardíaca e a Resposta Galvânica média em repouso;
II – Aplicado o teste COG S-8 pré-atividade laboral;
III – Aplicado o teste ALS S7 durante 10 minutos, como atividade laboral estressora,
simbolizando a atividade real causadora de fadiga;
IV – Durante a aplicação do teste ALS, foi monitorada a FC e EDR;
V – Após a atividade, aplicou-se novamente o teste COG S-8.
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
52
Para a análise e interpretação dos resultados foram utilizados diversos procedimentos
estatísticos baseados nos estudos de Vincent (1999) e Thomas & Nelson (2002), os quais serão
descritos a seguir.
As técnicas estatísticas foram empregadas de forma a descrever as características dos dados,
testando a relação e a diferença entre as médias da amostra estudada, permitindo-nos fazer
inferências para a população da qual esta amostra foi extraída.
A fim de se verificar a possibilidade de utilização dos testes paramétricos, primeiramente
foram realizados testes de normalidade para as variáveis dependentes, teste Kolmogorov-Smirnov e
Shapiro-wilk, para determinar se a população da qual a amostra foi extraída é normalmente
distribuída, se a amostra tem as mesmas variações da população e se as observações são
independentes. Os resultados destas análises são apresentados no Anexo E. Em todas as análises os
resultados apresentaram-se coerentes com a utilização dos testes paramétricos.
As variáveis dependentes foram estudadas separadamente para facilitar a compreensão e
possibilitar uma interpretação mais apurada dos resultados.
Foram analisadas as diferenças estatísticas e estimativas das médias, teste t de Student para
amostras independentes e Anova Fatorial 2x2 com medidas repetidas no 2° fator, para os efeitos do
condicionamento aeróbio sobre o comportamento psicofisiológico dos pilotos de helicópteros, para
o teste cognitivo COG S8, em relação ao resultado bruto, respostas corretas e respostas incorretas
pré e pós-vôo. Da mesma forma no teste ALS S7, em relação ao resultado bruto, percentil, respostas
erradas e porcentagem de respostas erradas. Em relação ao comportamento da Freqüência Cardíaca,
Custo Cardíaco Relativo de Trabalho e Resposta Galvânica, as variáveis foram monitoradas em
vôo, sendo analisadas as respostas fisiológicas e suas possíveis implicações.
Cabe ressaltar que muito embora a amostra não tenha um grande número de sujeitos, ela
torna-se significativa no instante em que os pilotos de helicópteros são especialistas de difícil e
53
onerosa formação, somado ao alto custo das horas de vôo necessárias para a coleta destes dados. Ao
todo, foram empregadas 25 horas de vôo, apenas para as variáveis mensuradas diretamente na
atividade aérea, excluindo-se os testes psicológicos e outros procedimentos executados no solo.
Corroborando com isto, junte-se o que Kruskal & Mosteller (1979, p.259) observaram...“o
que é realmente necessário é uma amostra que seja boa o suficiente para o nosso propósito”;
ratificado por Serlin (1987, p.366)...”um bom e suficiente princípio de amostragem, entretanto,
permitirá generalizações para qualquer população da qual a amostra é suficientemente
representativa”.
A Tabela 5 apresenta os dados da caracterização da amostra em relação à idade, V& O2max,
estatura, massa corporal, FC max, FC Repouso e Reserva da Freqüência Cardíaca.
TABELA 5 – Caracterização da Amostra (média +/- dp)
Idade (anos) V& O2max(ml.kg-1.seg-1)
Estatura(cm)
MC(Kg)
FCmax(bat/min)
FCRep(bat/min)
RFC(bat/min)
G1 31,93 +/- 4,19 57,69 +/-4,45 176 +/-0,06 75,07 +/- 8,41 188,07 +/-4,19 67,79 +/- 6,63 120,29 +/-6,63
G2 31,33 +/-5,28 46,58 +/-4,45 176 +/-0,05 77,75 +/-10,88 188,67 +/-5,28 69 +/- 6,95 119,67 +/- 8,68
RESULTADOS DA REATIVIDADE AO ESTRESSE (EDR) EM VÔO
54
Ribeiro (1992) relata que em condições de treinamento, tanto em atletas como em
sedentários, indicadores psicofisiológicos como redução da freqüência cardíaca, aumento da
capacidade de concentração e redução da resposta galvânica, são significativamente melhorados.
A tabela 6 e gráfico 6 apresentam os dados, média, desvio-padrão, erro-padrão da média,
grau de liberdade e nível de significância (para ∝ = 0,05) verificado no teste t de Student para
amostras independentes, que comparou as diferenças inter-grupos G1XG2, no nível de condutância
da pele (EDR) coletado em vôo nos Pilotos.
TABELA 6 – Teste t para amostras independentes entre as médias G1XG2 – EDR VÔODP (Desvio Padrão); EP (Erro Padrão da média); Gl (Grau de liberdade); p (significância)
* significante para p ≤ 0,05
GRÁFICO 6 – Distribuição das médias dos G1 X G2 no EDR coletado em vôo.
GRÁFICO DAS MÉDIAS EDR VÔO G1 X G2
11
11,5
12
12,5
13
13,5
14
GRUPOS
EDR
(mO
hms)
Grupo 1
Grupo 2
Embora na análise estatística (teste t independente) não tenha sido encontrada diferença
estatística significativa (p=0,075), na comparação entre as médias EDR vôo G1XG2, o G2
apresenta uma média absoluta maior do que G1.
Média DP EP Gl p
1 11,9150 2,7608 1,12712 13,6600 1,7931 0,8966 8 0,075
55
O gráfico 7 indica, ainda, um estresse inicial médio maior no G2 (10,81 X 13,53 mOhms),
sendo que ambos os grupos terminaram a atividade praticamente no mesmo nível de ativação, um
pouco superior à inicial, sugerindo que o condicionamento aeróbio, aparentemente não exerce
influência significativa direta na diferença do índice de resposta galvânica nestes sujeitos, que
apresentam conceito médio e superior, durante o vôo.
Considerando, porém, a contínua elevação do nível de estresse de alguns casos pontuais
(gráfico 8 e 9) e a diferença encontrada nos índices iniciais da resposta galvânica na pilotagem,
sugere-se a utilização de treinamento psicofisiológico para um maior relaxamento dos pilotos que
começaram a atividade muito ativados e, ao contrário, a utilização de técnicas visomotoras para a
ativação dos que iniciaram a atividade menos ativados.
GRÁFICO 7 – Distribuição da média do EDR nos Grupos pelos momentos de vôo
A elevação do nível de estresse pode ser considerada como positiva, em determinadas
circunstâncias, o que é conhecido na literatura como “eustress”, diferentemente do “distress”,
56
estresse negativo, definido por Rodinov (1990), Seyle e Humpherey apud Cox (1994), que é
prejudicial à performance.
O “eustress” se caracteriza por uma maior ativação do sistema límbico, que é o responsável
pelo circuito emocional do cérebro, descrito na Teoria de Papez (1937), onde é sugerido que as
emoções têm um forte componente cognitivo e mimetizam todos os efeitos da estimulação
simpática do organismo, resultando em um aumento do metabolismo e maior liberação dos estoques
de energia, preparando o corpo para as situações de fuga ou luta. Brandão (1995, p.129).
A observação isolada dos grupos nos diversos momentos do EDR coletado em vôo, gráficos
8 e 9, indicam a existência de casos importantes (Piloto 02 e 09 no G1; Piloto 05 no G2), de sujeitos
que apresentaram uma curva de resposta galvânica sempre ascendente, diferentemente dos demais
pilotos, revelando que não conseguem desativar após momentos normais de ativação. Devido à
particularidade e custo das situações em que estão envolvidos, estes 3 casos podem ser
considerados significantes para fins de outras avaliações e emprego de técnicas mentais para
otimização da performance.
57
GRÁFICO 8 – Distribuição da média do EDR no G1 pelos momentos de vôo
GRÁFICO 9 – Distribuição da média do EDR no G2 pelos momentos de vôo
Desta forma, considera-se a ativação e a desativação, bem como o autocontrole emocional
em situações emergenciais que requeiram maior atenção e concentração, como a resposta
satisfatória. Ribeiro (1992).
GRÁFICO DOS M OM ENTOS EDR VÔO GRUPO 1
0
5
10
15
20
25
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
MOMENTOS (cada 9 min)Mom 1 - Ligar MotorMom 2 - Decolagem
EDR
(mO
hms)
PILOTO 01PILOTO 02PILOTO 05PILOTO 07PILOTO 09PILOTO 15
GRÁFICO MOMENTOS EDR VÔO GRUPO 2
02468
101214161820
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
MOMENTOS (cada 9 min)Mom 1 - Ligar MotorMom 2 - Decolagem
EDR
VÔ
O (m
Ohm
s)
PILOTO 03
PILOTO 05
PILOTO 11
PILOTO 13
58
Segundo De Rose Junior (1996), estas formas pessoais e específicas de resposta aos
estímulos provocadores de estresse podem ser interpretadas como padrões de comportamento
momentâneos, que se referem a um estado emocional transitório, podendo ser mutável,
caracterizando-se por um sentimento subjetivo, conscientemente percebido de apreensão e tensão,
associados à ativação do sistema nervoso vegetativo e gerando modificações no comportamento,
que apresentam características distintas tanto para aumentar ou diminuir estas respostas.
Relata, ainda, Ribeiro (1992), que esta variabilidade de resposta decorrente de um estado
fisiológico alterado se entende como um padrão aleatório, reagindo de forma e intensidade
diferentes de acordo com o sujeito que a vivencia.
O Biofeedback pode ser pensado como uma aplicação especializada desta realimentação, ou
seja, o indivíduo treinado nesta técnica passa a controlar as suas funções vegetativas, a ponto de,
mantendo o seu autocontrole, ter o domínio destas funções, ativando-as e desativando-as de acordo
com as circunstâncias. Zaichowsky e Fuchs (1999).
De acordo com Masson (apud Campos 1999:43) “o indivíduo vai alcançar um alto grau de
domínio de controle de si mesmo e de suas reações, e quando a aprendizagem se realizar, vai
acabar por manter esse controle”.
59
RESULTADOS DA FC EM VÔO
O aeronavegante, particularmente o piloto, é submetido a uma carga estressante em que os
fatores normais são acrescidos de outros típicos da atividade aérea, e que acabam representando um
considerável desgaste psicossomático capaz de influenciar o desempenho e, até mesmo, a saúde.
Moreira (1992).
McARDLE e cols (1991. p. 169) afirmaram: “Para cada pessoa, a FC e o consumo de
oxigênio tendem a se relacionar linearmente durante grande parte da variação do trabalho
aeróbio. Se essa relação precisa for conhecida, a FC do exercício poderá ser usada para estimar o
V& O2max e a seguir computar o gasto energético durante outras formas de atividades
semelhantes.”
Observa-se na Tabela 7 e gráfico 10 (FC) e 11 (CCRelT) os dados da média, desvio-padrão,
erro-padrão da média, grau de liberdade e nível de significância (para ∝ = 0,05) verificado no teste t
de Student para amostras independentes, que comparou as diferenças inter-grupos G1XG2, na
resposta da freqüência cardíaca e Custo Cardíaco Relativo de Trabalho coletados em vôo nos
Pilotos.
TABELA 7 – Teste t para amostras independentes entre as médias G1XG2 – FC e CCRelT
DP (Desvio Padrão); EP (Erro Padrão da média); Gl (Grau de liberdade); p (significância)* significante para p ≤ 0,05
Média DP EP Gl p
FC G1 86,5175 14,8058 7,4029
G 2 88,3180 11,5202 5,1520 7 0,843
CCRelT G1 0,1605 0,0425 0,0213
G2 0,2320 0,0370 0,0165 7 0,031*
60
GRÁFICO 10 – Distribuição da média da FC G1XG2 em vôo
GRÁFICO DAS MÉDIAS FC EM VÔO G1 X G2
85,50
86,00
86,50
87,00
87,50
88,00
88,50
1GRUPOS
FC (bat/min)
GRUPO 1
GRUPO 2
GRÁFICO 11 – Distribuição da média do CCRelT G1XG2 em vôo
Para a FC (Gráfico 10), na comparação das médias G1XG2, G1 86,5175 +/- 14,8058, G2
88,3180 +/- 11,5202, não foi verificada diferença estatística significativa (p=0,843), quando
computados os seus valores absolutos. Já para o CCRelT (Gráfico 11), que representa o Custo
Cardíaco Relativo de Trabalho e tem seu cálculo semelhante ao percentual da reserva de freqüência
GRUPOS 0,000
0,050
0,100
0,150
0,200
0,250
CCRelT
GRÁFICO DAS MÉDIAS CCRelT G1 X G2
GRUPO 1
GRUPO 2
61
cardíaca utilizado na atividade (%RFC), onde as diferenças são maximizadas, indicando o desgaste
metabólico e reatividade cardíaca ao estresse, observa-se que houve diferença estatística
significativa (p=0,031) na comparação entre as médias G1XG2, G1 0,1605 +/- 0,0425, G2 0,2320
+/- 0,0370, sugerindo uma maior reatividade cardíaca ao estresse de vôo no grupo com
condicionamento aeróbio reduzido e um maior desgaste metabólico, com uma resposta
antecipatória à fadiga, em relação ao grupo com condicionamento aeróbio superior, corroborando
estudos de Astrand (1960), Hulleman (1978), Guillet (1983), Hollmann e Hettinger (1983), Rodahl
et alli (1974), Watson (1986), Klafs e Lyon (1983), Fox e Mathewx (1984) e McArdle et alli
(1991).
Os gráficos 12 e 13 representam as médias das freqüências cardíacas e custo
cardíaco relativo de trabalho coletados em vôo nos pilotos.
GRÁFICO 12 – Distribuição das médias da FC dos Pilotos
GRÁFICO DAS MÉDIAS FC EM VÔO DOS PILOTOS
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
1
PILOTOS
FC (b
at/m
in)
PILOTO 01PILOTO 07PILOTO15PILOTO 16PILOTO 03
PILOTO 06PILOTO 08PILOTO 13PILOTO 22
62
GRÁFICO 13 – Distribuição das médias do CCRelT dos Pilotos
Por fim, analisados os momentos da FC coletada em vôo a cada 15 minutos, gráfico 14 para
o G1 e 15 para o G2, e a média do percentual da reserva da freqüência cardíaca utilizado em cada
grupo, constata-se que, ao término da atividade, o ritmo cardíaco, que está sob o controle
permanente do SNA (Sistema Nervoso Autônomo), é maior nos sujeitos com condicionamento
aeróbio inferior (G2), exercendo um maior desgaste metabólico neste grupo, corroborando os
estudos de Spalding et al. (2000) e Boutcher et al. (2001) que revelaram que a reatividade cardíaca
ao estresse psicofisiológico é menor para os indivíduos bem condicionados, ocasionando, também,
em menor sobrecarga cardíaca nestes indivíduos.
GRÁFICO DAS MÉDIAS CCRelT
0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300
PILOTOS
CCRelT
PILOTO 22 PILOTO 13 PILOTO 08 PILOTO 06 PILOTO 03 PILOTO 16 PILOTO 15 PILOTO 07 PILOTO 01
63
GRÁFICO 14 – Distribuição da média da FC no G1 pelos momentos de vôo
GRÁFICO 15 – Distribuição da média da FC no G2 pelos momentos de vôo
GRÁFICO DOS MOMENTOS FC VÔO GRUPO 1
60
70
80
90
100
110
120
1 2 3 4 5 6 7 8 MOMENTOS (cada 15 min)
FC (b
at m
in)
PILOTO 01 PILOTO 07 PILOTO 15 PILOTO 16
GRÁFICO DOS MOMENTOS FC VÔO GRUPO 2
60
70
80
90
100
110
120
1 2 3 4 5 6 7 8 MOMENTOS (cada 15 min)
FC (b
at m
in) PILOTO 03
PILOTO 06 PILOTO 08 PILOTO 13 PILOTO 22
64
RESULTADOS DO ALS S7 PRÉ X PÓS VÔO
O teste ALS S7, da bateria de testes do sistema de Viena, utilizado no presente estudo,
revela aptidões cognitivas relacionadas à atenção e fadiga psíquica.
Segundo Moreira (1992), há a necessidade de se diferir os sintomas isolados, que podem
influenciar uma fadiga momentânea, de um quadro bem mais sério, onde vários sintomas
apresentam-se simultânea e persistentemente, caracterizando a fadiga crônica, típica da fase de
exaustão da S. A. G. , Síndrome da Adaptação Geral, Selye (1956).
Observa-se na Tabela 8 os dados da estimativa da média, desvio-padrão, erro-padrão da
média, grau de liberdade e nível de significância (para ∝ = 0,05) verificados na Anova com
medidas repetidas, que comparou as diferenças intra e inter-grupos G1XG2, nas respostas ao teste
cognitivo ora apresentado, nos momentos Pré e Pós vôo, nas variáveis resultado bruto (RESBRPRE
e RESBR POS), percentil do resultado bruto (PERCPRE e PERCPOS), erros (ERROPRE e
ERROPOS) e porcentagem de erros cometidos (PORCEPRE e PORCEPOS), cujas Figuras
apresentadas na seqüência da Tabela 8 representam respectivamente estes resultados.
65
TABELA 8 – ESTIMATIVA E ANÁLISE DE VARIÂNCIA DAS MÉDIAS DOS GRUPOS G1 X G2PRÉ/PÓS VÔO NO TESTE COGNITIVO ALS S7
DP (Desvio Padrão); EP (Erro Padrão da média); Gl (Grau de liberdade); p (significância)* significante para p ≤ 0,05
Figura 3 – Representação das médias dos resultados do Teste ALS S7 Pré X Pós Vôo
24N =
RESBRPRE
600
500
400
300
20024N =
RESBRPOS
600
500
400
300
200
RESPOSTASALS S7
GRUPOS TESTE MÉDIA DP EP Gl p
BRUTO G1 PRÉ 368,929 90,65 22,686PÓS 410,286 87,54 23,281 22 0,120
G2 PRÉ 375,600 75,79 26,842PÓS 390,600 86,48 27,546 22 0,120
PERCENTIL G1 PRÉ 63,071 28,77 7,228PÓS 77,500 23,44 7,390 22 0,073
G2 PRÉ 76,600 24,33 8,552PÓS 74,300 32,79 8,744 22 0,073
ERROS G1 PRÉ 3,000 2,42 0,693PÓS 2,714 2,30 0,899 22 0,257
G2 PRÉ 3,300 2,83 0,820PÓS 4,300 4,47 1,064 22 0,257
% ERROS G1 PRÉ 0,834 0,7054 0,161PÓS 0,669 0,6080 0,183 22 0,460
G2 PRÉ 0,541 0,4085 0,190PÓS 0,629 0,7790 0,216 22 0,460
66
24N =
PERCPRE
120
100
80
60
40
20
024N =
PERCPOS
120
100
80
60
40
20
0
24N =
ERROPRE
12
10
8
6
4
2
0
-224N =
ERROPOS
14
12
10
8
6
4
2
0
-2
23
16
24N =
PORCEPRE
2,5
2,0
1,5
1,0
,5
0,0
-,524N =
PORCEPOS
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
,5
0,0
-,5
16
Embora na análise estatística (Anova com medidas repetidas) não tenha sido constatada
diferença significativa na comparação entre as médias dos grupos G1XG2 no Pré e Pós vôo, a
avaliação das estimativas das médias, gráficos 16, 17, 18 e 19, sugerem que o grupo G1 obteve um
melhor desempenho em todas as variáveis analisadas no teste de concentração e fadiga psíquica
ALS S7.
67
Na observação do gráfico 16, constata-se que o G1 obteve um maior aumento relativo ao G2
no resultado bruto do Pós-vôo, média G1 368 no Pré, contra 410 no Pós; G2 média 375 no Pré,
contra 390 no Pós-vôo.
GRÁFICO 16 – Comportamento da média do resultado Bruto G1XG2 no Teste ALS S7 Pré e Pós vôo.(os números 1 e 2 no eixo das abscissas representam os momentos Pré e Pós-vôo, respectivamente)
Já no gráfico 17, observa-se que o G1 obteve um maior aumento relativo ao G2 no Percentil
do resultado bruto do Pós-vôo, média G1 63,071 no Pré, contra 77,500 no Pós, indicando um
aumento no percentil correspondente; G2 média 76,600 no Pré, contra 74,300 no Pós-vôo,
indicando uma diminuição neste percentil, sugerindo que os resultados no Pós-vôo do G2 foram
piores do que G1.
Estimated Marginal Means of BRUTO
TESTE
21
Estim
ated
Mar
gina
l Mea
ns
420
410
400
390
380
370
360
GRUPOS
1
2
68
GRÁFICO 17 – Comportamento da média do Percentil do resultado Bruto G1XG2 no Teste ALS S7 Pré ePós-vôo.
(os números 1 e 2 no eixo das abscissas representam os momentos Pré e Pós-vôo, respectivamente)
Para os resultados relativos aos erros cometidos no teste cognitivo em questão, gráfico 18,
observa-se que o G1 obteve um menor número de respostas erradas relativo ao G2, média G1 =
3,000 no Pré, contra 2,714 no Pós, com uma diminuição nos erros; média G2 = 3,300 no Pré, contra
4,300 no Pós-vôo, com um aumento nas respostas erradas no teste Pós-vôo, sugerindo que os
resultados no Pós-vôo do G2, relativos a esta variável, foram bem piores do que G1.
Estimated Marginal Means of PERCETIL
TESTE
21
Estim
ated
Mar
gina
l Mea
ns
80
70
60
GRUPOS
1
2
69
GRÁFICO 18 – Comportamento da média dos Erros G1XG2 no Teste ALS S7 Pré e Pós-vôo.(os números 1 e 2 no eixo das abscissas representam os momentos Pré e Pós-vôo, respectivamente)
Em relação aos resultados encontrados na porcentagem de erros cometidos no teste
cognitivo ALS S7, gráfico 19, observa-se que o G1 obteve um menor número de percentual de
respostas erradas relativo ao G2, média G1 0,834% no Pré, contra 0,669% no Pós, indicando uma
diminuição nesta porcentagem de erros; G2 média 0,541% no Pré, contra 0,629% no Pós-vôo,
indicando um aumento neste percentual de respostas erradas no teste Pós-vôo, sugerindo que os
resultados no Pós-vôo do G2, relativos a esta variável, também revelaram-se piores do que G1.
Estimated Marginal Means of ERROS
TESTE
21
Estim
ated
Mar
gina
l Mea
ns
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5
GRUPOS
1
2
70
GRÁFICO 19 – Comportamento da média da Porcentagem dos Erros G1XG2 no Teste ALS S7 Pré e Pós-vôo.(os números 1 e 2 no eixo das abscissas representam os momentos Pré e Pós-vôo, respectivamente)
Algumas pesquisas semelhantes mediram os efeitos da alternância de períodos vazios com
momentos de grandes pressões funcionais. Coblents (1988), em estudos com pilotos de avião na
cabine de simulador, tentou determinar se a queda da qualidade de desempenho, inevitável com o
passar do tempo, é mais acentuada nos períodos de calmaria, ou nos momentos de grande
solicitação, ou ainda, na transição de uma situação para outra.
Na literatura científica, diversos são os meios para a medição da fadiga, dos quais alguns são
relacionados por Bader (1988), sendo um deles o Biofeedback, através da resposta galvânica
(EDR) coletada diretamente nos sujeitos em atividades mentais, como foi utilizado na presente
pesquisa.
Assim, este estudo mostrou que os pilotos com condicionamento aeróbio superior,
apresentaram no Pós-vôo uma maior concentração e um menor indicador de fadiga psíquica,
variáveis confirmadas pela análise da estimativa das médias e gráficos similares, no desempenho do
teste ALS S7 Pré e Pós-vôo, indicando que o condicionamento aeróbio exerce um efeito importante
na performance sob influência do estresse.
Estimated Marginal Means of PORCENTA
TESTE
21
Estim
ated
Mar
gina
l Mea
ns
,9
,8
,7
,6
,5
GRUPOS
1
2
71
Esta afirmação, apesar de não comprovada por diferenças estatísticas significativas entre as
médias dos grupos, confirma os estudos de Grandjean (1998, p.144), onde é relatado que “não
existe, hoje, nenhum método direto de avaliação quantitativa do estado de fadiga. Todos os
métodos até hoje usados medem determinadas manifestações da fadiga, que só podem ser
avaliadas como indicadores da fadiga.”
72
RESULTADOS DO COG S8 PRÉ X PÓS-VÔO
O teste COG S8, da bateria de testes do sistema de Viena, utilizado neste estudo, revela as
aptidões cognitivas relacionadas à atenção, concentração, percepção, memória de curto prazo e
performance sob influência do estresse.
Dentre estas habilidades, selecionou-se analisar os efeitos do condicionamento aeróbio sobre
a atenção e performance sob influência do estresse, complementando os achados no teste ALS S7.
Tais variáveis são consideradas importantes fatores no desempenho dos pilotos e fundamentais para
as medidas de segurança na atividade de aviação.
Sobre atenção, o estudo de Samulski (1995, p.36) apud Rützel (1977, p.49), define como
“um processo de seleção: a percepção e imaginação interna são dirigidas, focalizadas, fixadas e
concentradas simultaneamente a um estímulo específico, ou seja a conteúdos do pensamento e
imaginação.”
A Tabela 9 apresenta os dados da média, desvio-padrão, erro-padrão da média, grau de
liberdade e nível de significância (para ∝ = 0,05) verificados no teste estatístico Anova com
medidas repetidas, que comparou as diferenças intra e inter-grupos G1XG2, nas respostas ao teste
cognitivo COG S8, nos momentos Pré e Pós-vôo dos Pilotos, para as variáveis resultado bruto
(BRUTO), respostas corretas (CORRETAS) e respostas incorretas (INCORRETAS).
73
TABELA 9 – ESTIMATIVA E ANÁLISE DE VARIÂNCIA DAS MÉDIAS DAS RESPOSTAS DOSGRUPOS G1 X G2 PRÉ/PÓS-VÔO NO TESTE COGNITIVO COG S8
DP (Desvio Padrão); EP (Erro Padrão da média); Gl (Grau de liberdade); p (significância)* significante para p ≤ 0,05
Na análise estatística (Anova com medidas repetidas) realizada, não foi constatada diferença
significativa (p≤0,05) entre as médias G1XG2 no Pré/Pós-vôo. Porém, na análise da estimativa das
médias e estudo dos gráficos 20 a 22, os resultados encontrados no Pós-vôo sugerem que o aumento
do resultado bruto, das respostas corretas e manutenção das respostas incorretas no Pós-vôo do teste
cognitivo, referem-se ao estado de ativação mental característico da pilotagem de helicópteros e
outras atividades que demandam grande capacidade de atenção.
A figura 4 representa, graficamente, os resultados da Tabela 9, para resultados brutos
(RESBRPRE e RESBRPOS), respostas corretas (CORRPRE e CORRPOS) e respostas incorretas
(INCORPRE e INCORPOS) respectivamente.
Figura 4 – Representação das médias dos resultados do teste COG S8 Pré X Pós vôo.
RESPOSTASCOG S8
GRUPOS TESTE MÉDIA DP EP Gl p
BRUTO G1 PRÉ 361,429 61,39 15,992PÓS 447,786 77,71 21,143 22 0,380
G2 PRÉ 393,333 57,95 17,273PÓS 494,583 80,73 22,837 22 0,380
CORRETAS G1 PRÉ 353,286 58,56 14,876PÓS 442,286 74,86 20,071 22 0,437
G2 PRÉ 383,583 52,03 16,068PÓS 484,833 75,38 21,679 22 0,437
INCORRETAS G1 PRÉ 5,357 5,15 1,629PÓS 5,500 4,59 1,460 22 0,918
G2 PRÉ 9,750 7,05 1,759PÓS 9,750 6,34 1,576 22 0,918
74
12121212N =
CORRPOSCORRPRERESBRPOSRESBRPRE
700
600
500
400
300
200
1212N =
INCORPOSINCORPRE
30
20
10
0
-10
Hess (1995) citou em seu trabalho a expressão “estado ergotrópico”, a este processo de
ativação, cuja elevação da excitação no sistema reticular é acompanhada por uma série de
modificações nos órgãos internos, dentre as quais observa-se a elevação da freqüência cardíaca,
elevação da pressão sanguínea, incremento na glicose liberada pelo fígado e aceleração do
metabolismo, Grandjean (1998, p.141). Os efeitos deletérios da manutenção desta ativação por um
período prolongado são evidentes, podendo-se sugerir a intervenção de uma técnica de relaxamento,
a fim de provocar que a desativação Pós-vôo seja mais rapidamente alcançada, preparando o Piloto
para missões futuras.
Na observação do gráfico 20, constata-se que o G1 obteve um aumento semelhante ao G2 no
resultado bruto do Pós-vôo, G1 média = 361,429 no Pré, contra 447,786 no Pós; média G2 =
393,333 no Pré, contra 494,583 no Pós-vôo.
GRÁFICO 20 – Comportamento da média do resultado Bruto G1XG2 no Teste COG S8 Pré e Pós-vôo.
75
(os números 1 e 2 no eixo das abscissas representam os momentos Pré e Pós-vôo, respectivamente)
Na análise do gráfico 21 constata-se que o G1 obteve, da mesma forma, um aumento
semelhante ao G2 nas respostas corretas do teste no Pós-vôo, média G1 = 353,286 no Pré, contra
442,286 no Pós; média G2 = 383,583 no Pré, contra 484,833 no Pós-vôo.
GRÁFICO 21 – Comportamento da média das respostas corretas G1XG2 no Teste COG S8 Pré e Pós-vôo.(os números 1 e 2 no eixo das abscissas representam os momentos Pré e Pós-vôo, respectivamente)
Estimated Marginal Means of CORRETAS
TESTE
21
Estim
ated
Mar
gina
l Mea
ns
500
480
460
440
420
400
380
360
340
GRUPOS
1
2
Estimated Marginal Means of BRUTO
TESTE
21
Estim
ated
Mar
gina
l Mea
ns
520
500
480
460
440
420
400
380
360
340
GRUPOS
1
2
76
De forma semelhante, a observação das retas das respostas incorretas do teste cognitivo
COG S8, gráfico 22, revela que o G1 obteve um comportamento semelhante ao G2 nestas respostas.
Ambos mantiveram praticamente o mesmo índice de erros no Pós-vôo, média G1 = 5,537 no Pré,
contra 5,500 no Pós; G2 média idêntica no Pré e Pós-vôo = 9,750.
Os resultados absolutos revelam, ainda, uma maior incidência de respostas incorretas no G2,
tanto no Pré como no Pós-vôo.
GRÁFICO 22 – Comportamento da média das respostas incorretas G1XG2 no Teste COG S8 Pré e Pós-vôo.
(os números 1 e 2 no eixo das abscissas representam os momentos Pré e Pós-vôo, respectivamente)
Embora a condição aeróbia, aparentemente, não apresente influência na tarefa cognitiva
mensurada no COG S8, verificado na análise estatística anterior, sugere-se a realização de uma
técnica de relaxamento para desativação no Pós-vôo e a inclusão de treinamento mental no brieffing
das missões de vôo, de maneira que os pilotos iniciem a atividade aérea mais ativados.
Quanto ao controle do estresse para otimização da performance, Samulski (1995, p.137)
sugere a auto-regulação indicada por Nitsch e Hackfort (1981), através do treinamento psico-
regulativo, como um meio de controlar os sintomas, reduzindo os seus efeitos negativos.
Estimated Marginal Means of INCORRET
TESTE
21
Estim
ated
Mar
gina
l Mea
ns
10
9
8
7
6
5
GRUPOS
1
2
77
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
CONCLUSÕES
O fenômeno da fadiga central na pilotagem de helicópteros foi abordado, neste estudo, de
uma maneira multidisciplinar integrando as disciplinas da Psicologia do Exercício e da Atividade
Física, da Fisiologia e da Ergonomia do Trabalho.
A análise objetivou verificar a influência da condição física aeróbica e de aspectos da fadiga
central em Pilotos, sobre o comportamento psicofisiológico, em operações militares de vôo com
helicópteros.
Para tanto, utilizou-se 26 pilotos militares, do Centro de Instrução da Aviação do Exército
Brasileiro (CIAvEx), gênero masculino, idades 31,33 +/- 5,28 anos, ativos fisicamente, divididos
em grupos de condicionamento aeróbico superior e médio ( V& O2max = 57,69 +/-6,29 ml.kg-1.seg-1 e
46,58 +/-6,29 ml.kg-1.seg-1), respectivamente.
Os testes psicofisiológicos utilizados revelaram interessantes efeitos da condição física
aeróbica sobre as variáveis psicológicas (nível de estresse, atenção, concentração e performance sob
influência do estresse) e fisiológicas (freqüência cardíaca e resposta galvânica).
Segundo Ribeiro (1992), a literatura atual é extensa sobre os efeitos dos exercícios nos
sistemas cardiovascular e pulmonar. No entanto, intrigantes questões sobre as demandas
psicofisiológicas no contexto das práticas corporais têm sido abordadas nas pesquisas científicas de
um modo geral.
78
Pedhazur (1982) resumiu que “...a correlação entre duas variáveis não indica causalidade.
A causalidade não é determinada a partir de qualquer estatística ou correlação. Causa e efeito são
estabelecidos pela teoria, pela lógica e por toda a situação experimental, da qual a estatística é
uma parte.”
Dentro destes princípios, procurou-se analisar os resultados e concluir sobre esta relação de
causa e efeito, à luz, não só dos resultados estatísticos, mas também das teorias Psicofisiológicas e
da lógica que compreende esta peculiar atividade militar específica da aviação.
Os resultados encontrados sugeriram, portanto, algumas conclusões importantes:
⇒ Pela análise do estudo “ex post facto” dos dados do CENIPA (2000), verificou-se que o
erro humano é a mais freqüente causa dos sinistros (90% dos casos) na aviação do Exército
Brasileiro, fato de extrema relevância e merecedor de aprofundados estudos com a finalidade de se
interferir neste processo e reduzir as ocorrências aeronáuticas;
⇒ Quanto a resposta da FC, o Custo Cardíaco Relativo de Trabalho (CCRelT), apontou uma
diferença estatística significativa (p=0,031), entre os grupos, sugerindo uma maior reatividade
cardíaca ao estresse e um maior desgaste metabólico, com uma resposta antecipatória à fadiga no
G2, corroborando estudos de Spalding et al (2000) e Boutcher et al (2001).
⇒ Sujeitos que não apresentam condicionamento aeróbico superior, segundo ACSM (2000
p.77), V& O2max > 50,40 ml.kg-1.seg-1, grupo G2 do estudo, apresentam um estresse inicial médio
maior na atividade da aviação;
79
⇒ Há existência de casos pontuais importantes, em sujeitos de ambos os grupos, que
apresentaram uma curva de reatividade ao estresse de vôo sempre ascendente, diferentemente dos
demais Pilotos, revelando sintomas de dificuldade de controle emocional em vôo. Este tipo de curva
revela, ainda, que estes tipos de sujeitos não conseguem realizar a desativação normal, após
momentos de ativação, carecendo de outras avaliações para identificar suas causas;
⇒ Pilotos com condicionamento aeróbico superior, apresentaram no pós-vôo uma maior
concentração e um menor indicador de fadiga psíquica, sugerindo que o condicionamento aeróbico
exerce um efeito importante na performance sob influência do estresse;
⇒ Houve um aumento significativo nos resultados brutos no pós-vôo dos testes cognitivos,
em ambos os grupos, contrariando a expectativa de que a fadiga viesse a piorar estes resultados,
sugerindo, porém, que o estado de ativação mental característico da pilotagem de helicópteros e de
outras atividades que demandam grande capacidade de atenção e concentração, perdura por um
período de tempo, que, todavia, não foi analisado no presente estudo;
⇒ O trabalho realizado na atividade de vôo tem como principal fonte de energia o
metabolismo aeróbico, tendo em vista que o percentual da FCmax individual predominante
verificado foi na faixa de solicitações inferiores a 59% da FCmax, sugerindo, segundo Astrand e
Rodhal (1980 p.415) e McArdle et alli (1991 p.435), um custo energético médio inferior a 40%
V& O2max individual;
80
⇒ As pequenas diferenças estatísticas encontradas na comparação entre as médias dos 2
grupos estudados, neste experimento, dizem respeito a grande homogeneidade, a grande experiência
de vôo dos Pilotos instrutores, ao tamanho relativamente pequeno da amostra e ao muito bom perfil
de reatividade ao estresse dos instrutores, que possuem em média 10 anos de pilotagem;
RECOMENDAÇÕES
A performance sob influência do estresse verificada nestes Pilotos pode ser otimizada,
vindo a contribuir na diminuição das ocorrências aeronáuticas observadas, bem como na qualidade
de vida destes sujeitos. Para tanto, são apresentadas as seguintes recomendações:
⇒ O “estado ergotrópico”, sugerido por Hess (1995), que é o processo de ativação mental
para tarefas cognitivas, correspondente a uma série de modificações nos órgãos internos, dentre as
quais observa-se a elevação da freqüência cardíaca, elevação da pressão sanguínea, incremento na
glicose liberada pelo fígado e aceleração do metabolismo, preparando o organismo para a “luta ou
fuga”, pode ser mais facilmente atingido, com a inclusão de uma técnica de treinamento mental no
“brieffing” das missões de vôo, de maneira que os pilotos iniciem a atividade aérea nestas
condições ideais;
⇒ Embora a condição aeróbica, aparentemente, não apresente influência na tarefa cognitiva,
sugere-se a realização de uma técnica de relaxamento para desativação no pós-vôo a fim de que os
Pilotos possam desativar mais rápido e assim estarem prontos para outras missões;
81
⇒ A faixa de condicionamento aeróbico dos Pilotos de Helicópteros sugerida deve ser
acima de um V& O2max = 50,40 ml.kg-1.seg-1 (média mínima, dependendo da idade, correspondente a
2.800m no teste de Cooper, 1968), e conceito “bem acima da média” segundo o ACSM (2000), para
a otimização das tarefas quando submetidos ao estresse de vôo;
⇒ Para complementar o treinamento físico praticado por estes militares, sugere-se o uso de
um treinamento psicofisiológico, por exemplo o Biofeedback, que permite ao individuo tomar
consciência e controlar voluntariamente algumas funções fisiológicas autônomas, como a pressão
arterial, a freqüência cardíaca, o fluxo circulatório e outras respostas orgânicas vinculadas ao
domínio do sistema nervoso autônomo, que por conseguinte facilitariam o autocontrole emocional
durante o vôo. Rossi (1994, p.102);
⇒ Os Pilotos de helicópteros, pela especificidade da missão de vôo que executam, deveriam
aprender a utilizar, conscientemente, a ativação e a desativação, bem como o autocontrole
emocional em situações emergenciais que requeiram maior atenção e concentração. Ribeiro (1992);
⇒ A continuação deste tipo de estudo em outras populações e/ou em outras situações de
vôo, com a finalidade de se comparar o perfil de reatividade ao estresse, sendo possível, então,
delinear sobre o perfil ideal a ser verificado na seleção de novos Pilotos de helicópteros;
⇒ A inclusão de uma avaliação psicofisiológica continua ao longo da carreira dos Pilotos de
Helicópteros, com um quadro de desempenho que avalie as condições momentâneas e que indiquem
o perfil desejado.
82
Deste modo, torna-se evidente que um elevado padrão de desempenho físico aeróbico pode
exercer um efeito positivo no comportamento psicofisiológico dos Pilotos de Helicópteros e que, a
manutenção deste padrão em patamares superiores, através da realização de um adequado
treinamento físico , poderá vir a otimizar suas performances na atividade aérea.
É relevante, também, considerar a manutenção desta performance, através da inclusão de um
adequado treinamento psicofisiológico para os Pilotos, no perfil ideal desejado, a fim de prevenir e
atuar na redução das ocorrências aeronáuticas bem como numa melhora da qualidade de suas vidas.
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88
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ZAICHOWSKI, L.D.; FUCHS, C.Z. Biofeedback: The psychophysiology of motor control and
human performance, 1999.
A N E X O S
89
ANEXO A – CARTA DE APRESENTAÇÃO
Rio de Janeiro, RJ 17 de fevereiro de 2003.
Prezado Piloto,
Estes testes fazem parte da Pesquisa “O FENÔMENO DA FADIGA CENTRAL NA PILOTAGEM
DE HELICÓPTEROS: O EFEITO DA CONDIÇÃO FÍSICA AERÓBICA SOBRE O COMPORTAMENTO
PSICOFISIOLÓGICO”.
Os resultados deste trabalho serão apresentados, sem jamais revelarmos sua identidade. As
conclusões finais poderão contribuir para o estabelecimento de parâmetros, principalmente no que se refere à
identificação da aptidão físico-profissional necessária para o cumprimento rotineiro das missões continuadas
de vôo.
As informações colhidas poderão servir de subsídio para o aprimoramento da doutrina de emprego
da aviação do Exército Brasileiro, no que diz respeito à adequação das cargas de trabalho e equacionamento
90
dos programas de treinamento físico específicos.
O comportamento psicofisiológico dos pilotos é um importante fator na atividade da aviação,
envolvendo muitos outros fatores, para a segurança de vôo, além dos que estão sendo aqui estudados, porém,
o enfoque da aptidão física com a utilização de testes psicomotores computadorizados e técnicas de
relaxamento pelo biofeedback para otimização da performance, a par de estarem sendo de forma inédita
verificados em pilotos de helicópteros, merece uma avaliação especial, tendo em vista o percentual
significativo do desempenho humano encontrado nas ocorrências aeronáuticas.
Portanto, solicitamos sua inestimável colaboração em responder com sinceridade e máxima correção
às questões propostas e, desde já, agradecemos a sua colaboração.
Atenciosamente,
Paulo Roberto Ribas – Maj Pesquisador
Prof Dr Luiz Carlos Scipião Ribeiro - Orientador
ANEXO B - FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO
Eu, ________________________________________________, identidade ____________,
Residente à ______________________________________________________________________,
Bairro _________________________, cidade ____________________ / ____, concordo de livre e
espontânea vontade em participar como sujeito da Pesquisa “O FENÔMENO DA FADIGA
CENTRAL NA PILOTAGEM DE HELICÓPTEROS: INFLUÊNCIA DA CONDIÇÃO FÍSICA
AERÓBICA SOBRE O COMPORTAMENTO PSICOFISIOLÓGICO”.
Declaro ter conhecimento que durante os vôos do Estágio de Pilotagem Tática do CIAvEx,
estarei monitorado por um freqüencímetro modelo Polar Accurex Plus e um biofeedback portátil,
estando sendo observado por um avaliador da presente pesquisa.
91
Fica-me assegurado o direito de conhecer os meus resultado sem qualquer ônus, bem como
querer abandonar o estudo a qualquer momento e que os resultados não serão identificados, sendo
somente utilizados para a presente pesquisa científica e publicações.
Rio de Janeiro, RJ ___ de __________ de 2003.
_______________________________
Sujeito
________________________________
Paulo Roberto Ribas – Maj Pesquisador
ANEXO C - ANAMNESE E AVALIAÇÃO
Local: Data:
1. DADOS PESSOAIS – PILOTO ___
Nome:Data Nascimento: Posto: Ano Formação de Piloto:e-mail: Telefone Comercial:
2. HÁBITOS PESSOAIS
Fuma? Não Sim. Há quanto tempo?______________ Quantos cigarros por dia?___Está tomando algum medicamento? Não Sim Quais?________________________________Hipertenso? Não Sim Dor Muscular? Não Sim Quais?__________________________Pratica atividade física regular? ? Não Sim Quais? ________________________________Freqüência com que pratica:______________________________________________________________Possui algum problema médico? Não Sim Quais e/ ou outras informações julgadas úteis?______________________________________________________________________________
3. DADOS ANTROPOMÉTRICOS
TAF (m) teste 12 minVO2max (ml.kg.min-1)
92
Idade (anos)Massa Corporal (Kg)
Estatura (cm)IMC
FC Repouso (bpm) 1ª med: 2ª med: 3ª med:FC Max estimada (bpm)
4. SEQÜÊNCIA DO EXPERIMENTO• ATVD NO SOLO (ANTES)
Perfil de Reatividade ao Estresse (EDR) (6min)COG S8 (monitorar FC) (7min)ALS S7 (10 min)
• ATVD EM VÔOMonitorar EDR e FCRelatório de Vôo
• ATVD NO SOLO (DEPOIS)COG S8 (monitorar FC) (7min)ALS S7 (10 min)
ANEXO – D RELATÓRIO DE VÔO
Local: Data: ___/___/03 Hora:
PILOTO Nº___ Nome:_________________________________ Missão:__________
BRIFFING :________hEMBARQUE :________hLIGAR MOTOR :________h BFB ______ (1min após )DECOLAGEM :________h BFB ______ e ligar cronômetro.
VALORES DO BFB PORTÁTIL:03 min 1h 03 min06 min 1h 06 min09 min 1h 09 min12 min 1h 12 min15 min 1h 15 min18 min 1h 18 min21min 1h 21 min24 min 1h 24 min27 min 1h 27 min27 min 1h 27 min30 min 1h 30 min33 min 1h 33 min36 min 1h 36 min39 min 1h 39 min42 min 1h 42 min
Nº POLAR: Laboratório:_________ Em vôo: _________
93
45 min 1h 45 min48 min 1h 48 min51 min 1h 51 min54 min 1h 54 min57 min 1h 57 min1h 00 min 2h 00 min
2h 03 min2h 06 min2h 09 min2h 12 min2h 15 min
Observações importantes:___:___h - ____________________________________________________________________________:___h - ____________________________________________________________________________:___h - ____________________________________________________________________________:___h - ____________________________________________________________________________:___h - ____________________________________________________________________________:___h - ____________________________________________________________________________:___h - _________________________________________________________________________ANEXO E - ESTATÍSTICA DESCRITIVA E TESTES DE NORMALIDADE
Estatística Descritiva
Para a análise da estatística descritiva das características das curvas, foram realizados testes
de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro Wilk para todas as variáveis dependentes do estudo, a saber:
para o teste COG S8 – resultado bruto, respostas corretas e respostas incorretas; para o teste ALS
S7 – resultado bruto, percentil do resultado bruto, número total de erros cometidos e porcentagem
de erros cometidos, para o pré e pós-vôo (teste e re-teste). Para a Freqüência Cardíaca (FC), Custo
Cardíaco Relativo de Trabalho (CCRelT) e Resposta Galvânica (EDR), foram comparadas as
médias dos resultados contínuos coletados durante o vôo.
Os resultados encontram-se nas Tabelas 10 a 17.
Testes de Normalidade
94
Para que a distribuição de uma das variáveis dependentes fosse considerada diferente da
normal, o nível do “p” teria que ser menor do que 0,05 (p<0,05).
Os resultados encontrados estão nos gráficos 23 a 39.
TABELA 10 - ESTATÍSTICA DESCRITIVA DAS RESPOSTAS DO TESTE COG S8
* Assimetria Significativa acima de valores entre -1,00 a +1,00** Curtose Significativa acima de valores entre -2,00 a +2,00
TABELA 11 – TESTES DE NORMALIDADE DAS RESPOSTAS DO TESTE COG S8
Tests of Normality
,091 26 ,200* ,985 26 ,944,089 26 ,200* ,981 26 ,888,208 26 ,005 ,822 26 ,010**,129 26 ,200* ,980 26 ,856,125 26 ,200* ,981 26 ,883,138 26 ,200* ,928 26 ,079
RESBRPRECORREPREINCORPRERESBRPOSCORREPOSINCORPOS
Statistic df Sig. Statistic df Sig.Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk
This is a lower bound of the true significance.*.
This is an upper bound of the true significance.**.
Lilliefors Significance Correctiona.
* Não houve diferença significativa entre as médias (p>0,05)
Medidas RES BRUTO CORRETAS INCORRETAS
PRÉ PÓS PRÉ PÓS PRÉ PÓSMédia 376,15 469,38 367,27 461,92 7,38 7,46Mediana 375,00 479,50 360,00 473,50 5,00 6,00Desvio Padrão 60,83 81,08 56,67 76,70 6,38 5,77Erro Padrão 11,93 15,90 11,11 15,04 1,25 1,13Assimetria -,235 -,056 -,281 -,142 1,453 ,645Curtose -,153 ,367 -,196 ,407 1,353 -,391Mínimo 246 276 244 276 0 0Máximo 493 639 474 620 24 20
95
GRÁFICO 23 – RESULTADOS BRUTOS COG PRÉ-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE
RESBRPRE
500,0475,0
450,0425,0
400,0375,0
350,0325,0
300,0275,0
250,0
RESBRPRE
Freq
uenc
y
6
5
4
3
2
1
0
Std. Dev = 60,83 Mean = 376,2
N = 26,00
Normal Q-Q Plot of RESBRPRE
Observed Value
500400300200
Expe
cted
Nor
mal
2
1
0
-1
-2
GRÁFICO 24 – RESULTADOS BRUTOS COG PÓS-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE
RESBRPOS
650,0600,0550,0500,0450,0400,0350,0300,0
RESBRPOS
Freq
uenc
y
12
10
8
6
4
2
0
Std. Dev = 81,08 Mean = 469,4
N = 26,00
Normal Q-Q Plot of RESBRPOS
Observed Value
700600500400300200
Expe
cted
Nor
mal
2
1
0
-1
-2
GRÁFICO 25 – RESPOSTAS CORRETAS COG PRÉ-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE
96
CORREPRE
475,0450,0
425,0400,0
375,0350,0
325,0300,0
275,0250,0
CORREPRE
Freq
uenc
y
10
8
6
4
2
0
Std. Dev = 56,67 Mean = 367,3
N = 26,00
Normal Q-Q Plot of CORREPRE
Observed Value
500400300200
Expe
cted
Nor
mal
2
1
0
-1
-2
GRÁFICO 26 – RESPOSTAS CORRETAS COG PÓS-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE
CORREPOS
600,0550,0500,0450,0400,0350,0300,0
CORREPOS
Freq
uenc
y
8
6
4
2
0
Std. Dev = 76,70 Mean = 461,9
N = 26,00
Normal Q-Q Plot of CORREPOS
Observed Value
700600500400300200
Expe
cted
Nor
mal
2
1
0
-1
-2
GRÁFICO 27 – RESPOSTAS INCORRETAS COG PRÉ-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE
INCORPRE
25,022,5
20,017,5
15,012,5
10,07,5
5,02,5
0,0
INCORPRE
Freq
uenc
y
10
8
6
4
2
0
Std. Dev = 6,38 Mean = 7,4
N = 26,00
Normal Q-Q Plot of INCORPRE
Observed Value
3020100-10
Expe
cted
Nor
mal
2
1
0
-1
-2
GRÁFICO 28 – RESPOSTAS INCORRETAS COG PÓS-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE
97
INCORPOS
20,017,515,012,510,07,55,02,50,0
INCORPOS
Freq
uenc
y
7
6
5
4
3
2
1
0
Std. Dev = 5,77 Mean = 7,5
N = 26,00
Normal Q-Q Plot of INCORPOS
Observed Value
3020100-10
Expe
cted
Nor
mal
2,0
1,5
1,0
,5
0,0
-,5
-1,0
-1,5
-2,0
TABELA 12 - ESTATÍSTICA DESCRITIVA DAS RESPOSTAS DO TESTE ALS S7
Medidas RES BRUTO PERCENTIL ERROS % ERROS
PRÉ PÓS PRÉ PÓS PRÉ PÓS PRÉ PÓSMédia 376,44 399,88 69,92 76,24 3,32 3,44 ,7484 ,6840Mediana 365,00 375,00 77,00 87,00 2,00 3,00 ,6300 ,3900Desvio Padrão 84,71 84,68 27,41 26,52 2,67 3,33 ,6218 ,6731Erro Padrão 16,94 16,94 5,48 5,30 ,53 ,67 ,1244 ,1346Assimetria ,546 ,406 -,537 -1,130* ,908 1,471* ,936 1,197Curtose -,438 -,579 -1,144 -,100 ,070 2,151*
*-,091 1,249
Mínimo 257 261 16 16 0 0 ,00 ,00Máximo 565 566 99 99 10 13 2,21 2,57**
* Assimetria Significativa acima de valores entre -1,00 a +1,00** Curtose Significativa acima de valores entre -2,00 a +2,00
98
TABELA 13 - TESTES DE NORMALIDADE DAS RESPOSTAS DO TESTE ALS S7
Tests of Normality
,155 24 ,142 ,940 24 ,219,171 24 ,069 ,886 24 ,011,254 24 ,000 ,890 24 ,014,209 24 ,008 ,881 24 ,010**,143 24 ,200* ,958 24 ,437,266 24 ,000 ,790 24 ,010**,177 24 ,051 ,831 24 ,010**,197 24 ,017 ,845 24 ,010**
RESBRPREPERCPREERROPREPORCEPRERESBRPOSPERCPOSERROPOSPORCEPOS
Statistic df Sig. Statistic df Sig.Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk
This is an upper bound of the true significance.**.
This is a lower bound of the true significance.*.
Lilliefors Significance Correctiona.
* Não houve diferença significativa entre as médias (p>0,05)
GRÁFICO 29 –RESULTADOS BRUTOS ALS PRÉ-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE
RESBRPRE
575,0550,0
525,0500,0
475,0450,0
425,0400,0
375,0350,0
325,0300,0
275,0250,0
RESBRPRE
Freq
uenc
y
7
6
5
4
3
2
1
0
Std. Dev = 84,71 Mean = 376,4
N = 25,00
Normal Q-Q Plot of RESBRPRE
Observed Value
600500400300200
Expe
cted
Nor
mal
2,0
1,5
1,0
,5
0,0
-,5
-1,0
-1,5
-2,0
GRÁFICO 30 –RESULTADOS BRUTOS ALS PÓS-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE
99
RESBRPOS
575,0550,0
525,0500,0
475,0450,0
425,0400,0
375,0350,0
325,0300,0
275,0250,0
RESBRPOS
Freq
uenc
y
7
6
5
4
3
2
1
0
Std. Dev = 84,68 Mean = 399,9
N = 25,00
Normal Q-Q Plot of RESBRPOS
Observed Value
600500400300200
Expe
cted
Nor
mal
2,0
1,5
1,0
,5
0,0
-,5
-1,0
-1,5
-2,0
GRÁFICO 31 – MÉDIAS DO PERCENTIL ALS PRÉ-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE
PERCPRE
100,090,080,070,060,050,040,030,020,0
PERCPRE
Freq
uenc
y
8
6
4
2
0
Std. Dev = 27,41 Mean = 69,9
N = 25,00
Normal Q-Q Plot of PERCPRE
Observed Value
120100806040200
Expe
cted
Nor
mal
1,5
1,0
,5
0,0
-,5
-1,0
-1,5
-2,0
GRÁFICO 32 –PERCENTIL PÓS-VÔO ALS E CURVA DE NORMALIDADE
PERCPOS
100,090,080,070,060,050,040,030,020,0
PERCPOS
Freq
uenc
y
10
8
6
4
2
0
Std. Dev = 26,52 Mean = 76,2
N = 25,00
Normal Q-Q Plot of PERCPOS
Observed Value
12010080604020
Expe
cted
Nor
mal
1,5
1,0
,5
0,0
-,5
-1,0
-1,5
-2,0
GRÁFICO 33 –ERROS PRÉ-VÔO ALS E CURVA DE NORMALIDADE
100
ERROPRE
10,08,06,04,02,00,0
ERROPRE
Freq
uenc
y
14
12
10
8
6
4
2
0
Std. Dev = 2,67 Mean = 3,3
N = 25,00
Normal Q-Q Plot of ERROPRE
Observed Value
121086420-2
Expe
cted
Nor
mal
2,0
1,5
1,0
,5
0,0
-,5
-1,0
-1,5
-2,0
GRÁFICO 34 –ERROS PÓS-VÔO ALS E CURVA DE NORMALIDADE
ERROPOS
14,012,010,08,06,04,02,00,0
ERROPOS
Freq
uenc
y
10
8
6
4
2
0
Std. Dev = 3,33 Mean = 3,4
N = 25,00
Normal Q-Q Plot of ERROPOS
Observed Value
14121086420-2
Expe
cted
Nor
mal
2,0
1,5
1,0
,5
0,0
-,5
-1,0
-1,5
GRÁFICO 35 –PERCENTAGEM (%) ALS DOS ERROS PRÉ-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE
PORCEPRE
2,252,001,751,501,251,00,75,50,250,00
PORCEPRE
Freq
uenc
y
6
5
4
3
2
1
0
Std. Dev = ,62 Mean = ,75
N = 25,00
Normal Q-Q Plot of PORCEPRE
Observed Value
2,52,01,51,0,50,0-,5
Expe
cted
Nor
mal
2,0
1,5
1,0
,5
0,0
-,5
-1,0
-1,5
-2,0
101
GRÁFICO 36 –PERCENTAGEM (%) ALS DOS ERROS PÓS-VÔO E CURVA DE NORMALIDADE
PORCEPOS
2,502,25
2,001,75
1,501,25
1,00,75
,50,25
0,00
PORCEPOSFr
eque
ncy
8
6
4
2
0
Std. Dev = ,67 Mean = ,68
N = 25,00
Normal Q-Q Plot of PORCEPOS
Observed Value
3,02,52,01,51,0,50,0-,5
Expe
cted
Nor
mal
2,0
1,5
1,0
,5
0,0
-,5
-1,0
-1,5
TABELA 14 – ESTATÍSTICA DESCRITIVA DA FC E CCRelT EM VÔO
Medidas FC CCRelTMédia 87,5178 ,1393Mediana 89,1700 ,0945Desvio Padrão 12,2255 ,0976Erro Padrão 4,0752 ,0345Assimetria ,087 ,785Curtose -1,009 -1,018Mínimo 71,59 ,03Máximo 104,79 ,29
* Assimetria Significativa acima de valores entre -1,00 a +1,00** Curtose Significativa acima de valores entre -2,00 a +2,00
TABELA 15 – TESTES DE NORMALIDADE DA FC E CCRelT EM VÔO
Tests of Normality
,163 9 ,200* ,915 9 ,393,172 9 ,200* ,963 9 ,800
MEDFCMEDCCREL
Statistic df Sig. Statistic df Sig.
Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk
This is a lower bound of the true significance.*.
Lilliefors Significance Correctiona.
* Não houve diferença significativa entre as médias (p>0,05)
GRÁFICO 37 –RESULTADOS DA FC E CURVA DE NORMALIDADE
102
MEDFC
105,0100,095,090,085,080,075,070,0
MEDFC
Freq
uenc
y
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
,5
0,0
Std. Dev = 12,23 Mean = 87,5
N = 9,00
GRÁFICO 38–RESULTADOS DO CCRelT E CURVA DE NORMALIDADE
MEDCCREL
,31,25,19,13,060,00
MEDCCREL
Freq
uenc
y
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
,5
0,0
Std. Dev = ,10 Mean = ,14
N = 8,00
TABELA 16 – ESTATÍSTICA DESCRITIVA DO EDR EM VÔO
Medidas EDRMédia 12,8540Mediana 12,6750Desvio Padrão 2,3055Erro Padrão ,7291Assimetria -,107Curtose -1,051Mínimo 9,31Máximo 15,87
* Assimetria Significativa acima de valores entre -1,00 a +1,00** Curtose Significativa acima de valores entre -2,00 a +2,00
103
TABELA 17 – TESTES DE NORMALIDADE DO EDR EM VÔO
Tests of Normalityb
,184 6 ,200* ,888 6 ,345,309 4 ,
GRUPO12
MÉDIASStatistic df Sig. Statistic df Sig.
Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk
This is a lower bound of the true significance.*.
Lilliefors Significance Correctiona.
There are no valid cases for MÉDIAS. Statistics cannot be computed.b.
• Não houve diferença significativa entre as médias (p>0,05)
GRÁFICO 39–RESULTADOS DO EDR E CURVA DE NORMALIDADE
MÉDIAS
16,015,014,013,012,011,010,09,0
MÉDIAS
Freq
uenc
y
5
4
3
2
1
0
Std. Dev = 2,31 Mean = 12,9
N = 10,00
Discussão
Todas as variáveis analisadas, à exceção das respostas incorretas do teste COG S8,
porcentagem de erros pré e pós, percentil pós e erros pós do teste ALS S7, não diferiram do padrão
de distribuição da curva Normal.
Considerou-se para haver a diferença um nível de p<0,05 em pelo menos um dos testes de
normalidade utilizados. Embora os resultados tenham sugerido estas poucas variáveis citadas como
significativamente diferente da Normal, foi considerada ainda a análise da Assimetria e Curtose da
curva.
Como o valor da Curtose foi significativo apenas para a variável erros pós no teste ALS S7
104
(2,151), considerou-se a distribuição com característica de normalidade.
Para a decisão de utilização ou não dos testes paramétricos para a análise dessas variáveis,
considerou-se que os testes paramétricos têm mais poder e produzem resultados válidos mesmo
quando a população não é normalmente distribuída, Vincent (1999, p.152).
ANEXO F – RESULTADOS BRUTOS
COG S8
Tabela 18 – Dados do total de respostas do G1
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 415 48702 434 50903 388 47504 352 44905 359 42506 381 41107 246 276
105
08 311 39309 264 36410 348 51611 390 50812 306 42013 433 59614 433 440
Tabela 19 – Dados do total de respostas do G2
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 403 48302 462 63903 417 51604 296 37005 465 59806 493 56607 369 50308 363 47709 339 41510 349 38511 369 48212 395 501
Tabela 20– Dados do total de respostas corretas do G1
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 411 48202 412 49503 383 46904 346 44805 354 42206 339 40507 244 27608 309 39009 261 35510 345 50711 385 50312 304 41913 424 582
106
14 429 439
Tabela 21 – Dados do total de respostas corretas do G2
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 395 47402 446 62003 409 50604 296 37005 441 57806 474 55307 356 48708 360 47409 332 40610 346 38211 360 47312 388 495
Tabela 22 – Dados do total de respostas incorretas do G1
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 4 502 22 1403 5 604 6 105 5 306 3 607 2 008 2 309 3 910 3 911 5 512 2 113 9 14
107
14 4 1
Tabela 23 – Dados do total de respostas incorretas do G2
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 8 902 16 1903 8 1004 0 005 24 2006 19 1307 13 1608 3 309 7 910 3 311 9 912 7 6
ALS S7
Tabela 24 – Dados do total de respostas do G1
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 565 56602 329 39403 343 36304 327 38005 306 35906 381 43907 316 30408 317 37209 283 31210 317 370
108
11 536 55812 278 32913 442 51114 425 487
Tabela 25 – Dados do total de respostas do G2
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 419 50202 454 50603 313 37504 258 26805 490 51006 365 37507 321 34708 397 43809 395 40710 257 26111 441 32912 457 445
Tabela 26 – Dados do Percentil do total de respostas do G1
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 99 9902 31 8403 77 8404 31 6905 59 8306 69 9307 64 5808 31 6909 47 3110 65 8711 99 9912 16 3113 98 99
109
14 97 99
Tabela 27 – Dados do Percentil do total de respostas do G2
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 96 9902 99 9903 63 8804 35 1605 99 9906 85 8807 70 7808 84 9809 84 9510 34 3611 93 3112 93 93
Tabela 28– Dados do total de respostas erradas do G1
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 5 502 6 803 1 504 0 105 4 306 7 107 2 008 7 409 2 310 2 411 1 012 0 113 2 2
110
14 3 1
Tabela 29 – Dados do total de respostas erradas do G2
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 1 002 10 1303 2 404 1 105 8 906 4 407 3 508 5 209 5 1110 1 611 2 112 2 1
Tabela 30 – Dados da porcentagem do total de respostas erradas do G1
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 0,88 0,8802 1,82 2,0303 0,29 1,3804 0 0,2605 1,31 0,8406 1,84 0,2307 0,63 008 2,21 1,0809 0,71 0,9610 0,63 1,0811 0,19 012 0 0,313 0,45 0,39
111
14 0,71 0,55
Tabela 31 – Dados do total de respostas erradas do G2
Sujeito Pré-vôo Pós-vôo
01 0,24 002 2,2 2,5703 0,64 1,0704 0,39 0,3705 1,63 1,5406 1,1 1,0707 0,74 1,4408 1,26 0,4609 1,27 2,710 0,39 2,311 0,45 0,312 0,44 0,22
Tabela 32 – Dados dos momentos da FC coletados em vôo G1
Sujeito M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 Média
01 99,75 97 95,75 96,75 95 86 85,25 80 91,9402 81 82,5 77 77 79 74,5 74,75 72,5 77,2803 73 72,25 78 71 69,25 66,5 74,75 71,75 72,0604 92,75 102,75 114,75 107,75 106,75 104 104,79
Tabela 33 – Dados dos momentos da FC coletados em vôo G2
Sujeito M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 Média
01 91 83,5 90,25 89 88 84,75 83 89,76 87,4102 92,75 90,25 89,25 91,5 89,75 90,75 86,5 84 89,34
112
03 92,75 102,5 112,75 110,75 101,75 104 104,0804 74,25 70,5 70,5 69,5 73,25 71,75 70,25 72,75 71,5905 86,25 88,5 91 90,5 90,75 88 89,17
Tabela 34 – Dados dos momentos do CCRelT coletados em vôo G1
Sujeito M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 Média
01 0,35 0,33 0,32 0,32 0,31 0,24 0,23 0,19 0,17202 0,21 0,22 0,18 0,18 0,2 0,17 0,17 0,15 0,17003 0,11 0,1 0,15 0,09 0,08 0,05 0,12 0,1 0,10004 0,18 0,26 0,36 0,3 0,3 0,27 0,200
Tabela 35 – Dados dos momentos do CCRelT coletados em vôo G2
Sujeito M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 Média
01 0,11 0,04 0,1 0,09 0,08 0,05 0,03 0,1 0,22002 0,13 0,1 0,09 0,12 0,09 0,11 0,05 0,02 0,28003 0,16 0,25 0,34 0,32 0,24 0,26 0,26204 0,05 0,02 0,02 0,01 0,04 0,03 0,02 0,03 0,21005 0,05 0,07 0,1 0,09 0,09 0,07 0,190
0,0975 0,11 0,1375 0,135 0,115 0,1175 0,035 0,025 0,232
Tabela 36 – Dados dos momentos do EDR coletados em vôo G1
01 02 03 04 05 06
LM 13,8 6,88 18,3 10,8 6,44 12,2DEC 17 7,29 22,1 9,77 7,77 13,6M1 12,93 7,71 18,03 9,90 8,96 10,60M2 13,97 8,48 16,80 10,23 10,90 13,10M3 12,80 7,36 16,03 10,69 12,93 14,07M4 14,23 7,36 16,80 9,93 13,97 14,97M5 14,00 8,55 15,93 9,34 15,47 13,07M6 13,03 10,21 17,87 11,50 16,03 12,07M7 13,40 9,31 17,67 9,37 16,87 12,80M8 15,13 10,27 15,27 10,55 18,17 10,49M9 13,17 11,08 16,03 9,67 18,83 13,73M10 14,33 8,62 13,20 10,47 16,83 14,20M11 14,40 9,48 13,53 8,49 18,73 13,73
113
M12 13,10 12,10 13,87 10,40 18,53 12,27M13 12,20 11,47 14,63 9,24 18,97 11,17M14 12,60 10,46 13,27 9,48 19,43 11,50M15 12,70 10,24 15,43 10,27 18,00 11,09
Média 13,25 8,56 16,87 10,54 12,22 11,65
LM – Ligar MotoresDEC - Decolagem
Tabela 37 – Dados dos momentos do EDR coletados em vôo G2
01 02 03 04
LM 15,1 11,4 10,7 14,1DEC 16,2 12,6 11,2 17,1M1 13,87 12,27 11,47 14,77M2 12,60 12,70 11,90 16,03M3 12,87 12,67 12,30 15,70M4 13,07 12,47 11,70 15,03M5 12,20 11,77 11,97 14,50M6 14,30 12,57 11,43 14,77M7 12,57 12,70 11,15 15,44M8 13,20 13,07 11,37 16,33M9 11,27 12,47 11,80 17,33M10 11,29 12,87 11,40 16,43M11 12,27 12,77 10,45 15,80
114
M12 13,30 13,77 10,61 15,67M13 12,53 13,07 10,40 15,20M14 12,27 13,80 9,09 15,40M15 11,47 14,77 9,77 15,10
Média 13,29 13,09 10,24 14,60
LM – Ligar MotoresDEC - Decolagem
Tabela 38– Dados da caracterização do G1
IDADE(anos)
Dist Teste
12 min (m)
V& O2max
(mil.Kg-1.seg-1)
Estatura
(cm)
Peso (Kg)
01 38 3300 62,13 177 7402 32 3300 62,13 164 6403 31 3300 62,13 180 7804 30 3300 62,13 180 7205 26 3200 59,91 180 8006 38 3100 57,69 174 7007 27 3100 57,69 179 7208 33 3000 55,47 176 8009 32 2900 53,24 171 7610 38 2900 53,24 172 7611 34 2900 53,24 176 6912 32 2900 53,24 164 64
115
13 25 2900 53,24 187 9814 31 2900 53,24 180 78
Tabela 39 – Dados da caracterização do G2
IDADE(anos)
Dist Teste
12 min (m)
V& O2max
(mil.Kg-1.seg-1)
Estatura
(cm)
Peso (Kg)
01 36 2800 51,02 184 9402 32 2800 51,02 181 8003 32 2800 51,02 174 7404 28 2800 51,02 168 5905 42 2700 48,80 174 7306 33 2700 48,80 172 8107 25 2700 48,80 181 10008 27 2700 48,80 179 7409 25 2700 48,80 168 7510 30 2650 47,69 172 6811 38 2600 46,58 175 7412 28 2400 42,13 179 81