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Fundação João Pinheiro - Governo de Minas Gerais Fundação João Pinheiro - Governo de Minas Gerais Mestrado em Administração Pública Mestrado em Administração Pública Maria Elisa Souza Medeiros Maria Elisa Souza Medeiros O financiamento da cultura no Estado de O financiamento da cultura no Estado de Minas Minas Gerais: uma análise da Lei Estadual de Gerais: uma análise da Lei Estadual de Incentivo Incentivo à Cultura 1998-2008 e do Fundo Estadual à Cultura 1998-2008 e do Fundo Estadual de de Cultura 2006-2008 Cultura 2006-2008

O financiamento da cultura no estado de MG - Maria Elisa Ferreira

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Page 1: O financiamento da cultura no estado de MG - Maria Elisa Ferreira

Fundação João Pinheiro - Governo de Minas Gerais Fundação João Pinheiro - Governo de Minas Gerais Mestrado em Administração PúblicaMestrado em Administração Pública

Maria Elisa Souza MedeirosMaria Elisa Souza Medeiros

O financiamento da cultura no Estado de Minas O financiamento da cultura no Estado de Minas Gerais: uma análise da Lei Estadual de IncentivoGerais: uma análise da Lei Estadual de Incentivo

à Cultura 1998-2008 e do Fundo Estadual de à Cultura 1998-2008 e do Fundo Estadual de Cultura 2006-2008Cultura 2006-2008

Page 2: O financiamento da cultura no estado de MG - Maria Elisa Ferreira

Objetivo:Objetivo:

Analisar, por meio de uma série histórica, Analisar, por meio de uma série histórica, os resultados alcançados pela Lei de os resultados alcançados pela Lei de Incentivo à Cultura em Minas Gerais – no Incentivo à Cultura em Minas Gerais – no período de 1998 a 2008 - e pelo Fundo período de 1998 a 2008 - e pelo Fundo Estadual de Cultura – de 2006 a 2008 Estadual de Cultura – de 2006 a 2008

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Critérios de avaliação:Critérios de avaliação:

Capacidade de descentralizaçãoCapacidade de descentralização: pulverizar a : pulverizar a transferência de recursos das empresas patrocinadoras nas transferência de recursos das empresas patrocinadoras nas diferentes regiões do estado, já que as organizações tendem diferentes regiões do estado, já que as organizações tendem a favorecer mais as áreas onde se localizam, ou seja, os a favorecer mais as áreas onde se localizam, ou seja, os grandes centros.grandes centros.

Capacidade de desconcentraçãoCapacidade de desconcentração: estimular manifestações : estimular manifestações artísticas, tais como atividades de maior durabilidade, como artísticas, tais como atividades de maior durabilidade, como a pesquisa, a formação artística e outras, que, geralmente, a pesquisa, a formação artística e outras, que, geralmente, tendem a ser preteridas em relação às que garantem retorno tendem a ser preteridas em relação às que garantem retorno mais imediato de marketing.mais imediato de marketing.

Perspectiva dos produtores culturais e artistas, ou seja, dos Perspectiva dos produtores culturais e artistas, ou seja, dos agentes culturais que utilizam esses benefíciosagentes culturais que utilizam esses benefícios

Page 4: O financiamento da cultura no estado de MG - Maria Elisa Ferreira

Este estudo está Este estudo está organizadoorganizado em cinco em cinco capítulos:capítulos:

Capítulo I: introdução ao temaCapítulo I: introdução ao tema Capítulo II : divisão em quatro assuntos, a Capítulo II : divisão em quatro assuntos, a

saber: Estado e federalismo, a relação do saber: Estado e federalismo, a relação do Estado e a cultura, a institucionalização da Estado e a cultura, a institucionalização da cultura no Brasil e, por fim, o mercado e a cultura no Brasil e, por fim, o mercado e a cultura. cultura.

Capítulo III: os instrumentos de incentivo à Capítulo III: os instrumentos de incentivo à cultura do Estado de Minas Geraiscultura do Estado de Minas Gerais

Capítulo IV: análise estatísticaCapítulo IV: análise estatística Capítulo V: considerações finaisCapítulo V: considerações finais

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MetodologiaMetodologia

Este trabalho foi desenvolvido a partir de Este trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisa documental e de levantamento pesquisa documental e de levantamento de dados cedidos pela Secretaria de de dados cedidos pela Secretaria de Estado da Cultura de Minas GeraisEstado da Cultura de Minas Gerais

Page 6: O financiamento da cultura no estado de MG - Maria Elisa Ferreira

ContextoContexto::

O entendimento do modelo de federalismo vigente é O entendimento do modelo de federalismo vigente é importante para que se compreenda a atual relação importante para que se compreenda a atual relação entre os entes federados brasileiros e a repartição de entre os entes federados brasileiros e a repartição de suas atribuições. Essa divisão de funções pontua as suas atribuições. Essa divisão de funções pontua as prioridades e competências na agenda política nas três prioridades e competências na agenda política nas três esferas federativas. esferas federativas.

Reforma do Estado, idéias neoliberais.Reforma do Estado, idéias neoliberais.

A tendência de transferência da competência na oferta A tendência de transferência da competência na oferta de serviços da atividade cultural da União para os de serviços da atividade cultural da União para os estados e municípios vem se intensificando desde os estados e municípios vem se intensificando desde os anos de 1990, diante do quadro de transformações anos de 1990, diante do quadro de transformações políticas conhecidas pelo país.políticas conhecidas pelo país.

Page 7: O financiamento da cultura no estado de MG - Maria Elisa Ferreira

No Brasil, o advento das leis de incentivo, data do período No Brasil, o advento das leis de incentivo, data do período do processo de redemocratização na década de 1980, do processo de redemocratização na década de 1980, quando se deram a crise e a reforma do Estado, como quando se deram a crise e a reforma do Estado, como fatores que ajudaram a delinear a institucionalização da fatores que ajudaram a delinear a institucionalização da cultura no Brasil. cultura no Brasil.

Em 1985, entrou em vigor a Lei Sarney, a primeira norma Em 1985, entrou em vigor a Lei Sarney, a primeira norma jurídica no país que visava incentivar os empresários a jurídica no país que visava incentivar os empresários a investir no setor cultural por meio de deduções de investir no setor cultural por meio de deduções de impostos. impostos.

Revogada no Governo Collor, sob o argumento de Revogada no Governo Collor, sob o argumento de irregularidades decorrentes do próprio desenho da irregularidades decorrentes do próprio desenho da legislação.legislação.

Ajudou a colocar em pauta a discussão a respeito das Ajudou a colocar em pauta a discussão a respeito das fontes de financiamento estatal à cultura e a busca de fontes de financiamento estatal à cultura e a busca de parceria junto à iniciativa privada.parceria junto à iniciativa privada.

Page 8: O financiamento da cultura no estado de MG - Maria Elisa Ferreira

Em 1991, foi sancionada a Lei nº 8.313, Em 1991, foi sancionada a Lei nº 8.313, Lei Rouanet, que instituiu o Programa Lei Rouanet, que instituiu o Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC): Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC): canalizar recursos para o canalizar recursos para o desenvolvimento do setor cultural, com a desenvolvimento do setor cultural, com a finalidade de estimular a produção, a finalidade de estimular a produção, a distribuição e o acesso aos produtos distribuição e o acesso aos produtos culturais; proteger e conservar o culturais; proteger e conservar o patrimônio histórico e artístico; estimular a patrimônio histórico e artístico; estimular a difusão da cultura brasileira e a difusão da cultura brasileira e a diversidade regional e étnico-cultural, diversidade regional e étnico-cultural, entre outras.entre outras.

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Em 1997, criou-se a Lei de Incentivo à Cultura de Minas Em 1997, criou-se a Lei de Incentivo à Cultura de Minas Gerais (LEIC) ou Lei nº. 12.733. Por meio de seus Gerais (LEIC) ou Lei nº. 12.733. Por meio de seus mecanismos, caberia à lei cumprir o papel de mediadora mecanismos, caberia à lei cumprir o papel de mediadora na relação entre o empreendedor – artistas e na relação entre o empreendedor – artistas e produtores- e o incentivador – empresas e Estado, produtores- e o incentivador – empresas e Estado, contribuindo, assim, para maior dinamização e contribuindo, assim, para maior dinamização e consolidação do mercado cultural em Minas Gerais. consolidação do mercado cultural em Minas Gerais. Essa legislação prevê que o incentivo ao setor cultural Essa legislação prevê que o incentivo ao setor cultural do estado advenha do ICMS (Imposto sobre Circulação do estado advenha do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).de Mercadorias e Serviços).

Em 2006, com a aprovação da Lei nº. 15.975, foi criado Em 2006, com a aprovação da Lei nº. 15.975, foi criado o Fundo Estadual de Cultura (FEC), visando apoiar o Fundo Estadual de Cultura (FEC), visando apoiar projetos que, tradicionalmente, esbarram em maiores projetos que, tradicionalmente, esbarram em maiores dificuldades de captação de recursos no mercado. dificuldades de captação de recursos no mercado.

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Perspectivas sobre as leis de incentivoPerspectivas sobre as leis de incentivo

Posições favoráveisPosições favoráveis::

O Estado não deve ser produtor de cultura, mas apenas O Estado não deve ser produtor de cultura, mas apenas provedor dos recursos;provedor dos recursos;

A renúncia fiscal liberta a atividade cultural do paternalismo A renúncia fiscal liberta a atividade cultural do paternalismo estatal e das restrições ideológicas dos grupos políticos que estatal e das restrições ideológicas dos grupos políticos que eventualmente ocupam o poder;eventualmente ocupam o poder;

O incentivo cultural é um instrumento ágil, pois independe de O incentivo cultural é um instrumento ágil, pois independe de uma série de trâmites burocráticos exigidos pelo poder público;uma série de trâmites burocráticos exigidos pelo poder público;

A renúncia fiscal faz crescer o montante de recursos disponíveis A renúncia fiscal faz crescer o montante de recursos disponíveis em todas as regiões, principalmente naquelas que concentram em todas as regiões, principalmente naquelas que concentram maior população (e público consumidor de cultura) e onde a maior população (e público consumidor de cultura) e onde a produção cultural é quantitativamente mais representativa. produção cultural é quantitativamente mais representativa.

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Posições desfavoráveis, ou seja, os não-defensores da renúncia fiscal como instrumento de política:

O incentivo fiscal tem provocado a diminuição dos O incentivo fiscal tem provocado a diminuição dos orçamentos dos órgãos de cultura;orçamentos dos órgãos de cultura;

Esse instrumento transfere do Estado para o mercado a Esse instrumento transfere do Estado para o mercado a responsabilidade de incentivar a cultura; mercantiliza a responsabilidade de incentivar a cultura; mercantiliza a cultura;cultura;

Privilegia as regiões economicamente mais fortes, pois é Privilegia as regiões economicamente mais fortes, pois é nelas que se concentra a maior parte dos contribuintes de nelas que se concentra a maior parte dos contribuintes de impostos e, portanto, os potenciais patrocinadores;impostos e, portanto, os potenciais patrocinadores;

Estimula a realização de eventos que possibilitam retorno Estimula a realização de eventos que possibilitam retorno mais imediato de marketing em detrimento de atividades de mais imediato de marketing em detrimento de atividades de maior durabilidade, como a pesquisa, a formação artística e a maior durabilidade, como a pesquisa, a formação artística e a criação da infra-estrutura necessária para a área cultural.criação da infra-estrutura necessária para a área cultural.

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Resultados – LEICResultados – LEIC

LEIC:LEIC:

Descentralização:Descentralização: A destinação dos recursos condiz com a A destinação dos recursos condiz com a

demandademanda. A região Central destoa do restante no que diz respeito à demanda e, conseqüentemente, à aprovação e captação dos recursos, mantendo-se sempre superior em relação às outras regiões.

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Resultados – LEICResultados – LEIC Os projetos das regiões de Sul de Minas,

Triângulo, Rio Doce, Norte de Minas, Noroeste de Minas, Jequitinhonha e Alto Paranaíba são aprovados e captados em menor proporção, tendo como referência a demanda oriunda de cada região. Sob este viés, a LEIC acaba influenciando, ainda que numa proporção pequena, a centralização dos recursos em determinadas regiões.

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Resultados – LEICResultados – LEIC

Esta concentração da demanda não variou de Esta concentração da demanda não variou de forma significativa ao longo do período estudado. forma significativa ao longo do período estudado. De maneira geral, a distribuição das regiões De maneira geral, a distribuição das regiões permaneceu constante ao longo do período, sem permaneceu constante ao longo do período, sem grandes alterações no cenário geral da demanda no grandes alterações no cenário geral da demanda no Estado, o que pode ser justificado, de alguma Estado, o que pode ser justificado, de alguma forma, pela desigualdade de acesso à informação, forma, pela desigualdade de acesso à informação, recursos e conhecimento técnico indispensáveis recursos e conhecimento técnico indispensáveis para a elaboração e apresentação de projetos para a elaboração e apresentação de projetos culturais, de forma que os mesmos atendam às culturais, de forma que os mesmos atendam às exigências dos editais de abertura das Leis.exigências dos editais de abertura das Leis.

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Resultados – LEIC

A atuação da CTAP não diminuiu a concentração espacial verificada na demanda.

Tendência a perpetuar a concentração de projetos apresentados por região. No geral, percebe-se uma pequena oscilação ano a ano na participação das regiões, sendo que a região Central manteve-se praticamente durante todo o período estudado com uma taxa acima de 70%.

No total, a região Central apresentou demanda de 74,5% e taxa de aprovação de 76,5%, o que sugere que a CTAP pode estar contribuindo para o adensamento da concentração na referida região. Em compensação, todas as outras regiões, sem exceção, perderam em participação após julgamento dos projetos pela Comissão.

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Resultados – LEIC

Desconcentração: A LEIC tentou buscar um equilíbrio em relação à

demanda das áreas como um todo. Assim, a diferença percentual entre o número de projetos que pleitearam e foram aprovados na Lei é pequena. Em compensação, percebe-se que a distorção entre essas variáveis se dá na captação de recursos, que independe do desenho da Lei. De alguma forma, pode-se inferir que o problema da concentração de recursos em determinadas áreas, como a 1 (teatro, dança, circo, ópera) e 4 (música), são reflexo da comportamento do mercado, e não das especificidades da LEIC.

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Resultados – LEIC

A avaliação e aprovação da CTAP, embora pareça buscar um certo equilíbrio em relação às áreas contempladas, acaba modificando o contexto, ao aprovar mais projetos de determinadas áreas em relação à demanda de recursos.

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Resultados - LEIC

Algumas áreas apresentam taxa de aprovação acima da taxa de demanda. Isso parece mostrar uma intenção deliberada da CTAP no sentido de diminuir a concentração observada na demanda.

Todavia, a ação da CTAP não interfere de forma a diminuir significativamente a enorme concentração por área verificada na demanda.

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Resultados – LEIC

Projetos das áreas 1 (teatro, dança, circo, ópera) e 4 (música) conseguem captar recursos com maior facilidade. Nesta etapa, o Estado não mais influencia o desenvolvimento dos projetos, cabendo ao mercado a escolha do patrocínio. Somente projetos das áreas que garantem maior projeção midiática e de marketing conseguem captar. Dessa forma, quanto maior a visibilidade do projeto, assim como o seu apelo junto ao público, maiores as chances de se conseguir patrocínio junto às empresas: ‘mercantilização da cultura’.

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Resultados – FEC

FEC: Desconcentração:

As áreas 1 (patrimônio material e imaterial) e 3 (circulação, distribuição e formação de público) mantiveram-se à frente das demais áreas no que diz respeito à percentagem de recursos destinadas à elas.

Neste aspecto, pode-se concluir que o FEC ainda não tem conseguido atuar de forma efetiva na desconcentração de recursos para as diversas áreas contempladas por este mecanismo de incentivo cultural.

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Resultados – FEC Descentralização:

Verifica-se que o FEC proporcionou um crescimento geral na taxa de aprovação e redução na percentagem da região Central. Neste sentido, pode-se concluir que o Fundo contribuiu para a descentralização dos recursos destinados à cultura. No entanto, há de se ressaltar que o Fundo ainda apresenta resultados que denotam centralização dos recursos, com destaque para a região Central que apresenta taxa de 47% da totalidade de recursos.

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Resultados – FEC

Pode-se inferir que a descentralização, um dos

principais objetivos que motivaram criação deste

instrumento de incentivo, ainda deve ser

desenvolvida. As regiões Central, Sul de Minas e

Rio Doce, nesta ordem, ainda detêm o percentual

mais alto de disponibilização de recursos. Já as

regiões do Alto Paranaíba e Centro-Oeste

aparecem como as regiões desprivilegiadas em

relação à disponibilização dos recursos do Fundo

Estadual em Cultura.

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Resultados – FEC

No decorrer dos anos, o volume destinado ao Fundo reduziu. Tal situação, em parte, pode ser justificada pelo despreparo do Estado em relação a esta nova função cultural que lhe foi atribuída. Afinal, o Estado não contou com uma alteração orçamentária que garantisse condições reais de financiamento do setor cultural.

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Considerações finais

Percebe-se que, de certa forma, há um movimento, por parte dos gestores, no que diz respeito à busca de melhorias destas políticas de desenvolvimento do setor cultural, ao ampliarem o perfil dos beneficiários e as possibilidades de se conseguir um financiamento para os projetos da área cultural.

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Mudanças propostas e implementadas:FEC: Ampliação do rol de beneficiários, permitindo-

se que qualquer pessoa – física ou jurídica - que desenvolva projetos relacionados ao setor artístico-cultural e atenda aos demais requisitos estabelecidos em lei.

Modificação do percentual de uma das fontes de recursos do fundo. O substitutivo acrescenta que os recursos poderão ser destinados não apenas a financiamentos reembolsáveis, mas também a financiamentos não-reembolsáveis.

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Mudanças propostas e implementadas:LEIC: Constante revisão dos editais: redução de

documentos a serem apresentados, fusão de algumas áreas (desburocratização dos editais). Em 2008, as 12 áreas foram reduzidas para 9. As áreas 6 (folclore e artesanato) e 8 (preservação e restauração) foram reunidas em uma única área: 6 ( conservação do patrimônio material e imaterial, incluindo folclore e artesanato). As áreas 10 (bolsa de estudos), 11 (seminários e cursos) e 12 (transporte e seguro de objetos de valor cultural) também foram unificadas e passaram a integrar a área 9 (áreas culturais integradas).

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A parcela de renúncia, até 2007, não podia exceder a 3% do valor do ICMS a ser pago no período. Em 2008, foram criados três patamares de renúncia fiscal, 10%, 7% e 3% do ICMS devido, sendo que estes podem variar de acordo com o faturamento anual da empresa patrocinadora.

Outra inovação no edital de 2008, diz respeito à descentralização dos recursos, garantindo 40% do total aprovado para os empreendedores residentes no interior do estado. O objetivo é que esse percentual aumente um ponto por ano até chegar a um mínimo de 45% em 2013.

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Novas hipóteses: Nos últimos anos, tem-se observado tentativas de se

aumentarem os recursos dos fundos destinados ao financiamento do setor cultural. Qual seria o limite da intervenção estatal nessa área? Não seria este um movimento de estatização da cultura?

Como descentralizar a demanda por recursos nas diferentes regiões do estado? Falta divulgação? Treinamento?

As leis têm conseguido estimular a participação das empresas no financiamento do setor cultural ou têm apenas intensificado a vinculação do patrocínio em relação à renúncia fiscal proporcionada pelas mesmas?

Além das leis e fundos de incentivo, quais outras alternativas seriam viáveis, em termos de políticas públicas, para o financiamento do setor?

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FIMFIM