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mariagsalgueiro
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O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá Resumo da Obra:
*Gato apresentado como anti-herói, marginal, olhos feios, maus
*Causa de todos os males:
-Flores que se fecham
-derrubou o tímido lírio branco
-pássaros fugiam
-roubou o pequeno Sabiá e a sua mãe suicidou-se num espinho
-comeu a pomba-rola
-matou os pintos
-roubava os ovos para os comer
MALES QUE NÃO ESTÃO PROVADOS
Estação da PrimaveraO Gato acorda espreguiça-se e sorri provocando espanto de tal modo que
• Pato Negro quase caiu
• Pata Branca pôs a mão no coração
• Galinha Carijó desmaiou
• Galo D.Juan engasgou-se
Silêncio total no Parque
• O Gato sorri de novo e todos os animais fogem
• O Gato não percebe por que fogem dele mas é-lhe indiferente
• Será que a Cobra voltou como da outra vez, que cometeu todos os crimes?
O Gato apresentado como vilão aparece agora como herói, que defende os outros
• Apetecia-lhe conversar com alguém
• A Andorinha não fugiu como os outros, lá estava ela num ramo a sorrir
inocente desafio
contra a discriminação
N o v o P a r ê n t e s e s
Serve para caracterizar a Andorinha
• Como todas as heroínas é:
• Bela, gentil, simpática, sorridente, jovem, inocente
• Suscita paixões
• Heroína romântica e por isso excepcional
C o n t in u a ç ã o d a e s t a ç ã o d a P r im a v e r a
• “Em torno é a poesia, sonho de um poeta” O Gato é um poeta
• É herói romântico:
• Sensível, imaginativo, inadaptado à vida
• Modifica-se pelo amor e regenerado vive pelo devaneio, sonho e emoção
• Primeiro diálogo:
• Irreverência da Andorinha
• Desafio à autoridade familiar e social
• Desafio ao Gato: “Tolo e feio”
• Diálogo ridículo (como todas as cartas de amor)
• Início do CASO
• Andorinha é bela e um pouco louca
atrevimento de enfrentar o Gato
• Indivíduo tímido e calado “bulia-lhe com os nervos, por que será que ele tinha aquela má fama?
• Vaca Mocha , figura importante do parque, dá lição de compustura social: gatos não falam com andorinhas
contraria Lei estabelecida
Capítulo inicial atrasado e fora de lugar
Será só contra a lei ou ….Vaca Mocha foi insultada pelo
Gato e todos os habitantes lhe apresentam a sua solidariedade
Andorinha jura nunca mais atirar gravetos ao Gato mas continuou a espiá-lo e foi assim que se deu aquele diálogo idiota
Fim da estação da primavera
• Pais de Sinhá ralham pela sua imprudência e proíbem-na de ver o Gato
• Proibição aumenta interesse
• Gato impressionado com a Andorinha
• Sonhou com ela , procura-a
Andorinha irrita Gato” feio” mas acabam por conversar
Marcam encontro na ameixeira
Gato pensando no futuro encontro
Estação do Verão
• Capítulo curto porque a felicidade também é curta
• O tempo da felicidade é sempre curto
• Gato com ciúme do Rouxinol
• Gato diz à Andorinha que se não fosse gato casava com ela
• A Andorinha ficou com medo da proposta
• Andorinha tocou com a asa ao de leve no Gato e ele sentiu o seu coração
Parênteses das Murmurações• Aparece em itálico = contra-história?
• Nr conhecedor da alma , atento às razões públicas
• Faz o leitor participar na polémica do caso Gato/Andorinha
• Murmurações da Vaca Mocha, Reverendo, do Pombo, do Pato =“ Boca do povo”
• Tudo o que não segue a tradição deve ser banido
• Capítulo com cariz social
• Nr apresenta a sua posição – “diz-que-disse” é prejudicial
• Leitor fica alertado para um final da história de amor de acordo com a tradição
• Família sente-se pressionada pela sociedade
• Casamento com Rouxinol está decidido, não importam sentimentos mas o que diz o povo
• As vozes que murmuram são hipócritas, supervisoras da moral
• Serão mais fortes que o amor?
O Outono
• Gato tornou-se ser brando e amável , alguns acreditaram na sua reabilitação
• Tal como a humanidade o Gato oscila entre o bem e o mal
• O Soneto do Gato – as palavras que o amor lhe inspira
• Sapo Cururu , elitista e snob, é um académico mas não percebe do amor = aos críticos literários
Continuação da estação do Outono
• Em conversa com o Gato,
a Velha Coruja conhece bem a alma apaixonada mas também a sociedade, não dá esperanças ao Gato
• As mentalidades não mudam facilmente, era precisa uma revolução, às vezes até dava jeito…
• No primeiro dia de Outono Sinhá e Malhado não escondiam a tristeza da separação, ela partiu
• Gato transtornado volta a ser violento e a meter medo a todos
• Carta de Sinhá = gato não pode casar com andorinha
• No último dia de Outono eles voltam a encontrar-se. Sinhá alegre, parece a mesma do Verão
• Este foi o último passeio - Sinhá vai casar com o Rouxinol
• Sinhá despede-se e volta a tocar com a asa
Inverno• Nr relata capítulo curto porque não se
deve falar de violência e da solidão do Gato
• Nr relata o que quer e deixa leitor imaginar
• Após o casamento civil e religioso Sinhá lança pétala rosa vermelha
• Gato põe-na sobre o coração, qual gota de sangue
• Mito de Adónis - para os Gregos a rosa era branca mas quando Adónis protegido de Afrodite foi morto, a deusa correu para ele, picou-se num espinho e o sangue tingiu as rosas consagradas
A noite sem estrelas
• Gato não suporta ouvir a música da festa do casamento
• A sua presença no parque tornou-se impossível: banido por todos , rejeitado pela amada
• Resta-lhe o inferno longínquo onde mora a cascavel, persona non grata como ele
• a caminho do inferno, cruza-se com os noivos e Sinhá deixa rolar uma lágrima = símbolo da dor
Análise da Obra• Habitantes do parque - personagem
colectiva detentora de códigos culturais e morais
• Representam a sociedade: os moralistas, os marginais e os jovens temporariamente transgressores
• História de amor impossível: relação anormal, proscrita social e moralmente e pela natureza
• Gato = anti-herói por natureza e por restrição moral e social
• Nr = tal como o gato é marginal, repudiado, incompreendido, redimido pelo amor, proscrito pela sociedade
Espaço• Parque = unidade: espaço físico,
social e moral
• Inferno – cobra e Gato
Tempo
Tempo da História
• Linear - Primavera Inverno
• Tempo de ter um projecto
• Tempo de ser realista
• Tempo cíclico da natureza: renascimento/morte
Tempo do Discurso
• Capítulos aparentemente
desordenados curtos (chamar atenção
do ouvinte)
• Considerações do Nr
• Propício mais à oralidade do que à escrita
Narrador• Apresenta-se como contador de histórias
• Dá-nos sempre a sua perspectiva, o que relata nunca é inocente
• Pactua e critica com as personagens
• Manipula a história para retirar a sua
• Própria moralidade
• Quer passar as suas ideias e a história do Gato serve de pretexto
• Por isso a história está desordenada(parênteses, capitulo inicial atrasado…)
Trova e f i l oso f ia de Es tevão da Escuna
• Apresenta logo um objectivo crítico
• Leitor conclui que o mundo não presta pois Gato = Andorinha
• Visão céptica do presente mas com esperança no final: Manhã coloca rosa azul sobre o vestido = esperança
• Presente degenerado pelas imposições sociais ≠ Futuro a construir com igualdade e liberdade
• Jorge Amado é neo-realista luta quotidiana
Aponta os defeitos e os vícios do presente para o futuro ideal
Manhã e a Primavera contêm esperança, recomeço
optimismo
História da Manhã
• Tem função estética
• Apela ao lirismo
• Opõe o passado e ao presente para reproduzir alegoricamente os vícios e virtudes humanas
Jorge Amado
• Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10 de Agosto de 1912 e Salvador,
• 6 de Agosto de 2001) foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros.
• Ele é o autor mais adaptado da televisão brasileira, verdadeiros sucessos como Tieta do Agreste , Gabriela Cravo e Canela e Teresa Batista Cansada de Guerra são criações suas, além de Dona Flor e Seus Dois Maridos . A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e em fitas gravadas para cegos.
• Em 1994 viu sua obra ser reconhecida com o Prêmio Camões, o Nobel da língua portuguesa.
• No ano seguinte ao de seu nascimento, uma praga de varíola obriga a família a deixar a fazenda e se estabelecer em Ilhéus, onde viveu a maior parte da infância, que lhe serviu de inspiração para vários romances.
Foi para o Rio de Janeiro, então capital da república, para estudar na Faculdade de Direito da então Universidade do Rio de Janeiro.
Durante a década de 1930, a faculdade era um polo de discussões políticas e de arte, tendo ali travado seus primeiros contatos com o movimento comunista organizado.
Foi jornalista, e envolveu-se com a política ideológica, tornando-se comunista, como muitos de sua geração. São temas constantes em suas obras os problemas e injustiças sociais, o folclore, a política, crenças e tradições, e a sensualidade do povo brasileiro, contribuindo assim para a divulgação deste aspecto do mesmo.
Em 1945, foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), o que lhe rendeu fortes pressões políticas.
Era casado com Zélia Gattai, também escritora, que o sucedeu na Academia Brasileira de Letras. Com ela teve três filhos: João Jorge, sociólogo, Paloma, e Eulália. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941 a 1942), em Paris (1948 a 1950) e em Praga (1951 a 1952).
Escritor profissional, viveu exclusivamente dos direitos autorais dos seus livros.