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O nosso amado Ir. Urias Sérgio nos honra nesta edição com mais um belo poema: “Caminho da Perfeição”. Natural de Porciúncula RJ, o Ir. Urias é empresário, poeta e escritor. Presidente eleito da "ALCEAR" Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas para o biênio 2009/2011, membro da "AAML" Academia Amazonense Maçônica de Letras e da Associação dos Escritores do Amazonas. Nosso querido irmão lançou recentemente seu novo livro de poemas com título “Flores e Espinhos”. Vale a pena apreciar tão bela obra!

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A Iniciação na Fraternidade e União

A ARLS Fraternidade e União No. 2759 em dia de sessão magna de iniciação dos IIr. Roberto, Heitor, Waldir e Ricardo. OH! QUÃO BOM E SUAVE É QUE OS IRMÃOS VIVAM EM UNIÃO. É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA. QUE DESCE SOBRE A BARBA, A BARBA DE AARÃO,E QUE DESCE À ORLA DOS SEUS VESTIDOS. É COMO O ORVALHO DE HERMON QUE DESCE SOBRE SIAO; PORQUE ALI O SENHOR ORDENOU A BÊNÇAO E A VIDA PARA SEMPRE.” (Salmo 133).

Nossos novos IIr. Aparecem no primeiro plano neste detalhe ampliado da foto principal. Da esquerda para a direita vemos os IIr. Roberto, Heitor, Waldir e Ricardo. BEM VINDOS A NOSSA ORDEM IRMÃOS! Que O GADU os ilumine sempre, e que suas vidas sejam repletas de paz, harmonia e prosperidade.

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A Visita do Nosso Ir. Durval

O irmão Durval Duarte honrou a Fraternidade e União com sua visita na sessão do dia 22 de março. PM da nossa Loja irmã Glória sobre as Trevas, o Ir. Durval sempre nos traz boas lembranças dos velhos tempos da “Glorinha” e lições exemplares de vida e da maçonaria, além do seu inestimável apreço por todos nós.

Esse nosso amado irmão é um exemplo de maçom e de profissional. Devido as exigências do trabalho, nosso PM foi transferido para o Amapá, onde exerce brilhantemente suas funções de Engenheiro Ambiental na área de segurança do trabalho na Vale do Rio Doce. Na foto, o Ir. Durval é o segundo da esquerda para direita, entre o pequeno Ir. Pio e o nosso VM Santa Fé, seguido pelo nosso PMI Mirandinha. Embora longe, o lugar do nosso irmão Durval está sempre reservado em nossas Lojas e em nossos corações.

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Jantar Dançante da Fraternidade Feminina

No último dia de março, a Fraternidade feminina Acácias da Amazônia realizou o Jantar Dançante em apoio à Casa Mamãe Margarida. A festa aconteceu no Moradas Buffet, tendo a participação da comunidade maçônica, amigos, convidados e familiares de nossas fraternas cunhadas, em uma noite de boa mesa e muita música.

A partir do canto superior esquerdo encontramos nossos IIr. Silvio e Marcos George com as nossas cunhadas, seguidos pelo trio de IIr Igor, Mirandinha e Thompson. Ao centro a família do nosso Ir. Deny aproveita o jantar para conversar com nosso Ir. Smith. Na parte de baixo estão o Ir. Thiaguinho e a cunhada, ambos com um sorriso maravilhoso. Em seguida, um trio da pesada formado pelos IIr. Pio, André e Luiz se servindo do delicioso peixe. No canto inferior direito, nosso Ir. Abreu e nossa cunhada Carmosa, a grande responsável pela festa, a qual enviamos o nossos PARABÉNS com um forte e afetuoso abraço.

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A Volta da Inflação

Muitos estudiosos em economia definem a inflação de um modo lastreado. Por isso, ela tem um conceito econômico representativo, do aumento desordenado de preços dos produtos em determinadas regiões, países, durante um período, ou por tempo indeterminado. O mais doloroso neste processo é que, sua moeda perde o valor e conseqüentemente sua renda pode se exaurir da noite para o dia. Outros afirmam que a moeda cai. A inflação corrói e diminui o poder de compra e aumenta a dívida externa dos países emergentes ou do terceiro mundo. A inflação é muito ruim para a economia de um país. Quem geralmente perde mais são os trabalhadores mais pobres que não conseguem investir o dinheiro em aplicações que lhe garantam a correção inflacionária. Os centavos de Real fazem a festa da inflação, visto que de um dia para o outro é quase imperceptível notarmos a diferenciação, somente no final de cada mês, quanto do anúncio do valor da cesta básica. Neste momento é que tomamos ciência de como é dolorosa a tal de inflação. As causas da inflação são diversas tais como: Emissão exagerada e descontrolada de dinheiro por parte do governo; Demanda por produtos (aumento no consumo) maiores do que a capacidade de produção do país; Aumento nos custos de produção (máquinas, matéria-prima, mão-de-obra) dos produtos.

No Brasil, existem vários índices que medem a inflação. Os principais são: IGP ou Índice Geral de Preços (calculado

pela Fundação Getúlio Vargas), IPC ou Índice de Preços Ao Consumidor (medido pela FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), INPC ou Índice Nacional de Preços ao Consumidor (medido pelo IBGE) e IPCA ou Índice de Preços ao Consumidor Amplo (também calculado pelo IBGE). No ano de 2008, a inflação brasileira foi de 5,9 % (IPCA). A política antiinflacionária sempre teve participação ativa na política brasileira. Nos anos 60, mais precisamente durante as eleições presidenciais ela estava em alta e praticamente sem controle.

Os processos inflacionários podem ser classificados, segundo algumas características como:

Inflação prematura - processo inflacionário gerado pelo aumento dos preços sem que o pleno emprego seja atendido.

Inflação reprimida - processo inflacionário gerado pelo congelamento dos preços por parte do governo.

Inflação de custo - processo inflacionário gerado pelo aumento dos custos de produção.

Por causa de uma redução na oferta de fatores de produção, o seu preço aumenta. Com o custo dos fatores de produção mais altos, a produção se reduz e ocorre uma redução na oferta dos bens de consumo aumentando seu preço. A inflação de

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custo ocorre ceteris paribus quando a produção se reduz.

Inflação de demanda - processo inflacionário gerado pelo aumento do consumo com a economia em pleno emprego. Ou seja, os preços sobem por que há aumento geral da demanda sem um acompanhamento no crescimento da oferta. Esse tipo de inflação é causada também pela emissão elevada de moeda e aumento nos níveis de investimento, pois, ceteris paribus, passa a haver muito dinheiro à cata de poucas mercadorias. Uma das formas utilizadas para o controle de uma crise de inflação de demanda, é um redução na oferta de moeda, que gera uma redução no crédito, e conseqüente desaceleração econômica. Outras alternativas são os aumentos de tributos, elevação da taxa de juros e das restrições de crédito.

Há ainda aqueles que discutem a chamada inflação (por razão) estrutural, proposta pela CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), que tem a ver com alguma questão especifica de uma determinado mercado, como pressão de sindicatos, tabelamento de preços acima do valor de mercado (caso do salário mínimo), imperfeições técnicas no mecanismo de compra e venda. Outro tipo de inflação, também muito danoso, é a Inflação Inercial, onde há um círculo vicioso de elevação de preços, taxas e contratos, com base em índices de inflação passados. Quase na mesma linha, podemos citar ainda a Inflação de Expectativas, consequência de um aumento de preços provocados pelas projeções dos agentes sobre a inflação. Entre janeiro de 1919 e novembro de 1923, o índice inflacionário alemão variou em um trilhão por cento (1.000.000.000.000%). Foi a pior inflação da história, chegando-se ponto de queimar dinheiro em lareiras para aquecer-se contra os rigorosos invernos. Tudo isso deve-se ao Tratado de Versalhes imposto pelos países vencedores da I Guerra, que acabou com sua infra-estrutura e aniquilou sua economia, sem contar com a destruição causada pela guerra, favoreceu também o surgimento de um novo líder salvador da pátria: Adolph Hitler. A HIPERINFLAÇÃO brasileira de 1980-1994 teve gênese longínqua, uma vez que a inflação começou a se descolar

consistentemente das taxas verificadas nos parceiros comerciais a partir da Segunda Guerra Mundial. A longa convivência de nossa economia com taxas de inflação elevadas, muito elevadas (ou estratosféricas), só se mostrou sustentável no tempo porque, por um lado, as camadas mais influentes da sociedade na indústria e nas finanças, bem como nos segmentos mais organizados do operariado, sofriam relativamente menos, ou até se beneficiavam, da degradação do padrão monetário, visto que, ao contrário das camadas de baixa renda, tinham crescente acesso a sofisticados e efetivos mecanismos de proteção anti-inflacionária. Por outro, diante da proposição geralmente aceita entre os economistas profissionais de que a inflação é um problema macroeconômico severo, que deriva essencialmente de descontrole monetário, sempre houve um amplo grupo de economistas e de cientistas sociais disposto a argumentar que, "no Brasil, é diferente". As diferenças seriam que nossa economia teria descoberto, por meio da indexação, formas de lidar com as conseqüências da inflação, como o aumento do risco e o encurtamento de prazos. A inflação, por sua vez, seria inevitável, derivada de aspectos fundamentais de nossa estrutura econômica. Atualmente, exceto por um saudosismo mais emocional do que racional em relação aos anos 1970, não há quem defenda abertamente a posição de que a inflação pode ser tornada indolor. Mas a tese da inflação estrutural ainda encontra defensores - e de fato ressurge sempre que os preços se aceleram, como vem ocorrendo. Há várias vertentes da tese da inflação estrutural, mas, em geral, esta se baseia na ideia de que características da estrutura produtiva, como gargalos crônicos na produção e na distribuição de alimentos, bem como a presença de monopólios e de oligopólios, geram inflação. O forte crescimento da oferta agropecuária brasileira nas últimas décadas (uma história de sucesso em escala global) desmente o primeiro aspecto da tese, o segundo confunde preços elevados (nível) com inflação elevada (taxa de variação). Outra explicação não monetária para a inflação, que tem aparentemente fundamentos mais sólidos, associa esta à tendência de elevação do preço relativo dos serviços, típica de economias que estão enriquecendo e amadurecendo. É fato que nas economias ricas os serviços são mais caros do que nas pobres -compare-se, por exemplo, o custo de um corte de cabelo em Londres e um em Mumbai.

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Também é verdade que esse processo de encarecimento dos serviços se dá ao longo de décadas, em paralelo ao enriquecimento da economia. Não é verdade, por outro lado, que um processo de mudança de preços relativos tenha necessariamente que ser acompanhado por inflação muito maior do que nos parceiros comerciais. O exemplo das economias asiáticas mostra que, desde que as políticas macroeconômicas sejam adequadas, é possível acomodar a mudança de preços relativos em um ambiente de inflação baixa. A propósito, segundo dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), as economias em desenvolvimento da Ásia cresceram, em média, 8,4% ao ano entre 2000 e 2007, com inflação média de 3,7%. Na América Latina, o crescimento médio no período foi de 3,7%, e a inflação, de 7,1%. A julgar pelas taxas de

crescimento, os preços relativos dos serviços deveriam estar crescendo mais rapidamente na Ásia, que deveria estar convivendo com taxas de inflação mais altas. Entretanto, essa região teve sucesso em manter a inflação em patamares mais civilizados do que a América Latina -políticas econômicas fazem diferença. Para concluir, vale notar que a tendência à elevação dos preços relativos não é ignorada pelos economistas e governantes chilenos e mexicanos, e, no entanto, esses países decidiram perseguir metas de inflação de 3%, não se contentando com os 4,5% (podendo chegar a 6,5%) ainda vigentes em nossa economia. http://sergyovitro.blogspot.com/2010/12/mario-mesquita-volta-da-inflacao.html

Dengue: A História de um Assassino A Dengue é uma doença causada por um vírus da família Flaviviridae (gênero Flavivirus), com quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3, DEN-4. Os vírus são organismos muito simples, e precisam sempre de outros organismos (animais ou plantas) para se multiplicar. O sorotipo é uma maneira de caracterizar diferentes tipos de um vírus, usando a sorologia. A SOROLOGIA é o estudo dos soros sanguíneos. Na prática, o termo se refere ao diagnóstico e identificação de anticorpos e ou antígenos no soro sanguíneo. Estes anticorpos, que são bastante específicos, podem ser formados contra um microrganismo, contra proteínas estranhas ou contra uma proteína do próprio organismo (doença autoimune).

A África é o continente de origem do homem, e também de muitos dos seus males. No dialeto suaíle do leste africano, há muito se conhece a expressão ki denga pepo, para descrever uma doença que atingia as pessoas causando dores de cabeça horríveis, dores e inchaço nas articulações. Depois desse registro histórico no Continente-Mãe, a doença foi então registrada na Filadélfia em 1780, a capital dos Estados Unidos na época. Trazida pelos navios negreiros junto com o vetor, a doença foi então chamada por um dos mais notáveis epidemiologistas americanos, Dr. Benjamin Rush, de brake bone fever (febre quebra-ossos), numa clara alusão aos sintomas que produziam nas pessoas. Dos Estados Unidos, a partir novamente do comércio de escravos em meados do século XIX, a doença já havia se espalhado por todas as Américas, e numa adaptação à língua espanhola, a doença que em suaíle se chamava ki denga pepo recebeu definitivamente o nome de DENGUE. Treze anos após aquela epidemia de dengue na Filadélfia, uma outra grande praga se abateu na capital americana - a FEBRE AMARELA URBANA. Transmitida pelo mesmo vetor, essa epidemia de Febre Amarela em 1793 foi dramática na Filadélfia. Durante um verão e um outono (em 5 meses), mais de 10% da população na época veio a falecer. A Filadélfia era a maior cidade do país e também a mais cosmopolita, com cerca de 45.000 habitantes. Um detalhe importante: É que naquela época quase todos os

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médicos e cientistas, incluindo Dr. Rush, acreditavam cegamente que a doença era produzida por impurezas do ar, particularmente vapores da matéria vegetal em decomposição, pois se sabia muito pouco sobre os microrganismos e principalmente sobre os vírus e os seus vetores. Somente no final do século XIX, por volta de 1881, é que o médico cubano Carlos Finlay descobriu que a doença tinha no Aedes aegypti seu vetor, e desencadeou trabalhos de controle desse mosquito que matava entre 500 a 1500 pessoas por ano em Havana. Foram necessários alguns anos ainda (em 1900), até que os médicos americanos liderados agora pelo Dr. Walter Reed se convencessem da transmissão pelo Aedes já demonstrada em Havana.

No Brasil, há registros de ocorrência de dengue em Curitiba, no fim do século 19, e em Niterói, no início do século 20. Mas por aqui, nas terras brasileiras, era a febre amarela que fazia também as suas vítimas. Na cidade de Campinas, por exemplo, em cinco epidemias entre 1889 e 1897 morreram cerca de 2.500 pessoas (6% da população) e outras tantas fugiram transformando Campinas numa cidade-fantasma.

Em 1899 chegava de Paris, depois de trabalhar 4 anos no Instituto Pasteur, o jovem médico Dr. Oswaldo Cruz. Ele foi nomeado em 23 de março de1903 Diretor-Geral do

Departamento Nacional de Saúde Pública, na capital do Brasil, que era o Rio de Janeiro. Ao lado de outros grandes médicos da época, como Pereira Barreto, Emílio Ribas e Adolfo Lutz repetiu os experimentos dos cubanos e já em 5 de maio do mesmo ano baixou as seguintes instruções de profilaxia: • Expurgo (inseticida) para combate ao inseto alado; • Extinção periódica antilarvária em todos os possíveis criadouros de mosquito; • Isolamento rigoroso do doente em ambiente protegido por telas metálicas; • Vigilância sanitária dos comunicantes (os que estavam doentes). Pela imprensa, foram distribuídas advertências na forma de "Conselhos ao Povo" . E note que já é mencionado naquela época a importância do controle biológico com o uso do peixe barrigudinho e a colaboração da comunidade. Na verdade, existem dois tipos de ciclos de transmissão da Febre Amarela nas Américas: o silvático e o urbano. No ciclo silvático o vírus circula entre macacos e mosquitos que vivem na floresta. O ser humano é infectado quando entra na floresta e é picado por mosquitos infectados. No ciclo urbano, o vírus é transmitido de por seres humanos para seres humanos.

Há registro de dengue no Brasil desde meados do século XIX, em l846, com epidemias no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador que duraram dois anos. Na época a doença era conhecida por polca, patuléia, ou febre eruptiva reumatiformepolca, patuléia, ou febre eruptiva reumatiforme, mas não se sabia ainda que era causada por vírus e nem que era transmitida por mosquito. Essas descobertas foram feitas em 1906 pelos pesquisadores Ashburn, Craig e Bancroft. No estado de São Paulo também houve epidemia no início do século XX, em 1916. Foi confundida com uma gripe forte e na ocasião ficou conhecida por urucubaca. No Rio de Janeiro na década de 20 havia 700.000 habitantes. Para combater o Ae. aegypti, Oswaldo Cruz mobilizou 5.000 homens na sua brigada mata-mosquitos, incluindo soldados do exército e até prisioneiros. Apesar do vetor ter sido considerado erradicado do Brasil em l958, ele foi encontrado esporadicamente em diversos pontos, principalmente em portos, e deve ter reinfestado o país provavelmente através de uma introdução por Belém do Pará em l967. A história se repete em todos os países. Há dez anos atrás (1997-98) a dengue voltou ao norte da Argentina, depois de 82 anos sem registros. No Brasil, a dengue voltou a ser registrada novamente em 1981-82, depois de quase 60 anos sem notificação. Foi uma epidemia em Boa Vista, Roraima, acometendo 11.000 pessoas. Nesta ocasião o vírus da dengue foi

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isolado pela primeira vez no país. Nesse mesmo ano, em Nova Delhi, Índia, ocorreu uma cruel epidemia de dengue hemorrágica atingindo mais de 20% de seus 5.600.000 habitantes. Ainda nessa época, a capital das Filipinas, Manila, sofria epidemias regulares de dengue todos os anos a cada estação chuvosa. Dezenas de milhares de crianças contraíam a febre hemorrágica do dengue e 15% destas morreram! No Brasil, em 1997, a Fundação Nacional de Saúde informou que o mosquito Aedes aegypti, principal vetor da dengue, encontrava-se disperso em todas as unidades federais. Em vinte destes estados houve a transmissão da doença. A maior epidemia de dengue no Brasil ocorreu a partir de abril de l986, no Rio de Janeiro, causada por pelo vírus da dengue do tipo 1 (DEN-1, ou sorotipo I) com mais de 500 mil casos notificados e mais de l00 mil casos clínicos. E durou mais de um ano. A situação se agravou neste estado com a introdução do vírus da dengue tipo 2 em l990, e o conseqüente surgimento da dengue hemorrágica com 177 casos e 3 óbitos notificados naquele ano, seguidos por 700 casos no ano seguinte. A grande epidemia se estendeu a outros estados, como Ceará e Alagoas, com casos também na Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo e Mato Grosso do Sul. A dengue clássica e dengue hemorrágica têm ocorrido muito freqüentemente no Rio de Janeiro, com muitas mortes. O estado de São Paulo teve sua primeira epidemia em 1987. A dispersão do vetor Ae. aegypti foi rápida e intensa neste estado, após detecção dos focos iniciais em 12 municípios no início de 1985. De 1986 a 1990, circulou no país o DEN-1. Em l990 o DEN-2 foi diagnosticado no Rio de Janeiro e em 1998 os jornais noticiaram uma vítima com a dengue tipo III no município de Limeira, próximo Campinas. Esta pessoa havia retornado de uma viagem à Nicarágua há pouco tempo. Assim, circulou com freqüência no Brasil desde 1982, os vírus sorotipos I e IV em Roraima, os sorotipos I e II no Rio de Janeiro, o II em Tocantins e o sorotipo I nos demais estados. De 1994 até dezembro de 1996 houve um aumento de 176% no número de casos de dengue no país. Em 1997, dos 26 estados brasileiros, 14 estavam sob ameaça de epidemias de dengue hemorrágica (Jornal Folha de São Paulo - 01/02/1997). No Brasil, em 1996, foram mais de 179 mil casos (71% dos casos das Américas). Em 1997 foram mais de 254 mil casos. Em 1998 foram mais de 230 mil casos só nos primeiros 4 meses, e apenas 4 dos estados brasileiros não registraram casos. Em 2007 tivemos cerca de 300 mil casos de dengue clássico notificado no Brasil. Um aumento de 40% na ocorrência da doença, em relação ao mesmo período no

ano de 2006. Uma das razões para esse aumento, foi a circulação do vírus DEN-3 em áreas onde ainda não circulava, sobretudo na região Centro-Oeste (80 mil casos em Campo Grande, MS). Tem ocorrido também uma mudança na faixa etária atingida pela doença. Até 2002 ocorria com maior expressão em pessoas acima de 15 anos. A partir de 2005, a dengue tem atingido mais freqüentemente crianças! A vacina contra a Febre Amarela é uma das mais antigas utilizadas no mundo e sempre foi considerada bastante eficaz e muito segura. Estima-se que mais de 400 milhões de doses já devem ter sido aplicadas. Uma vez vacinada, a pessoa pode ficar imune por 10 anos ou mais. Mas não existe ainda uma vacina para a dengue, embora alguns pesquisadores estejam otimistas e insistem que terão uma vacina "daqui a 5 ou 10 anos". Recentemente, entretanto, surgiu uma vacina quadrivalente "candidata" na Tailândia, mas as avaliações em humanos voluntários ainda estão por serem feitas. De fato, a dificuldade em se desenvolver uma vacina está relacionada à questão do vírus apresentar diferentes sorotipos, e o agravo que surge quando das infecções seguidas por sorotipos diferentes. No Encontro Anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene de 1998, foram apresentados trabalhos relativos à vacinas para a dengue por pesquisadores franceses, havaianos, peruanos e americanos, mas nenhum prometeu uma vacina para breve. O Amazonas já notificou 13.092 casos da dengue em 2011. Quatro sorotipos da doença circulam no estado. A circulação dos quatro tipos de vírus contribuiu para o aumento da dengue em 2011, especialmente na capital, onde estão cerca de 70% dos casos. A entrada de um novo sorotipo aumenta os riscos de elevação de casos. Em 1998 o Estado do Amazonas registrou a primeira epidemia da doença pelo sorotipo 1, com mais de 13 mil casos confirmados. Em 2001, a entrada do sorotipo 2 gerou a segunda epidemia, com 19 mil casos. E o início da circulação do sorotipo 3, em 2002 gerou outro grande surto da doença. Apenas a doença traz imunidade. Quem teve dengue por um sorotipo, não terá novamente. No entanto, a circulação de mais sorotipos aumenta a chance de mais casos da doença. O sorotipo 4 chegou ao Amazonas em dezembro do ano passado e a confirmação do caso foi feita em janeiro deste ano, a partir de testes de isolamento viral. O Aedes aegypti está em 28 municípios do Amazonas. Além dos nove municípios que vivem situação de emergência por causa da dengue, há outros oito com transmissão da doença, mas ainda sem gravidade. Manaus e Tefé já registram epidemia, com a notificação de 8,8 mil casos e 1,8 mil casos, respectivamente.

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Desde o início do ano foram confirmadas oito mortes e outras cinco estão sob investigação. Durante o ano, 115 casos graves de dengue foram registrados em todo o Estado. O maior número de casos está nas faixas etárias de 1 a 14 anos, de 20 a 34 anos e de 35 a 49 anos. Como vimos nesse texto, o combate ao mosquito se intensificou justamente no início do século 20, com o sanitarista Oswaldo Cruz. Mas na época a preocupação era somente com a febre amarela, doença responsável por elevado número de mortes no Rio de Janeiro (em 1902, foram mais de 900 óbitos). Em 1955, depois de uma campanha nacional, o mosquito foi erradicado no Brasil. Mas o relaxamento do controle trouxe o vetor de volta no fim da década de 60. Hoje especialistas consideram a erradicação do Aedes aegypti praticamente impossível.

TIPOS DE DENGUE DENGUE CLÁSSICA: Febre alta; Forte dor de cabeça; Dor atrás dos olhos; Perda do paladar e do apetite; Erupções na pele semelhantes ao sarampo; Náuseas, Vômitos e Tonturas; Cansaço; Dores no corpo, nos ossos e nas articulações. DENGUE HEMORRÁGICA: Apresenta os mesmos sintomas da "Dengue Clássica" acrescidos dos seguintes sintomas chamados "SINAIS DE ALERTA": Fortes dores abdominais; Vômitos persistentes; Pele pálida, fria e úmida; Sangramento pelo nariz, boca e gengivas; Manchas vermelhas na pele; Sonolência, agitação e confusão mental; Boca seca e muita sede; Pulso rápido e fraco; Dificuldade respiratória e perda de consciência. Nesse estágio, o quadro clínico do indivíduo se agrava e pode levar a morte em até 24 horas. Dados apresentados pelo Ministério da Saúde alertam que 5% dos casos de Dengue Hemorrágica são fatais. Como devemos tratar a Dengue, caso seja impossível recorrer ao hospital? Não há tratamento específico para dengue clássica. Além de repouso e ingestão de bastante líquido, os sintomas são tratados com analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona) evitando-se os salicilatos, tipo "AAS" e a "ASPIRINA", tendo em vista que seu uso pode favorecer manifestações hemorrágicas. Nos casos de dengue hemorrágica, é preciso estar atento aos primeiros sinais de alerta como, por exemplo, a queda de pressão. A fase crítica ocorre geralmente após o 3º dia da doença: o paciente deixa de ter febre e sente uma falsa sensação de melhora, mas em seguida o quadro clínico piora..., quando tratada a tempo, a pessoa não corre risco de morte.

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Democracia, Legalidade e Legitimidade Ir. José Luiz de Souza Pio, MM

O resultado da eleição para Grão-Mestre e Grão-Mestre Adjunto do GOEAM tem me preocupado muito durante os últimos dias. Não por duvidar da capacidade dos eleitos, muito pelo contrário, até entendo que são maçons competentes e aptos a desenvolver tão honrosa empreitada. O que muito me preocupada é ver a limitação do pensamento manifestada por alguns irmãos frente a tão assombroso problema e ouvir o silêncio geral quando se questiona a legitimidade desse resultado. Esse problema não pode ser tratado de forma simplista. Não nos cabe “somente esquecer esta eleição, submeter as vontades e vencer as paixões para trabalharmos com afinco pela evolução do GOEAM”, como pregam alguns IIr. nos emails que circularam pela internet logo após a divulgação do resultado. Essa simplificação é uma forma primária do pensamento que reduz os fenômenos humanos a uma relação de causa e efeito, certo e errado, isso ou aquilo, é ou não é. É uma forma deficiente de pensar, nasce da intolerância ou desconhecimento em relação à verdade do outro e da pressa de entender e reagir ao que lhe apresenta como complexo. Esse modo de pensar é chamado de maniqueísta. O pensamento

maniqueísta é oportunista em todos os espaços humanos. Ele demonstra ter mais força quando vivemos situações-limite, desesperança, ódio extremo ou, como em nosso caso, a falta de perspectiva quanto ao futuro. Nesses momentos, a mente regride às origens, em busca de soluções mágicas, simplistas, libertadoras de angústia. Como maçons não podemos de forma algum nos render ao maniqueísmo ou aos apelos emotivos daqueles que usam a nossa Ordem para tentar nos submeter as suas vontades. Antes de refletir mais profundamente sobre o problema, gostaria de deixar bem claro que não advogo nenhum candidato ou ex-candidato, nem tão pouco estou reclamando de nada. Cumpro apenas o meu dever como membro de uma Ordem que pugna pela investigação constante da verdade, exercendo o meu pleno direito de liberdade de expressão, como homem livre, democrata e maçom, garantido no Artigo 1º, inciso IV da Constituição do Grande Oriente do Brasil. Não discuto em momento algum a Lei eleitoral ou a legalidade dessa eleição. O que questiono é a

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legitimidade dos eleitos. Simplesmente pergunto aos maçons: é legitimo o resultado de uma eleição quando a quantidade de votos brancos e nulos (80 brancos e 15 nulos) supera a quantidade de votos válidos (66 votos)? Em nossas eleições para o Grão-Mestrado exerci o meu dever: votei. Meu voto, assim como os dos 79 outros maçons perfeitamente aptos a votar, foi em branco. Primeiro, por desconhecer completamente as propostas e os irmãos que formavam a chapa. Segundo, por indiferença a uma chapa única. Afirmo, novamente, que não tenho absolutamente nada contra os irmãos que foram eleitos. Simplesmente não os conhecia nem tive a honra de recebê-los em minha Loja para vê-los e ouvi-los expor suas propostas e idéias para o GOEAM (alias, com mil desculpas pela minha ignorância, ainda não conheço nem as propostas, nem os eleitos). Lembro ainda que o voto em branco não é um voto contra a Lei. É a manifestação da opinião contrária a proposta apresentada ou da indiferença do eleitor. Tanto é verdade que o voto em branco está presente nas urnas eletrônicas brasileiras. Para que eu possa melhor estruturar meu pensamento, permitam que eu conceitue nas próximas linhas a Democracia, a Legitimidade e a Legalidade. A palavra, “democracia” vem do grego e quer dizer “governo do povo”. Foi na Grécia antiga, nos séculos V e IV antes de nossa era, que floresceu esse regime de governo no qual as decisões políticas eram tomadas pelo conjunto dos cidadãos, reunidos em assembléia. Cada cidadão participava diretamente das decisões de governo. Os cargos públicos permanentes eram, em geral, preenchidos por sorteio. A democracia grega excluía da cidadania a maioria dos habitantes; estavam de fora mulheres, escravos e estrangeiros, além das crianças. Com isso, o nível de conflito potencial na arena política ficava bem reduzido. Devido a problemas de ordem prática e as complexidades das decisões de governo (afinal, não é possível reunir toda a população de um país em uma assembléia), as democracias atuais são chamadas de democracias representativas. Embora possa parecer uma contradição, a democracia representativa é de um governo do povo no qual o povo não está presente no processo de tomada de decisões. Essa nova definição de democracia tem sua origem na metade do século XX, na teoria de um economista austríaco, Joseph Schumpeter. Há um regime democrático quando o governo nasce de eleições populares competitivas. Trata-se de um simples

procedimento: se o governo é eleito pelo método eleitoral, é democrático, não importa quais políticas adota. Quando nós focamos na qualidade das democracias representativas, porém, torna-se importante saber se os governantes realmente representam as vontades e os interesses do povo que os elegeu. A Maçonaria Especulativa nasceu na Inglaterra, berço da democracia liberal moderna, e por isso carrega em seu DNA os princípios da democracia representativa. Dentre esse princípios existe um que pressupõe que o eleito seja minimamente legitimado pelos eleitores. Afinal, é necessário gerar uma “vontade coletiva” partindo de um grupo de pessoas com preferências diferenciadas. É necessário, ainda, permitir a livre expressão dos interesses em conflito, mas sem ameaçar a manutenção de uma unidade mínima, sem a qual nenhuma sociedade pode existir. É necessário garantir que indivíduos desiguais, no que se refere aos recursos de que dispõem, partilhem de uma igualdade política. Esses ideais democráticos são latentes nos maçons da minha faixa etária. Pertenço a uma geração que foi a luta, que saiu às ruas pelas eleições diretas, que derrubou um presidente corrupto e que redemocratizou nosso País. Em nome da democracia, pela liberdade e contra a tirania, muitos irmãos nossos também lutaram no passado. Cito alguns: Os maçons norte-americanos, como George Washington e Benjamin Franklin, que se levantaram contra a Inglaterra na revolução Americana de 1776; os maçons franceses da primeira fase da revolução francesa; Bolívar e San Martin na América Hispânica; Vicente Guerrero e Benito Juarez no México; Jose Marti em Cuba; Garibaldi na Itália e no Brasil; sem contar alguns outros brasileiros desconhecidos que derramaram seu sangue nos gelados campos da Itália durante a II guerra mundial, defendendo uma democracia desconhecida pela grande maioria deles. Nenhum desses maçons se calou ou se esquivou de defender suas ideias, todos foram, de alguma maneira, rebeldes contra o poder soberano. Não estou tentando com isso justificar nenhum ato de rebeldia. Estou apenas tentando mostrar que, por princípio, devemos sempre combater a ignorância, a superstição e a tirania, e ter claro os ideais de liberdade e da democracia pelos quais lutaram nossos irmãos no passado. Por respeito a minha história, aos maçons que citei a cima e aos nossos irmãos de Ordem, a Maçonaria em geral, a qual tem seus fundamentos assentados sobre os princípios da democracia liberal moderna, e até mesmo aos irmãos que foram eleitos é que resolvi colocar a minha opinião e externar o meu extremo desconforto com esse resultado. Abro meu coração procurando buscar

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um mínimo de racionalidade, em um momento em que as paixões afloram, as vaidades florescem e os nossos ideais se reduzem a luta por cargos. Esse caminho tem tirado toda a força do GOEAM. É aí, precisamente nesse instante, quando os princípios da democracia e nossas convicções maçônicas entram em conflito com essa realidade é que constatamos a verdadeira crise moral que atravessamos neste momento. A Legitimidade é termo utilizado em Teoria Geral do Direito, em Ciência Política e em Filosofia que define a qualidade de ser conforme a um mandato legal, à Justiça, à Razão ou a qualquer outro mandato ético-legal. A Legitimidade resulta da consensualidade das práticas sociais instituintes e das necessidades reconhecidas como reais, justas, perfeitas e éticas. A Legalidade é um principio da Teoria Geral do Direito, é a limitadora das ações do Estado e do cidadão, trazendo limites para as condutas de ambos, com a intenção de pautar as condutas do Estado e defender os direitos naturais do cidadão. A legalidade reflete fundamentalmente o acatamento a uma estrutura normativa posta, vigente e positiva. Compreende a existência de leis, formal e tecnicamente impostas, que serão obedecidas por condutas sociais presentes em determinada situação institucional. Como se pode perceber, enfrentamos um problema muito complexo. Os conceitos são redundantes, um se apóia no outro. Mas, é sempre bom lembrar que nem tudo que é legal é moral. A Legitimidade se produz pelo consenso social, pela moral, pelos princípios da democracia participativa. É conduzida por princípios éticos e não pela imposição das Leis. Todo processo só é legitimo se for alcançado por meio do convencimento ético e não pela prática, comum no mundo profano, das manobras políticas de baixo nível, pela manipulação e ocultação de informações, pelo sensacionalismo, pelas chamadas à emotividade (essa última, muito comum nos emails maçônicos que tenho recebido ultimamente). O mundo profano está repleto de casos que ilustram a questão da Legitimidade de uma eleição. Vejam, por exemplo, o caso da última eleição para o senado no Estado do Pará. O Dr. Torquato Jardim, professor catedrático da Universidade de Brasília e um dos maiores

especialistas na área do direito eleitoral no país, lembra que, com 50% dos votos declarados nulos, há uma quebra da legitimidade democrática do mandato dos candidatos. Esse renomado jurista argumenta ainda que para a garantia da própria legitimidade do regime democrático, deveria haver uma nova eleição. Esta opinião, assim como a minha, tem seu embasamento nos princípios gerais da legitimidade da representação democrática que tentei sumarizar a cima. Essa situação é extremamente constrangedora e fragiliza muito a administração do Grão-Mestrado pelos nossos irmãos eleitos. A futura administração do GOEAM terá que se entender com uma maioria que não os elegeu. Opiniões e pensamentos não se mudam da noite para o dia. Tenho certeza que a grande maioria dos irmãos permanecerá sempre fiel aos princípios de nossa Ordem e aos ideais democráticos, respaldados pelos critérios de legalidade, legitimidade e da moralidade que foram aqui apresentados. Não quero dizer com isso que os nossos irmãos recém-eleitos não estão também comprometidos com os mesmos princípios. O que se nota é a fragilidade a qual estarão fatidicamente expostos. Por outro lado, a mesma situação revela também um grande e sério risco: a concessão legal do poder sem a legitimidade dos votos é o primeiro passo da tirania. A Ciência Política exemplifica bem esse caso por meio da equação: legalidade x ilegitimidade = tirania. O filósofo grego Platão já afirmava no livro “A República”, por volta do ano 360 a.C., que a tirania é a quebra da legitimidade do poder. A legitimidade está sendo quebrada ao concedermos o poder da nossa Ordem sem o respaldo das urnas! Esse tipo de governo é chamado de ditadura, uma vez que não teve a legitimidade conferida pela vontade popular majoritária. Talvez essa eleição nos sirva para ensinar uma grande lição: a legitimidade não brota da legalidade, nem das manobras políticas, nem do sensacionalismo ou apelo à emotividade, mas somente por meio da ética e do exercício pleno da democracia.

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O Dia Internacional da Mulher Texto obtido em http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Mulher

O Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de Março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada do seu país na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto. No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a década de 1920. Na antiga União Soviética, durante o stalinismo, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de propaganda partidária. Nos países ocidentais, a data foi esquecida por longo tempo e somente recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960. Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender evocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas. 1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em Dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais

A ideia da existência de um dia internacional da mulher surge na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. Muitas manifestações ocorreram nos anos seguintes, em várias partes do mundo, destacando-se Nova Iorque, Berlim, Viena (1911) e São Petersburgo (1913). O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de Fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória do protesto contra as más condições de trabalho das operárias da indústria do vestuário de Nova York. Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de Março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Poucos dias depois, a 25 de Março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001. Para Eva Blay, é provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se tenha incorporado ao imaginário coletivo, de modo que esse episódio é, com frequência, erroneamente considerado como a origem do Dia Internacional da Mulher. Em 1915, Alexandra Kollontai organizou uma reunião em Christiania (atual Oslo), contra a guerra. Nesse mesmo ano, Clara Zetkin faz uma conferência sobre a mulher. Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução russa de 1917. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registrou o evento: “Em 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o

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trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”. Após a Revolução de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu Lenin para torná-lo um dia oficial que, durante o período soviético, permaneceu como celebração da "heróica mulher trabalhadora". No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e tornar-se-ia uma ocasião em que os homens manifestavam simpatia ou amor pelas mulheres - uma mistura das festas ocidentais do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores, pelos homens às mulheres. O dia permanece como feriado oficial na Rússia, bem como na Bielorrússia, Macedónia, Moldávia e Ucrânia. Na Tchecoslováquia, quando o país integrava o Bloco Soviético (1948 - 1989), a celebração era apoiada pelo Partido Comunista. O MDŽ (Mezinárodní den žen, "Dia Internacional da Mulher" em checo) era então usado como instrumento de propaganda do partido, visando

convencer as mulheres de que considerava as necessidades femininas ao formular políticas sociais. A celebração ritualística do partido no Dia Internacional da Mulher tornou-se estereotipada. A cada dia 8 de março, as mulheres ganhavam uma flor ou um presentinho do chefe. A data foi gradualmente ganhando um caráter de paródia e acabou sendo ridicularizada até mesmo no cinema e na televisão. Assim, o propósito original da celebração perdeu-se completamente. Após o colapso da União Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo do antigo regime. No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960, sendo, afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1977.

A Mulher na Maçonaria – Desde o século XVII até os nossos dias Texto de Esteva Maria Krinsk, obtido em http://www.triplov.com/carbonaria/maconaria_feminina/esteva_krinski.htm A participação da mulher na maçonaria é muito pouco conhecida por historiadores de nossa época, tendo em vista as dificuldades interpostas, dentre as quais a destruição de uma grande parte dos documentos que comprovavam tais fatos; os próprios maçons de lojas exclusivamente masculinas, resistiam e ainda resistem a idéia de que as mulheres possam fazer parte da sociedade maçônica. A bem da verdade, posso afirmar que a relação entre a mulher e a maçonaria, marcada por separações e reconciliações, sempre foi conturbada e polêmica. Esta pesquisa busca resgatar, dentro do possível, através de registros e depoimentos, a incansável luta de algumas, muito poucas, posso afirmar, mulheres que através dos movimentos feministas, desafiaram os preconceitos e conquistaram o direito de igualdade, tanto políticos como sociais. Vamos pela linha do tempo: Na Idade Média (final do século XVI), havia restrição quanto ao ingresso da mulher na maçonaria e o motivo, segundo pesquisa, se dava principalmente pela dificuldade de ofícios, já que era uma sociedade caracterizada pela miséria e falta de empregos, e os

homens, receando que as mulheres se tornassem operárias e ganhando menor salário, reduzissem desta maneira suas oportunidades. Maria Oliveira Alves, secretária de relações Públicas do Grande Oriente, declara em entrevista a uma conhecida revista, que a proibição de mulheres nos rituais coincidiu com o período de "caça às bruxas", - era o tempo em que as mulheres só podiam desenvolver o INTELECTO nas labaredas da inquisição, - disse ela. Antes desse período, nas tradições das sociedades secretas antigas, tanto homens como mulheres de qualquer posição social e cultural podiam ser iniciados na maçonaria e seus mistérios, e a única exigência era a de que deveriam ser puros e de conduta nobre. A perseguição da mulher começou na Inglaterra por influência dos mistérios Judaicos-Mitro-Romanos e algumas agremiações operativas da Idade Média, que viviam na clandestinidade, para escapar das cruéis perseguições eclesiásticas e políticas. Em nenhuma escola pesquisada anteriormente, foi encontrado algo que proibisse o ingresso da mulher na ordem; pelo contrário, nos antigos mistérios do período operativo, a mulher desempenhava funções em igualdade

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com o homem, com a diluição desses mistérios pelas religiões, principalmente a Igreja Católica, as mulheres acabaram sendo discriminadas e inferiorizadas, e o clero feminino limitou-se a prestar serviços aos dirigentes eclesiásticos. Alegavam, nas sociedades antigas que a posição de inferioridade da mulher era devido à sua fragilidade física, sendo que até a esterilidade conjugal era indevidamente associada à mulher, pois não poderia comprometer o macho da espécie perante seus congêneres. Na Magazine Freemason, publicado em 1815, aparece o texto de um pequeno livro chamado Manuscrito "Poema Régio", datado de 1730, descoberto por um antiquário, com 794 versos, nada consta nesse manuscrito que revele que a ordem seja restrita aos homens, pelo contrário, pois em seu art. 10º, versos 203 e 204, diz: "Que nenhum Mestre suplante o outro, sendo que procedam entre si como irmão e irmã". No item 9º, versos 351 e 352, encontra-se: "Amavelmente servimo-nos a todos, como se fôssemos irmão e irmã". Somente no verso 154 existe uma proibição, que é a de admitir servo como aprendiz. Há também uma citação das ordenações da Loja Corporação de Corpus Christi, em York, d 1408, que diz: "Nenhum leigo será admitido na corporação, exceto apenas aqueles que exercem uma profissão honesta, mas todos sejam clérigos ou leigos e de ambos os sexos, serão bem recebidos se forem de boa reputação e de bons costumes". No mesmo manuscrito, se indica que os irmãos e irmãs deverão prestar juramento sobre o livro e várias vezes se faz alusão a dama, particularmente no juramento do aprendiz, onde ele jura obedecer ao Mestre ou a Dama. Acredito que isso seja suficiente para provar que existiam sim, mulheres em seus canteiros de obras. A exclusão da mulher só aconteceu a partir dos "Landmarks" que contrariavam as tradições e sociedades secretas antigas. Proibições estas, impostas pelo presbítero James Anderson, supostamente maçom, que no art. 18 de sua constituição de 1723, após a mudança da maçonaria operativa para especulativa, em 1717, vetou também a iniciação de escravos e deficientes físicos. Sobre estas reformas de 1717, o maçom Miguel André Ransey diz: - Muitos dos ritos e costumes, quando contrários aos reformadores, foram mudados ou suprimidos. Também, segundo alto maçom Charles Sotseran, "As constituições de 1723 e 1738, do suposto maçom James Anderson, foram adaptadas para a então recém formada Primeira Grande Loja de Livres e Aceitos Maçons da Inglaterra. Anderson adulterou estas constituições, e para fazê-las atuar legalmente, alegou que quase todos os documentos relativos à maçonaria haviam sido destruídos pelos reformadores, em 1717. Charles admite: "A maçonaria especulativa tem muitas tarefas e uma delas é a de

admitir a mulher como colaboradora em suas atuações como fizeram os Húngaros com a condessa Haiderik. Quanto ao presbítero, não provavelmente maçom, seguindo os costumes clericais, e sua própria inclinação, tirou da mulher um direito que foi dela durante centena de anos.

A GI com a espada devidamente desembainhada. A maçonaria, não se conformando com essa discriminação, em 1730, sete anos depois da constituição de Anderson, criou na França um movimento, a Maçonaria de Adoção, destinada à mulher, sendo então fundada a ordem da Fidelidade, e que tinha apenas quatro graus. Em 1732, surgiu a Ordem dos Cavaleiros e Herínas da Âncora, dos Cavaleiros e Ninfas da Rosa, que não aceitavam mulheres como membros regulares, mas que lhes comunicavam sinais de reconhecimento e aceitavam suas presenças em determinadas cerimônias. Em 1738, surgiu na Alemanha a Ordem de Moisés, em 1747, a Ordem dos Lenhadores, ordem esta que tomou suas principais cerimônias dos Carbonários, que na época existia na Itália. O lugar de reunião era chamado Corte Florestal, como se diria em tempos atuais "Pedreiros da Floresta", o Mestre tinha o título de Pai-Mestre e seus membros eram tratados por primos e primas. Esta ordem foi muito popular, e as senhoras de França nela foram muito bem acolhidas. Segundo um Historiador, o sucesso desta ordem foi grande, ocasionando a criação de outras;

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entre as muitas distinguiram-se a Ordem do Machado e a Ordem da Felicidade, as quais aproveitando-se da galanteria com que as senhoras se destacavam, combateram fortemente o exclusivismo da Franco-Maçonaria.

Marie Deraiseme – A primeira maçom dos tempos modernos. Em 1774, o Grande Oriente da França, percebendo que essas sociedades contavam com inúmeros membros, e que podiam prejudicar de alguma forma moral a que se propunha, criou um novo rito chamado de Adoção, que estabeleceu regras e leis para seu governo, prescrevendo que só os Franco-Maçons pudessem comparecer as suas reuniões, que cada Loja de Adoção estivesse sob o jugo de uma Loja Maçônica regularmente constituída, e que o Venerável desta última, ou seu deputado, fosse o oficial que presidisse acompanhado da presidente da Loja de Adoção. Em 1775, com as regras acima, foi estabelecida em Paris uma Loja sob o título de Santo Antonio, sob a presidência da Duquesa de Bourbon, a qual foi também nomeada Grã-Mestra do novo rito e meses depois foram fundadas as lojas "Candura" e "Nove Irmãs". Em 1778, é fundada a Loja Estrela do Oriente, o rito de adoção tinha apenas 4 graus: Aprendiz, Mestra e Perfeita Mestra. Em 1786, o conde Cagliostro, iniciado em 1760, na antiga maçonaria, pelo conde Saint Germain, fundava a Loja chamada Maçonaria Egípcia, para homens e mulheres; alegavam que se as mulheres haviam sido admitidas nos antigos mistérios, não havia razão para excluí-las das ordens modernas. A ordem de Moisés se espalhou pela Alemanha e o Rei Frederico I querendo proteger as mulheres, pôs a ordem sob sua proteção. A ordem

cresceu, transpôs fronteiras e chegou a França, onde entrou sob forma de maçonaria de adoção. Os argumentos usados pelos homens segundo Luciana Andréia Araújo, não convenceram as mulheres a ficar fora dela, ao contrário, afirma Luciana, acabaram ouvindo rituais atrás de portas, iniciaram-se nos mistérios e criaram suas próprias lojas. Segundo narrativas de fontes orais, a senhora Beaton, escondeu-se no forro de madeira de uma loja de Norfolk, na Inglaterra, surpreendendo os segredos maçônicos. Foi então iniciada. Esta mulher guardou os segredos até sua morte em 1802. Madame Xaintrailes (não se tem data precisa), numa festa de adoção, antes da entrada dos membros da loja, entre os visitantes estava um jovem oficial, em uniforme de cavalaria. O maçom encarregado do exame dos visitantes, pediu-lhe o certificado de maçom para ser examinado pela loja. O oficial entregou um papel dobrado que foi encaminhado ao orador da loja, o qual, ao abri-lo descobriu que se tratava de uma patente de ajudante de ordens, outorgada pelo Diretório (1795 - 1799) à esposa do general Xantrailles, uma mulher que, com várias outras naqueles tempos conturbados, tinha revestido o traje masculino, alcançando uma graduação militar pela espada. O historiador H. de Oliveira Marques conta que, em 1764, a arquiduquesa Maria Tereza da Áustria proibiu a ordem maçônica em seus domínios, depois de ter sido impedida de participar dos rituais secretos. O motivo pela qual a Rainha Elizabeth I teria perseguido a ordem na Inglaterra seria o mesmo. Depois da revolução Francesa os aventais femininos novamente foram excluídos. No final do século passado Marie Deraisme, feminista de primeira grandeza, fundou a primeira escola de obediência oficial, com o nome de a Grande Loja Simbólica Escocesa Mista "O Direito Humano". A potência estendeu suas raízes pela Suécia, Inglaterra, Holanda, Itália e Argentina, sendo também fundada no Brasil em 1919, registrada como Isis, em homenagem a deusa do sol. Não há muitos registros sobre sua difusão. A Grande Loja Feminina da França, tornou-se a primeira potência legítima para administrar a maçonaria feminina Francesa. A maçonaria era antigamente regida pelos Old Charges (antigas obrigações ou deveres), Old Charges, nome em Inglês dado a mais de cem manuscritos existentes atualmente, que contém a história legendária da maçonaria operativa antes de 1717.

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PRÁTICA DAS VIRTUDES, TRADIÇÃO E DISCIPLINA: A RECEITA JAPONESA PARA ENFRENTAR AS CATRÁSTOFES José Luiz de Souza Pio, MM.

Durante os últimos dias, em virtude do terremoto, do tsunami e das explosões nas usinas nucleares, o Japão está sendo o foco das notícias em todo o mundo. Embora essas horríveis notícias nos atinjam com grande pesar pelas vítimas, notamos alarmados, o comportamento daquele povo frente à enorme tragédia: até o momento não foram registrados saques, tumultos, nem situações de violência de pessoas que pudessem se aproveitar da dificuldade para justificar atitudes bárbaras; Nenhum comerciante subiu preços nem existem filas de especuladores vendendo produtos de ocasiões a preços majorados; Entre os desabrigados, ninguém invadindo uma fila para pegar um bolinho de arroz; Sendai, com 1 milhão de habitantes, a cidade mais atingida, passou dias sem água, e

sem pânico, já recuperou a eletricidade e a vida continua dentro de uma relativa “normalidade”.

O comportamento deste povo chama a atenção pela disciplina, pela falta de revolta e pela paciência de recomeçar, de retornar as coisas ao que eram antes da tragédia e talvez até melhor, como o que já se viu em Kobe, cidade destruída por um terremoto em 1995.

O esforço pela organização disciplinada da sociedade e o espírito coletivo são manifestações práticas das virtudes dos indivíduos que a compõem. Esses valores que possibilitam rápida recuperação após as tragédias morais e naturais em

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qualquer parte do planeta, devem ser objeto de estudo e grandes motivadores da nossa conduta como maçons.

Nota-se que mesmo sob essa situação extrema, os japoneses agem com o respeito à cultura, a experiência e ao conhecimento dos mais idosos; valorizam suas tradições culturais que são mantidas, respeitadas e seguidas por séculos; possuem uma disciplina rígida e mantém a honestidade em todas as suas ações; e apresentam um elevado espírito de cooperação mútua para alcançar o bem comum.

Neste trabalho mostraremos que os princípios éticos e humanitários que norteiam a conduta do povo japonês estão associados às tradicionais lições de autoconhecimento e a dura disciplina que se submetiam os samurais, a casta guerreira do Japão feudal, mas que continuam tão atuais quanto no Japão de quase mil anos atrás.

Militares da aristocracia japonesa entre 1100 a 1867, esses guerreiros eram exímios espadachins que cultivavam valores humanitários com base em um rigoroso código de conduta: o Bushidô. A espada era sua arma inseparável, considerada quase uma extensão do corpo. Chamada Katana, essa arma era a “alma do guerreiro”. Forjada em ferro, podia ser usada para matar ou fazer justiça.

No Bushidô e onde estavam a base das virtudes e da disciplina que os orientava na vida e no combate. O Bushidô tem suas

origens nos ensinamentos das três religiões que coexistiam no Japão – o budismo, o xintoísmo e o confucionismo – e faziam parte da preparação psicológica e espiritual dos guerreiros.

Em função das influências do Budismo, os samurais não temiam morrer, pois acreditavam na existência da vida após a morte e que renasceriam no encargo de guerreiro em suas contínuas reencarnações. Os samurais também não temiam os perigos, uma vez que as técnicas de meditação do Budismo foram usadas como um meio de limitar esse temor. Com os ensinamentos do Zen Budismo, os samurais buscavam entrar em harmonia com o seu Eu interior e com o mundo à sua volta. Dotados de total desapego as coisas materiais, não ambicionavam poder ou riqueza. O desapego era a base do samurai e, com a prática do desapego, os samurais formaram a maior casta de guerreiros que já existiu.

O Bushidô foi influenciado também pelos preceitos do Xintoísmo, como a lealdade, o patriotismo, e a reverência aos seus antepassados. Com tal lealdade para com a memória de seus ancestrais, os samurais empenham essa mesma reverência ao imperador e ao seu daimyo ou senhor feudal. O Xintoísmo também fornece a importância para o patriotismo o Japão. Eles crêem que a Terra não existe apenas para suprir as necessidades das pessoas. "É a residência sagrada dos deuses, dos espíritos de seus antepassados…" A Terra deve ser cuidada, protegida e alimentada por um patriotismo intenso. O xintoísmo é uma religião étnica, ou seja, é a religião do povo japonês, que se formou no interior deste e com ele cresceu, a ponto de povo e religião formarem uma só coisa com a cultura, a história e a mentalidade. Por essa qualidade, o xintoísmo não é uma religião proselitista, ou seja, não envia missionários para difundi-la entre outros povos.

Confucionismo oferece ao Bushidô a sua crença em relação aos seres humanos e às suas famílias. O Confucionismo ressalta o dever filial e as relações entre senhor e servo, pai e filho, marido e mulher, irmão mais velho e mais novo e entre amigos mais velhos e mais novos, que são seguidas pelos samurai. Junto com estas virtudes, o Bushido também prega a justiça, benevolência, amor, sinceridade, honestidade e autocontrole. A justiça é um dos principais fatores no código do samurai, assim como o amor e a benevolência, que são suntuosas virtudes desses guerreiros.

A lógica do caminho do guerreiro, sempre foi calcada na disciplina e seguimento dos padrões estabelecidos pelas castas superiores. Todo o ideal samurai se baseia em uma complexa seleção de qualidades e requisitos, dos quais se podem precisar sete virtudes necessariamente imanentes a esse tão famoso código do Japão Feudal.

Integridade Moral (gi)

"A moral é o poder de decisão sobre o curso de sua conduta em concordância com a razão, sem pestanejar; morrer quando for correto morrer, atacar quando for correto atacar."

O samurai defendia as causas justas com ardor, o homem que se desviava dos caminhos da honra, não podia ser considerado um samurai e era punido por seus iguais com a morte. Entre os

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samurais não havia ladrões ou assassinos sem propósito, seu papel de guerreiro era cumprido com pesar e o fardo de retirar as vidas dos inimigos era entoado em oração depois de todas as batalhas. Era papel do samurai se revelar um homem de inabalável moral, para encorajar as gerações seguintes a prosseguir com o ideal samurai. Era necessário ensinar através do exemplo.

Coragem (yuu)

Mesmo diante de adversidades, o samurai supera o medo e enfrenta o inimigo com coragem. Musashi, talvez o mais famoso samurai, tinha apenas 13 anos quando lutou em seu primeiro duelo contra um adepto da escola Shinto Ryu com mais de o dobro de sua idade e venceu. Um samurai jamais vira suas costas aos problemas que lhe surgem ou desiste em face do primeiro obstáculo, é a coragem que o seguir em frente e lutar.

Benevolência (jin)

Talvez a mais relativa de todas as virtudes, a benevolência era exaltada pelo mais alto padrão de guerreiros, embora nem todos seguissem esses preceitos. A capacidade de distinguir o certo do errado no cotidiano samurai era muito clara e diante de situações em que pessoas estivessem em perigo, era dever do samurai enfrentar a ameaça.

Um exemplo de samurai benevolente é Minamoto Yoritomo. Ele providenciava segurança para as famílias de todos os seus samurais de confiança e os recompensava com terras e bens por sua lealdade. Os samurais de seu exército que se marginalizassem ou cometessem qualquer infração que ferisse as suas ordens eram caçados e mortos, pois ele acreditava que nenhum homem que traísse seu caminho merecia viver entre os justos.

Educação e cortesia (rei)

O samurai jamais fora um mero soldado ou um assassino comandado por um general, por isso tudo em seu tratamento era protocolar e baseado em rígidos padrões educacionais. A cerimônia do chá e o sumie (pintura de letras sobre tecido) são algumas das artes que ilustram que também os guerreiros podiam ser artistas de fino trato. Até mesmo porque as guerras eram travadas basicamente para cessar o conflito, para eliminar o motivo da tensão e selar novas épocas de paz. Há muitos casos em que generais se enfrentaram, mas ainda assim se tratavam com respeito e cortesia.

Quando Toyotomi Hideyoshi estava em viés de conseguir a unificação total do território japonês, faltava apenas a ilha de Kyushu, onde habitava a família Shimazu, uma linhagem muito tradicional de nobres. Hideyoshi implementou uma soberba estratégia de incursão e conquistou quase todo o território em pouco tempo, restava apenas um último refúgio onde residia a família. A ação demoraria dias, mas era quase certo que o exército de Hideyoshi prevaleceria, principalmente por seu número. No entanto, por respeito à família, Hideyoshi sugeriu que eles se aliassem a ele e permitiu que continuassem em

Kyushu, assim poderiam manter suas terras ancestrais sob seu comando.

Honestidade (makoto)

Makoto é a sinceridade acima de tudo consigo e com suas responsabilidades. Seguir um caminho com honestidade implica em tomar uma série de ações e por vezes fazer sacrifícios que garantam a integridade do caminho e que assegurem a chegada. O samurai desde muito jovem abdicava de sua infância e quando adulto passava longos períodos longe de sua casa e sua família, muitos jamais voltavam, tudo isso para defender aquilo em que acreditavam. Fazer tudo o que era necessário para demonstrar aquilo que se pregava e as expectativas que eram geradas sobre os guerreiros da honra era ser honesto com a vida que se escolhe e com as responsabilidades agregadas.

Honra (meyo)

O samurai era nascido e criado para entender que todas as escolhas de um homem partem dele e devem ser, por ele, assumidas. Segundo o conhecimento oriental, que precedeu as bases da psicologia, todos os caminhos que se escolhe contém dentro de si um reflexo do verdadeiro eu, uma escolha errada e o fracasso revelava ao samurai uma falha de caráter. O medo da desgraça podia ser pago com a morte. O seppuku (o suicídio) era o ritual que restaurava a honra que fora perdida. O samurai devia compreender que sua posição implicava em zelar não apenas pelo brandir de sua espada, mas também pela honra. A honra de sua família, de seu general, de seu país e de si próprio.

Lealdade (chuu)

Samurai significa "aquele que serve", ou seja, os samurais eram guerreiros que respondiam a um líder, no caso ao Shogun em primeira instância ou ao seu general, caso ele fosse rival do Shogun, e logo em seguida, ao seu daimyo. A lealdade ao general e à sua causa como um todo era imprescindível para qualquer guerreiro, mesmo um ashigaru sabia à quem devia lealdade. Tudo isso porque era o daimyo quem lhes provia todos os recursos para que batalhassem e vivessem, além de que na realidade militar japonesa, não havia espaço para qualquer contestação, a lealdade era o dever do samurai. Houveram casos em que esta lealdade foi quebrada, mas na maioria das vezes isso apenas acontecia porque a proposição do general feria os preceitos morais do samurai, como quando Oda Nobunaga ordenou uma incursão no Monte Kohei, determinando que matassem todos ali sem distinção de idade, alguns dos seus generais se recusaram a prosseguir.

Um exemplo de lealdade à todo custo é a história de Kusunoki Masashige, um exímio estrategista que só trouxera vitória ao seu daimyo, mas ao ter de obedecer suas ordens ao invés de seguir suas próprias constatações, foi vítima de um plano de ação mal estruturado. Em uma guerra, pode-se acertar milhões de vezes, porém basta um único erro. Ele sabia que estava se encaminhando para sua morte, mas ainda assim manteve-se leal e pagou as conseqüências do engano de seu superior sem contestação.

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As lições dos samurais que deverão permanecer ainda por muitas gerações: praticar as virtude, desenvolver a coragem e a perseverança, cultivar a compaixão e, antes de tudo, de ser afiado, justo e perfeito... Como a lâmina de uma espada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Wikipédia, a enciclopédia livre. Samurai. http://pt.wikipedia.org/wiki/Samurai

França, Mariana. As Sete Virtudes do Samurai. http://www.heihou.com.br/bujutsu/

The Samurai Archives Japanese History Page. http://www.samurai-archives.com/

A Brief History of Freemasonry in Japan. http://www2.gol.com/users/lodge1/history-e/history2.html

CURIOSIDADE: A MAÇONARIA NO JAPÃO

A partir de 1639 a 1854 o Japão foi um país isolado do resto do mundo. Somente a alguns poucos países era permitido fazer algum tipo de comércio com as ilhas japonesas. Entre os comerciantes holandeses que vieram ao Japão durante este período foi Isaac Titsingh. Acredita-se que tenha sido ele o primeiro maçom a visitar o Japão. Ele foi iniciado em Batávia em 1772 quando ele estava a serviço da Companhia Holandesa das Índias Orientais. Ele veio para o Japão três vezes - 1779 a 1780, 1781-1783 e 1784 - e chefiou o posto de comércio holandês em Nagasaki. O Ir. Titsingh se familiarizou com a cultura japonesa e escreveu vários livros que serviram de referências e valorosas fontes de informação sobre o Japão, seu povo e seus e costumes na segunda metade do século 18.

Somente após a abertura dos portos do Japão às potencias estrangeiras é que a primeira loja maçônica foi introduzida naquele país. Tratava-se de uma loja militar de constituição Irlandesa chamada de Sphinx Lodge No. 263. Essa Loja foi trazida ao Japão por um destacamento do 20º. Regimento Britânico, que chegou a Yokohama em 1864. Embora sendo uma Loja militar, ela admitiu membros civis, mas não operou por muito tempo. Ela realizou sua última reunião, março 1866.

A primeira loja localmente criada no Japão foi a Loja Yokohama n º 1092, filiada a Grande Loja Unida da Inglaterra. Sua primeira reunião ordinária ocorreu em 26 de junho de 1866. A filiação era propiciada somente a estrangeiros, que mantinham um acordo de cavalheiros com o governo japonês, que não interferiria nas reuniões se seus membros não fossem japoneses e que as reuniões fossem realizadas sem ostentação.

A situação começou a deteriorar no final de 1930, quando as autoridades do governo começaram a reprimir a Maçonaria, especialmente após a eclosão da guerra com a China em 1937. No início dos anos 1940 os movimentos anti-maçônicos se intensificaram e todas as Lojas tiveram de deixar o seu funcionamento.

Após a II guerra mundial, as atividades maçônicas foram retomadas no Japão, principalment com o apoio da Grande Loja das Filipinas. Durante um período de 10 anos, de 1947-1956, 16 lojas foram fundadas. Gen.Douglas McArthur, Comandante Supremo das forças de ocupação do Japão, era maçom e foi um dos principais apoiadores das atividades maçônicas no Japão. A partir dessa época é que a filiação maçônica se tornou possível para os japoneses. Sete japoneses foram iniciados em 1950, pela primeira vez no Japão. Em março de 1956, 15 lojas Filipinas que operavam no Japão formaram a Grande Loja do Japão. O numero de maçons japoneses aumentou constantemente, chegando a 4.786 em 1972. Desde então, porém, a Maçonaria no Japão tem decrescido e está agora em pouco mais de 2.000 membros.

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OS CASTIGOS DO PERJÚRIO Luís Henrique Tischler de Freitas, MM.

O aprendizado do Maçom deve ser constante, somos eternos aprendizes e atendendo a minha curiosidade e a necessidade de pesquisar, elaborei o seguinte estudo. Antes de iniciar o trabalho, senti necessidade de consultar o Dicionário Maçônico, a fim de descobrir exatamente o que significa a palavra PERJÚRIO, para minha surpresa, o dicionário editado por Joaquim Gervásio de Figueiredo, nada consta sobre o tema solicitado, no dicionário AURÉLIO diz que: PERJURO: Individuo que perjura – Pérfido. PÉRFIDO: Que falta a fé ou juramento, infiel, desleal, traidor Falso, enganador, traiçoeiro, insidioso. PERJURAR: Abjurar, jurar falso, quebrar o juramento. A BIBLIA SAGRADA diz: O perjúrio é o testemunho com juramento de coisa conhecida como falsa. Quebra de um juramento. Deus proíbe o juramento falso em seu nome, sob pena de castigos. Faraó cometeu perjúrio por não permitir aos Israelitas que saíssem para sacrificar ao seu Deus, uma vez que houvera jurado permiti-lo. Saul também cometeu perjúrio quando tentou atravessar Davi com a lança contra a parede, porque jurara antes, por vida do Senhor, que ele, Davi, não morrerá. (Quebra de Juramento) - Quando de nossa iniciação, repetimos juntamente com o Venerável Mestre, o juramento solene e sincero, de livre vontade pela própria

honra e pela própria fé, de nunca revelar quaisquer dos mistérios da Maçonaria, sob pena de que seja arrancada a língua, o pescoço cortado e o corpo enterrado nas areias do mar, declarando também sacrílego para com Deus e desonra para com os homens. Será que antigamente a Maçonaria colocava realmente em prática este juramento para com os Maçons, será que o receio de sofrer estes castigos não faziam com que os Maçons, fossem talvez, mais circunspetos para com a Ordem. Qualquer que seja a forma seja ele infiel, desleal, traidor, falso, enganador, insidioso, ou simplesmente FALTAR COM A VERDADE, já se torna o homem, um PERJURO, simplesmente é um ato ignóbil para com seu semelhante, muitas vezes não sabe o pérfido das causas que podem advir a uma palavra vã ou de uma palavra falsa. Durante esses anos de minha vida, presenciei fatos, que se tornaram exemplos para minha pessoa, exemplos de vida mais digna, aprendizados puros, de nunca fazer o que certos indivíduos fazem perante os homens e perante a sociedade, usando o homem (muitas vezes simplório) de sua própria ignorância, por não ter condições de estudar a fim de trilhar o caminho do bem, para trilhar o caminho do mal, adquirindo as imperfeições que os conduzem aos vícios, seguindo logo após para a violência e posteriormente a ambição, não sente ele, que ao trilhar estes caminhos, está relegando a sua honra, e que irá chegar o malfadado dia, que este homem irá pagar pelos crimes que cometeu, dentre eles, sempre encontra-se o de PERJURO. Porém, não podemos dizer que este homem simples, caiu em desgraça só por que é ignorante, pois a ignorância mais malfazeja não é aquela do pobre analfabeto, mas sim, aquele que tendo a obrigação de proporcionar a todos o BEM em toda a sua plenitude, negligenciam este dever, e em nome de seus próprios interesses, se utilizam de sua cultura e de seus cargos para governarem em beneficio próprio, considerando sempre que os fins justificam os meios, este também irá pagar pelos seus crimes. Seguindo este pensamento e tirando proveito da leitura de um trabalho com o nome de AS MASMORRAS DOS PERJUROS, vou citar na integra este parágrafo:

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“Assim como o homem dispõe dos fatores evolutivos que o impulsionam sempre para o alto, encontram-se também, no seu caminho, obstáculos a vencer, ficando em sua livre escolha, contorná-los, ou, iludido, tentar possuí-los. Estes obstáculos poderiam ser classificados como fatores involutivos, se utilizados pelo homem profano”. Mas, caso o homem Maçom, que já viu a luz, opte por eles, em detrimento dos fatores evolutivos, ele receberá o anátema de PERJURO e ver-se-á aprisionado nestas verdadeiras masmorras que o reterão até que resolva, em seu livre arbítrio, retornar ao seio de Abraão e, consequentemente, ao convívio com os homens livres e de bons costumes. Através de breves estudos sobre o tema, e o que conseguimos captar na Maçonaria, vamo-nos deter em três itens considerados como fatores involutivos.

O vicio (1º) que é o oposto da virtude, gerador de crimes e da decadência físico-moral do homem, é uma inclinação que induz o ignorante à prática do mal, não confundir com mau hábito, a diferença está na dependência e na conseqüência, o fumar não é um vicio, mas sim um mau hábito, pois o maior prejudicado é o próprio fumante, vamos agora observar o dependente de drogas, este sim é um vicio dos mais malévolos, porque além de prejudicar o próprio viciado, o dano é estendido aos seus semelhantes, pois o mesmo irá através da prática de crimes, angariar recursos para a aquisição das drogas. Não é só o toxicômano e sua família que sofrem, sofre também o alcoólatra e sua família, porque além de trazer a decadência dos mesmos, traz a vergonha e a humilhação a seus familiares, são situações vergonhosas em ver o filho as voltas com a justiça por uso e porte de drogas, em ver o pai alcoólatra sujeito ao sarcasmo e chacotas na rua, ou ver a filha nas garras da prostituição, sendo que um vício decorre do outro, até chegar ao fundo do poço. O viciado sempre esquece dos valores morais ministrados por seus pais, pois na ânsia de adquirir o tóxico ou o álcool, o mesmo rouba os próprios pais e amigos, gasta o último centavo, que estava guardado para a alimentação de seu filho, leva e penhora os bens adquiridos com sacrifício, afim de trocar por ou drogas ou álcool, esquecendo os valores morais ele se torna um bruto, muito mais bruto que os animais irracionais, pois estes, não praticam atos contra a natureza, isto só acontece com os viciados. Procedendo desta maneira o homem dominado pelo vicio, é um escravo das trevas, um prisioneiro incapaz de

vislumbrar as claridades fulgurantes reservado aos homens livres e de bons costumes. O vicio não leva à outro lugar senão à violência, violência esta que gera mais violência, criando obstáculos ao progresso individual e social do indivíduo.

Mas o que é a violência (2º)? É a materialização do mal, no seu aspecto mais concreto, podemos dizer que o principal produto da violência é o crime. Crime é a transgressão da Lei Moral, pois toda a transgressão da Lei Moral é uma violência e por via de conseqüência um crime. Os códigos penais do mundo relacionam centenas de crimes, os códigos morais e religiosos apontam milhares de crimes cometidos pelos homens, e as suas próprias consciências os acusam diuturnamente por bilhões de crimes, crimes estes que se confundem com a própria conceituação de violência!

O terceiro item a ser abordado é a ambição (3º) quando controlada e sadia será fator de progresso, progresso esse tanto moral como intelectual, nestas condições pode ser representada pelo desejo de praticar o bem, é o político ambicionando o bem estar social, ou o médico ambicionando aumentar os conhecimentos da cura, ou o artesão que quer aperfeiçoar e mostrar o belo. Ao contrário da violência, a ambição tem seu lado positivo, pode-se constituir em progresso, porém o aspecto positivo é suplantado pelo aspecto negativo, é a ambição desenfreada, incontrolável, dirigida para o mal, é o político se corrompendo, passando por cima de tudo e de todos para ascender ao poder para melhor consecução de suas metas, que é o enriquecimento ilícito; é o médico que usa seus conhecimentos, não para mitigar a dor, mas sim para enriquecer rápido e copiosamente e é o artesão que falsifica a qualidade de seus produtos, para produzir mais, com menor custo e obter com isso, maiores lucros, e nestes casos a ambição foi usada como fator de queda do homem comum, E PERJURIO DO HOMEM MAÇOM. O verdadeiro castigo, não é aquele que pune na cadeia, porque neste caso a Justiça cobra seu tributo, mas sim, o clamor das pessoas que foram prejudicadas, a soar diuturnamente em seus ouvidos sensibilizados pelo remorso e, preferirão mil vezes jamais terem existido, e só lhes restará apelar para a misericórdia do Grande Arquiteto do Universo. (Este é o verdadeiro castigo dos perjúrios)

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Mensagem do Venerável Mestre

A história apresentada a seguir é curta, mas repleta de sabedoria. Reflitam sobre estas palavras e vejam quais são os alimentos da sua alma. Uma noite, um velho índio falou ao seu neto sobre o combate que acontece dentro das pessoas. Ele disse: - A batalha é entre os dois lobos que vivem dentro de todos nós. Um é Mau: é a raiva, inveja, ciúme, maldade, desgosto, cobiça, arrogância, culpa, ressentimento, inferioridade, mentiras, orgulho falso, superioridade de ego. O outro é Bom: é alegria, fraternidade, paz, esperança, serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé. O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô: - Qual lobo vence? O velho índio respondeu: - AQUELE QUE VOCÊ ALIMENTA. Um TFA para todos! Ir. Ailton Santa Fé de Jesus, MI V.M. da ARLS Fraternidade e União

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