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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 57 Nº 679 Setembro de 2010 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec Crônicas de Além-Mar ................. 12 De coração para coração ................ 4 Divaldo responde .......................... 15 Editorial .......................................... 2 Édo Mariani .................................. 15 Emmanuel ....................................... 2 Espiritismo para as crianças ......... 14 Estudando a série André Luiz ........ 5 Eugênia Pickina ............................ 10 Grandes vultos do Espiritismo ....... 7 Histórias que nos ensinam ........... 13 Jane Martins Vilela ....................... 13 Joanna de Ângelis ........................... 2 José Soares Cardoso ..................... 10 José Viana Gonçalves ................... 12 Palestras, seminários e outros eventos ............................. 11 Pedro de Almeida Lobo .................. 7 Wellington Balbo .......................... 15 Wilson Czerski .............................. 13 Ainda nesta edição Teatro espírita na capital da Itália “Nosso Lar” chega enfim ao cinema Foi no começo de 1944 que apa- receu no cenário espírita brasileiro o livro “Nosso Lar”, cuja redação foi concluída por André Luiz na prima- vera do ano anterior, fato que pode ser presumido à vista da data do seu prefácio, firmado por Emmanuel em 3 de outubro de 1943. Mais de meio século depois, e poderemos, finalmente, ver a princi- pal obra de André Luiz nas telas do cinema do Brasil. Baseado no referi- do livro, psicografado pelo médium Chico Xavier, o filme Nosso Lar con- ta a história do seu autor, representa- do ali por um pseudônimo, um médi- co bem sucedido em sua profissão que, após sua morte, acorda no mun- do espiritual. Ele não mais pertencia ao chamado mundo dos vivos e novas lições e conhecimentos surgem em seu caminho. Enquanto aprende como é a vida em outra dimensão e anseia por voltar ao plano físico e rever seus pa- rentes, André Luiz descobre a grande verdade: a vida continua para todos. A produção do filme, coprodu- zido e distribuído pela Fox Film do Brasil, reuniu uma equipe formada por grandes nomes do cinema mun- dial, como o compositor Philip Glass, o diretor de fotografia Ueli Steiger e a empresa de efeitos visu- ais Intelligent Creatures. A estreia está prevista para o dia 3 de setem- bro nas principais cidades do País. A peça “Duemila Anni Fa” (Dois mil anos atrás) comove o público de Roma O mistério por trás das crianças prodígios Sem a reencarnação, não há como explicar a precocidade de gênios como Mozart e tantas ou- tras crianças relacionadas pelo pesquisador Gabriel Delanne, a exemplo de Pascal e outros sábi- os que viveram em nosso mundo. O assunto é examinado pelo con- frade Gerson Simões Monteiro, do Rio de Janeiro, que mostra o equí- voco cometido pela revista Superinteressante ao tratar desse tema sem o necessário embasamento. Esse foi, segundo o confrade, mais um erro cometido pela revis- ta, que meses atrás, em sua edição de abril de 2010, publicou repor- tagem desabonadora a respeito do médium Chico Xavier. Mais recentemente, numa maté- ria intitulada “Sucesso e fracasso”, constante da edição de julho de 2010, a revista tentou explicar a causa das crianças prodígios com argumentos totalmente sem funda- mento e sem base científica. Pág. 16 Em estudo, mais um livro de André Luiz Nesta edição se inicia o es- tudo metódico de mais um livro de autoria de André Luiz, “Os Mensageiros”, que dá continui- dade à série iniciada com o li- vro “Nosso Lar”. O estudo terá continuidade neste jornal ao longo das próximas edições. A obra, psicografada em 1944 pelo médium Francisco Cândi- do Xavier, é uma edição da FEB. Pág. 5 Merhy Seba coordena encontro promovido pela FEP Divulgar o Espiritismo de for- ma coerente e ética, além de bus- car o aprimoramento numa das áre- as mais importantes para o trato com o público leigo, esse foi o ob- jetivo do VII Encontro Estadual de Comunicação Social Espírita, rea- lizado no mês passado em Curitiba. Representantes de 15 Uniões Re- gionais Espíritas (UREs) do Paraná, além de colegas dos Estados do Rio Grande do Sul e São Paulo, participa- ram do encontro, que foi desenvolvi- do nos dias 14 e 15 de agosto. O evento foi promovido pela Federação Espírita do Paraná (FEP), cuja sede fica localizada na área central de Curitiba, mesmo local onde as atividades foram realizadas. Cerca de 50 pessoas de 23 municí- pios estiveram presentes no encon- tro, cuja coordenação foi feita por Merhy Seba, responsável pela área de Comunicação Social Espírita das Comissões Regionais do Conselho Federativo Nacional. Pág. 6 Um bate-papo com Marcelo Henrique Pereira Marcelo Henrique Pereira (foto), gestor administrativo da Associação Brasileira de Divul- gadores do Espiritismo – ABRADE e presidente da ADE de Santa Catarina, relata-nos sua trajetória e analisa o momento atual de divulgação do Espiritis- mo, em entrevista concedida ao nosso colaborador Antonio Nas- cimento. Na entrevista, ele fala sobre a estrutura e os projetos da ABRADE, e diz como esta pode auxiliar as Casas Espíritas na divulgação do Espiritismo. Págs. 8 e 9 Um fato histórico ocorreu no dia 31 de julho em Roma, capital de Itália, quando foi ali apresen- tada a peça teatral “Duemila Anni Fa” (Dois mil anos atrás), basea- da no livro Há 2000 Anos, de Em- de duas almas afins que se dis- tanciaram entre si, no tempo e no espaço, escolhendo caminhos antagônicos: o de Públio Lentulus Cornelius que, tendo a oportunidade de radicalizar sua vida, preferiu os atalhos da fama, do orgulho e do poderio dos Césares, contrastando com os nobres ideais de sua esposa Lívia Lentulus que, renunciando às glórias do mundo, vivenciou a mensagem divina do amor uni- versal do Rabi da Galileia. A peça foi encenada (foto) na Sala Umberto, localizada na Via della Mercede, 50 – Roma, numa realização da Fundação Cami- nho, Verdade e Vida, uma enti- dade não-governamental com sede em Belo Horizonte (MG). Pág. 3 manuel, obra psicografada por Francisco Cândido Xavier, que re- vela emocionantes episódios do Cristianismo do século I. Em sua narrativa, o autor espi- ritual, Emmanuel, conta a história

O IMORTAL - oconsolador.com.br · de duas almas afins que se dis-tanciaram entre si, no tempo e no espaço, escolhendo caminhos antagônicos: o de Públio Lentulus Cornelius que,

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 57 Nº 679 Setembro de 2010 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

Crônicas de Além-Mar ................. 12De coração para coração ................ 4Divaldo responde .......................... 15Editorial .......................................... 2Édo Mariani .................................. 15Emmanuel ....................................... 2Espiritismo para as crianças ......... 14Estudando a série André Luiz ........ 5Eugênia Pickina ............................ 10Grandes vultos do Espiritismo ....... 7Histórias que nos ensinam ........... 13Jane Martins Vilela ....................... 13Joanna de Ângelis ........................... 2José Soares Cardoso ..................... 10José Viana Gonçalves ................... 12Palestras, semináriose outros eventos ............................. 11Pedro de Almeida Lobo .................. 7Wellington Balbo .......................... 15Wilson Czerski .............................. 13

Ainda nesta edição

Teatro espírita na capital da Itália“Nosso Lar”chega enfim ao cinema

Foi no começo de 1944 que apa-receu no cenário espírita brasileiro olivro “Nosso Lar”, cuja redação foiconcluída por André Luiz na prima-vera do ano anterior, fato que podeser presumido à vista da data do seuprefácio, firmado por Emmanuel em3 de outubro de 1943.

Mais de meio século depois, epoderemos, finalmente, ver a princi-pal obra de André Luiz nas telas docinema do Brasil. Baseado no referi-do livro, psicografado pelo médiumChico Xavier, o filme Nosso Lar con-ta a história do seu autor, representa-do ali por um pseudônimo, um médi-co bem sucedido em sua profissãoque, após sua morte, acorda no mun-

do espiritual. Ele não mais pertenciaao chamado mundo dos vivos e novaslições e conhecimentos surgem em seucaminho. Enquanto aprende como é avida em outra dimensão e anseia porvoltar ao plano físico e rever seus pa-rentes, André Luiz descobre a grandeverdade: a vida continua para todos.

A produção do filme, coprodu-zido e distribuído pela Fox Film doBrasil, reuniu uma equipe formadapor grandes nomes do cinema mun-dial, como o compositor PhilipGlass, o diretor de fotografia UeliSteiger e a empresa de efeitos visu-ais Intelligent Creatures. A estreiaestá prevista para o dia 3 de setem-bro nas principais cidades do País.

A peça “Duemila Anni Fa” (Dois milanos atrás) comove o público de Roma

O mistério por trás dascrianças prodígios

Sem a reencarnação, não hácomo explicar a precocidade degênios como Mozart e tantas ou-tras crianças relacionadas pelopesquisador Gabriel Delanne, aexemplo de Pascal e outros sábi-os que viveram em nosso mundo.

O assunto é examinado pelo con-frade Gerson Simões Monteiro, doRio de Janeiro, que mostra o equí-voco cometido pela revistaSuperinteressante ao tratar dessetema sem o necessário embasamento.

Esse foi, segundo o confrade,mais um erro cometido pela revis-ta, que meses atrás, em sua ediçãode abril de 2010, publicou repor-tagem desabonadora a respeito domédium Chico Xavier.

Mais recentemente, numa maté-ria intitulada “Sucesso e fracasso”,constante da edição de julho de2010, a revista tentou explicar acausa das crianças prodígios comargumentos totalmente sem funda-mento e sem base científica. Pág. 16

Em estudo, mais um livro de André LuizNesta edição se inicia o es-

tudo metódico de mais um livrode autoria de André Luiz, “OsMensageiros”, que dá continui-

dade à série iniciada com o li-vro “Nosso Lar”. O estudo terácontinuidade neste jornal aolongo das próximas edições. A

obra, psicografada em 1944pelo médium Francisco Cândi-do Xavier, é uma edição daFEB. Pág. 5

Merhy Seba coordena encontropromovido pela FEP

Divulgar o Espiritismo de for-ma coerente e ética, além de bus-car o aprimoramento numa das áre-as mais importantes para o tratocom o público leigo, esse foi o ob-jetivo do VII Encontro Estadual deComunicação Social Espírita, rea-lizado no mês passado em Curitiba.

Representantes de 15 Uniões Re-gionais Espíritas (UREs) do Paraná,além de colegas dos Estados do RioGrande do Sul e São Paulo, participa-ram do encontro, que foi desenvolvi-

do nos dias 14 e 15 de agosto.O evento foi promovido pela

Federação Espírita do Paraná (FEP),cuja sede fica localizada na áreacentral de Curitiba, mesmo localonde as atividades foram realizadas.Cerca de 50 pessoas de 23 municí-pios estiveram presentes no encon-tro, cuja coordenação foi feita porMerhy Seba, responsável pela áreade Comunicação Social Espírita dasComissões Regionais do ConselhoFederativo Nacional. Pág. 6

Um bate-papo com MarceloHenrique Pereira

Marcelo Henrique Pereira(foto), gestor administrativo daAssociação Brasileira de Divul-gadores do Espiritismo –ABRADE e presidente da ADEde Santa Catarina, relata-nos suatrajetória e analisa o momentoatual de divulgação do Espiritis-mo, em entrevista concedida aonosso colaborador Antonio Nas-cimento. Na entrevista, ele falasobre a estrutura e os projetos daABRADE, e diz como esta podeauxiliar as Casas Espíritas nadivulgação do Espiritismo.Págs. 8 e 9

Um fato histórico ocorreu nodia 31 de julho em Roma, capitalde Itália, quando foi ali apresen-tada a peça teatral “Duemila AnniFa” (Dois mil anos atrás), basea-da no livro Há 2000 Anos, de Em-

de duas almas afins que se dis-tanciaram entre si, no tempo eno espaço, escolhendo caminhosantagônicos: o de PúblioLentulus Cornelius que, tendo aoportunidade de radicalizar suavida, preferiu os atalhos da fama,do orgulho e do poderio dosCésares, contrastando com osnobres ideais de sua esposa LíviaLentulus que, renunciando àsglórias do mundo, vivenciou amensagem divina do amor uni-versal do Rabi da Galileia.

A peça foi encenada (foto) naSala Umberto, localizada na Viadella Mercede, 50 – Roma, numarealização da Fundação Cami-nho, Verdade e Vida, uma enti-dade não-governamental comsede em Belo Horizonte (MG).Pág. 3

manuel, obra psicografada porFrancisco Cândido Xavier, que re-vela emocionantes episódios doCristianismo do século I.

Em sua narrativa, o autor espi-ritual, Emmanuel, conta a história

O IMORTALPÁGINA 2 SETEMBRO/2010

EditorialEMMANUEL

O apóstolo Paulo diz que, quan-do Deus manifestou a sua sabedo-ria, não foi com a sabedoria que omundo o reconheceu. Desse modo,há uma sabedoria de Deus e umasabedoria do mundo, dos homens.E a sabedoria dos homens é inca-paz de reconhecer Deus.

De fato, segundo o ensinamen-to dos Espíritos, há três modos deconhecimento de Deus. O modo dosEspíritos imperfeitos, que não en-tendem Deus, porque lhes falta osentido para isso, podendo apenassenti-lo. O modo dos Espíritos su-periores, que entendem Deus e osentem. E o modo dos Espíritospuros, que sentem Deus, entendemDeus e o veem.

Assim, nós, com nossa sabedo-ria, somos incapazes de reconhecerDeus pela sabedoria. Mas, o reco-nhecemos, diz Paulo.

A expressão de Deus é sua Leie seu amor. A lei de Deus aguarda aevolução para ser compreendida,visto que o conhecimento pálidoque temos dela é por demais impre-ciso e imperfeito. Já o amor podeser sentido por aqueles que têmamor em seus corações. Quantomais amor tivermos em nós, maiorserá a presença de Deus em nossa

Na sua globalidade, o amor ésentimento vinculado ao Self en-quanto que a busca do prazer sexu-al está mais pertinente ao ego, res-ponsável por todo tipo de posse.

O sentimento de amor pode le-var a uma comunhão sexual, semque isso lhe seja condição impres-cindível. No entanto, o prazer se-xual pode ser conseguido pelo im-pulso meramente instintivo, semcompromisso mais significativocom a outra pessoa que, normal-mente, se sente frustrada e usada.

Os profissionais do sexo, por-

O texto evangélico, ante a luzda Doutrina Espírita, não se refereaos médiuns categorizando-os porfachos ou estrelas, anjos ou san-tos.

*Com muita propriedade, repor-

ta-se a eles como sendo árvoresfrutíferas.

*E sabemos, à saciedade, que as

árvores produzem segundo a pró-pria espécie.

*Não vivem sem irrigação e sem

adubo; entretanto, o excesso deuma e outro pode perdê-las.

*Em verdade, não prescindem

do cuidado e do carinho decultivadores atentos; contudo, seobrigam a tolerar vento e chu-va, canícula e tempestade.

*São abençoadas por ninhos e

melodias de pássaros amigos; toda-via, suportam pragas que por vezeslhes carcomem as orças e pancadasde criaturas irresponsáveis que lhesfurtam lascas e flores.

*

Conhecimento de Deusvida. Desse modo, o mundo reco-nhece Deus pelo coração, pelo sen-timento.

Falar em reconhecimento é fa-lar em sensibilidade. De fato, a di-ferença entre os homens com rela-ção a Deus é sua capacidade de per-ceber a sua bênção. Deus ama a todacriatura de forma igual, na mesmaintensidade. Diariamente, ele nosabençoa. A bênção é a mesma paratodos nós. O que nos diferencia é apercepção dessa bênção.

Quando Paulo diz que Deus amaquem faz sua vontade, isso deve sercompreendido nesse sentido. PorqueDeus ama o celerado de igual formacom que ama o piedoso. A diferençaé que o piedoso, que tem amor nocoração, é capaz de recolher uma par-cela maior da bênção que recebe.

Deus está ao nosso redor, Deusestá em nós. Mas nossa inferiori-dade é tamanha, são tão fortes nos-sos laços com a matéria, que lhe épreciso o concurso de intermediá-rios para fazer-se percebido. E, emsua bondade, envia-nos Jesus e to-dos os que trabalham sob seu nomeauxiliando a humanidade.

O chamado Evangelho de Jesus,na verdade, é o Evangelho de Deus,porque Jesus deixou bem claro que

tudo o que dizia era o que haviaouvido do Pai. De Jesus, temos asobras que fez e o seu exemplo, alémdo amor com que ele se dedica in-tercedendo por nós. Mas a palavraé de Deus. Desse modo, Deus é afonte viva, o pão da vida, o cami-nho, a verdade e a vida. E Jesus,como diz Paulo, é seu único inter-mediário. Deus se fez e se faz pre-sente através do amor de Jesus.

Buscar Deus significa, portan-to, amar. É através do amor que setorna possível senti-lo ecompreendê-lo. E a única maneirade aprender a amar é praticando acaridade, que é uma forma de amor,que é amor fraterno. É a caridadeque desenvolve todas as virtudes,mas caridade como entendia Jesus,ou seja, querer e fazer o bem aossemelhantes, aceitar as pessoascomo elas são, e perdoar. Esse amorque é compromisso ativo com ocrescimento do próximo.

É desenvolvendo o amor queperceberemos Deus na sua expres-são, porque o entendimento de Deusainda nos é vedado enquanto per-tencermos a um mundo atrasadocomo o nosso, em que provas e ex-piações caracterizam ainda os quenele habitam.

Um minuto com Joanna de Ângelisque perdem o componente essenci-al dos estímulos, em razão do abu-so de que se fazem portadores, der-rapam nas explosões eróticas, bus-cando recursos visuais que lhes es-timulem a mente, a fim de que afunção possa responder de maneirapositiva. Mecanicamente sedesincumbem da tarefa animal eviolenta, tampouco satisfazendo-se,porquanto acreditam que estão emtarefa de aliciamento de vidas parao comércio extravagante e nefandoda venda das sensações fortes, a quese habituaram.

Árvores humanasRegistram a gratidão das almas

boas que lhes recolhem o favor e autilidade, mas aguentam o assaltode quantos lhes tomam a golpes deviolência ramos e frutos.

*E, conquanto estimáveis aos

pomicultores, que lhes garantem aexistência, são submetidas por elesmesmos à poda criteriosa e provi-dencial, com vistas ao rendimentoe melhoria da produção.

*Assim também são os médiuns

da Terra, postos no solo da experi-ência para a extensão do bem de to-dos. E anotemos que, semelhantesàs árvores preciosas, todos eles, pormuito dignos, como sucede a qual-quer criatura humana, se elevam empensamento no rumo do Céu, con-servando, porém, os próprios pés nasdificuldades e deficiências do chão.

JOANNA DE ÂNGELIS,mentora espiritual de Divaldo P.Franco, é autora, entre outros livros,de Amor, Imbatível Amor, do qualfoi extraído o texto acima.

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EMMANUEL, que foi o mentorespiritual de Francisco CândidoXavier e coordenador da obra me-diúnica do saudoso médium minei-ro, é autor, entre outros livros, deMediunidade e Sintonia, do qualfoi extraído o texto acima.

O amor, como componente paraa função sexual, é meigo e judicio-so, começando pela carícia do olharque se enternece e vibra todo o cor-po ante a expectativa da comunhãorenovadora.

Essa libido tormentosa, veicu-lada pela mídia e exposta nas lojasem forma de artefatos, torna-seaberração que passa para exigênci-as da estroinice, resvalando nosabismos de outros vícios que se lheassociam. Quando o sexo se apre-senta exigente e tormentoso, o in-divíduo recorre aos expedientesemocionais da violência, da perse-guição, da hediondez.

Os grandes carrascos da Huma-nidade, até onde se os pode entender,eram portadores de transtornos sexu-ais, que procuravam dissimular, trans-ferindo-se para situações de relevopolítico, social, guerreiro, tornando-se temerários, porque sabiam da im-possibilidade de serem amados.

O IMORTALSETEMBRO/2010 PÁGINA 3

Estamos de volta a Roma, Itá-lia, cidade onde se aprende His-tória andando pelas ruas, praças,museus...

Nosso retorno se deve à en-cenação da peça teatral ”DuemilaAnni Fa” (Dois mil anosatrás), baseada no livro Há 2000Anos, de Emmanuel, obra psico-grafada por Francisco CândidoXavier, que nos revela emocio-nantes episódios do Cristianismodo século I.

Em sua narrativa, o autor es-piritual, Emmanuel, conta a his-tória de duas almas afins que sedistanciaram entre si, no tempoe no espaço, escolhendo cami-nhos antagônicos: o de PúblioLentulus Cornelius que, tendo aoportunidade de radicalizar suavida, preferiu os atalhos da fama,do orgulho e do poderio dosCésares, contrastando com osnobres ideais de sua esposa LíviaLentulus que, renunciando àsglórias do mundo, vivenciou amensagem divina do amor uni-versal do Rabi da Galileia.

A peça foi encenada no dia 31de julho deste ano, na SalaUmberto, localizada na Via dellaMercede, 50 – Roma, numa rea-lização da Fundação Caminho,Verdade e Vida (fotos).

A Fundação, com sede emBelo Horizonte, Capital de Mi-nas Gerais, é uma entidade nãogovernamental que atua há maisde 25 anos na promoção de ati-vidades que visam o crescimen-to do ser humano, por meio deprojetos culturais, educacionais erelativos à saúde do corpo e damente, objetivando uma qualida-de melhor de vida para todas as

CLAUDIA [email protected]

Madri (Espanha)

Roma volta a ser palco de um fato histórico

4 anos em que o Grupo Teatral daFundação Caminho, Verdade e Vidaapresentou-se pelo Brasil, acalenta-vam todos o sonho de levar a Romauma parte de sua própria história.

Em 2007 obtiveram a aprovaçãodo Governo Brasileiro para o Proje-to Cultural Brasil-Itália e após os tra-balhos de captação de recursos, pre-parativos da peça para apresentaçãoem italiano e toda a infraestruturanecessária a um projeto desta enver-gadura, embarcaram com emoçãopara Roma em 21 de julho último.

O Grupo desembarcou emRoma, guardaram adequadamenteos cenários, tomaram as últimas pro-vidências quanto à finalização dadivulgação do evento e seguirampara Israel, sendo que a visita nãofoi turística mas, sim, uma prepara-ção dos atores para a apresentaçãoda peça Há 2000 anos. “Embora al-guns dos componentes já conheces-sem Israel, inclusive por viagens fei-tas para a produção da peça, boa par-te do Grupo não conhecia oslugares onde Jesus esteve em suapassagem pela Terra e, para o nossotrabalho, era essencial conhecer evivenciar emoções naqueles sítioshistóricos”, contou-nos Mércia, in-tegrante do Grupo de Teatro da Fun-dação Caminho, Verdade e Vida.

Durante o espetáculo, foipossível sentir o silêncio atenci-

oso e emocionado do públicoO Grupo, que é formado por

104 atores, responsabilizou-se porparte das despesas, somando seus

esforços ao apoio recebido dos pa-trocinadores: Siderpa - SiderúrgicaPaulino Ltda., CEMIG, Bio ExtratusCosmetic Natural Ltda., Chaperfil Indústria e Comércio Ltda., Distri-buidora Cristiano Materiais deConstrução Ltda., O Rei da Confi-ança Ltda., Terramil Construções eTerraplenagem Ltda., Yangzi Bra-sil Corporation Ltda. e vários ami-gos que utilizaram a Lei de Incenti-vo Fiscal Brasileira para concreti-zar suas doações.

Desde a entrada na Sala Umbertoo público demonstrou surpreender-se com o clima que envolvia esseencontro espiritual. Os que chega-vam foram recebidos pela GuardaRomana, seguida de servas querecepcionavam a todos e os convi-davam a que adentrassem o Paláciodo Aventino, residência do SenadorPúblio Lentulus e sua família.

Durante o espetáculo, foi pos-sível sentir o silêncio atencioso eemocionado do público, absorto eenvolvido, do princípio ao fim, nasduas horas e meia de espetáculo,que foi todo ele proferido no idio-ma italiano.

Após o término da apresenta-ção, com duas aberturas das corti-nas para compartilhar aplausos, opúblico ainda se mantinha envol-vido pelo turbilhão de emoçõesproporcionadas pelo espetáculo enão se retirou da sala, sendo neces-sário o contato da direção da peçacom os presentes e o esclarecimen-to sobre o compromisso da imedi-

criaturas e incentivando o conví-vio respeitoso com todas as cultu-ras, independentemente de raça,crença, cor ou nacionalidade.

O Grupo de Teatro da FundaçãoCaminho, Verdade e Vida formou-sea partir de estudos dos livros de Fran-cisco Cândido Xavier pela equipe devoluntários que já se dedicavam aocanto coral (Coral de Emmanuel) e àsatividades da Casa relacionadas como atendimento de crianças, jovens eadultos – aulas de teatro, dança, ins-trumentos musicais, orientações rela-tivas à saúde do corpo e da mente etc.

Antes de encenar a peça, osatores seguiram para Israel, em

uma viagem de preparaçãoO Grupo é dirigido por Berenice

Brandão Andrade, responsável peloroteiro e pela direção de todas as pe-ças. Ele é formado por estudantes,professores, profissionais liberais,servidores públicos e empresáriosque têm no trabalho voluntário aoportunidade de servir ao próximo,comprometendo-se, contudo, emprimeiro lugar, com a própria reno-vação íntima e com a prática dosensinamentos de Jesus Cristo.

Atendendo a uma cláusula pétreaconstante do Estatuto da entidade, asapresentações do Grupo têm sempreentrada franca e seus atores, equipetécnica e direção não recebem nenhu-ma remuneração, cabendo a cada umo ônus do próprio figurino. O cená-rio é uma produção do grupo.

Em 2003 a peça Há 2000anos... teve sua estreia e durante os

ata desmontagem do cenário eentrega das instalações aos res-ponsáveis pelo teatro.

Foi uma noite coroada de bên-çãos e êxito, traduzida assim pelacompanheira Mércia: “Quantaalegria estamos sentindo, vocêpode imaginar... Deus permita queesta emoção dure por muito tem-po no coração de todos os envol-vidos neste projeto, que derramoutanta luz sobre cada um...”

Além de continuar seu traba-lho no Brasil, o valoroso Grupode Teatro da Fundação Caminho,Verdade e Vida está preparandoo projeto Brasil-Portugal-Suíçapara ser submetido aos órgãosoficiais brasileiros, em busca derecursos que lhe possibilitemapresentar-se naqueles países.

Mais informações acerca doGrupo podem ser vistas no sitewww.artequeeduca.blogspot.com

Colaboraram com esta repor-tagem Mércia e Mariângela (Gru-po Teatral) e Leopoldo Zanardi(Bauru – SP). As fotos são deCormarie Marques.

A peça teatral ”Duemila Anni Fa” (Dois mil anos atrás), baseada no livro Há 2000 Anos, de Emmanuel, comove o público da capital italiana

Berenice Brandão, diretora, apresenta o Grupo Teatral Grupo Teatral embarcando Roma Público aplaudindo de pé no encerramento

O IMORTALPÁGINA 4 SETEMBRO/2010

De coração para coração

O conceito de céu e de infernosofreu grande transformação com oadvento da Doutrina Espírita. Nãose traduz mais por regiões circuns-critas de beatífica felicidade ou desofrimentos atrozes e eternos, res-pectivamente. Aprendemos que céue inferno, em essência, são um esta-do de alma que varia conforme a vi-são interior de cada um, pensamen-to expresso até mesmo por João Pau-lo II, o pontífice da Igreja Católica.

Em verdade, o dogma da eter-nidade absoluta das penas é incom-patível com o progresso dos Espí-ritos, ao qual, se fosse verdadeiro,oporia uma barreira insuperável.Conforme o ensino espírita, o ho-mem é filho de suas próprias obras,seja na existência corporal, seja na

vida post-mortem, nada devendoao favor do Pai, que o recompensapelos esforços que faz e o pune porsua negligência, pelo tempo emque nisso persistir.

Inferno pode traduzir-se por umavida de provações extremamente do-lorosa, sem a certeza de haver outramelhor. Desse modo, a felicidade ouinfelicidade após a desencarnação sãoinerentes ao grau de aperfeiçoamen-to moral de cada Espírito.

As penas ou sofrimentos quecada um experimenta são doresmorais e estão em relação com osatos praticados. Não existem re-compensa ou sofrimento gratuitos,mas sim a aplicação da lei de causae efeito. A alma ou Espírito sofrena vida espiritual as consequências

das imperfeições que não conseguiucorrigir na existência corporal. Acompleta felicidade prende-se àperfeição, isto é, à purificação doEspírito. Toda imperfeição é causade sofrimento e de privação degozo, do mesmo modo que todaperfeição adquirida é fonte de gozoe atenuante de sofrimentos.

A todos os Espíritos Deus fa-culta os meios de aprimoramentomoral e intelectual, oferecendo emcada encarnação a possibilidade deuma programação reencarnatóriacoerente, em que a criatura huma-na terá chances de progredir e deexpiar as faltas cometidas em exis-tências anteriores.

A expiação pressupõe resgate,quitação, ajuste de erros, e varia

O código penal da vida futura

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO - [email protected] Londrina

segundo a natureza e o grau da fal-ta, podendo a mesma falta deter-minar expiações diversas, de con-formidade com as circunstânciasatenuantes ou agravantes em quefoi cometida.

O arrependimento é o primeiropasso para a regeneração, mas nãobasta por si mesmo. É preciso ain-da a expiação e a reparação. Arre-pendimento, expiação e reparaçãoconstituem, pois, as três condiçõesnecessárias para apagar os traços deuma falta e suas consequências. Oarrependimento suaviza os travosda expiação, abrindo pela esperan-ça o caminho da reabilitação. Massomente a reparação pode anular oefeito destruindo-lhe a causa. Se ascoisas não fossem assim, o perdãoconcedido seria uma graça, não umaanulação.

A reparação consiste em fazero bem àqueles a quem se fez o mal.Quem não repara os seus errosnuma existência, por fraqueza oumá-vontade, achar-se-á numa exis-tência posterior em contato com asmesmas pessoas a quem prejudi-cou em vidas pretéritas, em condi-ções voluntariamente escolhidas,de modo a demonstrar-lhes reco-nhecimento e fazer-lhes tanto bemquanto mal lhes tenha feito.

Toda conquista no processoevolutivo é o resultado natural de

muito trabalho, porque o progres-so também tem preço. Tarefa adi-ada é luta maior, e toda atitude ne-gativa, hoje, diante do mal, serájuro de mora ao mal de amanhã.

Concluindo, em que pese a di-versidade de gêneros e graus desofrimento dos Espíritos imperfei-tos, o código penal da vida futura,elaborado por Allan Kardec combase nos ensinamentos dos Espíri-tos Superiores, resume-se nestestrês princípios:

1º O sofrimento é inerente àimperfeição.

2º Toda imperfeição, assimcomo toda falta dela promanada,traz consigo o próprio castigo. As-sim, a moléstia pune os excessos eda ociosidade nasce o tédio, semque seja necessária uma condena-ção especial para cada falta ou in-divíduo.

3º Podendo o homem libertar-se das imperfeições por efeito davontade, pode igualmente anularos males consecutivos e assegurarsua futura felicidade.

A cada um segundo as suasobras, seja no céu ou na Terra – talé a lei que rege a Justiça Divina eque Jesus sintetizou com perfeiçãoem duas lições inesquecíveis: “Acada um segundo o seu mereci-mento” e “A semeadura é livre,mas a colheita é compulsória”.

Há uma samba bem conheci-do, especialmente dos que passa-ram dos cinquenta anos, que come-ça assim: “Se acaso você chegas-se ao meu chatô e encontrasse...”

O autor do samba usou cor-retamente a palavra “se”, que é,nesse caso, uma conjunção.Quando se utiliza a palavra “aca-so” em frases semelhantes, o “se”é indispensável.

Exemplos:• Se acaso você encontrar o

professor, diga-lhe que estoubem.

• Se acaso você for viajar, vácom cuidado.

• Se acaso vir meu irmão, dê-lhe um abraço.

Pílulas gramaticaisQuando, no entanto, em vez

de “acaso”, usarmos a palavra“caso”, o “se” é rejeitadoliminarmente. Veja estes exem-plos:

• Caso você encontrar o pro-fessor, dê-lhe um abraço.

• Caso você for viajar, vá comcalma.

• Caso vir meu irmão, digaque estou bem.

*Hégira, não héjira, é assim

que se escreve a palavra oriundado árabe que usamos para nosreferirmos à era maometana quetem como ponto de partida a fugade Maomé de Meca para Medina,no ano 622 da nossa era.

Uma amiga nos pergunta sobreo que pode levar uma pessoa comtendências homossexuais a nascerno seio de uma família. Seria essefato uma prova para os pais?

A formação de uma famíliaterrena é precedida, quase sempre,de uma programação reencarnató-ria. Em seu seio reencarnam Espí-ritos amigos e também aqueles quetiveram relacionamento anteriorconosco, sobretudo os que prejudi-camos em existências passadas. Osfilhos não vêm à Terra como umacruz, um castigo, uma espécie de pe-nitência. Não. Eles vêm como ins-trumentos de nosso próprio melho-ramento, ao mesmo tempo em queos ajudamos a crescer. O lar é im-portante sobretudo por causa disso.

No tocante às tendências ho-mossexuais, o fato é explicado na-turalmente pelos autores espíritas,como já foi tratado na revista ele-trônica O Consolador em diver-sas oportunidades. Acessando oslinks adiante, a leitora verá como

tos e hábitos terrenos. Pode acon-tecer ainda que o Espírito percorrauma série de existências no mes-mo sexo, o que faz que durantemuito tempo possa conservar, naerraticidade, o caráter de homemou de mulher, cuja marca nele fi-cou impressa.

Se essa influência se repercuteda vida corporal à vida espiritual, ofato se dá também quando o Espíri-to passa da vida espiritual para acorporal. Numa nova encarnaçãotrará o caráter e as inclinações quetinha como Espírito. Mudando desexo, poderá então conservar osgostos, as inclinações e o caráterinerentes ao sexo que acaba de dei-xar. Assim se explicam certas ano-malias aparentes, notadas no cará-ter de certos homens e de certasmulheres. Por anomalias aparentes,podemos entender o fato de existi-rem mulheres másculas que se com-portam como verdadeiros homens,e vice-versa, independentemente demanterem ou não relações sexuais.

O Espiritismo respondeo assunto é tratado, sem preconcei-to e com respeito, na Doutrina Espí-rita: http://www. o c o n s o l a d o r. c o m . b r / 8 /editorial.html, http://www.oconsolador.com.br/8/entrevista.html, http://www.oconsolador.com.br/15/especial.html, http://www.oconsolador.com.br /ano2/85/especial.html e http://www.oconsolador.com.br/ano3/144/especial.html

Emmanuel examina o assunto deforma minuciosa em seu livro Vidae Sexo, psicografia de Chico Xavier,no qual desenvolve ensinamentosque a respeito do assunto Allan Kar-dec publicou na Revista Espírita de1866, págs. 2 a 4. Nessa obra o Co-dificador do Espiritismo ensina queas almas podem animar corpos dehomens e mulheres, aduzindo que ainfluência que o Espírito encarnadosofre do organismo não se apagaimediatamente após a destruição doinvólucro material, assim como nãoperdemos instantaneamente os gos-

O IMORTALSETEMBRO/2010 PÁGINA 5

carnais. Semblante muito calmo,olhar inteligente e lúcido, ele irradi-ava carinho e bondade, sensatez ecompreensão. Sua história tinha al-guma semelhança com a de AndréLuiz. De família abastada, formadoaos 25 anos, desposou Rosalinda, porquem nutria grande afeição. A felici-dade no lar não tinha limites. Empouco tempo, dois filhos chegarampara ampliá-la. Vicente consagrara-se à pesquisa laboratorial eRosalinda, além de esposa, era suaprimeira e melhor colaboradora. Dezanos após o casamento, Eleutério,advogado, solteiro, irmão de Vicenteum pouco mais velho, passou a fre-quentar sua casa. A mulher modifi-cou-se por completo. Ela e Eleutérioapaixonaram-se um pelo outro e de-liberaram que Vicente deveria mor-rer, para deixar-lhes o caminho livre.E assim procederam. (Obra citada,cap. 3 e 4, pp. 24 a 30.)

Texto para leitura1. A renovação mental - Após

desligar-se dos laços inferiores queo prendiam às atividades terrestres,André Luiz estava radiante. Antes,parecia um caramujo, segregado naconcha, rastejando no lodo. Agora,sentia que a dor agira em sua mentecomo um alvião pesado, cujos gol-pes não entendera de pronto. O alviãoquebrara a concha e ele começou aver mais alto. (N.R.: Alvião é o mes-mo que picareta ou enxadão.) Pelaprimeira vez, catalogava adversári-os na categoria de benfeitores e vianos filhos companheiros muito caros,aos quais competia estender os be-nefícios do conhecimento novo. Ou-tro amor se instalava em sua alma enotava que a vida espiritual abria-lheseus pórticos resplandecentes. Foientão que Narcisa lhe disse que nes-sa fase de renovação mental extre-mas dificuldades espirituais nos as-saltam o coração. Ela lhe sugere ameditação no Evangelho de Jesus eo empenho cada vez maior no servi-ço em prol dos semelhantes. (Cap.1, pp. 11 a 15)

Iniciamos nesta edição a apresen-tação do texto condensado da obra“Os Mensageiros”, de André Luiz,psicografada pelo médium FranciscoCândido Xavier e publicada pela edi-tora da Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminaresA. Quando dificuldades espiri-

tuais nos assaltem o coração, quedevemos fazer?

Foi Narcisa quem deu a AndréLuiz a receita para tais momentos aolhe sugerir que em casos assim deve-mos meditar no Evangelho de Jesus eempenhar-nos cada vez mais no ser-viço em prol dos semelhantes. (OsMensageiros, cap. 1, pp. 11 a 15.)

B. Como André Luiz descreveo instrutor Aniceto?

Instrutor no Ministério da Comu-nicação, Aniceto trabalhara algumtempo na Regeneração e depois emtarefas sacrificiais no Ministério doAuxílio, mas seus esforços o levaramà importante função de instrutor naComunicação. Aniceto não se consor-ciara em “Nosso Lar” e, por isso, vi-via ao lado de cinco amigos que lheforam discípulos na Terra, em edifícioconfortável encravado entre árvoresfrondosas e tranquilas. O instrutor apa-rentava a calma refletida do homemque chegou à idade madura, sem fan-tasias da mocidade inexperiente.(Obracitada, cap. 2, pp. 16 a 19.)

C. Que condições se exigiamdos cooperadores orientados porAniceto?

O serviço coordenado porAniceto era variado e rigoroso e nelesó se aceitavam cooperadores inte-ressados na descoberta da felicidadede servir e que se comprometessema calar toda espécie de reclamação.(Obra citada, cap. 2, pp. 16 a 19.)

D. Quem foi Vicente na últimaencarnação e qual a sua história?

Vicente fora médico nas esferas

2. Aniceto - Instrutor no Ministé-rio da Comunicação, Aniceto trabalha-ra algum tempo na Regeneração e de-pois em tarefas sacrificiais no Minis-tério do Auxílio. Seus esforços o leva-ram à importante função de instrutorna Comunicação, onde André Luizaprenderia novas lições. Ao contráriode Tobias, Aniceto não se consorciaraem “Nosso Lar”. Vivia ao lado de cin-co amigos que lhe foram discípulos naTerra, em edifício confortávelencravado entre árvores frondosas etranquilas. Aniceto aparentava a cal-ma refletida do homem que chegou àidade madura, sem fantasias da moci-dade inexperiente. Ao aceitar a inscri-ção de André Luiz, o instrutor resu-miu em poucas palavras as atividadesde seu departamento. O serviço ali évariado e rigoroso. Só se aceitamcooperadores interessados na desco-berta da felicidade de servir. Todos secomprometem a calar toda espécie dereclamação. Além dos colaboradoresativos, Aniceto tinha um quadro suple-mentar de auxiliares, com cinquentalugares para aprendizes, com três va-gas no momento. Pessoas das maisdiferentes profissões formavam o qua-dro de aprendizes e cada uma era apro-veitada na sua especialidade própria(Cap. 2, pp. 16 a 19)

3. Centro de Mensageiros -Tobias conduziu André Luiz até oCentro de Mensageiros, na Comuni-cação. Ele ficou deslumbrado com asérie de majestosos edifícios quecompunham a sede da instituição.Parecia-lhe que encontrava algumasuniversidades reunidas, tal a enormeextensão deles. Pátios amplos, arvo-redos, jardins... O Centro é muitovasto e ali estavam apenas a admi-nistração central e alguns pavilhõesdestinados ao ensino e à preparaçãoem geral. O Centro prepara entida-des para que se transformem em car-tas vivas de socorro e auxílio aos quesofrem no Umbral, na Crosta e nasTrevas. O serviço é cópia de outrosque se vêm fazendo nas mais diver-sas cidades espirituais dos planos su-

periores. Ali preparam-se numerososcompanheiros para a difusão de es-peranças e consolos, instruções eavisos, nos diversos setores da evo-lução planetária. Organizam-se tur-mas compactas de aprendizes para areencarnação. Médiuns edoutrinadores saem dali às centenas,anualmente. Tarefeiros do confortoespiritual encaminham-se para os cír-culos carnais, em quantidade consi-derável, habilitados pelo Centro deMensageiros. Mas são muito raros osque triunfam. Alguns conseguemexecução parcial da tarefa, outrosmuitos fracassam de todo. O serviçolegítimo não é fantasia; é esforço semo qual a obra não pode aparecer nemprevalecer. (Cap. 3, pp. 21 e 22)

4. O caso Vicente - Os aspectosdo maravilhoso átrio impressiona-vam pela beleza. Flores até entãodesconhecidas adornavam colunatas,espalhando cores vivas e deliciosoperfume. Foi então que André ficouconhecendo Vicente, ex-médico nasesferas carnais. Era o primeiro cole-ga de profissão, recém-chegado dasesferas da Crosta, de quem se apro-ximava de modo direto. Semblantemuito calmo, olhar inteligente e lú-cido, Vicente irradiava carinho e bon-dade, sensatez e compreensão. Suahistória tinha alguma semelhançacom a de André Luiz. De famíliaabastada, formado aos vinte e cincoanos, desposou Rosalinda, por quemnutria grande afeição. A felicidade nolar não tinha limites. Em pouco tem-po, dois filhos chegaram paraampliá-la. Vicente consagrara-se àpesquisa laboratorial e Rosalinda,além de esposa, era sua primeira emelhor colaboradora. Dez anos apóso casamento, Eleutério, advogado,solteiro, irmão de Vicente um poucomais velho, passou a frequentar suacasa. A mulher modificou-se porcompleto. Ela e Eleutério apaixona-ram-se um pelo outro e deliberaramque Vicente deveria morrer, para dei-xar-lhes o caminho livre. Um vírusintroduzido pela sua própria esposa

MARCELO BORELA DEOLIVEIRA

[email protected] Londrina

Estudando a série André Luiz

Os MensageirosAndré Luiz

(1ª Parte)numa minúscula espinha nasal, jáferida, foi a causa da infecção que olevou à morte. Rosalinda e Eleutérioherdaram grande fortuna e viviam naTerra, aparentemente felizes. (Cap.3 e 4, pp. 24 a 30)

Frases e apontamentosimportantes

1. Forçoso é reconhecer que océrebro é o aparelho da razão e queo homem desencarnado, pela sim-ples circunstância da morte física,não penetrou os domínios angélicos,permanecendo diante da própriaconsciência, lutando por iluminar oraciocínio e preparando-se para acontinuidade do aperfeiçoamentonoutro campo vibratório. (Emmanu-el, prefácio, pág. 7)

2. Ninguém pode trair as leisevolutivas. (Emmanuel, prefácio,pág. 7)

3. A morte física não é salto dodesequilíbrio, é passo da evolução,simplesmente. (Emmanuel, prefácio,pág. 8)

4. O que nos leva a grafar esteprefácio não é a conclusão filosófi-ca, mas a necessidade de evidenciara santa oportunidade de trabalho doleitor amigo, nos dias que correm.Felizes os que buscarem na revela-ção nova o lugar de serviço que lhescompete, na Terra, consoante a Von-tade de Deus. (Emmanuel, prefácio,pp. 8 e 9)

5. O Espiritismo cristão não ofe-rece ao homem tão-somente o cam-po de pesquisa e consulta, mas, mui-to mais que isso, revela a oficina derenovação, onde cada consciência deaprendiz deve procurar sua justaintegração com a vida mais alta, peloesforço interior, pela disciplina de simesma, pelo auto-aperfeiçoamento.(Emmanuel, prefácio, pág. 9)

6. Não falta concurso divino aotrabalhador de boa vontade. E quemobservar o nobre serviço de umAniceto, reconhecerá que não é fácilprestar assistência espiritual aos ho-mens. (Emmanuel, prefácio, pág. 9)(Continua na pág. 12 desta edição.)

O IMORTALPÁGINA 6 SETEMBRO/2010

O IMORTAL na internetAlém de circular com seu formato impresso, o jornal O

Imortal pode ser visto também na internet, bastando para issoacessar o site www.oconsolador.com, em cuja página inicialhá um link que permite o acesso do leitor às últimas ediçõesdo jornal, sem custo algum.

Para contactar a Redação do jornal, o interessado deve uti-lizar este e-mail: [email protected].

Trabalhar na divulgação doEspiritismo de forma coerente eética, além de buscar o aprimora-mento numa das áreas mais im-portantes para o trato com o pú-blico leigo, esse o objetivo doevento. Representantes de 15 Uni-ões Regionais Espíritas (UREs) doParaná, além de colegas dos Esta-dos do Rio Grande do Sul e SãoPaulo, tiveram a oportunidade dedebater o universo de gêneros emodalidades de comunicação du-rante o VII Encontro Estadual deComunicação Social Espírita.

O evento foi promovido pelaFederação Espírita do Paraná(FEP), cuja sede fica localizada naárea central de Curitiba, mesmolocal onde as atividades foram re-alizadas. Cerca de 50 pessoas de23 municípios estiveram presen-tes no encontro que se realizou nosdias 14 e 15 de agosto. A coorde-nação foi feita por Merhy Seba(foto), responsável pela área deComunicação Social Espírita dasComissões Regionais do Conse-lho Federativo Nacional.

O encontro teve início no sába-do (dia 14) pela manhã quando foifeita uma apresentação da FEP atodos os participantes. A aberturacontou com a presença de MariaHelena Marcon; do primeiro-vicepresidente da FEP, Luiz Henriqueda Silva; do segundo vice-presiden-te da FEP, Daniel Dallagnol, e docoordenador Merhy Seba.

Merhy Seba falou sobre osurgimento da comunicação, emespecial a comunicação socialcristã, lembrada por ele como a “a

Encontro reúne espíritas queatuam na comunicação

comunicação com base em Jesus”.“Como Jesus se comunicava? Aspalavras dele foram muito impor-tantes, mas seus exemplos foramainda mais. Temos que nos basearem Jesus porque ele estabeleciauma verdadeira intimidade com aspessoas. A comunicação é uma viade mão dupla que precisa ser exer-citada”, disse o confrade.

O coordenador lembrou que oapóstolo Paulo já realizava a comu-nicação cristã quando escrevia suascartas, as famosas epístolas. Segun-do ele, as 14 epístolas de Paulo fo-ram verdadeiras formas de comu-nicação. “Paulo talvez tenha sidoum dos primeiros comunicadoresdo cristianismo. As atitudes públi-cas de Pedro também nos revelamuma verdadeira prática da comuni-cação social. Não estamos inventan-do nada, só estamos falando da basecristã”, reforçou em seguida.

Ainda no sábado, Merhy Sebafalou sobre o surgimento dos pri-meiros impressos além de outrosmeios de comunicação por meio daarte, como a poesia e o teatro. Tam-bém foram abordados temas liga-dos à publicidade, assim comoconceitos e ideias para a produçãode anúncios, cartazes entre outros,como as próprias redes sociais quetêm sido bastante utilizadas atual-mente pela internet (blogs, sites derelacionamentos etc.).

Durante o período da tarde uma

oficina dividiu os participantes emcinco grupos compostos por dezpessoas cada, em que cada equipeelaborou e esquematizou a divulga-ção de um evento espírita. Os tra-balhos, compostos por cartazes,releases, outdoors, mala-direta, en-tre outros, foram apresentados a to-dos os demais participantes, que pu-deram manifestar opiniões e trocade experiências para cada grupo.

No último dia do encontro osparticipantes receberam instruçõessobre a “construção de relaciona-mentos com a mídia”, quando fo-ram abordadas questões relativasaos veículos de comunicação lei-gos e a melhor forma de ligar comeles no momento da divulgação dealgum material espírita. Represen-tantes de cada URE também apre-sentaram os periódicos de comu-nicação elaborados em cada umade suas regiões, compartilhandoassim as experiências de cada re-alidade geográfica e social.

As atividades foram encerra-das no domingo (15 de agosto)após o almoço. De acordo comMaria Helena Marcon, a ideia doencontro é de fortalecer aindamais os contatos entre os traba-lhadores da área da comunicaçãopara que a doutrina seja levadapara o público leigo de formacada vez mais clara, além de for-talecer a interação entre as UREsem todo o Estado.

FERNANDA BORGES [email protected]

De Londrina

O VII Encontro Estadual de Comunicação Social Espírita promovido pela FEP reuniu representantes de 15 UREs,além de trabalhadores do Rio Grande do Sul e São Paulo

Merhy Seba coordenou o Encontro Vista parcial do público presente

O IMORTALSETEMBRO/2010 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Cesare Lombroso

Nascido no dia 6 de novembrode 1835, de uma abastada famíliade Verona, Lombroso formou-seem Medicina na Universidade dePavia em 1858. Um ano depois degraduar-se, obteve o diploma decirurgia em Gênova. Aprimorouseus conhecimentos em Viena eem Pádua, onde aperfeiçoou seusconhecimentos, alinhando-se como pensamento positivista.

Aos vinte anos, demonstrousua linha de interesses com um es-tudo sobre a loucura. Lombroso jádelineava os assuntos que iriamtorná-lo famoso: o contraste entreo gênio do homem e as teorias so-bre a natureza degenerativa. Comooficial-médico escreveu em 1859“Memória sobre as Feridas e asAmputações por Armas de Fogo”,ainda hoje considerado um traba-lho original. A seguir foi atraído,na Calábria, pelos problemas an-tropológicos e étnicos da região.Suas observações desenvolveram-se num curso que iniciou em Pavia,no ano de 1862. Ele passou, en-tão, a analisar as possíveis influ-ências do meio sobre a mente,ideias que num primeiro momen-to alcançaram sucesso e, depois,desconfiança. Iniciou um curso depsiquiatria e no ano seguinte trans-formou-o em curso de “Clínica dasdoenças mentais e de antropolo-gia”. Suas frequentes visitas aohospital de doentes mentais, ondeassistia gratuitamente os pacien-tes, permitiram-lhe aprofundar oestudo das relações entre gênio eneurose. “As ideias dos maiorespensadores arrebentam de impro-viso, desenrolam-se involuntaria-

mente como os atos compulsivosdos maníacos”, escreveu. No Con-gresso Internacional de Antropolo-gia realizado em Milão, várias críti-cas foram levantadas contra a posi-ção de Lombroso, mas foi reconhe-cido seu pioneirismo no tratamentodos doentes mentais: abrandamentoracional do tratamento, introduçãode trabalho manual, conversaçõescom gente de fora, diversões coleti-vas, diários escritos e impressos pe-los próprios pacientes. Era um mé-todo novo, hoje usualmente empre-gado pela psicoterapia.

Em 1864, Lombroso ficou co-nhecido pelo livro “Gênio e Loucu-ra”. Psiquiatra e diretor do manicô-mio de Pádua nos anos de 1871 a1876, coletou dados suficientes parasuas teorias. Do exame de centenasde doentes mentais e criminosos,chegou ele à conclusão de que o cri-minoso é formado por alguma ten-dência básica inerente ao seu desti-no, e que as “sementes de uma na-tureza criminal” podem ser muitasvezes identificadas na criança. Acre-ditava, ainda, que o meio social, ali-ado às influências astrais, preparas-se para a ação criminosa indivíduoscuja natureza fosse antissocial. Asideias defendidas por Lombrosoacerca do “criminoso nato” preco-nizavam que, pela análise de deter-minadas características somáticas,seria possível antever aqueles indi-víduos que se voltariam para o cri-me.

Muitas outras mudanças benéfi-cas adotadas por legisladores crimi-nais de todo o mundo derivaram dosestudos iniciados pioneiramente porLombroso. Sua principal ideia foiparcialmente inspirada pelos estudosgenéticos e evolutivos do final doséculo, quando propôs que certoscriminosos têm evidências físicas deum atavismo (reaparição de carac-terísticas que foram apresentadas so-mente em ascendentes distantes) de

tipo hereditário, remanescente deestágios mais primitivos da evolu-ção humana.

Essas anomalias, denominadasde estigmas por Lombroso, poderi-am ser expressadas em termos deformas anormais ou dimensões docrânio e mandíbula, assimetrias naface etc., mas também de outras par-tes do corpo. Posteriormente, essasassociações foram consideradas in-consistentes ou completamenteinexistentes, e as teorias baseadasna causa ambiental da criminalidadese tornaram dominantes.

Em 1882, em seu opúsculo “Es-tudo sobre o Hipnotismo”, ele ridi-cularizava as manifestações espíri-tas, mas, convidado pelo prof.Morselli a estudar melhor o assun-to, participou de sessões com a mé-dium Eusápia Paladino, convencen-do-se da veracidade incontestáveldos fatos. Durante muitos anos, ne-gou os fenômenos psíquicos e espi-

rituais como charlatanice e creduli-dade simplória.

Em 15 de julho de 1891 foipublicada uma carta onde declarousua rendição aos fatos espiritas.“Estou – disse ele – muito enver-gonhado e desgostoso por havercombatido com tanta persistência apossibilidade dos fatos chamadosespiríticos; digo fatos, porque con-tinuo ainda contrário à teoria. Masos fatos existem, e deles me orgu-lho de ser escravo.”

Quando foi a Moscou, em 1897,como participante do CongressoPsiquiátrico, conheceu Tolstoi, quesabia muito bem das suas ideiasacerca do gênio e da loucura.

Tornou-se depois um defensordo Espiritismo na Itália de seu tem-po, como o fizeram várias correntesdo movimento positivista da época.

Sempre fiel ao método experi-mental, legou aos espíritas um ex-celente acervo de esclarecimentos

sobre a mediunidade e o vastocampo fenomenológico. Homemprofundamente honesto, defendeua veracidade do Espiritismo até asua morte, noticiada com destaqueem todo mundo, no dia 19 de ou-tubro de 1909.

Era o final da missão, que noseu caso, iniciada pelo avesso, daposição de ridículo para a de de-fensor sincero, haveria de fortale-cer o movimento espírita pela suaprópria inclusão em meio a seuspesquisadores e defensores.

Deus tem muitos caminhospara os homens. Para Lombroso,o caminho foi refazer o próprio ca-minho, ou seja, sedimentar aquiloque ele, por desconhecimento darealidade, agredira, ao formularconceitos equivocados sobre o Es-piritismo, retratando-se intima-mente e depois publicamente, pormeio do imenso trabalho que rea-lizou.

Linguagem do amor, que é Deus

Conta uma história que uma me-nina, aos 14 anos de idade, fora aco-metida por uma doença oftalmológicaque redundou numa deficiência visualem ambas as vistas. Enquanto aindaenxergava, sua paixão era a pintura emtela. De fato, pintava muito bem.

Para evitar traumatismo psico-lógico, seus pais resolveram mudarpara uma cidade distante e desco-nhecida, que era um verdadeiro ce-leiro de grandes e renomados artis-tas, e aonde era, de praxe, todo fi-nal de ano, realizar um concursoincluindo várias modalidades de ar-tes. Ela, humildemente, se inscre-veu na categoria pintura.

No dia da proclamação do re-sultado, o anfiteatro estava com sua

PEDRO DE ALMEIDA [email protected]

De Campo Grande, MS

capacidade máxima. A curiosidadepreponderava dentre os concorrentesde sempre. Para surpresa geral, ao se-rem anunciados e exibidos os 3 qua-dros vencedores, depois de acirradadisputa, o nome do autor daquele quese consagrou em primeiro lugar eratotalmente desconhecido.

Causou espanto, ao constataremque se tratava de uma deficiente vi-sual. A notícia soou forte dose de sus-peitas de irregularidade, no tocante àseriedade do julgamento. Constatadaa veracidade do fato, os responsáveispelo concurso, para se resguardaremdas imprevisíveis consequências, reu-niram-se e, por unanimidade, adicio-naram uma cláusula de última hora,para que fossem comprovadas a ve-racidade do autor da obra e a serie-dade dos julgadores.

O vencedor da obra classificadaem primeiro lugar deveria pintar um

quadro na frente da banca julgadora.Imediatamente foram providencia-dos pincéis e tela.

O presidente da comissãojulgadora disse àquela menina: – Você tem 5 minutos para pintar oque você quiser.

Ela lhe perguntou: – Qual o san-to de sua devoção?

Resposta: – Sagrado Coração deJesus.

Em alguns minutos, um lindoquadro com a imagem desse Santoestava pintado. A plateia emociona-da murmurava, enquanto o respon-sável, admirado, lhe pergunta:

– Menina, como você pôde fa-zer isso?

Ela respondeu: – A Mamãe Na-tureza permite que os “deficientesfísicos” laborem através de múlti-plos sentidos e pela linguagem doAmor, que é Deus.

“A dinâmica da vida atual exige estudo e dedicação, empenho e amplitudepara compreender melhor os momentos pelos quais estamos passando”

Marcelo Henrique Pereira(foto), gestor administrativo da As-sociação Brasileira de Divulgado-res do Espiritismo – ABRADE epresidente da ADE de SantaCatarina, nos relata sua trajetória eanalisa o momento atual de divul-gação do Espiritismo. Fala-nos daestrutura e projetos da ABRADE,bem como esta pode auxiliar asCasas Espíritas a melhor executa-rem a comunicação social espírita.

– Marcelo Henrique, comose tornou espírita?

Em 1981, ao não ter respostassatisfatórias do padre da igreja deSanto Antônio, que frequentava eonde colaborava, acerca de per-guntas sobre a imortalidade, asantíssima trindade, a virgindadede Maria e a mediunidade.

– Desde quando e em quaisatividades atua no Centro Espí-rita?

Desde 1981, quando iniciei afrequência ao Centro Espírita Te-reza de Jesus, em São José (SC),logo me vinculando às atividadesde estudo doutrinário (ESDE) e dejuventude espírita, além de profe-rir minha primeira palestra em1983, aos treze anos de idade.

– Quais as característicasque procura imprimir em suasexposições doutrinárias?

A atuação do expositor deve dis-tanciar-se, ao máximo, da condiçãode “dono da verdade” ou de “únicoe maior especialista da matéria”.

Não estamos em púlpitos ou cátedraspara “ensinar” aos outros o que elesdesconhecem. Muito pelo contrário.Escolho, muitas vezes, assuntos ti-dos como polêmicos, mas que pre-cisam da adequada contextualizaçãoconforme os princípios e noções es-píritas. Costumo dizer que toda equalquer matéria tem condição de seranalisada sob o viés espírita, não nosentido de que “o Espiritismo tenhatodas as respostas para as dúvidashumanas”, mas como indicativo paraque o indivíduo, no desabrochar desuas potencialidades, encontre seucaminho, pela via do raciocínio ló-gico, da interpretação conforme suasvivências e aprendizados.

– Com sua longa experiênciaem diversas entidades espíritas,há alguma vivência que gostariade relatar-nos?

As melhores experiências quetive no passado – trabalho como edu-cador espírita durante mais de duasdécadas, com adolescentes e jovens– foram gratificantes no sentido defornecer a eles os fundamentos lógi-co-racionais da doutrina espírita, semimposições, sem dogmas, sem ver-dades pré-estabelecidas. Vivencia-mos um momento importante, des-de meados da década de 80, quandoo mundo vivia a paulatina abertura,a democratização das sociedades, aquebra de tabus e a possibilidade dedebates responsáveis sobre questõesaté então encaradas como impossí-veis de serem abordadas com matu-ridade, equilíbrio e bom senso, comoaquelas afetas aos relacionamentoshumanos e à sexualidade. Depois,veio o engajamento dos espíritas nosmovimentos sociais, já no final dadécada de 90 e por toda a primeiradécada deste século, com a

maturação dos ideais de participaçãodos espíritas e suas instituições nadefinição das políticas públicas e nodebate sério, no campo das ideolo-gias, sobre assuntos de interesse co-letivo, nas áreas da saúde, educação,assistência e promoção social, polí-tica e direitos humanos. Somos mui-to felizes por termos participado des-tes momentos e, de certo modo, ter-mos colaborado com iniciativas quehoje vicejam. No presente, emboranão mais vinculado a atividades comadolescentes e jovens (educação es-pírita), acompanhamos com certaapreensão a redução destes movi-mentos e a (praticamente) evasão dosjovens que têm procurado movimen-tos mais “liberais”, fora do cenário“taciturno” e “circunspecto” dos cen-tros espíritas, que, ainda hoje, dãopouco espaço para os potenciais cri-ativos e dinâmicos da juventude,afastando estes seres do convíviocom as atividades espíritas, infeliz-mente. No campo da comunicação,devo relatar a riqueza de experiênci-as na edição de um periódico espíri-ta impresso, a Revista Espírita HAR-MONIA, que se iniciou em junho de1987 e que, portanto, está comple-tando 23 anos de existência, sendo operiódico mais antigo em circulaçãopermanente no Estado de SantaCatarina.

– Fale-nos da sua motivaçãopara ter se envolvido com a divul-gação espírita.

Motivação completa, total ediuturna. Entendo que a divulgaçãoespírita agiganta-se quando conver-tida em comunicação social espíri-ta, permitindo a interação, por meiode diferentes mídias e espaços, compessoas e coletividades. Na comu-nicação, não há o intuito proselitista

de angariar adeptos ou convencer osoutros acerca de “nossas verdades”,mas o espaço importante para ainteração, o aprendizado recíproco,a perspectiva do crescimento indi-vidual a partir da análise das ideias,argumentos e vivências externadaspelo nosso interlocutor.

– O que é, quais os objetivos ea forma de atuação da ABRADE?

A ABRADE não é uma entidadeque congrega indivíduos (pessoasfísicas) como associados, como é omodelo tradicional das instituiçõesespíritas. Encampa instituições, istoé, pessoas jurídicas, na forma de as-sociações de divulgadores (munici-pais, regionais ou estaduais), chama-das ADEs, e entidades congêneres,que tenham dentro do rol de seusobjetivos e atividades as prerrogati-vas de divulgar e/ou comunicar oEspiritismo. Contudo, na execuçãode suas ações cotidianas, vale-se,sim, de pessoas, colaboradores quese encontram nos mais diferentesEstados brasileiros, a grande maio-ria vinculada às entidades filiadas àABRADE, mas, também, pessoasque não guardam qualquer relaçãocom as ADEs ou congêneres. Refe-ridos companheiros se vinculam aprojetos que a ABRADE desenvol-ve, sempre no sentido de dar amplapublicidade e propiciar o acesso detodos os interessados às iniciativas eatividades capitaneadas pela nossaAssociação. A principal ferramentapara referidos projetos e ações é ainternet, seja por meio da página(www.abrade.com.br) – que chama-mos de “Portal da Comunicação So-cial Espírita”, quanto pelas inúme-ras listas de discussão e dissemina-ção da informação que a ABRADEmantém nas plataformas dos Grupos

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ANTONIO AUGUSTONASCIMENTO

[email protected] Santo Ângelo, RS

(www.grupos.com.br) e Yahoo(www.yahoogrupos.com.br), atual-mente em número de quinze, con-forme a natureza, objetivo e alcancedas mesmas.

– Como surgiu a ABRADE ecomo ela está estruturada?

A ABRADE é uma associaçãocivil, espírita, de caráter cultural,sem fins lucrativos. Guarda afinida-de de propósitos com a antiga As-sociação Brasileira de Jornalistas eEscritores Espíritas (ABRAJEE),fundada em 1976, e que congregouaté o final da década de 80 inúme-ros jornalistas e escritores espíritas,destacando-se os saudososDeolindo Amorim e José Hercula-no Pires, entre muitos outros expo-entes. Temos como missão “promo-ver e aprimorar a comunicação so-cial espírita, fazendo interagir asideias espíritas na sociedade de for-ma ética, fraterna e parceira, con-tribuindo para a transformação mo-ral da humanidade, a promoção dafelicidade do ser humano e o equi-líbrio da natureza”. Sua estrutura éenxuta e moderna, adotando, ao in-

vés do modelo presidencialistacentralizador, uma concepção deColegiado, com cinco membros efe-tivos, dos quais três têm funçõesexecutivas (assessoria administrati-va, assessoria financeira e coorde-nação do colegiado), sendo suasdecisões tomadas por maioria sim-ples, de modo horizontal. Além dis-so, existe um órgão superior, de ca-ráter orientativo e deliberativo,cognominado de Conselho Nacio-nal de Divulgadores do Espiritismo(CNDE), que congrega os represen-tantes de cada uma das filiadas e quedisciplina diretrizes e orientaçõesgerais, bem como homologa as ati-vidades desenvolvidas peloColegiado.

– Como a ABRADE pode au-xiliar as instituições espíritas nasua qualificação para melhor exe-cutarem a comunicação social es-pírita?

No mais amplo espectro possí-vel, uma vez que nossa entidadecongrega companheiros que são es-pecialistas em diferentes mídias eatividades voltadas à comunicaçãosocial espírita. No entanto, aABRADE só pode atuar quandoefetivamente solicitada, cabendo aointeressado nos contatar expondosuas necessidades e objetivos e/ouproblemas e dificuldades, para quepossamos colocá-lo em contato di-reto com um de nossos colaborado-res-especialistas, para que os resul-tados positivos e efetivos possamser alcançados no menor lapso detempo possível.

– Como avalia o interessecrescente pela temática espírita,em especial no cinema e na tele-visão?

Como uma decorrência naturaldo processo evolutivo das consci-ências individuais e do conjunto deseres que ora estagiam no PlanoTerrestre. A (re) encarnação de cri-aturas mais comprometidas comideais espirituais e com planos es-pecíficos de reajustamento e cons-trução espiritual no planeta ende-reça-as à busca de informaçõesmais precisas sobre a vida espiri-tual, já que, estando sob a condi-ção física, as noções espirituais dasexistências sucessivas não se en-contram no consciente do ser.Como o interesse é a mola propul-sora ou, no dizer de Kardec, o mó-vel das ações humanas, é naturalque as indústrias cinematográficae de entretenimento (televisão eoutras mídias) produzam materialque tem mercado e consumidoresinteressados e ávidos pelas “novi-dades”.

Mas um número significativodas pessoas que procuram pelas in-formações espirituais – atraídos,em grande parte, pelas películas enovelas espiritualistas ou com re-latos de fatos ou temas genuina-mente espíritas – permanece inte-ressado e acaba se vinculando aatividades e instituições espíritas,fazendo progredir estudos e apren-dizados neste diapasão. Cabe aosdirigentes espíritas aproveitar o“momento” em que a Doutrina Es-pírita é divulgada (ainda que, sobo aspecto técnico ou formal, se per-cebam, aqui e ali, algumas, diga-mos, “impropriedades” doutrinári-as), para explicar a dinâmica dasLeis Espirituais, os fundamentos eprincípios da Doutrina Espírita e,principalmente, através de eventosespecíficos (sugerimos, principal-mente, a exibição por meio de

DVD dos filmes ou capítulos denovelas e o sequencial debate comestudiosos pré-selecionados, com arecomendada participação do pú-blico na forma de questionamentosou observações, para que se possaaproveitar o rico material que, cadavez mais, está ao dispor de todos,por meios mais acessíveis e em di-ferentes mídias, para a adequaçãodo discurso “artístico” (filmes/no-velas) ao pensamento genuinamen-te kardeciano.

– Quais os desafios e as opor-tunidades dos novos paradigmasda sociedade atual como a facili-tação das relações virtuais?

Muitos desafios. A dinâmica davida atual exige estudo e dedica-ção, empenho e amplitude paracompreender melhor os momentospelos quais estamos passando. Écerto que uma gama de Espíritosinteressados em progredir mais ra-pidamente tem retornado à Terra,facilitando a disseminação de con-ceitos e elementos deespiritualidade, embora, nesta ver-dadeira “salada de frutas” dos diasatuais, com toda a gama de diver-sidade de entendimentos, seja ne-cessário algum filtro. Nós temos onosso, que é o edifício kardeciano,o conjunto de princípios/funda-mentos legados pelo mestre lionês,num trabalho hercúleo e pratica-mente solitário (sob o viés físico),contando, é claro, com médiuns in-termediários e inteligênciasdesencanadas que propiciaram odescortino de diversas informa-ções, até então inacessíveis. Quan-do se menciona a “facilitação dasrelações virtuais” devemos atentarpara dois contextos: um, o da apro-ximação entre os seres, em face da

facilidade dos (novos) meios e ins-trumentos de comunicação, redu-zindo as distâncias entre as pesso-as; outro, o da artificialização dasrelações, quando as pessoas seocultam por detrás dos e-mails ou“nicks”, com praticamente nenhumcontato físico ou presencial. Noprimeiro espectro, vemos comoimportantíssima a interação propi-ciada por meio das ferramentas vir-tuais, possibilitando a realização detarefas e/ou a celeridade dos resul-tados, antes impossíveis ouinimagináveis. No segundo, vemoscom preocupação a substituiçãodos afetos e das convivências porexperiências ou contextos virtuais,que distanciam as pessoas do mun-do real e, em muitas vezes, provo-cam o aparecimento de dificulda-des ou enfermidades, peculiaresaos novos tempos.

– Como a internet tem auxili-ado na divulgação espírita? O queainda pode ser explorado?

Os especialistas da ABRADEnesta área são praticamente unâni-mes em apontar uma relativa timi-dez dos espíritas no uso da internet.Exceto em função do e-mail en-quanto ferramenta de divulgação deações, iniciativas ou eventos espíri-tas, sobretudo no sentido de que aspessoas possam saber do que estáacontecendo e, assim, programar-separa participar, circunstância quetem gerado bons resultados e dimi-nuído os custos de veiculação dasatividades, as instituições espíritasainda concebem os sites (webpages)como se fossem meros endereços deconsulta, principalmente para a co-leta/uso de mensagens ou textos decaráter doutrinário. Por isto aABRADE tem procurado dissemi-

nar o conceito de “Portal da Co-municação Social Espírita” expres-so em seu site e nos demais, per-tencentes a entidades espíritas,para que eles sejam, em verdade,portas de entrada em que o indiví-duo possa interagir, dinamicamen-te, recebendo respostas rápidas edialogando, constantemente, comos responsáveis/colaboradorespara o atendimento de suas neces-sidades. Também pretendemos quenosso endereço seja um dinâmicobanco de dados, com projetos e ini-ciativas que possam ser copiadospelas instituições, desenvolvendo-se ações espíritas nos mais diver-sos cantos de nosso país, aprovei-tando as experiências bem-sucedi-das e as orientações que esperamosestejam disponíveis para acessopúblico, a partir, é claro, da pró-pria disponibilização, por parte dosdivulgadores/comunicadores, quecedem à ABRADE seus materiaise textos para download.

– Suas palavras finais.Agradecemos a inigualável

oportunidade dada por este perió-dico para a difusão das ideias co-municativas e divulgacionais denossa ABRADE, tendo em vista arespeitabilidade deste órgão emnosso meio/movimento espírita e oseu alcance no Brasil. Esperamos,ainda, que as ideias expostas nes-tes diálogos possam atrair novosinteressados na difusão do conhe-cimento espírita, para que possamosformalizar parcerias ou desenvol-vermos atividades/projetos conjun-tos, os quais têm como destinatárioo ser, o Espírito que retorna ao vasofísico com o objetivo de ser feliz,de melhorar-se e, com isso, aprimo-rar o mundo em que vive.

Marcelo Henrique Pereira

Entrevista: Marcelo Henrique Pereira

O IMORTALPÁGINA 10 SETEMBRO/2010

Esta é uma estratégia do medo:distanciar-nos do melhor de nós mes-mos, encerrando o esplendor da trans-parência humana. “Aonde tens que iré só a ti”, conta o poeta Jimenez. En-

tão, de forma sensível e única, permi-tir-se imaginar e transbordar, dar-se econfiar na idade da luz a nos esperarno final da sombra, quando integrare-mos um nível de consciência (ética eamorosa) mais ampla e profunda.

Assim, o desabrochar evolutivoconfirma que, como aprendizes davida, o imperativo é a aventura do ca-

construção e, como ressonância,nem sempre estamos no melhor denós mesmos, pois não somos per-feitos e em nós (ainda) há as facetasdo absurdo.

Cumprir nosso destino, mas cien-te de que ele comporta atos e preces,ação e contemplação... Para não abrirmão da saúde e da plenitude, agir de

Como explicar a existênciadas crianças prodígios?

(Conclusão do artigo da pág. 16.)

Como encaixar na nova teoriade Superinteressante, ou melhor,na “Hipótese do Adestramento”,o fato citado por Allan Kardec, noJornal de Estudos Psicológicos(Revista Espírita), de fevereiro de1867, da precocidade de EugénieColombe, noticiado pelos jornaisde Toulon. A menina, então comdois anos e onze meses, já sabialer e escrever perfeitamente; alémdisso, encontrava-se em condi-ções de sustentar o mais sério exa-me sobre os princípios da religiãocristã, sobre a gramática france-sa, a geografia, a história da Fran-ça e as quatro operações da arit-mética.

Aquele a quem chamavam odeus da música, Beethoven, jáse distinguia aos dez anos por

seu notável talento

Eugénie Colombe conhecia arosa dos ventos e sustentava per-feitamente uma discussão cientí-fica sobre todos esses assuntos.Ela começou a falar muito distin-tamente com quatro meses de ida-de. Apresentada nos salões da pre-feitura marítima de Toulon,Eugénie Colombe, dotada de umsemblante encantador, obteve umsucesso “admirável”. Quanto àgeografia, a menina citou as cin-co partes do mundo, as capitaisdos países que encerram e váriascapitais dos Departamentos daFrança. Também respondeu per-feitamente sobre as primeiras no-ções de gramática francesa e o sis-tema métrico. A menina deu todasessas respostas sem a menor hesi-tação, divertindo-se com os brin-quedos que tinha em mãos. Suamãe disse, então, que ela sabia ler

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desde os dois anos e meio e garantiuser a menina capaz de responder domesmo modo a mais de quinhentasperguntas.

Na história da música, vamosencontrar uma série de crianças pro-dígios, denominadas superdotadas.Além de Mozart, Gabriel Delanne,no livro A Reencarnação, relacionauma série delas.

Eis alguns casos mencionadospelo mencionado escritor francês:

Aquele a quem chamavam odeus da música, Beethoven, já sedistinguia aos dez anos por seu no-tável talento de executante. E, nou-tro gênero, a precocidade do grandeviolinista Paganini foi tal que, aosnove anos, já o aplaudiam num con-certo, em Gênova.

Aos seis anos, Meyerbeer pos-suía bastante talento para dar con-certos muito apreciados. Liszt, ma-ravilhoso virtuose desde a mais ten-ra infância, escreveu, aos quatorzeanos, uma ópera em um ato, “D.Sancho” ou o “Castelo de Amor”.Rubinstein, trazido da Rússia paraParis aos onze anos, excitou a ad-miração universal, pela beleza de seutoque de piano.

Sarasate, aos onze anos, mostra-va já as qualidades de pureza desom e de estilo, que fizeram dele omaior violinista de sua época.Saint-Saëns, virtuose precoce, aosonze anos dava seu primeiro con-certo de piano, e tinha apenasdezesseis quando fez executar suaprimeira sinfonia.

Gabriel Delanne diz também queteve o prazer de ver, em um Con-gresso de Psicologia no ano de 1900,o jovem Pepito Ariola, que aos trêsanos e meio de idade tocava e im-provisava árias variadas. O profes-sor Charles Richet, cognominado oPai da Metapsíquica, publicou sobreesse caso um estudo, no qual disseque Ariola tocou, diante do rei e darainha da Espanha, seis composições

EUGÊNIA PICKINA [email protected]

De Londrina

GERSON SIMÕES MONTEIRO [email protected]

Do Rio de Janeiro

minho para tornar-se o que se é. Logo,dar escuta a voz interior e procurar seraté que possamos fazê-lo vasta e to-talmente... Não seria esse o desejo docoração?

Não ter vergonha de um mo-mento de fraqueza, perdoar-se, por-que os equívocos compõem grandeparte de nossa humanidade em

transmitirem aos filhos a heredi-tariedade física, como a cor dosolhos e dos cabelos, a forma e adimensão de certas partes do ros-to ou do corpo. Ainda na mesmaquestão, os Benfeitores disseramque um pai obtuso, isto é, igno-rante, pode ter um filho inteligen-te e vice-versa, do que há diver-sos exemplos na história dos po-vos.

O quebra-cabeça que os cien-tistas têm que mostrar está incom-pleto. Eles jamais compreenderãoo papel do DNA enquanto não co-locarem o Espírito e o perispíritonesse contexto. Continuarão, por-tanto, procurando nos efeitos a ex-plicação para tudo, como se fôsse-mos apenas uma máquina orgâni-ca.

É, pois, de admirar que umarevista, qual a Superinteressante,que é vista como uma publicaçãode feição de cunho científico, pu-blique reportagem repleta de“achismos”, um tanto irônica, des-cartando sumariamente a tese dareencarnação, já amplamente es-tudada por renomados cientistasde diversas universidades e cen-tros de pesquisa, como o médicopsiquiatra Jim Tucker, que vemdando continuidade às pesquisassobre o assunto realizadas pelorenomado pesquisador IanStevenson, recentementedesencarnado, autor do livro Vin-te Casos Sugestivos de Reencar-nação.

Nota do Autor:Veja por meio deste link - http:/

/ w w w . y o u t u b e . c o m /watch?v=jeGkIzjxODY&NR=1 -o que o médico psiquiatra e pes-quisador norte-americano JimTucker disse sobre o tema reencar-nação à Rede Globo de Televisãono programa Fantástico exibido nodia 8/8/2010.

Amo os astros, o mar, o firmamento,Amo as nuvens, as árvores e as flores,

O rumor das cascatas e do vento,A graça da mulher com seus primores.

Amo os filhos de todos os países,Amo os seres de toda a Criação,

Amo as raças de todos os matizes,E a todos, por igual, estendo a mão.

Amo a vida com suas alegrias,Suas angústias e contradições,

O transcorrer das horas e dos dias,Com seu legado imenso de lições.

O amor que existe em mim,como o infinito,

Não separa nações e nem bandeiras,Quero que rompa o eco do meu grito

Os limites de todas as fronteiras.

Emissário da paz e da harmonia,Menestrel da justiça e da igualdade,Serei sempre um cantor da liberdadeCujo primado há de se impor um dia.

Nesse dia de festa e de belezaTodos os homens se unirão na Terra,

Abençoando a vida e a natureza,E maldizendo para sempre a guerra.

Nesse dia de luz e de ternuraA humanidade sorrirá, feliz,

Com a proscrição de bombas e fuzis,Que semeavam morte e desventura.

Contemplarei, ditoso, onde estiverO mundo renovado do futuro,

Em que o homem se sinta mais seguroE mais ditosa sinta-se a mulher.

Então em versos cantarei de novo,Ao ver o livro e o pão nas

mãos do povo,Sem distinção de classes ou de cor.

Porque todos, unidos pelo afeto,Palmilharemos o caminho reto,

Na exaltação universal do amor!

Cançãodo amoruniversalJOSÉ SOARES CARDOSO

acordo com a bússola da alma, e acei-tando os próprios limites - a imagemda escada, uma vez que evoluímossegundo o Sopro da Vida que habitano núcleo aceso da nossa existênciaque passa...

Ainda. Por mais pesada que seja arotina, rígida muitas vezes por encar-gos e tarefas insossas, sempre haveráocasiões em que seremos tocados poralguém ou por algum evento inespe-rado e, desse modo, convidados a nostransformar positivamente, pois o ca-minho é caminhar, como sugere o po-eta Antônio Machado.

de sua criação, sem conhecer as no-tas, nem saber ler ou escrever.

O Espírito troca de roupagematravés das reencarnações

sucessivas, mas não perde jamaiso conhecimento adquirido

Observa-se, pois, que a origemdas faculdades extraordinárias doindivíduo, sem estudo prévio, é umatributo do Espírito que guarda lem-branças do passado. Isso ocorre emrazão do progresso anterior adquiri-do nos campos da pintura, da litera-tura, da poesia e em outros ramosda arte e da ciência.

Mas, os conhecimentos para aaptidão e a sensibilidade musical,como nos casos de Mozart e dosoutros gênios anteriormente citados,de onde viriam? A resposta é sim-ples, pelo que já comentamos. OEspírito troca de roupagem físicaatravés das reencarnações sucessi-vas, mas sua individualidade imor-tal não perde jamais o conhecimen-to intelecto-moral adquirido ao lon-go de suas experiências, no curso desua evolução espiritual, até conquis-tar a condição de puro Espírito, amesma obtida pelo Cristo.

Sobre o assunto, a Doutrina Es-pírita, como filosofia espiritualista,prova, com evidências, irrecusáveis,que a inteligência é independente doorganismo, por ser um atributo doEspírito, uma vez que o alto grau daatividade intelectual pode mostrar-se entre aqueles cuja idade não atin-giu a maturidade física plena, comonos vários exemplos que menciona-mos.

Na questão 203 de O Livro dosEspíritos, os Benfeitores Espiritu-ais, em resposta a Allan Kardec, es-clareceram que os pais não trans-mitem aos filhos parcelas de suasalmas, pois a alma é indivisível.Apenas lhes dão a vida animal, ouseja, os recursos genéticos, ao

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Estado do ParanáCambé – Todas as quartas-feiras, às20h30, o Centro Espírita Allan Kar-dec promove em sua sede, na RuaPará, 292, um ciclo de palestras. Eisos palestrantes convidados para omês de setembro: dia 1º, Gilson LuizRibeiro, de Londrina: dia 8, Gilber-to F. Coutinho, de Londrina; dia 15,Ivone Csucsuly, de Maringá; dia 22,Leda Negrini, de Londrina: e dia 29,Júpiter Villoz da Silveira, de Lon-drina.

Curitiba – Realizou-se no dia 8de agosto, a partir das 15h, naCasa Espírita Boa Vontade, naRua Tenente Max Wolf Filho, 223- Água Verde, o seminário “O Es-tudo da Doutrina Espírita e a Ju-ventude”. O evento foi promovi-do pela equipe do Departamentode Infância e Juventude (DIJ) enele foram abordados os seguin-tes itens: forma de estudar asobras básicas na juventude; comotornar as aulas mais envolventese transmitir aos jovens a impor-tância do estudo e sua aplicabili-dade em seu dia-a-dia e como uti-lizar dinâmicas com os jovens.– Realizou-se nos dias 14 e 15 deagosto, em Curitiba, o VII EncontroEstadual de Comunicação SocialEspírita, promovido pela FEP. (Leiasobre o evento a reportagempublicada na pág. 6 da presente edi-ção.)– Um seminário sobre o tema “Pau-lo e Estêvão” foi realizado no dia 29de agosto, das 9h às 12h, pelo con-frade Haroldo Dutra Dias, no Teatroda Federação Espírita do Paraná(Alameda Cabral, 300).– No dia 5 de setembro, às 10h, noTeatro da FEP, o CEPE promovepalestra sobre o tema “O Caminhopara a Reforma Íntima”. A entrada éfranca.– Um seminário com o tema “Reen-carnação - o elo perdido”, coorde-nado por Carlos Augusto, será mi-nistrado no dia 11 de setembro, das15h às 18h. O evento acontece noCentro Espírita Abibe Isfer (Alame-da Cabral, 300 – Centro) e serãoabordados aspectos como a conexãoentre a Justiça Divina e a razão hu-mana, além da lógica dos fenôme-nos sociais.

Palestras, seminários e outros eventosLondrina – Prossegue na Casa Espí-rita Anita Borela, no Conjunto Parigotde Souza III, o curso de esperanto mi-nistrado pelo professor e esperantistaLeonardo Cassanho Forster. As aulasestão sendo realizadas aos sábados,das 18h30 às 19h30. Não há cobrançade taxa de inscrição.– O programa radiofônico Além da Vida,produzido por confrades espíritas da re-gião e transmitido pela Rádio Londrina– AM 560 kHz aos domingos, no horá-rio de 8h30 às 9h30, pode ser ouvidoagora também pela internet, no endere-ço www.radiolondrina.com.br.– O Centro Espírita Maria de Nazaré(Rua Girassol, 411 – Vila Ricardo)promoveu no mês de agosto um cursode passe ministrado por Cleide de Sou-za e Silva. As aulas aconteceram nosdias 8 e 15 de agosto, às 16 horas.– A Editora Leopoldo Machado, deLondrina, e a Solidum Editora, de Bar-ra Bonita (SP), firmaram no final dejulho deste ano uma parceria, medi-ante a qual os livros editados pela“Leopoldo Machado” passaram a sercomercializados, a partir de 21 deagosto de 2010, pela Solidum Edito-ra, situada na Rua Antonio BeneditoDi Muzzio, 787 – Recanto Regina –Barra Bonita - SP. O mesmo ocorrerácom a futura reedição das obraspublicadas pela “Leopoldo Machado”que, a partir do acordo, não mais atu-ará no mercado editorial. Em face dis-so, todo e qualquer contato relaciona-do com a Editora Leopoldo Machadodeverá ser feito a partir de agora porintermédio da Solidum Editora, quetem em sua direção o conhecido con-frade Roosevelt Andolphato Tiago emantém na internet o seguinte site:www.solidumeditora.com.br

– O Departamento Doutrinário – Se-tor de Cursos e Eventos do CentroEspírita Nosso Lar (Rua SantaCatarina, 429) promove em setembroum curso de Atendimento Fraterno. Asaulas serão ministradas por Ilza Braga

às segundas-feiras (dias 6, 13, 20 e27), sempre às 20 horas. As inscriçõesjá podem ser feitas na Livraria do Nos-so Lar (foto).– Realiza-se no dia 5 de setembro, às17h, na residência do casal Ivanira eHélio, mais uma reunião do Círculode Leitura “Anita Borela de Oliveira”.A obra em estudo é o Evangelho deMateus.

Arapongas – Um seminário com otema: “Relações Interpessoais na CasaEspírita” acontece no dia 26 de setem-bro na Casa Espírita A Caminho daLuz (Rua Curruíra, 415). O eventoserá coordenado por Maria da GraçaRozetti e acontece das 9 às 13h. Se-rão abordados aspectos como: facili-tar ao colaborador Espírita convivercom as diferenças e reconhecê-las; es-timular o afeto e a integração do gru-po para um melhor desenvolvimentodas tarefas na Casa Espírita.

Castro – O Centro Espírita Jesus Pe-rante a Cristandade promove nos dias25 e 26 de setembro o 1.500º Encon-tro Fraterno Auta de Souza, com otema central “A vida no Mundo Espi-ritual”. O evento debaterá temascomo: 100 anos de Chico Xavier, de-pressão e suicídio; obsessão na infân-cia; relacionamento conjugal, entreoutros. O Centro Espírita Jesus Peran-te a Cristandade fica na Rua NossaSenhora do Carmo, 99 (Centro). Maisinformações pelo telefone (42) 3232-1865.

Cornélio Procópio – Realizou-se emagosto o Mês Espírita da cidade, even-to promovido pela 5ª URE – UniãoRegional Espírita, órgão da FEP. Oevento teve por local o Centro Espíri-ta Estrela da Caridade, situado na RuaColombo, 1.064, com todas as pales-tras realizadas aos sábados, à noite.

Jacarezinho – Realizou-se em agos-to a XXXI Jornada Espírita de Jaca-rezinho. O evento foi composto depalestras realizadas aos sábados à noi-te, no Centro Espírita João Batista(Rua Marechal Deodoro, 701).

Maringá – A equipe do DIJ da 7ªURE promove no próximo dia 11 desetembro um estudo com o tema“Doutrina Espírita e a Juventude”. O

evento acontece na Associação Espí-rita de Maringá (Avenida Paissandu,1.156 – Vila Operária) , das 14h às18h. Mais informações com a 7ªURE.

Matinhos – Um seminário com otema “O Estudo da Doutrina Espíritae a Juventude” está marcado paraacontecer no dia 25 de setembro. Oevento é uma promoção do DIJ da 1ªURE e acontece na Associação Espí-rita de Matinhos (Rua do Sossego,237), das 15h às 19h. Serão aborda-dos aspectos como: de que forma es-tudar as Obras Básicas na Juventude;como tornar as aulas maisenvolventes, de forma a se transmitirao jovem a importância do estudo esua aplicabilidade em seu dia-a-dia ecomo utilizar dinâmicas com os jo-vens.

Ponta Grossa – A Federação Espíri-ta do Paraná (FEP) por meio da 2ªURE promoveu no dia 21 de agostoo seminário sobre “A Saúde das Re-lações Familiares”. O evento foi mi-nistrado por Marcelo Garcia Kölling,coordenador do Estudo da DoutrinaEspírita da FEP, e Márcio da CruzSantos, Assessor de GestãoPatrimonial da FEP. O seminário re-alizou-se no Centro Espírita Obrei-ros do Evangelho (Rua Sérvulo dosSantos, 40) e abordou os seguintes as-pectos: o relacionamento interpessoalcomo ponto de partida para a conquis-ta da autonomia e felicidade; comoestruturamos o nosso tempo socialpara saciar nossas necessidades psi-cológicas; relação social eautoconhecimento; competência einteligência interpessoal; formas gra-tificantes de estruturar nosso tempoe viver uma vida saudável; aquisiçãode autonomia (espontaneidade, cons-ciência e intimidade) e exemplos derelacionamentos saudáveis com Je-sus.

Umuarama – Um seminário com otema “Pais e evangelização - desafiosde urgência”, promovido pela equipedo Departamento de Infância e Juven-tude (DIJ), está programado paraacontecer no dia 11 de setembro. Oevento acontece no Centro EspíritaAllan Kardec (Rua Bahia, 4.368), das14h às 18h e terá como aspectos

abordados a formação do lar e mis-são dos pais, educação à luz da Dou-trina Espírita, o apoio indispensáveldos pais na tarefa da evangelização,a ação conjunta da família e Insti-tuição Espírita.

Outras regiões do PaísBrasília – A Federação EspíritaBrasileira (FEB) participou da 1ªMarcha Cívica em Defesa da Vida– Contra a Legalização do Aborto– que se realizou no dia 15 deagosto, na Esplanada dos Minis-térios em Brasília. O objetivo daMarcha é sensibilizar os parla-mentares para que não seja alte-rada a legislação vigente sobre oaborto. Mais informações:www.caminhosluz.com.br/.

São Paulo – Realizou-se nesta ca-pital no dia 29 de agosto mais umCurso de Formação de Educadoresda Infância, que reuniu cerca de 70pessoas (foto). O evento foi realiza-do pelo Departamento de EducaçãoEspírita da Infância, da União dasSociedades Espíritas do Estado deSão Paulo, e dele participaram edu-cadores das cidades de Americana,Botucatu, Caçapava, CachoeiraPaulista, Guarulhos, Itupeva, Mogidas Cruzes, São Paulo e Sorocaba.O local foi o Centro Espírita GabrielFerreira.

Guarajuba – Realiza-se de 4 a 7 desetembro o III Encontro Fraternocom Divaldo Franco. O Encontro,que se realiza anualmente, acontecenas dependências do Hotel Vila GaléMarés, na praia de Guarajuba/BA.Nele, os participantes terão seis en-contros com o conhecido confrade,que abordará seis diferentes temas.O 6º módulo, com a temática ANova Sociedade do Futuro, seráapresentado no dia 7, quando o En-contro será também encerrado.

Educadores e educandos no cursopromovido pela USE.

Estudando a série André LuizOs Mensageiros

André Luiz(Conclusão do texto publicado na pág. 5.)

7. Para recebê-la, é indispen-sável lavar o vaso do coração parareceber a “água viva”, abandonarenvoltórios inferiores, para vestiros “trajes nupciais” da luz eterna.(Emmanuel, prefácio, pág. 9)

8. Se procuras a luz espiritual,se a animalidade já te cansou ocoração, lembra-te de que, em Es-piritualismo, a investigação con-duzirá sempre ao Infinito, tanto noque se refere ao campoinfinitesimal, como à esfera dosastros distantes, e que só a trans-formação de ti mesmo, à luz daEspiritualidade Superior, te facul-tará acesso às fontes da Vida Di-vina. (Emmanuel, prefácio, pp. 9e 10)

9. As mensagens edificantes doAlém não se destinam apenas àexpressão emocional, mas, acimade tudo, ao teu senso de filho deDeus, para que faças o inventáriode tuas próprias realizações e teintegres, de fato, na responsabili-dade de viver diante do Senhor.(Emmanuel, prefácio, pág. 10)

10. Todos nós somos portado-res da planta do Cristo, na terra do

coração. (...) Quando crescemospara o Senhor, seus ensinos crescemigualmente aos nossos olhos. Vamosfazer o bem, meu caro! Encha seucálice com o bálsamo do amor divi-no. (Narcisa, cap. 1, pág. 14)

11. Quando os mensageiros seesquecem do espírito missionárioe da dedicação aos semelhantes,costumam transformar-se em ins-trumentos inúteis. (...) Assimacontece com as faculdades psí-quicas e com os grandes conhe-cimentos. A expressão mediúni-ca pode ser riquíssima; entretan-to, se o dono não consegue olharalém dos interesses próprios, fra-cassará fatalmente na tarefa quelhe foi conferida. (Tobias, cap. 3,pág. 23)

12. Todo trabalho construtivotem as batalhas que lhe dizem res-peito. São muito escassos os servi-

EUGÊNIA PICKINA [email protected]

De Londrina

dores que toleram as dificuldadese reveses das linhas de frente. Es-magadora percentagem permane-ce a distância do fogo forte. Tra-balhadores sem conta recuamquando a tarefa abre oportunida-des mais valiosas. (Tobias, cap. 3,pág. 23)

13. Nossa visão, na Terra, cos-tuma viciar-se no círculo dos cul-tos externos, na atividade religi-osa. Cremos, por lá, resolver to-dos os problemas pela atitude su-plicante. Entretanto, a genuflexãonão soluciona questões funda-mentais do espírito, nem a meraadoração à Divindade constitui amáxima edificação. (...) É impres-cindível considerar que a manu-tenção e limpeza do vaso, pararecolhê-las, é dever que nos as-siste. (Tobias, cap. 3, pág. 23) (Marcelo Borela de Oliveira.)

O IMORTALPÁGINA 12 SETEMBRO/2010

ELSA [email protected]

De Londres (Reino Unido)

As coisas se passam tão rapida-mente e, quando nos damos conta,o trabalho maior programado pelaEspiritualidade concretiza-se atravésdas mãos abençoadas de algumaspessoas que veem o futuro da divul-gação espírita como elo de felicida-de futura para a Humanidade.

Que alegria!Nossos corações choram de fe-

licidade por mais esta conquista etemos certeza de que você, também,querido leitor, acompanha com ocoração em júbilo esse acontecimen-to que será, sem dúvida, um fatomarcante nesta terra tão distante donosso amado Brasil, a nossa queri-

da Inglaterra, que compõe, com ou-tras nações, o Reino Unido.

É assim que, com lágrimas nosolhos, devido à emoção em que nosencontramos, lhe passamos, pormeio deste jornal, a informação quedá título a esta crônica.

Não escolhemos datas; a Univer-sidade as escolheu por nós e no-las ce-deu. Só podemos realmente agradeceressa conquista, que não é nossa, massim dos Benfeitores e de nosso queri-do Chico. Agradecemos também aquia Else Vieira, que abriu as portas daUniversidade para que o MovimentoEspírita do Reino Unido pudesse rea-lizar este evento de luz que é a exibi-ção do programa Pinga-Fogo na TV.

Promovido pela BUSS (BritishUnion of Spiritist Societies), comapoio do Setor de Português da

School of Languages, Linguisticsand Film do Queen Mary, Universityof London, através do professor Else

Crônicas de Além-Mar

Pinga-Fogo na tela do cinema em Londres

ELSA ROSSI, escritora e pa-lestrante espírita brasileira radicadaem Londres, é 2ª Secretária doConselho Espírita Internacional,diretora do Departamento de Uni-ficação para os Países da Europa,organismo do Conselho EspíritaInternacional, e atual presidente daBritish Union of Spiritist Societies(BUSS).

Vieira, estará acontecendo nos dias3 e 4 de setembro a mostra do filmeproduzido pelo confrade OceanoVieira de Melo, da DVD Versátil,que reproduz o conhecido programa,que tornou Chico Xavier uma figu-ra conhecida em todo o Brasil.

Pinga-Fogo, programa da TVTupi, Canal 4 de São Paulo, foi emsi um marco no jornalismo brasilei-ro e um recordista de audiência natelevisão brasileira. Nele, o entrevis-tado Chico Xavier respondeu às per-guntas de jornalistas diversos, comoSaulo Gomes, Reali Jr., Helle Alves,Herculano Pires, Vicente Leporacee Durval Monteiro, entre outros.

O DVD que contém o filme Pinga-Fogo (foto) contém entrevistas que le-varam a milhões de pessoas de todas asclasses sociais e culturais os ensinamen-tos de Chico Xavier sobre o porquê davida, quem somos, para onde vamosapós a morte, dentre outros temas.

Outra vida

Eu sei que já vivi em outras plagasE, infelizmente, não fazendo o bem,

Porque me vêm certas lembranças vagas,Revendo cenas que tristezas têm.

Decerto, provoquei horas aziagas,Que a mim trouxeram grande mal também

E me feriram tanto, como adagas,Cujas recordações não me convêm.

Hoje, certo, eu estou modificadoPor ter no Evangelho meditado

E em Jesus procurado me espelhar...

Pelas lições que o Evangelho traz,A gente pode, então, ficar em paz

Se as más ações não mais as praticar.

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

As exibições em Londres, quenão têm fins comerciais, têm comoúnico objetivo o estudo e a reflexãosobre esses ensinamentos e sobre adestacada pessoa de Chico Xavier.

As reservas estão sendo feitasgratuitamente, por e-mail, pelaBritish Union of Spiritist Societies,dando, assim, oportunidade a quemuitos possam estar presentes nes-ses momentos iluminativos que oprograma com certeza proporciona-rá a todos.

O IMORTALSETEMBRO/2010 PÁGINA 13

“Os Espíritos podem conhecernossos mais secretos pensamen-

tos? – Frequentemente, elesconhecem aquilo que quereríeisocultar a vós mesmos; nem atos,

nem pensamentos podem lhesser dissimulados.

... Quando vos credes bemocultos, tendes, frequentemente,uma multidão de Espíritos, ao

vosso lado, que vos veem.”(Questão 457 de “O Livro dos

Espíritos”)

Uma jovem senhora contou-nos

que há muitos anos, quando seu fi-lho, na época único, com cerca dequatro anos de idade, ela, solteira,morava em Mato Grosso. Sua vidaestava sofrida demais segundo o queela pensava. Era a única que traba-lhava em casa, seus irmãos usavamdrogas e consumiam com tudo o queela conseguia para a casa.

Começou a não suportar mais.Ideias de suicídio começaram a virà sua cabeça. Pensou em levar o fi-lho para o pai dele cuidar e depoisdaria um jeito de acabar com a vida.

Essas ideias estavam se tornan-do fortes à medida que a repetiçãodos fatos dolorosos, para os quaisela não via solução, a martirizavam.Estava pensando nisso e estenden-

do a roupa no varal, que dava paraa rua. Uma senhora passou, olhoupara ela e continuou andando. De-pois parou e voltou até onde elaestava.

– Minha filha, você não devefazer o que você está pensando.Isso só vai te fazer sofrer mais. Euvi o que está acontecendo comvocê, não ia falar nada, mas mesenti obrigada a vir até você e tedizer para tirar essas ideias da ca-beça. Vá até a nossa igreja hoje,que faremos orações para você.

Deu-lhe o endereço e partiu.Ela foi até lá, fizeram orações e elase sentiu libertada daquelas ideiasque a dominavam. Um irmão quese comunicou na igreja e foi ori-

entado era o responsável pelos seuspensamentos.

Com referência a isso, na ques-tão 459 de “O Livro dos Espíritos”,quando Allan Kardec pergunta seeles influem sobre os nossos pen-samentos, os Espíritos respondemque, a esse respeito, sua influênciaé maior do que acreditamos. Fre-quentemente são eles que nos diri-gem.

Aí nós vemos a tentativa doamor de vencer, porque aquela se-nhora que passou ali era médiumvidente e, a despeito de não seradepta do Espiritismo, soube aju-dar essa jovem senhora que, hoje,morando aqui no Paraná, casada,tem um filho de 3 anos e está coma vida muito mais calma do queoutrora.

É difícil distinguir quando opensamento não é nosso. Os Espí-

Socorro precisoJANE MARTINS VILELA

[email protected] Cambé

ritos, na questão 461, dizem quequando um pensamento é sugeri-do é como uma voz que fala. Ospensamentos próprios são, em ge-ral, aqueles do primeiro momen-to. Para eles o que importa é o nos-so livre-arbítrio, mas, conhecendoesse tipo de situação, compete-noslembrar ainda uma vez mais aque-la frase lapidar de Jesus: “Vigiai eorai para não cairdes em tentação.”

Vigilância e oração. Prestaratenção em nossos pensamentos,palavras, atitudes. Ver se estamoscom a consciência correta.

Se estivermos, estaremos empaz.

Cuidados com nossos pensa-mentos, cuidados com nossas pa-lavras e ações. Nunca é demaisrecordar.

Caminhemos com Kardec eJesus – sempre é bom lembrar.

Histórias quenos ensinam

Neste mês estará sendo lança-do o filme baseado no livro “Nos-so Lar”, escrito pelo EspíritoAndré Luiz, através da mediuni-dade de Chico Xavier. Para nossameditação, deixaremos aquiregistradas algumas frases queconsideramos muito profundas, eque se encontram na obra referi-da. Não mencionaremos a perso-nagem que a ditou, pois conside-ramos a obra um somatório de in-formações que espiritualizamaqueles que a leem.

Seguem as frases:“Toda caridade, para ser divi-

na, precisa apoiar-se na fraterni-dade.”

“Quando o Pai nos convoca adeterminado lugar, é que lá nosaguarda alguma tarefa.”

“Desde que nossos pensamen-tos visem à prática do bem, nãoserá difícil identificar as sugestõesdivinas.”

“Todos nós encontramos nocaminho os frutos do bem ou domal que semeamos.”

“Os países que agridem outrospaíses convertem-se, naturalmen-te, em núcleos de centralização

JOSÉ ANTÔNIOV. DE PAULA

[email protected] Cambé

das forças do mal.” (Uma referên-cia às guerras e suas consequên-cias.)

“Os agrupamentos espirituaisda vida nobre movimentam-se emauxílio dos agredidos.”

“Classificamos o medo comodos piores inimigos da criatura,por alojar-se na cidadela da alma,atacando as forças mais profun-das.”

“Todos devemos estar prontospara o sacrifício individual, masnão podemos entregar nossa mo-rada aos malfeitores.”

“Não basta ao homem a inte-ligência apurada, é-lhe necessárioiluminar raciocínios para a vidaeterna.”

“No planeta, o problema doambiente é sempre fatorponderável no caminho de cadahomem. Cada criatura viverá da-quilo que cultiva. Quem se ofere-ce diariamente à tristeza, nela semovimentará; quem enaltece aenfermidade, sofrer-lhe-á o dano.”

“Às vezes, a Providência se-para os corações, temporariamen-te, para que aprendamos o amordivino.”

“Só é verdadeiramente livrequem aprende a obedecer.”

“Cada um de nós chegará aolocal para onde esteja dirigindo ospróprios passos.”

Felicidade por decreto

Projeto de lei de iniciativa dosenador Cristovam Buarque, da-tado de maio último, propõe quepasse a constar na ConstituiçãoFederal o “direito à busca da feli-cidade”. Basicamente consistiriaem autorizar todo cidadão brasi-leiro a reivindicar do Estado oacesso a satisfatórias condiçõesde educação, saúde, trabalho, mo-radia, lazer, segurança e outrosbenefícios sociais.

A ideia não constitui propria-mente novidade uma vez que ou-tros países já possuem na legisla-ção algo semelhante. O pouco fa-lado Butão, país asiático, até criouuma metodologia para medir onível de felicidade da população.Trata-se do FIB ou Felicidade In-terna Bruta, à semelhança do PIBou Produto Interno Bruto que é asomatória de todas as riquezasproduzidas no país. Felicidadebruta deve ser interessante!

A princípio, a ideia pode pa-recer muito boa, mas acreditamosque o projeto é uma utopia fada-da a “morrer na casca”, como sediz. Pode estar revestida das me-lhores intenções, mas não possuinenhuma aplicabilidade prática. Émais uma lei que não vingará. Emesmo que pudesse alcançar al-gum sucesso, contém uma gran-de distorção de conceito.

Aristóteles afirmava que feli-cidade atinge-se pelo exercício davirtude e não da posse. Da mes-

mentou 50% e as famílias comcomputador subiram de zero para70%, mas os índices de felicida-de não se alteraram.

Os nigerianos com 1400 dó-lares se dizem mais felizes do queos japoneses com toda sua tecno-logia e 25 vezes mais renda. Já emBangladesh há duas vezes maisfelicidade do que entre os russosque são quatro vezes mais ricos eos afegãos apresentam elevadograu de felicidade, especialmen-te nas áreas controladas peloTalibã, arcaico e repressivo.

Mais uma vez a Veja (14/04/04) relacionava o otimismo e agenerosidade como fatores bási-cos para o sentimento de felici-dade. Como se vê, tudo dependedo que entendemos por felicida-de. Tem gente que pensaencontrá-la na sexualidade des-regrada, no uso de psicotrópicos,no corpo malhado, na fama. Aquestão 922 de “O Livro dos Es-píritos” esclarece que “a medidada felicidade se faz pela posse donecessário, consciência pura e féno futuro”. E, na 917, que “o ego-ísmo é a causa da infelicidade eraiz de todos os vícios”. As pes-quisas chegaram à mesma con-clusão dos Espíritos porque oti-mismo é possuir fé no futuro egenerosidade é ausência de ego-ísmo.

Encerramos com duas frasesinteressantes: “Somente a felici-dade que se divide é a que se mul-tiplica” e a outra diz que “Quemenxuga lágrimas alheias não temtempo de chorar”.

WILSON [email protected]

De Curitiba

ma forma, conta-se que outro sábiogrego, Sócrates, gostava de fre-quentar o mercado públicoateniense e, quando indagado sobreo que fazia por ali, dizia que gosta-va de olhar quanta coisa existia deque ele não precisava para ser fe-liz.

Há um dito popular de que di-nheiro não compra felicidade, masmanda buscar. Não podemos negarque boas condições sociais como aslistadas pelo senador Cristovamcontribuam para o bem-estar geraldo indivíduo, mas felicidade é algoque vem de dentro para fora e ja-mais o contrário, principalmentepor meio de decreto. O economistaholandês Paul Frijters explica:“Não é um bom casamento ou boasaúde que torna alguém feliz, masser feliz é que faz com que umapessoa tenha casamento harmonio-so e boa saúde”.

Várias pesquisas, algumas cu-riosas, demonstram com clarezaque recursos materiais não são si-nônimos de felicidade. Por exem-plo, na revista Veja de 10 de outu-bro de 2004 assinala que os 400mais ricos dos USA não eram maisfelizes do que os de classe média.Segundo o levantamento, a felici-dade não está relacionada direta-mente com dinheiro ou inteligên-cia. Em geral, casados vivem me-lhor do que solteiros e religiosos doque os não praticantes.

Na mesma revista, edição de 24/03/10, informa-se que nos últimos35 anos o PIB per capita america-no cresceu de 17 mil para 27 mildólares, o tamanho das casas au-

O IMORTALPÁGINA 14 SETEMBRO/2010

Deus escreve certopor linhas certas!

Mateus caminhava por um lindobosque que existia nas imediações dobairro onde morava.

Era sábado, dia em que não tinhaaula. Pela força do hábito, acordoubem cedinho e sentiu vontade de ca-minhar. Então, tomou café e saiu.

Andando pelo bosque, Mateusaspirava o ar puro e olhava para o céu,que avistava no meio das grandes ár-vores.

Os pássaros cantavam, e, vez poroutra, ele via um animalzinho cruzar-lhe o caminho e fugir no meio da ve-getação. Um grande sapo coaxou àsmargens de um regato.

De repente, Mateus viu umaarapuca, isto é, uma armadilha paraapanhar pássaros, onde uma pobreave, cansada de lutar e quase desfa-lecendo, se debatia tentando fugir.

Penalizado, o menino ajoelhou-see, com todo cuidado, soltou aavezinha.

Nisso, Mateus percebeu que, emsentido contrário, vinha um garotomais ou menos da sua idade. Chega-ra a tempo de ver o que Mateus fize-

Meu Amiguinho!Diante das dificuldades da vida,

sejam elas quais forem, confie emDeus e procure fazer o melhor.

Nossas ações sempre terão con-sequências, positivas ou negativas.

Quando agimos certo, além denos sentirmos bem e em pazconosco e com o mundo, influen-ciamos outras pessoas que estejamao nosso redor, mostrando umexemplo positivo. Geramos bem-estar e despertamos no outro o de-sejo de fazer o mesmo.

Quando agimos de forma erra-da, vamos colher dificuldades, mal-estar e toda sorte de consequênci-as más.

Aqueles que também costu-mam agir mal se aproximam denós, atraídos pelo nosso compor-tamento. Assim, o nosso exemplose torna ruim, negativo.

Muitas vezes, porém, a pessoatem uma atitude reprovável em vir-tude da necessidade e também daignorância de que o que faz não écorreto.

É aí que Deus se aproveita dealguma situação, para fazer aqueleque errou refletir sobre o que fez.

A Lei Divina, que é perfeita, sónos considera responsáveis pelos

Coragem de mudarra, e estava furioso.

— Quem lhe mandou mexer naminha arapuca?

— Desculpe-me. Fiquei com penado passarinho! — justificou-seMateus.

— Pois agora você vai ver o queeu faço com quem se mete comigo!

E, cheio de raiva, lançou-se so-bre Mateus que, menor e mais ma-gro, defendia-se como podia.

Após despejar sua agressividade,o garoto afastou-se, deixando Mateuscaído no chão:

— Isso é para você aprender a nãose meter nas minhas coisas.

Chorando de dor, Mateus levan-tou-se com dificuldade e retornoupara casa. Ao vê-lo, a mãe indagouassustada:

— O que houve, meu filho?...— Não é nada, mamãe. Soltei um

pássaro de uma arapuca e o dono fi-cou muito bravo comigo. Acha quefiz mal?

Fitando-o com carinho, a mãeenvolveu-o num abraço:

— Não, meu filho. Você agiu cer-

nossos atos, se tivermos consciên-cia de que ele está errado, como ogaroto da história, que coloca umaarmadilha para apanhar pássaros,pensando em levar comida paracasa.

Nesse caso, o garoto agiu pre-ocupado pela necessidade da famí-lia, que não tinha o que comer.Então, ele não tinha consciência deque estava agindo mal.

Quando ele errou? Ao bater nooutro menino que libertara o pás-saro.

Então, Deus, que é Pai, e amaa todos os seus filhos, aproveita asituação, para fazê-lo aprender, re-fletindo nos seus atos, e ao mesmotempo, ajudando-o, para que pos-sa se recuperar.

Assim é que, não raro, de umaatitude negativa podemos tirar con-sequências positivas.

Desse modo, meu amiguinho,mesmo que você tenha cometidoalguma ação negativa, não se sintaderrotado. Assuma o erro e procu-re corrigir o que fez, reparando odano que causou.

Entendeu? Você vai ver que nãoé tão difícil. Tirará um peso de seusombros e terá, como consequência,muita paz e bem-estar.

to. É uma covardia usar armadilhaspara apanhar bichinhos indefesos.

— Mas o menino disse que aarapuca era dele!

— Sim, Mateus, mas os seres vi-ventes são de Deus! Algum dia, essegaroto perceberá que agiu errado,quando tiver consciência de que de-vemos proteger os mais fracos. Ago-ra, tome banho e farei os curativos.Em seguida, iremos almoçar.

Uma semana depois, alguém ba-teu à porta e Mateus foi abrir.

Era o dono da arapuca!— Você?... O que deseja?Meio sem jeito, o garoto disse:— Apenas conversar.A mãe de Mateus aproximou-se,

ao ver o susto do filho, e ficou escu-tando o que diziam.

— A senhora deve ser a mãe dele,não é?

— Sim. Chamo-me Ana.— Eu sou Gustavo, dona Ana. Fui

eu que bati em seu filho na semanapassada. A senhora deve ter ficadomuito brava comigo. Peço desculpasao seu filho e à senhora.

— É claro que não gostei do quevocê fez. Porém, fiquei feliz com aatitude de Mateus, que defendeu umaave indefesa, soltando-a. Meu filhosofreu, mas sabia que estava fazendoa coisa certa.

Gustavo concordou com um ges-to de cabeça, depois explicou:

— Hoje, eu também penso assim.Naquele dia, quando cheguei emcasa e contei à minha mãe o que fi-zera, ela olhou-me muito séria e dis-se que eu procedi mal. Que, mesmopreocupado em levar mistura paracasa, de modo a melhorar nossa re-feição, não agi corretamente. E mi-nha mãe levou-me para ver um ni-nho, ali perto, onde o pai trazia ali-mento para os filhotes, que abriamos biquinhos para receber a alimen-tação.

Gustavo parou de falar por mo-mentos, depois prosseguiu:

— Eu nunca tinha parado parapensar nisso. Isto é, que em algumlugar filhotes poderiam ficar comfome porque eu matara o pai ou a mãedeles. Você pode me perdoar,Mateus?

— Claro!E, adiantando-se, deu um abraço

apertado em seu novo amigo.A mãe de Mateus, comovida, en-

tendendo a situação de pobreza da-quela família, dispôs-se a ajudar.

Com delicadeza, convidouGustavo para tomar lanche com elese, assim, conversaram durante horas.Desse modo, ela ficou sabendo que opai de Gustavo estava desemprega-do.

Na hora ela teve uma ideia e dis-se:

— Pois olhe que coincidência!Temos uma pequena confecção euma loja. Meu marido está procu-rando alguém para trabalhar na loja.Traga seu pai aqui amanhã,Gustavo.

— Meu pai ficará muito conten-te, dona Ana. Obrigado! Amanhã logocedo eu o trarei aqui!

O pai de Gustavo foi contratadopara trabalhar na loja, e a mãe comocostureira, para a confecção de rou-pas.

E aos poucos, tudo se foi ajeitan-do. Os meninos tornaram-se grandesamigos e Gustavo agradecia a Deuspor ter encontrado Mateus naqueledia.

De uma experiência negativa,quanto conhecimento e coisas posi-tivas surgiram! O que levavaGustavo a afirmar, lembrando-se doepisódio:

— Deus escreve certo por linhascertas!

Meimei

( Mensagem recebida por CéliaXavier de Camargo, em 9/08/2010.)

O IMORTALSETEMBRO/2010 PÁGINA 15

Educando a mediunidade

Em todos os tempos os homensse comunicaram com os Espíritos.Consultando a história da Humani-dade constatamos essa realidade.

As pitonisas mencionadas novelho Testamento, onde se registraa história de um povo, eram mé-diuns, por intermédio das quais osEspíritos se relacionavam com omundo material.

No Novo Testamento tambémencontramos fecundo material deinformações a respeito da mediuni-dade; no Evangelho de Mateus, cap.16, v. 17, deparamos com as seguin-tes referências de Jesus que nos con-vidam à meditação sobre o ensina-mento por Ele ministrado aos Seusdiscípulos: “Então Jesus lhes afir-mou (referindo-se a Pedro): Bem-aventurado és, Simão Barjonas, por-que não foi carne e sangue quem torevelou, mas meu Pai que está nocéu”. No v. 18 Ele continua: “Tam-bém eu te digo que tu és Pedro esobre esta pedra edificarei a minhaigreja, e as portas do hades não pre-valecerão contra ela”.

Entendemos com clareza que se

ÉDO [email protected]

De Matão

Interessante abertura

Em a Lei da Sociedade que cons-ta em O Livro dos Espíritos, AllanKardec tece valiosos comentáriossobre a importância do relaciona-mento social. Transcrevemos abai-xo um pequeno trecho:

“Nenhum homem possui todos osconhecimentos. Pelas relações sociaisé que se completam uns aos outrospara assegurar seu bem-estar e pro-gredir: é por isso que, tendo necessi-dade uns dos outros, são feitos paraviver em sociedade e não isolados”.

Nota-se que o codificador fazquestão de mostrar a relevância docontato social para o processo deevolução do ser humano.

Evoluímos no contato com o ou-tro e consequentemente observandoo outro. Óbvio: ao me aproximar dosemelhante eu tomo contato com asua realidade, sua maneira de ver avida e sua forma de agir em deter-minada situação. Tenho, portanto, apartir dessa aproximação, a oportu-nidade de refletir, verificar e anali-sar se a forma como eu trabalho em

determinada área do conhecimentohumano, por exemplo, é a mais ade-quada e se posso aprender com o ou-tro a qualificar minhas ações. Essaaproximação é um salutar intercâm-bio de informações que converge parao progresso coletivo.

Ciente da necessidade deinteração entre as pessoas e os gru-pos, o Departamento Doutrinário daUSE Intermunicipal Bauru recomen-da às Casas Espíritas de Bauru e re-gião “abrirem suas portas” para ummaior intercâmbio entre os gruposmediúnicos. Percebe-se, por exemplo,que muitas vezes dentro da própriaCasa Espírita o participante da reuniãomediúnica A – ou até mesmo o diri-gente desta reunião – não conhece oscomponentes de outro grupo e natu-ralmente a forma como eles trabalham,limitando-se apenas ao contato com ogrupo ao qual estão vinculados. Aideia é fazer uma interação maior en-tre os grupos abrindo espaço para aobservação, o estudo e, também, umamaior troca de ideias.

Ou seja, se sou dirigente oufrequentador do grupo A posso visitara reunião do grupo B e vice e versa,ou, ainda, se sou dirigente ou

frequentador de reunião de determi-nada Casa posso visitar a reuniãomediúnica realizada em outro cen-tro. O importante neste contexto é aobservação e a troca de informações,obviamente que obedecendo ao cri-tério da ordem e responsabilidadepara que a reunião não seja compro-metida.

Aliás, algumas Casas Espíritasjá realizam essa abertura com gran-de sucesso.

Entretanto, vale salientar queesta abertura não significa que “to-dos” terão acesso à reunião mediú-nica para a realização desse inter-câmbio, mas apenas aqueles que jáfrequentam ou dirigem uma reunião.É oportuno deixar isso claro, a fimde que não haja mal-entendido, en-fim, a abertura das reuniõesmediúnicas é apenas para aquelesque já participam ou atuam comoesclarecedores.

Fica, pois, a sugestão do Depar-tamento Doutrinário da USE Inter-municipal Bauru para que as CasasEspíritas reflitam na importânciadessa abertura e desse intercâmbioentre os diversos participantes dasreuniões mediúnicas.

WELLINGTON [email protected]

De Bauru, SP

não foi alguém de carne e sangueque se revelou a Pedro, só pode tersido um Espírito e que a pedra darevelação sobre a qual Jesusedificaria sua igreja é a mediunida-de, por intermédio da qual recebe-mos os ensinamentos necessários àevolução espiritual da Humanidade.

Assim sendo, não nos resta dú-vida de que a faculdade mediúnicaé o instrumento colocado por Deusentre os dois mundos, material e es-piritual, para que o progresso daquifosse inspirado e orientado pelosEspíritos instrutores mais elevadosdo mundo original que é o mundodos Espíritos.

No sentido expresso da palavra,médium quer dizer intermediário,agente, instrumento.

Ensina Kardec em Obras Póstu-mas, parágrafo 6º, item 34: “O flui-do espiritual é o agente de todos osfenômenos espíritas. (...) O desen-volvimento da faculdade mediúnicaprende-se à natureza mais ou menosexpansível do perispírito do médium.(...) Depende, portanto, de sua orga-nização e pode desenvolver-se quan-do existe, mas não será adquirida seo princípio não existir”.

Aprendemos, portanto, com Kar-dec, que todos somos mais ou me-

de não conseguir melhorar? Qual arazão de continuar com ideias estra-nhas? Por que não consigo deixar defrequentar certos ambientes de ondeme retiro em condições ainda maisamargas, mais infeliz ainda?

São preocupações de quem nãocompreendeu o que é ser médium.Julgam-se doentes quando a mediu-nidade não é doença. É sim uma es-pécie de sexto sentido a ser cultiva-do e educado para a prática do bem.Educá-lo consiste no conhecimentodos princípios da doutrina espírita ena renovação íntima.

Ao Centro Espírita cabe a tarefade ajudar o neófito, fazendo-o com-preender que antes do trato com en-tidades espirituais é necessário emuito mais importante aprender aviver bem com as pessoas com asquais priva através dos relaciona-mentos do dia-a-dia com quem con-vive e depois, então, sim, estará emcondições de se relacionar com osEspíritos desencarnados.

Desenvolver a mediunidade comproveito e sem sofrimento, só depoisde nos tornarmos verdadeiros cris-tãos, quando nosso esforço maiorestiver voltado para a edificação doReino de Deus no nosso coração.Para tanto é imprescindível a esco-lha por caminhar pela estrada estrei-

ta, esforços para a aquisição do bem,ter planos deliberados para umaexistência proveitosa, aplicaçãocom amor nas experimentações.Solidez nas convicções, vivênciaharmoniosa no conjunto dos com-panheiros de ideal espírita.

É nisso que consiste, segundoentendemos, a educação mediúnica.Sem essa elaboração introspectivaem estudar e amar fica difícil a com-panhia dos bons Espíritos, bondo-sos amigos nossos a nos assessorarnessa empreitada gloriosa de cres-cimento espiritual amando os seme-lhantes como amamos a nós própri-os. Enquanto isso não acontecer,enquanto permanecermos vincula-dos aos prazeres fáceis que o mun-do oferece aos desavisados, seremoseternos candidatos ao sofrimentopelos desequilíbrios psíquicos quetanto nos atormentam.

Tais desequilíbrios funcionamcomo chamamentos divinos a nosconvidar para participar dos cami-nhos traçados por Jesus e assim usu-fruirmos as benesses da alma paraas quais fomos criados.

Esforço e boa vontade são osingredientes necessários para essacaminhada gloriosa ao encontro dafelicidade tão sonhada por todosnós.

nos médiuns, mas, médiuns com fa-culdades para servir de intermediá-rio entre os dois mundos, só os quenascem com a organização espiritualpredisposta à expansão espiritual.

Estamos conscientes a respeitoda existência da faculdade e quemsão os médiuns. Estamos conscien-tes também de que existindo a me-diunidade ela deve ser educada parasua boa produção em favor da hu-manidade. Resta-nos agora estudar-mos sobre o uso dessa primorosa fer-ramenta que temos às mãos para otrabalho na seara do bem.

A mediunidade, portanto, nãodepende da evolução moral do mé-dium, como aprendemos com Kar-dec.

É assim que muitas pessoas pro-curam o Centro Espírita quando so-frem alguns distúrbios psíquicos, de-pois de percorrerem consultórios demédicos especializados e de psicó-logos, com o objetivo de se livraremdesses distúrbios, através do quechamam de desenvolvimento medi-único. Julgam que desenvolvendo amediunidade estarão resguardadosdo assédio dos Espíritos. Quandopercebem que o tal desenvolvimen-to não acontece de inopino e que nãoconseguem o alívio almejado, se in-terrogam desanimados: Qual a razão

Divaldo responde– Doutrina religiosa, sem

dogmas propriamente ditos,sem liturgia, sem símbolos, semsacerdócio organizado e semrituais, ao contrário de quasetodas as demais religiões, comoentender a prática ou adoção derituais no Centro Espírita?

Divaldo Franco: A presença dequaisquer práticas ritualísticas noCentro Espírita desfigura-lhe a con-

Extraído de entrevista publicada no jornal O Imortal de maio de2008.

dição de fidelidade à Doutrina.Sendo o Espiritismo a religião cós-mica do amor, não existem justifi-cativas para quaisquer comporta-mentos supersticiosos e vinculadosa outros credos, pois que proporci-ona a ligação da criatura com oCriador sem a necessidade de in-termediários humanos ou circuns-tanciais, de pessoas ou de ritos ex-travagantes e desnecessários.

Os leitores de todo o globo podem ler o jornal O Imortal pormeio da internet, sem custo nenhum e sem necessidade de cadastro,senha ou inscrição. Estão disponíveis na rede mundial de computado-res as edições de 2006 em diante.

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O IMORTALPÁGINA 16

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Lamentavelmente, a revistaSuperinteressante cometeu maisum equívoco. O primeiro foi comrelação à reportagem sob o títu-lo “Uma Investigação: ChicoXavier”, publicada na edição nº277 de abril de 2010, na qualChico Xavier foi taxado de im-postor, ao dizer que o médium,ao receber cartas dos parentesdesencarnados que se comunica-vam com seus familiares, man-dava seus assessores conversa-rem com as pessoas, anotando in-formações para dar-lhes autenti-cidade. É claro que, se tal fosseverdadeiro, Chico precisaria serum prodígio para ler rapidamen-te todas as informações, datas,nomes etc., e inseri-las no con-texto de cada mensagem, de cadaEspírito, mistificando sempre.Tal falta de ética jornalística,pelo conteúdo da matéria, de-monstra ausência total de inves-tigação com o objetivo de difa-mar a figura ímpar do médiummineiro.

O segundo ocorreu três me-ses depois, na matéria “Sucessoe fracasso”, do mês de julho de2010 (veja a capa), na qual aRevista revela-se anticientíficaao tentar explicar a causa dascrianças prodígios com argu-mentos totalmente sem funda-mento e sem base na ciência,conforme se lê no texto a seguir:

“É difícil se acostumar coma ideia de que nascemos todoscom as mesmas chances de bri-lhar. Principalmente quandoolhamos para aquelas pessoasque parecem ter habilidades so-

GERSON SIMÕESMONTEIRO

[email protected] Rio de Janeiro

SETEMBRO/2010

Como explicar a existência das crianças prodígios?Ao focalizar este tema, a revista Superinteressante volta a cometerum novo equívoco, com uma matéria repleta de achismos e ironias

brenaturais -aquelas que fa-zem você se lem-brar diariamentedas suas limita-ções: as criançasprodígios, porexemplo. A mai-or de todas ascrianças prodígi-os foi WolfgangAmadeus Mozart(perto dele, a me-nina Maysa éamadora). Aos 3anos, o austríacocomeçou a tocarpiano, aos 5 já compunha, aos 6se apresentava para o rei daBavária de olhos vendados, aos12 anos terminava sua primeiraópera. Há séculos, ele vem sendocitado como prova absoluta deque talento é uma coisa que vemde nascença para alguns escolhi-dos...”.

Inicialmente, é preciso escla-recer que a reencarnação, antes deser mera questão doutrinária parao Espiritismo, assenta na compro-vação do fenômeno reencarnató-rio pela pesquisa científica, hojede amplo domínio público.

Duas são as teses mediante asquais a ciência acadêmica temprocurado explicar a existência

de superdotados

O parapsicólogo indianoHamendra Banerjee pesquisoumais de 1.200 casos de pessoas quetinham nítidas lembranças do queforam em vidas anteriores, ou seja,desde o local onde tinham vivido,nomes de parentes, passando porseus próprios nomes, apelidos efatos acontecidos com elas. Essesdados foram devidamente checa-

dos por Banerjee, comprovando areencarnação, embora tenha eleadmitido que é possível alguém serecordar de outras vidas através deuma memória extracerebral. Noentanto, para nós, espíritas, essamemória, que sobrevive à morte docorpo físico e volta a existir emoutra roupagem carnal, chama-seEspírito reencarnado.

Em virtude do crescente nú-mero de crianças com grau de in-teligência superior à média co-mum, tem-se desenvolvido muitoa pesquisa em torno das prováveisorigens desse fenômeno. Sobre oassunto, existem duas teses me-diante as quais a ciência acadê-mica tem procurado explicar aexistência de superdotados.

A primeira delas é a da here-ditariedade genética, isto é, paissuperinteligentes gerariam filhossuperinteligentes. A segunda teseatribui o fenômeno ao que chamade hipoxemia cerebral: criançasnascidas de partos difíceis teriam,em decorrência disso, as célulascerebrais estimuladas, e daí resul-taria um quociente de inteligên-cia superior.

Ambas têm cunho materialis-ta e nenhuma vai a fundo na ques-

tão. Nenhumatem a coragem deexaminar o pro-blema à luz deuma filosofia queconsidere o ho-mem como algotranscendente àmatéria.

Só a teoria re-encarnacionistapode abrir à Ci-ência caminhosmais segurospara uma investi-gação eficienteacerca desse e de

outros fenômenos da mesma na-tureza. Em sua milenar sabedoria,Sócrates afirmava que “aprenderé recordar”.

Queremos ressaltar do texto damatéria “Sucesso e Fracasso” a in-feliz comparação entre Mozart, ea menina Maysa, dos programasde Raul Gil e Silvio Santos, poisse trata de comparar genialidadecom inteligência vivaz, sensibi-lidade em alto grau, comespirituosidade para diversãopública.

Eugénie Colombe, então comdois anos e onze meses, já sabia

ler e escrever perfeitamente

Agora constatamos que aSuperinteressante inventou umateoria e, sem base científica, paraexplicar a genialidade de Mozart,que aos três anos tocava piano, eaos quatro executou uma sonata.

Pasmem os leitores!Segundo a revista, ele teria trei-

nado muito para ter tal habilidade.Mas quando ele treinou? Pela teo-ria inventada pela revista, ou me-lhor, pela Hipótese do Adestramen-to, deve ter sido entre 1 e 3 anosde idade, num total de 3.500 ho-

ras de treinamento ou de ades-tramento, entre mamadeiras echupetas. Sua faculdade musi-cal desenvolveu-se tão rapida-mente que aos onze anos com-pôs duas pequenas óperas. Alémde tocar aos três anos de idade,onde ele treinou a “inspiração” ea “sensibilidade” para compor?E de onde ele tirou essa predis-posição, na tenra idade, para sededicar a estudos musicaisexaustivos e complexos? Real-mente, a teoria proposta pelaRevista está mais para absurdado que para científica.

O músico, de fato, tem de seexercitar muito para chegar àperfeição. Há que praticar ho-ras a fio, numa busca incessan-te pela melhor forma de inter-pretação. Mas, o que explica asensibilidade e o tino para amúsica? Como explicar que de-dos ainda em formação e cres-cimento alcancem, com perfei-ção, as teclas do piano?

Onde Jesus conseguiu tantasabedoria para responder comdoze anos de idade a todas asperguntas formuladas pelosDoutores da Lei, a ponto dedeixá-los surpreendidos e per-plexos com a sapiência do me-nino, filho de um carpinteiro?

Ora, sem a reencarnação,não há como explicar a preco-cidade musical de Mozart e detantas outras crianças relaciona-das pelo pesquisador GabrielDelanne, além de sábios, pinto-res, poetas e literatos. Desde cri-ança, Pascal mostrou o gostopelos estudos, especialmentepela geometria. Aos treze anos,descobriu as 32 primeiras pro-posições de Euclides e publicouum trabalho sobre as seçõescônicas. (Continua na pág. 10desta mesma edição.)

Capa de Superinteressante de julho de 2010