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O IMPÉRIO PORTUGUÊS NO SÉCULO XVIII

O IMPÉRIO PORTUGUÊS NO SÉCULO XVIII. Durante o domínio filipino, os inimigos de Espanha (Holanda, Grã-Bretanha, França) ocuparam parte do Império Português,

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O IMPÉRIO PORTUGUÊS NO SÉCULO XVIII

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O IMPÉRIO PORTUGUÊS NO SÉCULO XVIIIDurante o domínio filipino, os inimigos de Espanha (Holanda, Grã-

Bretanha, França) ocuparam parte do Império Português, sobretudo a Oriente.

O Brasil veio então tomar o lugar que antes tinha a Índia na economia portuguesa. O açúcar, o ouro e os diamantes, eram agora as principais riquezas que chegavam ao reino.

Muitos milhares de colonos portugueses emigraram para o Brasil, na esperança de enriquecer.

Mas as plantações de açúcar e os engenhos exigiam muita mão-de-obra.

Os primeiros colonos tentaram utilizar os índios como mão-de-obra escrava. Mas estes, habituados à liberdade, não se adaptaram ao trabalho: revoltavam-se, adoeciam, fugiam... Foi de África que começaram a vir os escravos necessários à cada vez maior produção de açúcar.

O principal comércio fazia-se, assim, através do Atlântico: os navios partiam de Portugal e dirigiam-se à costa africana, de onde levavam escravos para o Brasil; daqui, traziam açúcar, ouro e diamantes.

Os escravos trabalhavam nas plantações de açúcar, nos engenhos e nas minas.

Transporte de escravos em navios negreiros

A importância da mão-de-obra escrava "Os escravos são as mãos e os pés dos senhores do engenho, porque sem eles, no Brasil, não é possível manter e aumentar a área cultivada, nem ter engenho a funcionar."

André João Antonil,in Cultura e Opulência do

Brasil, 1711

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Transporte de ouro

ANOS QUANTIDADES (Kg)

1699 725

1701 1785

1703 4350

1712 14500

1714 9000

1715 12400

1716 3000

1717 1000

1718 7500

1719 8000

1720 25000

1721 11500

1724 4000

1725 20000

1730 6000

1740 14000

1744 6000

1754 10500

1760 1500

Engenho de açúcar

Barra de ouro

Cana-de-açúcar

Escravos castigados

Arca para transporte de ouro

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Durante o reinado de D. João V chegaram ao reino grandes quantidades de ouro e diamantes, vindos do Brasil. Também o comércio de açúcar, tabaco, vinho e sal dava grandes lucros. Isto tornou D. João V um rei muito poderoso e rico.Passou a governar sem convocar Cortes e concentrou em si todos os

poderes: o poder legislativo (fazer as leis), o poder executivo (mandar executá-las) e o poder judicial (julgar quem não cumpre a lei). Governou como rei absoluto.A corte de D. João V tornou-se uma das mais ricas da Europa. Davam-se

grandes banquetes, consumia-se café e chocolate, novidades da época, e rapé (tabaco moído). Nos bailes, dançava-se a pavana e o minuete ao som do violino ou do cravo. Jogava-se às cartas, às damas e aos dados. Assistia-se a sessões de poesia, de música e a representações teatrais. Era também muito apreciado o espectáculo das touradas e a ópera.

A MONARQUIA ABSOLUTA NO TEMPO DE D. JOÃO V

Paço da Ribeira ao tempo de D. João V (autor: Dirk Stoop)

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O coche de D. João V

Uma touradaO hábito do chocolate

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Um sarau

Terrina

Cadeira

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A SOCIEDADE NO TEMPO DE D. JOÃO VA sociedade portuguesa do século XVIII continuava dividida nos

três principais grupos sociais que já conheces: nobreza, clero e povo.

A nobrezaA nobreza continuava a ser um

grupo social privilegiado, que vivia dos rendimentos das suas propriedades.Imitava em tudo o luxo da corte de

D. João V: habitação, festas, banquetes, vestuário...

O cleroO clero era também um grupo

social rico e poderoso. Com a protecção do rei, aumentou o número de mosteiros, conventos e igrejas.Para além do culto religioso,

dedicava-se ao ensino e à assistência aos necessitados. Presidia ao Tribunal da Inquisição que julgava todos os que não respeitavam a religião católica.

O povoO povo vivia com muitas dificuldades, sobretudo no

campo, devido aos baixos salários e aos muitos impostos. Continuava a alimentar-se sobretudo de pão, peixe e legumes. Eram pequenos comerciantes, artífices, camponeses, criados, aguadeiros, carregadores...Este grupo social engloba também a alta burguesia

que continuava a enriquecer com o comércio.

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Cavaleiro Vestuário da época Janota lisboeta Burguesa

Cego vendedor de livros de cordel

Aguadeiro Moço de fretesBanhos no Tejo

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As grandes construções

O reinado de D. João V foi marcado pela construção de obras monumentais, possíveis devido ao ouro do Brasil.O estilo da época é o Barroco que se caracteriza pela

abundância de decoração e pelo uso de linhas curvas. Igrejas e palácios são decorados com talha dourada, azulejos e mármore.Desenvolveu-se a ourivesaria, a cerâmica, a pintura, a

azulejaria, o mobiliário, ...

Palácio de Queluz

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Torre dos Clérigos

Painel de Azulejos

Convento de Mafra

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Igreja de S. Francisco (Porto)

Biblioteca de Coimbra

Aqueduto das Águas Livres

Casa de Mateus (Solar Barroco)

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LISBOA POMBALINA D. José I sucede a D. João V em 1750 e nomeia primeiro-ministro Sebastião

José de Carvalho e Melo, mais tarde Marquês de Pombal. O reino encontrava-se numa grave crise económica: o ouro vindo do Brasil

era cada vez menos, a agricultura produzia pouco e as indústrias eram poucas. Comprava-se quase tudo ao estrangeiro.

Em 1755 (dia 1 de Novembro), Lisboa sofre um grande terramoto. A cidade ficou destruída e foi o Marquês de Pombal que tomou medidas para "cuidar dos vivos e enterrar os mortos ". Morreram mais de 20 000 pessoas e ficaram em ruínas cerca de 10 000 edifícios.O próprio Marquês de Pombal acompanhou a reconstrução de Lisboa.

Decidiu arrasar a "Baixa" e aí construir uma zona nova - a Lisboa pombalina - com características próprias:ruas largas e perpendiculares, com passeios largos e calcetados;edifícios harmoniosos, todos da mesma altura, com varandas de ferro

forjado, e construídas com um sistema anti-sismos;uma grande praça - a Praça do Comércio -  construída no local do

antigo Terreiro do Paço, onde iam dar as ruas "nobres" da cidade.

Marquês de Pombal

Terramoto

Baixa Pombalina

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Terramoto

Ruínas após o terramoto

Pombal e os EngenheirosRuínas Convento do Carmo

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Plantas de Lisboa Baixa Pombalina

Fachadas PombalinasEstrutura de Casa Pombalina

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AS REFORMAS POMBALINAS

A grande capacidade para resolver problemas e a eficácia demonstrada após o terramoto pelo Marquês de Pombal, levaram-no a conquistar a confiança total do rei. D. José entrega-lhe o controlo do governo.

O Marquês de Pombal inicia então um conjunto de reformas destinadas a desenvolver o País e a afirmar o poder absoluto do rei.

Mapa das indústrias

Reformas económicas

criou companhias monopolistas, controladas pelo estado (na área da agricultura, pescas e comércio), impedindo os grandes lucros que os estrangeiros vinham tendo em Portugal; exemplo: Companhia dos Vinhos do Alto Douro.proibiu a exportação de

ouro.Reformas

sociaisperseguiu a nobreza e o clero (sobretudo os Jesuítas, que expulsou do País), retirando-lhes bens e cargos, chegando a prender e executar alguns deles, para reforçar o poder do rei;

protegeu os comerciantes e os burgueses, e declarou o comércio como profissão nobre (1770);

proibiu a escravatura no Reino (1771), continuando a existir nas colónias.

Reformas no ensino

criou escolas "menores" (equivalentes ao 1º ciclo), por todo o país e reformou a Universidade de Coimbra;

foi dada maior importância à observação e experimentação; fundou o Real Colégio dos

Nobres.

Depois da morte de D. José I (1777), sua filha, a rainha D. Maria I, demitiu o Marquês de Pombal de todos os cargos que ocupava no Governo.

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Estátua doPombal (Lisboa)

Vinhas do Douro

Execução dos Távoras

Expulsão dos Jesuítas