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Outubro de 2010 n° 128, ano X www.portaldocomercio.org.br O LANÇAMENTO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO ASSOCIATIVO PÁGINA 16 E ainda: Um Natal de recordes Expectativas são as melhores para o fim do ano: apetite dos consumidores para as compras estimula comércio, que se prepara para o melhor Natal dos últimos tempos

O LANÇAMENTO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO … · bolo do combate ao câncer de mama no Brasil e já foi utilizado em diversos pontos turísticos, como o Cristo Redentor, no Rio

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Outubro de 2010n° 128, ano X

www.por ta ldocomerc io .org.br

O LANÇAMENTO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO ASSOCIATIVO

PÁGINA 16

E ainda:

Um Natal de recordes

Expectativas são as

melhores para o fi m do ano:

apetite dos consumidores

para as compras estimula

comércio, que se prepara

para o melhor Natal

dos últimos tempos

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Conhecimentos técnicos,

Com ênfase no atendimento humanizado, Enfermagem Cirúrgica, nova publicação do selo Senac Editoras, aborda, de maneira didática e objetiva, assuntos fundamentais para a profissionalização em enfermagem: os ambientes hospitalares; o processo cirúrgico, da recepção do paciente à alta hospitalar; as atribuições de cada membro da equipe cirúrgica, entre outros.

Com ilustrações muito bem elaboradas e fotos especialmente produzidas, Enfermagem Cirúrgica alia conhecimento técnico-científico, conceitos tecnológicos e humanização para formar os melhores profissionais.

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Tel.: (21) 2136 5587

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Recorde à vista Com a aproximação do fi nal do ano, cresce a expectativa do co-

mércio com as vendas para o período de festas. A conjunção de fato-res que vêm sustentando o poder de compra dos consumidores deverá persistir, podendo levar a um recorde na expansão do faturamento em relação ao ano passado.

Como mostra a matéria de capa desta edição, a CNC está projetan-do o crescimento de 11,2% no comércio em relação ao Natal de 2009. E as pesquisas nacionais da Confederação confi rmam: os consumido-res ainda têm muito apetite para as compras e para assumirem novas dívidas. Reforça essa percepção o bom cenário macroeconômico, com a chegada do 13º salário ao bolso dos trabalhadores, a manutenção da oferta de crédito e a estabilidade no emprego.

Outro aspecto que chama a atenção no Natal deste ano é a presen-ça dos produtos importados, muitos deles com preços menores do que em 2009. O dólar mais barato torna essas mercadorias mais acessí-veis à população, além de permitir que o País importe mais bens de capital, pagando menos por eles e aumentando a taxa de investimento da economia. Mas há também aspectos negativos, que estão forçando o governo a tomar medidas que evitem o desequilíbrio cambial. A in-dústria nacional e os exportadores fi cam em desvantagem. Ao abordar o assunto, a CNC Notícias ajuda a entender o que está por trás desta verdadeira guerra cambial, que está afetando não apenas o Brasil, mas também as demais nações emergentes e os países desenvolvidos.

A CNC Notícias de outubro traz ainda, entre outros assuntos, a eleição da nova Diretoria e do Conselho Fiscal da CNC para o qua-driênio 2010-2014, o lançamento do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) e o atual estágio da certifi cação digital no País. A apresentação do primeiro número da revista Turismo em Pauta e o crescimento do ecoturismo no País também são abordados.

Boa leitura!

1CNC NotíciasOutubro 2010 n°128 1

EDITORIAL

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Presidente: Antonio Oliveira Santos.

Vice-Presidentes: 1° – Abram Szajman, 2° – Renato Rossi, 3° – Orlando Santos Diniz; Adelmir Araújo Santana, Carlos Fernando Amaral, José Arteiro da Silva, José Evaristo dos Santos, José Marconi M. de Souza, José Roberto Tadros, Josias Silva de Alburquerque e Lélio Vieira Carneiro.

Vice-Presidente Administrativo: Antonio Airton Oliveira Dias (licenciado). Vice-Presidente Administrativo em exercício: Pedro Jamil Nadaf.

Vice-Presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira. Diretores: Antônio Osório, Bruno Breithaup, Canuto Medeiros de Castro, Carlos Marx Tonini, Darci Piana, Euclides Carli, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Jerfferson Simões, Joseli Angelo Agnolin, Ladislao Pedroso Monte, Laércio José de Oliveira, Leandro Domingos Teixeira Pinto, Lúcio Emílio de Faria Junior, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, MarcantoniGadelha de Souza, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Moacyr Schukster, Norton Luiz Lenhart, Pedro Coelho Neto e Walker Martins Carvalho.

Conselho Fiscal: Hiram dos Reis Corrêa, Arnaldo Soter Braga Cardoso e Antonio Vicente da Silva.

CNC NOTÍCIASRevista mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

Ano X, nª 128, 2010

Gabinete da Presidência: Lenoura Schmidt

Assessoria de Comunicação (ASCOM):[email protected]

Edição:Cristina Calmon (editora) e

Luciana Rivoli Dantas (subeditora – Mtb 21622)Redação:

Andréa Blois, Celso Chagas, Edson Chaves Filho, Geraldo Roque e Joanna Marini

Estagiários:Ana Luisa Alves e Marcos Vinícius do Nascimento

Design:Carolina Braga

Revisão:DA/CAA-RJ/Secretaria Administrativa -

Leandro Salgueirinho Impressão:Gráfi ca MCE

Colaboradores da CNC Notícias de outubro 2010: Aline Guterres (Fecomércio-RS), Neusa Pavão (Fecomércio-MS), Sueli Batista (Fecomércio-MT), Gisele Norões (Fecomércio-CE), Paulo Gramado (Fecomércio-RJ), José Gilvan (SESC-RR), Larissa Meira (Fecomér-cio-DF), Wany Pasquarelli (GP-CNC), Ana Paula Siqueira (GP-CNC), Andreia Telles (Apex-CNC), Roberto Nogueira (Consultor-CNC), João Felipe Santoro Araujo e Izis Janote Ferreira (DE-CNC).

Créditos fotográfi cos: The Refi nery/Internet Movie Poster Data-base (página 4); Divulgação/Femama (página 4); Divulgação/AVIS Rent a Car (página 4); Rodolfo Stuckert (página 7); Antônio Araújo (página 8); Carolina Braga (páginas 9, 14, 17, 23, 26, 32, 36 e 48); Banco de imagens – Stock.xchng (páginas 13, 18, 19, 20, 27, 30 e 31); Cristina Bocayuva (páginas 13, 29, 39 e 47); Carlos Terra (página 33); Divulgação/DE-CNC (página 34); Divulgação/Simbiose Aventura (página 35); Gilvan Costa (página 36); Divulgação/Abeta Summit (página 37); Divulgação/Astur-CNC (página 38); Divulgação/Fecomércio-MS (página 40); Divulgação/SESC Lageado - Setor de Artes Gráfi cas e Divulgação - Sesc MS (página 41); Camila Barth (página 42); Divulgação/Fecomércio-MT (página 43); Divulgação/SESC-GO (página 44); José Eduardo Ramos da Silva (página 44); Marcelo Nogueira (página 44); Paulo Negreiros (página 45); Edgar Marra (página 45); Juan Mabromata/AFP Photo (3ª capa).

Ilustrações:Marcelo Vital (capa, páginas 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17 e 22)Carolina Braga (página 18, 20, 30, 31 e 42)

Projeto Gráfi co:Carolina Braga, Marcelo Almeida e Marcelo Vital

A CNC Notícias adota a nova ortografi a.

CNC - BrasíliaSBN Quadra 1 Bl. B - n° 14 CEP.: 70041-902PABX: (61) 3329-9500/3329-9501

CNC - Rio de JaneiroAv. General Justo, 307 CEP.: 20021-130PABX: (21) 3804-9200

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Capa

10Natal de recordes

CNC elege nova Diretoria

CNC prevê crescimento recorde de 11,2% nas vendas para o Natal em 2010. Além disso, a pesquisa de intenção de consumo confi rma que o consumidor está confi ante e disposto para ir às compras de fi m de ano. A expectativa dos comerciantes é de bom faturamento.

Delegados representantes das federações do comércio de todo o País elegeram, em 23 de setembro, na sede da CNC, em Brasília, os membros da Diretoria e o Conselho Fiscal da Confederação, para o quadriênio 2010-2014.

CNC NotíciasOutubro 2010 n°12822

4 FIQUE POR DENTRO5 BOA DICA6 OPINIÃO8 REUNIÃO DE DIRETORIA - CNC elege nova Diretoria e Conselho Fiscal

10 CAPA - CNC projeta crescimento recorde de 11,2% em relação ao

Natal de 2009

18 EM FOCO - A verdade por trás do câmbio... e suas consequências

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S U M Á R I O

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35Novas trilhas para o turismo

CNC lança o Programa de Desenvolvimento Associativo

Certificação digital

Ferramenta vinculada ao SEGS vai incentivar o associativismo nas federações e sindicatos e desenvolver uma nova cultura sindical patronal do comércio de bens, serviços e turismo.

O Ecoturismo e o Turismo de Aventura se destacam como segmentos que não param de crescer no Brasil – segundo a OMT, o Ecoturismo avança 20% todo ano. O SESC não deixa de acompanhar o movimento: conheça suas ações na área.

Com a vigorosa expansão dos negócios on-line no Brasil, cresce a necessidade de padrões de

segurança que garantam a integridade dos dados fornecidos nas transações.

3CNC NotíciasOutubro 2010 n°128 3

22 INSTITUCIONAL - Contribuição Sindical: Um investimento em sua empresa - CNC lança Programa de Desenvolvimento Associativo - CNC volta a compor o CNDI - Missão do CNIg leva CNC à China

26 PRODUTOS CNC - VI Encontro de Multiplicadores do SEGS

28 ARTIGO - Ernane Galvêas: Conjuntura Econômica - Renata Balthazar: A CNC e a ampliação da segurança digital

30 SERVIÇOS - E-commerce reforça importância da certifi cação digital - CBST quer acelerar a criação da Renalegis – Serviços

34 RELATÓRIO - Missão Empresarial a Washington

35 TURISMO - Novos rumos do Ecoturismo e do Turismo de Aventura - Seminário aborda gestão de crises no setor - Conselho de Turismo debate qualifi cação e receptivo - CNC lança revista Turismo em Pauta

40 SISTEMA COMÉRCIO - Fecomércio-MS instala Assessoria Legislativa - SESC-MS inaugura nova unidade em Campo Grande - Fecomércio-RS propõe soluções para distorções

no Simples Nacional - Senac-MT promove fórum de empreendedorismo - SESC completa 64 anos de atividades sociais - Fecomércio-DF homenageia pioneiros do comércio e serviços - Fecomércio-CE lança revista A Pauta do Comércio

47 HOMENAGEM - Nestor Jost

48 ESPECIAL - Ernane Galvêas

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CNC NotíciasOutubro 2010 n°12844

FIQUE POR DENTRO

Livro Freakonomics ganha adaptação em documentário

Avião rosa em apoio à lutacontra o câncer de mama

Avis e CVC fecham parceria para locação de veículos

O polêmico best-seller Freakonomics – O Lado Oculto de Tudo o Que Nos Afeta, ganhou adaptação cinematográfi ca pe-las mãos de documentaristas premiados dos Estados Unidos. O fi lme foi lançado no dia 1° de outubro nos cinemas norte-americanos, mas foi mostrado antes no iTunes, o site de vendas de áudio e vídeo da Apple, em setembro. O documentário mostra as situações do livro e as teorias

econômicas que ele apresenta aplicadas à vida real, como a teo-ria de que o nome das pessoas infl ui no futu-ro profi ssional delas. Diretores como Mor-gan Spurlock (de Su-per Size Me – A Dieta do Palhaço), Rachel Grady, Eugene Jarecki e Alex Gibney parti-cipam da direção dos segmentos. Freakono-mics é uma coletânea de estudos do econo-mista Steven Levitt, e do jornalista Stephen J. Dubner, e vendeu mais de 4 milhões de cópias em todo o mundo.

Um avião cor-de-rosa, da Azul Linhas Aéreas, iniciará as suas operações em 1° de dezembro de 2010, segundo anún-cio feito pelo presidente da empresa Pedro Janot. O avião rosa faz parte de uma par-ceria com a Embraer para apoiar as cam-panhas de combate ao câncer de mama da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA). A aeronave voará com esta pintura por tempo indeterminado e não terá uma rota específi ca. Porém, nos dez pri-meiros dias de operação, a tripulação será composta apenas por mulheres. “Essa é a primeira ação social de muitas que a Azul vai iniciar”, disse Janot. O rosa é a cor sím-bolo do combate ao câncer de mama no Brasil e já foi utilizado em diversos pontos turísticos, como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e o Monumento às Bandeiras, em São Paulo.

Com o crescimento do turismo no Brasil, um outro segmento também apresentou um crescimento notável, a locação de automóveis. Só em 2009, foram 154,8 mil veículos loca-dos por turistas no País. Esses números explicam porque a Avis, uma das maiores compa-nhias de locação de automóveis do mundo, fechou um acordo global com a CVC, uma das principais operadoras de viagens nacionais. Os usuários vão poder locar os carros da Avis diretamente nas 540 lojas da CVC ou nas oito mil agências credenciadas. O acordo, válido por dois anos, vai permitir a retirada de veículos nos Estados Unidos, no Canadá, na América do Sul e na Europa. Além disso, o serviço poderá ser contratado na CVC mesmo que o usuário não adquira nenhum pacote turístico. A Avis ainda oferece vantagens como 25% de redução do preço em relação à tarifa con-vencional, mais quilometragem livre e serviço de GPS.

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5CNC NotíciasOutubro 2010 n°128 5

BOA DICA

Conhecendo o Mar do Brasil - Fauna e Flora submarina

Turismo de Experiência

Sabres e Utopias

O fundo dos mares brasileiros é pouco conhe-cido, principalmente pela difi culdade de acesso. Por isso, o objetivo desse trabalho é apresentar parte dessa vida submarina, para que ela seja mais admirada e respeitada. O fotógrafo Cristiano Bur-mester organizou, no livro Conhecendo o Mar do Brasil – Fauna e Flora Submarina, publicado pela Editora Senac São Paulo, o resultado de di-versas viagens dele pelo mundo subaquático da costa brasileira. Aliando fotografi a e explicações técnicas, o autor mostra diversos aspectos da fau-na e da fl ora submarina, redimensionando nossa visão sobre o que há nos milhares de quilôme-tros do litoral brasileiro. Um desfi le da natureza, composta de costões rochosos, montanhas, ilhas, praias, ventos, correntes e a exuberância da Mata Atlântica, a obra apresenta mais de 150 imagens e cerca de 100 habitantes dos mares do Brasil.

Apesar desse segmento ganhar cada vez mais espaço no mercado turístico, profi ssionais da área de turismo de experiên-cia ainda têm encontrado difi culdades para conseguir materiais que possam ajudá-los a sistematizar esse assunto e compre-ender seu funcionamento. Com a fi nalidade de atender a esse público, os professores Alexandre Panosso Netto e Cecília Ga-eta organizaram esse livro, publicado pela editora Senac São Paulo, que apresenta estudos sobre o turismo de experiência e a necessidade da formação profi ssional para realizá-lo. Para ilustrar a discussão, são dados exemplos de como o setor está se organizando e de como pode agradar o turista.

O escritor peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2010, acaba de lançar no Brasil, pela edi-tora Objetiva, sua obra mais recente. Sabres e Utopias mostra ou-tro lado do autor, que escreve um ensaio crítico sobre a história recente da América Latina. Nos artigos reunidos no livro, ele fala sobre os mais diversos temas: política, direitos humanos, litera-tura, artes plásticas, economia e história. Acima de tudo, Vargas Llosa se mostra um defensor da democracia e da liberdade. Sobre o Brasil, ele faz análises impactantes sobre a situação política atu-al e constrói relatos comoventes sobre grandes nomes da literatura – como Euclides da Cunha e Jorge Amado –, em textos seleciona-dos especialmente para esta edição.

Sabres e Utopias

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CNC N tí i 55

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O Crescimento Econômico no Médio Prazo

Contrastando com as dificulda-des que afligem as economias do Primeiro Mundo, o Brasil

vive um tempo de forte expansão em seu nível de atividade econômica. Pro-jeta-se, a esta altura do ano, uma taxa de expansão do PIB no intervalo entre 6,5% e 7%. O crescimento não pode ser um fato esporádico, tem que ter susten-tabilidade. Nesse sentido, neste ano de eleições gerais, é importante que os candidatos ao Governo da República e aos Governos Estaduais explicitem claramente suas propostas de agenda para os próximos quatro anos.

Não é de hoje que a continuida-de de taxas vigorosas de crescimento está posta em cheque pelo desgaste e insuficiência da nossa infraestrutura econômica. Em diferentes ocasiões, em diversos artigos, tivemos opor-tunidade de tratar dos obstáculos ao crescimento advindos das condições físicas da oferta, as quais, a nosso ver, terão, necessariamente, de estar inclu-ídas nas preocupações e planos dos próximos governantes.

A expressão inglesa “bottleneck”, isto é, o gargalo da garrafa, ou simples-mente “gargalo”, tem o significado de estrangulamento da produção por conta de um desequilíbrio ou falta de com-plementaridade entre os investimentos de infraestrutura e as atividades direta-mente produtivas, como a agricultura, a indústria e o comércio. Mas faz tempo que governos, seja por insuficiência de fundos para investimento, em grande parte absorvidos por gastos correntes, seja por falta de visão sobre o futuro, obscurecida pelo imediatismo do jogo político, dão pouca atenção ao problema da complementaridade com a produção, como função primordial dos investimen-tos em infraestrutura, capaz de gerar o que os economistas chamam de “exter-nalidades” ou economias externas.

Um Relatório da empresa de con-sultoria Marcoplan, citado pelo co-mentarista político Merval Pereira, cobre a questão da infraestrutura, no que diz respeito aos diversos sistemas de transporte, rodoviário, ferroviá-rio, hidroviário, aéreo. Vale mencio-

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OPINIÃO

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O artigo “O Crescimento Econômico no Médio Prazo” foi publicado no Jornal do Commercio em 14 de outubro de 2010

nar, como ilustração, alguns números citados no Relatório.

No custo total logístico, o transporte representa 7% do PIB, dos quais 4/5 re-ferem-se ao transporte rodoviário, cor-respondente à aquisição de equipamen-tos, operação e manutenção, cabendo notar que apenas um terço das rodovias brasileiras está em boas condições de tráfego. Em consequência, o transpor-te de cargas por rodovia torna-se 28% mais caro do que efetivamente custaria se as estradas estivessem em bom esta-do de conservação.

Na verdade, a carência de uma infra-estrutura econômica efi ciente não se ex-plica apenas pelo confl ito das prioridades nos orçamentos públicos, entre gastos correntes e “sobras” para investimento. Há também uma baixa capacidade ge-rencial das administrações públicas para levar adiante, a tempo e à hora, obras de grande envergadura e complexidade.

Um exemplo dessa baixa capacida-de gerencial, embora seja um caso ex-tremo, é o da construção das eclusas de Tucuruí. A construção da hidrelétri-

ca implica erguer uma barragem para, represando o rio, formar o reservató-rio. Este, no entanto, comprometeria a navegabilidade do sistema Tocantins/Araguaia. A construção das duas eclu-sas, à montante e à jusante da usina, teve início em 1981 e passou por uma série de interrupções. No decorrer do tempo, mudou o ente estatal gestor da obra. Assim, a obra foi replanejada fi-nanceiramente, em março de 2007, ao custo de R$ 600 milhões. Soma-se, ago-ra, outro tanto, perfazendo o total de R$ 1,2 bilhão. É possível que o comissio-namento e a operação ocorram ainda no decorrer de 2010.

A recuperação e ampliação da infra-estrutura econômica do País é, certa-mente, o maior desafio que o Executivo federal e os Executivos estaduais, saí-dos das eleições gerais de outubro, te-rão de enfrentar. Como além de garantir financiamento é preciso ter também a condução eficiente das obras, a resposta ao desafio está provavelmente no amplo uso da legislação hoje existente sobre as parcerias público/privadas.

Antonio Oliveira SantosPresidente da Confederação Nacional do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo

7CNC NotíciasOutubro 2010 n°128 7

OPINIÃO

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CNC elege nova Diretoria e Conselho FiscalCom composição modifi cada, a nova Diretoria

assumirá o mandato em 19 de novembro de 2010

Delegados representantes das fede-rações do comércio de todo o País elegeram, em 23 de setembro, na

sede da CNC, em Brasília, os membros que irão compor a Diretoria e o Conse-lho Fiscal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) para o quadriênio 2010-2014. A chapa única que concorria ao pleito, li-derada pelo atual presidente da entidade, Antonio Oliveira Santos, teve 175 votos válidos, dos 131 necessários.

As eleições, que reuniram dirigentes e membros das federações do comércio de bens e serviços dos diversos Estados, fo-ram realizadas com a presença de mesa fi scalizadora, composta por um presiden-te, Idemar José Ferreira (vice-presidente administrativo da Fecomércio-MG); dois mesários, Segismundo Mazureck (diretor da Fecomércio-PR) e Oscar Perné do Car-mo (vice-presidente da Fecomércio-DF); e um suplente, Antonio Lisboa, advogado da Divisão Sindical da CNC.

Assim que todos votaram, a urna foi la-crada e só reaberta durante a Reunião de Diretoria, realizada em seguida. Emerson

Beloti de Souza, presidente do Sindica-to do Comércio de Juiz de Fora-MG, foi o responsável pela divulgação dos resul-tados da apuração. “Ao todo, 175 votos foram considerados válidos. O número ultrapassou o quorum necessário, que era de 131. Portanto, eu proclamo eleitos os integrantes da Chapa Única, para ges-tão da CNC, no período de 2010-2014”, informou Emerson.

Após a declaração, o presidente eleito, Antonio Oliveira Santos, agradeceu: “Em nome de todos os diretores eleitos, eu gos-taria de agradecer à Comissão Apuradora pelo trabalho realizado e, também, aos de-mais companheiros, pela confi ança em nós depositada. Tenho absoluta certeza de que esse conjunto de companheiros dedicados, eleitos para o próximo quadriênio, se em-penhará da melhor forma possível, traba-lhando em benefício da nossa entidade, da nossa Confederação. Desejamos, portanto, a continuidade e um futuro feliz para a nossa Casa. Agradeço, também, a todos os que tenham trabalhado por isso, principal-mente, o apoio que deram a esta Diretoria que acaba de ser eleita. Muito obrigado”.

Na primeira foto, diretores da CNC comemoram com Antonio Oliveira

Santos a vitória da chapa. Nas demais, Josias Albuquerque (PE);

José Arteiro (MA); José Evaristo dos Santos (GO);

Marconi Medeiros (PB); Renato Rossi (MG);

Darci Piana (PR); Lázaro Luiz Gonzaga (MG);

Paulo Miranda (Fecombustíveis) e Marcelo Queiroz (RN)

CNC NotíciasOutubro 2010 n°12888

REUNIÃO DE DIRETORIA

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Presidente:Antonio José Domingues de Oliveira Santos (ES)

Vice-Presidentes:1º) José Roberto Tadros (AM), 2º) Darci Piana (PR), 3º) José Arteiro da Silva (MA);

Abram Abe Szajman (SP), Adelmir Araújo Santana (DF), Bruno Breithaupt (SC), José Evaristo dos Santos (GO), José Marconi Medeiros de Souza (PB), Laércio José de Oliveira (Febrac),

Leandro Domingos Teixeira Pinto (AC) e Orlando Santos Diniz (RJ).

Vice-Presidente Financeiro:Luiz Gil Siuffo Pereira (Fecombustiveis)

Vice-Presidente Administrativo:Josias Silva de Albuquerque (PE)

Diretores Tesoureiros:2º) Antonio Osório (RJ)

3º) José Lino Sepulcri (ES)

Diretores-Secretários:2º) Pedro Jamil Nadaf (MT)

3º) Luiz Gastão Bittencourt da Silva (CE)

Diretores:Alexandre Sampaio de Abreu (FNHRBS), Antonio Airton Oliveira Dias (RR),

Carlos Fernando Amaral (BA), Carlos Marx Tonini (PA), Edison Ferreira de Araujo (MS), Euclides Carli (SP), Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante (PI), Hugo de Carvalho (TO),

Hugo Lima França (SE), Ladislao Pedroso Monte (AP), Lázaro Luiz Gonzaga (MG), Marcelo Fernandes de Queiroz (RN), Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues (SP),

Raniery Araújo Coelho (RO), Valdir Pietrobon (Fenacon), Wilton Malta de Almeida (AL) e Zildo De Marchi (RS).

Suplentes da Diretoria: Ademir dos Santos (RR), Aderson Santos da Frota (AM), Alex de Oliveira da Costa (PE),

Anselmo da Silva Moraes (TO), Antonio Florêncio de Queiroz Júnior (RJ), Antônio Lopes Trindade (GO), Antônio Trevisan (RS), Ari Faria Bittencourt (PR), Canuto Medeiros de Castro (AL), Célio Spagnoli (SC), Daniel Mansano (Aduaneiros), Diocesmar Felipe de Faria (DF),

Edson Duarte Mascarenhas (BA), Edy Elly Bender Kohnert Seidler (DF), Expedito Edilson Mota Borges (CE), Fernando Teruó Yamanda (PA), Hermes Martins da Cunha (MT), João Elvécio Faé (ES),

José Marcos de Andrade (SE), Liliana Ribas Tavarnaro (PR), Lúcio Emílio de Faria Júnior (MG), Luiz Carlos Bohn (RS), Marcantoni Gadelha de Souza (RN), Marcelino Ramos Araujo (MA), Márcio

Olívio Fernandes da Costa (SP), Miguel Setembrino Emery de Carvalho (DF), Natan Schiper (RJ), Odair de Jesus Conceição (Fenavist), Osvino Juraszek (RO), Paulo Miranda Soares (Fecombustiveis),

Pedro José Maria Fernandes Wähmann (RJ), Renato Rossi (MG), Robert Bittar (Fenacor), Rubens Torres Medrano (SP) e Vicente de Paulo Santos Correia (PI).

Conselho Fiscal:Anelton Alves da Cunha (MG), Antonio Vicente da Silva (PB) e Arnaldo Soter Braga Cardoso (DF).

Suplentes do Conselho Fiscal: Hilário Pistori (MS); Lélio Vieira Carneiro (Fenavist) e Valdemir Alves do Nascimento (AC).

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REUNIÃO DE DIRETORIA

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CAPA

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As pesquisas nacionais da CNC

confi rmam: os consumidores ainda

têm muito apetite para as compras

e para assumir novas dívidas. E o

cenário macroeconômico – com a

chegada do 13º salário ao bolso dos

trabalhadores, a manutenção da

oferta de crédito e a estabilidade no

emprego – aponta para um fi m de

ano bom para o comércio.

A conjunção destes fatores mostra

que, em dezembro de 2010, os pre-

sentes serão para todos.

Fim do ano com presentes

para todos

11

CAPA

111111111111111111111111111111111111111111CNC NotíciasOutubro 2010 n°128

CAPA

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CNC projeta crescimento recorde de 11,2% em

relação ao Natal de 2009Grandes redes varejistas já começam a esticar os

prazos de pagamento de eletrodomésticos, eletrônicos e equipamentos de informática

Com a proximidade do fi m de ano e das tradicionais compras de Natal, o comércio já se movimenta para aten-

der às vendas da data mais importante do se-tor. Este ano, fatores extras impulsionam os varejistas para resultados que podem superar expectativas – o pagamento do 13º salário, a manutenção da oferta de crédito, a estabili-dade no emprego e até o dólar desvalorizado compõem um cenário promissor.

A Divisão Econômica da CNC proje-ta um crescimento recorde para o Natal: a alta deverá ser de 11,2% em dezembro, em relação ao mesmo período do ano an-terior. Uma das bases dessa estimativa está no crédito – segundo o Banco Central, os juros cobrados pelas instituições fi nan-ceiras em suas operações de crédito com pessoas físicas recuaram 0,5 ponto percen-tual, em setembro, para 39,4% ao ano. É a menor taxa de juros para pessoa física da série histórica, que teve início em junho de 2000. Em agosto, os juros bancários já ha-viam atingido a mínima histórica, que foi renovada no mês passado.

O refl exo disso é perceptível: grandes redes varejistas já começam a esticar os prazos de pagamento de eletrodomésticos, eletrônicos e equipamentos de informática, ainda que de forma promocional – é uma clara indicação de que os fi nanciamentos longos devem ganhar força neste Natal. “Observadas a atual previsão de evolu-ção do PIB em 2010, de alta de 7,5%, e as expectativas da taxa básica de juros para dezembro, de 10,75% ao ano, o crédito ao consumidor deverá fechar o ano com crescimento de 17,1% sobre 2009, com ta-xas de juros ao tomador atingindo 38,7%

ao ano”, analisa Fábio Bentes, da Divisão Econômica da CNC.

A contribuição do câmbio valorizado para o crescimento do comércio brasileiro neste ano é enfatizada pelo chefe da Di-visão Econômica da Confederação, Carlos Thadeu de Freitas. O economista destaca que, quanto menor o valor do dólar, mais barato é o produto importado para o consu-midor. “Além do dólar barato, o aumento da massa salarial e a expansão da oferta de crédito impulsionam o varejo”, destaca.

Não é só isso. Este ano, os lojistas vão encontrar um novo tipo de consumidor, que deixou camadas sociais menos favorecidas e agora ocupa, com orgulho, a chamada classe C. Pesquisa do Instituto Data Popular destaca que esta classe possui, atualmente, cerca de R$ 427,6 bilhões disponíveis para o consumo, superando a classe B, que ocu-pa 24% do mercado de consumo e tem re-cursos na ordem de R$ 329,5 bilhões até o fi m do ano para gastar. Inclusive pela inter-net (veja mais na página 30).

O levantamento do Data Popular tam-bém destaca que, em três categorias de produtos avaliadas, a classe D supera a B em potencial de consumo: alimentação dentro do lar (R$ 68,2 bilhões), vestuário e acessórios (R$ 12,7 bilhões) e remédios (R$ 9,9 bilhões). As duas empatam ape-nas no quesito higiene, cuidados pessoais e limpeza do lar (R$ 11 bilhões). O que difere o foco de consumo é exatamente o perfi l, mas todos eles vão às compras: só em janeiro deste ano, por exemplo, foram injetados na economia R$ 26,6 bilhões ou 0,70% do PIB por causa do reajuste de 9,67% do mínimo. É provável que esse

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montante tenha ido para o bolso das famí-lias de menor renda.

O mercado de trabalho é outro incen-tivador de tanto otimismo. No mês de se-tembro deste ano, foram criadas 246.875 vagas formais no País, sendo o quarto maior valor da série para setembro. No acumulado de 2010, houve acréscimo de 8,10% sobre igual período de 2009 em Minas (+283.627 postos). Nos últimos 12 meses, verifi cou-se acréscimo de 7,83% no nível de emprego (+274.742 postos) – o segundo melhor resultado da Região Sudeste, superado somente pelo registrado em São Paulo (+700.072 postos). Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo acompanhamento da Divisão Econômica da CNC, a expectati-va é de que sejam abertas 117 mil vagas temporárias para as vendas de fi nal de ano com destaque para os ramos de vestuário, eletroeletrônicos, hiper e supermercados, respondendo por 77,8% do total.

Nas federações de comércio, as expec-tativas também são positivas. A Fecomér-cio-RJ, por exemplo, prevê um excelente Natal para este ano, de acordo com as pes-quisas realizadas pela instituição. O Perfi l Econômico do Consumidor, que abrange o orçamento, o consumo e a inadimplência das famílias do Grande Rio, evidenciou em setembro fundamentos sólidos sobre as condições fi nanceiras familiares, ao mesmo tempo em que desenha cenário promissor para o quarto trimestre. No levantamento, foi verifi cado que há mais consumido-res com sobra no orçamento e que pre-tendem destinar o excedente para gastos com lazer e consumo.

Entre as famílias da região metropo-litana do Rio de Janeiro, 44,7% possuem sobra no orçamento após todas as contas de setembro pagas, parcela acima da re-gistrada no mesmo período do ano ante-rior, quando havia sido apurado 36,4%. Subiu também, de 43,0% para 49,4%, o percentual de pessoas que têm a in-tenção de consumir algum bem durável nos seis meses subsequentes a setembro. Já a inadimplência caiu pelo décimo-primeiro mês seguido na comparação interanual, fi cando em 15,8%. Esse é o menor resultado obtido para o mês de setembro desde 2000.

As vendas dos varejistas da região me-tropolitana de São Paulo podem alcançar R$ 11 bilhões em dezembro, um acrésci-mo da ordem de 12% em relação ao mes-mo período do ano passado, segundo esti-mativa da Fecomercio-SP.

Já o presidente da Fecomércio-RS, Zildo De Marchi, espera incremento de até 6% nas vendas no Rio Grande do Sul. Segundo ele, a situação confortável das famílias gaúchas, com maior renda e mais crédito de longo prazo, é o que mantém a expectativa positiva para o varejo no fi nal do ano.

No Distrito Federal, quase 65% dos empresários apostam em um desempenho melhor do que o do fi m de 2009, segundo a Fecomércio-DF. Apenas 3,85% acredi-tam em vendas menores. “Nossa expecta-tiva de crescimento de 11,16% nas vendas do período corresponde à perspectiva de aquecimento do comércio para o ano de 2010”, conclui o presidente da entidade, Adelmir Santana.

Carlos Thadeu de Freitas Chefe da Divisão Econômica da CNC

Além do dólar barato, o aumento da massa salarial e a expansão da oferta de crédito impulsionam o varejo.

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Ânimo do consumidor para as compras se mantém

Otimismo com gastos futuros fez com que a intenção de consumo das famílias brasileiras subisse pela quinta vez seguida em setembro.

E as dívidas ou contas em atraso se estabilizaram no mês

As pesquisas realizadas pela CNC em todo o País mostram um equi-líbrio fi no na relação de gastos

e consumo dos brasileiros, que favore-ce o comércio e aponta para a possibili-dade de o varejista fechar este ano com caixa cheia. Os resultados de setem-bro do Índice de Consumo das Famílias (ICF), e da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), comprovam a possibilidade.

A intenção de consumo das famílias brasileiras cresceu 0,6% em setembro, atingindo 135,2 pontos, segundo o ICF. É o quinto mês consecutivo de alta do Índice, que fechou o terceiro trimestre com uma elevação de 1,7% sobre o segundo e uma queda de 0,4% ante os três primei-ros meses do ano.

A pesquisa revela ainda que as famí-lias de menor renda estão mais otimistas com suas intenções de consumo (alta de 0,8% no índice de setembro) do que as famílias mais ricas (queda de 0,8% no pe-ríodo). No corte por regiões, o destaque do mês foi o Nordeste (+2,0%), respon-sável por 50% da alta do ICF. As capitais que mais contribuíram para a elevação do ICF foram: Rio de Janeiro (+6,4%), For-taleza (+4,6%) e Porto Alegre (+4,2%). Os resultados revelam uma elevada sa-tisfação das famílias em relação às suas condições de consumo atuais. Para a CNC, o comércio pode fechar o ano com crescimento de 10,4%.

Fábio Bentes Economista da CNC

A combinação da oferta de crédito com prazos maiores e crescimento da massa salarial impedirá maior deterioração nas condições de pagamento das famílias nos próximos meses.

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Agora, o interesse é pela aquisição de bens duráveis

Apesar das quedas em três dos sete indicadores considerados pelo ICF (vide quadro acima), todos os outros subitens apresentaram resultados favoráveis, aci-ma do ponto de indiferença da pesquisa (100,0), revelando, de forma geral, satisfa-ção quanto às variáves de consumo presen-te e otimismo em relação aos gastos futu-ros no curto prazo. Quanto aos indicadores que apresentaram alta, destacaram-se os de Perspectiva de Consumo (+0,6%) e os de Compras a Prazo (+0,3%). “A estabili-dade no distanciamento entre a pespectiva de consumo e a satisfação com o consumo atual sugere fôlego por parte do consumi-dor em mater o atual ritmo de crescimento no consumo”, explica Fábio Bentes, da Di-visão Econômica da CNC.

De acordo com o ICF, para 61,3% das famílias brasileiras, o momento se mostra favorável à aquisição de bens duráveis, como carros e imóveis – no levantamento anterior, de agosto, eram 61,9% dos entrevistados.

O aumento da percepção favorável no subitem Aquisição de Duráveis (alta de 3,1%) advém de uma conjuntura favorá-vel no mercado de crédito.

“Crédito barato com prazos estendidos signifi ca consumo”, diz Fábio Bentes. Se-

gundo o economista, os últimos dados di-vulgados pelo Banco Central mostram que a taxa de juros ao consumidor é a mais bai-xa desde 2000, em 39,9%. E o prazo – 536 dias – está no nível mais alto também des-de junho de 2000, quando o BC começou a apurar os números.

Outro destaque positivo da pesqui-sa é que a satisfação com o momen-to atual acumula sete meses de varia-ções positivas, guardando forte relação com a atual tendência de aumento no consumo verifi cada nos mais diversos indicadores conjunturais.

Aquisição de Duráveis: Momento ainda mais favorável

Não sabe /não respondeu

10,3%

NãNããNãooo o sasasabebe //o rerrespsppononddededeu u

10,3,33%%%

Bom63,1%

Mau 26,2%

Síntese dos Resultados – ICF

Indicador Ago/10 Set/10 Var%

Emprego Atual 135,0 134,8 -0,1%

Perspectiva Profissional 130,4 130,2 -0,2%

Renda Atual 144,5 143,8 -0,5%

Compras a Prazo 144,1 144,5 +0,3%

Nível de Consumo Atual 109,2 110,1 +0,8%

Perspectiva de Consumo 144,9 145,8 +0,6%

Momento para Duráveis 132,8 136,9 +3,1%

ICF 134,4 135,2 +0,6%

Fonte: Pesquisa direta CNC

Fonte: Pesquisa direta CNC

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Confiança do consumidor aumenta endividamento e inadimplência A manutenção da confi ança dos con-

sumidores brasileiros em patamares ele-vados e o reaquecimento do consumo do terceiro trimestre do ano tiveram refl e-xos no aumento do endividamento e da inadimplência em setembro.

Esta foi uma das principais conclusões da Pesquisa de Endividamento e Inadim-plência do Consumidor (PEIC).

O percentual das famílias endividadas subiu de 59,1% em agosto para 59,2% em setembro. Destas, 9,0% não terão condições de pagar suas dívidas, ante 8,8% em agosto.

O total de famílias com dívidas ou con-tas em atraso apresentou estabilidade de 24,7%. Já as famílias que não terão con-dições de pagar suas dívidas registraram alta de 0,2 pontos percentuais, passando de 8,8% em agosto para 9,0% em setembro.

“A trajetória crescente do número de famílias endividadas no terceiro trimes-tre do ano mostra que a manutenção do crescimento do emprego e da renda, além das condições favoráveis de concessão de crédito, tem sustentado a elevada con-fi ança dos consumidores, estimulando-os

a contrair mais dívidas”, diz Bruno Fer-nandes, da Divisão Econômica da CNC. Ele explica que o aumento gradativo do endividamento gerou uma elevação pon-tual das famílias que não terão condições de pagar suas dívidas. O forte comporta-mento das vendas no ano provocou uma alta natural da inadimplência, pois o atual ritmo de consumo vem amparado por um maior comprometimento da renda das fa-mílias. Mas Fernandes faz a ressalva: “O alongamento de prazo e a queda do custo do crédito, mesmo após o aperto monetá-rio, aliados ao crescimento da massa sala-rial, vêm impedindo uma escalada maior da inadimplência”.

A média do endividamento no tercei-ro trimestre do ano foi de 58,7%, acima do resultado dos três meses anteriores, que, após o fi m dos incentivos fi scais e do robusto crescimento do início do ano, registrou desaceleração, fi cando em 56,9%. Quanto às famílias que não terão condições de pagar, a média trimestral obteve uma ligeira elevação, passando de 8,4% no segundo trimestre para 8,9% nos últimos três meses. Esses resultados

Tipo de dívida

Setembro de 2010

Tipo TotalRenda Familiar Mensal

Até 10 SM + de 10 SM

Cartão de Crédito 71,5% 72,0% 67,3%

Cheque Especial 8,4% 7,9% 11,6%

Cheque Pré-datado 3,9% 3,7% 5,1%

Crédito Consignado 3,9% 3,7% 5,2%

Crédito Pessoal 10,7% 10,5% 12,1%

Carnês 24,6% 25,3% 18,6%

Financiamento de Carro 10,4% 8,8% 21,7%

Financiamento de Casa 3,3% 2,8% 6,6%

Outras Dívidas 3,0% 3,3% 1,2%

Não sabe 0,1% 0,1% 0,5%

Não respondeu 0,1% 0,1% 0,2%

Fonte: Pesquisa CNC

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Síntese dos Resultados – PEIC

Jul Ago Set

Total de Endividados 57,7% 59,1% 59,2%

Dívidas ou Contas em Atrasos 22,8% 24,7% 24,7%

Não Terão Condições de Pagar 8,9% 8,8% 9,0%

Fonte: Pesquisa CNC

mostram que, mesmo com a volta da aceleração do endividamento, as condi-ções favoráveis da economia doméstica – como especialmente mercado de traba-lho e crédito – possibilitaram às famílias honrarem seus compromissos.

Em setembro, as famílias de maior renda apresentaram condições menos fa-voráveis de honrar seus compromissos. O percentual de famílias com dívidas acima de 10 salários mínimos registrou eleva-ção de 46,7% em agosto para 49,3% em setembro. O total de famílias endividadas em até 10 salários recuou de 61,0% para 60,8%. O mesmo se deu para o percentual de famílias com contas em atraso, onde acima de 10 salários alcançou 13,8% e até 10 salários variou negativamente, re-gistrando 26,5%. As famílias acima de 10 salários mínimos que não terão condições de pagar apresentaram forte elevação, passando de 2,9% em agosto para 4,2% em setembro. Já o total de famílias até 10 salários registrou leve alta, de 9,7% em agosto para 9,9% em setembro.

Cartão de crédito:o vilão da dívidas

Para 71,5% das famílias endividadas, o cartão de crédito continua sendo um de seus principais tipos de dívida, seguido por carnês (24,6%) e crédito pessoal (10,7%). Para as famílias com renda de até 10 salá-rios mínimos, o cartão de crédito (72,0%), seguido do carnê (25,3%) e do crédito pes-soal (10,5%) foram os principais tipos de dívida apontados. Já para as famílias com renda superior a 10 salários mínimos, os principais tipos de dívidas em setembro fo-ram: cartão de crédito, para 67,3% das famí-lias; fi nanciamento de carro, para 21,7%; e carnês, para 18,6%.

A aceleração do endividamento das fa-mílias no terceiro trimestre provocou um consequente repique na inadimplência em setembro. O aumento natural do consumo no quarto trimestre, devido às datas come-morativas, como Dia das Crianças e Natal, tendem a manter o nível de endividamento alto. “No entanto, a sustentação da signifi -cativa oferta de crédito com alongamento de prazos, aliada ao crescimento da massa salarial, impedirá maior deterioração nas condições de pagamento das famílias nos próximos meses”, diz Fábio Bentes.

Bruno FernandesEconomista da CNC

O crescimento forte da renda nos últimos meses contribui para o aumento do consumo. Também há grande oferta de crédito e alongamento dos prazos de pagamento.

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A verdade por trás do câmbio...

E suas consequências Com uma política monetária que inclui o que

os economistas chamam de afrouxamento quantitativo, os Estados Unidos geram, por tabela,

o enfraquecimento da própria moeda e uma preocupação para economias como a do Brasil.

Uma pergunta tem incomodado eco-nomistas brasileiros: quem vai pa-gar a conta da política monetária

dos EUA? Explica-se: o Federal Reserve, o banco central americano, anunciou que vai prosseguir com sua política de afrouxa-mento quantitativo, o que signifi ca injetar mais liquidez na economia e enfraquecer o dólar em relação às outras moedas.

A questão é a seguinte: os países emer-gentes que atravessam bons momentos em suas economias – principalmente aqueles que oferecem taxas de juros mais elevadas – acabam atraindo um grande fl uxo de capitais, apreciando suas respectivas taxas de câmbio. Alguns desses países conseguem conter a va-lorização de sua moeda, como a China, por exemplo, que possui poupança doméstica elevada e pode intervir no mercado de câm-bio. Outros não conseguem, como é o caso do Brasil, que tem uma poupança interna baixa, e mesmo optando por enxugar parte dos dólares acumulando reservas a um custo elevado, acaba vendo o câmbio se valorizar.

O Banco Central atua comprando dó-lares e enxugando o fl uxo por meio da emissão de dívida (títulos públicos) com vencimento no curto prazo. Recentemen-te, o governo autorizou o Fundo Soberano a intervir no mercado de câmbio. Na prá-tica, essa política não difere das compras do BC, uma vez que o Fundo também enxuga o fl uxo monetário proveniente da compra de dólares.

Para os economistas da CNC, a efi cá-cia dessa medida na contenção da valo-rização cambial é de curto prazo, ainda mais na situação de excesso de liquidez em que se encontra o sistema fi nanceiro internacional. “É preciso reconhecer que o acúmulo de reservas internacionais torna os investimentos no Brasil menos arrisca-dos, apreciando a taxa de câmbio”, destaca Carlos Thadeu de Freitas, chefe da Divisão Econômica da CNC.

No início de outubro, o governo decidiu elevar a alíquota do Imposto Sobre Opera-ções Financeiras (IOF) sobre investimen-

dos dólares acumulando reservas a um custo dos dólares acumulando elevado, acaba vendo o câmbio se valorizar.elevado, acaba vendo o câ

elevar a alíquota do Imposto Sobre Opera-ções Financeiras (IOF) sobre investimen-

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tos externos em renda fi xa de 2% para 4%. Com isso, buscou reduzir a velocidade de apreciação do real.

Thadeu de Freitas defende que a fi xa-ção da taxa do IOF contemple um fator de imprevisibilidade, para evitar que os agen-tes incorporem os efeitos de forma ante-cedente, por meio das expectativas. Isto contribuiria para que as instituições fi nan-ceiras saíssem de suas posições de venda de dólares. “A trajetória de apreciação do real refl ete a melhora nos fundamentos da economia brasileira, somados à condição de liquidez internacional extraordinária, proporcionada por taxas de juros muito baixas nos países desenvolvidos. Sendo assim, a reversão dessa tendência teria de coincidir com as mudanças nesses fatores no curto prazo, com a mobilidade da alí-quota do IOF calibrada constantemente”, avalia. Segundo ele, o aumento do IOF é

uma me-dida que faz sentido no curto prazo, uma vez que a melhor forma de garan-tir o dólar em um patamar interessante para a indústria brasileira seria manter os juros bai-xos, o que envolve reformas muito mais profundas e demoradas. “Enquanto não há redução dos juros, o IOF funciona no curto prazo para evitar que o dólar caia ainda mais. Se usada de maneira sábia, o IOF pode ser uma boa medida diante do cenário externo.”

O economista-chefe da CNC acredita que é possível que o governo aumente ain-da mais o IOF sobre o investimento estran-geiro, o que, em sua avaliação, é legítimo. “O governo aproveita para arrecadar mais com isso”, afi rma. As reformas profundas,

Fonte: Banco Central / Elaboração Divisão Econômica - CNC

tos externos em renda fi xa de 2% para 4%. Com isso, buscou reduzir a velocidade de apreciação do real.

Thadeu de Freitas defende que a fi xa-ção da taxa do IOF contemple um fator de dimprevisibilidade, para evitar que os agen-pretes incorporem os efeitos de forma ante- inccedente por meio das expectativiivas Istodent

uma me-dida que fafaz sentido nono curto prazo, uuma vez que a melhohor forma de garan-tir or o dólar em um patamar interessante para a indústria interessante para a indús

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R$/US$ (Real) €/US$ (Euro) ¥/US$ (Iene) AU$/US$ (Dólar Australiano)

CRISE FISCAL NA EUROPANAEUROPA

Taxas de Câmbio

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Base 100 = jan/2005

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Page 22: O LANÇAMENTO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO … · bolo do combate ao câncer de mama no Brasil e já foi utilizado em diversos pontos turísticos, como o Cristo Redentor, no Rio

contudo, são a principal maneira de se garantir, no futuro, o equilíbrio cambial. Com o gasto público sob controle, expli-cou ele, o governo precisaria menos de capital e, portanto, emitiria menos dívida (títulos públicos).

Carlos Thadeu destaca que, no passa-do, houve guerras comerciais, e os países tentaram vender seus produtos ou se pro-teger, importando menos e criando barrei-ras comerciais. “À medida em que você deprecia a moeda, deixando-a mais barata, o país vende mais. Porém, existe uma situ-ação hoje no mundo em que muitas nações desenvolvidas precisam gerar empregos, então querem vender, exportar mais. Para isso baixam os preços de seus produtos e desvalorizam suas moedas”, explica. “A chamada guerra cambial é uma tentativa de um país exportar para o vizinho o pro-blema da geração de empregos.”

Cenário

O motivo principal da desvalorização do dólar é a recuperação mais lenta da eco-nomia americana, que vem sendo mostra-da pelos dados. Com isso, as expectativas sobre o crescimento dos EUA se reduzem e o dólar enfraquece. Com a quebra do banco Lehman Brothers, houve um mo-vimento de fuga de capitais e as moedas dos outros países se desvalorizaram em relação ao dólar. Em um segundo mo-mento, essas moedas voltaram, aproxima-damente, ao nível anterior à crise; com a crise na Europa, houve outro movimento de fuga e o dólar se valorizou. Entretanto, o impacto não foi tão grande quanto antes - observando a tabela da página 25, pode-se perceber a desvalorização do dólar e a valorização de outras moedas. O motivo principal reside nos dados econômicos,

Dívida Externa x Reservas (em US$ milhões)

Fonte: Banco Central / Elaboração Divisão Econômica - CNC

contudo, são a pa principal maneira de se garantir, no futuro, oo, o equilíbrio cambial. Com o gasto público sob cob controle, expli-cou ele o governo precisariaria menos de

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que mostram recuperação lenta e baixa da economia dos EUA, fazendo com que se deteriorem as expectativas e ocorra desva-lorização do dólar.

Tal fato é visto como prejudicial para os países cujas moedas estão valorizadas: os produtos fi cam mais caros, fazendo com que os outros países prefi ram importar de outro lugar, ocasionando redução nas ex-portações - ou seja, queda nas fontes de renda do país. Em um momento de crise, com as taxas de juros já próximas a zero e sem poder recorrer à política fi scal, mui-tos países dependem das suas exportações como via de recuperação da economia, portanto tentam desvalorizar suas moedas. Como a maioria dos países tem os mesmos incentivos para tal prática, cria-se a cha-mada “guerra cambial”.

Reservas

Uma forma de tentar prevenir-se con-tra as oscilações do dólar é manter as re-servas internacionais. Quanto maiores as reservas, mais protegido o país está de uma crise de câmbio. Porém, deve-se le-var em consideração as dívidas externas – as reservas internacionais têm de ser sufi cientes para garantir aos investidores estrangeiros que o país tem condições de arcar com o serviço da dívida (vide tabe-la na página 26). Um país que não poupa depende de capitais voláteis para se fi nan-ciar e, se não possui recursos, está sujei-to às crises na balança de pagamentos. A acumulação de reservas, por outro lado, tem custo fi scal. Ao comprar dólares, o

Banco Central injeta no mercado moeda que tem de ser custeada via emissão de títulos públicos com rendimentos muito superiores (taxa Selic) à remuneração das reservas internacionais, atualmente bem próximas de zero.

Previsões

Enquanto os governos não chegam a um consenso para a redução dos reajus-tes cambiais, a saída parece cada vez mais distante. Para Carlos Thadeu de Freitas, o real vai continuar forte em relação ao dó-lar, as moedas dos países emergentes tam-bém vão continuar fortes, e o dólar vai cair ainda mais, até que a taxa de juros nos Es-tados Unidos volte a subir, mas isso pode demorar de um a dois anos.

O economista aponta ainda os aspec-tos positivo e negativo da questão cambial para o Brasil. O lado positivo é que, com o real forte, o Brasil está importando mais bens de capital, e pagando menos por eles, o que permite que o País consiga aumentar a taxa de investimento na sua economia. Já do lado negativo, o País tem a desvan-tagem de importar bens de consumo durá-veis, como automóveis, o que poderia ser produzido localmente, gerando mais em-pregos. E mais: com o real muito forte, al-guns países ganham os mercados que antes eram do Brasil.

“Uma saída para a manutenção da eco-nomia brasileira em níveis sustentáveis se-ria conceder isenção tributária para as em-presas exportadoras. Mas alguém tem que pagar por isso”, afi rma Thadeu.

Moedas – Valorização em 2010

Fonte: Banco Central / Elaboração Divisão Econômica - CNC

Moeda Valorização % em relação ao dólar

Iene 6,0%Peso colombiano 13,0%

Dólar Taiwan 1,0%Rúpia da Indonésia 4,0%Baht da Tailândia 8,0%

Franco suíço 2,8%Novo Sol do Peru 3,3%

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EM FOCO

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Um investimento em sua empresa

O pagamento da contribuição sindical representa um compromisso assumido entre duas partes que gera força e união. As empresas investem no funcionamento de uma

entidade que, em troca, se estrutura para garantir benefícios ao segmento. A relação de interdependência garante a

vitalidade de empresas e sindicatos.

O Sistema Confederativo da Re-presentação Sindical do Comér-cio (Sicomércio) é formado pela

CNC, por 34 federações (sendo 27 de âm-bito estadual e sete de abrangência nacio-nal) e 948 sindicatos, que representam as empresas dos segmentos de bens, serviços e turismo – uma pirâmide de forças eco-nômicas que emprega diretamente cerca de 25 milhões de brasileiros e movimenta

algo em torno de 40% do Produto Interno Bruto do Brasil (valor de toda a riqueza gerada no País).

Para custear o trabalho de representa-ção deste grupo, cada empresa contribui com uma pequena quantia, a chamada contribuição sindical – que está prevista nos artigos 578 e 591 na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e é paga anu-almente, em janeiro, de acordo com o seu

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INSTITUCIONAL

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capital social e independente de fi liação a sindicatos. Em 2010, o valor mínimo da contribuição sindical para as empresas do comércio de bens, serviços e turismo foi de R$ 132,93 – o equivalente a R$ 11 por mês, ou menos de 27% do salário mínimo vigente no País neste ano. Em 2011, con-siderando o reajuste pelo IGPM, a contri-buição mínima deverá ser de R$ 142,22. Para o consultor sindical da CNC, Renato Rodrigues, “a arrecadação é o processo que garante a representação efetiva do empresariado em todas as esferas dos po-deres público e privado”.

O montante, que por lei é arrecadado pela Caixa Econômica Federal, é dividido entre as entidades que compõem o sistema confederativo: 5% vão para a confedera-ção correspondente – no caso do comér-cio, para a CNC; 15%, para a federação estadual ou nacional da categoria; e 60% fi cam com os sindicatos arrecadadores. Os 20% restantes da partilha da contribuição sindical são destinados à Conta Especial Emprego e Salário, do governo federal, que é vinculada ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

“A contribuição sindical é uma das principais fontes de receita para diversos

sindicatos do País, mas ela tem igual im-portância para os empresários, que se be-nefi ciam dos vários serviços que são ofe-recidos pelas entidades sindicais, como assessoria jurídica, análise de crédito, cer-tifi cação digital e pesquisas conjunturais para auxiliar na identifi cação de cenários, servindo de orientação para os gestores, por exemplo”, afi rma Marli Florido, da Divisão Sindical da CNC. Para ela, é im-portante que os empresários aproximem-se cada vez mais dos sindicatos, tanto para usufruir dos serviços como para conhecer melhor seus direitos.

A ideia de aproximação também é de-fendida pelo chefe do Departamento de Planejamento da entidade, Daniel Lo-pez. “Ao participar mais de perto da vida sindical, os empresários percebem que a contribuição é um dos melhores inves-timentos que podem ser feitos em suas empresas. Eles veem como o recurso é aplicado na defesa dos interesses da cate-goria, percebem que o dinheiro se reverte em forma de benefícios e têm a oportu-nidade de contribuir diretamente nesse processo. Essa participação resulta em sindicatos fortes que representam catego-rias fortes”, diz.

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O PDA é uma iniciativa vinculada ao Programa SEGS para fortalecer e estreitar a aproximação das entidades do Sistema CNC com os empresários do comércio de bens, serviços e turismo.

CNC lança Programa de

Desenvolvimento Associativo

Com a ferramenta, a entidade pretende promover uma mudança na cultura do universo sindical

patronal do comércio de bens, serviços e turismo

No caminho para a ampliação da representatividade e da sustenta-bilidade, o Sistema CNC está in-

vestindo também no associativismo, con-siderado uma poderosa ferramenta para a modernização do sindicalismo nacional. No dia 23 de setembro, a entidade lançou, em Brasília, durante reunião de sua Dire-toria, o Programa de Desenvolvimento As-sociativo (PDA). Previsto no Plano Estra-tégico 2007-2020, o PDA disponibilizará ações estruturantes às federações e sindi-catos com o objetivo de promover a maior aproximação das entidades com o empre-sariado do comércio de bens, serviços e turismo. “Para o empresário, as entidades sindicais são uma solução poderosa para a resolução dos problemas de sua catego-ria”, declara Renato Rodrigues.

O evento de lançamento foi organizado no mesmo dia da Reunião da Diretoria da entidade, aproveitando que dirigentes de todas as federações fi liadas ao Sicomércio estariam reunidos. O Departamento de Pla-nejamento (Deplan) distribuiu materiais com explicações sobre o PDA, e técnicos ofereceram informações adicionais. Trinta e três federações fi liadas ao Sistema CNC aderiram ao PDA.

Com o PDA, a CNC dará início ao pro-cesso de desenvolvimento de mecanismos de atração dos empresários, fortalecendo a sua marca e a imagem institucional. “A ideia

de ampliar a participação dos empresários na vida sindical está ligada ao fortalecimen-to da representação da categoria. Ele torna--se mais consciente e capaz de encontrar melhores soluções para as suas demandas”, afi rma Daniel Lopez, chefe do Deplan.

O associativismo está meramente liga-do não à captação de sócios, mas, princi-palmente, à conscientização dos empre-sários do comércio quanto aos benefícios de se aproximarem das entidades repre-sentativas de suas categorias profi ssionais. Em outras palavras, é uma cultura a ser desenvolvida tanto nos sindicatos quanto entre os empresários: de um lado, o líder sindical entende que a empresa precisa ter identifi cação com a entidade, e, do outro, o empresário percebe que ali suas necessida-des serão atendidas.

Para auxiliar no planejamento e no desenvolvimento das ações de fomento ao associativismo, a CNC buscou a ex-periência adquirida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na condu-ção do seu programa de desenvolvimento associativo. O contato propiciou a troca de informações úteis para a confecção do PDA do Sistema Comércio. A apro-ximação das entidades acena com uma parceria de cooperação nas iniciativas de associativismo e, com a realização de ações em conjunto, as possibilidades de sucesso nos resultados são ampliadas.

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Além do banco de dados da contribuição sindical, o Programa de Desenvolvimento Associativo do Comércio é composto por outros seis produtos:

O Banco de Dados da Contribuição Sindical, primeiro produto do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) do Sistema CNC, permitirá que se tenha uma visão ampla do universo de empre-sários representados por cada entidade do Sistema CNC, considerando sua abrangên-cia geográfi ca e as categorias econômicas de representação. Com isso, será possível elaborar e executar ações de aproximação entre sindicatos e empresários. Além dis-so, por meio do banco de dados, os sindi-catos poderão ampliar sua base de empre-sas representadas e gerar, em cima destas informações, as guias para o pagamento da contribuição sindical.

O acesso aos dados será gerenciado pelas federações, por meio de um técnico disponibilizado para fazer o papel de faci-litador. No dia 19 de outubro, a CNC re-alizou, no Rio de Janeiro, um treinamen-to para os facilitadores, permitindo que

PDA: primeiro produto já está disponível para federações e sindicatos

Incentivo à Modernização TecnológicaA informatização das entidades é o alvo

deste produto, que prevê a disponibilização de linhas de crédito junto a instituições financeiras par-ceiras, para que as entidades adquiram equipamen-tos de informática com prazo e juros adequados.

Palestras para as Lideranças Sindicais

Nesta etapa, o foco é a sensibilização dos agentes do desenvolvimento do asso-

ciativismo nas entidades. As palestras abordarão temas como A Importância do Associativismo; Defesa de Interesses do Comércio; Produtos e Serviços Essenciais; Gestão do Quadro Associa-tivo; e Comunicação e Marketing.

Portfólio Referencial de Produtos e Serviços

A oferta de produtos e serviços pelas en-tidades é um dos principais atrativos para que as empresas queiram associar-se aos sindicatos. O Portfólio será construído em colaboração com os multiplicadores do SEGS, considerando o leque de produtos e serviços que cada sindicato poderá ofe-

eles realizem a gestão do banco junto aos sindicatos filiados.

Para a arrecadação da contribuição sindical de 2011, o banco de dados per-mitirá que as entidades que aderirem re-cebam novas informações de empresas representadas, inclusive a indicação da-quelas optantes do Simples. Essa base de dados, disponibilizada pela CNC, será agregada aos cadastros já existentes nas entidades, oportunizando a aproxi-mação e a geração de guias para a maior quantidade possível de empresas da sua base de representação.

Também estarão disponíveis mode-los de cartas de apresentação da entida-de às empresas. É o primeiro passo para que, futuramente, novas funcionalida-des sejam adicionadas, de modo a per-mitir o refinamento do banco de dados por meio da interação entre CNC, federações e sindicatos.

recer, e conterá detalhes de operacionalização e referências. Serão acrescidos, ainda, os produtos e serviços que a CNC já oferece, como certificação digital e análise de riscos da Serasa e da Equifax.

Site dos Sindicatos

As entidades terão à sua disposição um modelo-padrão de website, personalizável,

que interligará informações nacionais e estaduais de interesse das entidades.

Software de Gestão

Realização de convênio com empresa desenvolvedora de software para facilitar a

aquisição de sistemas de gestão específi cos para a realidade sindical.

Marketing Associativo

Na última etapa do PDA, as entidades terão acesso a materiais de divulgação das ações e serviços dos sindicatos, das federações e da CNC, como vídeos de sensibilização para o associati-vismo e peças publicitárias padronizadas, como folders e banners.

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VI Encontro de Multiplicadores do SEGS

Multiplicadores das federações projetam novas ações para o ciclo 2011 do SEGS

Liderar é atingir metas. Foi com essa ideia que os multiplicadores do SEGS nas federações se reuni-

ram em 28 de setembro, na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro. O VI Encontro de Multiplicadores proporcionou o alinhamento dos resultados do SEGS nas federações e marcou o lançamento do Pro-grama de Desenvolvimento Associativo (PDA) para os multiplicadores.

Representando a CNC, a secretária--geral, Cléa Beranger Maceió, e o con-sultor sindical da presidência, Renato de Oliveira Rodrigues, parabenizaram os representantes das federações pela atua-ção das entidades no SEGS e ressaltaram a importância do PDA. “As federações e sindicatos crescerão muito, tornando-se mais prestigiados do que já são agora”, disse Cléa.

O evento se dividiu em dois painéis. O primeiro, moderado por José Paulo da Rosa, do Sistema Fecomércio-RS, dis-cutiu as ações do SEGS implementadas até aqui e o início da fase de avaliação do Programa. Em uma dinâmica, os mul-tiplicadores se dividiram em grupos e res-ponderam, em conjunto, a questões liga-das à gestão do SEGS, dando sugestões de melhorias e diferenciais que possam ser implantados no ciclo 2011. Em se-guida, foram debatidas ideias para incluir sindicatos que ainda não estão no SEGS e desenvolver os que não estão alcan-

çando bons resultados. Para José Paulo da Rosa, o foco para que isso aconteça deve ser a confi ança dos presidentes de sindicato nas federações e no programa. “Cabe a cada um de nós, multiplicadores, criar um clima de confi ança dentro do sistema”, disse.

No segundo painel, o Programa de De-senvolvimento Associativo foi explicado em detalhes pelo chefe do Departamen-to de Planejamento (DEPLAN) da CNC, Daniel Lopez, que apresentou os produ-tos que irão auxiliar a gestão sindical. “O lançamento do PDA vem despertar uma mudança de cultura no universo sindical patronal”, disse Lopez na apresentação.

Os multiplicadores serão os respon-sáveis pela implementação do PDA em suas federações, uma vez que o progra-ma é vinculado ao SEGS. “O PDA vai dar a estrutura que o sindicato precisa para atuar, além de aproximar o empresário dos sindicatos e com isso garantir a exis-tência e a sustentabilidade deles”, afi rmou Lopez. Os multiplicadores também assis-tiram a uma palestra sobre “Marketing de Relacionamento”, ministrada pela con-sultora Marta Bartholomeu, da empresa Parceria Ilimitada.

Cléa Beranger Maceió destaca a importância do PDA para representantes das entidades do Sistema Comércio

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PRODUTOS CNC

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CNC volta a compor o CNDI

Missão do CNIg leva CNC à China

A convite da República Popular da China, por meio da Embaixada daquele país no Brasil, a representante da CNC no Conselho Nacional de Imigração (CNIg), Marjolaine Canto, che-

fe da Assessoria Junto ao Po-der Executivo (APEX) da

CNC, embarcou rumo à Ásia para participar da Missão Bra-

sil-China, no período de 09 a 21 de outubro de 2010.

O grupo de conselheiros participou do Debate sobre Movimen-to de Profissionais Brasil--China, no contexto das relações comerciais entre os dois países. A missão incluiu, ainda, visita à Embaixada do Brasil em Pequim e à de Cantão, re-centemente inaugurada.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Ser-viços e Turismo (CNC) e o Serviço Social do Comércio (SESC) foram eleitos para compor o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI), respectivamente, nos seguintes segmentos: Organizações de Empregadores e Organizações de Educação, Lazer, Cultura, Esporte e Turismo. Em 17 de setembro, a Secretaria Especial de Direitos Humanos de-finiu, por eleições, as entidades que irão compor o Conse-lho, na gestão 2010-2012. Entre as 14 vagas preenchidas, participarão: Irlando Tenório e Rita de Cassia (pela CNC) e Maria Alice Lopes de Souza e Maria Clotilde Carvalho (pelo SESC).

O CNDI tem por finalidade elaborar as diretrizes para a formulação e implementação da Política Nacional do Idoso, conforme dispõe a Lei nº 10.741 (Estatuto do Idoso), bem como acompanhar e avaliar a sua execução.

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O consultor econômico da CNC, Ernane Galvêas, aborda as possibilidades de regulação do mercado de câmbio e analisa o desempenho das atividades econômicas, como a produção

industrial e o crescimento do comércio varejista, com base no mês de agosto e no acumulado de 2010

Conjuntura econômica

Em princípio, o mercado de câmbio pode ter dois tipos de regulação: taxa de câmbio fi xa e taxa de câmbio fl utuante. No primeiro caso, o mercado é controlado e as vendas e compras de moeda estran-geira (dólar) são feitas à taxa fi xada pela autoridade monetária; no segundo caso, o mercado é livre e a taxa de câmbio será o resultado da oferta e procura. Cabe regis-trar, entretanto, que praticamente não há mercado livre, eis que em todos os países a prática é a do sistema “sujo”, isto é, livre, mas sujeito a intervenções do Governo.

A trágica experiência cambial de 1999, da taxa fi xa com banda larga, desmorali-zou o sistema, levando o mercado a “tomar o freio nos dentes”. Desde março daquele ano, após uma desvalorização que che-gou a mais de 60%, adotou-se o sistema da taxa de câmbio fl utuante, sem prejuízo do recurso eventual do tipo dirty fl oating, “câmbio fl utuante sujo”, sujeito a interven-ções do Banco Central. Esse é exatamente o caso atual do Brasil.

A experiência brasileira do dirty fl oa-ting está custando muito caro, obrigando o Governo a realizar maciças emissões de Títulos Públicos para levantar os recursos necessários à compra de dólares. O re-sultado está visível: as reservas cambiais do País subiram de US$ 33,2 bilhões, em

dezembro de 2000, para US$ 281 bilhões atualmente; em contrapartida, a dívida pú-blica bruta elevou-se de R$ 723,8 bilhões para R$ 2.034,9 bilhões, em agosto último. Segundo consta, as elevadas reservas cam-biais representam, para o Brasil, um preju-ízo anual de mais R$ 40 bilhões.

Em todo esse episódio, fi ca claro que, na conjuntura internacional atual, de reces-são e alta liquidez, acompanhada de gran-des incertezas, a política monetária não é sufi ciente para controlar o mercado cam-bial, fazendo-se necessária a participação da política fi scal. Contra todas essas evi-dências, é difícil explicar por que o Bra-sil vem estimulando o ingresso de capitais fi nanceiros de curto prazo, de evidente ca-ráter especulativo, utilizando como princi-pal atrativo a elevada taxa básica de juros Selic, fi xada pelo Banco Central – a maior taxa real de juros do mundo. A utilização do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Ministério da Fazenda, para intervir no mercado de câmbio, arrecadan-do recursos para o Tesouro, tem vantagens inegáveis sobre a taxa de juros Selic do Banco Central, que onera pesadamente a dívida pública. Afi nal, uma medida inteli-gente. Parabéns ao Ministro Mantega. Fal-ta revogar a isenção do IR sobre os ganhos de capital na Bovespa.

Indústria

A produção industrial caiu em nove das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE em agosto, em relação a julho. As prin-cipais quedas foram apuradas nas regiões de Goiás (-4,8%) e Rio Grande do Sul

A administração da taxa de câmbio

Atividades Econômicas

(-4,3%), enquanto o maior crescimento fi cou com o Pará (2,4%).

No acumulado do ano, houve destaque para Espírito Santo (31,7%), Amazonas (23,8%) e Minas Gerais (19,2%). A in-dústria paulista acumula crescimento de 13,5% e, em 12 meses, de 9%. Após qua-

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ARTIGO

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Ernane GalvêasConsultor econômico da CNC

tro meses de crescimento, o Índice Nacio-nal de Expectativa do Consumidor (INEC) caiu 0,8% em setembro, na comparação com o mês anterior, de acordo com a CNI. O Nível de Utilização da Capacidade Insta-lada (NUCI) recuou pelo quarto mês con-secutivo, fi cando em 82,3%, ante 82,5% no mês anterior. O emprego industrial cresceu 0,8% em agosto/julho e 7,4% em relação a agosto/09. O dado mais signifi cativo em setembro foi a queda de 9,1% na produção da indústria automobilística, com redução de 1.8% no licenciamento, acumulando no ano 17,3% e 18,7%, respectivamente, en-quanto a produção de máquinas agrícolas acumula 41,8% e as exportações, 57,5%, em valor. Em outro setor emblemático, do papelão ondulado, a produção aumentou 4,8% em relação a setembro/09 e 0,89% sobre agosto. No acumulado do ano, o au-mento foi de 15,6%. A produtividade indus-trial, de janeiro a agosto, aumentou 9,5% e o salário real, 2,9%. Atenção: devido à seca, provocada pelo La Niña, o nível dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro--Oeste chegou a 47,2% (ONS). No Nordes-te, a situação é mais crítica, com 43,6%, e no Sul, mais tranquila, com 60,5%. Em 2001, o ano do apagão, os reservatórios do Sudeste chegaram a 20,6%.

Comércio

Em agosto, as vendas do comércio va-rejista tiveram alta de 1,6% e de 2,0% no volume de vendas, sobre o mês anterior, segundo o IBGE. No acumulado do ano, a alta no volume foi de 11,3% e, nos últimos 12 meses, de 10,1%. Sobre agosto do ano passado, a alta é de 10,4%. Essa é a quarta alta mensal seguida. Em julho, a ativida-de do varejo havia crescido apenas 0,4%. No Rio, de janeiro a agosto, a alta foi de 8,6%. Segundo a Serasa, a expansão do co-

mércio de janeiro a setembro foi de 10%. Os segmentos de material de construção e de móveis, eletroeletrônicos e informática lideram a expansão, com alta de 16,8% e 15,9%, respectivamente. Veículos, motos e peças tiveram acréscimo de 14,6%. Con-siderando apenas setembro, a atividade do comércio fi cou estável em relação ao mês anterior. A atividade varejista voltou a ace-lerar no terceiro trimestre, depois de um se-gundo trimestre mais fraco. O desempenho foi puxado pela alta de 1% no movimento dos supermercados, hipermercados, ali-mentos e bebidas, e pelo avanço de 0,6% no segmento de móveis, eletroeletrônicos e informática, impulsionados pelas condi-ções de crédito favoráveis. Ainda segundo a Serasa, a inadimplência do consumidor teve crescimento de 1,6% em setembro/agosto. Para a Equifax, o volume de che-ques sem fundos teve queda de 5,1% em setembro/agosto.

Agricultura

A Conab confi rmou que a safra 2010/11 poderá chegar a 147,9 milhões de toneladas de grãos, mas o IBGE revela estatísticas com 148,9 milhões, com destaque para a soja (68,7 milhões de toneladas). A safra de milho poderá cair até 8%. O clima seco pro-vocado pelo La Niña poderá afetar os resul-tados da safra. Nas caatingas do Nordeste, a seca de hoje é igual à de 1998/99, o que ocorre há mais de 100 anos, em meio aos desvios de verbas no Departamento Nacio-nal de Obras Contra as Secas (DNOCS). As cotações dos produtos agrícolas poderão ter alta, caso se confi rme a queda na safra 2010/2011 nos Estados Unidos. A produ-ção de carne de frango registrou aumento de 7,5% nos últimos 12 meses. A renda dos produtores de café teve alta de 24% em re-lação à safra 2009.

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ARTIGO

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E-commerce reforça importância da

certificação digitalCom a vigorosa expansão dos negócios on-line

no Brasil, cresce a necessidade de padrões de segurança que garantam a integridade dos

dados fornecidos nas transações

Se os números do crescimento do comércio no Brasil já impressio-nam, os do comércio eletrônico

soam quase irreais. A Divisão Econô-mica da CNC prevê um incremento de 10,4% nas vendas em 2010. Já as vendas virtuais, somente no primeiro semestre, cresceram 41,2% em comparação ao mesmo período do ano passado, com um faturamento de R$ 7,8 bilhões, segundo pesquisa desenvolvida pela Fecomer-cio de São Paulo, em parceria com a

e-bit. Este valor supera o total de vendas de todos os shoppings

centers da Grande São Pau-lo nos mesmos meses, esti-mado em R$ 7,2 bilhões. O vigor com que o comércio eletrônico se desenvolve no País chama a atenção para o uso de uma ferramenta cada vez mais indispensável para que as transações sejam re-alizadas com segurança: a certificação digital.

No Brasil, a legalidade do certificado digital foi reco-nhecida pela Medida Provisó-ria nº 2.200, de 24 de agosto de 2001, que garante validade jurídica aos documentos as-sinados eletronicamente com certificados digitais emitidos

no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), que funciona dentro do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), ór-gão vinculado à Casa Civil.

O certificado digital é uma espécie de identidade virtual, que contém in-formações criptografadas guardadas em um equipamento portátil chamado Tolkien (uma espécie de pen drive in-violável), dentro do computador ou no cartão inteligente smart card. “Diversos segmentos da sociedade vêm utilizan-do a certificação digital, como forma de desburocratização para alavancar o crescimento do País, acompanhando os benefícios dessa moderna tecnologia”, afirma Renata Balthazar, gerente de Pro-jetos da CNC. Ela destaca o pioneirismo da Receita Federal ao privilegiar contri-buintes que utilizam o certificado digi-tal (e-CPF ou e-CNPJ) na transmissão e consulta de dados pela internet, evi-tando, assim, o atendimento presencial.Com foco na consolidação e ampliação de sua representatividade, a CNC man-tém parceria com a Certisign Certifica-dora Digital S.A., permitindo assim que as federações integrantes do Sicomércio funcionem como Autoridades de Regis-tros. Para isso, é necessário o creden-ciamento da federação interessada junto à Certisign, que será subsidiada pela

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SERVIÇOS

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CNC. A partir daí, atuando como Auto-ridades de Registro, são várias as opor-tunidades para as Federações. A criação de nova fonte de receita é uma delas.

Outros benefícios são destacados, como, por exemplo, o desenvolvimen-to de programas de associativismo; o fornecimento de certificados digitais para pessoas físicas e jurídicas e o in-centivo ao comércio eletrônico. “A cer-tificação digital veio para ficar. Ela será um instrumento fundamental para padronização do relacionamento entre as empresas e entre empresas e clien-tes”, avalia Renata Balthazar. “O co-mércio eletrônico está em alta e a cer-tificação digital vem agregar segurança às transações eletrônicas, para evitar fraudes eletrônicas, atualmente com percentual crescente”, completa Mi-guel Nicoletti, assessor da Gerência de Projetos da CNC.

As estimativas da e-bit indicam que o comércio eletrônico deve fechar o ano de 2010 com um faturamento da ordem de R$ 14,3 bilhões, uma expan-

são de 35% em relação ao ano anterior. Como re-

ferência, esse valor supera, segundo cálcu-los da Asses-

soria Econômica da Fecomercio de São Paulo, em 10% o orçamento do Progra-ma Bolsa Família de 2010; a soma dos orçamentos anuais de cinco ministérios (Comunicações, Cultura, Meio Ambien-te, Esportes e Turismo); e também re-presenta 6,5 vezes o orçamento anual do Ministério da Cultura. A soma corres-ponde ainda à venda de 350 mil veícu-los e equivale ao valor gasto, anualmen-te, por todas as famílias brasileiras com roupa feminina, sendo maior do que a despesa total das famílias do País com gás doméstico.

A maior presença do e-commerce no varejo levou a Fecomercio de São Pau-lo a rever a metodologia de apuração da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), desenvolvida men-salmente desde 1970. O comércio ele-trônico passou a ser acompanhado como um segmento do varejo, denominado, dentro da pesquisa, como “e-PCCV”. É neste cenário de expansão dos negócios on-line que a certificação digital ganha força e a CNC vem participando desse processo. A Gerência de Projetos rece-be pedidos de informações pelo e-mail [email protected] ou pelos telefo-nes (21) 2524-5972, (21) 3804-9344 ou (21) 3804-9200, ramal 468.

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SERVIÇOS

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A CNC na ampliação da segurança digital

O compromisso da Confedera-ção Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

de oferecer serviços alinhados às ne-cessidades das entidades que integram o sistema e dos empresários exige um permanente acompanhamento da evolução tecnológica.

O certificado digital surge como uma moderna tecnologia de segurança que permite identificar uma pessoa ou um empresário, por meio da internet, garan-tindo integridade e autenticidade, por ser uma ferramenta que utiliza cripto-grafia, tecnologia que faz com que ape-nas o emissor e o receptor de determina-dos dados consigam decifrá-lo.

Como funciona? O empresário ou a pessoa física compra o certificado digi-tal pela internet e valida pessoalmente no Ponto de Atendimento autorizado pelo Governo Federal, portando alguns documentos como identidade, CPF e/ou cartão do CNPJ e contrato ou estatuto social. O agente autorizado confere a veracidade das informações para, então, entregar o certificado digital.

O Sistema CNC, em parceria com a Certisign Certificadora Digital, vem es-truturando, por todo o Brasil, Pontos de Atendimento nas Federações e Sindica-tos, para atender ao público, com preços

diferenciados para empresários do co-mércio de bens, serviços e turismo.

O mercado apresenta números positi-vos de crescimento do comércio eletrô-nico e, para aproveitar as facilidades e comodidades que a internet traz ao dia a dia, é fundamental que se tenha seguran-ça. É preciso ter cuidado com sites que possuem pouca informação sobre segu-rança – e segurança requer investimento.

Antes de efetuar qualquer compra eletrônica, deve-se verificar o grau de preocupação com segurança que o website disponibiliza, observando-se, por exemplo, a presença do “s” no início do endereço do site – https://, a visuali-zação do ícone do cadeado, de marcas e selos de confiança. Além disso, deve-se sempre utilizar o certificado digital.

Há um potencial latente de cresci-mento da utilização do certificado digi-tal, seja nas obrigatoriedades definidas pela Receita Federal, seja na mudança comportamental da sociedade.

Segundo Márcio Nunes, diretor de Novos Produtos da Certisign, a seguran-ça digital também deve ser vista como um comportamento, uma forma de “vi-ver a vida digital” e, como tal, é preciso conscientizar-se que há formas e cami-nhos certos e seguros e outros errados e mais arriscados.

Renata Balthazar Pereira AlvesGerente de Projetos da CNC

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ARTIGO

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CBST quer acelerar a criação da Renalegis – Serviços

A Câmara Brasileira de Serviços Terceirizáveis (CBST), órgão consultivo da Confederação Na-

cional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), vai reforçar a mobi-lização das instituições para criar a Re-nalegis - Serviços. Será um braço do setor da Rede Nacional de Assessorias Legislativas (Renalegis), organismo coordenado pela Assessoria Junto ao Poder Legislativo (APEL), que atua no Congresso Nacional em defesa de pro-posições legislativas que interessam aos empresários do comércio.

A decisão foi tomada durante a reu-nião mensal da CBST, em 29 de setem-bro, na sede da Confederação, em Brasí-lia, presidida pelo coordenador da CBST, Jerfferson Simões, que é vice-presidente para Assuntos de Relações Internacio-nais e Ações Políticas da Federação Na-cional dos Sindicatos das Empresas de Segurança, Vigilância e de Transporte de Valores (FENAVIST). Segundo ele, é preciso acelerar o processo de formação do grupo do qual participarão assessores legislativos de todas as entidades da área de serviços interessadas.

A coordenadora das Câmaras Bra-sileiras do Comércio (CCBC), Renata Pantoja, presente ao encontro, informou que reenviará ofício aos presidentes das entidades associadas à CBST enfatizan-do a importância da indicação de repre-sentantes para a Renalegis - Serviços. Da reunião participaram 14 dirigen-tes e executivos de fi liadas à Câmara e de órgãos da CNC.

Simões destacou, ainda, que será feita uma análise do quadro político pós-eleições, diante da necessidade de continuar apoiando projetos de interes-se da área de serviços em tramitação no Legislativo cujos autores não tenham sido reeleitos.

Nesse caso, conforme destacou Rei-ner Leite, assessor da APEL, os projetos não aprovados em todas as comissões durante a legislatura serão arquivados. Segundo ele, a proposição poderá ser desarquivada mediante requerimento do autor ou dos autores, dentro dos primei-ros 180 dias da primeira sessão legislati-va ordinária da legislatura subsequente, retomando a tramitação a partir do está-gio em que se encontrava.

Membros da CBST e da CNC reunidos no edifício sede da Confederação, em Brasília.

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SERVIÇOS

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Missão Empresarial a Washington

O Conselho Empresarial Brasil/Es-tados Unidos (Cebeu) realizou, em Washington, a capital norte

americana, Missão de Promoção do Re-lacionamento Econômico Bilateral, no período de 27 a 30 de setembro deste ano. A CNC, que é membro do Conselho, foi representada na oportunidade pelo econo-mista Luiz Claudio Almeida, assessor da Divisão Econômica.

O trabalho da Missão deu continuida-de a ações anteriores, tendo como objeti-vo principal tratar dos seguintes assuntos: Projeto de Lei “Foreign Manufacturers Accountability Act of 2010”; Sistema Ge-ral de Preferências; Acordo entre a Agên-cia Nacional de Vigilângia Sanitária (Anvisa) e a Food and Drug Administra-tion (FDA), a agência que regula o comér-cio de alimentos e medicamentos nos Esta-dos Unidos; Acordo de Informações sobre Tributos; Acordo Quadro de Comércio e Investimentos; Algodão; Etanol e Black Liquor. Eis um resumo dos temas:

O Acordo sobre Algodão já foi nego-ciado na Organização Mundial do Comér-cio (OMC), mas, caso suas cláusulas não sejam cumpridas à risca – e existe certa preocupação nesse sentido –, isso pode causar impactos negativos na relação bila-teral e de investimentos.

No caso do Etanol, o Cebeu defende a não renovação da tarifa imposta ao produ-to importado (US$ 0,54 por galão), que ex-pira em 31.12.2010.

Já o Projeto de Lei “Foreign Manufac-turers Accountability Act of 2010” está em tramitação no Congresso dos EUA. O PL estabelece que empresas estrangeiras man-tenham um agente registrado nos EUA, responsável por receber notifi cações da justiça norte-americana. Segundo o PL, a empresa estrangeira que não cumprir com

as exigências terá suas vendas aos EUA barradas. A lei tem como objetivo a prote-ção do consumidor (principalmente diante de produtos chineses). Mas também é uma barreira adicional ao comércio internacio-nal, que em muito prejudicaria as peque-nas e médias empresas brasileiras com negócios nos EUA.

O Sistema Geral de Preferências (SGP) vem sendo objeto de crescentes discus-sões no Congresso dos EUA, onde muitos parlamentares preconizam sua reforma. Embora não haja consenso, é possível que o Brasil seja excluído do SGP. O Cebeu defende a renovação da posição brasi-leira, uma vez que a mesma é importan-te para o comércio bilateral, benefi cian-do inclusive empresas norte-americanas instaladas no Brasil.

O Acordo de Informações sobre Tri-butos está em tramitação no Senado do Brasil e depende dessa aprovação para ser implementado.

A demanda por um Acordo entre a Anvisa e a FDA – que tem um nível ele-vado de ambição, prevendo o reconhe-cimento mútuo de vistorias, processos e licenciamentos – obteve importante êxito, com a assinatura do Termo de Confi den-cialidade na Troca de Informações sobre Produtos Regulados, com a presença do ministro da Saúde do Brasil, José Go-mes Temporão, que assinou o Termo e proferiu palestra em reunião do Cebeu sobre o assunto.

A Missão cumpriu intenso programa, onde fez visitas e reuniões com represen-tantes dos Departamentos de Estado, do Comércio, do Tesouro e do Congresso dos EUA, onde apresentou o temário acima, além de ser recebida, em duas oportunida-des, na Embaixada do Brasil, pelo Embai-xador Mauro Vieira e sua equipe.

Luiz Claudio de Pinho AlmeidaEconomista da CNC

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RELATÓRIO

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Novos rumos do Ecoturismo e do

Turismo de AventuraCresce no País a procura por esportes radicais e por destinos ecológicos e o segmento entra na rota do turismo brasileiro

Em tempos de aquecimento global e preservação do meio ambiente, vários setores da indústria e do co-

mércio têm sofrido uma mudança de roti-na para adotar hábitos mais sustentáveis. Portanto, o setor de Turismo não poderia deixar de ser afetado e de ver o crescimen-to do segmento de Ecoturismo no Brasil. Segundo a Organização Mundial do Turis-mo (OMT), o turismo convencional cresce 7% ao ano, enquanto o Ecoturismo tem um crescimento anual de 20%. Dados da Ad-venture Travel Trade Association (ATTA) revelam que as viagens de aventura e eco-turismo representam 26% de todas as via-gens internacionais.

De acordo com o Ministério do Turis-mo, Ecoturismo é “o segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de

uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações”. Dentro desse segmento, são atividades características a observação da fauna, da fl ora e de forma-ções geológicas, caminhadas em fl orestas e trilhas, mergulhos de observação, safáris fotográfi cos, entre outras.

Outro segmento que vem crescendo e se destacando dentro do País é o Turis-mo de Aventura. Turistas de todo o mun-do vêm realizar aqui no Brasil atividades como rafting (descida em rios de corredei-ras com botes infl áveis), escalada, bungee jumping (salto livre em que o participante fi ca preso por corda elástica), rapel (desci-da feita por cordas em paredões rochosos), entre outras atividades. Estima-se que só o arvorismo, caminhada entre as árvores por meio de cordas e plataformas, atraia mais de 250 mil praticantes por ano no Brasil.

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TURISMO

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Uma pesquisa realizada pela Associa-ção Brasileira de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), no início de 2010, tra-çou o perfi l desses turistas e revelou um público com um alto potencial consumi-dor. Cerca de 56% dos turistas desse seg-mento são da classe B, e a maioria deles (53%) tem entre 18 e 39 anos.

Segundo dados da Abeta, o tíquete mé-dio do ecoturista e do turista de aventura aumentou 165%, passando de R$ 112 em 2008 para R$ 293 em 2009. Além disso, o faturamento das empresas em 2009 fechou em torno de R$ 540 milhões.

O notório crescimento do setor se re-fl etiu no Abeta Summit 2010, um evento apoiado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pelo Ministério do Turismo, com

a fi nalidade de discutir os novos rumos do Ecotu-rismo e do Turis-mo de Aventura,

além de formar novas parcerias de negócios. Foram 66 empresas compradoras reunidas, sendo 27 nacionais e 39 internacionais, além de 70 fornecedoras de produtos. “Encontros como esse têm importância estratégica para o melhor posicionamento do Ecoturismo e do Turismo de Aventura nas ações turísti-cas do Brasil. Isso estimula melhores ações e impactam diretamente no empresaria-do”, ressaltou Gustavo Timo, coordenador geral da Abeta.

Durante o evento, que aconteceu entre 20 e 23 de setembro, o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) e a Abeta assina-ram Termo de Cooperação Técnica. Par-ticiparam do ato o diretor de Produtos e Destinos da Embratur, Marcelo Pedroso, e o presidente da Abeta, Jean-Claude Razel. A ideia é colocar os destinos e produtos brasileiros em evidência, com maior parti-cipação em feiras internacionais, publica-ção de materiais, promoção de workshops, entre outras ações. Presente na cerimô-nia de abertura, o ministro do Turismo,

As maravilhas naturais do pantanal matogrossense podem ser observadas nas atividades do SESC Pantanal

Uma das casas da Estância Ecológica

SESC Tepequém. No total, três casas

de madeira e uma de alvenaria estão à

disposição dos ecoturistas

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TURISMO

CNC NotíciasOutubro 2010 n°128333333336666666666 CO36

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Luiz Barretto, resumiu a importân-cia do Ecoturismo e do Turismo de Aventura. “Este segmento é a perfei-ta tradução do ‘life style’ brasileiro, um povo caracterizado pela diversidade e pluralidade”, disse.

Para o chefe da Assessoria de Turismo e Hospitalidade da CNC e vice-presiden-te do Conselho de Turismo da entidade, Eraldo Alves da Cruz, o Ecoturismo e o Turismo de Aventura têm um grande mer-cado no Brasil, formando um nicho muito importante para incrementar a atividade turística no País, e trazendo um número cada vez maior de turistas estrangeiros, que movimentarão as economias locais e voltarão para seus países de origem divul-gando nossos destinos.

O Serviço Social do Comércio (SESC), pioneiro em turismo social no País, tam-bém desenvolve ações de Ecoturismo e Turismo de Aventura em suas unidades espalhadas pelo Brasil. O trabalho mais

conhecido é realizado pela Instância Ecolo-gica SESC Pantanal, no Mato Grosso, que promove passeios ecoturísticos que in-cluem trilhas pela

reserva ecológica, passeios de barco e a cavalo, que permitem o contato do turista com as mais belas paisagens do pantanal.

Em Roraima, no município de Ama-jari, a Estância Ecológica do SESC Te-pequém também realiza passeios ecoló-gicos. A estância é composta por quatro casas com total infraestrutura para o tu-rista. Três delas são feitas em madeira e uma em alvenaria, mas todas oferecem conforto e comodidade para os hóspe-des. Por lá, é possível realizar caminha-das pelas matas da Floresta Amazônica e visitar as belezas naturais do local, como as cachoeiras e riachos.

Outras unidades do SESC promo-vem atividades de Turismo de Aventura em ações e eventos espalhados por suas agendas ao longo do ano. Além disso, o SESC alia as práticas desses segmentos com as atividades do turismo social. “O Ecoturismo, assim como o turismo so-cial, tem um caráter educativo muito for-te e se integra a questões que envolvem o meio ambiente. Ambos consideram de extrema importância as informações que são repassadas aos participan-tes”, disse Luiz Antônio Guima-rães da Silva, técnico de turismo social do SESC.

O ministro do Turismo, Luiz Barretto, discursana abertura do Abeta Summit 2010. Ao lado, o gerente de vendas da TAM, José Roberto Pereira, o presidente da ATTA, Shannon Stowell, e o presidente da Abeta, Jean-Claude Razel

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TURISMO

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Seminário aborda gestão de crises no setor

Crises no trade podem ser evitadas, desde que haja planejamento – o assunto foi debatido por especialistas em Brasília, durante

encontro que contou com representantes da CNC e do Senac

Perto de 95% das crises que atingem o setor de turismo podem ser pre-vistas e evitadas. Mas, para isso, é

preciso planejamento. Esta foi uma das principais conclusões dos participan-tes do Seminário das Américas – Ges-tão de Riscos e de Crises no Setor de Turismo, realizado de 23 a 25 de agosto no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

O seminário foi uma iniciativa da As-sociação Brasileira de Jornalistas de Tu-rismo (Abrajet) e do Senac, com promo-ção e execução do Ministério do Turismo em parceria com a Organização Mundial de Turismo (OMT).

“Com cases nacionais e internacionais, vimos que os setores públicos e priva-dos devem sempre estar preparados para crises das mais variadas espécies, sejam elas econômicas, de segurança, catástro-fes naturais ou outras”, explica Leonardo

Fonseca, Assessor Técnico da Assessoria de Turismo e Hospitalidade (ASTUR) da CNC, que participou do evento.

Antonio Henrique de Paula, gerente de Projetos do Senac, foi mediador de um dos debates realizados durante o encontro. “Os profi ssionais de turismo devem estar atentos às mudanças, que são constantes. Muitos deles não entendem a necessidade de se ter um plano emergencial, que pode transformar problemas em oportunidades, já que o turismo sofre impacto quase que imediato com as crises”, explica.

O seminário contou ainda com gesto-res públicos responsáveis pelo planeja-mento do turismo e pela gestão de riscos e crises em nível nacional, estadual e lo-cal, representantes do trade que integram o Conselho Nacional de Turismo (CNT), além de representantes dos países mem-bros da Comissão Regional da OMT para as Américas.

A importância de uma gestão competente foi

um dos temas do evento

realizado no Distrito Federal

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TURISMO

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Conselho de Turismo debate

qualificação e receptivo

O Conselho de Turismo da CNC re-cebeu, em 13 de outubro, na sede admi-nistrativa da entidade, no Rio de Janeiro, o presidente da consultoria Planet Work e coordenador do curso de Turismo da UniverCidade, Mauricio Werner, e o pre-sidente da Associação Brasileira de Ope-radores de Turismo Receptivo Internacio-nal (BITO, na sigla em inglês), Salvador Saladino, que abordaram o tema “Quali-fi cação para Megaeventos e Receptivo”. O encontro faz parte do atual macrotema de estudo do Conselho, “Infraestrutura Turística e Megaeventos”.

Mauricio Werner destacou que, ape-sar do cenário positivo que o Brasil tem à frente, com a realização de eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, mais importante que a velocidade é a direção, no que se refere à qualifi cação dos profi s-sionais do setor e na construção dos equi-

pamentos. “Para tratarmos de qualifi cação não bastam programas pontuais. O apro-fundamento é menor do que poderíamos ter”, disse. Segundo o especialista, os cur-sos devem criar oportunidades de geração de renda e de autonomia para a população. “Não adianta o estudante, por exemplo, ter à mão recursos tecnológicos se o conheci-mento de base é raso”, enfatizou.

Salvador Saladino, por sua vez, apontou os gargalos do turismo receptivo brasileiro. “O Brasil sofre uma espécie de paralisia”, apontou. “E mesmo percebendo como nos-so produto está perdendo mercado para os concorrentes, o País não faz muitas ações para reverter o quadro”, criticou. Saladino disse também que a desvalorização do dó-lar é um dos principais problemas do setor receptivo, alertando que o turismo é um produto de exportação de serviços e deve-ria ser enquadrado como tal.

Eraldo Alves da Cruz, Salvador Saladino, Mauricio Werner e Oswaldo Trigueiros Jr.: debates em prol do turismo

CNC lança revista Turismo em Pauta

O Conselho de Turismo da CNC apresentou a revista Turis-mo em Pauta, uma publicação com artigos escritos por espe-cialistas do setor e da área acadêmica.

O lançamento foi realizado em 20 de outubro, durante a Feira das Américas da Associação Brasileira de Agên-cias de Viagens (ABAV 2010). A primeira edição traz sete artigos sobre o setor, no Brasil e no exterior, de autores como o ministro do Turismo, Luiz Barret-to, o diretor executivo da Organização Mundial de Turismo (OMT), Márcio Favilla de Paula, e o consultor especialista em Turismo e Hospitalidade, Luiz Carlos Barboza.

vista Turis-por espe-

urante gên-az

e

esultor os Barboza.

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TURISMO

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Fecomércio-MS instala Assessoria Legislativa

Projeto visa melhorar o trabalho de acompanhamento parlamentar realizada pela federação no Estado e o alinhamento do Sistema junto ao Poder Legislativo

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul (Fecomércio-

MS) acaba de instalar formalmente a sua assessoria legislativa, que fi cará tempora-riamente sob a coordenação do consultor sindical Fernando Camilo, que já traba-lhava em ações pontuais relacionadas à assessoria legislativa no Estado.

A ofi cialização do novo departamento, que demonstra a importância que a nova gestão da entidade dará à atividade legis-lativa, coincidiu com a visita, em 15 de setembro, do assessor da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Enio Zampieri.

A visita de Zampieri, da Assessoria Jun-to ao Poder Legislativo (APEL), fez parte do Projeto de Implantação de Assessorias Legislativas (IAL), uma iniciativa da CNC que busca um diálogo maior entre todas as entidades de representação sindical do comércio no que diz respeito ao acompa-nhamento de propostas em tramitação no Congresso. A Apel levou para a Fecomér-cio-MS uma série de medidas para ampliar

a sua atuação nas Assembleias Legislati-vas de Mato Grosso do Sul e na Câmara Municipal de Campo Grande – entre elas o treinamento e a capacitação de colabo-radores e a instalação de um programa de banco de dados, entre outras coisas.

Com essa implantação, a federação se comprometeu a assessorar o empresa-riado no âmbito legislativo, pelo da mo-nitoramento da ação dos parlamentares e dos projetos de lei em tramitação. “Além de signifi car mais uma prestação de ser-viço aos seus sindicatos, a criação dessa assessoria no Mato Grosso do Sul poderá proporcionar o desenvolvimento de um trabalho institucional na Fecomércio--MS, fortalecendo a imagem da entida-de junto ao poder legislativo do Estado”, disse Zampieri.

Camilo e o superintendente interino da federação, Reginaldo Henrique, acompa-nhados do assessor da CNC, reuniram-se com parlamentares da Assembleia Legis-lativa de Mato Grosso do Sul e da Câ-mara Municipal de Campo Grande, já no dia seguinte à implantação,

16 de setembro.dia seguinte à implantação,

16 de setembro.

Fernando Camilo, consultor sindical da

Fecomércio-MS, assume

temporariamente a assessoria legislativa

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SISTEMA COMÉRCIO

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SESC-MS inaugura nova unidade em Campo Grande

Uma nova unidade do SESC foi inaugurada, em 29 de se-tembro, em Campo Grande,

no Mato Grosso do Sul. O presidente do Sistema Fecomércio-SESC-Senac/MS, Edison Ferreira de Araújo, recebeu autoridades, empresários e dirigentes sindicais para a cerimônia de inaugu-ração da unidade, que oferecerá aten-dimento gratuito nas áreas de saúde, cultura e lazer.

No dia da inauguração, a comunidade do bairro de Lageado, onde está localizada a nova unidade, teve acessos a serviços e recebeu orientações sobre DST/AIDS, ali-mentação saudável, higiene corporal e saú-de bucal, além de participar de ofi cinas de

materiais reciclados, pintura facial e mon-tagem de fi guras com balões. Outras atra-ções também estarão disponíveis no SESC Lageado, como uma área só pra crianças, com cama elástica, pula-pula e escorrega-dor infl ável, corais infantojuvenil e de ido-sos e o BiblioSesc, para inserir as crianças no mundo da literatura.

Segundo a diretora regional do SESC-MS, Irene Buainain, a unidade vai oferecer cur-sos de complementação curricular e aper-feiçoamento profi ssional, ofi cinas sobre alimentação e nutrição, aproveitamento integral de alimentos e cursos nas áreas de culinária, artesanato e trabalhos manu-ais. “Será a oportunidade de ampliação da renda familiar das pessoas da comunidade

de Lageado. O SESC promove-rá a inclusão social por meio da transformação de produtos para a comercialização”, afi rmou.

A expectativa é que o em-preendimento, fruto de parceria com a Secretaria Estadual de As-sistência Social, realize cerca de 39,5 mil atendimentos até 2011.

Fachada do SESC Lageado, que deve prestar mais de 39 mil atendimentos até o fi nal de 2011.

Edison Ferreira de Araújo, presidente da Fecomércio-MS, inaugurou a unidade junto com autoridades do Estado

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SISTEMA COMÉRCIO

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Fecomércio-RS propõe soluções para distorções

no Simples NacionalEstudo prevê desconto para micros e

pequenas empresas que sofreram impacto negativo no recolhimento do Simples

Técnicos da Fecomércio-RS trabalha-ram por pelo menos dois meses para encontrar soluções para o método da

substituição tributária (ST) com relação ao impacto negativo sobre as empresas op-tantes do Simples Nacional. O resultado foi entregue ao secretário adjunto da Fa-zenda do Rio Grande do Sul, Leonardo Graffrée Dias, durante uma reunião entre dirigentes empresariais do Estado, em 13 de setembro.

O documento prevê que a sistemáti-ca continue a mesma, com a indústria re-colhendo o imposto, mas concedendo um desconto por meio de nota fi scal quando o atacado ou o varejista subsequente forem do Simples Nacional. “Nesses casos, o ata-cado faria o cálculo do imposto, verifi caria a diferença existente entre a alíquota nor-mal e a do Simples, repassaria o desconto em nota para o varejo e poderia se creditar do valor pago”, disse o consultor tributário da Fecomércio-RS, Rafael Borin.

Graffrée disse que pretende levar o estudo ao Conselho Nacional de Política Fa-zendária (CONFAZ), com a fi nalidade de levar o projeto para todo o País. Caso o assunto não tenha efeito nacional, poderá ser feito um trabalho para a sua aplicação nas operações internas do Estado. “Esta-mos com uma boa possibilidade de êxito”, comentou o secretário adjunto.

Como a indústria e o atacado são obri-gados a recolher o ICMS no princípio da

cadeia produtiva, a implantação da ST proporcionou às micros e pequenas em-presas pagarem o imposto “cheio” pro-veniente deles. O ICMS para categoria geral tem tarifa média de 17%, enquanto que, para empresas do Simples, o valor médio é de 2%. Com o pagamento do imposto ocorrendo no início do ano, os 17% já vinham embutidos para as em-presas do Simples no preço do produto.

Dirigentes reunidos para a entrega do estudo ao secretário adjunto da Fazenda

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SISTEMA COMÉRCIO

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Senac-MT promove fórum de empreendedorismo Fórum EmpreendaMais MT espera reunir mais de três mil empresários nos dois dias de palestras e exposições em Cuiabá

O Serviço Nacional de Aprendiza-gem Comercial do Estado de Mato Grosso (SENAC-MT), por meio do

Centro de Educação Profi ssional do Varejo (CEP Varejo) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fe-comércio-MT), realizou, nos dias 15 e 16 de setembro, o fórum EmpreendaMais MT 2010. O evento destinava-se a potencializar o espírito empreendedor de empresários e profi ssionais que buscam conhecimento e soluções para fazer crescer o seu negócio. O fórum aconteceu no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.

Na abertura do evento, o presidente do Sistema Fecomércio/SESC/Senac-MT, Pedro Nadaf, falou sobre “Cenários e Ten-dências”, transmitindo informações práti-cas do Estado para o ano de 2011. Também estavam presentes a diretora regional do Senac, Gislane de Arruda e Silva, e o dire-tor da Editora Quantum, Raúl Candeloro.

Foram divulgados durante o encontro os resultados de uma pesquisa nacional a rs-peito de empreendedorismo e sobre como os pequenos e médios empresários estão se diferenciando da concorrência.

As palestras tiveram a presença de profi ssionais conceituados, como Clau-dio Diogo, Marcelo Caetano e Paulo Ferreira, além da presença dos princi-pais especialistas de gestão empresarial no auditório principal e nas salas para-lelas do Centro de Eventos. O Empreen-daMais MT ainda contou com uma área de exposição destinada a empreendedo-res interessados em abrir um negócio próprio na região.

Mais de três mil empresários, em-preendedores e profi ssionais da região passaram pelo Centro de Eventos para conferir o conteúdo e as novidades apre-sentadas pelos especialistas e exposito-res durante os dois dias de evento.

Fórum no Centro de Eventos do Pantanal reuniu mais de três mil empresários do Mato Grosso

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SISTEMA COMÉRCIO

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SESC completa

64 anos de atividades sociaisAniversário do Serviço Social do Comércio foi

comemorado por diversas unidades da instituição em todo o País, que promoveram atividades para suas comunidades

O Serviço Social do Comércio (SESC) co-

memorou, em 13 de setembro, 64 anos de existência, levando la-zer, cultura, educação, assistência e saúde a

milhares de trabalhadores do comércio, a suas famílias e a populações carentes de todo o País. Mantido pelos empresá-rios do setor terciário, o SESC é uma en-tidade voltada para o bem-estar social de

seus clientes. Hoje, com mais

de seis décadas de atuação, o SESC está presente em to-das as capitais do Brasil e em diver-sas outras cidades

de pequeno e médio portes. Em muitos municípios do interior do País, é a única alternativa da população para serviços de educação, saúde, cultura, lazer e assis-tência. Creche, educação infantil, ensino fundamental, educação de jovens e adul-tos, pré-vestibular, medicina preventiva e de apoio, odontologia, nutrição, cinema, teatro, música, artes plásticas, dança, arte-sanato, biblioteca, esporte, ação comunitá-ria e assistência especializada compõem o amplo leque de serviços que o SESC ofe-rece ao trabalhadores do comércio de bens e serviços e à comunidade em geral.

Apesar de serem voltados para os tra-balhadores do comércio de bens, serviços e turismo, os programas do SESC acabam por benefi ciar à comunidade em geral, pro-movendo campanhas de prevenção à saú-de, de proteção ao meio ambiente, ações comunitárias e assistência especializada.

Exemplos do trabalho do SESC: Exibição artística no SESC Anápolis, em Goiás; Unidade de saúde

preventiva no Rio Grande do Sul; e fachada do SESC Copacabana, no Rio de Janeiro.

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SISTEMA COMÉRCIO

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Fecomércio-DF homenageia pioneiros do comércio e serviçosEm sua quinta edição, o Prêmio Mercador Candango premiou empreendedores pioneiros em Brasília.

Brasília reviveu sua criação e seu desenvolvimento por meio de 14 histórias, na noite de 29 de setem-

bro, durante a quinta edição do Prêmio Mercador Candango, realizado pela Fe-deração do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF – Fecomércio. O prêmio é destinado a empresários pioneiros que aju-daram a construir e a desenvolver a capital do País, com o objetivo de homenagear os empreendedores que deixaram suas ci-dades e famílias e vieram atrás do sonho chamado Brasília.

No discurso que abriu a cerimônia de entrega dos troféus, o presidente em exer-cício da Fecomércio-DF, Miguel Setem-brino, ressaltou a importância de cultivar mais a história da capital federal. “Nos-sa moderna capital acaba de completar 50 anos e atingiu um patamar admirá-vel, mas não podemos deixar de lembrar de seus fi lhos que ajudaram a desbravar o Planalto Central e contribuíram para a distribuição de renda do nosso País”,

afi rmou. “O reconhecimento da Federa-ção do Comércio é um agradecimento aos anos de luta e dedicação. Todos são merecedores”, acrescentou.

A condecoração, que já homena-geou 66 pioneiros, este ano agraciou 14 nomes: Heraldo Cunha Moll, Nelson Serafi m Cagale, Raimundo Dias de Sousa,Geraldo Vasconcelos, Sebastião de Carvalho Neto, José Aparecido Guimarães,Antônio Augusto de Moraes, Fernando Bizerra, Elenita Crisci Da Valle, ÁlvaroJosé da Silveira, Edson Sebba, Walter Machado, Sebastião Lopes da Silva e Pedro Ribeiro (in memoriam).

A noite também foi marcada por uma homenagem especial. Atualmente licen-ciado da entidade, o senador Adelmir San-tana recebeu a Medalha da Solidariedade Humana, por seu desprendimento em fa-vor dos micros e pequenos empresários, por seu engajamento em prol dos empre-endedores individuais e pela cidadania e autoestima que oferece à população de

Brasília, por meio dos serviços do SESC e do Senac.

Empresários homenageados exibem seus prêmios. À direita, o 2° vice-presidente da Fecomércio-DF, Antônio Augusto de Moraes, ao lado de Miguel Setembrino.

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SISTEMA COMÉRCIO

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Fecomércio-CE lança revista

A Pauta do ComércioRevista será um registro pré e pós-eleição sobre os

compromissos assumidos pelos candidatos ao governo do Ceará

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE) lançou no mês de

setembro a revista A Pauta do Comércio. No dia 17, a primeira edição foi apresenta-da em Juazeiro do Norte, e, no dia 22, em Fortaleza, com a presença dos diretores da federação, presidentes de sindicatos e em-presários do setor do comércio. A revista traz as respostas dos candidatos ao gover-no do Estado do Ceará para as propostas do setor de comércio de bens e serviços.

De acordo com o presidente da Feco-mércio-CE, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, a ideia é dar continuidade à revista pelos próximos anos. “Essa é uma forma de nos atualizarmos, e, ao mesmo tempo, registrarmos para aqueles que votaram em um deputado informações sobre seu mandato. Com isso, pretendemos contri-buir para que a democracia seja efetivada, não só no período eleitoral, mas durante todo o mandato do governador do Estado do Ceará e dos parlamentares”, ressalta Luiz Gastão.

A revista deve ter periodicidade anual e trazer um balanço das ações do gover-nador, dos senadores e deputados eleitos, durante os mandatos, comparando essas ações com as propostas apresentadas pelo Sistema Fecomércio-CE.

Mais de 110 mil empresas cearenses do segmento receberam a edição das Eleições 2010, que funciona como uma espécie de registro pré-eleição e pós-eleição sobre os compromissos assumidos pelos can-didatos. As propostas foram elaboradas a partir de uma ampla discussão e pesquisa junto às lideranças sindicais associadas à Fecomércio-CE, que apontaram áreas e temas que mais necessitam de melho-rias para alavancar o desenvolvimento do Estado, como segurança pública, po-lítica tributária, capacitação e formação profi ssional, geração de emprego e renda, entre outros. Além disso, a revista traz um breve perfi l de todos os candidatos a deputado, a senador e a governador que

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A Pauta do Comércio: revista será lançada

anualmente pela Fecomércio-CE

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SISTEMA COMÉRCIO

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Um entusiasta da política, entre o Estado e a iniciativa privada

Conselho Técnico da CNC lamenta a ausência de uma de suas mentes mais brilhantes – Nestor Jost, ex-ministro, ex-presidente do Banco do Brasil, advogado... e sobretudo um amigo.

“Ele era um liberal, defensor da ini-ciativa privada, mas certo de que o Estado deveria ter papel indutor

na economia.” Com estas palavras, o ex-mi-nistro da Fazenda e consultor da Presidência da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Ernane Galvêas, defi niu seu colega do Conselho Técnico da entidade, Nestor Jost.

Dono de uma das mais longas carreiras políticas e empresariais do País, Jost nunca parou de trabalhar, desde que começou a ajudar o pai no pequeno comércio da fa-mília em Candelária, sua cidade natal, an-tigo distrito de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. A agricultura também era uma das atividades dos Jost – Nestor foi plantador de fumo, assim como o pai, ligação que o lavaria a se destacar, no futuro, como gran-de defensor do setor fumageiro.

A paixão pela política já se mostrava no jovem gaúcho que, no tempo livre, ensaia-va discursos. “Eu tinha muitos amigos e era um moleque, como costuma ser o rapaz do interior”, disse, em entrevista ao Museu da Pessoa, disponível na internet.

Nestor Jost foi sargento do Sétimo Batalhão de Infantaria de Porto Alegre. Na capital gaúcha, também terminou a faculdade de Direito, após cogitar seguir carreira na Medicina.

Em 1938, passa no concurso para dele-gado de polícia, e vai trabalhar em Cangu-çu, ainda no Rio Grande do Sul.

O ano de 1947 marca o início de sua profi ciente trajetória política – foi deputa-do federal, estadual e prefeito de São Lou-renço do Sul. Fora da política, foi diretor do Banco do Brasil, de 1961 a 1967, chegan-do à presidência da instituição, ocupando-a até 1974.

Após a experiência no BB, onde pro-moveu a expansão internacional do banco, Jost presidiu a Associação Brasileira da In-dústria do Fumo (Abifumo).

E a política voltou a falar mais alto: foi ministro da Agricultura no governo de João Figueiredo, de março de 1984 a março de 1985, sucedendo Ângelo Amaury Stábile e sendo substituído por Pedro Simon.

Desde 1988 fazia parte do Conselho Técnico da CNC, participando ativa-mente dos trabalhos do órgão, na sede adminis-trativa da entidade, no Rio de Janeiro.

Nestor Jost faleceu em 9 de outubro, aos 93 anos, no Rio de Ja-neiro, de insufi ciência respiratória e renal. Dei-xa mulher, fi lhos, netos e bisnetos, além de ami-gos e uma trajetó-ria de trabalho e força admiráveis.

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HOMENAGEM

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Ernane GalvêasSeriam necessárias muitas páginas para descrever a trajetória de Ernane Galvêas, consultor econômico da CNC, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central. Melhor que um

histórico, mesmo que repleto de conquistas, a CNC Notícias publica uma homenagem de Roberto Nogueira Ferreira,

também consultor da Confederação, que fala por todos os amigos do ilustre capixaba, por ocasião de seu aniversário.

“Escrevo hoje – 30 de setembro de 2010 –, porque amanhã pas-sarei o dia a comemorar. Na mi-

nha agenda pessoal, o 1º de outubro tem status de feriado nacional, data magna, digna de todos os encômios. Nesse “feria-do”, estaremos todos nós de parabéns, to-mados pela emoção justa e necessária de termos o privilégio, por menor que seja, da convivência com o cidadão Ernane Galvêas. O aniversário é dele, mas os pa-rabéns são nossos. Galvêas, o brasileiro, sabemos, completa 88 anos.

Aos 88 anos, Galvêas, o brasileiro, mantém o espírito aberto, a educação de berço, a humildade dos sábios. Galvêas, o brasileiro, aos 88 anos continua preo-cupado com o futuro do seu País e isso não é necessariamente pouco. Lembro--me do gênio Simonsen, na praia, um dia depois da renúncia, expressando o seu sentimento: tirei um peso de mi-nhas costas. Galvêas, o brasileiro, aos 88 anos, espontaneamente, mantém o peso em suas costas, não porque é ministro, ou porque o País dependa de seu talen-to salvador, como no passado, mas por-que ama o Brasil, e isso também não é necessariamente pouco.

Contam-se nos dedos os brasileiros de qualquer idade que estão de fato pre-ocupados com o futuro do Brasil. Que mistérios carrega essa geração que pas-sa dos 80 com vigor intelectual reno-vado? A ciência por acaso seria capaz de explicar? Certamente, não, porque estou falando de coisas do coração, do

tempo em que não se precisava de polí-ticas públicas voltadas para o idoso (por-que o idoso era naturalmente respeitado e reverenciado). Estou falando de umtempo em que a educação básica se resumia a três expressões meio fora de moda: “sim senhor, dá licen-ça, muito obrigado”. As pes-soas, hoje, morrem lentamen-te, todos os dias, consumindo pequenas pílulas de má--educação, inveja, into-lerância, agressivida-de, desrespeito. Gal-vêas, o brasileiro, livre desse receituá-rio maligno, ao con-trário, toma doses diárias de educa-ção, elegância,amor, tolerância, humor...

Certamente ele nos dará o presente de viver muitos e muitos anos mais, e quantos anos mais ele viver, maior e mais presente será sua pre-ocupação com o Brasil, sua doação intelectual, porque ele traz no cora-ção esse amor permanente ao Brasil. É um exemplo a ser seguido. Galvêas, o brasileiro, é o equilí-brio. Não é 8, nem 80. É 88. Parabéns!”

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Roberto Nogueira Ferreira

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ESPECIALESPECIAL

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HISTÓRIA EM IMAGEM

Final felizChegou ao fi m o drama dos 33 mineiros que permaneceram mais de dois

meses presos a 700 metros de profundidade em uma mina de ouro e cobre que desabou no Norte do Chile. A operação de resgate foi acompanhada em tempo real por centenas de familiares, mais de mil jornalistas, com trans-missão ao vivo para vários países. Os homens fi caram 17 dias sem qualquer comunicação com o exterior, sobrevivendo com uma rigorosa dieta de duas colheres de atum enlatado, um gole de leite e meio biscoito a cada 48 ho-ras. Localizados, passaram a receber suprimentos, enquanto esperavam a construção de um túnel de resgate. No fi nal do dia 12 de outubro, a cápsula Fênix 2, cujo nome é uma alusão ao mito da ave Fênix, que renasceu das cinzas, fi nalmente iniciou o içamento dos mineiros, um a um. O último a sair foi Luis Urzua, de braços erguidos na foto em que aparece ao lado do presidente chileno, Sebastián Piñera. A operação foi considerada a mais bem-sucedida já realizada no gênero e seu desfecho emocionou o mundo.

(Juan Mabromata/AFP Photo)

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