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O Liberticídio dos Animais...2020/12/17  · CGC 19 136 639/001-27 - Sociedade civil sem fins lucrativos - Reg. 59.324, Livro A, em 12/12/83-Cart. Jero Oliva - Belo Horizonte. Reconhecida

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  • O Liberticídiodos Animais

    Edna Cardozo Dias

    1ª Edição - 1997

  • Dias, Edna Cardozo

    O Liberticídio dos Animais

    EcologiaCopyright 1997 Liga de Prevenção da Crueldade contra o AnimalCGC 19 136 639/001-27 - Sociedade civil sem fins lucrativos - Reg. 59.324, Livro A, em 12/12/83-Cart. Jero Oliva - Belo Horizonte.Reconhecida de Utilidade Pública Municipal, pela Lei 3926, de 02/01/85Reconhecida de Utilidade Pública Estadual, pela Lei 9 217, de 17/07/86Rua Espírito Santo 935 ap. 803 - 30 160-031 - Belo Horizonte - MGFoto de capa: Linda Ashby/Animal Emancipation

    Impressão: Editora Littera Maciel Ltda.Av. Simão Antônio 157 - Bairro Cincão32 371 - 610 Contagem - MG

    Direitos autorais reservados

  • Que no século XXI todos animais sejam livres!Que o século XXI seja o milênio da paz!

    Para Toulouse

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    Prefácio ........................................................................ 10

    A solidariedade dos animais ......................................... 13

    O liberticídio dos animais ............................................ 19

    Como defender os animais em juízo............................ 61

    Referências bibliográficas ............................................ 64

    SUMÁRIO

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    PREFÁCIO

    relação do ser humano com animais sempre foi regida pela noção de domínio.Acostumado à idéia de legitimidade da exploração dos animais e da natureza,o homem tem agido, vezes, com arbitrariedade, torpeza e irresponsabilidade.No pensamento grego antigo o homem fazia parte do Universo sem qualquer

    autonomia. A justiça do Estado se confundia com as leis da natureza, uma vez que ohomem, imerso na totalidade do cosmo obedecia às leis físicas ou religiosas que oregiam. Esta concepção é um jusnaturalismo cosmológico.

    Os pré - socráticos já afirmavam o tema essencial da unidade.Com a crise ética e moral do século V a.C. os sofistas deslocaram o

    conhecimento do cosmo para o homem. Com os sofistas as indagações sobre a ordemcósmica cedem lugar às indagações sobre a ordem humana.

    É a partir de Sócrates, com a máxima Conhece-te a ti mesmo que começao antropocentrismo.

    Aristóteles em “ A Política” argumenta que a família se forma da união dohomem com a mulher, do senhor com o escravo. E que a primeira família se formouda mulher e do boi feito para a lavra. O boi serve de escravo aos pobres.

    Aristóteles vê no fato do homem ter o dom da palavra uma forma de elevação,ao ser comparado com os outros animais que só tem a voz para expressar o prazer ea dor. Ele vê como natural o domínio do homem sobre o animal da mesma forma quepara ele é natural o domínio do homem que tem idéias sobre aquele que só tem aforça. Aristóteles inclui o animal na sociedade como escravo.

    Já nos estóicos encontramos a idéia de que o direito natural é comum a homense animais. Essa idéia de que todos os seres vivos estão sujeitos a uma lei, bem comoa um Deus, logos, ratio ou pneuma - é um dos princípios fundamentais do estoicismo.Todos os seres vivos participam da ratio universal. Porém preconizavam a idéiade que a aplicação da justiça é apenas para os seres racionais. O estoicismo, de certaforma, é o precursor da teoria do contrato social.

    Mas, entre os gregos a antropocentria teve uma visão limitada. Com ocristianismo o intelectualismo grego cede lugar ao voluntarismo de Deus As atitudesgeneralizadas de domínio e maus tratos com os animais encontram respaldo na crençabíblica de que Deus outorgou ao homem o domínio sobre todas as criaturas viventes.Tudo isto era mais que uma crença, era um dogma de fé. São Thomaz de Aquinoafiançou o dualismo ecológico judaico - cristão em seu “Tratado de Justiça” afirmouque “Ninguém peca por usar uma coisa para o fim a que foi feita. As plantasvivem em função dos animais e os animais das plantas”. Costumava evocarestas palavras de Santo Agostinho: “Por justíssima ordenação do Criador, a vida e amorte das plantas e dos animais está subordinada ao homem”.

    O pensamento filosófico ocidental continuou assentado nessa dualidadeontológica, que criou uma separatividade entre o homem e a natureza, e legitimoutoda sorte de exploração dos animais. Assim seguiram o romantismo, o humanismo, o

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    racionalismo, que colocaram o homem no centro do Universo.O pensador Francis Bacon defendeu uma atitude experimentalista face aos

    animais e a filosofia de dominação e manipulação da natureza.Com Descartes o racionalismo atingiu a sua culminância. Com sua máxima

    “Cogito ergo sum - penso, logo existo - reduziu o homem à sua mente. Isto alienouo homem da natureza e dos demais seres humanos, levando a uma absurda desordemeconômica, injusta divisão de bens, e uma onda crescente de violência. Nesta épocadifundiu-se na Europa a prática da vivissecção, que é o ato de realizar experimentosem animais vivos.

    De um lado encontramos em Galileu, Descartes e Newton pensamentos queconstituíram a base da revolução tecnológica e de outro, a linha que começa comMontaigne, Rousseau e Goethe, que defendem o pensamento não manipulador danatureza.

    Montaigne acreditava que o Criador nos pôs na terra para servi-lo e osanimais são como nossa família. Pregava o respeito não só pelos animais, mas àsárvores e plantas. Montaigne dizia que aos homens devemos justiça , mas aosanimais devemos solicitude e benevolência.

    Rousseau atribuía à sociedade a origem de todos os males e a instituição dasdesigualdades. Em sua 7ª caminhada no livro “ Devaneios de um caminhante solitário”ele critica o uso de animais em experimentos e a visão das plantas como bem utilitáriona confecção de remédios. E afirma que nunca julgou que tanta ciência contribuíssepara a felicidade da vida. Rousseau se refugiava na natureza para se furtar à lembrançados homens e aos ataques dos maus.

    Goethe criticava o ser humano por só valorizar as coisas na medida em quelhe são úteis, e por se arrogar o direito de classificar algumas plantas como ervasdaninhas, ao invés de vê-las como crianças da natureza universal, tão amadas por elaquanto o trigo que o homem valoriza e cultiva.

    Foi dentro desse pensamento que o filósofo inglês Thomas Hobbes deMalmesbury, com seu livro, o Leviatã, fundou a filosofia do direito individualmoderno. Dando à linguagem o papel de formadora das relações sociais e políticas,ele excluiu os animais do contrato social. Para a formação do Estado é preciso umpacto, para cuja adesão é preciso a linguagem.

    Locke, precursor do liberalismo inglês, coloca o homem em sua origem comosenhor de todas as criaturas “inferiores” podendo fazer delas o que lhe aprouver.Pregava que, em princípio, tudo pertence a todos e a força do trabalho pertence acada um individualmente, o que vem a constituir a primeira forma de propriedadeprivada. Segundo ele o homem pode se apossar dos frutos e das criaturas da terra.Locke retirou o animal da natureza tornando-o propriedade privada. Dizia quea natureza extra humana não tem vontades e nem direitos, são recursos à disposiçãode toda humanidade.

    Depois de Hobbes e Locke a natureza não humana ficou fora do contratosocial ou subjugada.

    Na cultura ocidental, em sua vertente liberal e socialista o direito natural selimitava à natureza humana. O liberalismo e o socialismo outorgaram ao homem otítulo de rei da criação. E este pensamento tomou força depois das revoluções francesas

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    e industrial. Tanto que na Declaração dos Direitos do Homem está dito: “Todohomem”. Não se reconhecem direitos para a natureza não humana. Só em outubrode 1978, quase duzentos anos depois a Organização das Nações Unidas - ONUproclamou a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, onde está dito: “Todosos animais nascem iguais perante a vida e tem os mesmos direitos à existência.”

    O filósofo francês Michel Serres, em seu livro “Le Contrat Naturel (ÉditionsBourin, França, 1990) defende a idéia de que é chegada a hora de substituirmos aTeoria do Contrato Social (de Hobbes), pela Teoria do Contrato Natural.

    Para Serres a história começa com a guerra e a guerra é um estado de direito,pois pode ser conceituada como o fechamento e estabilização de envolvimentosviolentos por decisões jurídicas. A guerra supõe um acordo prévio e esse acordo seconfunde com o contrato social. Para ele, portanto, Hobbes estava enganado aodizer que a guerra de todos contra todos precede o contrato social. Para Serres, aocontrário, é a guerra que nos protege contra a reprodução indefinida da violência.

    O homem deve buscar o estado de paz e o amor, e para tal deve renunciar aocontrato social primitivo para firmar um novo pacto com o mundo: o contrato natural.

    Serres preconiza a revisão conceitual do direito natural de Locke, pelo qual ohomem é o único sujeito de direito.

    O mundo que foi vistocomo nosso senhor, depois se tornou nosso escravo,em seguida passou a ser visto como nosso hospedeiro, e agora temos que admitir queé, na verdade, nosso simbiota.

    O homem parasita da natureza e do mundo, filho do direito de propriedade,tudo tomou e não deu nada. A Terra hospedeira deu tudo e não tomou nada. Umrelacionamento correto terá que se assentar na reciprocidade. Tudo que a naturezadá ao homem ele deve restituir.

    Hoje a filosofia e a ciência já admitem a unidade do cosmo. E nessa unidadenão há hierarquia. Os componentes dos átomos e partículas atômicas são padrõesdinâmicos que não existem como entidades isoladas, mas como partes de uma redeinseparável de interações. Os físicos modernos nos mostram que toda matéria -tanto na terra como no espaço externo - está envolvida numa contínua dança cósmica.Tudo no espaço está conectado a tudo mais, e nenhuma parte dele é fundamental. Aspropriedades de qualquer parte são determinadas, não por alguma lei fundamental,mas pelas propriedades de todas as demais partes. O físico Heisenberg, ao estudaro mundo material, mostrou-nos a unidade essencial de todas as coisas e eventos. Omundo está envolvido em uma grande unidade, nenhum elemento está isolado, nem naextensão presente nem na história. Átomos e mundos são levados por um só impulsoe o resultado disso é a vida.

    Talvez quando o último tigre asiático ou a última arara azul vierem a falecer ohomem passará a refletir sobre esta rede. Ou quando a última floresta tropical fordestruída e o clima global mudar matando nossa espécie, então o homem poderásentir na pele o que é esta rede.

    É a mesma conclusão a que chegam os místicos partindo do reino interior,enquanto os físicos partem do reino exterior.

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    Esta maneira nova que os físicos nos mostram de ver o Universo é a essênciado Tao, fundado por Lao - Tsé ; e do Zen, que nos ensina a não nos apegarmos aopensamento dos contrários, dos opostos. O Ser em sua plenitude está unido a tudoque vive. Essa unidade abole todas as diferenças. O ensinamento da unidade é aessência do Zen e do Tao.

    Esta é, também, a cosmovisão dos pré-socráticos, que concederam ao cosmouma alma. Logos, o princípio é a alma do mundo.

    A diferença cosmovisão pré - socrática para a das sociedade orientais consisteno fato dessas sacralizarem a natureza enquanto que os gregos interrogavam suanatureza para descobrir o seu segredo.

    Esta teoria renasceu sob o nome de Gaia, a Terra viva, através do biológoinglês James Lovelock, para quem a Terra é um ser vivo, capaz de se regular a simesma e ao próprio clima.

    Estamos retornando à visão holística dos lendários gregos quehabitavam o logos.

    Para reconhecermos os direitos dos animais temos que repensar muitas coisase mudar nossas relações com o ambiente. Os animais são seres, que como o homem,estão profundamente absorvidos pela aventura de viver. Aquele que não sentecompaixão pelos animais não tem o direito de falar das torturas humanas. Para asmãos do justo tudo que vive é sagrado.

    O movimento de libertação dos animais exigirá um altruísmo maior que qualqueroutro, o feminismo, o racismo, já que os animais não podem exigir a própria libertação.Como seres mais conscientes temos o dever não só de respeitar todas as formas devida, como o de tomar as providências para evitar o sofrimento de outros seres.

    Os humanos são os únicos seres que estão na posição de ajudar e guiar osmenos desenvolvidos dando um exemplo de cooperação e auxílio. São os únicosseres capazes de transformar a si mesmo e ao mundo.

    Um dia o homem descobrirá um poder superior ao atômico - o do amor. Overdadeiro amor, o único, capaz de transformar o mundo. Neste dia o homem seconscientizará de que possui um dever cósmico, e então, só então, poderá dizer queé o rei de toda criação, o filho de Deus na terra

    A autora

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    A solidariedade dos animaisHistórias verídicas de animais contadas pelos homens

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    A solidariedade dos animaisHistórias verídicas de animais contadas pelos homens

    Os animais estão sempre nos dando liçõesde solidariedade. Basta observá-los e veremoscomo são capazes de partilhar o alimento e oespaço da Terra, cada qual extraindo para siapenas o necessário para sobreviver. Sãocapazes de sentir afeto e de auxiliar indivíduosde outras espécies.

    Um fato notável aconteceu em Arcansas,nos EEUU, na década de 80. Um recém -nascido abandonado num bosque dentro de umsaco plástico, foi salvo por um gato que, paraprotegê-lo do frio da madrugada, aqueceu-ocom o seu corpo até conseguir socorro. Slowly,o gato herói, tinha o hábito de voltar para casade seus donos antes do anoitecer. Certa manhã,ao acordar sem encontrá-lo, estes foramprocurá-lo no bosque e o encontraram dentro do saco plástico. Ele começou, então amiar estranhamente, os donos se aproximaram e o encontraram lambendo o bebê. 1

    Outro fato notável é o caso da gata Daisy, que foi alimentada por um casal que passavaférias no norte do Estado de NY. Ao voltar para casa no Estado de NY abandonaram-na.Um mês depois Daisy apareceu miando na porta do casal carregando um dos seus filhotes.Em seguida fez mais quatro viagens trazendo de cada vez um filhote.2

    Não menos famoso é Nekochin, o gato que virou notícia no Japão ( 1992), por tercontrariado a convicção popular de que os felinos são desapegados em relação ao dono.Abandonado, o animal percorreu mais de 100 quilômetros para voltar à casa de seuproprietário, na província de Shiga.3

    Os bovinos são tão sensíveis que, quando passam perto de local onde uma rês foiabatida e carneada, mesmo um mês depois, mugem sem parar.

    Num Jardim Zoológico da Flórida ( 1991), o hipopótamo Garth, então com 9 anos,recusou-se a comer por ocasião da morte de seu companheiro, Percy.4

    No Rio de Janeiro ( 1991) os moradores da Rua Coronel Tamarindo, em Bangu, secomoveram com o velório que o garanhão prestou à fêmea, morta naturalmente. Permaneceua seu lado até o fim.5

    Na cidade de Abruzzi, na Itália ( 1992) um bebê abandonado pela mãe foi salvo pela1 Revista Contigo, pg. 28, década de 19802 WALLECHHINSKY David, IRVING Wallace e IRVING M, “ Animais célebres” in O livro das listas, Record, Riode Janeiro, 1977.3 Zero Hora, Porto Alegre, 08/03/1992.4 Jornal Estado de Minas5Jornal O Dia

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    cadela Gina, que o arrastou até perto de seus filhotes e o amamentou por quase quatrosemanas. O bebê foi descoberto pelo fazendeiro Aldo Stefani, dono da cadela.6

    Igualmente emocionante é a história de Fido, um cachorro da raça belga (1991), queandou 1500 km para ir atrás dos donos. Demorou dois anos para sair da Bélgica e chegaraté a Espanha, para encontrar a belga Lise Dermier e o marido espanhol. Ela conta queencontrou Fido parado na porta de sua casa e a emoção foi tanta, que o cachorro choravacomo uma criança.7

    Em Belo Horizonte ficou famosa a gata Kika ( 1992), da veterinária do zoológico, queamamentou um lobo guará, o Biquinho, único sobrevivente de uma ninhada.8

    Em Tenessee, nos EEUU, Sadie, fêmea de labrador, surpreendeu seu dono em umacaçada. Depois de sumir, retornou com um pequeno filhote de bambi que havia perdido amãe morta pelo caçador. Sadie adotou-o com tal desvelo que chegou a ceder ao filhotesua própria casa, permanecendo na chuva.9

    Mas, nenhuma outra história nos demonstra melhor o poder do amor dos animais doque a da cadelinha Donna, que vivia em Telaviv, com a família Rotem. Donna foi sacrificadacom uma injeção letal e enterrada por seus donos, depois de desenganada pelosveterinários. Donna tinha uma das patas inchadas , diagnosticada como tumor, e nãoconseguia mais andar por causa das fortes dores. Os veterinários aconselharam o sacrifíciodo animal para não amputar a perna. Ela foi morta, colocada num saco plástico e enterradanum terreno baldio dos arredores da cidade. Uma semana depois ela apareceu na casados Rotem, toda suja. Além de resistir ao veneno, escavou um túnel até a casa deles,retornando á vida com a pata curada, e demonstrando o poder do amor dos animais, numpaís assolado pelo ódio e pela guerra. 10

    Em Pequim, na China, um gato salvou um família de sete pessoas, minutos antes dacasa desmoronar. Ao pressentir o desastre, com seu sexto sentido , começou a arranhar aporta do quarto de seu dono Li Shuhua, que se levantou. Ao ver a casa rachando acordoutoda família, que pode se salvar graças ao amor e fidelidade do gato pelo dono. Aquelesque afirmam terem os gatos sete vida podem agora dizer que o amor dos gatos podesalvar sete vidas.11

    Em um incêndio em New York, em 1996, enterneceu o mundo o amor materno deScarlett, uma gata que salvou seus cinco filhotes da morte. Ela entrou no prédio emchamas várias vezes para resgatá-los um a um. Um de seus filhos morreu e Scarlett sofreuqueimaduras graves, felizmente se recuperou e merecidamente encontrou nova família,pois o amor de um gato tudo pode, e não tem limites.12

    E não é só o amor aos filhotes que é capaz de dar coragem a um gato para salvar vidasem incêndios. Em 1996 a TV5, jornal canadense, mostrou a comovente história de umafamília que foi salva do incêndio, porque quando este começou, os três filhotes de gato

    6 Notícias Populares, São Paulo, coluna “ De olho no mundo”, data provável 1992, reprodução de The Sun,7 Notícias Populares, São Paulo, 06/04/918 Folha de São Paulo, 12/03/92, Jornal da Tarde, 11/03/92.9 Zero Hora, Porto Alegre, 15/09, coluna Cães e outros Bichos, de E. B. Jacques10 Correio Braziliense, Brasília, 04/03/93.11 Estado de Minas, 02/08/95.12 Folha da Tarde, São Paulo, 18/06/1996.

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    correram até a janela dos donos da casa, miaram até acordá-los, e eles puderam se retirarem tempo de sair ilesos e chamar os bombeiros. A dona dos animais, em lágrimas degratidão, declarou o seu reconhecimento aos animais, que salvaram a vida de toda família.Não é à toa que um poeta cantou “ o gato é zen. O gato é tao. O gato é médium, bruxo ,alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente ao nosso lado, aensinar paciência, atenção, silêncio, mistério. O gato é monge portátil à disposição dequem o saiba perceber”...

    E não são apenas os cães e gatos que podem ser heróis. Na cidade inglesa de Wisbechfoi um coelho que salvou três famílias de um incêndio e morreu queimado, recebendodepois uma homenagem postuma. Na madrugada do incêndio o barulho do coelho najaula acordou uma família quando a casa começou a pegar fogo. A família ingrata se foi edeixou lá seu salvador para morrer queimado, sozinho e gritando de dor. 13

    Em Bagé, Rio Grande do Sul, Estância Rincão do Silêncio, uma novilha de propriedadede Alvin Lúcio Faria adotou um cordeiro rejeitado pela mãe. Depois disso a ovelha adotouo rebanho de gados como sua família. Isto mostra que o amor, o carinho tem poder maiorque a própria genética.14

    Outro exemplo de que o amor dos animais é capaz de resistir à guerra e a todo tipo deviolência é o caso da cadela Bena, que percorreu 500 quilômetros em quatro meses entrea Croácia e a Sérvia para encontrar seu dono sérvio Radanovic. Bena, de quatro anos, foideixada para trás quando a família Radanovic abandonou a Krajina ( na Croácia) duranteofensiva croata na guerra, pararefugiar-se em Ruma. Danachegou com as patasensangüentadas, sem unhas e com22 quilos a menos, provando quea boa índole dos animais é capazde se sobrepor à ingratidão deseus donos, para dar exemplo deamor, lealdade e fidelidade. 15

    Em Porto Alegre, em uma casano Jardim Itu, o aposentadoTelmo Goulart da Rosa tem comofiel amigo um ganso, o fiel Keko.Sempre que Telmo éhospitalizado, por ser hemofílico,Keko fica acabrunhado, Basta Telmo chamar e Keko vem correndo, dando provas deque os gansos bem tratados são capazes de carinho, fidelidade e incondicional amizade.16

    Pondongo demonstra seu amor à sua dona Célia Rezende dormindo na haste de seusóculos. Pondongo é um pássaro que vive em uma casa na Penha, RJ, desde que, em 14

    13 Notícias Populares, são Paulo, 30/08/93.14 Zero Hora, Porto Alegre, 07/04/1995.15 O Globo, Rio de Janeiro, 1996.

    16 Zero Hora, Porto Alegre, 26/09/1995,

    Goran com Bena

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    de abril de 1996, uma ventania derrubou dois filhotes de um ninho. A dona da casa assumiuo papel de mãe do bico de lacre e passou a alimentar a ave, que se adaptou. De manhã elesai direto da gaiola para a cama de Célia. Durante o dia faz da casa seu território. Qualquerque seja a espécie animal ave ou quadrúpede, todos nos demonstram, todos os dias, suacapacidade de amar.17

    Mas um caso que comoveu o mundo foi o altruísmo da gorila Binti Jua, que resgatouum menino de três anos que caiu no recinto dos animais no zoológico de Brookfield,Illinois, EEUU. Ao perceber que o garoto havia caído no chão, Binti pegou-o no colo e oentregou aos guardadores do zoológico que tentavam evitar o ataque de outros primatasjogando água. Isto levou o primatologista William Mason, da Universidade da Califórnia”,a afirmar que “ sabemos muito pouco sobre os animais”. 18

    Frans de Waal, da Universidade de Emory nos EEUU publicou um livro pela Editorada Universidade de Harvad no qual defende a tese de que animais como os chipamzéstêm capacidade de compreender sentimentos humanos. Waal estudou o comportamentoda chipamzé Lucy que era capaz de abraçar e beijar sua treinadora sempre que estademonstrava tristeza ou estresse. E procurava interceder com gestos de conciliação quandoseus pesquisadores discutiam. O livro de Waal descreve uma série de outros gestos desolidariedade observados em animais, como nos grupos de baleias que seguem os barcosque capturam algum indivíduo do grupo, e de outros animais que se oferecem como escudopara resguardar companheiros feridos. Golfinhos costumam tentar salvar companheiroscapturados.

    Todas estas histórias são verídicas e devem servir de exemplo para os seres humanos,que vivem em constante estado de competição e de guerra.

    Quero terminar homenageando o grande roteirista britânico Duncan Gibbins, que morreunum incêndio em uma casa em Malibu para salvar seu fiel amigo, um gato. Gibbins morreu,mas seu gato foi resgatado pelos bombeiros.19 Sem dúvida, Gibbins não morreu em vão,pois deixou ao mundo seu legado de amor, que sobrevive.

    Oh, Senhor de amor e bondade, que criaste a bonita Terra e todas as criaturas que caminham e voam nela, para que possam proclamar a Tua Glória;Eu Te agradecerei, enquanto viver,que Tu me tenhas colocado entre elas.( São Francisco de Assis)

    17 O Globo, Rio de Janeiro, 04/04/1996.18 Estado de Minas, agosto, 1996, Belo Horizonte.19 O Globo, Rio de Janeiro, 06/11/1993,

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    O LIBERTICÍDIO DOS ANIMAIS

    A história que os animais podem contar dos homens

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    Vejam a que ponto se degrada a sociedade humana. O homem apesar de toda sua demagogia é omais selvagem e perigoso habitante do planeta. O sofrimento do animal nos convida a pensar no

    respeito ao próximo. Eles não podem se defender contra nós, temos que assumir estaresponsabilidade. Precisamos mudar a situação, não apenas relatá.la

    Arena de sangue!

    A Espanha é uma arena de sangue co-nhecida como o lugar onde se prati-cam os esportes da morte. Vilarejosespanhóis costumam praticar este “es-porte” denominado Carnaval da Mor-te, onde pequenos animais, como coe-lhos, patos, galinhas, etc... são pendu-rados em estacas e apedrejados até amorte.

    Prisioneiro da dor

    O braço direito deste macaco mostraresultado de mutilação corporal. O apare-lho de metal em torno do pescoço se deveà perda ou fratura de dentes. (Foto de Donalde Barnes). Todas essas experiênciasmédicas são realizadas sob o disfarce doaltruísmo.

    Morte intolerável

    Veja como são mortos os bebês focas,crâneos esfacelados e depois descarnadossob as vistas da mãe desesperada. Intolerá-vel por razões ecológicas, o massacre dosbebês focas é humanamente inaceitável porrazões não menos evidentes. Até o homemprimitivo sabe, instintivamente, que nãodeve matar fêmeas grávidas e os filhotes. Osentimento materno é um poderoso instintoentre os mamíferos.

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    Ciência ou loucura?

    Estas fotos chocantes, na realidade, estão longe de mostrar o que passam os animais delaboratório, durante os experimentos ‘’pseudo-científicos”. Milhares de animais são mortos,

    todos os anos, no “altar” da ciência. Sempre existirão centenas de fotos para serem adicionadasa esta pequena coleção, se não fizermos algo para impedir que este pesadelo continue.

    Experi-m e n t o s ,psicológi-cos inclu-em priva-ção social,inf l icçãode dor paraobservar omedo, cho-ques elétri-cos e aindução dos animais a estados stressantes. Estecão teve as patas esmagadas por repetidos gol-pes de martelo, para induzi-lo ao estado de stress.A ferida foi deixada sem curativo e nenhum anes-tésico foi administrado durante o curso do expe-rimento

    Apôs matar a mãe, os filhotes capturados nasflorestas são encaixotados e transportados paralaboratórios. Este jovem macaco foi encontradopor ativistas no Royal College of Surgeons, Lon-dres. Seu nome, dado pelos “cientistas’’ está gra-vado em, sua testa CRAP (= excremento). Nãopode ser libertado. Provavelmente está agora mor-to ou sendo utilizado para outros experimentos.

    Este experimento,em porco, foi desen-volvido na Suiça Nosexperimentos armamentistas os animaissão submetidos a ra-diações de armas quí-micas e biológicas, as-sim como a descargasde armas tradicionais.São expostos a gasesou baleados na cabe-ça para estudo da velocidade dos mísseis,Estima-se que as despesas de três meses comarmamento seriam suficientes para alimentar apopulação do mundo.

    Devido à suagrande sensibilidadee grande vitalidade,os gatos são favori-tos pata experimen-tos neurológicosprolongados e repe-tidos. Este gato temeletrodos implanta-dos na cavidadecraneana e está rece-bendo choque elétri-co no cérebro, intei-ramente consciente. Os alunos adotam os méto-dos ensinados pelos professores e dessa formapode-se obter um doutorado eletrocutando ani-mais.

    Experimentos psicológicos Cadeia da morte

    Experimentos bélicos Choques elétricos

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    A experimentação animal, também, conhecida como vivissecação, é diretamente responsávelpela difusão de toda sorte de doenças, já que é impossível reproduzir em animais as doenças

    naturalmente adquiridas pelos humanos. São milhões de dólares que a seguridade social investena doença ao invés de investir na saúde, cuidando da higiene e alimentação, que são a base deuma vida sadia. E não é só nossa saúde e a economia que estão sendo destruídas, mas o nosso

    meio ambiente, com o uso massivo de pesticidas e produtos químicos testados em animais, e queestão destruindo nossos rios, terras e oceanos.

    Os aparelhos detortura ficam cada vezmais refinados. Em1942, R. L. Noble e J. B.Collip inventaram umtambor onde os ani-mais eram postos pararolar em protuberân-cias metálicas com a fi-nalidade de desenvol-ver estudos traumáti-cos. A cadeira deZiegler, inventada em1952, serve para todotipo de manipulação,choques e irradiações,sem anestesia. A pren-sa de Blalok, recebeuo nome de seu inventor, Dr. Alfred Blalok, podeexercer pressão de até 2.500 kg, com a finalidadede arrebentar músculos sem quebrar os ossos. Ovelho fantasma enterrado no psiquismo humanoé um arquétipo que atravessa séculos!

    Ilustração de catálo-go de um fabricante deaparelho estereostáticoamericano utilizado,também, por laboratóri-os europeus. Para imo-bilizar totalmente o ani-mal não anestesiadodurante as experiênciasde longa duração, duasbarras de aço lhe sãoenfiadas até o fundodas órbitas dos olhos, outra espreme a línguacontra o céu da boca, duas pinças lhe fecham osouvidos. Uma advertência quanto ao “modo deusar”: Se a compressão nos ouvidos furar os tím-panos, não se preocupe, pois a experiência nãoserá prejudicada por isto.”

    Duran-te vinteanos Dr.White, emCleveland,nos EEUU,transplan-tou cabe-ças de ani-mais na ten-tativa demantê-las vivas (foto). Até que, com muito orgu-lho anunciou em cadeia de televisão, que a técni-ca estava pronta para ser aplicada nos homens.De fato, nos EEUU, em Cleveland, e na Finlândia,em Helsink, esta técnica foi experimentada em dozefetos de 12 a 21 semanas, extraídos por cezarianasAs cabeças foram isoladas cirurgicamente emantidas vivas, com perfurações, por uma hora emeia, para que os “sábios” pudessem estudar ometabolismo dos glucídeos.

    Para obem da hu-manidadecertamentenão ser-vem Cadaser tem suafisiologiap r ó p r i a ,Esse gatoteve suacoluna ver-tebral quebrada por gênios de laboratório. De-pois foi obrigado a caminhar nesta esteira rolan-te, para estudo de recuperação de mutilados deguerra. Se você se compadece de uma criaturanascida aleijada, que sentimento experimenta aosaber que este animal foi mutilado propositalmen-te. e que esta prática faz parte das atividades co-tidianas de alguém? Este tipo de emprego é umavergonha! (foto: Peter Hamilton/Lifeforce)

    Tecnologia sofisticada Usina de Stress

    Para que servem estas experiências? Transplante de cabeças

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    Milhares de animais são sacrificados e torturados em rituais de sangue, nos terreiros de seitasafro-brasileiras, impunemente. Em São Paulo, a Mãe-de-Santo Liliana Maurano, fundou o

    Movimento Branco Orixá Vida, na expectativa de por fim a este crime hediondo, substituindo osacrifício por rituais simbólicos. Para ela o homem é parte da natureza e sua relação com

    animais é um ato de dar e receber, Nunca matar ou derramar sangue. Nesse movimento, os rituaissão de amor e gratidão a tudo que vive. Qualquer rompimento da cadeia da vida causa

    sofrimento e desastre. Conheça os horrores dos rituais de sangue!

    Deze-nas de ani-mais sa-crificadasem rituaisaparecemtoda se-mana noscemitéri-os. EmS ã oMiguel Paulista, zona leste de São Paulo, a de-núncia parte dos próprios funcionários que já vi-ram um cabrito vivo com os olhos crivados porum punhal. (Fonte: Notícias Populares, do 17/07/1992)

    Este cabrito foi usado em um despacho e tevesua cabeça degolada. (Foto de Paula Castanha,da Associação Protetora dos Animais São Fran-cisco de Assis-APASFA, Cemitério Campo Gran-de-São Paulo)

    Beber sangue, degolar pescoços costurar ca-chorros com vida dentro de animais maiores, cos-turar bocas de sapo, vazar olhos de gatos esoltá-los agonizantes, cortar jugular, quebrar asas,virar pescoços, espetar corações. Tudo isto é pra-ticado em rituais de magia negra. A energia derituais sacrílegos só pode ser maligna e demonía-ca. A destruição de outros seres só pode atrair osofrimento e a morte, semear desordem e destrui-ção.

    Cenas de um“despacho” realizadoem 1988, em Luiziânia,Brasília pelobabalorixá Pai Paiva.A pedido de umMinistro matou umboi, quatro carneirose oito galinhasd’Angola, quetiveram a gargantacortada, para que osangue escorresse emuma gamela com aspedras de Xangô. Aseguir, Pai Paivaretirou com as mãosas vísceras paradá-las como alimento ao Orixá. (Centro EspíritaIlé-Oiá Bamibá - Foto Jornal do Brasil)

    Macumbódromos, segundo lei paulista, sãoterreiros instalados em cemitérios e destinam-sea cultos e liturgias religiosas e visam principal-mente atender aos rituais de oferenda e sacrifíciode seitas afro-brasileiras - os despachos. Sãoinconstitucionais, eis que a liberdade de cultoreligioso precisa ser cotejada com o dispositivoconstitucional que proíbe as práticas que subme-tem os animais a crueldade. Ademais o PoderPúblico não pode favorecer determinada crença,nem apoiar tamanha barbaridade.

    Aos demônios e mortos

    Cena de um ritual satânico

    Políticos encomendam sacrifício

    Macumbódromo

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    A vivicção subsiste graças à fabulosa soma de dinheiro que nela investem os laboratórios, osfabricantes de aparelhos de contensão e arsenal cirúrgico, as companhias farmacêuticas, graçasàs subvenções que recebem e à seguridade social, que só cuida da doença ao invés de cuidar da

    saúde. Enquanto isso, o câncer, o infarte e a aids continuam matando mais que a guerra, adespeito do bilhões de dólares gastos em pesquisas em animais.

    Este macaco foi operado sem receber doseadequada de anestesia, na University ofPensylvanja Head Injury Clinical Research Centerconforme mostra vídeo do grupo Animal LiberationFront. Em 1984, 2 milhões de dólares foram gastosnaquela Universidade com estudos detraumatismo provocado em babuínos. Ao final,Dr. Paul Conrad, um especialista no assunto,admitiu que todos esses experimentos foraminúteis e que todos conhecimentos que temosforam adquiridos com humanos feridos na-turalmente.

    Centenas de coelhos envenenados ficam imo-bilizados durante meses em apare lhos decontensão, enquanto lhes medem a febre e se ex-perimentam novos medicamentos antiflogísticos,que serão invariavelmente tão perigosos quantoos precedentes pois não se pode prever seus efei-tos colaterais para os homens a partir de um ani-mal. Muitas substâncias que não são teratógenaspara os animais são para os homens e vice-versa.A maioria dos remédios é só um paliativo e nãoatinge a causa, além de gerar efeitos colateraisnefastos.

    Pela sua grande sensibilidade os gatos sãoos preferidos para experiências neuro-fisiológicasprolongadas. Abrem-lhe a cabeça e provocam-lheestímulos para observar as reações do l’EGG. Sãoretiradas partes do cérebro para observar o com-portamento. Outro procedimento consiste em im-plantar em seus cérebros o chamado canudo deCollison, por onde são introduzidas toda sorte dedrogas. Novas combinações de tranqüilizantessão injetadas no cérebro, seja porque o públicodescobre a inutilidade dos produtos já existen-tes, seja porque se torna impossível esconder suanocividade.

    A era espacial começou em 1957 com o lança-mento do Sputinik I. Muitos animais foram utili-zados. Os USA preferiam os macacos e a Rússiaos cães. Os reshus Abel e Baker viajaram amarra-dos, vestindo roupas espaciais e eram alimenta-dos, por tubos colocados até seus estômagos.Abel morreu cinco dias depois da chegada, quan-do retiravam as agulhas de seu peito e Baker estávivo assentado em sua gaiola de metal. Os huma-nos astronautas recebem medalhas e os animaisrecebem sentença de morte ou prisão perpétua.

    A grande fraude A impostura que se prova

    Experimentos espaciais Ciência ou demência

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    A caça é uma repugnante herança da realeza européia. Não é nada ecológica, como defendem osaficcionados, pois trata-se de um assassínio e carnificina de animais. Se a perseguição de

    animais obscecava a nobreza, hoje a obsessão é sofisticar os meios de perseguição, captura emorte. As armas de longa distância não permitem à vítima sequer avistar ou pressentir o inimigo

    e emitir sinais de apaziguamento ou se retirar em fuga. A caça só serve para fazer os homensselvagens, cruéis e destruidores.

    Oprincipalargumen-to usadopelos ca-çadores,a u -to-intitula-dos eco-lógicos,para matar suas presas, é a necessidade de evitara superpopulação de uma determinada espécie -naturalmente a que vai ser caçada. O equilíbrioecológico numa cadeia alimentar acontece natu-ralmente, se houver vegetais para alimentar osvegetarianos. Esses mantêm os vegetais produ-tivos e alimentam os carnívoros, que por sua vezmantêm a população de seres vegetarianos emequilíbrio. Uma característica sábia da natureza éque existam mais vegetais que seres vegetaria-nos, e mais seres vegetarianos que seres carní-voros. A forma de se evitar o desequilíbrio é as-segurar a existência de ecossistemas de tamanhonecessário para suportar a vida dos animais sil-vestres.

    Os caça-dores asse-guram que aemoção dacaça não édevida à mor-te, masdevido abusca. A ex-pansão nonegócio de criação de animais em cativeiro paraposterior caça, conta uma história diferente. Osanimais são aprisionados em jaulas e soltos, quan-do caçadores pagam altas taxas para neles atirarEste tipo de caça, muito praticado nos EEUU, pro-va de vez que ela é um assassinato. Não é pratica-da para rastrear o animal, nem pela sua carne, nempara proteger o gado ou reduzir a alegadasuper-população da vida selvagem. É praticadapor excitação como no estupro seguido de morte.É socialmente inaceitável.

    Na caça comcães o animal ép e r s e g u i d o ,acuado e morto. Oobjetivo do caça-dor parece ser ode fazer sofrer apresa o maior tem-po possível, com aperseguição im-placável. O animal é levado à extrema fadiga, aponto de morrer de infarto, se por acaso conse-gue escapar, ou é salvo por alguma pessoa. Se ocaçador não atira nele, os cães o devoram vivo.Esta modalidade de caça não é praticada, apenas,nas florestas. Existem as fazendas de caça, ondepode-se praticá-la, mediante pagamento em dó-lar, por cabeça de animal abatido. Disse Montagne,que “para os caçadores, caçar sem matar eracomo ter relações sexuais sem ter orgasmo” ParaThomaz Morus “a caça é a mais vil, baixa e abjetacarnificina”.

    Este animaldemorou muitopara morrer...Durante quatrodias e quatronoites esta cri-atura tentou selivrar dessa. ar-m a d i l h a ,roendo-a e sedebatendo. Com a pata presa e ferida, ossos fra-turados em contacto com o gelo, experimentou ador, o medo, a sede e a fome. De repente o caça-dor chegou com seu porrete e o levantou paragolpeá-lo

    O animal, em seu desespero, deu um puxãotão forte para se livrar da armadilha, que se sol-tou, mas lá deixou sua pata. O caçador o alcançoue desferiu vários golpes em seu focinho e suacabeça, até matá-lo sem estragar sua linda pele.Quinze minutos depois estava morto.

    A verdade sobre o manejo da fauna A caça do século XX

    Caça com cães Seu casaco de pele está quase pronto

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    Este dossié de horror mostra como milhares de animais são torturados, em diversos festejos, emtodo mundo. Homens, mulheres e crianças atormentam-nos e mutilam-nos em bizarras formasde entretenimento. Não obstante na maioria dos países existam leis de proteção aos animais,

    estas raramente, são cumpridas.

    Assassinos

    No Paquistão, uma luta entre ursos e cães éconsiderada um entretenimento essencial, nasbodas e outros festejos. Os proprietários dosursos asiáticos são mendigos vagabundos, queos submetem a um circuito de tortura, pelasprovíncias de Sind e Punjab. O divertimentoconsiste em se amarrar um urso com uma corda, e,depois, soltar os cães bull terriers para atacá-lo.Como seus dentes e suas garras são arrancados,não pode se defender dos cães que lhe mordem earracam pedaços. Um só urso pode passar poresta terrível prova três vezes por dia e centenasde vezes por toda sua vida.

    Cavaleiros Selvagens

    Todos os anos, na Pça El Carpio de Tajo, emToledo, Espanha, pratica-se um ritual de execuçãode gansos, a titulo de brincadeira. O divertimentoconsiste em pendurar um ganso pelas pernas, emuma corda, que atravessa de um lado a outro darua, com a cabeça para baixo. Um cavaleiro vem agalope e tenta arrancar a cabeça do animal, aindavivo. Várias tentativas costumam ser necessárias,até que se consiga degolá-lo. Enquanto isso, acriatura sofre distensão de músculos, fraturas,lesões internas, que podem se prolongarindefinidamente, até que seja morto.

    Sangue na Arena

    Esta é a última expressão de um touro, após olinchamento denominado tourada. Consiste emse incitar o touro à luta, enfurecendo-o,cravando-lhe lanças, enquanto o toureiro ensaiapassos de bailarino. Depois de horas de infindáveltortura, o matador ergue sua espada e mata oanimal, que queda sangrando e chorando, sob osaplausos da multidão em delírio. Nas touradas,que só existem cm países católicos, os toureirosrezam piedosamente, antes de cada espetáculo.Esta exibição de vandalismo ocorre. porqueexistem pessoas que compactuam com estaditadura de parasitas da dor.

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    Durante milênios o homem teve uma associação estreita com os animais. Domesticou-os e viviacom eles. Esta relação homem/animal mudou, radicalmente, nas duas décadas com o

    desenvolvimento da tecnologia. A vida dos animais de consumo mudou por completo. Já nãousufruem de pasto, liberdade e movimento. Não podem correr, limpar-se, sentir a terra em suas

    patas e nem cuidar de suas crias. São mantidos em jaulas pequenas e áridas, onde sãoconcebidos artificialmente. São engordados e enviados a seu destino - o matadouro.

    Fábrica de confinamento totalNa criação intensiva de porcos tudo éautomático para economizar mão-de-obra. Asporcas são inseminadas artificialmente econduzidas a uma jaula estreita, onde ficampresas com correntes curtas, na escuridão.Recebem alimento em dias alternados e,quando nascem os filhotes são obrigadas amanter uma só posição, para que as tetassejam expostas aos leitões. Com trêssemanas os leitões são desdentados,castrados, separados da mãe, que regressaà área de inseminação, onde recebe dosesmaciças de hormônio para entrar no cionovamente.

    Dano á ecologia e a economiaA indústria de carne vem destruindo as florestastropicais. A agro-indústria tem obrigado milhõesde pássaros, macacos e outras espécies aabandonarem seu habitat, com a derrubada dasmatas. Muitas das espécies estão sendo dizimadascom a destruição do ecossistema. A criação debovinos no Brasil tem sido responsável pela fome,pelo desemprego e pela desertificação. Osmatadouros são grandes poluidores de rios elagos, derramando neles resíduos venenosos eresto de animais. O solo é calcinado pelo fogocausando a erosão, destruindo a fauna, avegetação, a água e o solo.

    Você tem realmente esta fome?A pecuária moderna confina o animal em pequenosespaços e estimula seu crescimento com dosesmaciças de hormônios e antibióticoscancerigenos. As galinhas poedeiras passam atémais de dois anos em gaiolas tão pequenas, quenão podem mexer as asas, sem nenhum descansopara os pés, que ficam deformados. O stress leva-as a se agredirem entre si. Tem o seu bico cortadocom faca quente. Nos países da CEE os ovos degalinhas são obrigados a conter a indicação desua origem – “Ovos de galinhas enjauladas” ou“Ovos de galinhas em liberdade”, para que oconsumidor opte por produtos livres de crueldade.(Foto de Graham Clarke mostra galinha todadeformada, com apenas 7 meses de vida).

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    É muito desconfortável saber que para alimentar o ser humano, milhares de animais precisammorrer a cada dia. É tão desconfortável que as pessoas preferem se esquecer disso e pensar nacarne como uma espécie de alimento que se compra em pedaços nos açougues, ignorando que

    este artigo exige a morte de porcos, vacas, galinhas e outros animais.

    Gatos esperam a morteNas Filipinas e Coréia do Sul a comilança de carnee sopa de gatos é prática usual, principalmenteno inverno, nas regiões montanhosas. O sangue,também, é consumido, porque se acredita que tempropriedades medicinais. Os gatos são presos emjaulas e transportados em motocicletas aosabatedouros, em viagens de longa distância, empéssimas condições, por vários dias. Ao chegaro pobre animal assustado é agarrado pelo pescoçoe atirado vivo c consciente cm um caldcirão comágua fervendo. Se tiver sorte receberá, antes,golpes de martelo na cabeça.

    Cachorro para o jantarEsta pobre alma é um animal doméstico como mui-tos que você tem em sua casa, e que são criaturasque associaram com os seres humanos toda suavida. A carne de cão vem sendo consumida hácentenas de anos no sudeste da Ásia, e éconsiderada um requinte. Os cães sãoaprisionados com as patas dianteiras amarradasnas costas e o focinho preso dentro de uma lata.Depois, são sufocados, lentamente, porenforcamento, até a morte. Os consumidoresacreditam que o estrangulamento vagoroso faz acarne ficar macia.

    Abate Koscher e HalalAs comunidades judaicas e muçulmanas utilizamrituais próprios de abate de animais paraconsumo. Nesse processo o magarefe religiososó se preocupa com o sangramento do animal.Usando faca muito afiada, com fio contínuo e semedentações, com um único movimento devai-e-vcm secciona a jugular, a carótida e atraquéia do animal. A morte se dá pela perda desangue, sentindo a criatura todas as sensaçõesdolorosas, até a morte. A diferença básica entre oritual judeu c o muçulmano, é que, neste último, oanimal deve morrer com as patas voltadas paraMeca, enquanto o religioso invoca o nome deAlá.

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    A importação de aves exóticas, especialmente de papagaios do Brasil, alcança níveis tãoaltos na Europa e EEUU, que a Environment Investigation Agency - EIA, publicou um

    relatório alarmante, em que descreve com detalhes e ilustrações fotográficas, ascondições em que são transportados esses animais, muitos dos quais chegam mortos aseu destino. Este relatório, que recebeu o titulo “Vôo para Extinção” (Flight to Extintion)denuncia que a Comunidade Econômica Européia não instrumentaliza mecanismos para

    impedir esta depredação e penalizar a importação de pássaros raros.

    Morte marca o comércio ilegalOs animais vendidos em feiras são torturadosdesde a captura. Nas exposições e transporte,vários animais são colocados na mesma gaiola,sem comida ou água, o que provoca um nível deestresse que, muitas vezes, os leva à morte. Paraos animais parecerem dóceis, e facilitar otransporte, as penas das aves maiores, comopapagaios e araras, são cortadas ou mutiladas.Os olhos dos melros são furados ou as retinasqueimadas com o calor de um cigarro. As aves,sem enxergar, não voam e ficam sobre os dedosde qualquer pessoa. Os pássaros canoros têmsua barriga machucada por compreessão, e, assim,sentindo dor, não param de cantar, mas morrem,no máximo, dois dias depois.

    Vôo fatalNa forma, o tráfico de espécies protegidas ésemelhante ao de drogas, mas o primeiro leva umavantagem: embora seja proibido, não é penalizado.Ou seja, a mercadoria é apreendida, mas ocontrabandista não é preso . Por esta razão, o Tráfico de drogas está ligado ao tráfico de animais,que além de não ser punido, serve de apoio paraa lavagem do dinheiro de narcotráfico. Na Europaos principais pontos de comércio de espéciesprotegidas estão em Portugal, na Grécia na Itáliae, sobretudo, na Espanha. Atende a todo tipo deconsumidor, a começar por comerciantes de pele,de marfim, de cascos de tartaruga, de bicos deave, de troféu de parede e animais exóticosvendidos como animais de estimação.Brasil abastece cartel

    O Rio de Janeiro e a baixada fluminense são opolo do comércio ilegal de animais. Somente nafeira de Caxias pelo menos dois mil animais sãovendidos a cada domingo. Em Feira deSantana-BA, no Centro de Abastecimento de Feirae até mesmo nas ruas Marechal Deodoro e Av.Senhor dos Passos, bem no centro, araras,papagaios, tucanos, galos-do-mato e pássaros sãovendidos e traficados para outros países. NaAmazônia os animais, além de traficados por viaárea, são levados via fluvial para o mercado deIquitos, no Peru, e mercado Ver-o-Peso, em Belém-PA. Quanto mais raro o animal, mais alto o preço.Noventa por cento dos animais vendidos em feirassão aves. As domesticadas são mais caras que asrecém-capturadas.

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    “A morte do animal, na caça, é sempre terrível, a menos que a repetição nos tenha roubado todasensibilidade. Essa familiaridade com a violência é um dos dramas morais do homem em todos ostempos. O bípede racional que se arroga o direito de executar animais, em nome da nobreza do

    esporte ou um tanto hipocritamente, para equilibrar a ecologia é o mesmo que, em nome deelevadas razões, desencadear guerras e implantar tiranias. Os animais existem cm perfeita

    harmonia com o meio ambiente, e essa harmonia sapientíssima é muito mais antiga que a mentedo homem que inventou a arma , de fogo e não se cansa de aperfeiçoá-la. (Dr. Luiz Carlos Lisboa)

    Atirando em espécies raras

    Enquanto um grande número de espécies ameadase em perigo estão sendo reduzidas, um númerorazoável de animais raros está sendo usado comoalvo. Sejam lobos, ursos ou esquilos, os caçadoresnão resistem à tentação de eliminar a vidasilvestre. Para os maiores troféus, para inclusãonos livros de recordes, molduras para parede,fotos de album e lucros rápidos, oscolecionadores matam dentro e fora do nossopaís. Além de ser cruel, a caça lança um futuronegro para as espécies sobreviventes no planeta.O urso cinzento está em perigo de extinção, nãosó por ser um belo troféu, mas porque na Ásiatodas as suas partes são vedidas tal como peçasde um carro desmanchado, para alimento eremédios.

    A pegada da morte

    Para confecção de casacos de pele, os animaissão capturados em armadilhas dedentes. Na CEE tornou-se obrigatória a“Eco-lab” etiqueta que informa se oanimal foi morto com armadilhas ou emfazendas autorizadas como criadouros.O Conselho Europeu de Ministros haviaproibido tais armadilhas a partir de 1995,assim como a importação, pela UE depeles provenientes de países onde seuuso é permitido. Entretanto por pressãode caçadores, e de países como os EEUUe Canadá, que querem continuarvendendo casacos confeccionadoscom animais mortos por essasarmadilhas, foi concedida moratória paraseu uso.

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    Muitos matadores e torturadores de animais se apresentam a si mesmos como desportistas. Na verdade, o fato é bem outro.

    O que os demais praticantes de esporte encontraram na vitória sobre competidores devido à suahabilidade, estes encontram na destruição de animais .

    Pessoas sádicas se divertem fazendo com que os animais enfrentem competições e lutas entre si,provocando estas cenas brutais e apavorantes que, um espírito em harmonia com o mundo,

    jamais pode apreciar.

    Corrida de charreteEste evento se realiza em um país que se supõeser o coração da Comunidade Européia, a Bélgica.Em muitos povoados daquele país, realizam-setodos os anos, corridas de charretes puxadas porcavalos. Os animais são obrigados a correr porruas largas e estreitas. Frequentemente, sofremquedas bruscas e, quando ocorrem fraturas,precisam ser sacrificados. Em 1986, a novalegislação protecionista da Bélgica, adequou asregras de criação de galináceos às diretrizeseuropéias, além de criar um Conselho paraBem-estar do Animal. Contudo, esse colegiadosofre influências econômicas e comerciais dehortigranjeiros e outros grupos. Continuampermitidas as corridas de trenós puxados por cãese corridas como a exibida na foto.

    Pelo simples prazer mórbido da caça os ricoshabitantes das Ilhas Faroes, na Dinamarca,dedicam-se ao bestial esporte do massacre degolfinhos e baleias, para comemorar o Dia de Açãode Graças.Esses pacíficos e inteligentes animais são atraídosem grupo para a praia, quando um indivíduo dogrupo é ferido. O sentimento de solidariedade étão forte nessas espécies, que, enquanto há umsó companheiro ferido, eles não fogem para alto mar.Esperam, então, indefesos pela morte cruel ebrutal, que chega por meio de facadas, pedradase golpes de lança. Este é mais um festival desangue que se perpetua em nome da tradição.

    Sangue no mar

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    ros Isto é o Brasil?

    A vaquejada nasceu na cidade de Santo Antão,em Pernambuco. Consiste em dois vaqueiros, opuxador e o esteireiro, montados, acompanharemum boi desde a saída da sangra até a faixa dejulgamento e aí tombar o boi ao chão, arrastando-obrutalmente pelo rabo, até que mostre as quatropatas. Não passa de um ato de vandalismocriminoso a que são submetidos os animais, comconsentimento das autoridades que outorgarampatente de cultura e esta selvageria.Ora, cultura é unicamente aquilo que eleva ohomem acima de seus instintos e o leva a viverem harmonia com a ética, rejeitando tudo o que omantém ligado à brutalidade e grosseria.

  • 31

    Hoje está claro que a caça às bruxas, a exploração sem clemência dos escravos, a separaçãodesumana de raças constituem crimes que não podem ser eliminados pela redução do número de

    vítimas ou por etapas. Só podem ser eliminados por mudanças profundas e fundamentais,associadas à tomada de consciência. Assim, também, a vivissecção precisa ser eliminada em sua

    totalidade, como um caminho prejudicial inaceitável.

    Barbaridade moderna

    Os vivissectores estão colhendo amostra desangue, deste hamster, pelos olhos. Este é umprocedimento usual para “os cientistas”, mas ospequenos rodentes costumam perder a vista.Um dos piores danos causados pelas experiênciasem animais consiste no embrutecimento da culturamédica. Está afastando a medicina cada vez maisda arte da cura e empurrando-a para uma medicinaque conserta e coloca peças. Enquanto enca-rarmos a doença apenas como um defeito a sertecnicamente consertado perdemos apossibilidade de questionar o sofrimentohumano.

    Fraturando colunasSnap e Pop,os dois gati-nhos da foto,tiveram ac o l u n av e r t e b r a lquebrada porv i v i s s e c -cionistas deUCLA, USA,para estudode movimen-tos .Ora, se ohomem nãoc o n s e g u i radquirir umnovo nível deconsciência

    sobre a interdependência e as interligações dentroda natureza, desistindo de práticas anti-éticas,como a vivissecção, a engenharia genética e aenergia atômica, a natureza vai se encarregar deeliminá-lo definitiva e irreversivelmente junto comsuas experiências em animais. Ainda existe apossibilidade de por um fim a essa exploraçãodesenfreada do planeta e de seus seres!

    O destino de DebbieEm 1984 naUniversity ofW e s t e r nO n t a r i o ,Canadá, estab a b u í n acapturada naÁfrica, querecebeu onome deDebbie, ficouimobilizadadurante mesescom tubosimplantadosno abdomen ec o n e c t a d o scom a veia,artéria ei n t e s t i n ogrosso. Pretexto: transferir estudo do colesterolno sangue e da arterioesclerose em macacos, parao ser humano, apesar da alimentação diferente .Quando os “pesquisadores” Bernard W. Wolf eWillian Raply foram chamados na Corte pararesponder por crueldade contra animais, disseramque Debbie estava confortável . A foto mostraDebbie cobrindo os olhos com a entrada de seusalgozes

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    Estas fotos demonstram por que os cientistas proíbem que se filme ou fotografe os experimentosque realizam nos laboratórios e universidades. São três hilariantes experimentos realizados “em

    beneficio da humanidade”, e para justificar as subvenções recebidas do governo.

    Indústria da dissecaçãoEsta foto tirada por ativistas do People for theEthical Treatment of Animals - PETA mostra umaprateleira repleta de gatos embalsamados naCarolina Biological Supply Company, emBurlington. São animais que serão vendidos paradissecação em universidades. Os ecologistastestemunharam no ABC Worlds News Tonight,que alguns gatos sobreviventes a inalação degás venenoso foram vivos para as prateleiras,sofreram incisão na garganta e foram-lhesinseridas agulhas, além de serem enxertados comformaldeído. A ciência moderna recomenda quese utilizem vídeos e computadores para estudosbiológicos, ao. invés da bárbara dissecação.

    Formação de cirurgiõesAo sistema de pesquisa científica baseado emexperiências com animais cabe a responsabilidadede uma medicina cara e perigosa onde o homem éreduzido a uma biomáquina. Além de não obterresultados frente às epidemias de nosso tempo.A vivissecação persiste, porque os políticos oslegisladores, os teólogos, os filósofos e,principalmente o homem comum não tem noçãodo que acontece ou, então, tem uma noção erradado sofrimento e da miséria desses animais. Nosúltimos anos porém, os muros do silêncio vêmsendo progressivamente derrubados pelaimprensa.

    Animais perdidos: pesquisasVocê sabia que se seu gato se perder ele podeacabar em uma sala de pesquisa? O serviço dezoonoses costuma suprir as Faculdades deMedicina com cães e gatos que serão usados poralunos no treinamento cirúrgico de cisões,suturas e ressecção de órgãos. Muitos morremdurante a cirurgia se sangram demais ou porincompetência do discípulo. Outros recebem doseinsuficiente de anestesia e sofrem todas as doresda operação. Todos esses experimentos sãoinúteis pois os aprendizes têm chances de atuarcomo assistentes de cirurgia nos hospitais.

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    Depois de saquear totalmente os países africanos e asiáticos, o comércio de medicina exótica podevir a por em risco a fauna silvestre de outros países principalmente aqueles onde a caça é liberada,

    tornando difícil o controle do tráfico de animais . O comércio de afrodisíacos e outras drogasinclui vísceras de animais, como chifres de rinocerontes ,de veados, vértebras de tigres, testículos

    de focas, insetos, como a mosca cantáridas, e vários pós provenientes do massacre da fauna.

    Os prisioneiros da ChinaEstas criaturas sensíveis e inteligentes ficamaprisionadas em lúgubres masmorras duranteanos. Não existe esperança para elas. O motivoda agonia ? Prover a medicina exótica comvesículas e patas, fazer shows para turistas, virartapete e troféu. Todas semanas são submetidas atorturas indescritíveis para extração cirúrgica debílis, usada na fabricação de medicamentos. Cadaurso perde pelo menos uma pata . Os turistaspagam caro pela droga na expectativa de curasmilagrosas, que jamais ocorrem, de males dofígado, estômago e até câncer. A China exportaesses produtos para Hong Kong ( ponto centraldo tráfico ), Taiwan, Korea, Japão e outros paísesda Ásia. Contrabando de chifres

    Este rinoceronte agoniza em uma poça de sangue,após ter seu chifre arrancado. Caçadores osvendem a comerciantes da China, onde sãousados em medicamentos tradicionais contra afebre e outras enfermidades, como a epilepsia . Ocomércio internacional está proibido pelaConvenção da ONU desde 1976, mas segundo aAgência de Investigação Ambiental - ElA oschifres são vendidos na China e Taiwan por U$$60 mil ,o quilo, mais caro que o ouro. A populaçãodos rinocerontes na África caiu de 65 milindivíduos na década de 70 para 23 mil hoje, e aespécie pode desaparecer da Terra nos próximos10 anos .Os 118 países signatários da CITES, reunidos emBruxelas em 1993, recomendaram embargos porimportação ilegal de produtos da fauna

    Você deixaria ele ser morto...Para isso?“( Nascimento; 1986 - Morte: 1994) - Ossos secosde pênis embrulhados em fitas decorativas ,comomostrado acima ( foto da International Fund forAnimal Weltare - IFAW são vendidos na Ásia aalto preço, como afrodisíaco. E agora,compradores asiáticos querem que o Canadá mate6000 focas para suprir este tráfico vil”.O pênis desses animais são utilizados em poçõesafrodisíacas. Se o lindo bebê foca escapa da mortepara virar casaco, ao atingir a idade adulta poderáser morto a pauladas, e esquartejado na tentativade aumentar a potência sexual daqueles que nãocontrolam sequer sua própria virilidade.

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    Se remontarmos ao passado, verificaremos que os combates mortais entre gladiadores humanosdeliciava a sociedade romana. Felizmente, a sociedade evoluiu em direção à procura de mais

    justiça . Esta procura chegou ao reconhecimento dos direitos dos animais à liberdade e dignidadena terra. Não podemos pois, permitir a exploração de animais silvestres, que impliquem na sua

    detenção e exibição . ( Declaração Universal dos Direitos dos Animais, art. 10° )

    O circo não é divertido paraos animais

    Imagine-se passando o resto de sua vida num

    pequeno cômodo sem mobília, sem livros para ler,

    preso num caminhão que roda por várias horas,

    balançando de um lado para outro na escuridão,

    até que eventualmente, pare e, quando você possa

    olhar para fora veja sempre uma paisagem

    diferente. Depois de um pequeno repouso você

    sempre é obrigado a entrar num palco cheio de

    luz e de barulho. E decida se quer saltar, fazer

    coisas engraçadas enquanto ao seu redor todos

    gritam e riem de você ! Um horrível pesadelo ?

    Não, a vida de um animal de circo. Esses lindos

    animais que precisam viver em florestas passam a

    vida prisioneiros para diverti-lo.

    Os elefantes começam a serdomados desde a selva, onde sãocapturados e acorrentados emestacas, em que as cabeças ficampresas, de forma que as orelhasos impeçam de escaparTreinadores deixam os animaiscom fome durante dias paraatrai-los a um cercado em buscade alimento. Depois, atam suaspatas, para que possam darpequenos passos. Algunshomens caminham atrás dosanimais, cutucando-os combambu. Outros os puxam pelacorda atada à tromba. Oselefantes caminham gemendo, debaixo do solquente, até que, com o coração roto, reconhecemque estão à mercê dos demônios e prontos paraobedecerem ao que lhes obriguem a fazer. Estãodomados

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    Mundo cão

    Desde o Egito tem-se notícia dadomesticação do cão.Ele vem sendo chamado de melhoramigo do homem ao longo dahistória da civilização.Mas, nas Filipinas, vejam o que sefaz com o melhor amigo.Eles ficam expostos para venda nosmercados e todos tem o mesmodestino - a panela .São amarrados com as patas nascostas, numa posição anatomicamentedesconfortável e até dolorosa, além de ter ofocinho amarrado ou preso em uma lata.Testemunhas da IFAW - International Fund ForAnimal Welfare, testemunharam, num abatedouro,

    Marcados com dor

    Uma prática comum entre oscriadores de bovinos e equinos émarcá-los com ferro em brasa, semnenhuma anestesia, ou medicaçãopara aliviar a dor. Os animais sãoacorrentados pelas narinas oupresos pelas pálpebras e marcadoscom as iniciais de seu proprietário.Esta fotografia foi tirada pormilitantes da Word Society for theProtection of Animals na Union deGanados Regionales, na cidade deAcuna, no México .Inacreditavelmente, esta prática éuma exigência de importação doDepartamento de Agricultura dos

    Estados Unidos.Mais duzentos indivíduos sofreram a mesmatortura, antes de serem embarcados vivos paraabate, naquele país.

    “Enquanto o homem torturar, assassinar animais e comer sua carne, vamoscontinuar tendo guerras”. (George Bernard Shaw)

    duas mulheres queimando os pelos de um animalvivo, que tentava abrir a boca amarrada, para gritarde dor.Carazón Aquino proibiu tal prática, que contudo,persiste.

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    “As perspectivas de sobrevivência da humanidade eram consideravelmente melhores quandonós estávamos indefesos diante dos tigres do que hoje, quando estamos indefesos diante de nós

    mesmos”Arnold Toynbee - Historiador

    Tigres em extinção

    A exploração e o consumo de partes e produtos

    de tigres, na China e Taiwan, estão levando a es-

    pécie à beira da extinção. Em setembro de 1993 o

    Comitê Animal da Convenção Internacional do

    Comércio de Animais em Extinção - CITES, para

    deter o massacre do animal nos referidos países

    traçou várias recomendações para o comércio e

    preservação da espécie. O Comitê, também, exi-

    giu que os países envolvidos provassem a eficá-

    cia de suas leis em vigor para a proteção de seus

    animais silvestres. Enquanto isto, os poucos exem-

    plares restantes de tigres precisarão sobreviver à

    caça clandestina.

    Paté de Foie Gras

    Para a produção do paté de foie gras, alimento

    caríssimo, que não chega à mesa do povo, milha-

    res de gansos são alimentados mecanicamente

    até que se produza uma estamose hepática consi-

    derada como uma doença do fígado. Os animais

    recebem superalimentação até que seu fígado di-

    late até o triplo de seu tamanho natural. Passados

    três ou quatro meses as pernas do animal podem

    fraturar pelo excesso de peso e pela imobilidade.

    Os principais países autores dessa barbaridade

    são a França e a Hungria. Programas de TV em

    defesa do consumidor vem fazendo com que ca-

    deias de supermercados como a suiça Migros tire

    de suas prateleiras o produto, que vem sendo

    boicotado pela própria população.

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    “Às experiências com animais são realizadas para atender a interesses pessoais e comerciais deindivíduos movidos pela avidez e pela vaidade. Não obstante os vivissectores sejam cruéis,

    inescrupulosos e privados de todo bom senso, revelam ter certa astúcia Eles se dão conta de quesua chance de poder continuar o trabalho consiste em persuadiar a opinião pública de que o

    trabalho que fazem tem valor. Assim mentem... Para desafiar a estas mentiras e dizer todaverdade. Eis a razão por que escrevi este livro “. (Prefácio de “Experimentation Animale:

    Pourquoi et Comment 1' Abolir’ de Vernon Coleman).

    Como se dorme em BH

    Um médico belohorizontino, professor deneurofisiologia, para saber como dormem oshabitantes de BeloHorizonte, ao invésde perguntar aosinteressados, decidiudescobrir istoperguntando aoscérebros de macacose gatos, realizandoexperimentos. Estafoto mostra um gatousado por Dr. WillianDement, da StatfordUniversity, USA,que, sob pretexto decurar insônia man-teve 300 gatosdesperlos por 70dias. Os gatos fica-ram em pé emmimisculos tijolos, e se abaixassem a cabeçamergulhavam-na n’água, e despertavam. Todosficaram loucos.(Foto: Vivissection is scientific fraud, de HansRuech).Foto: Vivissection is Scientific Fraud, de Hans Ruech

    Morrendo de rir

    O que acontece com as pessoas, quando ocorreum acidente de carro é conhecido, desde que oprimeiro automóvel rolou nas estradas, no fim doséculo passado. Mas, “para maior segurança “ epara justificaras subven-ções rece-bidas do go-verno, pes-quisadores doM e d i c a lCenter ofTulane, USA,fizeram comque 350 ma-cacos rhesusc o l i d i s s e mcontra a pare-de, em 1965,para constataro que acontecia a um corpo num impacto a altavelocidade. Foto: Enquanto o macaco grita deterror, a gargalha dos “patologistas” demonstramo seu bom humor e o quanto se, divertem com osofrimento do animal, que tendo assistido àsdesditas de seus companheiros, bem sabe o queIhe ocorrerá.

    Brincando de Frankestein

    O pioneiro soviético do fracasso dos transplantes,Demikof, implantou uma segunda cabeça em umcão. As duas cabeças se agrediam e o infelizmonstro morreu depois de 29 dias. O novointeresse agora é enxertar órgãos de animais emhumanos. O primeiro caso famoso foi o da meninaBaby Fae, que morreu com coração de macaco.Em 1992 um homem não identificado morreu naUniversidade Presbiteriana de Pettisburg, comfígado de babuíno. E, no mesmo ano, no Hospitalde Cedars Sinai, em Los Angeles, morreu SusanFowler, com fígado de porco e outra mulher, com

    fígado de veado. Apesar de tantos óbitos dehomens e animais os transplantes inter-espéciescontinuam.(Foto: Naked Empress, H. Ruesch)

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    Tiro ao pombo

    “O tiro ao pombo é um misto de

    caça e abate, com a diferença de

    que é mais covarde do que a caça

    e mais inútil do que o abate. Na

    caça o animal tem, pelo menos, a

    possibilidade da fuga, no abate

    o homem tem, pelo menos, a des-

    culpa de alimentar se. No tiro ao

    pombo, uma ave é criada e con-

    dicionada especialmente para

    ser abatida a troco de nada, para

    simples finalidade de acrescen-

    tar sangue a demonstrações de perícia que po-

    dem ser feitas de mil outras maneiras” (Lya

    Cavalcanti - Associação Protetora dos Animais,

    RJ). Em Minas Gerais, esse esporte já não aconte-

    ce graças à atuação da Sociedade ornitológica

    Mineira e da Liga de Prevenção da Crueldade con-

    tra o Animal.

    Jogos da morte

    Os galos de briga levam uma vida dura desde otreinamento, ocasião em quesão pelinchados, tem suabarbela e pálpebras operadase são submetidos a penososexercícios para aumentar suaresistência. Depois vem otreinamento de cotejo, até se-rem levados às rinhas. Lutamcom esporas postiças de me-tal e bico de prata, e só saemdo rodo muito feridos ou jámortos. Recentemente, emMinas Gerais a meninaMyrian Brandão, de cincoanos, foi seqüestrada e mor-ta por divida contraída nessejogo. Se a vida de um seme-lhante um vale pouco, quedizer das pequenas vidas queanimam os pequenos e gran-des bichos?

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    “Que importa o sangue de mil touros, de mil carneiros, de milhares de cabras? diz o Senhor.Julgai com justiça, sede misericordiosos para vossos irmãos, não calunieis a viúva, o pupilo, o

    estrangeiro não pense mal o vosso coração. A misericórdia e a justiça aprazem ao Senhor muitomais que as vítimas. “ (ZAC. VII, S – Os Miq, 6-8 Prov XXI, 3).

    Noite do diabo

    “Para este fim vim ao mun-do, para por fim a todas asoferendas sangrentas e aoato de comer carne de bes-tas e aves, que são reta-lhadas pelo homem”.(Evangelho Essênio da Pazde Jesus Cristo, pelo dis-cípulo João. Fragmento demanuscrito que existe emaramaico na livraria doVaticano. Editado, em1937, por Edmond Székelye Purcell Weaver).

    O inferno é o limite

    “O sacrifício da personalidade vale muitíssimo

    mais do que a imolação de reses. Quem sacrifica

    aos deuses seus maus desejos e vis paixões com-

    preende a inutilidade de banhar com sangue -de

    animais inocentes as aras dos altares. O homem

    implora misericórdia dos deuses e não tem mise-

    ricórdia dos animais”. (Dos cânones budistas, o

    Sutta Pitaka. Diálogo de Sidarta Gautama, o Buda,

    com seu discípulo Kutanga - Do livro Magias do

    Tibete, Chiang Sing).

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    Partes e Poções

    Os tigre-de-bengala vem se extinguindo naÍndia, mortos por envenenamento ou víti-mas de caçadores das tribos Mogya eBoro, mesmo aqueles habitantes do Par-que Ranthambhore. Cada animal pode servendido de $ 100 a $ 300. Alguns deles sejuntam aos corpos de leopardos e outrosanimais e vão para o Delhi’s Sadar Bazar.As peles costumam parar nas casas deÁrabes abastados, passando o contraban-do pelas montanhas do Tibete. Algumastribos continuam reverenciando o tigrecomo um deus, e muitos asiáticos da Coreiaà Índia, acreditam que o animal possui po-deres curadores. Essas essências de tigre,vinhos, Pós e bálsamos, estão expostas emprateleiras de uma loja. (foto Eric Harger -

    Earth Island - Time, march 28, 1994).“Os animais também são cidadãos deste mundoe não temos direito de agredi-los nem destruí-los”(Henk Verhoog))

    Os mártires do Butantan

    A produção de ampolas desoro antiofidico é feita por trêsinstitutos de pesquisa, no Bra-sil: o Butantan-SP, FundaçãoEzequiel Dias - MG e o Institu-to Vital Brasil-RJ. O processode fabricação de soros consis-te em se injetar veneno de co-bra, escorpião ou aranha noscavalos, na região lombar, paraque seus organismos produ-zam anticorpos. O impacto doveneno é tão forte que ele pre-cisa ser recebido em três do-sagens. Os cavalos são amar-rados em um tronco, semchance de defesa e recebem em dias alternados,as doses de veneno. Cheios de dor arrastam-seaté o cercado, onde descansam alguns dias evoltam ao tronco para serem sangrados. Algunsdias de descanso e recomeça o martírio, que sótermina com a morte do animal.

  • 41

    O show deve continuar?

    Rodeio é um espetáculo cruel

    e covarde, pois o público paga

    e aplaude sem saber que está

    vendo um show de tortura em

    pobres animais. Os animais

    são violentamente arrochados

    por uma tira de couro passada

    pelo abdômen, que comprime

    suas vísceras, ferindo suas vi-

    rilhas. Afrouxada a tira, chama-

    da sedém, eles não

    corcoveiam e nem pulam, por-

    que são mansos. São animais

    já estourados pelo trabalho,

    cujo destino é o matadouro.

    Todo este tormento é para ga-

    nhar prêmios oriundos de rateio das inscrições

    pagas pelos vaqueiros. Arena da exploração

    Você sabia que os animais de circo são treinados por meio de

    golpes, fome e espantosa cru-

    eldade? Que são encerrados

    dia e noite em pequenas jau-

    las, com espaço necessário,

    apenas, para se porem de pé e

    nas quais viajam de um lugar

    para o outro por quilômetros?

    Sua vida é difícil e exigente.

    Os animais atores são vítimas

    patéticas de grandes negóci-

    os. São exibidos e explorados

    para divertimento dos homens,

    e merecem antes nossa com-

    paixão que admiração. O fato

    de serem obrigados a execu-

    tar números contrários à sua natureza deve despertar nossa indig-

    nação e lástima, sendo uma diversão nociva, pois desperta o rego-

    zijo daqueles que infringem dor e sofrimento a outros seres vivos

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  • 42

    “Quando testemunhamos atos de flagrante crueldade para com animais e recusamos fazerqualquer coisa, ao permanecer em silêncio somos tão culpados quanto os agressores.

    (Richard Calore)

    Briga de canários

    Ao contrário do que dizem osaficcionados, os canários não brigam pornatureza. No estado silvestre essas avessó lutam para defender o território ondevão acasalar e ter sua prole. Nunca porinstinto de luta. Dessa forma as lutas sóacontecem em época de reprodução. E ter-minam com a fuga do vencido e não com amorte. Ademais, quando há invasão deterritório a atitude mais comum é o invasorse por em retirada, quando se depara como adversário com pêlos eriçados, pondotermo à disputa. Durante o fim do outonoe do invemo, vivem em bandos sem terri-tório e não há nada que os faça lutar. Naverdade o objetivo das rinhas é ganhardinheiro com disputas e o comércio dospássaros.

    Briga de cães

    Consiste em colocar dois cães pitbullterrier, pre-viamente treinados, para se confrontarem em umaluta sangrenta. A regra é simples: vence o animalque sobreviver a 30 minutos de assalto. Se am-bos desistirem o juiz decide quem venceu. Ape-sar de proibida na maioria dos países, ela aconte-ce ilegalmente, realizando-se campeonatos eapostas. Indivíduos covardes e de inferioridadenata, socialmente desajustados encontram satis-fação perversa em projetar sua agressão em seuscães. Um pitbullterrier nas mãos de um dono res-ponsável pode ser um companheiro leal e dócil,sem nenhum desejo de lutar.

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    Gastronomia criminosa

    O abate de rãs para consumo é feito de forma pri-mitiva e artesanal. As rãs são cortadas ao meio,sem anestesia, com facas de cozinha. A mutilaçãonão as torna inconscientes. A cabeça e o dorsopodem levar até uma hora para morrer, já que oanfíbio é tolerante à falta de oxigênio e seu siste-ma nervoso central difere dos mamíferos. Costu-mam ser, também, congeladas ou atiradas em águafervendop a r acozimento.O choquee l é t r i c ocomo for-ma de aba-te, aprova-do pela 1ªConferên-cia Mun-dial sobreComércio eAbate deRãs, nãofoi com-p r o v a d ocomo for-ma de aba-te humani-tário.

    “Ninguém pode compra felicidade com a moeda da dor alheia”(G. S. Arundale)

    Ursos bailarinos

    O urso é uma das criaturas mais amadas do mun-

    do, e uma das que mais corre o risco de extinção,

    devido à exploração humana. Na Grécia e na Ásia

    pessoas socialmente inúteis obrigam os ursos a

    dançar, como forma de entretenimento dos tran-

    seuntes. Este urso da foto (World Society for the

    Protection of Animals) tem uma anilha presa em

    seu nariz, prática dolorosa, que tem o objetivo de

    submetê-lo a seu amo. Esses bailarinos vivem em

    jaulas minúsculas, que não lhes permite sequer

    se assentar, e de onde só saem para bailar pelas

    ruas, ganhando dinheiro para seus donos.

    Festas sangrentas

    Nas touradas os picadores montados em cava-los, acuam os touros cravando-lhes várias lan-ças no músculo do pescoço, forçando o animal acurvar a cabeça. Os cavalos costumam ficar gra-vemente feridos durante os ataques, como mos-tra esta foto de Alternativa para la LiberacionAnimal, com sede em Madrid. Não deveríamosnos esquecer que nosso passado foi construídono lombo desses servidores fiéis, fortes, porémpacíficos. Com a nobreza inigualável e natural-mente majestosa dos cavalos, e com não menosdigna humilda-de de burros emulas se escre-veu a históriada humanida-de. E é assimque fazem aca-bar a vida deum equino osrufiões dessamesma história.

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    FESTAS SANGUINÁRIAS NA ESPANHA

    Janeiro é o mês de festejos populares em diversos povoados espanhóis, em que touros, aves ecabras são alvos de crueldades. Associações ecológicas traçaram mapa com quase 400 pontos

    negros em que se tortura sem piedade.. Em aldeias por todo país, homens, mulheres e crianças seunem para ritualmente torturarem e abusarem de animais que não podem se defender, em nomeda tradição ou entretenimento. Muitas são conduzidas para celebrar ocasiões religiosas e são

    até mesmo abençoadas por padres locais.

    Touro embolado/touro de fogo

    Farrapos ensopados em resina e cera são

    suspensos em um arreio sobre o touro e incendi-

    ados sobre seus chifres. Multidões então tortu-

    ram o animal atirando paus e pedras. A tortura

    dura 1h30 min. Alguns touros sobrevivem com

    ferimentos graves, apenas para serem expostos à

    “prova” por mais tempo: outros são mortos e sua

    carne distribuída entre as pessoas. (Foto: Animals

    International- WSPA)

    Chacina do Burro

    Em Villanueva de la Vera, uma cor-da longa e grossa é amarrada emvolta da cabeça do burro e ele éentão arrastado pela aldeia paraque a multidão possa inflingirtodo tipo de crueldade nele. De-pois de algumas horas o animal émorto. Muitos prefeitos, naEspanha, preferem pagar multaspelos maus tratos a animais, doque impedir que os festejos serealizem. (Foto: I FAW -International Fund for AnimalWelfere)

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    Treinamento feroz

    Os cães utilizados em lutas realizadas com a fina-lidade de ganhar dinheiro em apostas, vivem apri-sionados em locais escuros com focinheiras deferro, para evitar que se agridam uns aos outros.Seu treinamento é terrível, correm por longas ho-ras em esteiras rolantes, e puxam com a goelacharretes de 800 kilos de ferro para fortalecer osmaxilares. Sua alimentação é composta de animaisferidos, mas ainda vivos, a fim de torná-los maisferozes, (Foto: Cão prestes a de vorar um frango eum gato propositalmente ferido e imobilizado -Orizzonti, n° 61, dezembro, 1994, Suiça)

    Costumesperversos

    Em Coria, leste da Espanha, cele-bração excêntrica acontece emhomenagem a São João. Um touroé solto pelas ruas da cidade e amultidão atira dardos com pontasde aço no animal, desejando acer-tar um olho do touro, que logo ficacoberto de dardos. Os dardos sãofeitos o ano inteiro por freiras ca-tólicas. O animal é atormentado esurrado até a morte. Participantescastram o animal e seus testiculos circulam pelacidade celebrando sua morte. (Foto: IFA W)

    “Pode haver bem-aventurança quando tudoo que vive sofrre? Tu te salvarás enquanto

    todo mundo chora?” (H. P. Blavatsky)

    Parques do inferno

    Nos cha-mados par-ques de ur-sos no Ja-pão, ani-mais sãoexibidos emant idosem situa-ções deindescritívelbrutalida-de. São, depois dessa horrenda existência, sacri-ficados para que partes de seus corpos sejamvendidas por grande quantidade de dinheiro emsinistro comércio. O maior parque é o Aso, commais de 400 ursos cativos, em recinto de concre-to de 10 por 15 metros, espaço menor que umaquadra de tênis. Nas jaulas subterrâneas, de me-nos de 1 por 2 metros, são encarcerados os maisagressivos, sem comida e castrados até que per-cam o desejo de lutar pela vida. Hurros desespe-rados são ouvidos na vizinhança. Machos e fê-meas adultos são exibidos em grupo, o que oca-siona brigas sangrentas na época da reprodu-ção. (Foto World Society for the Protection ofAnimals)

    “Para as grandes coisas são necessários princí-pios, para as pequenas basta a misericórdia.”

    (Albert Camus)

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    Matança de primatas

    Esta mão de gorila foi decepada de seu punhopara ser vendida na África. Em países como oCongo, Zaire e Camarões são usadas para cura eos dedos são pulverizados para banhos de bebêsna crença de que isto os fará crescer fortes.Estima-se que na República do Congo uns 600gorilas e 3000 chipanzés sejam sacrificados cadaano para confecção de remédios e para alimenta-ção. Cadá veres de animais silvestres são vendi-dos como carne de bosque. Seria difícil imaginaruma sorte mais aterradora para esses seres sensí-veis e sociáveis? Mas para caçadores, comerci-antes e compradores não passam de um pedaçode carne.

    (Foto: World Society for the Protection ofAnimals)

    Debicagem de pintinhos

    Galinhas poedeiras, pelo fato de viverem em con-dições anti-naturais e em gaiolas superpovoadascostumam se bicar, devido ao stress. Num gali-nheiro superlotado as galinhas começam a se bi-car até por curiosidade ou para catar parasitas.Outra razão que as leva a se bicarem é a procurade proteína que falta na alimentação. Nas bicadasas aves arrancam penas umas das outras, poden-do causar ferimentos. Para evitar que se machu-quem criadores fazem a debicagem, ou corte daponta do bico. Em granjas comerciais usa-se umaparelho elétrico especial, que corta e cauterizaao mesmo tempo. Outros criadores debicam comfaca seca. Ambos os métodos envolvem cruelda-de.

    (Foto: Ernesto de Souza - Globo Rural)

    “Que horror é meter entranhasem entranhas, engordar um corpo

    com outro corpo, viver da mortede seres vivos”.

    (Pitágoras)

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