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O livro ilustrado dos maus argumentos · É preciso perceber, porém, que tais argumentos são falaciosos somente quando usados para afirmar ou negar a veracidade de uma declaração,

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ELOGIOSA

Olivroilustradodosmausargumentos

“Euameiestelivro.Éumcompêndioinfalíveldefalhas.”—ALICEROBERTS,Ph.D.,anatomista,apresentadoradoprogramadaBBCTheIncredibleHumanJourney

“Mausargumentos,ótimasilustrações…Maravilhoso.”—CORYDOCTOROW,doBoingBoing.net

“Olivroilustradodosmausargumentosdeveriafazerpartedocurrículoescolar.OTwitterseriaumaredesocialmuitomaiscivilizada.”—KEVINTANG,BuzzFeed.com

“Umaótimaintroduçãoparaqualquerpessoainteressadaemcompreenderfaláciaslógicas…Dêestelivroparatodasaspessoasqueadoramumdebate–sejamboasnissoounão.”—LAURENDAVIS,dositeion.com

“Agora,maisdoquenunca,vocêprecisadesteguia.”—DANSALOMON,daFastCompanyon-line

“Compartilheestelivrocomseusamigos.Incentiveseusfamiliaresafolheá-lo.Deixealgunsexemplaresemlugarespúblicos.”—JENNYBRISTOL,dositeGeekDad.com

“Umaformamaravilhosadeaprendersobreasfaláciaslógicasquevêmdestruindonossopensamentoeaconstruçãododebate.”—RONKRETSCH,dositeDangerousMinds.net

“Umótimolivroquetodocientistadeveriater.Acadêmicosdetodasasáreastambém.”—HOPEJAHREN,autoradeLabGirl

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Títulooriginal:Anillustratedbookofbadarguments

Copyright©2014porAliAlmossawiCopyrightdatradução©2017porGMTEditoresLtda.Todososdireitosreservados.Nenhumapartedestelivropodeserutilizadaoureproduzidasobquaisquermeiosexistentessemautorizaçãoporescritodoseditores.

tradução:LeilaCouceiro

preparodeoriginais:VirginieLeite

revisão:AnaGrillo,JulianaSouza,LuisAméricoCostaeRaphaniMargiotta

ilustrações:AlejandroGiraldo

capa:AliAlmossawi

quartacapa:KarenGiangreco

adaptaçãodecapaediagramação:AnaPaulaDaudtBrandão

adaptaçãoparae-book:MarceloMorais

CIP-BRASIL.CATALOGAÇÃONAPUBLICAÇÃOSINDICATONACIONALDOSEDITORESDELIVROS,RJ

A456L

Almossawi,AliOlivroilustradodosmausargumentos[recursoeletrônico]/AliAlmossawi;ilustraçãodeAlejandroGiraldo.1.

ed.RiodeJaneiro:Sextante,2017.recursodigital

Traduçãode:Anillustratedbookofbadarguments

Formato:ePubRequisitosdosistema:AdobeDigitalEditionsMododeacesso:WorldWideWebISBN:978-85-4310-479-9(recursoeletrônico)

1.Lógicasimbólicaematemática.2.Lógica.3.Livroseletrônicos.I.Giraldo,Alejandro.II.Título.

16-38546 CDD:511.3CDU:510.6

Todososdireitosreservados,noBrasil,porGMTEditoresLtda.RuaVoluntáriosdaPátria,45–Gr.1.404–Botafogo22270-000–RiodeJaneiro–RJTel.:(21)2538-4100–Fax:(21)2286-9244E-mail:[email protected]

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ParaDanah:tudo

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“Oprimeiroprincípioénãoenganarasimesmo–evocêéapessoamaisfácildeserenganada.”–RichardP.Feynman

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Paraqueméestelivro?

Estelivroédedicadoaosiniciantesnaáreadoraciocíniológico,principalmenteàquelesque–parausarumaexpressãodePascal–sãofeitosdetalmaneiraqueaprendemmelhorpormeiodeimagens.Selecioneios19errosdeargumentaçãomaiscomunseuseiilustraçõesclarasedivertidasparaexplicá-los,complementandocomváriosexemplos.Minhaexpectativaéqueoleitoraprendanestaspáginasalgumasdasprincipaisarmadilhasencontradasemdiscursosedebates,paraentãoconseguiridentificá-laseevitá-lasnaprática.

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Prefácio

Aliteraturasobrelógicaefaláciaslógicaséamplaevariada.Existemdiversoslivrosquesepropõemaensinaroleitorautilizarasferramentaseparadigmasquesustentamumbomraciocínio,deformaaproduzirdebatesmaisconstrutivos.Noentanto,lersobreoquenãosedevefazertambémémuitoútil.EmseulivroSobreaescrita,StephenKingafirma:“Aprende-semaisclaramenteoquenãosedevefazerpormeiodaleituradeprosaruim.”Eledescreveessaexperiênciaterrívelcomo“oequivalenteliteráriodavacinacontraavaríola”.JáGeorgePólyateriaafirmadoemumaconferênciasobreoensinodamatemáticaque,alémdeseentenderbemadisciplina,énecessáriosabercomonãoentendê-la.Estelivrotratafundamentalmentedoquenãosedevefazeremumaargumentação.Odiferencialaquiestánousodeilustraçõesbem-humoradasparadescreveroserrosderaciocínioque

assolamodebatepúblicoatual.ElassãoinspiradasemparteporalegoriascomoasdeArevoluçãodosbichos,deGeorgeOrwell,epelohumornonsensepresentenostextosdeLewisCarroll.Mas,aocontráriodoqueacontecenessasobras,aquinãoháumahistóriacosturandoasilustrações;trata-sedecenasdistintas,conectadassomentepeloestiloepelotema.Cadafaláciaestáexpostaapenasemumapágina,oque,espero,tornarámaisfácilquecadafalhadeargumentaçãosejaaprendida,lembradaesirvadereferênciamuitasvezes.

Muitosanosatrás,trabalheidesenvolvendosoftware.Eraumaformaintrigantederaciocinarpormeiodamatemática,emvezdalinguagemfalada.Traziaprecisãonolugardaambiguidadeempotencialerigoraondeanteshaviaumcertoimproviso.Nessamesmaépoca,lialgunslivrossobrelógica,tantomodernosquantomedievais,entreeles

Nonsense:AHandbookofLogicalFallacies(Nonsense:Ummanualsobrefaláciaslógicas),deRobertGula.Esselivromefezlembrardeumalistadenormasqueeuhaviaanotadoumadécadaantessobreaartedeargumentar–conclusõesquetireiapósváriosanosdebatendocomestranhosnainternet–incluindo,porexemplo:“Tentenãofazergeneralizações.”Hojeseiqueissoéóbvio,mas,paraojovemestudantequeeuera,foiumadescobertaetanto.Logoficouevidenteparamimqueformalizaroraciocíniotrazbenefícioscomoclarezadepensamento

eexpressão,aumentodeobjetividadeeautoconfiança.Acapacidadedeanalisarosargumentosdosoutrostambémajudaaperceberomomentocertodeseretirardediscussõesinfrutíferas.Hoje,comasredessociais,hácadavezmaiorparticipaçãonodebatepúblicosobrefatosdodia,

política,liberdadescivis.Masháumanotávelfaltaderaciocíniológicoefundamentaçãoemboapartedessediscurso.Esperocontribuirdealgumaformaparaaprimoraressasdiscussões.Claroquealógicanãoéaúnicaferramentausadaemdebateseébomestarcientedasoutras.A

retóricaprovavelmenteéamaisimportante,seguidadeconceitoscomooônusdaprovaeanavalhadeOccam(princípiosegundooqualnaexplicaçãodeumfenômenodevemseapresentarapenasaspremissasnecessárias,eliminandotodasasoutras;tambéméconhecidocomooprincípiodaparcimônia).Oleitorinteressadopodeconsultaraamplaliteraturaexistentesobreoassunto.Éprecisoressaltarqueasregrasdalógicanãosãoleisdomundonatural,nemconstituematotalidade

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doraciocíniohumano.ComoafirmaocientistacognitivoMarvinMinsky,édifícilexplicarosimplesbomsensoemtermosdeprincípioslógicos,bemcomoasanalogias.Eleacrescenta:“Alógicanãoconsegueexplicarcomopensamos,assimcomoagramáticanãoconsegueexplicarcomofalamos.”Alógicanãogeranovasverdades,maspermitequeseverifiquemaconsistênciaeacoerênciadascadeiasdepensamentoexistentes.Exatamenteporissoéumaferramentaeficazparaaanáliseeacomunicaçãodeideiaseargumentos.

AliAlmossawi,SãoFrancisco,outubrode2013

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Argumentoapartirdasconsequências

Oargumentoapartirdasconsequênciasconsisteemdefenderourefutaraveracidadedeumadeclaraçãoapelandoàsconsequênciasqueelateriasefosseverdadeira(oufalsa).Masofatodeumaproposiçãolevaraumresultadodesfavorávelnãosignificaqueelasejafalsa.Damesmaforma,osimplesfatodeterconsequênciaspositivasnãotornaaafirmaçãoautomaticamenteverídica.ComoafirmaoprofessorDavidHackettFischer:“Nãosededuzqueumaqualidadeligadaaumefeitosejatransferívelàsuacausa.”Seasconsequênciasforempositivas,oargumentopodealimentaresperanças,porvezestomandoa

formadepensamentopositivo.Jáseforemnegativas,oargumentopodesuscitartemores.VamosanalisaracitaçãodeDostoievski:“SeDeusnãoexiste,entãotudoépermitido.”Deixandodeladoasdiscussõesmorais,oapeloàsconsequênciassombriasdeummundopuramentematerialistanãoprovanadasobreaexistênciaounãodeDeus.Éprecisoperceber,porém,quetaisargumentossãofalaciosossomentequandousadosparaafirmarou

negaraveracidadedeumadeclaração,enãoquandodizemrespeitoadecisõesoupolíticaspúblicas(Curtis).Porexemplo,umparlamentarpodelogicamenteseoporaoaumentodeimpostosporreceiodequehajaumimpactonegativonavidadeseuseleitores.Afaláciadoargumentoapartirdasconsequênciaspodeserreconhecidacomoumapistafalsaou

manobradedistração,porquesutilmentedesviaadiscussãodaproposiçãooriginal–nestecaso,emdireçãoaoresultadoenãoaoméritodapropostaemsi.

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Faláciadoespantalho

Afaláciadoespantalhoconsisteemapresentardeformacaricataoargumentodaoutrapessoa,comoobjetivodeatacaressafalsaideiaemvezdoargumentoemsi.Deturpar,citardemaneiraincorreta,desconstruiresimplificardemaisopontodevistadoadversáriosãoformasdecometeressafalácia.Emgeral,oargumentoespantalhoémaisabsurdoqueoargumentoreal,facilitandooataque.Alémdisso,acabalevandoooponenteaperdertempodefendendo-sedainterpretaçãoridículadeseuargumento,emvezdesustentarsuaposiçãooriginal.Porexemplo,umcéticoemrelaçãoàteoriadeDarwinpoderiadizer:“Meuoponenteestátentando

convencervocêdequenósevoluímosdosmacacosquesebalançavamemárvores;umaafirmaçãorealmentegrotesca.”Essaéumadeturpaçãodoqueabiologiaevolutivaafirmadefato,queéaideiadequehumanosechimpanzéscompartilharamumancestralcomumhámilhõesdeanos.Deturparaideiaémuitomaisfácildoquerefutarsuasevidências.

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Apeloaumaautoridadeirrelevante

Embasarumargumentonaopiniãodeumaautoridadeéumapeloàmodéstiadaspessoas,aosensodequesemprehaveráoutroscommaiorconhecimentodoquenós(Engel)–oquepodeatéserverdade,masnemsempre.Claroqueécorretocitarumaautoridadecompetente,comooscientistaseacadêmicoscostumamfazer.Agrandemaioriadascoisasemqueacreditamos,comoosátomoseosistemasolar,sãoconfirmadasporautoridadesconfiáveis,assimcomotodososfatoshistóricos(naacepçãodeC.S.Lewis).Masémuitomaisprovávelqueoargumentosejafalaciosoquandoháumapeloàopiniãodeumaautoridadeirrelevante,quenãoéespecializadanoassuntoemquestão.Umafalhadeargumentaçãonessalinhaéoapeloaumaautoridadevaga,emqueumaideiaéatribuídaaumcoletivoindefinido.Porexemplo:“ProfessoresnaAlemanhademonstraramqueissoéverdadeiro.”Umtipocomumdeapeloaautoridadesirrelevanteséoapeloàsabedoriaantiga,ondeumaideiaé

presumidacomoverdadeirasomenteporquefoioriginadanumpassadodistante.Porexemplo:“AastrologiaerapraticadahámilêniosnaChina,umadascivilizaçõestecnologicamentemaisavançadasdaAntiguidade.”Essetipodeapelocostumaignorarofatodequeoconhecimentocientíficoatualémuitosuperiorequemuitoscostumesenormaspodemmudaraolongodotempo.Porexemplo:“Nósnãodormimososuficientehojeemdia.Poucosséculosatrás,aspessoascostumavamdormirnovehoraspornoite.”Haviaumasériederazõespelasquaiselasdormiammaishorasnopassado.Osimplesfatodequedormiammaisnãoofereceevidênciassuficientesparasustentaroargumentodequedevemosfazeromesmohojeemdia.

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Equívoco

Afaláciadoequívoco(tambémchamadadeequivocação)exploraaambiguidadedalinguagem,alterandoosentidodeumamesmapalavraduranteoargumentoeusandoessessignificadosdiferentesparasustentarumaconclusãoinfundada.(Quandoseempregaomesmosentidoparaumapalavraemtodooargumento,elaestásendousadademodounívocoouinequívoco.)Considereoseguinteargumento:“Comovocêpodedizerquenãotemfé,quandoagecomféotempotodo?Fechanegócios,confiaemamigoseatéficanoivo?”Aqui,osignificadodapalavra“fé”partedacrençaespiritualnumcriadoredepoismudaparaumaquestãodeconfiançaemoutraspessoas.Essafaláciaémuitoutilizadaemdiscussõessobreciênciaereligião,ondeotermo“porque”podeser

adotadoemsentidosdiferentes.Numcontexto,éabuscadecausas–motivadoradaciência–enooutro,éabuscadeumpropósito,deumsentidomaior–maisrelacionadaàmoralidadeeaquestõespessoaisemqueaciênciapodenãoterrespostas.Vejaesteexemplo:“Aciêncianãopodenosdizerporqueascoisassãocomosão.Porqueexistimos?Porquetemosmoral?Portanto,nósprecisamosdeoutrafonte,comoareligião,paranosdizerporqueascoisasacontecem.”

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Falsodilema

Ofalsodilemaéumargumentoqueapresentaapenasduascategoriaspossíveisepartedoprincípiodequetudonoâmbitodadiscussãodevapertencersomenteaumaouaoutradestaspossibilidadesopostas.1Assim,aorejeitarumadasopções,apessoanãoteriaalternativaanãoseraceitaraoutra.Porexemplo:“Naguerraaofanatismo,nãoháneutralidade:ouvocêestádonossolado,ouestácomosextremistas.”Narealidade,háumaterceiraopção,adeestarneutro;eumaquarta,desercontraosdoislados;eaindaumaquintaopção,deconcordarcomrazõesdeambos.OlivroTheStrangestMan,biografiadogêniodafísicaquânticaPaulDirac,escritoporGraham

Farmelo,reproduzumadivertidaparábolacontadapelofísicoErnestRutherford:Umhomemcomprouumpapagaionumalojadeanimais,masdepoisvoltoupedindooutro,porqueopássaronãofalava.Ogerentedalojanãoquisfazeratroca,masdepoisdeváriasoutrasvisitasereclamaçõesdocliente,elefinalmentecedeu.“Ah,émesmo!Vocêqueriaumpapagaiofalante.Porfavor,meperdoe.Eulhedeiumpapagaiopensante.”RutherfordestavaclaramentealudindoàpersonalidadesilenciosaegenialdeDirac,masépossívelimaginarquealguémusariatallinhaderaciocínioparasugerirqueoualguémésilenciosoepensador,ouéfalanteeimbecil.

1Estafaláciatambéméconhecidacomoterceiroexcluído,pensamentopretoebrancoefalsadicotomia.

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Causaquestionável

Tambémconhecidacomocausafalsa,estafaláciadefinecomocausadeumevento,semprovas,umaocorrênciaanteriorousimultâneaàqueleevento.Acorrelaçãoentreosdoiseventospodeserpuracoincidênciaouresultadodealgumoutrofator.Massemevidênciasnãoépossívelconcluirqueumeventocausouooutro.“Oterremotoaconteceuporquenósdesobecemosaorei”nãoéumargumentoválido.Estafaláciatemdoistiposespecíficos:“depoisdisso,logo,porcausadisso”(posthocergopropter

hoc)e“comisso,logo,porcausadisso”(cumhocergopropterhoc).Noprimeirotipo,oeventoanterioréconsideradocausadoquevemdepois.Nocumhoc,comooseventosocorremaomesmotempo,umdeleséescolhidocomocausadooutro.Emváriasdisciplinas,especialmentepesquisascientíficas,esseerroéconhecidocomoconfundircorrelaçãocomcausalidade.OcomedianteStewartLeenosdáumexemplo:“Eunãopossodizerque,comoem1976eufizo

desenhodeumrobôelogodepoisGuerranasEstrelasfoilançado,entãoelescopiaramaideiademim.”Lioutroexemplorecentementenumfórumon-line:“Umhackerderrubouositedacompanhiaferroviária,daíquandofuichecarohoráriodostrens,foibatata,estavamtodosatrasados!”Oautordopostnãolevouemconsideraçãoquetrenspodemseatrasarporváriosmotivos,portantosemprovasconcretasoucontrolecientífico,aconclusãodequeohackerfoiacausadosatrasoséinfundada.

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Apeloaomedo

Estafaláciaapostanomedodopúblico,criandoaameaçadeumfuturoassustadorcasoumadeterminadapropostasejaescolhida.Emvezdeoferecerprovasconcretasdequeessapropostalevariamesmoatalcenáriosombrio,essetipodeargumentoébaseadoapenasemretórica,ameaçasoumentirasdescaradas.Porexemplo:“Peçoquetodososfuncionáriosdessaempresavotemnomeucandidatonapróximaeleição.Seooutrocandidatoganhar,eleiráaumentarimpostosevocêsirãoperderseusempregos.”Aquivaiumoutroexemplo,dolivroOprocesso(Kafka):“Émelhorvocêmeentregartodososseus

objetosdevalorantesqueapolíciachegueaqui.Senão,ospoliciaisvãocolocá-losnumdepósito,eascoisastendemaseperdernodepósito.”Emborasejaquaseumaameaça,aindaquesutil,háumatentativadeargumentação.Ameaçasostensivasouordensquenãotentemofereceralgumaevidêncianãopodemserconfundidascomestafalácia,mesmoquebusquemexploraromedodealguém(Engel).Quandoumapeloaomedodescreveumasériedeeventosaterrorizantesqueirãoocorrercomo

resultadodeumadeterminadaopção–semconexõescausaisclarasentreapropostaeessasconsequências–,oargumentoficapróximoàfaláciadaboladeneve.Equandoapessoafazendooapeloaomedoofereceapenasumaalternativaàpropostaatacada,afaláciatambémpodeserumtipodefalsodilema.

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Generalizaçãoprecipitada

Estafaláciaécometidaquandoalguémtiraumaconclusãoapartirdeumaamostrapequenaouespecíficademaisparaserrepresentativa.Porexemplo,perguntara10pessoasnaruaoqueelaspensamdoplanodopresidenteparareduzirodéficitnãoésuficienteparamedirosentimentodanaçãointeira.Emboraconvenientes,asgeneralizaçõesprecipitadaspodemlevararesultadoscustosose

catastróficos.Porexemplo,épossívelqueumaconclusãoerradadeengenheirostenhalevadoàexplosãodofogueteAriane5duranteseuprimeirovoo-teste:osoftwaredecontrolehaviasidotestadosatisfatoriamentecomomodeloanterior,Ariane4,mas,infelizmente,aquelestestesnãocobriramtodososcenáriospossíveisparaoAriane5,portantofoiumerropresumirqueaprogramaçãoiriafuncionardamesmaformanomodelonovo.Essasdecisõescruciaisdependemdahabilidadedeengenheiroseautoridadesparaargumentaretirarconclusões,porissoétãorelevanteaprendersobreesteeoutrosexemplosnanossadiscussãosobrefaláciaslógicas.OutraformadegeneralizaçãoapressadaestánocapítulodolagodelágrimasnolivroAlicenoPaís

dasMaravilhas,ondeAlicededuzque,comoelaestáboiandoemáguasalgada,algumaestaçãodetrem–eportantoajuda–deveestarporperto:“Alicetinhaidoàpraiaapenasumaveznavida.Etinhachegadoàconclusãodeque,emqualquerlugarnolitoralinglês,vocêencontrariacabinesdebanho,criançascavandoaareiacomumapá,umafileiradecasasdeveraneioe,atrásdissotudo,umaestaçãodetrem.”(Carroll)

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Apeloàignorância

Estetipodeargumentotentaconvencerquealgoéverdadeirosimplesmenteporquenãofoicomprovadocomofalso.2Assim,aausênciadeprovaétransformadaemprovaporausência.CarlSagannosdeuesteexemplo:“NãoháevidênciadefinitivadequeosOVNIsnãoestejamvisitandoaTerra;portanto,osOVNIsexistem.”Deformasemelhante,antesdesedescobrircomoforamconstruídasaspirâmides,algunsconcluíramque,nafaltadeprovaemcontrário,asestruturasteriamsidoerguidasporumpodersobrenatural.Masofatoéqueoônusdaprovaésempredapessoaquefazaalegação.Oposicionamentomaislógicoseriaquestionaroqueémaisprovável,baseadonasevidênciasapartir

deobservaçõesfeitasaolongodotempo.Ouseja:háprobabilidademaiordequeumobjetovoandopelocéusejaumartefatoconstruídopelohomem,algumfenômenonatural,oualienígenasvindodeoutroplaneta?Comojáobservamosfrequentementeosdoisprimeiroscasos–enuncadiscosvoadores–,émuitomaisrazoávelconcluirqueOVNIsnãosejamextraterrestresvindodoespaçosideral.Umaformaespecíficadeapeloàignorânciaéoargumentodaincredulidadepessoal,ondea

incapacidadedeentenderouimaginaralgolevaapessoaaacreditarqueaquiloéfalso.Porexemplo:“ÉimpossívelimaginarqueohomemrealmentepisounaLua,portanto,issonuncaaconteceu.”Diantedeafirmaçõesdessetipo,oidealéumarespostasarcástica,como:“ÉporissoquevocênãoviroucientistadaNASA.”

2AilustraçãoparaessafaláciafoiinspiradanadivertidarespostadeNeildeGrasseTysonaumaperguntasobreOVNIsduranteumapalestra:bookofbadarguments.com/video/tyson

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Nenhumescocêsdeverdade

Esteargumentocostumaaparecerquandoalguémfazumageneralizaçãosobreumdeterminadogrupoedepoisédesafiadocomevidênciasqueodesmentem.Emvezdereavaliarsuaposiçãooucontestaraevidência,apessoafogedodesafioredefinindoarbitrariamenteocritérioparasepertenceràquelegrupo.3Porexemplo,alguémalegaqueprogramadoressãocriaturasantissociais.Seoutrapessoarepudiar

essaafirmaçãodizendo“masoJohnéprogramadoreextrovertido,semdificuldadealgumadeserelacionarsocialmente”,issopodeprovocaraseguinteresposta:“Sim,masoJohnnãoéumprogramadordeverdade.”Aqui,nãoestáclarooqueeleconsideraumverdadeiroprogramador;acategorianãoéprecisamentedefinidacomo,porexemplo,asdepessoasdeolhosazuis.Aambiguidadepermitequeamenteteimosaredefinaascoisasaseubelprazer.Essafaláciafoidescritapelaprimeiravezem1975porAntonyFlewemseulivroThinkingabout

Thinking(Pensandosobrepensar),emqueelenosdáoseguinteexemplo:Hamishestálendoojornalesedeparacomumanotíciasobreuminglêsquecometeuumcrimehediondo,àqualreagedizendo:“Nenhumescocêscometeriaalgotãoterrível.”Nodiaseguinte,elelêoutranotíciaemqueumescocêséautordeumcrimeaindapior.Emvezdemudarsuaopiniãosobreosescoceses,Hamishafirma:“Nenhumescocêsdeverdadefariatalcoisa”(Flew).

3Quandooargumentadormaliciosamenteredefineumacategoria,sabendomuitobemque,aofazê-lo,estádeturpando-adeformaproposital,oataquesetornatambémumtipodefaláciadoespantalho.

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Faláciagenética

Afaláciagenéticaécometidaquandoumargumentoédesvalorizadooudefendidosomenteporcausadesuasorigens.Emvezdeexaminaravalidadedaproposta,ataca-seasuaorigemhistórica,ouaorigemdapessoaqueadefende.ComoapontaT.EdwardDamer,ficadifícilavaliaroméritodoargumentoquandoseestáapegadoemocionalmenteàsorigensdeumaideia.Considereoseguinteargumento:“Claroqueeleapoiaossindicalistasemgreve;afinal,elenasceuna

mesmacomunidadequeeles.”Aqui,nãoseavaliaoméritodeapoiaragreve;emvezdisso,tenta-selevarosoutrosaconcluirqueaopiniãodooponentenãoteriavalorsomenteporqueeleveiodamesmaregiãoqueostrabalhadoresparados.Vejaesteoutroexemplo:“EstamosnoséculoXXI,nãopodemoscontinuarmantendoessascrençasdaIdadedoBronze.”Porquenão?,poderíamosperguntar.DevemosdescartartodasasideiasoriginadasnaIdadedoBronzesimplesmenteporquesãomuitoantigas?Poroutrolado,háqueminvoqueafaláciagenéticanumsentidopositivo,paradefenderumaopinião,

dizendoalgocomo:“AsvisõesdeJacksobreartenãopodemsercontestadas.Elevemdeumalongalinhagemdeartistasilustres.”Assimcomonosexemplosanteriores,tambémfaltaevidênciaaesseargumento.

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Culpaporassociação

Culparporassociaçãoédesacreditarumaideiaaoassociá-laaalgumindivíduoougrupomalvistoemdeterminadossetoressociais.Porexemplo:“Meuoponentequerumsistemadesaúdesemelhanteaodepaísessocialistas.Claroqueissoseriainaceitável.”Ofatodeosistemadesaúdepropostoseassemelharounãoaodepaísessocialistasnãoservecomocritériodequalidadedoplano;trata-sedeumnonsequiturtotal.Ouseja,umainferênciaouconclusãoquenãoéconsequêncialógicadapremissaapresentada.Outroargumento,repetidoexaustivamenteemalgumassociedades,éoseguinte:“Nãopodemosdeixar

asmulheresdirigirem,porquenospaísesinfiéiselastêmpermissãoparadirigir.”Essencialmente,oqueessesexemplostentamargumentar,semsucesso,équeumdeterminadogruposeriatãoabsolutamentemauquecompartilharqualqueratributocomeletornariaapessoaummembrodessacategoriamaléfica.

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Afirmaçãodoconsequente

Umdosváriosargumentosformaisválidoséconhecidocomomodusponens(mododeafirmar),quetemaseguintefórmula:SeA,entãoC;A,portanto,C.Explicandomelhor:“A”éoantecedentepara“C”(consequente).Se“A”éverdadeiro,então“C”tambémseráverdadeiro.Juntosformamduaspremissaseumaconclusão.AnotaçãoformalemlógicaéA C,A C.Exemplodemodusponens:

Premissa:SeA,entãoC

Seaáguaestiverfervendoaoníveldomar,entãosuatemperaturaédepelomenos100oC.Aáguaestáfervendoaoníveldomar;portanto,suatemperaturaédepelomenos100oC.Premissa:AConclusão:C

Oargumentoacimaésólido,alémdeserválido.Jáafaláciadaafirmaçãodoconsequentesubverteoformatodomodusponens,presumindo

erroneamenteque,quandooconsequenteéverdadeiro,entãooantecedentedeveserverdadeirotambém,oquemuitasvezesnãoacontece.Ouseja,afórmulapassaaserSeA,entãoC;C,portanto,A.Porexemplo:“Pessoasquevãoparaauniversidadesãobem-sucedidas.Johnébem-sucedido,

portanto,eledevetercursadoumafaculdade.”OsucessodeJohnpodetersidoresultadodesuaeducaçãosuperior,mastambémpoderiaserdevidoàsuacriaçãoouàsuatenacidadeemsuperarcircunstânciasdifíceis.Comoaescolaridadenãoéoúnicocaminhoparaosucesso,nãosepodedizerqueumapessoabem-sucedidacomcertezadevetercursadoumauniversidade.

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Apeloàhipocrisia

Tambémconhecidaporseunomeemlatim,tuquoque(vocêtambém),estafaláciaocorrequandoseapontaumasupostacontradiçãoentreoargumentodapessoaesuasaçõesouafirmaçõesanteriores(Engel).Portanto,aorebaterumaacusaçãocomoutraacusação,oobjetivoédesviaraatençãodoméritodoargumentoecolocá-lanapessoaqueexpressouaquelaideia.Essacaracterísticatornaoapeloàhipocrisiaumtipodeataqueadhominem.E,claro,mesmoquehajainconsistênciadapessoa,oargumentodelaaindapodesercorreto.NumepisódiodoprogramaHaveIGotNewsforYou,daTVbritânicaBBC–que,deformabem-

humorada,fazperguntassobrenotíciasacelebridades–,umdosconvidadoscriticouumprotestoemLondrescontraaganânciadosempresáriosporcontadaaparentehipocrisiadosmanifestantes,usandoosurradoargumentodequeelesnãopodiamsercontraocapitalismoenquantousavamsmartphonesetomavamcafélatte.OutroexemplovemdofilmeObrigadoporfumar,deJasonReitman,ondeumdiálogocomvárias

faláciastuquoqueéconcluídodaseguintemaneiraporumcarismáticoeinescrupulosolobistadaindústriadofumo,NickTaylor:“SóachoengraçadoosenadordeVermontmechamardehipócrita,quandoele,nummesmodia,deuumacoletivadeimprensadefendendoaqueimadetodasasplantaçõesdetabaconopaís,paradepoispegarumjatinhoparticulareiratéofestivalderockFarmAid,ondedirigiuumtratornopalcoelamentouodeclíniodoagricultoramericano.”

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Boladeneve

Afaláciadaboladenevetentadesacreditarumapropostaargumentandoquesuaaceitaçãolevaráinevitavelmenteaumasequênciadeeventosindesejáveis.4Emboraasequênciadeeventospossaatéserplausível–comalgumaprobabilidadedequecadatransiçãoentreelesocorra–,essetipodeargumentopartedoprincípiodequetodasastransiçõessãoinevitáveis,massemoferecerqualquerprovadisso.Oargumentodaboladenevetentainstigarmedonaaudiência,sendorelacionadoaoutrasfaláciasquejámencionamos,comooapeloaomedo,falsodilemaeargumentoapartirdasconsequências.Porexemplo:“Nósnãodeveríamospermitiràspessoasoacessototalmentelivreàinternet.Daquia

pouco,elascomeçamafrequentarsitespornográficos,oqueirádeteriorarotecidomoraldasociedade,edepoisnósseremosreduzidosamerosanimais.”Égritantenesteargumentoafaltadeevidências.Sóapresentaaconjecturainfudadadequeoacessolivreàinternetcausariaadecadênciamoraldasociedade,apartirdepressuposiçõesexageradassobreocomportamentodaspessoas.

4Afaláciadaboladenevedescritaaquiédotipocausal.

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Apeloàpopularidade

Tambémconhecidocomoapeloaopovo,esteargumentoutilizaofatodemuitaspessoas(ouatémesmoamaioriadelas)acreditarememalgocomosefosseprovadequeaideiaéverdadeira.Essetipodefaláciamuitasvezesdificultouaaceitaçãomaiordeteoriaspioneiras.Porexemplo,naépocadeGalileu,amaioriadaspessoasacreditavaqueoSoleosplanetasorbitavamemtornodaTerra,portantooastrônomofoiridicularizadoporapoiaromodelodeCopérnico,quecorretamentecolocaoSolnocentrodonossosistemasolar.Maisrecentemente,omédicoBarryMarshallprecisouadotaramedidaextremadeseinocularcombactériasH.pyloriafimdeconvenceracomunidadecientíficadequeessesorganismoscausamúlcerapéptica–umateoriaqueatéentãohaviasidodescartada.Apublicidadefrequentementetentaconvenceraspessoasausarumprodutosomentepelomotivode

serpopular.Porexemplo:“QuemestánamodausaogeldecabeloX.Nãofiqueforadessa.”Emboraentrarnamodasejaumaofertaatraente,issonãobastaparasustentaroimperativodequealguémdevacompraroprodutoanunciado.Políticostambémadotammuitoessaretórica–usandoapopularidadecomosefosseevidênciadequeumapropostaécorreta–afimdeimpulsionarsuascampanhaseinfluenciareleitores.

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Oargumentoadhominem(dolatim“aohomem”)atacaapessoa,emvezdaopiniãoqueelaestádando,comaintençãodedesviaradiscussãoedesacreditarapropostadesseoponente.Porexemplo:“Vocênãoéhistoriador;porquenãoseatémaosassuntosdasuaárea?”Ofatodealguémnãoserhistoriadornãotemqualquerimpactonoméritodeseuargumento–anãoseremumcasoemquesomentehistoriadorespossamestarcorretossobreoassunto–,portanto,issonãoreforçaemnadaaposiçãodoatacante.Essetipodeataquepessoaléoadhominemofensivo.Háumsegundotipo,oadhominem

circunstancial,queatacaapessoapormotivoscínicos,geralmenteaofazerumjuízonegativodesuasintenções.Porexemplo:“Vocênãoseimportarealmenteemreduzirocrimenacidade.Querapenasqueaspessoasvotememvocê.”Masmesmoqueumapessoasebeneficie(nocaso,comvotos)comaaceitaçãodeseuargumento,issonãosignificaqueaideiasejanecessariamenteruimouincorreta.Umataqueadhominemàsvezesconseguedesviaroassuntoaorebaixarodebateaumatrocade

faláciastuquoque.Porexemplo,Johndiz:“Estehomemestáerradoporquenãotemintegridade;pergunteaeleporquefoidemitidodeseuúltimoemprego”,aoqueJackretruca:“Quetalsefalarmosdobônussubstancialquevocêrecebeuanopassado,apesardoscortesdemetadedopessoalnasuaempresa?”Nesseponto,adiscussãojáfoicompletamentedesvirtuada.Ditoisso,realmenteexistemalgumassituaçõesemqueélegítimoquestionaracredibilidadedeumapessoa,comoduranteumdepoimentojudicial.

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Raciocíniocircular

Oraciocíniocircularéumdosquatrotiposdeargumentosfalaciososconhecidoscomopetiçãodeprincípio(Damer),emqueaconclusãoétomada,implícitaouexplicitamente,emumaoumaisdaspremissas.Noraciocíniocircular,ouaconclusãoaparecedeformaóbviacomopremissa,ou–comoémaiscomum–éumarepetiçãodapremissa,masusandopalavrasdiferentes.Porexemplo:“Vocêestácompletamenteequivocado,poisoquefalounãofazomenorsentido.”Nessecaso,asduasproposiçõessignificamamesmacoisa,jáqueestarerradoenãofazersentidotêmomesmosignificadonessecontexto.Oargumentoestásimplesmenteafirmandoque“porcausadex,portantox”,oquenãosignificanada.Oargumentocircularàsvezesdependedepremissasnãodeclaradas,oquepodetorná-lomaisdifícil

dedetectar.ConsiderealguémquedizaumateuqueeledeveriaacreditaremDeusporque,docontrário,iráparaoinferno.ApremissanãodeclaradaportrásdealguémirparaoinfernoéadequeexisteumDeuscapazdemandá-loparalá.Portanto,apremissa“existeumDeusquemandaosdescrentesparaoinferno”éusadaparaapoiaraconclusãodeque“Deusexiste”.ÉcomodisseocomedianteJoshThomasàpersonagemPegnoseriadodaTVaustralianaPleaseLikeMe:“Vocênãopodeameaçarumateucomoinferno,Peg.Nãofaznenhumsentido.Écomoumhippieameaçandosocarasuaaura.”

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Composiçãoedivisão

Umapessoacometeafaláciadacomposiçãoaoinferirque,comoaspartesdeumtodotêmumdeterminadoatributo,entãootodotambémdeveteraquelemesmoatributo.Mas,parafraseandoPeterMillican,secadaovelhanumrebanhotemumamãe,nãosededuzqueorebanhotemumamãe.Vejaoutroexemplo:“Cadamódulodessesistemadesoftwarefoisubmetidoatestesdeunidadeepassouemtodos.Portanto,quandoosmódulosforemintegrados,osistemainteironãoiráviolarqualquerdasinvariantesverificadaspelostestesdasunidades.”Narealidade,juntaraspartesindividuaisparaformarumsistemaintroduzumoutroníveldecomplexidade,devidoàinteraçãoentreaspartes,oquepoderáapresentarnovaspossibilidadesdeerros.Nafaláciadadivisão,aconteceoinverso.Écometidaquandoseinferequeaspartesdevemterum

atributoquepertenceaotodo.Porexemplo:“Nossotimeéimbatível.Cadaumdosnossosjogadoresconseguirásedestacarmaisquequalquerjogadordotimeadversário.”Emborapossaserverdadequeotimecomoumtodosejainvencível,issopoderiaserresultadodecomoashabilidadesdecadajogadorfuncionamjuntas,emequipe–portanto,nãosepodeusarosucessodotimecomoevidênciadequeotalentoindividualdecadajogadorsejaimbatívelporsisó.

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Consideraçõesfinais

Hámuitosanos,ouviumprofessorexplicarosignificadodeargumentosdedutivosusandoumaexcelentemetáfora,descrevendo-oscomotubulaçõessemfurosouvazamentos,ondeaverdadeentraporumaextremidadeecontinuasendoverdadeaosairpelaoutra.Aliás,essaimagemfoiainspiraçãoparaacapadolivro.Agoraquevocêchegouatéaqui,esperoqueterminealeituranãosócomumanoçãomelhordosbenefíciosdeumaargumentaçãosólidaparaaconfirmaçãoeexpansãodoconhecimento,comotambémdascomplexidadesdosargumentosindutivos,ondeasprobabilidadesentramemjogo.Comrelaçãoaosindutivos,emparticular,opensamentocríticoserevelaumaferramentaindispensável.Acimadetudo,esperoquevocêadquiraumapercepçãomaisaguçadadoperigodeargumentosfrágeisedecomosãofrequentesemnossocotidiano.

Gostariadeconcluiragradecendoàspessoascomquemtiveoprazerdecompartilharesteprojeto,desdeseuestágioembrionárioatéopontodealçarvoo.Obrigadoatodosquededicaramseutempoparameajudarcomseuscomentáriosecríticas–oquesemdúvidaaprimorouestelivro:os700milleitoresdaediçãoon-line;osquase4milleitoresqueapoiaramoprojetocomdoaçõesoucomprandoaprimeiraedição;aslivrariasqueapostaramnolivro,emborafossedesconhecidonaépoca;eespecialmente,osvoluntáriosquetraduziramaediçãoon-lineparasuasprópriaslínguas.Temsidoumajornadamaravilhosa,etenhofédequeestasejaapenasumaentremuitasaindaporvir.

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Definições

ARGUMENTO:Sériedeproposiçõescomointuitodepersuadirpormeiodoraciocínio.Numargumento,umsubgrupodeproposições,chamadaspremissas,apoiaoutraproposição,chamadaconclusão.proposição:Afirmaçãoquepodeserverdadeiraoufalsa,masnãoasduascoisasaomesmotempo.Porexemplo:“BostonéamaiorcidadedeMassachusetts.”premissa:Proposiçãoquedáapoioàconclusãodeumargumento.Podehaverumaoumaispremissasparacadaargumento.falseabilidade:Umaproposiçãoéfalseávelsepuderserrefutadaedesmentidapormeiodaobservaçãooudeumexperimento.Porexemplo,aasserção“todasasfolhassãoverdes”podeserfacilmenterefutadaaoseapontarparaumafolhaquenãosejaverde.Mas,quandoumateoriaresisteàrefutaçãopelaexperiência,entãopodeserconsideradacomprovada.Porisso,afalseabilidadeéumsinaldeforçadoargumentoenãodesuafraqueza.

FALÁCIALÓGICA:Erronoraciocíniousadoparafazeratransiçãodeumaproposiçãoparaaoutra,resultandonumargumentofalho.Faláciaslógicasviolamumoumaisdosprincípiosqueconstituemumbomargumento,comoboaestrutura,consistência,clareza,ordem,relevânciaecompletude.Éimportanteobservarqueencontrarumafalácianumargumentonãoequivaleaprovarqueaconclusãoéfalsa–aconclusãopodeserverdadeira,masnecessitardeumraciocíniomelhorparaembasá-la.faláciaformal:Erroquetornaoraciocínioilógicodevidoaumafalhaemsuaestrutura.Afaláciapodeseridentificadaapenaspelaanálisedaformadoargumento,antesmesmodeseavaliarseuconteúdo.(Porexemplo,afirmaçãodoconsequente).faláciainformal:Erroquetornaoraciocínioilógicodevidoaseuconteúdoeaseucontextoenãoàsuaforma.Nessecaso,aspremissasdoargumentonãooferecemevidênciassuficientesparasustentaraconclusãoapresentada.(Quasetodasasfaláciasdiscutidasnestelivrosãoinformais.)

ARGUMENTODEDUTIVO:Nestetipodeargumento,seaspremissassãoverdadeiras,entãoaconclusãocertamentetambémé.Aconclusãodecorrenecessariamentedaspremissas,comosuaconsequêncialógica.Porexemplo:“Todososhomenssãomortais.Sócrateséumhomem.Portanto,Sócratesémortal.”Umargumentodedutivotemaintençãodeserválido,masissonemsempreacontece.válido:Oargumentodedutivoéválidoseasuaconclusãodecorrelogicamentedesuaspremissas.Docontrário,seráinválido.Asdescrições“válido”e“inválido”seaplicamapenasaosargumentosenãoàsproposições.sólido:Umargumentodedutivoésólidoseforválidoesuaspremissasforemverdadeiras.Seumadessascondiçõesnãoforconfirmada,oargumentonãoésólido.Averdadeédeterminadaaoverificarmosqueaspremissaseconclusõesdoargumentoestãodeacordocomosfatosdomundoreal.

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ARGUMENTOINDUTIVO:Nesteargumento,seaspremissassãoverdadeiras,entãoéprovávelqueaconclusãotambémsejaverdadeira.5Aconclusãonãoéderivadadaspremissaspornecessidadelógica,massimporprobabilidade.Porexemplo:“Todavezquemedimosavelocidadedaluznovácuo,elaé3x108m/s.Portanto,avelocidadedaluznovácuoéumaconstanteuniversal.”Argumentosindutivosnormalmentepartemdepremissasespecíficasparachegaremaumaconclusãogeral.forte:Oargumentoindutivoéfortequandosuaspremissassãoverdadeiraseentãoéaltamenteprovávelquesuaconclusãotambémseja.Masquandoéimprovávelqueaconclusãosejaverdadeira,oargumentoéfraco.Comodependemdeprobabilidade,osargumentosindutivosnãochegamobrigatoriamenteaumaconclusãoverdadeiramesmoqueaspremissassejamverdadeiras.cogente:Umargumentoindutivoécogenteseforforteeaspremissasforemverdadeiras–ouseja,deacordocomfatosverificáveis.irrefutabilidade:Umargumentoindutivoéirrefutávelseforforteesuaspremissasforemrealmenteverdadeiras,istoé,condizentescomosfatos.Casocontrário,eleéconsideradoduvidoso.

5Naciência,ospesquisadoresgeralmenteprocedemindutivamentedosdadosparaasleisedestasparaasteorias,porissoainduçãoéabasedegrandepartedaciência.Ainduçãoégeralmenteentendidaoucomootestedeumaproposiçãoemumaamostra(porqueseriaimpraticáveltestá-lademaneiraaindamaisextensa)ouusandoapenasarazão(noscasosemqueéimpossívelrealizartestesdelaboratório).

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Sobreoautoreoilustrador

AliAlmossawitemmestradoemEngenhariadeSistemaspeloInstitutodeTecnologiadeMassachusetts(MIT)emestradoemEngenhariadeSoftwarepelaUniversidadedeCarnegieMellon.ElemoracomamulhereafilhaemSãoFrancisco,ondetrabalhacomodesignerdevisualizaçãodedadosnaequipedemétricadoMozilla,etambémcomocolaboradordoLaboratóriodeMídiadoMIT.Antesdisso,AlidesenvolveupesquisasemHarvardenoInstitutodeEngenhariadeSoftware(SEI),criandomodelosparapreveraqualidadedecódigos-fonte.SeutrabalhojáfoimencionadoemartigosnaScientificAmerican,Wired,TheNewYorkTimes,FastCompanyeoutraspublicações.

Almossawi.com

AlejandroGiraldoformou-seemDesignGráficonaUPBMedellínefezmestradoemDireçãodeArtenaELISAVA(EscoladeDesigneEngenhariadeBarcelona).ElemoraemMedellín,naColômbia,ondetrabalhacomofreelanceremváriosprojetos.

AlejoGiraldo.com

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Alegreesteursinho.VisiteBookofBadArguments.com

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Sumário

CréditosParaqueméestelivro?PrefácioFaláciaslógicasArgumentoapartirdasconsequênciasFaláciadoespantalhoApeloaumaautoridadeirrelevanteEquívocoFalsodilemaCausaquestionávelApeloaomedoGeneralizaçãoprecipitadaApeloàignorânciaNenhumescocêsdeverdadeFaláciagenéticaCulpaporassociaçãoAfirmaçãodoconsequenteApeloàhipocrisiaBoladeneveApeloàpopularidadeAdHominemRaciocíniocircularComposiçãoedivisãoConsideraçõesfinaisDefiniçõesBibliografiaSobreoautoreoilustrador

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TableofContentsCréditosParaqueméestelivro?PrefácioFaláciaslógicasArgumentoapartirdasconsequênciasFaláciadoespantalhoApeloaumaautoridadeirrelevanteEquívocoFalsodilemaCausaquestionávelApeloaomedoGeneralizaçãoprecipitadaApeloàignorânciaNenhumescocêsdeverdadeFaláciagenéticaCulpaporassociaçãoAfirmaçãodoconsequenteApeloàhipocrisiaBoladeneveApeloàpopularidadeAdHominemRaciocíniocircularComposiçãoedivisãoConsideraçõesfinaisDefiniçõesBibliografiaSobreoautoreoilustrador