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O Marketing Estratégico nos Negócios Internacionais: As Feiras e Eventos Ana Maria Sagres de Oliveira Uminho | 2019 Outubro, 2019 O Marketing Estratégico nos Negócios Internacionais: As Feiras e Eventos Ana Maria Sagres de Oliveira

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Outubro, 2019

O Marketing Estratégico nos Negócios

Internacionais: As Feiras e Eventos

Ana Maria Sagres de Oliveira

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Ana Maria Sagres de Oliveira

O Marketing Estratégico nos Negócios

Internacionais: As Feiras e Eventos

Outubro, 2019

Relatório de Estágio para obtenção de grau Mestre em Negócios Internacionais

Trabalho realizado sob orientação do Professor Doutor António Azevedo

Entidade de Acolhimento: Efacec Supervisor Profissional: Doutora Susana Dolores

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DIREITOS DE AUTOR E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DO TRABALHO POR TERCEIROS

Este é um trabalho académico que pode ser utilizado por terceiros desde que respeitadas as

regras e boas práticas internacionalmente aceites, no que concerne aos direitos de autor e

direitos conexos.

Assim, o presente trabalho pode ser utilizado nos termos previstos na licença abaixo indicada.

Caso o utilizador necessite de permissão para poder fazer um uso do trabalho em condições não

previstas no licenciamento indicado, deverá contactar o autor, através do RepositóriUM da

Universidade do Minho.

Licença concedida aos utilizadores deste trabalho:

Atribuição-NãoComercial-SemDerivacões

CC BY-NC-ND

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/

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Agradecimentos

Agradeço ao meu orientador, o Professor Doutor António Azevedo, que apesar de não

ter sido meu Professor durante o Mestrado e, por isso, de não me conhecer como aluna,

mostrou-se desde inicio disponível para me orientar na elaboração deste relatório. Em seguida,

agradeço à Susana Dolores, minha orientadora durante estágio na entidade de acolhimento, que

sempre me apoiou e ajudou em todos os momentos. Foi exigente, paciente e mostrou-se sempre

disponível, mesmo em alturas que exigiam muito trabalho da sua parte. Susana, és para mim

um modelo a seguir.

De seguida, agradeço a toda a equipa do Marketing Estratégico, começando pelo

Miguel Vales e Duarte Ferreira, que acreditaram em mim para fazer parte desta equipa e que

sempre me explicaram as dúvidas durante este período e me auxiliaram em todos os pedidos

elaborados. À restante equipa, Cláudia Dias, Francisca Ferreira e José Tavares, não há palavras

para vos agradecer, integraram-me na equipa e auxiliaram-me diariamente em todo o trabalho

desenvolvido, ainda que não fizesse parte da vossa função. Dentro e fora do ambiente de

trabalho, foram espetaculares, o meu muito obrigada! À Sónia Vieira também o meu muito

obrigada pelo auxílio neste processo das Feiras, a tua experiência foi uma mais valia… obrigada

por todos os conselhos!

Agradeço também à equipa do Business Development pela disponibilidade

demonstrada sempre que precisava de esclarecimento de dúvidas pontuais e Catarina, muito

obrigada pelo auxilio na elaboração deste relatório.

Um obrigada à minha família, principalmente aos meus pais… obrigada por me

elucidarem nos momentos de dúvida e por me incentivarem nos momentos menos bons! Sem

vocês, chegar aqui não era possível. Espero orgulhar-vos sempre.

Deus… obrigada!

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v

DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Declaro ter atuado com integridade na elaboração do presente trabalho académico e

confirmo que não recorri à prática de plágio nem a qualquer forma de utilização

indevida ou falsificação de informações ou resultados em nenhuma das etapas

conducente à sua elaboração.

Mais declaro que conheço e que respeitei o Código de Conduta Ética da Universidade

do Minho.

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vi

O Marketing Estratégico nos Negócios Internacionais: As Feiras e

Eventos

Resumo

Nos dias de hoje, a globalização mudou a forma como as empresas olham para os

negócios – tornou-se estratégico olhar para o mercado como uma oportunidade de criar

conhecimentos, contactos e procurar parceiros para a exponenciar a sua atividade comercial

além-fronteiras. Desta forma, os negócios internacionais são muito mais do que trocas

comerciais e os seus lucros.

É extremamente importante que as empresas façam um estudo intensivo do mercado

internacional, para boa gestão das relações com os parceiros e clientes e para, dessa forma,

obter outros ganhos como a imagem e reputação da marca ou o desenvolvimento de novos

produtos/ideias.

Assim, as Feiras no plano Business-to-business podem ajudar nesta construção do

conhecimento do mercado e na deteção de novas oportunidades de negócio, novos parceiros e

clientes. O mantimento de relações de longo prazo, um estudo das novas tendências e o

acompanhamento das inovações do mercado em primeira mão. O estudo desta matéria é muito

pertinente, pois as ferias comerciais são cada vez mais populares e estão diretamente ligadas à

vontade de entrar em novos mercados.

Este relatório incide sobre o estágio curricular realizado na Efacec, no departamento do

Marketing Estratégico, com a duração de 6 meses. Esta empresa portuguesa trata-se de um player com

um cariz extremamente internacional, que desenvolve o seu trabalho nas áreas de energia, engenharia,

ambiente, mobilidade elétrica e transportes. No relatório apresento conceitos do Marketing, do mercado

Business-to-business e das Feiras comerciais. Apresento trabalho desenvolvido ao longo do estágio, com

a gestão do processo de Feiras e Eventos internacionais, e apresentação de três estudos de caso, bem de

outros estudos realizados. No final do relatório, é apresentada uma avaliação do estágio e da empresa, e

dos principais desafios durante o mesmo.

Palavras-chave: Business-to-Business; Efacec; Feiras e Eventos; Marketing Estratégico; Negócios

Internacionais.

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Strategic Marketing in International Business: The Fairs and Events

Abstract

Nowadays, globalization has changed the way companies look at international business -

it has become strategic to look at the market as an opportunity to make network, with the

creation of contacts and partners that support the business activity. In this way, international

business is much more than trade and the profits that come from it.

It is extremely important that firms make an intensive study of the international market,

in order to manage relationships with partners and customers thus obtaining other gains in brand

image and reputation, or in new products/ideas development.

Trade Shows in the Business-to-Business context, can help firms to build market

knowledge and to identify new business opportunities, new partners and customers. They also

promote long-term relationships and provide information about new trends and market

innovations. The study of this topic is extremely pertinent, as trade fairs are increasingly popular

and are extremely linked to the desire to expose a new product in an international market.

This report describes a 6-month internship at Efacec, in the Strategic Marketing

department. This company is a Portuguese player focused on international market, which

develops its work in the areas such as energy, engineering, environment, electric mobility and

transport. Along this report, I will analyse the concepts of Marketing, business-to-business market

and trade fairs. I also present the work developed throughout the internship on the fairs and

events’ management process - and the presentation of three case studies, as well as other

studies carried out. At the end of this report, is presented an evaluation of the internship and the

company, as well as the main challenges.

Keywords: Business-to-Business; Efacec; Fairs and events; International Business; Strategic

Marketing.

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Índice

1. Enquadramento e Justificação do tema: .......................................................... 12

1.1. Introdução ..................................................................................................................... 12

1.2. Metodologia ................................................................................................................... 13

1.3. Estrutura do Relatório de Estágio ..................................................................................... 15

2. Apresentação da entidade de acolhimento ....................................................... 16

2.1. História da empresa ....................................................................................................... 16

2.2. Modelo de Governo ......................................................................................................... 17

2.3. Visão, Missão e Valores ................................................................................................... 19

2.4. Posição no mercado ....................................................................................................... 19

2.6. O Departamento de Marketing Estratégico ........................................................................ 24

3. Enquadramento Teórico ................................................................................. 27

3.1. Definição do Marketing ................................................................................................... 27

3.1.1. Marketing Tradicional .................................................................................................. 28

3.1.2. Marketing dos Serviços ............................................................................................... 28

3.1.3. Marketing Relacional ................................................................................................... 29

3.1.4. Marketing Estratégico e Marketing Operacional ............................................................. 29

3.1.5. Marketing B2B ........................................................................................................... 30

3.2. As Feiras e Eventos ........................................................................................................ 32

3.2.1. Definição e caraterísticas das Feiras............................................................................. 32

3.2.2. As várias formas de participação numa Feira ................................................................ 34

3.2.3. O planeamento e desempenho nas Feiras .................................................................... 36

3.2.4. Efeitos micro e macroeconómicos das Feiras ................................................................ 37

3.2.5. Fatores que influenciam a participação e os resultados das Feiras comerciais ................. 38

3.2.6. As Feiras como instrumento do Marketing .................................................................... 42

4. O estágio ...................................................................................................... 46

4.1. Objetivos do estágio ........................................................................................................ 46

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4.2. Fase da integração ......................................................................................................... 47

4.3. As Feiras e Eventos ........................................................................................................ 48

4.3.1. Exposição e interpretação da Instrução de Serviço das Feiras e Eventos.......................... 48

4.3.2. Processo prático da gestão interna nos Departamento do Business Development e do

Maketing Estratégico ................................................................................................................... 53

4.3.3. Exposição de estudos de caso ..................................................................................... 58

4.3.3.1. SG Tech Europe 2019 ............................................................................................ 58

4.3.3.2. Hannover Messe 2019 ............................................................................................ 61

4.3.3.3. Africa Energy Forum 2019 ...................................................................................... 62

4.4. Os estudos ..................................................................................................................... 64

4.4.2. Macroeconomic Outlook Argentina ............................................................................... 64

4.4.3. The Future of Mobility – Sector Outlook ........................................................................ 65

4.4.4. Brexit: As consequências para a economia e para as empresas portuguesas ................... 67

5. Avaliação do estágio e da empresa ................................................................. 68

5.1. Avaliação do estágio ....................................................................................................... 68

5.1.2. O que melhorava ........................................................................................................ 70

5.2. Avaliação da Efacec ........................................................................................................ 71

6. Conclusão ..................................................................................................... 74

7. Referências bibliográficas ............................................................................... 76

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Lista de abreviaturas

AMB – Ambiente

AMT – Aparelhagem

ASE – Automação

B2B – Business to Business

B2C – Business to Consumer

BCRA – Banco Central de La Republica Argentina

BD – Business Development

CG – Departamento do Controlo de Gestão

CRM - Customer Relationship Management

DBDMKE – Departamentos de Business Development e Marketing Estratégico

DCP – Diretor Comercial do Produto

DMC – Departamento de Marca e Comunicação

FMI – Fundo Monetário Internacional

EEM – Mobilidade Elétrica

ENE – Energia

EPS – Efacec Power Solutions

GdT – Gabinete de Tecnologia

I&D – Investigação e Desenvolvimento

MKE – Departamento de Marketing Estratégico

OEM – Original Equipment Manufacturer

SRV – Service

TRF - Transformadores

TRP – Transportes

UN – Unidade de Negócio ou Unidades de Negócio

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Lista de figuras:

Figura 1. Modelo de Governo Efacec.

Figura 2. Organograma Efacec.

Figura 3. Estrutura Societária Efacec.

Figura 4. Stakeholders e tópicos de pesquisa na literatura sobre Feiras comerciais.

Figura 5. Participação nas Feiras como parte do Marketing Mix.

Figura 6. Mesa redonda e conferências SG Tech Europe 2019.

Figura 7. Stand tipo – Feira Técnica.

Figura 8. Custos/Descontos da Inscrição SG Tech Europe 2019.

Figura 9. Plano do Evento Hannover Messe 2019.

Figura 10. Stand da Efacec Hannover Messe 2019.

Figura 11. Stand da Efacec Africa Energy Forum 2019.

Figura 12. Macroeconomic Outlook Argentina – Conclusões.

Figura 13. Veículo Autónomo (Canadá, 2018).

Lista de quadros:

Gráfico 1. EBITDA por Unidade de Negócio (M€) 2016, 2017 e 2018.

Gráfico 2. Volume de Negócios Produtos (M€) 2016, 2017, 2018.

Gráfico 3. Volume de Negócios Sistemas (M€) 2016, 2017, 2018.

Gráfico 4. Volume de Negócios Mobilidade Elétrica (M€) 2016, 2017, 2018.

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1. Enquadramento e Justificação do tema:

1.1. Introdução

Com a globalização, as empresas procuram cada vez mais adaptar as suas estratégias

àquilo que o mercado pede. Assim, este fenómeno cria novos desafios e oportunidades para as

empresas e para os seus negócios. Oportunidades que incluem acesso a novos mercados,

participar em redes globais de produção, acesso a capital, parceiros e clientes (Totonchi &

Kakamanshadi, 2011). Desta forma, a internacionalização das empresas é extremamente

importante para acompanhar a globalização da economia e a competitividade dos mercados.

Nesta perspetiva, o Marketing estratégico torna-se fulcral para ir de encontro ao que o

mercado pede, com estudos de mercado e de sectores, equacionando os drivers e as restrições

de uma nova oportunidade de negócio. Este Marketing permite estudar os mercados e a sua

evolução para detetar potenciais clientes e parceiros ao negócio (Lambin, 2000).

Também as Feiras e Eventos permitem desenvolver este estudo. As Feiras comerciais,

principalmente no plano business-to-business, representam uma oportunidade inigualável de

reunir sob o mesmo aglomerado, os maiores especialistas de um produto(os) ou serviço

(produtores, vendedores, clientes, compradores e outros parceiros de negócio) (Blythe, 2010).

Ao mesmo tempo, permite obter informações sobre as tendências da indústria, estar a par dos

novos produtos, e manter relações de maior qualidade e, por isso, de longo prazo (Sarmento,

Simões, & Farhangmehr, 2015).

O estágio curricular iniciou-se a 1 de Outubro de 2018 com a duração de 6 meses,

tendo terminado a 1 de Abril de 2019. Durante este período, integrei o Departamento de

Marketing Estratégico, contando com o apoio da minha supervisora de estágio Susana Dolores e,

com o orientador de estágio pela Universidade do Minho, Professor Doutor António Azevedo.

O objetivo inicial do estágio consistia em auxiliar o Departamento na realização de

estudos de mercado e de sector e, ao mesmo tempo, ajudar na gestão do processo de Feiras e

Eventos. No entanto, acabei por me dedicar quase a tempo integral à gestão deste processo.

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A participação nas Feiras e Eventos era um fenómeno controlado dentro das Unidades

de Negócio de forma individual. No ano de 2018, com a introdução da nova Instrução de Serviço

das Feiras e Eventos, o processo foi centralizado no Departamento de Marketing Estratégico.

Assim, os principais objetivos deste estágio passaram pela gestão global do processo,

com a execução de um Plano que continha todas as Feiras que as UN desejavam participar,

tornando a participação em Feiras e Eventos um fenómeno transversal a toda a empresa,

centralizado no MKE. A realização deste plano era importante, não só para o controlo e

maximização dos custos, mas para ajudar a promover a Efacec “como uma” no exterior e não

patrocinar a sua divisão por UN.

1.2. Metodologia

A elaboração da fundamentação teórica do relatório foi baseada na pesquisa de artigos

académicos e na recolha de documentação publicada internamente pela Efacec.

Relativamente à metodologia da gestão da participação em Feiras e Eventos, foram

aplicados os seguintes procedimentos, definidos pela direção da Efacec, explícitos na Instrução

De Serviço das Feiras e Eventos, conduzidos pelo Departamento do Marketing Estratégico:

1. Realização do plano tendo em conta os pedidos das Unidades de Negócio e o

aconselhamento do MKE: neste ponto incluímos os custos de inscrição, produção

(custos ligados à produção da multimédia, stand e equipamentos) e delegação

(que continha custos de alojamento e viagens). O aconselhamento do

Departamento tinha em conta a pertinência da feira para a estratégia da empresa,

o seu renome internacional e a quantidade de Feiras que cada Unidade de Negócio

iria participar, de forma a ser justa a redistribuição dos custos.

2. Planeamento da feira: depois de decidida a participação, começava o planeamento

das Feiras, que tinha duas vertentes – a vertente externa junto da organização da

feira e a vertente interna junto do Departamento de Marca e Comunicação e das

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UN que a indicaram, com reuniões antes do evento e depois do evento.

3. Operacionalização da feira: a operacionalização era o “fazer acontecer” da Feira –

após o seu planeamento e as decisões tomadas nas reuniões pré-feira,

prosseguíamos com a execução das tarefas técnicas, como negociação de

inscrição, negociação do local e área do stand, compra de passes, negociação de

participação nas conferências do evento, compra de viagens e aluguer de hotéis.

4. Considerações pós-feira: após a participação nas feiras, o objetivo era reunir os

participantes para perceber o impacto que a Feira teria para o negócio, com a

criação de contactos, aumento do prestigio da marca e retorno através da

participação em novos projetos internacionais. Depois de discutidos os pontos

anteriores, decidíamos se era para levar avante a participação na próxima edição.

Durante este período do estágio, foram também elaborados três estudos de mercado,

baseados nas respostas a um conjunto de questões “modelo”. Estas questões são transversais

aos vários estudos realizados e resultam da prática corrente do Departamento do Marketing

Estratégico:

1. Qual o objetivo do estudo? O entendimento de uma situação nova?; Uma

proposta que explore uma oportunidade de negócio?; A análise de uma empresa

concorrente?; Analisar o sector e quais as perspetivas de futuro?

2. Qual o público-alvo do estudo? Era necessário determinar qual o público-alvo –

se era uma empresa específica; um sector específico; um país específico; ou um

consumidor especifico.

3. Como vou contar a história? A quem será apresentado? Muitas vezes, os estudos

eram pedidos pelas Unidades de Negócio, por outros Departamentos, ou até

mesmo por membros do Conselho Executivo. Depois de determinar a quem

seria apresentado, tornávamos o estudo mais técnico e abrangente, ou mais

simples e direto. Sempre com a apresentação clara, de preferência com dados

numéricos.

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1.3. Estrutura do Relatório de Estágio

Este relatório encontra-se dividido em quatro partes, de forma a apresentar todas as

funções executadas com maior clareza. No primeiro ponto é realizado um enquadramento e

justificação do tema, com a introdução, metodologia, e estrutura do relatório. No segundo ponto

é apresentada a empresa, com a sua história, modelo de governo, visão, posição no mercado e

apresentação do Departamento de Marketing Estratégico.

Na terceira parte, é realizado o enquadramento teórico, onde desenvolvo, de forma

breve, várias vertentes do Marketing e, de forma mais extensiva, do Marketing Estratégico e do

Marketing no plano business-to-business dirigido ao negócio da Efacec. Neste enquadramento

teórico, defino também as Feiras e Eventos, nomeadamente as Feiras comerciais. Apresento as

suas caraterísticas, os métodos de participação, o seu planeamento e operacionalização, os seus

objetivos, os fatores que influenciam a sua participação e resultados e as Feiras como parte do

Marketing. Com este enquadramento procuro fazer um contexto daquilo que foi concretizado no

estágio.

Na quarta parte, exponho aquilo que foi realizado no estágio, aprofundando o processo

de Feiras e Eventos. Apresento a sua instrução de serviço, a sua gestão interna e 3 estudos de

caso de Feiras com caraterísticas diferentes: uma feira técnica, uma feira worldwide e uma feira

c-level1. Na terceira parte, apresento também, de forma sucinta, os 3 estudos que realizei.

Em forma de conclusão é realizada uma avaliação da Efacec e do estágio, com a

apresentação dos principais desafios e daquilo que melhorava.

1 Ao nível da alta gerência e da classe política.

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2. Apresentação da entidade de acolhimento

No seguinte capítulo será apresentada a Efacec: a sua história, o modelo de governo, a

sua missão e valores, o posicionamento no mercado, a análise financeira com apresentação de

valores e exposição do Departamento de Marketing Estratégico.

2.1. História da empresa

A Efacec é uma empresa multinacional presente em mais de 65 países com um perfil

extremamente exportador nos setores da Energia, Engenharia, Ambiente, Transportes e

Mobilidade Elétrica. Atua no setor Business-to-business, ou seja, direciona os seus

produtos/serviços para outras empresas no mercado.

Surgiu no mercado em 1905, com o nome “A Moderna”. Em 1921, já intitulada

“Electo-Moderna, Lda.”, dedicou-se à produção de motores, geradores, transformadores e

outros acessórios elétricos. Após uma partilha de capital entre a Electro-Moderna, os ACEC, a

CUF, entre outros, surge a EFME – Sociedade Empresa Fabril de Máquinas Eléctricas,

S.A.R.L.. Depois da saída da CUF, os ACEC tornaram-se os acionistas maioritários. Num

período marcado pelo crescimento económico, já com o nome Efacec - Empresa Fabril de

Máquinas Elétricas, torna-se uma das primeiras empresas portuguesas a estar presente na

bolsa de valores em Lisboa.

No final dos anos 90, a Têxtil Manuel Gonçalves toma posse de 10,682% do direito de

voto da Efacec e, em 2000 o Grupo José de Mello adquiriu 10,56% dos direitos de votos. Em

2007, é desenvolvido um novo modelo organizacional, considerando dez unidades de negócio:

os transformadores, a aparelhagem de média e alta tensão, o service de energia, a

engenharia, a automação, a manutenção, o ambiente, as energias renováveis, e os

transportes e logística. Em 2014, a EPS – EFACEC Power Solutions oferecia soluções de

energia, engenharia, ambiente, transportes e mobilidade elétrica, com uma grande

preocupação social e ambiental.

Em 2015, a sociedade Winterfell Industries comprou a maioria do capital da EPS,

detendo, atualmente 66,07% do capital social. O restante capital é detido pela MGI Capital,

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Figura 1-Modelo de Governo. Fonte: Efacec

SGPS, S.A. e, os anteriores acionistas detém uma posição menor, tendo formado novos

órgãos sociais na empresa.

Atualmente, as suas Unidades de Negócio desenvolvem os seguintes serviços: a

Energia, onde são desenhados, desenvolvidos e produzidos produtos como centrais elétricas

de energia solar, transformadores, redes e soluções de automação, juntamente com

manutenção, reforma e renovação de equipamentos próprios e de terceiros; o Ambiente e

Indústria que oferecem soluções integradas que vão desde o design e planeamento, serviço e

operação de sistemas para tratamento e abastecimento de água, irrigação e gestão de

resíduos sólidos; Os Transportes, com projetos chaves-na-mão para no setor ferroviário,

fornecendo desde a energia, sinalização, gestão da frota, informações de passageiros a outras

soluções de gestão de túneis e centrais e a Mobilidade, onde a Efacec resulta como um

leader mundial no que toca a estações de carreamento rápido e ultrarrápido para veículos

elétricos (Efacec, 2019).

2.2. Modelo de Governo

O conselho de administração da Efacec é atualmente constituído por: Mário Filipe

Moreira Leite da Silva (Presidente) e restantes vogais Manuel António Carvalho Gonçalves, Rui

Alexandre Pires Diniz, Miguel Maria Pereira Vilardebó Loureiro, Ângelo Manuel da Cruz Ramalho,

Francisco José Meira da Silva Nunes, Luís Henrique Marcelino Alves Delgado, Fernando Vaz,

Antonio José González Almela, Vanessa Ferreira Loureiro e José Manuel de Oliveira Henriques.

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A Comissão Executiva é constituída por Angêlo Ramalho (CEO), Francisco Nunes

(CFO), António Gonzales, Fernando Vaz, Luís Delgado e José Henriques. O presidente do

Conselho de Administração é decidido em Assembleia Geral, onde se decide também a

composição de remunerações, avaliações e nomeações da empresa. O Conselho de

Administração define as estratégias de negócios mais relevantes para a atividade da empresa e a

Comissão Executiva debruça-se sobre a sua execução juntamente com as Unidades de Negócio.

A Efacec Power Solutions, SA. possui um sistema operacional compartilhado pelo

Gabinete de Gestão e Tecnologia e pela Auditoria Interna. As Unidades de Negócios fazem-se

representar pelo seu Diretor, junto da Comissão Executiva. No sentido de dar apoio ao negócio

internacional, a empresa possui um Departamento de Business Development constituído por

colaboradores, que se encontram distribuídos por áreas geográficas, onde ficam responsáveis

por ganhar projetos e/ou clientes.

O Marketing Estratégico é um departamento extremamente recente que funciona sob a

alçada do BD, dando apoio, de forma transversal, a todas UN com o fornecimento de informação

muito importante, nomeadamente com estudos de mercado, company profiles, country profiles,

preparação dos dados para as reuniões de performance comercial, gestão do processo de Feiras

e Eventos, criação de newsletters, entre outros temas a desenvolver mais à frente.

Os serviços corporativos agregam todas as funções gerais da empresa, sendo que são

constituídos pelos seguintes Departamentos: Planeamento Estratégico, Controlo de Gestão,

Gestão de Risco e Contratos, Finanças Corporativas, Marca e Comunicação, Jurídico e

Compliance, Recursos Humanos e Organização, Administrativa e Financeira, Tesouraria,

Sistemas de Informação, Qualidade, Ambiente e Segurança, Compras e Logística, Infraestruturas

e Edifícios (Efacec, 2019).

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Figura 2- Organograma Efacec. Fonte: Elaboração Própria

2.3. Visão, Missão e Valores

A Efacec é uma empresa que procura, na sua visão, antecipar soluções para um mundo

sustentável. Esta ideia é apoiada por um perfil extremamente tecnológico que pretende, através

das competências dos seus Recursos Humanos, fornecer soluções Energéticas, de Ambiente e

de Transportes mais ecológicas, inovadoras e eficientes. Assim, o trabalho em conjunto entre as

várias UN é extremamente valorizado para uma aprendizagem e partilha de conhecimento que

permita a melhoria contínua.

O valores da empresa passam pela fiabilidade, pois procura o rigor em todas as etapas

da produção, para que possa ser uma empresa confiável; a Sustentabilidade, procurando

promover soluções com um impacto positivo na economia, sociedade e ambiente; a

Competência, através da conjunção da inovação e experiência dos seus Recursos Humanos; a

Audácia, pois procura sempre desafios novos que permitam estar um passo à frente e oferecer

soluções diversas que os distinguem dos restantes players no mercado e o Humanismo, pois as

pessoas têm um papel fulcral nesta empresa, e é em conjunto com os seus fornecedores,

clientes e utilizadores que podem avançar e trabalhar para um futuro melhor (Efacec, 2019).

2.4. Posição no mercado

A Efacec oferece três tipos de soluções: os produtos (os transformadores, a

aparelhagem, o service e a automação), os sistemas (a energia, o ambiente, a indústria e os

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Figura 3- Estrutura Societária Efacec. Fonte: Efacec.

transportes) e a Mobilidade Elétrica uma start-up que nasceu em 2009 e traduz-se numa grande

aposta da empresa desde então.

A empresa conta com um conjunto de outras filiais distribuídas pelos 4 continentes e

conta com 2330 trabalhadores, ainda que a maioria esteja sediada em Portugal (Efacec, 2019).

2.5. Informação financeira

Em 2016 nasceu o Programa de Transformação Efacec 2020. Este programa procura

gerar equilíbrio a nível económico e financeiro e voltar a colocar a Efacec como uma empresa de

renome a nível internacional até 2020. Esta estratégia está pensada em volta de seis pilares:

Inovação Tecnológica, Excelência Operacional, Proatividade Comercial, Foco no Cliente,

Desenvolvimento do Talento e Sustentabilidade (Efacec, 2019).

Para permitir um alinhamento das práticas da empresa em todas as geografias e

sociedades do Grupo Efacec, foi lançado também o projeto “One Efacec” em 2018, que procura

a otimização e automatização dos processos administrativos, de compras, financeiros, de

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Gráfico 1 – EBITDA por Unidade de Negócio (M€). Fonte: Elaboração Própria.

Gráfico 1 - EBITDA por Unidade de Negócio (M€) 2016, 2017 e 2018. Fonte: Elaboração Própria.

recursos humanos, comunicação e jurídicos.

As principais iniciativas da marca para 2019 são: apresentação do reposicionamento da

marca passando, de acordo com a política anterior, uma imagem mais homogénea da empresa;

a revisão de todos os materiais de comunicação core – foco na atividade comercial; a

continuação da aposta na parceria com a DS TECHEETAH da Fórmula E; o desenvolvimento de

campanha “Employer Branding” e a participação mais assertiva nos Eventos institucionais e

comerciais.

Como referi anteriormente, dado que a empresa sofreu uma restruturação desde 2016,

a análise que se segue será focada nos anos pós reforma: 2016, 2017 e 2018. Será realizada

por Unidades de Negócio para mostrar de forma mais concreta o “peso” que cada UN tem nas

contas da empresa, com a análise do EBITDA e do volume de negócio.

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Gráfico 2 -Volume de Negócio Produtos (M€) 2016, 2017 e 2018. Fonte: Elaboração Própria.

Apesar da maioria das UN obterem resultados crescentes de 2016 para 2017 (com a

exceção do Service e do Ambiente e Indústria) respondendo de forma positiva à restruturação da

empresa, os resultados variaram em 2018 (Efacec, 2019). Como podemos ver no gráfico 1, os

Transformadores, o Service e o Ambiente e Indústria mostraram resultados mais baixos de 2018

face a 2017; por outro lado, a Automação registou um crescimento substancial e Mobilidade

Elétrica, quase que quadruplicou o seu crescimento em 2018 face a 2017.

Ao analisarmos o gráfico 2 é possível constatar que os Transformadores e o Service

diminuíram o seu volume de negócio de 2016 para 2017. Por outro lado, a Automação e a

Aparelhagem registaram crescimento. Todavia, de modo geral, todas as as UN obtiveram, em

2018, resultados semelhantes aos de 2017, sendo notório um ligeiro decréscimo do volume de

negócio nas UN dos Transformadores e do Service.

No entanto, a Automação e Aparelhagem conseguiram resultados mais elevados em

2018 comparativamente a 2017, crescendo cerca de 4,9 M€ e 5,8 M€, respetivamente. O

crescimento da Automação deve-se, em parte, à penetração em novos mercados,

nomeadamente na América Latina - na Argentina através do parceiro Edenor, no Brasil através

do Light ou no Chile com a SAESA. O mercado da América Latina encontra-se em fase de

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Gráfico 3 -Volume de Negócio Sistemas (M€) 2016, 2017 e 2018. Fonte: Elaboração Própria.

desenvolvimento com uma grande aposta na conceção de Subestações Digitais, estando o ASE a

acompanhar esta tendência também no Perú.

Já o crescimento do AMT dá-se, grande parte, pela perfuração nos mercados da Europa

de Leste e pela introdução de produtos recentemente desenvolvidos nos mercados tradicionais,

nomeadamente o mercado francês. Todavia, continua a ser a UN dos Transformadores, a mais

relevante no que toca ao volume de negócio.

O volume de negócio nas UN do Ambiente e Indústria e dos Transportes cresceu em

2017 face a 2016. Todavia, em 2018 obtiveram resultados mais baixos face a 2017. No

entanto, a UN de Energia foi a exceção à regra denotando um crescimento em 2018 de 7,9 M€

de volume de negócio face a 2017. Este crescimento prende-se com a aposta nos projetos

greenfield em geografias do sul americano, como investimentos na geração hídrica,

nomeadamente na Colômbia e no México. Também em Portugal, a Efacec procura participar nos

processos de modernização das centrais hídricas.

A estratégia futura passa pela aposta nos projetos de geração de energias renováveis

nos mercados maduros, nomeadamente Portugal e no Norte da Europa; e na energia fotovoltaica

particularmente no Chile, Europa do Leste e algumas geografias de África, como o Magrebe.

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Gráfico 4- Volume de negócio Mobilidade Elétrica (M€) 2016, 2017 e 2018. Fonte: Elaboração Própria.

A diminuição do setor do Ambiente prende-se com a dificuldade que é lidar com a

concorrência europeia e ao mesmo tempo, com a falta de apoios na zona de África.

A Mobilidade Elétrica mais que duplicou o seu volume de negócio entre 2016 e 2018,

crescendo cerca de 23,2 M€. Este crescimento pode ser justificado pela instalação de

carregadores rápidos e de postos públicos na região de Macao, bem como o fornecimento de

equipamentos para um distribuidor local na Tailândia. Também em Portugal, se destacam os

projetos de alargamento de carregadores elétricos rápidos na rede de postos públicos.

2.6. O Departamento de Marketing Estratégico

A estratégia de uma organização é extremamente relevante no seu processo de gestão

pois engloba um variedade de parâmetros fundamentais para delinear o seu futuro. Esta

estratégia deve possuir uma série de medidas que permitam à organização atingir os seus

objetivos, seja a médio ou a longo prazo e deve ser realizada tenho em conta as características

internas e a envolvência externa.

Na Efacec, no sentido de delinear a estratégia podemos considerar dois departamentos

– o departamento do Planeamento Estratégico e do Marketing Estratégico. De facto, a estratégia

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deve incluir um diagnóstico interno, com a análise de processos produtivos, a segmentação de

clientes, análise da eficiência produtiva, dos recursos técnicos e humanos; e um diagnóstico

externo, com a avaliação de tendências macroeconómicas, a análise da relação com clientes,

estudos de mercado, company profiles e a participação em Feiras. Assim, podemos considerar

que o Departamento do Planeamento Estratégico se debruça mais sobre o diagnóstico interno e

que o Departamento do Marketing Estratégico incide mais na análise do envolvimento externo.

Assim, de forma muito geral, o Marketing Estratégico provida apoio nas seguintes funções:

1. Organização das reuniões de performance comercial: As reuniões de performance

comercial acontecem de 3 em 3 meses e reúnem a Comissão Executiva, os Diretores

de todas as UN, bem como o diretor do Business Development e do Marketing

Estratégico. O MKE tem a tarefa importante de extrair os dados em CRM2, organizá-los

e expô-los de forma clara, para que possam ser discutidos em reunião.

2. Gestão de parceiros: num cenário de uma empresa B2B é extremamente importante

gerir os parceiros. No MKE, esta gestão é realizada com o objetivo de fazer um follow

up dos parceiros atuais e detetar novas oportunidade de parceria.

3. Gestão do processo de Feiras e Eventos: neste processo, o MKE funciona como o

ponto de ligação entre as várias UN – no inicio do ano faz uma análise, junto das UN,

sobre as Feiras e Eventos em que pretendem participar para prosseguir com a

avaliação da pertinência da feira. De seguida, confirma a transcendência da feira a

mais do que uma UN e fica responsável pela sua inscrição, negociação, planeamento

e operacionalização – realizando reuniões periódicas com as UN e o Departamento de

Marca e Comunicação (responsável pela parte da promoção interna e externa da

nossa participação).

4. Realização de estudos: Neste departamento são realizados estudos de mercado,

company profiles, country profiles, estudos de sectores, entre outros. Estes estudos

são muitas vezes pedidos provenientes da Comissão Executiva e das UN, com o

objetivo de prever o mercado e agir em conformidade.

5. Realização de newsletters: o MKE lança de forma periódica o Market Watch e o

Market Flash, enviados através de email aos colaboradores internos, com várias

notícias/ tendências de mercado.

6. Gestão das Multilaterais: é realizado um acompanhamento de todas as oportunidades

2 Costumer Relationship Manager.

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e concursos públicos de financiamento de projetos, nomeadamente nas regiões

menos desenvolvidas.

7. Gestão das Plataformas: o objetivo é realizar uma otimização do uso das plataformas

cobradas. Faz-se uma análise das plataformas para perceber quais são as mais

estratégicas e que contêm informação mais pertinente.

8. O Marketing & Sales Community Day: por fim, o MKE é responsável pela realização do

evento Marketing and Sales Community Day, onde são apresentados resultados

anuais da empresa e algumas tendências de mercado.

Este departamento pretende, no futuro e de forma gradual, ter uma participação mais

ativa na análise do processo comercial e na análise e segmentação da carteira de clientes. No

sentido de fornecer apoio a estas atividades, o MKE utiliza as seguintes plataformas: Microsoft

(Teams, Excel, PowerPoint, Outlook, Sway), Skype, CRM, Global Tender, Global Data, The

economist, Forbes, The routers, entre outras plataformas online.

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3. Enquadramento Teórico

Neste capítulo será realizado um enquadramento teórico, com a história e apresentação

da definição do Marketing e das suas principais vertentes, nomeadamente do Marketing

Estratégico e do Marketing B2B. Será também realizada uma definição das Feiras e Eventos,

incidindo sobre as Feiras comerciais, as várias formas de participação, o seu planeamento e

objetivos, os fatores que, muitas vezes, determinam o sucesso da participação numa feira e as

feiras como parte do Marketing.

3.1. Definição do Marketing

As diferentes contribuições para a definição do Marketing exigem uma análise rigorosa,

uma vez que envolvem uma interpretação histórica aos olhos de vários autores. De facto, nos

anos 60, o mercado era visto como estático, sendo o conceito mais difuso e aceite do Marketing,

o conceito do Marketing Mix. Este conceito englobava os seguintes elementos: o Produto

(Product) – conjunto de elementos tangíveis e intangíveis que satisfazem o consumidor final

aquando da sua aquisição; o Preço (Price) – o valor monetário cobrado no momento da compra

de um produto/serviço; a Promoção (Promotion) – informação sobre produtos e serviços de

forma a promover a sua venda e a Distribuição (Place) - disponibilização ao mercado dos

produtos e serviços para clientes, fornecedores e todos os participantes da cadeia logística

(Cano, 2014).

Nos anos que se seguiram, os pensadores do Marketing procuraram estudar esta

disciplina à luz de outros aspetos, considerando as práticas de gestão e um estudo do mercado

mais alargado a longo prazo. Desta forma, começaram a entender que a disciplina devia

abranger as relações ou transações de trocas. Assim, os autores defendem o Marketing como

uma ciência comportamental, que procura explicar as relações entre compradores e vendedores.

Entre 1980 e 1990, a discussão regressaria à conexão com o consumidor e às suas

necessidades, centrado no Marketing Mix, acrescentando outros aspetos aos 4P’s, como a

procura de redes, o processo e o intercâmbio de experiências em geral (Cano, 2014).

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3.1.1. Marketing Tradicional

Como afirma Grönroos (1989), o Marketing tradicional era tido em conta como as

necessidades dos clientes e dos mercados-alvo para guiar as atividades da empresa. Ao mesmo

tempo, deviam ser consideradas todas as burocracias e leis dos mercados envolvidos. No

entanto, o autor considera esta definição do Marketing limitativa no estudo atual da área.

Grönroos (1989) alerta para a relevância do contributo nórdico na redefinição do conceito de

Marketing, graças ao envolvimento do mesmo nas áreas industriais e dos serviços, que vêm

quebrar barreiras às definições estáticas. Assim, na abordagem nórdica, é feita a separação

entre conceitos: o Marketing tradicional e o Marketing como função. Esta ideia do Marketing

como função defende que existem várias áreas das empresas que apoiam a disciplina do

Marketing, não ficando este cargo restrito aos estudiosos de mercado. Defende ainda, que o

marketeer deve possuir muito conhecimento sobre o produto ou serviço que vende.

Lindon, Lendrevie e Dionísio (2011), por sua vez, consideram que o Marketing são os

meios que a empresa dispõe para vender os seus produtos aos clientes com rentabilidade.

Lambin (2000) argumenta que no Marketing é necessário identificar as carências dos clientes,

para ir de acordo com a satisfação dos mesmos.

Assim, podemos considerar que a definição de Marketing ao longo dos anos tem vindo

a mudar, sendo que foram criados novos ramos do Marketing, como o Marketing de serviços, o

Marketing business-to-business, o Marketing relacional e o Marketing orientado (Grönroos,

2006).

3.1.2. Marketing dos Serviços

Grönroos (2006) fez a distinção entre o Marketing tradicional, que envolve atividades

tipicamente especializadas, como publicidade e pesquisa de mercado; e o Marketing interativo

ou Marketing dos serviços, que aproveita os recursos de outras funções na sua execução. O

Marketing interativo acontece, desta forma, durante as interações realizadas quando a produção

e o consumo se dão em simultâneo.

Nos serviços é extremamente importante interagir com os clientes para que o valor

seja criado. Assim, ao contrário dos bens que são recursos de apoio ao valor, os serviços são

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processos de suporte à criação de valor. Quando uma organização oferece um procedimento

que suporta a criação de valor dos clientes, o envolvimento dos clientes nesses processos

interativos faz com que as empresas sejam co-produtores e os clientes co-criadores de valor. O

Marketing de serviços é, segundo esta definição, convidar os clientes a aderir a um serviço,

convencendo-os da criação de valor que terá para o beneficiário. O objetivo final é que os

clientes passem a criar rotinas do uso de determinado serviço.

3.1.3. Marketing Relacional

Outro conceito que foi ganhando maior atenção na Europa foi o conceito do Marketing

Relacional. De acordo com esta abordagem, que foi desenvolvida no contexto do Grupo “The

Industrial Marketing and Purchasing” (IMP), existem quatro variáveis que influenciam a

interação: variáveis relacionadas com o processo de interação (produtos e serviços, formação,

finanças e social); variáveis que caracterizam as partes envolvidas (organização, indivíduos);

variáveis relacionadas com o ambiente (estrutura de mercado, dinamismo, internacionalização,

sistema social) e variáveis relacionadas com a atmosfera envolvente (poder / dependência, nível

de cooperação, distância social). A abordagem de interação não envolve apenas uma análise

desses grupos de variáveis, mas também alguns episódios de interação nas relações comerciais,

como é o caso das Feiras.

Paras os autores é importante distinguir os relacionamentos das interações. Com base

na teoria de Johanson e Mattsson, os primeiros envolvem ligações de longo prazo, enquanto que

as interações são de curto prazo, dinâmicas e associadas às trocas e adaptações entre

empresas (Sarmento, Farhangmehr, & Simões, 2015).

3.1.4. Marketing Estratégico e Marketing Operacional

A elaboração da estratégia numa empresa é um processo complexo, pois, ao mesmo

tempo deve ser coeso, mas também fragmentado. Assim, o Marketing estratégico apresenta-se a

diferentes níveis, de forma sistêmica, sendo que o nível corporativo envolve a estratégia de

negócio, que, por sua vez, envolve a parte operacional.

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Lambin (2000) propôs uma distinção entre o Marketing estratégico e o Marketing

operacional. O Marketing estratégico, é pelo autor, definido como o campo da análise e tem

como objetivo estudar os mercados e sua evolução para identificar atuais e potenciais

mercados/clientes. Por sua vez, o Marketing operacional é o campo da ação. Depois de fazer a

análise referida anteriormente, o marketeer deve agir em conformidade, definindo as quotas de

mercado, posicionamento, clientes-alvos; cujo objetivo é sempre aumentar o volume de

negócios.

A estratégia engloba vários níveis, dependendo dos seus objetivos, que normalmente

são de longo prazo. Segundo Toledo (2003) um dos objetivos do Marketing estratégico é o

crescimento, que engloba a rentabilidade, o aumento dos lucros, uma boa remuneração para os

acionistas, entre outros.

To que noca à estratégia do negócio, Toledo (2003) refere que os objetivos da estratégia

passam por adicionar valor ao cliente face à concorrência. Ao nível funcional, o objetivo prende-

se com o exercer bem as competências nas diferentes áreas da empresa: compras, sistemas de

informações, produção, Marketing, recursos humanos, etc.

Assim, o Marketing contribui de forma assertiva para as decisões das empresas,

envolvendo a parte estratégica e tática, bem como a parte cultural. Desta forma, o Marketing

permite definir os mercados atrativos, promover a organização e desenvolver e acrescentar valor

à empresa. Para orientar o negócio, esta função pode ajudar a decidir que atividades devem ser

compradas no mercado, quais os parceiros a reter e qual a concorrência a temer.

Ao nível operacional, o Marketing procura também, através dos recursos humanos,

produtivos, financeiros e das suas UN, definir se a estratégia é ou não viável (Toledo, 2003).

3.1.5. Marketing B2B

Também com a inclusão do Marketing na dimensão industrial, foi necessário o

desenvolvimento do estudo do Marketing Business-To-Business. Assim, é importante abordar a

diferença entre dois conceitos: Business-To-Business e Business-To-Consumer. Segundo o autor

Marc Lim (2018) fazer uma separação entre o Marketing direcionado para Business-To-Business

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e o Marketing Business-To-Consumer é importante para explicar as dinâmicas do Marketing em

cada um dos modelos de negócio, quebrando a ideia centrada na perspetiva dos P’s do

Marketing Mix.

Business-to-business refere-se ao comércio entre dois representantes de empresas

diferentes, ao invés do comércio realizado entre o vendedor e o consumidor individual. As

transações nas indústrias tecnológicas são geralmente business-to-business (B2B), enquanto as

indústrias de retalho são, na maioria das vezes, business-to-consumer (B2C). Num modelo de

negócio B2B, o marketer necessita de ter a informação necessária que lhe permita o

conhecimento rico e abrangente do produto/serviço que vai vender; bem como dos mercados

para o qual a empresa o pretende fazer. Por outro lado, no modelo Business-to-consumer, a

venda é feita diretamente ao consumidor. Desde 1990, as vendas online (e-commerce)

representam grande parte da categoria B2C. Atualmente, as empresas utilizam a internet para

grandes volumes de trocas por meio desses modelos.

Todavia, o que nos interessa, no estudo a realizar, é o modelo B2B, para compreender

a atuação da empresa. Davies e Brush (1997) alertam para a importância das alianças

estratégicas neste modelo de negócio. As empresas do setor industrial são cada vez mais

interdependentes devido ao alto nível tecnológico e à expansão industrial. Assim, as alianças

permitem expandir a linha de um produto, mover um produto para uma nova área, melhorar a

penetração de mercado, promover um melhor serviço noutras áreas geográficas e,

principalmente, expandir os seus produtos. Deste modo, o papel do marketeer é estudar o

mercado e as suas dinâmicas, para detetar as áreas e empresas de maior interesse para a

criação de parcerias. Os autores alertam para o risco das parcerias internacionais, pois

permitem que a outra empresa tenha um conhecimento partilhado da cultura, negócio, ética e

outras questões legais do concorrente.

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3.2. As Feiras e Eventos

3.2.1. Definição e caraterísticas das Feiras

Bonoma (1983) apresenta a definição de feira comercial como um evento no qual os

participantes, distribuidores e fornecedores expõem um produto ou descrevem um serviço a

pessoas convidadas, como clientes atuais ou potenciais, fornecedores e outros possíveis

parceiros de negócio e imprensa. Para Black (1986), as Feiras são mercados temporários em

que fornecedores de um setor ou produto se reúnem para mostrar os seus produtos e serviços a

possíveis compradores, aos media e a outros influenciadores de compras.

Florio (1994) refere que os economistas consideram as Feiras e Eventos como uma

aglomeração, ao mesmo tempo e no mesmo local, de um grande número de fornecedores e

compradores, que ao reduzir o tempo e os custos associados dos processos de compra,

melhoram as economias de transação. Por outro lado, considerando a origem geográfica dos

participantes e a sua influência no mercado, as Feiras também podem ser classificadas como

internacionais, nacionais e regionais (Seringhaus & Rosson, 1994).

Segundo Palumbo e Herbig (2002) existem dois tipos principais de Feiras, as horizontais

e as verticais. A feira horizontal exibe uma variedade ampla de produtos, já a exposição vertical

contém produtos ou serviços específicos, por exemplo, produtos eletrónicos, médicos, etc. Os

autores realçam também a diferença entre as Feiras que são patrocinadas por associações

comerciais especificas, e Eventos independentes, organizados por entidades do setor privado,

cuja especialização é a realização e gestão de Feiras. Os autores consideram também que

existem Feiras que constituem uma junção das últimas, e reúnem, por isso, visitantes

profissionais e consumidores finais; normalmente em diferentes horários.

Maskell, Bathelt e Malmberg (2006) consideram que as Feiras permitem que os

produtores locais se conectem com parceiros não locais. Nesta perspetiva, as Feiras comerciais

são aglomerados temporários, que permitem as empresas interagir e aprender com atores que

se encontram geograficamente distantes.

Por sua vez, Kirchgeorg, Springer e Kastner (2010) definem Feiras comerciais como

Eventos de mercado com uma duração especifica, que ocorrem em determinado local, e onde

um grande número de empresas apresenta os seus principais produtos de um ou mais sectores

industriais. Também Golfetto e Gibbert (2006), através da análise de uma entidade organizadora

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de Feiras, definiram estes Eventos como plataformas de Marketing coletivo para as redes

industriais.

Atualmente, estas Feiras são parte integral do Marketing industrial (Rinallo & Golfetto,

2017). Segundo Tafesse e Skallerud (2015) as Feiras comerciais são eventos que facilitam as

várias formas de negócio e trocas sociais, através da presença dos principais stakeholders de

determinada indústria.

Assim, o contexto comercial de uma feira pode ser B2B ou B2C. No primeiro caso,

restrito ao comércio, no segundo, aberto ao público em geral. Desta forma, representam, na

atualidade, um papel importante para o ambiente de negócio das empresas (Palumbo & Herbig,

2002). Os autores Dekimpe et al. (1997) e Geigenmüller (2010) referem que as Feiras

comerciais são extremamente relevantes no impacto económico, não só para as empresas, mas

para o mundo. O mercado global relativo a este tipo de Feiras, representa 31.000 exposições

por ano, envolvendo 4,4 milhões de expositores e 260 milhões de visitantes, sendo a Europa e

América do Norte, os locais mais relevantes no que toca a esta matéria.

Empresários, fornecedores, compradores, distribuidores, associações, reguladores do

comércio industrial e, até mesmo, departamentos de governo marcam presença nas Feiras

comerciais de renome, cada entidade com as suas motivações e objetivos (Rosson &

Seringhaus, 1995). Esta diversidade é o que permite a criação de um ambiente propicio para

troca de transações, partilha de informação e a criação de relações interorganizações, onde

redes de networking podem ser solidificadas ou criadas (Blythe, 2002).

De forma generalizada, estes Eventos permitem estar conectado sobre as tendências da

indústria e do mercado (Hansen, 1999; Smith, Hama, & Smith, 2003). Esta informação pode

gerar efeitos ao nível macro, mas também individual. O principal objetivo dos expositores nestes

Eventos comerciais é ir de encontro aos potenciais compradores (Godar & O'Connor, 2001;

Gopalakrishna & Williams, 1992). Do ponto de vista dos visitantes, o objetivo é procurar as novas

tendências e a inovação (Blythe, 2002; Munuera & Ruiz, 1999; Rosson & Seringhaus, 1995).

As caraterísticas das mesmas são: intangibilidade, inseparabilidade, heterogeneidade e

perecibilidade, o que proporciona uma experiência de qualidade tanto para os exibidores como

para os visitantes. Além do objetivo de mostrar e vender o seu produto, torna possível a criação

de laços com futuros parceiros e a proximidade com o cliente. Nesta última, o participante pode

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retirar informações que ache pertinentes no sentido de melhorar a estratégia de negócio. As

Feiras e Eventos têm ainda a capacidade de promover conhecimento sobre o país onde ocorrem,

com parcerias com empresas locais, governos regionais ou câmaras municipais (Munuera &

Ruiz, 1999).

No que toca aos estudos que abrangem as Feiras comerciais, de forma geral, os autores

Santos e Mendonça (2014) referem que são escassos, mas que tendem a focar-se na perspetiva

do expositor (59,1%), sendo que os restantes 23,5% dos estudos concentraram-se sob a

perspetiva do visitante, e apenas 5,2% sobre a perspetiva do organizador. Na perspetiva do

expositor são de maior relevância os seguintes tópicos: eficácia, objetivos, seleção e

participação. No que toca à eficácia procuram justificar os investimentos realizados nos Eventos

comerciais. Os objetivos prendem-se com aquilo que o participante espera alcançar, e por fim, a

seleção e participação envolvem os critérios que levam as empresas a decidir se vão ou não

participar em determinada feira.

Santos e Mendonça (2014) depois de uma revisão literária enfatizam a inovação como

um dos objetivos dos participantes. Assim, as Feiras comerciais são importantes ferramentas

para melhorar o desenvolvimento e a adoção de novos produtos, pois os potenciais usuários e

compradores participam nestes Eventos (Bello & Barczak, 1990; Chiou, Hsieh, & Shen, 2007).

3.2.2. As várias formas de participação numa Feira

Existem várias formas de participação numa feira, duma forma geral podemos dividi-las

nos seguintes grupos: expositores, visitantes e organizadores. As perspetivas dos visitantes e dos

organizadores são as menos abordadas na literatura. Não obstante, ambos têm um papel

fundamental no bom decorrer da feira - os visitantes podem representar os compradores,

fornecedores ou instituições políticas ou associativas; os organizadores (aqueles que projetam,

produzem e comercializam) são responsáveis pela projeção das estratégias de criação de valor

da Feiras, que levam à maximização do lucro dos expositores, tendo um grande papel no

sucesso da feira (Munuera & Ruiz, 1999).

Desta forma, é possível concluir que os artigos dedicados ao modo de exposição

ocupam a maior parte da literatura sobre o tema de Feiras, no entanto, os artigos sobre os

organizadores têm aumentado a sua importância na literatura atual (desde os anos 2000). Já a

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literatura relativa aos visitantes vem flutuando ao longo dos anos (Wondwesen & Kåre, 2017).

Estes constituem o lado da procura do sistema do mercado das Feiras comerciais (ou seja,

compradores, clientes, consumidores etc.) e desenvolvem parte do comportamento emocional e

criativo durante a visita à feira (Ahola, 2012; Borghini, Golfetto, & Rinallo, 2006).

Da mesma forma, os organizadores representam provedores de serviços que reúnem

recursos sofisticados de rede e parceria, além de uma conscientização mais profunda do setor

(Munuera & Ruiz, 1999; Tafesse, 2014). Os organizadores geralmente definem a agenda da

feira, os potenciais participantes e configuram o layout da exposição, dando-lhes imenso poder

na formação do ambiente da feira (Dawson et al., 2014; Tafesse, 2014). Essas dinâmicas

sugerem que os modos de visita e organização oferecem um cenário empírico importante para a

pesquisa de Marketing. Teorias do comportamento do consumidor, gestão de Marketing e

estudos organizacionais são ampliados com base nos modos de visita e organização

(Wondwesen & Kåre, 2017).

Também as associações industriais, consultores, reguladores, órgãos governamentais e

instituições de pesquisa, apesar de serem atores periféricos de mercado devido à falta de

envolvimento direto no mesmo, acrescentam uma dimensão útil ao o ambiente da feira (Tafesse

& Skallerud, 2015). Estes atores trazem conhecimento tácito e experimental da indústria que

serve para enriquecer o ambiente de interação nas Feiras (Rice, 1992; Rinallo & Golfetto, 2006).

Também a sua posição política aprimorada permite-os atuar como fontes de legitimidade e

recursos, especialmente em novos contextos de mercado (Tafesse, 2014).

Os expositores, por sua vez, procuram com a participação nas Feiras, entrar num

mercado novo, construir uma imagem de marca e manter relacionamentos já existentes (Rosson

& Seringhaus, 1995). Cada expositor tem também possibilidade de comparação direta com a

concorrência e a sua oferta, permitindo adquirir um conhecimento em tempo real através da

comparação com as outras empresas. O ambiente das feiras permite que ocorra em paralelo a

apresentação de informações e a partilha de conhecimento, com uma exploração do mercado e

das tendências (através do que é exposto por outras empresas) e a apresentação dos próprios

produtos e serviços.

No entanto, o papel das Feiras nos processos de gestão do conhecimento ainda não é

totalmente reconhecido. Até agora, a ênfase foi colocada na avaliação da eficiência das vendas

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como um dos os principais objetivos da participação dos expositores nas Feiras (Marinkovic,

Arsenijevic, & Danicic, 2018).

3.2.3. O planeamento e desempenho nas Feiras

Aquando à organização da participação nas feiras, as empresas consideram aspetos

estratégicos tal como a localização, o acesso à comunicação, informação e instalação, no

momento de decidir se é vantajoso participar em determinada feira ou evento. A maioria dos

expositores portugueses planeia a participação antes, durante e depois da feira, no entanto, o

retorno do investimento da feira só alcança o seu pico 1 a 6 meses depois da mesma. Portanto,

é crucial que as empresas expositoras tenham uma abordagem de longo prazo, além do mais, o

retorno pode ser intangível como a imagem/reputação da marca (Santos & Mendonça, 2014).

Os participantes da Feiras projetam e implementam as suas atividades usando os

seguintes estágios da participação: pré feira, durante a feira e o pós feira. O estágio pré feira é

aquele que é planeado antes do inicio do evento, o estágio durante a feira representa a fase de

ação/execução ao vivo e o estágio pós feira representa a fase de acompanhamento depois do

evento (Gopalakrishna et al., 1995).

Entre as principais áreas de ênfase estão o comportamento da equipa, a configuração e

a apresentação do produto (perspetiva dos expositores); a procura de informações, avaliação de

fornecedores e experiências com produtos (perspetiva dos visitantes). Cerca de 8% dos artigos

que estudaram atividades pré feira focaram-se nas questões como: objetivos, seleção, práticas

orçamentais, decisões de pessoal e promoção. Também é importante decidir táticas para atrair

um público-alvo. Na fase durante a feira, os estudos demonstram a importância do treinamento

do pessoal do stand, bem como o impacto do seu design e o momento no estabelecimento de

contactos com o público atraído. A fase pós feira emprega as táticas e acompanhamento dos

contactos estabelecidos, que culminam em leads3 qualificadas como resultado final quantificável

(Wondwesen & Kåre, 2017).

O desempenho procura quantificar o sucesso da feira e determinar os seus esforços e

benefícios económicos (Shoham, 1999). A medição do desempenho da feira é realizada através

do desenvolvimento de métricas quantitativas. Quando feito corretamente, o desempenho da

3 A lead é um campo do CRM que indica o início do interesse de um possível cliente num determinado produto ou serviço de uma empresa.

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feira gera dados importantes que auxilia os tomadores de decisão a desenvolver objetivos e a

mover os recursos organizacionais específicos para gerir as áreas de negócio (Sridhar &

Gopalakrishna, 2015).

O desempenho da feira pode ser medido em vendas ou resultados relacionados com o

comportamento (Hansen, 2004). O desempenho relacionado com as vendas depende de

métricas como eficiência de atração ao stand, contactos realizados e vendas reais (Dekimpe et

al., 1997; Gopalakrishna et al., 1995). Estes dados são calculados usando informações

recolhidas pelos participantes e são facilmente comparáveis entre empresas (Gopalakrishna &

Williams, 1992). Por outro lado, o desempenho relacionado com o comportamento avalia em

que medida a participação na feira permite obter informações do setor/mercado,

relacionamento cliente/fornecedor e a criação de imagem de marca, entre outros (Hansen,

2004; Kerin & Cron, 1987).

3.2.4. Efeitos micro e macroeconómicos das Feiras

As Feiras têm um caráter multifuncional e, por isso, permitem uma ampla gama de

funções do Marketing, que os expositores e visitantes usam para alcançar os seus objetivos.

Estes Eventos permitem a apresentação de novas produtos, tecnologias e serviços; bem como

mostrar o posicionamento da empresa. Através das mesmas, é possível aumentar o efeito sob

os média da empresa expositora, possibilitam benchmarking4 entre concorrentes, promovem a

motivação dos funcionários e aumentam o recrutamento dos funcionários (Miñana, 2017).

Assim, as Feiras aumentam o nível de conscientização da própria empresa e analisam a

situação competitiva. Funcionam, por isso, como um instrumento de pesquisa de mercado, pois

é num ambiente de feira que são, muitas vezes, apresentadas novas tendências.

Além de objetivos microeconómicos, as empresas possuem efeitos macro sobre as

economias das cidades onde acontecem, promovendo o desenvolvimento urbano, regional e

nacional por meio de investimentos em infraestruturas, de receitas, produção e criação de

emprego (Fedesarrollo & Jaramillo, 2005).

Santos e Mendonça (2014) num estudo realizado às PMEs portuguesas, referem que as

Feiras têm ganhos do ponto de vista de todos os participantes. Por exemplo, do ponto de vista 4 Benchmarking é o processo de procura das melhores práticas duma indústria, com o objetivo de aumentar o desempenho da empresa.

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do organizador, a feira é importante para analisar o perfil do visitante e a satisfação do expositor

e visitante, num sentido mais amplo. Do lado do expositor é importante, pois permite o acesso a

informações sobre o evento, a análise dos registros de visitantes, a avaliação do desempenho

dos concorrentes, a eficácia da publicidade para a feira (TV, imprensa, catálogos, etc.), a

eficiência da relação entre o número de convites enviados e o número de visitantes.

3.2.5. Fatores que influenciam a participação e os resultados das Feiras comerciais

No geral, a inovação afeta positivamente o desempenho das Feiras (Chiou, Hsieh, &

Shen, 2007). Assim, torna-se estratégico para as empresas apresentarem os seus produtos nos

diferentes estágios de desenvolvimento (Kim & Mazumdar, 2016). As Feiras comerciais facilitam

a aceitação do consumidor de produtos inovadores, pois a interação física com o produto e o

vendedor reduz as barreiras à adoção de novos produtos (Barczak, Bello, & Wallace, 1992).

No seguimento dos estudos sobre a inovação, os autores Boermans e Roelfsema (2014)

mostram que o caráter inovador por parte do fornecedor fortalece também uma rede de troca de

informações importantes. Esta partilha de informação gera comunicação frequente entre

compradores e fornecedores, o que contribui positivamente para a cadeia de negócio.

Portanto, quando os gestores tencionam escolher fornecedores, devem considerar a

inovação do mesmo como um indicador de escolha. Os fornecedores também devem

representar hipóteses de alargar outras oportunidades de colaboração, através da troca de

informação e partilha de redes. Todavia, não é só nesse sentido que os gestores devem

procurar um fornecedor que aposte na inovação. Outra das situações acontece quando um

colaborador é confrontado com fatores internos, aos quais não consegue dar uma resposta

clara. Neste caso pode optar, através do sourcing estratégico, por contactar fornecedores do

mesmo ramo, que também possuam conhecimento e o fator inovação, para conseguir

informação que desbloqueie o seu processo. Mais uma vez, este processo aumenta a agilidade

na cadeia de negócio.

Também, à luz dos estudos realizados por Sarmento e Simões (2018) a promoção/

internacionalização de exportação surge como um dos objetivos da participação em Feiras

comerciais, da perspetiva do vendedor num contexto B2B. As empresas participarem,

frequentemente, em Feiras que acontecem nos países para os quais exportam, faz parte da sua

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estratégia de Marketing. Por outro lado, a participação estratégica pode passar pela presença em

Feiras em mercados que integram o leque de países para os quais pretendem expandir

internacionalmente para estabelecer relações comerciais (Herbig, O' Hara, & Palumbo, 1998).

Assim, as oportunidades passam por fortalecer contatos comerciais e desenvolver novas

relações cujo objetivo é a expansão internacional (Nadège & Cambell-Hunt, 2015).

Evers e Knight (2008) referem que as Feiras comerciais são pertinentes para o

desenvolvimento internacional de pequenos exportadores, ainda que estas empresas tendam a

participar menos neste tipo de Feiras, quando comparadas com empresas de maior dimensão.

Esta teoria é explicada pelos elevados custos associados às participações nas Feiras comerciais

(Dekimpe, et al., 1997; Shipley, Egan, & Wong, 1993; Herbig, O' Hara, & Palumbo, 1997). O

estudo de Sarmento e Simões (2018) também demonstra que, quando comparada à

participação coletiva, a exposição individual é mais benéfica em termos de construção de

imagem e reputação (Skallerud, 2010). Santos e Mendonça (2014) em relação às empresas

portuguesas, prevê dois aspetos: uma parte das empresas consideram a participação conjunta

uma limitação à sua capacidade de venda e Marketing, a outra parte, consideram uma

oportunidade de reforçar a sua presença no mercado internacional.

As Feiras comerciais, podem também ser uma ferramenta integrada da comunicação e

do Marketing de uma empresa. Assim, o estudo revela que as empresas não devem focar

apenas nos expositores, mas também dar relevância às necessidades de comunicação dos

expositores e visitantes (Blythe, 2010). Desta forma, o sucesso da participação numa feira

comercial é melhor se combinada com outros instrumentos de comunicação e do Marketing

(Kirchgeorg, Springer, & Kästner, 2009). Assim, o estudo de Smith, Gopalakrishna e Smith

(2004) mostra que as vendas e os lucros melhoram, quando a participação na feira enquadra o

plano de comunicação.

No que toca à oferta de serviços intensivos, a qualidade do serviço desempenha um

papel muito importante para o sucesso do relacionamento na feira. Na qualidade do serviço da

perspetiva dos autores Lin e Lin (2013) são propostos seis critérios para classificar a avaliação

do expositor sobre a qualidade do serviço da organização: exposição do Marketing, design de

exposições, ambiente circundante, pessoal de serviço, gestão do stand e informação disponível.

Também o uso das plataformas virtuais e da internet nas Feiras é extramente importante

para permitir trocas de informação em tempo real. Gregory e Breiter (2001) citados por

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Figura 4 – Stakeholders e tópicos de pesquisa na literatura sobre Feiras Comerciais. Fonte: Tradução e adaptação de (Sarmento & Simões, 2018, p. 12)

Sarmento e Simões (2018), revelam a importância estratégica das novas tecnologias para a

gestão da atividade nestes Eventos. Os organizadores das Feiras usam a Internet no dia-a-dia

para interagir com fornecedores, expositores ou participantes. O uso da Internet torna-se, assim,

essencial para obter eficiência e eficácia das Feiras comerciais. Li (2010) por sua vez, indica o

uso da internet como uma poderosa influência no desempenho dos expositores nas diferentes

etapas do processo (pré feira, durante a feira e pós feira).

Ao nível cultural, o evento é visto como um ecossistema de várias partes interessadas,

exigindo uma abordagem integrada entre todos os atores de um mercado ou indústria, sendo

necessário estabelecer momentos de conhecimento cultural, semelhança, aprendizagem e troca

de informação.

Para captar o interesse dos visitantes, a recolha de informação com uma pesquisa

exaustiva de Marketing industrial é extremamente importante (Borghini, Golfetto, & Rinallo,

2006).

Os autores Sarmento, Simões, e Farhangmehr (2015) reportam que nas Feiras existe

um contexto de negócio diferente, muito menos formal, do que num escritório. Para explicar esta

situação, os mesmos, referem que os episódios de socialização neste contexto específico têm

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implicações diretas no negócio. Estes episódios podem ocorrer nos níveis formal e informal,

gerando aprendizagem e reduzindo distância/incerteza entre as partes. Estas relações também

permitem o estabelecimento de limites.

Assim, espera-se que uma mudança de cenário tenha impacto no modo como os grupos

de negócios interagem fora do escritório. As partes tendem a avaliar o relacionamento ao longo

de uma sequência de interações. Por serem capazes de identificar e medir episódios num

contexto e nível particulares, torna possível melhorar a qualidade do relacionamento. Ou seja, a

ideia geral do estudo é que a qualidade do relacionamento é afetada por interações (episódios de

socialização) que ocorrem num ambiente de feira comercial.

Em particular, as trocas de informações e trocas sociais que acontecem ao nível da

feira, aumentam a qualidade do relacionamento, incutindo valores de confiança, satisfação,

compromisso, confiabilidade na relação entre as partes, aumentando o desejo de manter o

relacionamento. Todavia, existem outras condições ou fatores situacionais (por exemplo,

importância do produto e idade da relação) que afetam a relação entre episódios de socialização

e qualidade de relacionamento. O intercâmbio social na feira é relevante para melhorar a

qualidade do relacionamento pois a atmosfera específica da feira facilita a obtenção de tais

ganhos.

No seguimento, a qualidade do relacionamento tem uma clara implicação na

antecipação de futuras interações, em particular sobre as intenções em relação a compras. Além

disso, no contexto da feira comercial B2B, o efeito dos episódios de socialização é muito

pertinente para gerar uma intenção de manter o relacionamento a longo prazo e para ajudar a

prever as tendências de mercado.

Tal ideia confirma a teoria, que quando as partes estão longe de sua rotina profissional,

há uma dedicação maior ao processo de interação. Este contexto também pode contribuir para

conhecer a pessoa por trás do profissional, o que é importante para gerar uma compreensão

holística do caminho em que o negócio e o relacionamento devem ser desenvolvidos.

Para além disso, os resultados mostram que a presença da alta gerência nas Feiras de

negócios, favorece positivamente a subida do preço das ações e fornece evidências empíricas de

que as Feiras acrescentam valor ao negócio das empresas, principalmente nesta situação. Ou

seja, quando a alta gerência participa nas atividades de Marketing, nomeadamente em Feiras, o

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retorno de investimentos é maior. Esses argumentos estão enraizados na teoria comportamental

da empresa e descrevem a atividade organizacional como motivada pela presença da alta

administração. Os resultados sugerem que o facto de existir um funcionário da alta gerência nas

Feiras promove também o incentivo dos funcionários com cargos mais baixos. Desta forma, os

colaboradores de cargo mais baixo, concentram-se sobre as oportunidades de relacionamento

(criação de contactos) presentes nas Feiras, ao invés de se preocuparem unicamente com

vendas ou outras trocas de resultado imediato.

3.2.6. As Feiras como instrumento do Marketing

As Feiras têm um grande papel no Marketing, são lugares onde uma variedade

diversificada de vendedores estão concentrados, bem como uma grande parte de clientes

(Wondwesen & Kåre, 2017). As Feiras apresentam-se, assim, como um componente do Mix

promocional do Marketing Industrial. As pesquisas na área do Marketing industrial concentram-

se sobretudo no processo de decisão de uma empresa participar numa feira, devido à

preocupação com os elevados custos. Assim, estes estudos permitem selecionar os melhores

eventos para participar, gerir a participação efetiva e maximizar o retorno dos investimentos

(Borghini, Golfetto, & Rinallo, 2006; Hansen, 1996).

Na geografia econômica, a literatura desenvolvida durante os anos 2000 diverge em

aspetos importantes das abordagens tradicionais do Marketing Industrial. É baseado nas

premissas de produção, comércio local e de cenário global, que os autores procuram perceber

como as empresas em aglomerados específicos (Feiras) obtêm acesso a mercados mais amplos

(Bathelt, Malmberg, & Maskell, 2004).

As empresas que operam nos mercados industriais normalmente investem grande parte

de seu orçamento promocional para exibir nesses eventos que são particularmente úteis para

contactar compradores nas principais etapas do processo de compra, onde avaliam soluções,

produtos e fornecedores alternativos (Gopalakrishna & Lilien, 1995).

Como tal, a pesquisa na área do Marketing Industrial tem-se concentrado em medir e

maximizar os resultados de Feiras, ao vincular as atividades pré feira, durante a feira e pós feira

dos expositores com indicadores de desempenho de comunicação e vendas. Estes autores,

incidem sobre como melhorar as práticas que maximizam os resultados da participação dos

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expositores nas Feiras, inicialmente focado nos resultados de vendas. Atualmente, a literatura

mais recente realça outros fatores importantes como a promoção da imagem de marca nos

mercados industriais e a promoção dos fluxos de comunicação (Hansen, 2004; Bettis-Outland,

Johnston, & Wilson, 2012).

A decisão de participação numa feira geralmente envolve um debate na organização –

más experiências, a dificuldade de obter resultados imediatos da participação, a preocupação

com a escolha do evento - são questões levam a ver a participação nas Feiras com algum

ceticismo, não sendo, por norma, uma atividade recorrente de uma empresa.

Para tornar esta atividade parte da rotina de uma organização é necessário programar a

participação com a recolha de dados sobre a feira, por exemplo: abrangência de produtos, os

clientes e concorrentes que estarão presentes, a pertinência do tema para a empresa, o timing

em que se realizará e dados internos sobre os interessados em participar e que produtos

apresentar. Baseado nesta informação, segue-se a avaliação da pertinência da participação. Este

processo é importante para perceber o quanto esta feira se pode revelar como um instrumento

importante do Marketing Mix (Association of the German Trade Fair Industry, 2014).

A comunicação

Aquando a participação de uma organização numa feira é extremamente importante a

troca de informação, tanto da parte do expositor, como da parte do visitante. Existe uma maior

proximidade entre as pessoas, sem a interferência dos media, sendo a comunicação face-a-face,

uma das maiores caraterísticas e vantagens da participação numa feira. Os instrumentos

clássicos de comunicação passam pela publicidade, promoções, relações públicas e comércio

direto. Duma forma mais subtil, também a pesquisa de mercado e o design empresarial podem

ser considerados instrumentos de comunicação. Assim, as Feiras não servem apenas para

promover um produto, mas também para retirar informação de mercado através da visita. Por

outro lado, o design corporativo deve refletir a imagem que a empresa procura passar para o

mercado.

Contudo, este estudo também mostra que a disposição de partilhar informações pode

ajudar os membros da cadeia de negócio a reagirem rapidamente às mudanças do mercado.

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Isto porque a partilha de informações cultiva o planeamento conjunto conseguido por uma

comunicação frequente.

Os preços e condições de venda

Outros fatores importantes são o estabelecimento dos preços da empresa e das

condições de venda: preço, crédito, descontos, formas de pagamento, entre outros serviços.

Estes últimos devem incluir o cliente-alvo, tamanho das empresas, localizações e distâncias de

envio. A presença numa feira permite-nos observar os preços que estão a ser praticados e as

condições de venda/compra oferecidas num ambiente comercial e, ao mesmo tempo, receber

junto dos clientes informação para determinar a estratégia de venda. Esta informação em tempo

real possibilita-nos abrir novas perspetivas, adequar as nossas condições de venda e preços ao

que o mercado pede e ao mesmo tempo, salvaguardar os lucros.

A distribuição

A distribuição como parte do Marketing mix inclui a organização das vendas, a criação

de canais de venda, o armazenamento e o transporte. Assim, as Feiras permitem à organização

determinar se a participação na feira pode ser ou não positiva. Previamente, a organização

estipula em que mercados pretende restruturar a força de vendas e em que mercados procura

entrar. As Feiras podem ser o ambiente ideal para procurar representativos de vendas e

parceiros de logística (armazenamento e transporte). As Feiras permitem também explorar

canais de venda, parceiros e clientes noutras partes do mundo.

O produto

É importante, aquando a venda de um produto, procurar mostrar a sua gama, a

qualidade, o seu design e a sua marca. De facto, estes eventos comerciais são o ambiente

perfeito para descobrir e apresentar produtos/ serviços inovadores. Uma empresa, deve antes

da exposição na feira, examinar o seu mix de produtos, para perceber em que estágio do ciclo

de mercado está e se o deve expor. Se for a altura certa para o fazer, as Feiras são o ambiente

ideal para aparecer com um novo produto. Os produtos devem apresentar um design apelativo e

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devem estar aptos para ser testáveis. Devem também aproveitar o momento para perceber o

que pode ser melhorável no produto.

Figura 5 –Participação nas feiras como parte do Marketing Mix. Fonte: Tradução e adaptação de (AUMA, 2014, p.12).

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4. O estágio

No capítulo que se segue irão ser discutidas as atividades que foram desenvolvidas ao

longo do estágio. Inicialmente, irei identificar os objetivos que foram definidos, descrever a fase

de integração, o que foi realizado no estágio dentro dos objetivos propostos e expor o processo

de organização, interna e externa, da participação nas Feiras e Eventos e plataformas de auxilio

utilizadas, bem como três estudos de caso. Irei também descrever os três estudos realizados no

âmbito do marketing estratégico. Por fim, realizarei uma avaliação do estágio e da empresa.

4.1. Objetivos do estágio

O principal objetivo deste Estágio Curricular foi ter a primeira oportunidade profissional

na área dos Negócios Internacionais e do Marketing Estratégico, dentro dos objetivos a que me

propus, numa empresa portuguesa de renome e com um forte cariz internacional.

O objetivo inicial do meu estágio era auxiliar o Departamento de Marketing Estratégico,

na realização de estudos de mercado, estudos de sectores e company’s profiles, no qual a

minha função seria o estudo de mercados em que a empresa se encontrasse, para perceber os

próximos passos; estudo de mercados propícios à internacionalização desta empresa; estudos

de um sector de negócio apelativo à Efacec, ou de empresas que pudessem, de certa forma,

auxiliar ou ameaçar o negócio da empresa. Por outro lado, colaborava no processo de

organização da participação do Grupo em Feiras e Eventos internacionais, e esporadicamente,

nacionais nos quais fosse estratégico a empresa apresentar o seu modelo de negócio, produtos

e soluções, e ao mesmo tempo, encontrar clientes ou parceiros favoráveis ao mesmo e avaliar a

concorrência. Todavia, acabei por me focar mais na gestão do processo de participação das

Feiras e Eventos, que requereu, por este se encontrar numa fase de experimentação e evolução,

mais atenção da parte do Departamento.

As funções dos Departamentos do Marketing Estratégico e do Business Development são

extremamente transversais a todas as Unidades de Negócio da Efacec. Desta forma, e como a

equipa costumava assemelhar, resultávamos para a Efacec, como o “cockpit” para o avião.

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4.2. Fase da integração

Para compreender todas as dinâmicas da empresa, foi necessário muito tempo de

aprendizagem, leitura e compreensão. No primeiro dia, foi-nos apresentado o código de honra da

empresa, a sua filosofia e valores e foi-nos realizada uma primeira visita guiada. Começaram

assim, os primeiros desafios, com termos novos, técnicos da área industrial, que eram precisos

compreender para poder desenvolver as atividades propostas.

Nas primeiras semanas, o tempo foi dedicado a leituras que iam desde o relatório de

contas, ao modelo de negócio da Efacec, com a exposição de todas as suas Unidades de

Negócio. Tive o apoio do Departamento para entender a função de cada UN e dos restantes

Departamentos.

Também me foi permitido uma visita guiada a todas as fábricas de cada Unidade de

Negócio, onde me foi explicado, de forma pormenorizada, a função de cada produto ou sistema,

a produção e toda a logística associada. Nesta visita, foram apresentados dados extremamente

importantes para perceber o peso económico de cada UN na empresa.

Seguidamente, deram-me acesso a todos os ficheiros do Departamento, o que me

permitiu a leitura das instruções de serviço – de Gestão de Parceiros e Feiras e Eventos - bem

como a leitura de estudos de mercado, de sector e de empresas já realizados.

Aquando o desafio de gestão de processo de Feiras e Eventos, foi-me explicado, de

forma detalhada, como acontecia o processo, quais as entidades envolvidas nesta gestão, as

pessoas a quem recorrer no momento da dúvida em determinado tema e como utilizar as

plataformas adequadas.

Este desafio foi extremamente gratificante por me permitir trabalhar com vários

Departamentos em simultâneo e pessoas dentro da Efacec, o que fez com que desenvolvesse

bastante a parte comunicativa, de gestão de conflitos e gestão de pressão devido aos inúmeros

deadlines que o processo requer que sejam cumpridos.

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4.3. As Feiras e Eventos

4.3.1. Exposição e interpretação da Instrução de Serviço das Feiras e Eventos

Para compreender como se processa esta gestão por parte da empresa, da participação

em Feiras e Eventos, é necessária uma leitura e interpretação da instrução de serviços das

Feiras e Eventos. A instrução de serviço explica como deve ser realizada a gestão da participação

nas Feiras, onde estão expostas todas as regras deste processo (pedido de participação,

aprovação e feedback), em que tipologia de Feiras os colaboradores do grupo podem participar,

os objetivos da Efacec aquando a participação nas Feiras, a sua forma de atuação, a quem se

aplica, o processo de planeamento e a sua gestão operacional.

Para percebermos melhor como se aplicam estas premissas, é necessário explicar a

distinção que é feita, pela instrução, entre Feiras e Eventos. Assim, as Feiras requerem a

participação da Efacec com stand, isto é, em que o Grupo é expositor e participa com imagem

corporativa. Por outro lado, Eventos referem-se a congressos, workshops, ou seminários, onde a

empresa tem uma participação mais simplificada sem a presença física, apenas com a visita a

clientes ou fornecedores. No entanto, nestes Eventos, também é possível participar como

speakers ou moderadores, de forma a dinamizar e aumentar a visibilidade da empresa.

Os objetivos da participação em Feiras e Eventos para o Grupo Efacec é apostar na

promoção externa da sua tecnologia, produtos e sistemas e, sobretudo, reforçar a sua imagem

de marca em todos os mercados onde está presente ou pretende estar, sem exceção. Esta

instrução aplica-se a todas as filiais do Grupo espalhadas pelo mundo.

A presente Instrução atribuí responsabilidades e abrange todos aqueles que desejam

participar numa Feira ou Evento independentemente do Departamento, UN ou filial em que se

encontram. A única exceção são os Eventos corporativos e Eventos internos dirigidos aos

colaboradores, que são da inteira responsabilidade do Departamento da Direção de Marca e

Comunicação.

Assim, o processo de Gestão de Feiras e Eventos encontra-se estruturado em 2 fases:

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1. Planeamento da participação em Feiras e Eventos: identificação da necessidade de

participação na Feira ou Evento em fase de execução do Orçamento Anual de cada

Unidade de Negócio e/ou da Direção Business Development e Marketing

Estratégico. A coordenação e aprovação final da proposta a ser feita à Comissão

Executiva e é da responsabilidade da área de Business Development e do

Marketing Estratégico, informando previamente a DMC;

2. Gestão operacional da participação em Feiras e Eventos: identificação do modelo

de participação (ex. oradores, patrocinadores, com stand, visitante…), gestão das

inscrições e questões logísticas associadas à participação na Feira ou Evento,

preparação dos participantes e balanço da sua participação.

Cada Departamento/UN deve previamente nomear e indicar ao DBDMKE uma pessoa

responsável, por responder, no que remete a assuntos relacionados com a organização das

Feiras e Eventos. Essa pessoa deverá ter capacidade de decisão mesmo em termos de alocação

de recursos.

Na primeira fase - planeamento da participação em Feiras e Eventos – o DBDMKE

reúne, junto de cada pessoa nomeada com responsabilidade dentro das Unidades de Negócio,

Direção Comercial de Produtos, do Gabinete de Gestão e Tecnologia e do Marketing Estratégico

e Business Development, informação relevante para construção do Plano das Feiras e Eventos

relativo os 3 anos seguintes. A definição deste Plano deve estar em conformidade com os targets

definidos pelo Departamento do Controlo de Gestão. O Plano consiste num template que reúne

toda a informação necessária à participação numa feira:

1. Nome, local e data da Feira;

2. Nº de participantes previsto;

3. Objetivos e formato da participação (física, patrocinada, com speaker, ou como

visitantes);

4. Indicação das necessidades operacionais de apresentação na Feira (por exemplo:

quais os objetivos estratégicos a ser seguidos ou área do stand);

5. Custos estimados, considerando: inscrição, área, deslocações, alojamento, e

logística;

6. Chave de Alocação de Custos da Feira ou Evento (com especial enfoque para a

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Feira com stand);

7. Tipologia de Stand (área, formato, número de paredes, entre outras

especificidades que as UN achem relevantes).

Após reunir toda a informação necessária para a realização do Plano, a DBDMKE (com

o apoio da DMC) compila a informação e submete à aprovação da Comissão Executiva, junto

com a sua recomendação. De acordo com as decisões da CE, a DBDMKE cria a versão final do

Plano de Feiras e Eventos para o triénio e envia por email, com o conhecimento da DMC, para

cada Diretor de UN, detalhando as alterações face à versão inicial. É da responsabilidade de

cada Diretor refletir o Plano de Feiras e Eventos no Orçamento Anual da sua UN, nos prazos

definidos pelo CG.

Este Plano pode ser alvo de revisões no primeiro semestre de cada ano, se esta

necessidade for identificada por alguma UN, GdT, DBDMKE ou DMC. É responsabilidade da

DBDMKE (com o apoio da DMC) despoletar este processo de revisão junto das UN e GdT,

seguindo os procedimentos acima descritos, e promover junto da CE a apreciação e aprovação

do Plano de Feiras e Eventos.

Se for identificada necessidade de alteração do Plano, seja por se tratar da inclusão de

uma feira, ou da alteração de uma que já se encontrasse prevista no Plano, deve ser (após

apreciação dos Departamentos envolvidos na gestão) informada e explicada junto da CE; bem

como previamente comunicada ao DMC e aceite em Comissão Executiva.

Numa segunda fase, dá-se inicio à gestão operacional da participação em Feiras e

Eventos. Depois de aprovado o Plano pela CE, o DBDMKE devem enviar o Plano das Feiras à

Direção de Sistemas de Informação, solicitando a criação dos códigos do projeto para imputação

de custos num programa destinado para seu efeito para todas as companhias logísticas.

A inscrição e todo o processo de comunicação e negociação realizado com as

organizações externas responsáveis pela preparação das Feiras é feita e controlada pelo

DBDMKE. Assim, após a inscrição na feira, estes Departamentos informam a todos os

envolvidos, bem como a DMC, a inscrição, solicitando a indicação de um responsável de cada

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UN para se fazer representar nas reuniões posteriores onde serão discutidos os seguintes

pontos:

1. Delegação: colaboradores que pretendem estar presentes nas Feiras e as suas

informações e dias de estadia previstos;

2. Tipologia de participação: se é pretendido dinamizar a presença através da

participação de speakers, se é pretendido expor um produto novo, se é necessário

ter um espaço dedicado a demonstração, entre outros;

3. Logística: qual a documentação necessária, se é necessário requisitar elementos

para o stand (como LCD, colunas, computador), que equipamentos pretendem

expor/transportar;

4. Estratégia da marca: nestas reuniões estará sempre presente alguém da DMC

para definir uma estratégia de marca adequada à tipologia de participação e para

tratar das questões de logística relacionadas com o stand e transporte de

equipamentos, controlando todo o processo de produção de materiais, montagens

e gestão de fornecedores, tais como promotores, audiovisual e catering.

Nas reuniões, o DBDMKE reúne todas as informações necessárias para continuar com a

organização da Feira, bem como revalida se a informação está de acordo com o estipulado no

Plano aprovado em CE, e caso existam desvios consideráveis, a CE será devidamente notificada.

Estas reuniões devem acontecer, pelo menos, 3 meses antes da feira.

Após as reuniões, a DBDMKE envia email aos envolvidos com as notas principais, e

organiza, junto do/a responsável, a marcação de deslocações a alojamento. O objetivo é que

este processo seja realizado de forma centralizada para garantir que a delegação possa ficar no

mesmo local. A criação de ordens de compra relativas a cada feira é centralizado também no

DBDMKE que assegura que as faturas são encaminhadas para a equipa financeira.

No âmbito da realização destas reuniões, que se denominam de pre-briefing, o

DBDMKE deverá disponibilizar o formulário até 8 semanas antes da realização da feira. Por outro

lado, a DMC também deve apresentar o Plano de Comunicação, e após feedback, começar

previamente a produzir os elementos necessários (ex. catálogos, brindes, paredes do stand).

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Até 4 semanas antes da feira, a DBDMKE e a DMC reúnem-se para confirmar todos os

detalhes de preparação da feira, enviando, se necessário, um último update à Delegação Efacec

que participará na Feira.

Após 2 semanas da realização da feira, a DBDMKE convoca uma reunião de avaliação

com a Equipa da Delegação Efacec que participou na feira e a DMC, para uma reunião de

balanço, criando um formulário de pos-briefing que deve ser preenchido até à realização da

reunião, onde estarão incluídas as lessons learned, assim como uma recomendação sobre nova

participação em futuras edições. Aqui também será feita uma recolha dos contactos

estabelecidos. Em junho e dezembro de cada ano decorrem reuniões de balanço da execução do

Plano das Feiras e Eventos.

No caso dos Eventos, o processo é mais simples, uma vez que a empresa não

contempla presença física. No entanto, a participação deve constar no Orçamento Anual. Assim,

o DBDMKE deve reunir toda a informação dada pelas UN/Departamentos sobre os Eventos sem

stand em que pretendem participar, de forma detalhada. As UN/Departamentos devem enviar

um email endereçado à Mast3r Academy (que integra os Recursos Humanos do Grupo) mas

com o DBDMKE em CC, a solicitar a inscrição com antecedência máxima antes da data do

evento, indicando o seguinte:

1. Nome;

2. Designação do evento;

3. Local do evento;

4. Motivo da participação no evento com aprovação antecipada da chefia direta.

Se for necessário deslocação e alojamento, nestes casos, deve ser feito junto da

secretária de cada UN, desde que informe também o DBDMKE através do email destinado para

os Eventos.

Sempre que a participação exija uma participação especifica, como moderador ou

orador, é necessário que os colaboradores entrem em contacto com a DMC para alinhavar a

participação, conteúdos e documentação de suporte necessária à apresentação.

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4.3.2. Processo prático da gestão interna nos Departamento do Business

Development e do Maketing Estratégico

Como explicado no ponto anterior, o Departamento do Business Development e do

Marketing Estratégico trabalham constantemente em conjunto, sendo a gestão da participação

em Feiras e Eventos um processo partilhado, onde o MKE tem um papel principal ao longo do

mesmo. No entanto, é sempre necessário o parecer e a aprovação dos Diretores do BD e do

MKE. Este ponto, serve para explicar, de forma mais prática, as funções internas do MKE em

relação a esta temática.

No inicio do último trimestre do ano, o MKE deve reunir e confirmar, junto de todos os

Departamentos e UN, os pormenores necessários para alinhavar a participação nas Feiras com

stand do ano seguinte. Quando iniciei o estágio, o processo de recolha de informação estava em

fase inicial, pelo que me foi auferido a recolha de todos os dados relacionados com a

participação da empresa em anos anteriores, junto das secretárias das UN do grupo: custos,

delegação, logística, entre outras informações relevantes necessárias à realização do Plano. É

importante mencionar, que a centralização deste processo de gestão de Feiras e Eventos no

departamento do MKE era extremamente recente.

Assim, o MKE reuniu todos os aspetos relacionados com: valor da inscrição -

considerando custos de participações anteriores e custos de delegação - custos de viagem e

alojamento de anos anteriores. A DMC, por sua vez, fez uma estimativa dos custos de produção

(custo do stand, serviços técnicos e outras peças da comunicação como catálogos, flyers,

brindes…) a ser integrada no Plano realizado pelo MKE. Em conjunto com a supervisora do

estágio, Susana Dolores, responsável pela questão das Feiras e Eventos, e com o Diretor do

Departamento do MKE, Miguel Vales, iniciamos a elaboração do Plano, em documento Excel,

que agrupava a seguinte informação:

1. Nome, local e data da Feira: Após a recolha junto das UN, das Feiras em que estes

pretendiam participar com stand, o MKE confirmou se todos os dados recebidos

estavam corretos;

2. Chave de alocação: Depois de verificar as Feiras em que várias UN pretendiam

participar em comum, foi realizada uma chave de alocação, para que posteriormente

fossem atribuídos custos.

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3. Inscrição: O MKE deveria confirmar se alguma das Feiras mencionadas já se encontrava

com a inscrição realizada ou não; se sim, constava o custo real no Plano, em caso

contrário, o MKE considerava o custo já disponibilizado pela organização ou, em último

caso, custos de anos anteriores.

4. Delegação: O MKE elaborou uma tabela com base no preço médio de viagem e

alojamento para as seguintes áreas: Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia e

Médio Oriente e África. O Plano era realizado com base nesta tabela e na quantidade de

colaboradores que desejavam participar na feira, a não ser que existissem custos de

anos anteriores a ser tidos em conta.

5. Produção: Estes custos incluíam construção do stand, transporte e envio de

equipamentos, produção de catálogos e flyers, necessidade de promotora ou catering,

entre outras peças do comunicação. É a DMC que está responsável pela elaboração

desta parte do Plano. Sendo da responsabilidade do MKE a inclusão desta informação.

Após a elaboração do Plano, o MKE fez um documento com as suas recomendações

sobre as Feiras em que realmente o grupo deve, ou não participar, e sobre a tipologia de

participação, por exemplo, se é aconselhável manter a participação física, ou se, por motivos

estratégicos, não se justifica com os custos associados.

O Plano, e consigo, todas estas recomendações foram expostas à Comissão Executiva.

Numa primeira fase, o Plano continha, de grosso modo, 60 Feiras. Pela quantidade excessiva de

Feiras mencionadas pelas UN, este Plano foi alvo de reavaliação. Neste caso, o MKE junto das

UN/Departamentos envolvidos, chegou a um consenso sobre as alterações propostas pela CE e

o que era inicialmente pretendido. Depois de um processo que demorou cerca de 2 meses, o

Plano reduziu o número de Feiras para cerca de 21 (ver anexo 1.). Após o acordado e posterior

aprovação em CE, o Plano foi comunicado aos diretores de todas as UN/Departamentos. Desde

a sua aprovação, o Plano ainda foi alvo de mudanças (ver anexo 2.).

Depois da aprovação do Plano, começamos a delinear a participação. Numa fase inicial,

o MKE assegura-se que a inscrição no evento foi realizada. O objetivo nesta fase é negociar o

espaço: localização e tamanho de stand, bem como o número de frentes do stand. Também é

importante negociar outras formas dinâmicas na participação, como ter orador ou moderador

(no caso de existir uma parte mais técnica de conferências) ou uma sala extra para reuniões

privadas.

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Depois de recolhida esta informação são marcadas as reunião de pre-briefing.

Inicialmente, para saber quem devemos convocar para estas reuniões antes das Feiras,

recorremos à chave de alocação presente no Plano elaborado. Após perceção de quem deseja

participar, contactamos os pivôs com responsabilidade neste tema de cada UN/Departamento e

a DMC. Numa fase mais avançada do estágio, encontrava-me responsável por fazer esta seleção

de quem convocar para as reuniões e posteriormente de enviar os emails de convocatória, bem

como de gerir as confirmações e a disponibilidade de todos para que pudéssemos garantir o

máximo de presenças. No caso da UN não informar qual a pessoa responsável, deveria ser

convocado o Diretor de cada UN como opcional para remeter o email de convocatória à pessoa

indicada ou elementos que demonstraram vontade de participar na feira aquando a preparação

do Plano.

Neste email de convocatória é enviado um template das reuniões de pre-briefing para

que os interessados se pudessem preparar e reunir informação determinante para o decorrer da

reunião (ver anexo 3.). Este template foi elaborado por mim em conjunto com a supervisora

Susana Dolores. Também o MKE seguia um guião, nas reuniões, de questões estratégicas que

permitissem obter informação relevante e ao mesmo tempo, moderar as reuniões (ver anexo 4.).

Numa fase mais madura do estágio, fiquei responsável pela preparação destas reuniões,

bem como pelo envio do email posterior que devia conter todos os detalhes discutidos e

acordados por todos os intervenientes. Este email continha também as próximas ações a serem

tomadas por todos, incluindo UN, DMC e MKE e os respetivos deadlines a ser cumpridos. As

próximas ações podiam incluir a confirmação da delegação - para as viagens e alojamento serem

reservadas o quanto antes; o envio de informação sobre aquilo que cada UN gostaria de expor; o

envio da maquete do stand por parte da DMC, onde ficariam aglomerados os equipamentos a

ser contidos no stand - estes equipamentos poderiam variar entre um pequeno LCD ou uma PV

Station (ver anexo 5.), ou a confirmação, por parte do MKE sobre algum extra que os

participantes pretendiam (por exemplo: ter uma sala privada para reuniões, ter um espaço para

apresentações ou aumentar o tamanho do stand).

Fazia parte das funções do dia-a-dia, elaborar e enviar o email, bem como gerir o

feedback, assegurar que a delegação confirmada não passaria do acordado no Plano,

encaminhar os emails da delegação à pessoa responsável pela marcação de viagens e

alojamento e assegurar que os deadlines eram cumpridos, enviando emails de aviso, quando

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assim não acontecesse. Também era importante manter um contacto constante com as

entidades exteriores que organizavam as Feiras para estar ocorrente de deadlines, oportunidades

de assistir a conferências ou ter speakers, de participar noutras atividades, ou de expor algum

equipamento à entrada, por exemplo.

Depois de reunida a informação necessária é realizada outra reunião a poucas semanas

da Feira para assegurar que está tudo tratado, nomeadamente no que concerne à logística:

envio do stand e de equipamentos ou materiais a expor, bem como confirmar as viagens e

alojamento e equipamentos requisitados. Nas últimas 4 semanas, é importante a constante

comunicação junto do grupo para informar de questões técnicas e detalhes da Feira (como as

horas de montagem do stand, horas de entrada e saída e questões relacionadas com os

bilhetes, conferências e outros detalhes burocráticos).

Durante a feira, o MKE cria um grupo de WhatsApp que permite uma comunicação em

tempo real sobre como está a decorrer a Feira, a qualidade e quantidade de contactos

realizados, o alojamento e o que é necessário mudar, bem como uma avaliação geral da feira

com direito a partilha de fotos.

Duas semanas após a participação da Efacec nas Feiras, o MKE convoca todos os

participantes para uma reunião de pos-briefing onde são discutidos os pontos positivos, pontos

negativos e a melhorar, decisão de participar na próxima edição e a quantidade de contactos

obtidos. Nesta convocatória é enviado um template com os pontos a ser discutidos na reunião

(ver anexo 6.) e outro documento para os participantes preencherem com informação detalhada

sobre os contactos realizados (ver anexo 7.).

Após as reuniões, é preenchido um documento Powerpoint que reúne toda a informação

importante para uma boa gestão da participação nas Feiras, existindo o Powerpoint de pre-

briefing, que era completado após a reunião de pos-briefing realizada no final da feira.

Ao longo deste processo, o MKE deve fazer o controlo de custos e garantir que os custos

reais da participação não ultrapassam, de forma significativa, os valores presentes no Plano

inicial. Sempre que isso não acontece, é de extrema importância avisar o Diretor do MKE, que

toma decisões em relação aos ajustes a realizar. Para efetuar este controlo, o Departamento

possuía um documento master onde ia inserindo os custos reais (inscrição, viagens, alojamento

e produção) à medida que as Feiras eram realizadas.

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No que concerne aos Eventos, o MKE também elaborou um documento que continha

todas os Eventos mencionados pelos colaboradores juntamente com uma estimativa de custos

de delegação, para que pudéssemos efetuar um controlo mais eficiente dos custos nesta

matéria. No seguimento, quando algum colaborador informava que pretendia participar num

Evento à Mast3r Academy, antes de ser elaborada a inscrição, o MKE procurava negociar o

custo ou a quantidade de passes, bem como outras regalias que o colaborador pudesse

beneficiar.

As Plataformas de apoio utilizadas neste processo, apesar de básicas, eram

extremamente importantes para a operacionalização das Feiras e Eventos, e para garantir o bom

funcionamento do Processo:

Microsoft Outlook – uma das principais plataformas de trabalho no processo de gestão

de Feiras e Eventos onde a comunicação e negociação são constantes. Era fulcral para

comunicar com as entidades exteriores, para a marcação de reuniões considerando o horário de

todos e a sua disponibilidade, para a comunicação do que foi acordado nas reuniões e para

controlo de deadlines.

Microsoft Teams – é uma plataforma de comunicação em tempo real, que permite

conversação por chat, reuniões de vídeo, armazenamento de arquivos e a criação de

documentos em várias Plataformas da Microsoft que podiam ser editados online por todos

aqueles que fizessem parte da equipa. Esta plataforma era importante para monitorização e

operacionalização da Feira entre o DBDMKE, a DMC e as UN.

Microsoft Excel e PowerPoint – plataformas que utilizávamos no dia-a-dia, o Excel

indicado para elaboração e gestão do Plano, pois permitia controlo e comparação de valores em

tempo real, o Powerpoint para apresentação da informação de forma simples e clara nas

reuniões.

Skype – considerando que a Efacec possui várias filiais e este processo é transversal a

todas elas, era necessário uma plataforma que permitisse a presença de todos nas reuniões em

tempo real.

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4.3.3. Exposição de estudos de caso

O objetivo deste ponto é apresentar, de forma mais clara, três casos de Feiras com

caraterísticas extremamente distintas e que, por isso, exigiram diferentes tipos de estratégia,

planeamento e operacionalização. As Feiras apresentadas procuram elucidar a diferença entre

Feiras técnicas (especificas de um tipo de negócio e, intrinsecamente, ligadas à tecnologia 4.0),

Feiras com um impacto worldwide (que reúnem debaixo do mesmo espaço, os grande nomes do

setor) e Feiras com um cariz sociopolítico e cultural aprimorado. Neste capítulo vou apresentar

três Feiras, nas quais a Efacec participou, que representam bem as tipologias descritas.

4.3.3.1. SG Tech Europe 2019

A SG Tech Europe 2019 decorreu do 26 ao 28 de Março de 2019 na Holanda,

Amesterdão. Trata-se de um feira técnica que reúne os maiores profissionais do mundo em três

temas tecnológicos: subestações digitais, sistemas SCADA5 e telecomunicações de serviço

público. Esta edição contou ainda com um olhar sobre as recentes estratégias e tecnologias da

cibersegurança do Smart Grid6.

A edição de 2019 contou com mais de 250 profissionais técnicos do Smart Grid e com a

apresentação de mais de 40 estudos de casos. É uma feira que permite discussões, criação de

networking e oportunidades de pesquisa de novas tecnologias e de novos parceiros de negócio e

clientes na área do SCADA, aquela, que neste caso, mais interessa à Efacec.

O programa inclui sessões estratégicas, com a apresentação dos planos e prioridades

das principais empresas do mercado como: qual o foco de estudo no momento, os recursos

alocados para sua execução e o orçamento esperado. A Efacec contou com um representante

nestas sessões que explicou o foco e os principais desenvolvimentos de negócio no que toca à

UN de Automação.

O evento permite ainda assistir a testemunhos de implementação das principais

tecnologias da digitalização de subestações, SCADA, telecomunicações e cibersegurança.

Existem momentos para apresentação de produtos, com uma pequena exposição; discussões

em mesa redonda; e um encontro noturno para partilha de ideias num ambiente mais informal

com a possibilidade de gerar novas oportunidades de negócio. 5 Supervisory Control and Data Acquisition. 6 Rede elétrica inteligente.

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Figura 6 – Mesa redonda e conferências SG Tech Europe 2019. Fonte: https://www.smartgrid-forums.com/forums/sgtech-europe-2019/

Esta feira é organizada pela Smart Grid Forums, que realiza outras Feiras técnicas a

nível mundial, sendo que a Efacec participou em 3 Feiras organizadas pelos mesmos. Assim,

aquando o momento de inscrição foi negociado um pacote de 3 Feiras, com possibilidade de

desconto.

O nosso passe permitia-nos ainda a participação de duas pessoas no evento. Ambos

poderiam assistir a todas as conferências, sendo que um dos participantes teria a hipótese de

apresentar a empresa, num speaking slot de 10 a 15 minutos. Devido às caraterísticas do

negócio da Efacec, o speaking slot integrou a conferência com o tema SCADA.

Permitia também ter uma mesa e duas cadeiras num espaço destinado para exposição,

onde a empresa exponha os seus catálogos com o portefólio de produtos – um catálogo geral,

um específico do ASE e outro especifico do SCADA. No espaço de exposição, que era bastante

conciso, era exposto um roll-up com outras produtos da empresa. Foi apenas necessário o

aluguer de um LCD.

Por se tratar de uma feira técnica, as despesas, eram normalmente, menores pois não

exigiam a produção de um stand e o aluguer/ transporte de outros equipamentos. Neste tipo de

Feiras, muitas das vezes, os elementos da comunicação são reutilizados.

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Figura 7 – Stand tipo – Feira Técnica. Fonte: Efacec.

Figura 8 – Custos/Descontos de inscrição SG Tech Europe 2019. Fonte: Brochura da SG Tech Europe 2019 cedida pela SmartGrid Forums.

Os custos de inscrição dependiam do formato de participação:

No que toca à delegação, foi elaborado, como já havia referido, um quadro com custos

médios das viagens e hotéis (dependendo do local) com a ajuda da secretária do Business

Development, que é responsável pela sua marcação, tendo experiência na previsão destes

custos. Duma forma geral, agregando os custos de inscrição e delegação reais, e o

contemplando os custos de produção tidos em conta no Plano, a feira teria um custo de 12 284

€.

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Figura 9 – Planta do evento Hannover Messe 2019. Fonte: https://www.hannovermesse.de/files/001-fs5/media/downloads/hannover-

messe/visitor/map-of-exhibition-grounds.pdf

4.3.3.2. Hannover Messe 2019

A Hannover Messe 2019 realizou-se do dia 1 ao 5 de Abril de 2019, em Hannover na

Alemanha. É uma feira industrial, com mais de 70 anos de história. Atualmente, é considerada a

principal feira da tecnologia industrial do mundo.

Conta anualmente com mais de 6 500 expositores de 75 países. São realizados mais de

80 fóruns e conferências durante o evento. Existem vários espaços para exposição, sendo que os

halls são divididos pelas seguintes temáticas: Future Hub – que conta com as principais

novidades da indústria, com apresentação de novos produtos de I&D; Soluções de Engenharia;

Logística; Automação; Soluções de Energia; Ecossistemas digitais e Negócios e Mercados

Globais.

A Efacec expôs no pavilhão dos Negócios e Mercados Globais, junto dos principais

players da Mobilidade Elétrica. O stand tinha 36m2, o custo da inscrição (que incluía inscrição e

aluguer do espaço) era calculado por metro quadrado, sendo que cada metro quadrado tinha o

custo de 239 euros7. A inscrição incluía passes gerais para o evento.

7 https://www.hannovermesse.de/en/register-plan/for-exhibitors/become-an-exhibitor/

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Figura 10 – Stand da Efacec Hannover Messe 2019. Fonte: Efacec.

A decoração continha paredes com informação sobre as inovações da empresa, um LCD

e um equipamento da Mobilidade Elétrica (Carregador QC45), entre outras peças da

comunicação como catálogos e flyers.

Como é uma feira de maior dimensão, contou com a participação de 15 colaboradores

da empresa das várias UN, nomeadamente da Automação e da Mobilidade Elétrica.

Mais uma vez, assumindo que os custos de produção não ultrapassaram os constados

no Plano e os custos de inscrição e delegação, a Feira teria um custo total de 32 219 €.

4.3.3.3. Africa Energy Forum 2019

A Africa Energy Forum (AEF) é uma feira que reúne os grandes players globais do setor

da energia. Esta feira realizou-se no Centro de Congressos de Lisboa, Portugal entre os dias 11 e

14 de Junho de 2019. Juntou mais de 1600 delegados de todo o mundo, durante 4 dias de

discussão e networking focado no setor da energia de África.

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Figura 11 – Stand da Efacec Africa Energy Forum 2019. Fonte: Efacec.

Este evento tem um cariz mais formal, sendo aquilo a que chamamos um evento c-

level8. Desta forma, apenas os decision makers das grandes empresas do setor da energia, os

políticos e outros grupos de interesse têm acesso ao evento.

Os objetivos de participação são a criação de políticas relativas ao setor, identificação de

parcerias e outras oportunidades de negócio para, assim, permitir que o setor evolua

coletivamente. Participamos como country co-host9 nesta feira juntamente com a Mota-Engil

Africa, onde contamos com dois oradores (incluindo o CEO da Efacec e o Diretor do Marketing

Estratégico) e uma moderadora (também da Comissão Executiva) ao lado de grandes nomes da

política portuguesa e internacional.

Trata-se de uma feira com uma dimensão extremamente social e política, onde custos

de inscrição não podem ser revelados. Contamos com um stand de 36m2, que tinha uma

decoração mais formal e menos técnica, com espaço para networking, vários LCDs para

demonstrações e um carregador rápido da Mobilidade Elétrica.

No que remete à delegação, contou com a participação de 14 pessoas de várias UN da

empresa e, também, da Comissão Executiva.

8 C-level – Ao nível dos gestores de alta gerência. 9 Anfitrião do país que recebe a feira.

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4.4. Os estudos

Apesar de ter destinado a maioria do meu estágio à gestão do processo de Feiras e

Eventos, também participei na elaboração dos estudos: “Market Outlook Argentina", "Brexit: As

consequências para a economia e para as empresas portuguesas" e "The Future of Mobility".

Existem vários estudos de mercado que são pedidos ao MKE ou que o Departamento

considera estratégico desenvolver para estar sempre na vanguarda. Os estudos elaborados são,

normalmente, estudos sobre países - sejam eles mais gerais (económicos, sociais ou políticos)

ou mais específicos (sobre algum sector de mercado direcionado para a atuação da empresa,

sobre alguma empresa em particular, ou sobre um fenómeno recente.

Estes estudos são transversais ao Departamento, pelo que muitas vezes, eram

realizados em equipa. Assim, todos os estudos desenvolvidos tiveram o apoio, não só da minha

supervisora, como de toda a equipa do MKE. Eram previamente explicados os objetivos da

realização do estudo, qual o público-alvo e quais a principais premissas que o estudo devia

conter. De referir que era sempre central a apresentação de dados numéricos (valores ou

percentagens) que tornassem o estudo mais credível e objetivo.

4.4.2. Macroeconomic Outlook Argentina

Este estudo continha o sumário executivo, que apresentava uma visão geral sobre a

crise económica que se havia abatido sobre a Argentina desde 2017 e as principais razões de

desencadeamento da mesma, bem como as medidas tomadas pelo governo e aquilo que é

esperado.

O estudo apresenta também o perfil do país onde constam premissas como: número da

população, a área do país, os recursos naturais, a capital, tipo de governo, o ambiente de

negócio (com as premissas: Índice de perceção da corrupção, o Índice da facilidade de fazer

negócio e o Índice de competitividade global), e um overview económico com o PIB, PIB per

capita, Taxa de câmbio, dados de importação e exportação e dados sobre o acordo económico

com o FMI. Segue-se a “história” que continha o contexto económico – O inicio da crise e a

entrada do FMI, a revisão do acordo com o FMI, os novos targets do BCRA e o forecast – com a

apresentação de dados anuais macroeconómicos e as conclusões. Este era o núcleo do estudo,

que devia ser simples, direto e de fácil perceção.

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Figura 12 – Macroeconomic Outlook Agertina – Conlusões. Fonte: Elaboração Própria.

Os restantes dados que achávamos também relevantes eram colocados em anexo, neste

caso: a estrutura de governo, a reforma de governo implementada por Mauricio Macri (atual

presidente da Argentina), informação económica fornecida pela Agencia Argentina de Inversiones

y Comercio Internacional, a distribuição do PIB por atividade económica, dados sobre o mercado

da energia e algumas noticias recentes.

4.4.3. The Future of Mobility – Sector Outlook

Este estudo do sector dos transportes, foi sem dúvida, o mais exaustivo do qual fiz parte.

Focamos o estudo nas tendências globais da mobilidade e especificamos tendências da

mobilidade terrestre (estrada e ferroviário).

Na primeira parte do estudo incidimos sobre as principais tendências globais: smart

cities e smart mobility, explicando assuntos mais debatidos como as mudanças geográficas, a

energia, novos recursos e as mudanças climáticas, que em conjunto com conceitos atuais como

megacities e integrated mobility, justificam o aparecimento das smart cities e consequentemente

da smart mobility (como parte integrante da última).

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Figura 14 – Veículo autónomo (Canadá, 2018). Fonte: https://www.keolis.com/en/media/newsroom/press-releases/keolis-launches-its-first-trial-

autonomous-electric-shuttles-belgium

Apresentamos novidades na mobilidade como os veículos autónomos, carpooling,

wireless charging, soluções de transporte intermodais com exemplos de cidades reais e os seus

desafios, car and bike sharing, estacionamento inteligente, controlo inteligente do transito,

partilha de rede wireless, entre outras.

Na parte ferroviária, fizemos uma pesquisa mais detalhada, uma vez que se trata de

uma das áreas de atuação da empresa, explicando desde as tendências globais até às

infraestruturas e manutenção, com apresentação de dados numéricos reais. Particularizamos

soluções de digitalização e análise avançada, de eletrificação, da melhoria do controlo e da

sinalização bem como os benefícios das operações cada vez mais autónomas.

Na parte da infraestrutura apresentamos o modelo de negócio que permite melhorar a

experiencia do passageiro ao nível de segurança, tempo, informação em tempo real e soluções

intermodais; segue-se os detalhes da melhoria nas baterias e na tecnologia de carregamento no

que toca a eletrificação ferroviária e por fim, apresentamos as recomendações das OEM

(Fabricante Original do Equipamento).

Na manutenção exploramos duas premissas: a manutenção condition-based aquela que

acontece quando, com base nas falhas dos anos anteriores, permitem identificar o limite em que

o equipamento aguenta sem falhar; e a manutenção predictive visa usar entradas e análises de

dados multivariados para substituir os componentes do equipamento depois que os alarmes dos

sistemas de aprendizado da máquina são levantados, mas antes que esses componentes

realmente falhem. Por fim, exploramos também a automação nas atividades de manutenção e a

forma como as OEM procuram, cada vez mais, incutir a expressão “train-as-a-service”. Nos

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anexos do estudo expomos, de forma mais detalhada as smart sities, smart mobility, com mais

casos de estudo.

4.4.4. Brexit: As consequências para a economia e para as empresas portuguesas

Neste estudo, relativamente mais simples, apresentamos os desafios gerais para a

economia e empresas portuguesas da entrada do Brexit em termos globais, e nos sectores mais

relevantes para a Efacec, nomeadamente no sector do equipamento elétrico. Expomos também

informação sobre os acordos que se prevê que aconteçam entre a UN e a Inglaterra e como

atenuar o impacto do Brexit no setor empresarial.

As principais conclusões retiradas deste estudo foram, que com a entrada do Brexit,

haverá uma redução de exportações portuguesas para o Reino Unido e reduções de fluxos de

investimento direto estrangeiro (IDE) dirigidos a Portugal. A médio-longo prazo, as exportações de

bens e serviços, podem diminuir. Haverá um cenário de diminuição do peso do PIB segundo a

OMC e no panorama do acordo comercial. A libra irá desvalorizar e, com esse fator, haverá um

risco significativo para Portugal, dada a importância do turismo para as exportações de serviços.

Ao longo do estudo, foram apresentados dados numéricos que sustentam as afirmações.

Normalmente, os estudos eram realizados em inglês, uma vez que as plataformas de

apoio eram maioritariamente plataformas internacionais: GlobalData, The Reuters, Global

Tenders, Bloomberg, The economics, Forbes, Deloitte, Mckinsey & Company, Navigant, entre

outras plataformas de empresas, associações ou instituições bancárias.

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5. Avaliação do estágio e da empresa

5.1. Avaliação do estágio

A realização deste estágio curricular na Efacec e no Departamento de Marketing

Estratégico foi a minha primeira experiência profissional na área dos Negócios Internacionais e

do Marketing. Foi necessário a aquisição de conceitos industriais e de engenharia, que me

permitiram estar à vontade para falar de qualquer área de negócio da Efacec, para a realização

de estudos de mercado e sector e para as reuniões de preparação das Feiras (muitas vezes era

pedido, por parte das UN, que fosse exposto determinado equipamento sendo necessário

dominar termos e nomes dos equipamentos). Também fui adquirindo conceitos do Marketing

que tinha explorado de forma mínima durante a licenciatura e pós-graduação.

Todo o conhecimento obtido foi possível graças às equipas do Marketing Estratégico e do

Business Development. O apoio constante provinha, não só da minha orientadora de estágio

Susana Dolores, como dos Diretores Miguel Vales e Duarte Ferreira e colegas de Departamento

Cláudia Dias, Francisca Freitas e José Tavares. Esta equipa, foi sem dúvida, um dos pontos

fortes do meu estágio. Cresci muito durante este desafio o que me permitiu melhorar

competências interpessoais como humanismo, organização, comunicação, negociação,

proatividade, autonomia, gestão de pressão e gestão de conflitos.

Ao nível da organização das Feiras haviam grandes responsabilidades - era

extremamente necessário saber conduzir as reuniões e ter uma comunicação clara na função de

moderador, devíamos saber responder a todas as questões colocadas e saber colocar questões

quando fosse necessário. Antes das reuniões, para garantir presenças, era fundamental começar

a conhecer os colegas fora do Departamento, pois muitas vezes havia necessidade de confirmar

presenças por telemóvel.

A gestão da pressão foi uma constante – os deadlines eram frequentes e era preciso

responder às atividades que nos eram atribuídas. Senti também esta pressão aquando a

realização do Plano pelos entraves que foram aparecendo para sua reformulação. Por outro lado,

não só era necessário o cumprimento do que foi estabelecido pela CE, como também havia

necessidade de gerir as espectativas das UN sobre as Feiras em que iriam na verdade participar.

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A comunicação clara com as entidades externas foi também fulcral na gestão deste

processo. O contacto com pessoas de todo o mundo, de várias nacionalidades, representou um

desafio muito enriquecedor – não era só necessário comunicar, como negociar (preço de

inscrição, localização e área do stand, entradas nas conferências, salas privadas…).

Esta função fazia com que o meu trabalho estivesse constantemente exposto aos olhos,

não só do Departamento, como de todos aqueles que participavam nas Feiras. Considero este

ponto extremamente positivo pois, apesar de ter a pressão do erro, foi o que me permitiu

encarar os desafios e evoluir tanto durante o estágio.

Também a exigência e rigor por parte da minha orientadora fez com que todos os

pormenores fossem importantes, não só para ela, como para mim, aquando a realização do que

me era auferido, desde a planificação das Feiras à apresentação do Excel.

As Feiras permitiram-me ainda estabelecer contacto com todos os Diretores das UN da

Efacec, uma oportunidade única de trabalhar com colegas mais experientes neste ambiente

empresarial onde tudo acontecia a uma velocidade impressionante.

Aquando a realização dos estudos foi necessário recuar ao aprendido na pós-graduação.

Era preciso planificar – definir o objetivo do estudo, definir o limite dos dados a recolher, o tipo

de pesquisa adequado, as plataformas indicadas para procurar informação, utilizar informação

credível e com dados numéricos. A cada passo dado, o apoio de toda a equipa foi extremamente

importante, bem como as revisões do Diretor que exigiam uma perceção clara daquilo que era

pedido para responder aos objetivos do estudo.

Outro ponto positivo foi a participação na organização do Marketing & Sales Community

Day. Trata-se de um evento, organizado e planificado pelo MKE, que tem a duração de um dia,

onde são apresentados aos colaboradores da empresa os resultados de cada UN. A última

edição do evento, no qual participei, foi mais inovadora. Para além da apresentação de

resultados, houve espaço para debates entre colaboradores internos e convidados externos.

Nesta edição, foi também, ao longo do dia, apresentada informação sobre tendências e

curiosidades de mercado. A semana anterior ao evento teve um ambiente frenético, onde toda a

equipa teve imenso trabalho, necessidade de gerir o tempo, lidar com a pressão e procurar

alternativas, em conjunto, para aquilo que não corria de acordo com o planificado.

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Por último, o principal desafio durante o estágio, deu-se quando a minha orientadora

teve que se ausentar por motivos pessoais. Apesar de já ter conhecimento de todos os detalhes

das Feiras, dos próximos passos, o medo de agir sem o seu apoio foi um grande desafio. Mas foi

esta autonomia que me fez ficar à vontade e dar o salto de aprendizagem que me faltava para o

estágio ter sido tão enriquecedor.

A experiência foi extremamente positiva para mim, por todos os motivos que já

mencionei anteriormente e pelas pessoas incríveis que conheci. Desenvolvi os objetivos que me

foram propostos pelos outros e por mim. Isto só me foi permitido devido ao esforço, a humildade

e à vontade de aprender. Só quem está disposto a admitir que não sabe é que aprende e eu,

realmente, aprendi muito! Creio que o meu trabalho também foi reconhecido pela empresa, pois

foi-me proposto continuar em regime de estágio profissional. Apesar de não poder continuar,

alinhavei, junto com o Diretor Miguel Vales um Plano para que a pessoa que me seguisse na

função, estivesse ocorrente de todos os pormenores do processo.

5.1.2. O que melhorava

Como já havia referido, a centralização do processo de gestão da participação da Efacec

nas Feiras e Eventos no Departamento do MKE era extremamente recente, tendo entrado em

vigor no ano de 2018. Apesar do processo se encontrar bem estruturado, era muito difícil para o

MKE controlar as atividades que eram da responsabilidade de outras UN e da DMC.

Aquando a definição do Plano, o MKE devia, juntamente com as UN chegar ao consenso

de quais Feiras cortar do Plano e, ao mesmo tempo, garantir que nenhuma UN ficasse

prejudicada. No entanto, esta função exigia que estudássemos as Feiras, percebêssemos o seu

alcance e o valor que a participação trazia para a empresa. Era um estudo exaustivo. De facto, o

processo melhorava se no momento da realização do Plano fosse estabelecido um limite de

Feiras em que cada UN desejasse participar. Assim, eram as UN a fazer essa seleção prévia, por

terem mais experiência e conhecimento das Feiras existentes e daquilo que que é mais

estratégico para a empresa.

Em segundo, uma vez que a gestão do processo das Feiras e Eventos está, na sua

maioria, atribuído ao MKE; também devia ser atribuída mais responsabilidade para agir quando

os deadlines não fossem cumpridos.

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As presenças nas reuniões eram extremamente difícil de garantir– este dificuldade deu-

se porque a maioria das UN ainda não tinham estabelecido o representante com

responsabilidade para agir quando se tratava das Feiras, ou porque nas Feiras de maior

impacto, os Diretores de alta gerência gostavam de estar presentes. Esta subjetividade fazia com

que as reuniões fossem adiadas constantemente.

No seguimento, eram recorrentes os atrasos por parte das UN em estabelecer a

delegação que ia participar e os equipamentos que gostariam de expor, não permitindo uma

minimização de custos. Também da parte da DMC, o envio da maquete do stand era tardio, não

permitindo melhoria no design final.

Por outro lado, o campo das Feiras em CRM era extremamente novo, não permitindo

medir os retornos das Feiras através dos projetos. Também a centralização de contactos era

muito difícil, por se encontrarem distribuídos pelas UN. Um ponto que penso que melhorará com

o tempo.

Por fim, penso que, em cada Feira deveria estar presente uma pessoa do MKE para

controlo de questões logísticas juntamente com um colega da DMC, e para, saber de facto

impacto da feira e participar na avaliação da mesma; o que na generalidade não acontecia.

5.2. Avaliação da Efacec

A Efacec está, desde 2016, numa fase de mudança com a criação de novos

Departamentos, como é o caso do MKE, ajustamento de outros e com redistribuição de funções.

Este processo interdepartamental tem em vista a melhoria dos resultados da empresa a longo

prazo. O objetivo direto desta estratégia é a maior partilha de informação entre os

Departamentos e entre os Departamentos e as UN para ampliar o conhecimento.

O Business Development é um exemplo do que se pretende com este “trabalho em

equipa”. A sua função é, de forma geral, procurar projetos, contactos, clientes e fornecedores

para a Efacec como grupo, independentemente da UN interessada. Todavia, cada UN tem um

Diretor Comercial que tem a mesma função, de forma particular, à sua área de negócio. Este

sistema, provoca muitas vezes conflitos de interesses entre o BD e o Diretor Comercial. Também

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a centralização de todos os processos de compras no Departamento de Compras provoca algum

atraso nos procedimentos, exemplo disso é o atraso na inscrição nas Feiras ou a compra de

viagens e alojamento.

Esta caraterística interdepartamental é uma medida relativamente nova, que necessita

de melhorias, pois a troca de informação é estratégica para todos. Toda esta modelação interna

procura mostrar a Efacec como uma, também a nível externo, onde a redefinição da marca, por

parte da DMC, tem um papel fulcral.

Outra das estratégias da Efacec é apresentar-se, aos olhos do mundo, como uma

empresa e marca de referência. Para isso torna-se deveras importante manter comunicação

constante com o cliente e ser cumpridor de prazos e das estratégias delineadas. Pela excedente

procura e a falta de capacidade de produção, muitas vezes isso não acontecia. Era necessário

melhorar este fator com uma comunicação mais aberta e realista sobre os limites de

encomendas a aceitar.

Por outro lado, e apesar do variado portefólio de produtos, a Efacec não aceita ou

concorre a todo o tipo de projetos. Esta decisão necessita da avaliação do Diretor da UN para

perceber a capacidade de elaboração das fábricas e do Departamento de Gestão de Risco e

Contratos para estudar a influência das caraterísticas do contrato, bem como da localização e de

outros riscos políticos na realização do mesmo. Aquando a decisão de avançar com um projeto,

a Efacec já delineou o modo de atuação. Um processo extremamente bem estruturado.

O grupo consegue também competir com “os grandes” no mercado apesar de não

deter a mesma capacidade produtiva. Para isso, utiliza uma ótima uma estratégia – oferece

soluções especializadas – realiza projetos que pela sua complexidade e necessidade de

adaptação mais nenhuma da empresas da concorrência se atreve, como foi o caso da

fabricação de Transformadores nos Alpes Suíços, uma vez que não havia possibilidade de

transporte dos mesmos.

De realçar também a sua orientação para o mercado, onde o MKE tem um papel

fulcral na apresentação de estudos de mercado e sector, para transmitir à empresa quais as

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orientações das empresas concorrentes e, quais as tendências de mercado; também a

participação nas Feiras permitia um contacto mais direto com clientes, fornecedores e

concorrência, extremamente necessários para perceber os próximos passos.

A aposta na inovação é uma realidade pois o grupo desenvolve um trabalho contaste

em conjunto com centros de investigação e universidades procurando manter-se na vanguarda

da tecnologia.

Por fim, gostaria de realçar a aptidão que demonstram para com os seus recursos

humanos. Senti-me parte da família Efacec, fui extremamente bem recebida não só pelo

Departamento que me integrou, como por todos os colegas com quem trabalhei. Aprendi muito!

O ambiente de trabalho é acolhedor, existe um bom espirito de equipa, compromisso e esforço

para alcançar resultados juntos.

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6. Conclusão

Este estágio foi uma oportunidade incrível de perceber um pouco a dinâmica do mundo

empresarial. A Efacec trata-se de uma grande empresa a nível nacional e internacional que atua

nos mercados business-to-business. Esta empresa tem como concorrentes grandes nomes

mundiais, como a Siemens e a AEG. Torna-se muito interessante poder fazer parte do ambiente

exorbitante que se vive numa empresa desta dimensão e, perceber, as estratégias utilizadas

para que consiga integrar-se no mercado e fazer frente a estes players internacionais.

Este relatório teve como objetivo a descrição daquilo que foi realizado durante o período

de estágio, nomeadamente a gestão do processo das feiras e eventos, desde a decisão de

participação numa feira, ao seu planeamento e operacionalização. Durante esta exposição

procurei mostrar as dificuldades deste processo e os seus principais objetivos, nomeadamente o

controlo de custos e a obtenção dos resultados no pós feira. É um processo que envolve custos

elevados e, por isso, de grande responsabilidade. Durante este relatório, gostaria de ter exposto

ganhos concretos, com a criação de leads e apresentação e qualidade dos contactos efetuados,

o que não me foi possível por se ter criado este campo recentemente e pelos ganhos das feiras

não serem imediatos. Apresentei também os estudos realizados paralelamente à gestão do

processo das feiras, não podendo expô-los neste relatório pela sua extensão.

Procurei, durante o relatório, utilizar informação necessária para enquadramento da

temática, sendo a minha principal dificuldade, a criação de um fio condutor para o decorrer do

enquadramento teórico. Para complemento deste trabalho recorri ao apoio do aprendido nas

Unidades Curriculares do percurso académico como Estratégia e Marketing Internacional, que

me permitiu a compreensão das definições e teorias do marketing internacional; Tópicos da

Economia da Empresa Internacional e Tópicos da Economia Global por me fornecerem bases

elucidativas que me ajudaram a perceber os negócios internacionais, as dinâmicas de aquisição

ou abertura de filiais internacionais e o tipo de projetos oferecidos pela Efacec.

No final, realizei uma avaliação geral, não só do estágio, mas também da empresa.

Penso que é importante avaliar o estágio para perceber aquilo que podia ter feito melhor e

como o processo pode evoluir de forma positiva. Achei também relevante realizar uma avaliação

da empresa para permitir uma compreensão mais aprofundada das suas dinâmicas, uma vez

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que a sua restruturação aconteceu recentemente.

Em modo de conclusão, devo referir que aprendi muito durante estes 6 meses. Procurei

participar em todas as atividades de forma assertiva e detalhada. Demonstrei sempre vontade de

ajudar em todas as tarefas realizadas pelo Departamento do MKE para, também, valorizar a

minha experiência. Aprendi muitos conceitos novos nomeadamente da área do marketing, da

economia e da gestão industrial. A gestão do processo de Feiras e Eventos foi um desafio que

superou todas as espectativas, pela sua complexidade, diversidade e pelo detalhe que exigia, por

se tratar de um processo que envolve muita muitos recursos humanos e monetários. Estou

muito agradecida por esta experiência.

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Transformador de potência. Fonte: Efacec

8. Apêndices

8.1. Apêndice 1. Portefólio produtos, sistemas e mobilidade elétrica

Como já havia referido, a Efacec apresenta 8 unidades de negócio, estando repartidas

por produtos, sistemas e mobilidade elétrica.

Produtos

Os produtos são 4: transformadores, aparelhagem, o service e a automação. Estas

soluções complementam-se, podendo ser oferecidas como um serviço chave-na-mão – este

processo pode envolver a conceção, a transmissão e a distribuição da energia.

1. Transformadores

A Efacec é uma empresa reconhecida mundialmente pelas soluções e produtos de

geração, transporte e distribuição de energia elétrica. Esta solução é uma das mais antigas da

empresa, tendo bastante renome internacional, no que toca à oferta deste produto. São

concebidos de forma a minimizar as emissões de dóxico de carbono e grande parte da sua

matéria prima é recuperável. São ainda desmontáveis para facilitar a sua transportação.

Existem 3 tipos de transformadores:

• Transformadores de potência (SHEEL e/ou CORE);

• Subestações moveis (SHEEL e/ou CORE);

• Transformadores de distribuição.

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Aparelhagem de distribuição primária. Fonte: Efacec

Quadros modelares. Fonte: Efacec

2. Aparelhagem

Esta UN inclui produtos de alta e média tensão. A maioria dos produtos de média tensão são

contruídos de forma a evitar o uso de gás para diminuir os efeitos de estuda. Nesta UN, a Efacec

oferece também um serviço de projeto chave-na-mão, que engloba o fabrico da solução, a sua

montagem e assistência.

Na aparelhagem existem as seguintes soluções:

• Distribuição primária: soluções de alta e média tensão (exteriores e interiores);

• Distribuição secundária: celas e quadros modulares;

• Subestações compactas;

• Aparelhagem: disjuntores, interruptores, seccionadores, etc.

3. Service

O Service consiste na reparação, manutenção e inspeção de equipamentos de energia, seja

de fabrico interno ou externo.

Serviços realizados pelo Service:

• Reabilitação de centrais hidroelétricas, subestações e postos de

transformação, bem como instalações industriais.

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Equipa de service. Fonte: Efacec

Estação de automação. Fonte: Efacec

4. Automação

A automação é uma unidade de negócio que dá apoio às UN dos transformadores,

aparelhagem e transporte, pois projeta e realiza soluções de engenharia inovadoras, para

sistemas de ferrovia, soluções de redes elétricas, entre outras aplicações.

Soluções da automação:

• Vasta gama de soluções de automação, proteção e controlo de subestações e

sistemas de gestão de rede (SCADA);

• Inversores solares;

• Sistemas de alimentação;

• Outras soluções de engenharia.

Sistemas

O grupo dos sistemas inclui: ambiente e indústria, energia e transportes. Estas soluções

podem completar os produtos oferecidos pela Efacec, e de certa forma, completar-se entre si.

As soluções são na sua maioria projetos chave-na-mão, designadas por EPC.10 Este processo

engloba conceção e engenharia, seguindo-se a construção e manutenção do projeto.

10 EPC - Engineering, Procurement & Construction

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Subestação. Fonte: Efacec

5. Energia

Na energia são concebidos projetos de centrais hidroelétricas, parques eólicos, entre outros.

No entanto, a empresa não responde a projetos de grande dimensão. Esta UN fornece, em

qualquer dos serviços, geração, transmissão e distribuição de energia. São também elaborados

sistemas de automação e controlo nas instalações desenvolvidas.

Soluções de energia:

• Centrais termo e hidroelétricas e parques eólicos;

• Subestações;

• Outras instalações elétricas e sistemas de controlo e automação, entre outros

6. Ambiente e Indústria

Nesta UN são desenvolvidas soluções como a geração, criação e concretização de

projetos de águas, resíduos, e outros serviços do ambiente.

Soluções oferecidas pelo Ambiente e Indústria:

• Centrais de biomassa,

• Criação e instalação de sistemas de tratamento de águas;

• Estações de reciclagem para resíduos sólidos.

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Barragem. Fonte: Efacec

Sinalização de metro ligeiro. Fonte: Efacec

7. Transportes

Nos transportes são desenvolvidas duas soluções: segmentos de ferrovias, metros

ligeiros e sistemas de rodovias. Aqui são desenvolvidas competências como informação em

tempo real, telecomunicações, comando e controlo de funções e sinalização.

Serviços oferecidos pelos Transportes:

• Instalação de iluminação;

• Telecomunicações, sistemas de segurança, infraestrutura de telecomunicações

e telemática rodoviária.

• Sistemas de sinalização para linhas ferroviárias secundarias, metros ligeiros e

sistemas autónomos de proteção para passagens de nível;

• Soluções de controlo do tráfego, automação e outras soluções para tele matica

rodoviária e de segurança rodoviária.

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Carregador para veículo elétrico. Fonte: Efacec

8. Mobilidade Elétrica

Esta UN é um start-up onde são desenvolvidas soluções para carregamento de veículos

elétricos. É uma solução inovadora e a Efacec encontra-se na vanguarda da criação de

carregadores ultrarrápidos para este tipo de veículos, tendo protocolos com empresas de

renome internacional. A premissa da redução das emissões de dióxido de carbono é uma das

causas para o desenvolvimento deste negócio, que oferece soluções como conceção,

engenharia, produção e comercialização deste tipo de equipamentos.

Equipamentos oferecidos pela Mobilidade Elétrica:

• Carregadores privado (Homecharges);

• Carregamento público,

• Carregadores Rápidos,

• Carregadores Ultrarrápidos,

• Carregamento wireless.

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9. Anexos

Anexo 1. Plano de Feiras com Stand 2018/2019 a 03 de Dezembro de 2018

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Anexo 2. Plano de Feiras e Eventos com Stand 2018/2019 a 01 de Abril de 2019

A lista de Feiras a participar com stand, a 1 de Abril de 2019, contava com 28 Eventos,

sendo que 6 eram novas entradas (sublinhados a amarelo) cuja participação ainda poderia ser

motivo de avaliação. Destes 28 Eventos, estava a ser contabilizada a Africa Energy Forum, que

não constava no Plano inicial por se tratar de um patrocínio. A African Utility Week (a vermelho)

estava a ser alvo de reavaliação, sendo que a sua eliminação estava a ser pensada. Também a

Genera – Solar tinha sido reavaliada e eliminada do Plano.

Podemos ver os detalhes das Feiras com respetivas datas, local (país e cidade), quando

iria decorrer e quais as próximas ações. Estas ações podiam ser: pagamento, negociar

espaço/área do stand, negociar número de passes ou acessos a conferências do evento, aluguer

de equipamentos, elaborações da maquete do stand, entre outras.

Este documento ainda contava com outros dados confidenciais como: chave de alocação

de custos, custos da inscrição, delegação e produção. Continha também as palavras-passes de

acesso às plataformas associadas às Feiras, as datas das reuniões de pré-briefing e de pós-

briefing

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Anexo 3. Templates para orientação dos participantes nas reuniões de pre-briefimg

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Anexo 4. Guião interno do MKE para condução das reuniões

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Anexo 5. PV Station

Anexo 6. Template para orientação dos participantes nas reuniões de pos-briefing

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Anexo 7. Informação detalhada dos contactos realizados nas Feiras

Anexo 8. Sumário do powerpoint a ser completado no pós-feira

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Anexo 9. Stand Schedule

Anexo 10. Plano de ação Feiras 2019

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Anexo 11. Stand tipo – Efacec