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O MEMORIAL DESCRITIVO NO PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Verônica Dias Moreira Gallotti Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Jorge Luiz do Nascimento Rio de Janeiro, RJ Brasil Setembro de 2019

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O MEMORIAL DESCRITIVO NO PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Verônica Dias Moreira Gallotti

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Elétrica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

dos requisitos necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

Orientador: Jorge Luiz do Nascimento

Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Setembro de 2019

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O MEMORIAL DESCRITIVO NO PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Verônica Dias Moreira Gallotti

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO

ELETRICISTA.

Examinado por:

___________________________________

Prof. Jorge Luiz do Nascimento, Dr. Eng.

___________________________________

Prof. José Luiz da Silva Neto, Ph.D.

___________________________________

Prof. João Pedro Lopes Salvador, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

SETEMBRO, 2019

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Gallotti, Verônica Dias Moreira

O Memorial Descritivo no Projeto de InstalaçõesElétricas

/Verônica Dias Moreira Gallotti. – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola

Politécnica, 2019.

XIII, 148 p. il.; 29,7 cm

Orientador: Jorge Luiz do Nascimento.

Projeto de graduação – UFRJ / Escola Politécnica / Curso de

Engenharia Elétrica, 2019.

Referências Bibliográficas: p. 134-141.

1. Projeto. 2. Instalações Elétricas. 3. Memorial Descritivo. 4.

Aprendizado. I. Nascimento, Jorge Luiz do. II. Universidade Feral

do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia

Elétrica. III. Título.

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iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado força para chegar até aqui e

sempre estar ao meu lado me protegendo.

Aos meus pais Walker e Bernadete e minha irmã Monique, em especial a minha

mãe por ter me ajudado de todas as formas possíveis e impossíveis para que eu

conseguisse terminar a faculdade e tentando diminuir todas as formas para que eu não

ficasse tão nervosa.

Ao meu namorado, Yuri, que me dá força e me incentiva a estudar sempre para

alcançar meus objetivos.

Aos meus amigos que estão sempre comigo e me ajudando, em especial a Amanda

Vieira, Marcos Jorge, Natalia e Raissa, não sei o que seria de mim na faculdade sem

vocês.

Finalmente, este trabalho jamais teria sido realizado sem meu orientador Jorge

Luiz do Nascimento, sem a técnica-administrativa Luciana, que sempre me ajudou e

ouvia meus desabafos e sem os professores do DEE, em especial o coordenador José Luiz

que sempre orienta e auxilia os alunos e ao professor Jorge Nemésio pela dedicada e

ampla revisão na primeira versão do trabalho. Mentorear não é tarefa fácil, principalmente

alunos teimosos, e aqueles que o fazem com maestria têm minha profunda admiração.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte dos

requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheiro Eletricista

O Memorial Descritivo no Projeto de Instalações Elétricas

Verônica Dias Moreira Gallotti

Setembro de 2019

Orientador: Jorge Luiz do Nascimento

Curso: Engenharia Elétrica

O presente trabalho apresenta uma análise sobre os conceitos de planejamento e

projeto presentes nos processos de engenharia, baseados nas definições apresentadas nas

referências bibliográficas pesquisadas, decorrendo, desta análise, uma proposta de

estrutura para o Memorial Descritivo do Projeto de Instalações Elétricas Prediais, com os

pontos necessários e suficientes para sua composição. Foram consultados trabalhos

acadêmicos, artigos, sites e normas. Primeiramente, apresenta-se uma discussão sobre as

definições de projeto, relativizando com a visão de que o termo projeto seja o resultado

final de algo construído ou produzido. Discute-se também a necessidade de um

planejamento a ser seguido para o desenvolvimento do projeto, diferenciando as várias

formas de planejamento, conforme os contornos e as etapas de aplicação em relação ao

processo de elaboração do projeto e à execução do mesmo. Também se discute as ideias

sobre projeto, planejamento e gerenciamento de projeto e buscam se posicionar sobre a

eficácia da realização do projeto, a partir da elaboração de um planejamento efetivo, com

base em um gerenciamento satisfatório. O trabalho foi fundamentado em exemplos de

memoriais de diferentes áreas para identificar a apresentação dos tópicos que se repetem

constantemente. Com base nestas informações, foi possível delinear uma estrutura para o

Memorial Descritivo do Projeto de Instalações Elétricas Prediais, contendo os tópicos

necessários para a sua elaboração e abordando todas as informações fundamentais para o

desenvolvimento do projeto. Os tópicos necessários são apresentados em detalhes e as

informações fundamentais são exemplificadas para esclarecer e melhorar a compreensão

dos conteúdos do Memorial.

Palavras-chave: Memorial Descritivo, Projeto e planejamento, Estrutura do Memorial

Descritivo.

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

Requirements for the degree of Electric Engineer

The descriptive Memorial in the electrical Installations project

Verônica Dias Moreira Gallotti

September/2019

Advisor: Jorge Luiz do Nascimento

Course: Electrical Engineering

The present work presents an analysis of the planning and design concepts present in the

engineering processes, based on the definitions presented in the searched bibliographical

references, resulting from this analysis, a structure proposal for the Descriptive Memorial

of the Building Electrical Installations Project, with the necessary and sufficient for its

composition. Academic papers, articles, websites and standards were consulted. First, we

present a discussion about project definitions, relativizing with the view that the term

project is the end result of something built or produced. It also discusses the need for

planning to be followed for project development, differentiating the various forms of

planning, according to the contours and application stages in relation to the project

preparation process and its execution. We also discuss ideas about project, planning and

project management and seek to position themselves on the effectiveness of project

realization, based on the elaboration of effective planning, based on satisfactory

management. The work was based on examples of memorials from different areas to

identify the presentation of constantly repeating topics. Based on this information, it was

possible to outline a structure for the Descriptive Memorial of the Project of Building

Electrical Installations, containing the topics necessary for its elaboration and covering

all the fundamental information for the project development. The required topics are

presented in detail and key information is exemplified to clarify and improve

understanding of Memorial contents.

Keywords: Descriptive Memorial, Design and Planning, Structure of the Descriptive

Memorial.

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1

1.1 Objetivos ................................................................................................. 6

1.2 Justificativa ............................................................................................. 6

1.3 Metodologia ............................................................................................ 6

1.4 Organização ............................................................................................ 7

2 PROJETO DE ENGENHARIA ................................................................................. 8

2.1 Planejamento ............................................................................................... 8

2.2 Projeto ....................................................................................................... 10

2.3 Gerenciamento de Projetos ....................................................................... 12

2.4 Projeto e Planejamento ............................................................................. 13

3 MEMORIAL DESCRITIVO ................................................................................... 14

4 O MEMORIAL DESCRITIVO DO PROJETO DE INSTALAÇÕES

ELÉTRICAS ................................................................................................................. 21

4.1 Detalhamento dos itens do Memorial descritivo ...................................... 24

4.2 Considerações Finais .............................................................................. 134

5 CONCLUSÕES ........................................................................................................ 137

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 140

APÊNDICE A – Normas ............................................................................................ 148

ANEXO A – TABELAS NBR 5410 ........................................................................... 151

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Projeto: Villa Savoye - Le Corbusier ................................................ 3

Figura 1.2 - Detalhamento de materiais ................................................................ 3

Figura 1.3 - Modelo e estrutura de um Projeto de Pesquisa ................................. 4

Figura 2.1 - Etapas do processo de planejamento até o projeto finalizado ......... 10

Figura 3.1 Processo de desenvolvimento de projeto. ......................................... 20

Figura 4.1 - Planta baixa comercial .................................................................... 32

Figura 4.2 - Planta baixa residencial ................................................................... 34

Figura 4.3 - Planta baixa escolar ......................................................................... 36

Figura 4.4 - Planta de situação comercial ........................................................... 38

Figura 4.5 - Planta de situação industrial ............................................................ 40

Figura 4.6 - Planta de situação residencial ......................................................... 41

Figura 4.7 - Planta com distribuição de pontos de luz ........................................ 46

Figura 4.8 - Planta de localização relativa a uma edificação comercial ............. 50

Figura 4.9 - Panôramica ambiental ..................................................................... 52

Figura 4.10 - Planta A4 ...................................................................................... 58

Figura 4.11 - Planta A3 ....................................................................................... 58

Figura 4.12 - Planta panorâmica ......................................................................... 62

Figura 4.13 - Localização da faculdade .............................................................. 64

Figura 4.14 - Planta leiaute residencial................................................................73

Figura 4.15 - Planta leiaute comercial .................................................................74

Figura 4.16 - Planta leiaute escolar.......................................................................75

Figura 4.17 - Planta leiaute prédio industrial ......................................................76

Figura 4.18 - Planta de fornecimento de energia ................................................78

Figura 4.19 - Exemplo de distribuição de pontos de luz ......................................81

Figura 4.20 - Planta de leiaute residencial com distribuição dos pontos de tomada 1 .84

Figura 4.21 - Planta de leiaute residencial com distribuição dos pontos de tomada ....86

Figura 4.22 - Planta de leiaute residencial com distribuição dos pontos de iluminação 88

Figura 4.23 - Planta leiaute comercial com distribuição dos pontos de iluminação ...90

Figura 4.24 - Planta com a retirada dos móveis ...................................................92

Figura 4.25 - Planta com a retirada dos móveis .................................................. 92

Figura 4.26 - Exemplo de diagrama de circuito ..................................................100

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Figura 4.27 - Exemplo de tomada .....................................................................107

Figura 4.28 - Alturas recomendadas para tomadas pela ABNT..........................108

Figura 4.29 - Principais tipos de interruptores....................................................109

Figura 4.30 - Traçado de diagrama unifilar .......................................................112

Figura 4.31 - Diagrama unifilar para residência ................................................113

Figura 4.32 - Planta de distribuição de iluminação e tomadas sem traçados ...114

Figura 4.33 - Diagrama unifilar..........................................................................115

Figura 4.34 - Esquemático do padrão de entrada ...............................................116

Figura 4.35 - Diagrama elétrico monofásico......................................................117

Figura 4.36 - Fornecimento de energia chegando a uma residência .........................117

Figura 4.37 - Quadros por barramentos..............................................................119

Figura 4.38 - Quadro de distribuição .................................................................120

Figura 4.39 - Quadro de distribuição .................................................................120

Figura 4.40 - Quadro de distribuição de força .................................................. 121

Figura 4.41 - Quadro de distribuição (montagem) . ...........................................122

Figura 4.42 - Mostrando I, II e II ......................................................................123

Figura 4.43 - relacionando ao IV .......................................................................123

Figura 4.44 - Lista de material ...........................................................................125

Figura 4.45 - Diagrama unifilar .........................................................................126

Figura 4.46 - Planta de traçado...........................................................................129

Figura A.0.1 - Marca de Conformidade da ABNT ........................................... 148

Figura A.0.2 - Indicativo de onde clicar ........................................................... 149

Figura A.0.3 - Imagem com o símbolo da ABNT em destaque ....................... 149

Figura A.0.4 - Página da coleção da ABNT ..................................................... 150

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LISTA DE TABELAS

Tabela 4-1 - Lista de cargas elétricas de edificação comercial ...................................... 42

Tabela 4-2 - Lista de cargas de edificação residencial ................................................... 43

Tabela 4-3 - Lista de cargas de edificação coletiva residencial – apartamento tipo ...... 44

Tabela 4-4 - Lista de carga de iluminação de edificação residencial ............................. 45

Tabela 4-5 - Lista de carga de iluminação de edificação comercial ............................... 47

Tabela 4-6–Margens das folhas ...................................................................................... 59

Tabela 4-7 - Lista de carga de iluminação ...................................................................... 80

Tabela 4-8 – Distribuição de circuitos ............................................................................ 97

Tabela 4-9 – Distribuição dos circuitos com os seus condutores ................................... 97

Tabela 4-10–Distribuição dos circuitos com os seus valores ....................................... 100

Tabela 4-11 - Lista de material ..................................................................................... 129

Tabela 4-12 - Orçamento para construção residencial ................................................. 130

Tabela 4-13 - Cronograma físico .................................................................................. 133

Tabela 4-14 - Cronograma geral ................................................................................... 134

Tabela A-1 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de

referência A1, A2, B1, B2, C e D. ................................................................................ 151

Tabela A-2 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de

referência A1, A2, B1, B2, C e D ................................................................................. 152

Tabela A-3 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de

referência E, F e G ........................................................................................................ 153

Tabela A-4 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de

referência E, F e G. ....................................................................................................... 154

Tabela A-5 - Fatores de correção para temperaturas ambientes diferentes .................. 155

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANSI American National Standards Institute

ART Anotação de Responsabilidade Técnica

AT Alta tensão - tensão superior a 1000 volts em corrente

alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou

entre fase e terra

BT Baixa Tensão - tensão superior a 50 volts em corrente

alternada ou 120 volts em corrente contínua e igual ou

inferior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts

em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra

CAU Conselho de Arquitetura e Urbanismo

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

DEE Departamento de Engenharia Elétrica da UFRJ

DR Dispositivo Diferencial Residual

DWG São arquivos AUTOAD que pertencentem a empresa Autodesk

EPR Enterprise ResourcePlaning

FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

ISO International Organization for Standardization

MT Media tensão

NR Normas Regulamentadoras

PEU Institui o Projeto de Estruturação Urbana

PMBOK Project Management Body of Knowledge

PMI Project Management Institute

QDG Quadro de Distribuição Geral

RECON – BT Regulamentação para Consumidores de Baixa Tensão.

SMU Secretaria Municipal de Urbanismo

SPDA Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas

TCC Trabalho de Conclusão de Curso

TUG Tomada de Uso Geral

XLPE PolietilenoReticulado

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1

1 INTRODUÇÃO

As grandes realizações em engenharia são precedidas por várias etapas até chegar

à sua conclusão e sua utilização, tais como o planejamento e o projeto. Embora o senso

comum da maioria das pessoas aponte para uma grande obra ou instalação já terminada,

denominando-a como “maravilhoso projeto” e confundindo-a como processo que

conduziu ao resultado final daquilo que foi pensado para ser concretizado na obra ou

instalação, cada etapa tem sua importância e o projeto certamente é a mais importante

delas. Em obras de grande vulto ou grande importância, existem, na prática, muito mais

etapas do que nas pequenas construções, mas todas elas podem existir no mais simples

dos projetos. Ocorre que, em pequenos projetos as etapas podem ser muito reduzidas ou

ficarem agrupadas e incorporadas em outras maiores, mas a sequência delas é

praticamente a mesma. Por vezes, um projeto só se torna “maravilhoso” por conta dos

cuidados no construir (as built).

Quando se pensa uma proposta de engenharia para a solução de algum problema,

ou para a realização de algo ainda inexistente e ainda fora das necessidades presentes na

sociedade, tem-se que galgar várias etapas preliminares, iniciando-se pelo pensar no

espaço físico de realização, nos materiais, nas interações com o espaço, com outras

estruturas e com possíveis usuários. Neste caminho, seguem-se avaliações preliminares,

com traçados, desenhos, cálculos, pesquisas, inclusive de informações de possíveis

usuários etc. Uma vez concebido na imaginação e apoiado pelas avaliações preliminares,

chega a hora de se planejar e de se projetar. Para grandes obras, o planejamento estará

presente em vários momentos, antes e depois da elaboração do projeto. Em realizações

de menor monta, o planejamento pode ser apenas de contorno do todo.

Estas questões envolvem não só engenheiros e arquitetos, mas outros profissionais

em que nas suas atividades está incluída a execução de estruturas ou projetos com

similaridade às realizações de engenharia. Este problema está presente até na formação

de graduação nos projetos de formatura, chamados também de trabalhos de conclusão de

curso ou TCCs, que se assemelham muito aos trabalhos de engenharia, claro que muito

mais nos cursos desta formação. Tais trabalhos, chamados de “projetos”, terminam por

ser mais que simples projetos, reunindo em um volume escrito os conteúdos que

antecedem à elaboração do projeto, como: a fundamentação teórica, os conceitos

envolvidos e a contextualização do tema, além da descrição do desenvolvimento do

projeto, os cálculos, as informações agregadas (catálogos e outros) e os conteúdos

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descritivos do produto realizado, que podem ser apresentados juntos com o produto final

acabado.

Nesta sequência de atividades e de documentos a produzir, maior importância

deve ser dada a elaboração do projeto propriamente dito. Enquanto o planejamento

organiza a sequência ou ordem de execução das atividades, o projeto traz a forma ou

métodos de condução, as justificativas, o desenvolvimento de cálculos, as representações

gráficas e os parâmetros resultantes. O planejamento é muito mais amplo e flexível do

que o projeto. O projeto é a descrição escrita e desenhada em detalhes de um

empreendimento a ser realizado. É algo muito importante, pois serve para explicar melhor

o objetivo, bem como conferir pleno entendimento deste e fornecer em detalhes um

escopo de como ficará o resultado da execução do mesmo. No caso da engenharia, ou

arquitetura, o projeto tem a finalidade de prever possíveis problemas de execução, de

forma a garantir que a obra saia como planejada. Já nos trabalhos científicos, o projeto

precisa da teoria e da prática, a partir da criação de uma base teórica forte, do

levantamento de dados, das avaliações e comprovações e, por fim, das conclusões, onde

se apresentam os principais resultados e avaliações, além dos tópicos de conclusões,

propriamente ditos, e da visão de futuro e de continuidade dos estudos.

Ainda que sejam relativamente diferentes, os projetos em engenharia e os de

outras áreas possuem estruturas similares. Todos eles devem conter itens de títulos e de

objetivos, que definem o porquê do projeto. Devem ter os responsáveis, os donos, o local

e o “como desenvolver”. Até em um projeto de um show musical, é necessário saber quem

irá tocar e cantar, quem são os protagonistas e os coadjuvantes, os tempos de entrada e

saída, as falas principais, ou a contextualização, os cenários e o local de realização, além

de outros aspectos que fogem aos que não possuem proximidade com a área. Nesse

exemplo, os objetivos transcendem aos materiais e ao imaterial, colocando o próprio

homem com parte do produto ou de seu resultado quando da execução. O tempo é um

intervalo, não existindo apenas o resultado após executado, mas sim o que resulta no

durante, pela interação de atuantes e plateia.

A Figura 1.1 é um exemplo de um projeto arquitetônico, com cortes internos,

planta baixa, fachada e elevações. Já na Figura 1.2, podemos ver aspectos de

detalhamento de materiais a utilizar ou forma de execução colocada nos próprios

desenhos. A Figura 1.3 é um exemplo de partes de um projeto de pesquisa mais completo

em que mostra a ordem e os principais pontos deste.

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Figura 1.1 - Projeto: Villa Savoye - Le Corbusier

Fonte: Archweb - Desenhos Arquitetônicos

Figura 1.2 - Detalhamento de materiais

Fonte: Portfólio HC Arquitetura

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4

Figura 1.3 - Modelo e estrutura de um Projeto de Pesquisa

Fonte: COSTA, Fernando Nogueira da, 2012.

Como comentado, várias áreas usam a prática de projetos para realizar seus

empreendimentos característicos, os quais servem para conferir maior controle e

direcionamento dos processos, garantir o cumprimento do cronograma e possibilitar o

monitoramento da produtividade. Entretanto, todos os projetos são suscetíveis ao fracasso

e, embora os problemas tenham aparências diferentes, dependendo do tamanho ou tipo

do projeto, existem alguns riscos que são comuns à elaboração de todos eles,

consequentemente, causando o fracasso de muitos. É possível que o gerenciamento de

riscos seja citado apenas na fase do planejamento, mas isto pode trazer grandes falhas ao

projeto, pois os riscos devem ser constantemente reavaliados a fim de se detectar novos

problemas e, em seguida, encontrar respostas para eles. Problemas que, se detectados e

corrigidos anteriormente podem evitar tragédias, como a de Brumadinho, ocorrido em

janeiro de 2019 e a de Mariana, ocorrido em novembro de 2015. Nos dois casos, se os

projetos fossem seguidos fielmente nas execuções e tivessem avaliações constantes da

parte operacional para conter os riscos que estavam iminentes de acontecer, pois se tratava

de estruturas dinâmicas, não teriam ocorridos as tragédias, que produziram imensos danos

ambientais e levado tantas vidas.

Outra falha que pode ocorrer é a falta de comunicação, pois, esta, quando malfeita,

pode produzir também grandes problemas. Todos os membros da equipe precisam

conhecer os detalhes do projeto e como ele se realiza. Os gestores precisam saber acerca

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de seu progresso e os operários e demais funcionários precisam acompanhar o processo

e entender o projeto claramente, para que o desconhecimento dos participantes não se

traduza em incapacidade do gerente de projetos.

Observa-se que a falta de projeto, ou um projeto malfeito, pode causar muitos

problemas em sua execução, afetando de forma considerável os prazos de conclusão de

projetos ou até a obra em si. Para a engenharia, a existência do projeto é muito importante,

como na área de instalações elétricas, que é o foco deste trabalho. Seja na construção de

edificações ou de outras estruturas, onde o projeto elétrico deve ter em seu conteúdo

específico, a documentação do fornecimento de energia pela concessionária local, além

da identificação de que há disponibilidade e de que funcionará de forma eficaz, segura e

correta para seus usuários.

A documentação de um projeto deve começar na fase do planejamento daquilo

que foi concebido. São registros iniciais, onde o que o que foi imaginado e analisado

mentalmente, deve ser anotado gradativamente, até que se tenha corpo de conteúdo para

o desenvolvimento do projeto. Todo esse conjunto de registros irá compor o que se chama

de Memorial Descritivo.

Esse Memorial Descritivo é um documento onde se descreve detalhadamente tudo

acerca do projeto, para quem irá executá-lo, fazê-lo de acordo com o que foi concebido e

projetado. Este documento serve de base para a compra de materiais e para a execução

com o mínimo de erros na obra. O mestre de obra, o empreiteiro, o eletricista, o pedreiro,

ou qualquer outro profissional que atue na execução, em qualquer fase que seja, deverá

obedecer às orientações do Memorial Descritivo. Esse documento serve tanto para

especificar os materiais, como também a forma de execução de cada parte da instalação

elétrica, além de possibilitar o detalhamento de pontos importantes na obra que corram

risco de incompreensão por quem executa. Além disso, é um documento de

esclarecimento, caso algo saia errado durante a execução, ou se caracterize como erro de

projeto, levando a instalação a um sinistro ou a um descontentamento entre as partes

envolvidas. Dessa forma, é fundamental a excelência da qualidade do Memorial

Descritivo, tendo que se ter muito cuidado e dedicação para que resulte em uma boa

elaboração e para que inclua a maior quantidade de informações necessárias à realização

do projeto.

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1.1 Objetivos

Analisar os conceitos de planejamento e projeto dos processos de engendramento

presentes no campo das engenharias, tendo como foco a necessidade e a suficiência da

elaboração do Memorial Descritivo como base de referência do uso das técnicas durante

os passos de elaboração do Projeto de Instalações Elétricas, bem como durante a execução

do projetado.

É objetivo específico, resultante da análise, a apresentação de uma proposta

funcional e descomplicada para a elaboração do “Memorial Descritivo do Projeto de

Instalações Elétricas Predial”, seja residencial, comercial, industrial ou outra similar. É

objetivo também consolidar o projeto como material didático de apoio para disciplinas.

1.2 Justificativa

A justificativa para a escolha desse tema vem da experiência1 com as aulas da

disciplina Instalações Elétricas, na UFRJ, que tem em seu andamento a elaboração de um

projeto de instalações elétricas, com base no desenvolvimento de um Memorial

Descritivo, e que proporciona a observação das dificuldades enfrentadas pelos alunos

nesta elaboração, bem como pelos relatos de erros cometidos pelos alunos em todos os

semestres. Outro fator de motivação é a oportunidade de desfazer uma ideia reduzida de

que projetos são apenas desenhos genéricos ou somente plantas. Os documentos de

projeto são de suma importância, podendo até evitar tragédias, incêndios e outros

possíveis sinistros, riscos que podem ser reduzidos ou totalmente evitados com a

elaboração de um Memorial Descritivo feito com qualidade e com base nas normas

vigentes. Registre-se ainda que, atualmente, a Disciplina de Instalações Elétricas é a única

no Curso de Engenharia Elétrica em que o aluno fica diante da elaboração e da discussão

de como fazer um projeto, antes do Projeto de Graduação - TCC.

1.3 Metodologia

O trabalho segue a metodologia exploratória de coleta de informações e de dados

para seu desenvolvimento e obtenção de resultados (MOTA-ROTH e HENDGES, 2010).

1O professor orientador deste projeto é o professor da disciplina de Instalações Elétricas e a autora foi

monitora da disciplina em 2018.2

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Utiliza-se levantamentos em fontes secundárias, com informações bibliográficas e

documentais e tem o objetivo de reunir informações sem intenção de testar hipóteses.

Um levantamento bibliográfico foi feito a partir de autores consagrados na área

de engenharia e realizado marcando conceitos, pensamentos e abordagens, apresentados

em forma de discussão e contraposição dos registros dos autores pesquisados, buscando-

se delimitar em definições os conceitos de planejamento, projeto e gerenciamento de

projeto além de estabelecer uma proposta de formatação para o objeto principal de

análise, que é o Memorial Descritivo. Normas, manuais, tutorias, livros e teses foram

consultados e analisados. A análise tem como resultado uma proposta de composição do

Memorial Descritivo através dos tópicos considerados mais importantes, que são

apresentados, justificados e ilustrado com exemplos de Memoriais Descritivos na área de

Instalações Elétricas de diferentes tipos: comercial, escolar, residencial e industrial.

1.4 Organização

Este trabalho está estruturado em quatro capítulos, cujos conteúdos se encontram

descritos a seguir:

1. Introdução: contém uma apresentação geral do trabalho, assim como apresentação

de proposta do trabalho, motivação, objetivos, metodologia e finalmente, a

descrição e a organização dos Capítulos do TCC.

2. Projeto de Engenharia: faz uma revisão sobre significados, definições e estruturas

sobre planejamento, projeto e gerenciamento de projeto. Conclui sobre o que é

projeto e planejamento e sobre a importância do Memorial Descritivo.

3. Memorial Descritivo: aborda o objetivo, importância e diferenciação do Memorial

Descritivo com o Projeto. Além da análise crítica da estrutura do Memorial e

tópicos envolvidos, através de levantamento bibliográficos e referências,

mostrando a ordem, geralmente utilizada em memoriais descritivos, bem como os

pontos imprescindíveis na elaboração de um projeto.

4. O Memorial Descritivo do Projeto de Instalações Elétricas: é elucidada a

importância do Memorial Descrito e projeto para Instalações Elétricas,

apresentando os itens que devem vir no projeto e tópicos do Memorial Descritivo.

É explicado desde conceitos mais corriqueiros utilizados neste documento até

aspectos poucas vezes abordados, mostrando ser um material completo de

consulta.

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2 PROJETO DE ENGENHARIA

Os procedimentos na área de engenharia são muito variados. Há realizações que

precisam de planejamentos rigorosos e outras que são mais expeditas e nem uma planta

sequer se faz. Rigidamente, todo projeto deve ter um planejamento muito bem elaborado

e um projeto realizado com muito rigor de detalhes do que é o produto final e de como

ele deve ser feito. Os procedimentos são divididos em etapas de trabalho, que partem de

um planejamento preliminar do que precisa ser feito antes de tudo, seguindo para um

levantamento de informações abrangentes e, então, para a elaboração do projeto

propriamente dito. Registre-se que o próprio projeto pode ter um planejamento específico

e no momento da execução será necessário outro planejamento. No presente trabalho,

quer-se abordar sobre a apresentação de documentos do Projeto de Instalações Elétricas,

que na realidade tem forma similar à de apresentação dos demais projetos de engenharia

e até de algumas outras áreas.

Atualmente, o projeto de engenharia é mais do que um desenho ou planta,

exigindo sempre algum relatório complementar, da mesma forma que durante e após a

construção são relatados itens que faltaram no projeto, ou que tiveram que ser modificado

pela dificuldade da execução. Algumas definições e explicações são necessárias para que

se possa desenvolver uma análise sobre tais documentos. O que não está explícito nos

desenhos deve estar presente nos documentos que o acompanham. Na prática, atualmente,

documentos descritivos e plantas andam juntos e devem ser entregues juntos,

caracterizando a complementariedade dos dois.

2.1 Planejamento

Como em todas as atividades técnicas, o planejamento também envolve uma

infinidade de conceitos. De acordo com Koontz, O’Donnell e Weihrich (1986-1987).

Planejar é decidir com antecedência o que fazer, como fazê-lo, quando fazê-

lo e quem deve fazê-lo. O planejamento cobre o espaço entre onde estamos e

para onde queremos ir. Torna possível a ocorrência de eventos que, em caso

contrário não aconteceriam. Embora o futuro exato não possa ser predito, e

fatores incontroláveis podem interferir com os planos mais bem formulados,

a menos que haja planejamento, os eventos serão deixados totalmente ao sabor

do acaso. Planejamento é um processo intelectual exigente; requer

determinação consciente das alternativas de ação e a fundamentação de

decisões em finalidades, conhecimentos e estimativas cuidadosas.

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De acordo com Aurélio (2001), o significado de planejamento é fazer o plano ou

a planta de; projetar; traçar; tencionar; projetar. Conforme Dubneretal. (2003, p.328),

planejamento corresponde ao “ato ou efeito de planejar, elaborar por etapas, como bases

técnicas; planificações”. Já para Corrêa (2002, p.98), o planejamento é um “processo

administrativo e sistemático para atingir um objetivo proposto”. Pasquale et al. (2012,

p.98), têm o planejamento como “processo de elaborar o plano, que é o documento

escrito: portanto, planejamento é a ação, enquanto o plano é o resultado”. Ou seja, o plano

pode ser considerado como a expressão de uma ideia ou pensamento em algo físico. Mas,

para Oliveira (2004), o planejamento consiste em identificação, análises estruturação,

coordenação de missão, propósitos, objetivos, desafios, metas, estratégias, políticas

internas e externas, programas, projetos e atividades, a fim de alcançar de modo mais

eficiente, eficaz, efetivo o máximo do desenvolvimento possível, com a melhor

concentração de esforços e recursos.

Com todas essas ideias, conclui-se que o principal objetivo do processo de

planejamento é organizar de forma detalhada a sequência de ações pensadas inicialmente,

logo depois do nascimento da ideia do que se objetiva realizar, antes mesmo da elaboração

de um projeto. O processo do planejamento requer que o gerente de projeto desenvolva o

plano de projeto e seus planos adicionais. A fase do planejamento definirá o escopo,

tempo, o custo, a qualidade do projeto, recursos humanos do projeto, comunicações,

riscos e aquisições do projeto. Portanto, todas as áreas de um projeto precisam ser

planejadas.

Mudanças significativas que venham a ocorrer durante os processos de execução

e controle demandarão alterações no planejamento original. Aqui neste ponto é

importante que se desenhe as ideias que estão sendo discutidas, conforme mostrado na

Figura 2.1.

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Figura 2.1 - Etapas do processo de planejamento até o projeto finalizado

Fonte: a autora, 2019.

O que se desenhou tem a finalidade de diferenciar processos, tempos, espaços,

objetos e produtos. No desenho é possível ver o momento da concepção, o planejamento

inicial, as preliminares do desenvolvimento, os estudos teóricos e as revisões

bibliográficas, o planejamento de projeto, o objeto projeto, os documentos e

representações gráficas, o planejamento de execução, a execução do projeto, o produto

acabado, o “como construído”, o planejamento geral e o produto projeto.

2.2 Projeto

De acordo com Almeida (2002), a etimologia da palavra projeto vem do latim

projectus, que quer dizer algo lançado para frente. Quando o idioma português incorporou

a palavra, ela fazia referência a um plano, mas não efetivamente levar esse plano à

concretização.

De acordo com o Aurélio (2001), o significado atual para a palavra é plano,

intento; empreendimento; plano geral de edificação. Conforme Cunha e Cavalcanti

(2008) no Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia, projeto quer dizer:

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[...] documento que descreve, de forma detalhada, um

empreendimento a ser executado; esboço provisório de um texto ou

documento; plano geral para a construção de uma obra, podendo incluir

plantas, cálculos e orçamentos dos materiais e mão de obra, além do

cronograma de execução”.

O PMBOK, sigla para Project Management Body of Knowledge (Conjunto de

Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos), é um guia que contém a terminologia

padrão e melhores práticas dos processos referentes ao gerenciamento de projetos. Foi

desenvolvido pelo PMI - Project Management Institute, um instituto feito para trabalhar

ações da área de gerenciamento de projetos, que é reconhecido mundialmente. O Guia

PMBOK é reconhecido como um ‘padrão nacional americano’ pela ANSI2. A quinta

edição é o padrão ANSI/PMI 99-001-2013 e teve alinhamento com a norma internacional

ISO 21500:2012, também disponível como norma brasileira ABNT.

Projeto de acordo com o PMBOK quer dizer “um esforço temporário empreendido

para criar um produto, serviço ou resultado único”. Por serem temporários os projetos

têm um início e um término. O término é atingindo quando seu objetivo é alcançado e,

não necessariamente, será de curta duração, depende do engajamento do projeto. O

objetivo será alcançado quando se encerrar o projeto. Encerrar o projeto é o processo de

finalização de todas as atividades de todos os grupos de processos de gerenciamento para

encerrá-lo formalmente. O principal ponto positivo deste processo é o fornecimento de

lições aprendidas (experiências) e o encerramento formal do trabalho do projeto.Mas, o

que seria alcançar o objetivo do projeto?

Aqui, a conceituação dada pelo PMBOK confunde o processo envolvido no

projeto como um passo anterior à realização de um produto final, ou como a construção

de algo, ou ainda, a execução de uma tarefa projetada anteriormente e terminada

concretamente.

A NBR ISO 21500:2012 fornece diretrizes para gerenciamento de projetos e pode

ser usada por qualquer tipo de organização, incluindo pública, privada ou organizações

comunitárias, e para qualquer tipo de projeto, independentemente de complexidade,

tamanho ou duração. Por essa NBR, projeto “é conjunto único de processos que consiste

em atividades coordenadas e controladas com datas de início e fim, empreendidas para

2ANSI - American National Standards Institute, literalmente traduz-se como Instituto Nacional Americano

de Padrões. É uma organização particular estado-unidense, sem fins lucrativos que tem por objetivo facilitar

a padronização dos trabalhos de seus membros.

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atingir os objetivos do projeto. O alcance dos objetivos do projeto requer provisão de

entregas, conforme requisitos específicos”.

Cada projeto tem início e fim definidos, e normalmente é dividido em fases que

são determinadas por necessidades de governança. Embora muitos projetos possam ser

similares, cada projeto é único. Diferenças de projeto podem ocorrer por conta das

entregas fornecidas (entrega fornecida de materiais), influência das partes interessadas,

recursos utilizados, restrições e pela maneira que os processos são adaptados para criar

as entregas. Segundo o PMBOK, um projeto pode criar: um produto que pode ser um

componente ou aprimoramento de outro item, ou um item final; um serviço ou sua

melhoria e documentos, resultados ou produtos. Alguns exemplos de projetos incluem:

desenvolvimento de um novo serviço, efetuar mudanças, pesquisas cujo resultado será

apropriadamente registrado, construção de prédios, plantas e melhorias de negócios.

2.3 Gerenciamento de Projetos

De acordo com o PMBOK (2014), o gerenciamento de projetos é a aplicação de

conhecimentos, habilidades e técnicas para a execução de projetos. A diferença de

gerenciamento de projetos para apenas gerenciamento é que o primeiro possui prazo de

entrega final, ao contrário de gerenciamento, que é um processo contínuo de

acompanhamento.

Os PMBOK estabelecem uma classificação para os tipos de processos (ou etapas)

envolvidos nos projetos, como descritos a seguir:

Iniciação: são processos que iniciam um novo projeto, como identificar uma

necessidade ou receber autorização;

Planejamento: são processos que estabelecem a proposta inicial do projeto, como

definir os objetivos e elaborar o plano de ação;

Execução: também chamado de Implementação em edições anteriores, estes são

os processos para avançar o projeto, executando o trabalho definido no planejamento,

atendendo às especificações necessárias;

Monitoramento e Controle: esses já são os processos executados que rastreiam

e revisam o desenvolvimento do projeto, realizando mudanças e ampliando prazos

conforme a necessidade;

Encerramento: estes são os processos que a equipe de avaliação de qualidade

verifica e finaliza para uso oficial.

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Os cinco grupos de processos podem ainda ser divididos em dez áreas de

conhecimento, que se sobrepõem durante as diferentes fases de um projeto, que são:

gerenciamento de integração de projetos, de escopo do projeto, cronograma, custo,

qualidade, recursos do projeto, comunicações, riscos, gerenciamento das aquisições do

projeto e gestão de partes interessadas do projeto.

2.4 Projeto e Planejamento

O projeto como um conceito mais amplo e geral, pode ser compreendido com duas

partes principais, sendo a primeira parte o processo de criação, representações, cálculos e

especificações, enquanto a segunda parte se refere à execução do produto ou serviço de

acordo com as representações, cálculos e especificações feitas na primeira parte. Dessa

forma também pode-se ter um planejamento geral ou planejamento parcial, relacionado a

cada parte do projeto. Assim, sendo o foco deste trabalho a análise da funcionalidade e

da necessidade do Memorial Descritivo, que está inserido na primeira parte de um projeto,

resta dizer, para esclarecimento desses conceitos de projeto e planejamento, que o

Memorial Descritivo se coloca como o documento principal do projeto e do

planejamento, pois contém: todas as representações textuais e gráficas (além de fotos e

outras ilustrações complementares), todas as especificações e todos os resultados de

cálculos advindo da Memória de Cálculo.

Memória de Cálculo é o documento onde se descreve, em detalhes, todos os

cálculos necessários para elaboração do projeto, até chegar ao resultado final. Essas

contas não devem estar inseridas no conteúdo do Memorial Descritivo, apenas os seus

resultados. Em caso de dúvidas ou problemas, como sinistros ou inadequações no produto

final do projeto, o Memorial Descritivo servirá de consultas para verificações sobre as

decisões e escolhas realizadas, enquanto a Memória de Cálculo só será investigada

oficialmente por profissional habilitado, em caso de querelas judiciais ou debates

técnicos, ou mesmo pelo próprio autor, como reserva de conhecimentos, ou ainda como

instrumento de aprendizado por interessados, acadêmicos ou profissionais.

Logo, o Memorial Descritivo é o repositório dos conteúdos do projeto, contendo

os parâmetros de partida e as intenções do projetista, tornando-se, assim, o objeto mais

importante para o gerenciamento e a execução do projeto, além de servir para a orientação

do planejamento.

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3 MEMORIAL DESCRITIVO

Até aqui, a discussão apresentada intencionou mostrar que os projetos de

engenharia necessitam de um documento que descreva com detalhes o plano elaborado.

Esse documento, que é chamado tradicionalmente de Memorial Descritivo, deve conter

informações (retoricamente falando) desde as bases de fundação, passando pelas

estruturas empregadas, os fechamentos, acabamentos, materiais, normas utilizadas e

funcionalidade. Deve ele vir acompanhado de orçamento e memória de cálculo.

O Memorial Descritivo tem o objetivo de contar, pormenorizadamente, todo o

desenvolvimento do projeto. Ele termina por incluir o projeto, a sua forma e o seu

detalhamento. Assim, baseado nesta última afirmação e na discussão apresentada no

Capítulo 2, é necessário voltar à questão da diferenciação entre planejamento, projeto e

Memorial.

Enquanto o planejamento estabelece um cronograma e um plano estratégico

amarrado a este cronograma para o desenvolvimento do projeto (incluindo a obtenção do

produto final); o projeto indica por forma gráfica ou textual o que é e como deve ser feito

para atingir-se o produto final, enquanto o Memorial Descritivo tem as receitas dos

quebra-cabeças; suas peças, a estrutura delas, as instruções de montagem, bem como seu

modo de uso e todas as justificativas necessárias para as decisões e escolhas adotadas no

projeto.

Um Memorial Descritivo, dentre inúmeros outros tópicos, pode conter:

conceituação do projeto, normas adotadas para a realização dos cálculos, premissas

básicas adotadas durante o projeto, objetivos do projeto, detalhamento de materiais

empregados na obra ou no produto e demais detalhes que podem ser importantes para o

entendimento completo do projeto

A função do Memorial será então auxiliar toda a compreensão do projeto para

todos os interessados no produto. Enquanto o projeto pode ser um instrucional simples e

frio, do Memorial exige-se: detalhamento, lógica, justificativas, bases conceituais e

normativas, entre outras informações. No gerenciamento de projeto o Memorial

Descritivo se enquadra levemente no processo do planejamento.

Esse documento é público e se tornou obrigatório pela Lei 4.591/64. Em seu

Capítulo II, que trata das Obrigações e Direitos do Incorporador, o Art.32, g, dispõe que

“o incorporador somente poderá negociar sobre unidades autônomas após ter arquivado,

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no cartório competente de Registro de Imóveis, (...) o Memorial Descritivo das

especificações da obra projetada”.

Já foi comentado que existem vários tipos de Memorial e em cada um, o objetivo

e os conteúdos diferem um pouco, sendo assim, as normas ABNT exigidas também são

diferentes de acordo com o tipo de Memorial a ser analisado. Por exemplo, no caso de

edificações, o manual descritivo deve seguir a NBR 15575 – Desempenho de Edificações

Habitacionais. A Norma NBR 9061 fixa as condições de segurança exigíveis a serem

observadas na elaboração do projeto e execução de escavações de obras civis, podendo

ser utilizado em Memorial Descritivo para construção de piscinas. Existe, também, a

NBR 6118que é para Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado. Para Memorial

Descritivo de residência para demolição deve seguir a NBR 5682 que se refere a Contrato,

Execução e Supervisão de Demolições. Para Memorial descritivo de tanque séptico

devem-se seguir as normas NBR 13969 – Tanques sépticos – Unidades de tratamento

complementar e disposição final dos efluentes líquidos – projeto, construção e operação

e a NBR 7229 – projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos.

Na busca da qualidade do processo da criação de edificações, uma das metas que

nos últimos anos impulsiona a introdução de significativas mudanças na construção civil,

tem evidenciado a necessidade de uma abordagem mais ampla do processo e dos

intervenientes envolvidos. A qualidade da documentação técnica produzida ao longo das

fases de projeto e de execução, além de seu direcionamento para esclarecer dúvidas

relativas às etapas de conservação, uso e manutenção, da operação dos equipamentos, de

forma sistematizada em forma de manuais relativos às edificações, tem sido outro

instrumento para melhorar a comunicação no processo.

A NBR 14037 estabelece os requisitos mínimos para elaboração e apresentação

dos conteúdos a serem incluídos no manual de uso, operação e manutenção das

edificações e no seu item 5.3 menciona o Memorial Descritivo como manual de uso,

informando que este deve apresentar uma descrição textual e ilustrativa da edificação,

indicando que deve conter:

a) Informações sobre aspectos importantes para o proprietário e para o

condomínio, como propriedades especiais previstas em projeto e sistema

construtivo empregado: desenhos esquemáticos, com dimensões cotadas, que

representem a posição das instalações;

b) Descrições dos sistemas e, quando aplicável, dos elementos e equipamentos;

c) Cargas máximas admissíveis nos circuitos elétricos;

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d) Cargas estruturais máximas admissíveis;

e) Descrição sucinta dos sistemas;

f) Relação dos componentes utilizados para acabamentos (por exemplo,

revestimentos cerâmicos, tintas, metais, ferragens, esquadrias, vidros etc.) com

as suas especificações e;

g) Sugestão ou modelo do programa de manutenção preventiva.

A abordagem e a extensão das informações vão depender da complexidade da

edificação ou dos seus equipamentos.

As NRs são as Normas Regulamentadoras da Secretaria do Trabalho do Ministério

da Economia. São citadas na CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, e revisadas

periodicamente. São normas que orientam e regulamentam procedimentos relacionados à

segurança, saúde e medicina do trabalho e do próprio trabalhador. As NR são de

implementação obrigatória. O objetivo desta implementação é a proteção da segurança e

saúde do empregado. O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre

segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades

previstas na legislação pertinente. Constitui ato faltoso a recusa injustificada do

empregado ao cumprimento de suas obrigações com a segurança do trabalho.

A NR 10 se refere à Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. No

subitem 10.3.9 determina que seja elaborado o Memorial descritivo do projeto das

instalações elétricas, que deve conter, no mínimo, os seguintes itens de segurança:

especificação das características relativas à proteção contra choques elétricos,

queimaduras e outros riscos adicionais; indicação de posição dos dispositivos de manobra

dos circuitos elétricos (Verde - “D”, desligado e Vermelho - “L”, ligado); descrição do

sistema de identificação de circuitos elétricos e equipamentos, incluindo dispositivos de

manobra, de controle, de proteção, de intertravamento, dos condutores e os próprios

equipamentos e estruturas, definindo como tais indicações devem ser aplicadas

fisicamente nos componentes das instalações; recomendações de restrições e advertências

quanto ao acesso de pessoas aos componentes das instalações; precauções aplicáveis em

face das influências externas; princípios funcionais dos dispositivos de proteção,

constantes do projeto, destinados à segurança das pessoas; descrição da compatibilidade

dos dispositivos de proteção com a instalação elétrica.

De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2015), os

Memoriais Descritivos devem trazer informações detalhadas dos materiais e

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componentes a serem empregados na construção. Esses memoriais devem sempre fazer

menção às correspondentes normas técnicas brasileiras e, quando não existirem, as

internacionais ou estrangeiras.

Sienge (2017) é o software de gestão, ou ERP- Enterprise ResourcePlaningou

Planejamento de Recursos Empresariais, que consiste em um sistema integrado de gestão.

Essa ferramenta implica em um sistema informacional obtido através da aquisição de

pacotes comerciais de software que vão possibilitar a integração da gestão organizacional

nas diferentes etapas do negócio, deixando o processo de tomada de decisões mais ágil.

Foi desenvolvido pela Softplan, uma empresa de tecnologia pioneira e líder do país, para

a indústria da construção. De acordo com o Sienge, para elaboração de um Memorial

Descritivo de um empreendimento na construção civil, é importante que a construtora

atente para os seguintes tópicos: o objeto do projeto; especificações; escritura do terreno;

nome do proprietário; localização detalhada; zona de uso e total da área a ser construída;

certidões negativas de débitos; aprovação do projeto pelos órgãos governamentais;

profissionais envolvidos com seus respectivos CREA ou CAU válidos; locação e

desenvolvimento da obra; instalações e proteções; movimento de terra; drenagem;

serviços preliminares; fundação, estrutura, impermeabilização e especificações técnicas;

tipo de alvenaria e cobertura; esquadrias, vidros, revestimentos, pisos e forros; instalações

elétricas e hidráulicas; pintura, louças e metais; limpeza final; verificação final; baixas;

proteção contra incêndio e considerações finais.

O FNDE3 - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, pertencente ao

Ministério da Educação, publicou a Instrução para Elaboração de Memorial Descritivo

Projeto de Transposição – Programa PROINFÂNCIA. É um Programa Nacional de

Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação

Infantil (Proinfância), instituído pela Resolução nº 6, de 24 de abril de 2007, que é uma

das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) do Ministério da Educação,

visando garantir o acesso de crianças a creches e escolas, bem como a melhoria da

infraestrutura física da rede de Educação Infantil.

O programa atua sobre dois eixos principais, indispensáveis à melhoria da

qualidade da educação:

3O FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação é o órgão responsável pela execução da

maioria das ações e programas da educação básica do nosso País, como a alimentação e o transporte escolar,

além de atuar também na educação profissional e tecnológica e no ensino superior.

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1. Construção de creches e pré-escolas, por meio de assistência técnica e

financeira do FNDE, com projetos padronizados que são fornecidos pelo

FNDE ou projetos próprios elaborados pelos proponentes;

2. Aquisição de mobiliário e equipamentos adequados ao funcionamento da rede

física escolar da educação infantil, tais como mesas, cadeiras, berços,

geladeiras, fogões e bebedouros.

Projeto de Transposição trata-se da substituição de um sistema construtivo de um

projeto preexistente a determinado sistema ou método construtivo, e suas respectivas

especificações técnicas, podendo se dar pela substituição dos elementos construtivos, bem

como pela troca dos materiais de acabamento. Os itens contemplados nesse arquivo

foram: introdução (projeto e o objetivo do documento); arquitetura (considerações gerais,

descrição dos ambientes; acessibilidade); sistemas construtivos (caracterização do

sistema; ampliações; vida útil do projeto e referências normativas); elementos

construtivos; hidráulica, elétrica e referências consultadas/anexos

De acordo com Assada (2011), um Memorial Descritivo de instalações elétricas

tem por objetivo fazer uma descrição sucinta do projeto, justificando, quando necessário,

as soluções adotadas. Segundo Assada, ele é composto basicamente dos seguintes itens:

dados básicos de identificação do projeto; dados quantitativos do projeto; descrição geral

do projeto e documentação do projeto. Alguns tópicos descritos por Assada e baseado na

Norma NBR 15575 são: localização da obra; proprietário; detalhe de cada etapa da

construção; alvenaria; acabamento; conceituação do projeto; normas adotadas para a

realização dos cálculos; premissas básicas adotadas durante o projeto; objetivos do

projeto; detalhamento de materiais empregados na obra ou no produto; demais detalhes

que podem ser importantes para o entendimento completo do projeto.

De acordo com o site Viva Decora (2018), um site renomado destinado a casa,

decoração, arquitetura e design de interiores, um exemplo do que incluir no Memorial

Descritivo de arquitetura é: dados da obra; equipe técnica; considerações gerais;

preliminares; fundações; estrutura; paredes; esquadrias; vidros; cobertura; tratamento e

impermeabilizações; revestimentos; soleiras e peitoris; forro; pintura; pavimentação;

louças e metais; instalações hidrossanitárias de pluviais; instalações elétricas; mobiliário;

limpeza da obra. O site também dá um exemplo do que pode ser incluído no Memorial

Descritivo de design de interiores: dados da obra; objetivos; materiais; revestimentos;

louças; metais; tintas e mobiliário. Podem-se incluir fotos de exemplo de todos os tópicos,

facilitando a compreensão do cliente e de quem vai executar a reforma.

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Os exemplos comentados mostram a presença repetitiva de muitos dos itens

citados e auxiliam na idealização de uma organização dos mesmos. Em uma primeira

análise, é possível agrupar tais itens com aseguinte estrutura:

a) Identificação do projeto e do objetivo;

b) Identificação de interessados;

c) Identificação do local e da estrutura pré-existente;

d) Apresentação de documentos legais pertinentes ao local ou à propriedade;

e) Apresentação de normas técnicas e resoluções utilizadas;

f) Apresentação de parâmetros iniciais e requisitos solicitados;

g) Apresentação de desenhos e plantas de base;

h) Apresentação de resultados de desenvolvimento e de cálculos;

i) Apresentação de desenhos e plantas resultantes dos desenvolvimentos;

j) Apresentação de recomendações de uso e de segurança e;

k) Lista de material e orçamento em anexos.

Ainda é possível reagrupar estes itens em: identificações e objetivo; parâmetros

iniciais e documentos de base; apresentação de norma e resoluções; desenvolvimento do

projeto e apresentação de resultados e recomendações de uso, além de lista de material e

orçamento anexos.

Paralelo à montagem do Memorial Descritivo, faz-se a Memória de Cálculo para

as finalidades específicas e arquiva-se junto com o original do Memorial Descritivo para

posterior necessidade de consulta.

Assim, a Figura 3.1 mostra como o andamento do empreendimento deve ser feito

para melhorar a compreensão do processo de desenvolvimento de um projeto, controlado

por planejamentos e substanciado por um Memorial Descritivo pode ser apresentado.

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Figura 3.1 Processo de desenvolvimento de projeto.

Fonte: a autora, 2019.

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4 O MEMORIAL DESCRITIVO DO PROJETO DE INSTALAÇÕES

ELÉTRICAS

Os projetos de instalações elétricas podem ser classificados em prediais,

industriais, públicas e de distribuição de energia. As instalações elétricas prediais, que

podem ter uso residencial, comercial ou de apoio a atividades industriais, públicas ou de

produção de energia, referem-se a circuitos de distribuição de energia nas edificações

através de alimentadores e circuitos terminais para suprimento de dispositivos de

iluminação, eletrodomésticos e pequenos motores. Podem também estar associados a

circuitos de comunicação, automação, sinalização e de segurança. As instalações elétricas

industriais referem-se a alimentadores e circuitos terminais (ramais) para suprimento de

energia de máquinas e outros dispositivos elétricos relacionados à fabricação de produtos

para uso no dia a dia do ser humano ou para dispositivos elétricos usados nos processos

industriais de fabricação, ou ainda outros processos de produção. As instalações elétricas

públicas são aquelas para iluminação de espaços públicos como: ruas, avenidas, praças,

parques, jardins e outros locais para lazer, estar ou deslocamentos. As instalações de

distribuição de energia, também chamados de sistemas de potência ou sistemas de

energia, se referem a todos os circuitos com finalidade de conduzir e distribuir a energia

desde as usinas geradoras até os consumidores de qualquer tipo, passando pelas

subestações de transformação, em seus vários níveis de tensão, e desembocando na

distribuição urbana, até as edificações. Há também instalações de consumo em locais

abertos agregados às edificações (estacionamentos, pátios, jardins etc.), porém, todas elas

podem ser classificadas como predial, já que seus circuitos terminais se iniciam em algum

abrigo edificado e as cargas que convertem a energia elétrica para modo de uso se

assemelham aos pontos de utilização prediais.

Em se tratando de instalações elétricas prediais, que é o foco desse trabalho, elas

são de BT – Baixa Tensão, que se caracterizam por valores abaixo de 1.000 V, em

corrente alternada, e 1500 V, em corrente contínua, como estabelece a norma NBR 5410.

Apesar de serem pouco complexas quando comparadas às instalações da Alta Tensão,

ainda assim, precisam de um projeto que as contemple adequadamente. Nesse tipo de

instalação é de extrema importância o uso de disjuntores, para proteção contra curtos-

circuitos, sobrecarga na rede e até incêndios. Por serem de baixa potência, podem ter

apenas uma ou duas fases, ou mesmo três. A NBR 5410 determina, no item 6.1.8.1, que

a instalação deve ser executada a partir de um projeto específico, que deve conter, no

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mínimo: plantas; esquemas unifilares e outras representações, quando aplicáveis; detalhes

de montagem; Memorial descritivo da instalação; especificação dos componentes

(descrição, características nominais e normas que devem atender) e parâmetros de projeto

(correntes de curto-circuito, queda de tensão, fatores de demanda considerados,

temperatura ambiente etc.).

Nas edificações com destino comercial, as instalações podem ser de alta ou baixa

tensão. De acordo com a NR10 AT – Alta Tensão é a tensão superior a 1000 Volts em

corrente alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra; e

BT - Baixa Tensão é a tensão superior a 50 Volts em corrente alternada ou 120 Volts em

corrente contínua e igual ou inferior a 1000 Volts em corrente alternada ou 1500 Volts

em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. Ela é determinada pelo tipo de

carga elétrica que o estabelecimento precisará receber para alimentar os equipamentos

elétricos e iluminação do local. Entretanto, as partes de BT e AT - Alta Tensão, que

deverão ser totalmente separadas fisicamente, também devem ser consideradas como

instalações independentes, podendo a de AT (que se caracteriza por valores entre 1000 V

e 36,2 kV) ser caracterizada como instalação industrial, que não é objeto de análise neste

trabalho.

As vantagens de se ter um projeto de instalações elétricas são muitas: (1) em uma

instalação executada a partir de um projeto todos os circuitos deverão funcionar

corretamente e com perdas mínimas; caso ocorram sobrecargas, o disjuntor desarmará,

impedindo que o circuito chegue à situação de curto-circuito; (2) o número de tomadas,

suas localizações e potências estarão de acordo com a NBR 5410, trazendo mais

segurança ao ambiente dos usuários e (3) os circuitos que deverão ser projetados para

atender a um projeto de iluminação, proporcionarão aos ambientes a claridade

(iluminância4) adequada. Já os riscos para quem não faz um projeto elétrico são muitos,

podendo gerar um problema que perdurará durante a vida útil da instalação (ou poderá

exigir manutenções recorrentes), como a falta de capacidade de corrente dos circuitos e,

em muitos casos, falta de circuitos elétricos necessários. Tais falhas fazem com que se

tenha perda elétrica na instalação, gerando conta de energia mais alta e risco de curto-

circuito, além de desligamentos inoportunos. Também, no caso de circuitos mais longos,

haverá queda de tensão excessiva, levando ao mau funcionamento dos equipamentos de

consumo.

4Iluminância para a NBR 5413 é o limite da razão do fluxo luminoso recebido pela superfície em torno de

um ponto considerado, para a área da superfície quando esta tende para o zero.

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Assim, o projeto elétrico define todos os aspectos da instalação como, por

exemplo, a seção nominal dos condutores elétricos de cada circuito; os valores nominais

dos disjuntores utilizados; uso do DR – Dispositivo Diferencial Residual5. Prevê,

também, a divisão da instalação em circuitos de tomadas de uso geral e de iluminação e

a definição dos pontos de tomadas de uso específico, além de espaço para novos

disjuntores na caixa de distribuição e em eletrodutos para futuras expansões.

O projeto de instalação elétrica predial é, na prática, um conjunto de documentos

técnicos com a finalidade de descrever um processo de construção (no sentido mais amplo

da palavra) de uma instalação elétrica, com o máximo de detalhes possível, possuindo

informações textuais dos parâmetros de base, descrições de interferências e de contorno,

cálculos, tabelas de resultados, especificações e representações gráficas para localização

dos pontos de utilização da energia elétrica, comandos, trajeto dos condutores, divisão

em circuitos, seção dos condutores, cargas dos circuitos etc..

Para a Asada (2011), os componentes do projeto de uma maneira geral, de

instalações elétricas de edifícios de uso coletivo, são: ART – Anotação de

Responsabilidade Técnica6; carta de solicitação de aprovação à concessionária; Memorial

Descritivo; Memória de Cálculo (cálculo da demanda, dimensionamento dos condutores,

dimensionamento dos condutos, dimensionamento das proteções); plantas (de situação e

de pavimento tipo); esquemas verticais (prumadas); quadros (de distribuição de cargas,

diagramas multifilares ou unifilares); detalhes (entrada de serviço, caixa seccionadora,

centros de medição, caixas de passagem, aterramentos e outros); convenções;

especificações e lista de materiais.

Na prática, a maior parte dos documentos do projeto de instalações elétrica ficará

incluída no Memorial Descritivo, ficando em separado a ART, o documento para a

concessionária, o orçamento e a Memória de Cálculo. A lista de material pode estar

opcionalmente incluída. O Memorial ainda deve informar o autor do projeto e para quem

se destina. Alternativamente, todas essas informações poderão ser comunicadas através

do Memorial Descritivo ou através de uma única planta, como se faz em alguns projetos

arquitetônicos, onde todas estas informações seriam colocadas nos desenhos e em

legendas (tabelas e símbolos), ficando presentes na prancha única. Entretanto, as

5DR- Dispositivo de seccionamento mecânico ou associação de dispositivos destinada a provocar a abertura

de contatos quando a corrente diferencial residual atinge um valor dado em condições especificadas. 6ART - Anotação de Responsabilidade Técnica, é o instrumento encarregado de definir quem são os

responsáveis técnicos por determinada obra ou serviço das áreas de Engenharia, Agronomia, Geologia,

Geografia ou Meteorologia.

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justificativas dos itens do projeto, bem como, o modo de execução ocupariam muito

espaço se colocados desta forma, sendo mais adequado e prático relacioná-los em um

Memorial Descritivo.

O planejamento da execução poderia, também, estar incluído no Memorial,

porém, ele se tornaria rígido e não atualizável, impedindo mudanças de rumo para

possibilidades de melhores propostas que poderiam surgir ao longo do desenvolvimento

ou da execução do projeto. Sendo assim, é recomendável que o planejamento da execução

seja feito à parte e após a conclusão do Memorial Descritivo, podendo ter, para projetos

de grande monta, planejamentos mais abrangentes e de contorno, que incluiriam todo o

processo de projeto e de execução.

O Memorial Descritivo resultante da análise realizada até aqui leva a seguinte

estrutura: I – Identificação, II – Parâmetros de Base, III – Normas e Regulamentação, IV

– Condições de Contorno, V – Projetos Auxiliares, VI – Representações Parciais, VII –

Dimensionamentos de Circuitos, VIII – Especificações, IX – Informações Acessórias, X

– Representação Final, XI – Informações Complementares.

4.1 Detalhamento dos itens do Memorial descritivo

A partir da estrutura proposta em 11 partes para o Memorial descritivo é possível

agrupar um conjunto de itens (tópicos) para cada uma destas partes e descrever cada um

deles, como segue.

Os exemplos serão grafados com estilo itálico para diferenciar os textos deles com

os textos de comentários e títulos.

I - Identificação

Essa parte reúne todos os tópicos referentes à identificação do projeto, ao tipo de

edificação, ao local de execução e sobre os interessados.

I.1 – Identificação do projeto: informar a que objeto se refere o Memorial.

É informar que “é um Projeto de Instalações Elétricas para realização de uma

reforma ou para uma edificação nova ou a ser construída”. Aqui, também, pode ser

informado para que serve a edificação (residencial, comercial ou outra), como será mais

esclarecido no item I.1.

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Justifica-se a informação porque existem diferenças entre o projeto de instalações

elétricas para uma reforma de edificação ou para uma edificação ainda não construída. Se

a edificação já está construída, podendo ser nova e faltar apenas a instalação, que não foi

projetada junto com o restante do projeto civil, ou uma edificação velha, que pretende-se

reformar, ainda que seja apenas a parte elétrica, normalmente já possuem os dutos das

linhas elétricas, há projetos de base feitos para que o arquiteto ou engenheiro possa se

referenciar e outras instalações que seriam difíceis de ser modificadas ou substituídas,

estabelecendo limitações às ações do projeto, mas, quando se trata de uma nova

construção, todos os projetos de base necessário terão que ser elaborados antes do projeto

definitivo, incluindo projetos de iluminação, comunicação, sinalização, controles etc.,

estabelecendo maior liberdade para as definições das linhas e dos circuitos, de forma a

se obter uma instalação mais bem ajustada. Esta parte da identificação inicial do projeto

pode vir acompanhada de outras informações, mas aqui seguem exemplos com formas

bem simplificadas e separadas de outro tipo de identificação. Serão grafados em estilo

itálico para destacar que estariam nos conteúdos de um Memorial.

Exemplo 1.1 – Projeto para uma nova edificação.

Trata-se de um Projeto de Instalações Elétricas para uma edificação a ser

construída.

Exemplo 1.2 – Projeto para uma edificação de uma instituição superior de ensino.

Este Memorial Descritivo se refere ao projeto de reforma das Instalações

Elétricas dos blocos I e II da Universidade Estadual do Piauí – Campus de Oeiras.

Exemplo 1.3 – Projeto para uma edificação pertencente a uma indústria.

O presente Memorial tem como objetivo, projetar as instalações elétricas das

edificações prediais existente dos Blocos A, B e C, da Casa de Medição, da Subestação,

Quiosque, Portaria e demais partes edificadas da área externa, integrando-as com as

edificações dos Blocos D, E e ampliação do Bloco C, da Unidade SENAI/CETIND, bem

como adequando a estrutura elétrica ao atendimento das necessidades pertinentes à

intervenção realizada.

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I.2 – Identificação da destinação do projeto: informar o tipo da edificação para

a qual se destina o projeto. É para uma edificação residencial, comercial, industrial ou de

apoio a outro tipo (classificação) de instalação.

Como citado no item I.1, as informações pertinentes aos itens I.1 e I.2 poderão vir

juntas na mesma frase, que se refere ao passo inicial de identificação, no Memorial que

estiver sendo elaborado.

A diferença entre as instalações elétricas dos vários tipos de edificação não está

nas cargas e demandas, pois todas tratam-se de instalações elétricas prediais, porém,

mudam os seguintes aspectos: forma de distribuição dos circuitos; distribuição de cargas

de iluminação em menos circuitos e em espaços maiores; menor densidade de tomadas

nos espaços físicos; cargas elevadas de iluminação em comparação com cargas

residenciais; normas a serem utilizadas, que dependem da construção e do ambiente e

documentos a serem exigidos pelos órgãos governamentais ou normativos como,

concessionária e Corpo de Bombeiros. Também, ficam diferenciados o perfil de usuário

e as preocupações com a segurança de pessoas inadvertidas nos espaços, localização de

quadros etc.. Estes aspectos serão destacados nos demais itens de detalhamento do

Memorial Descritivo aqui neste trabalho.

Exemplo 1.4 – Para uma residência a ser construída.

No Exemplo 1.1 informa-se apenas que o projeto se destina a edificação a ser

construída e ficaria faltando um complemento informando ser uma edificação residencial.

Neste exemplo 1.4, as duas informações estão presentes e dá-se destaque para a palavra

residencial em negrito, objeto de registro deste item I.2.

O presente Memorial visa descrever o Projeto de Instalação Elétrica Residencial

de edificação unifamiliar a ser construída.

Exemplo 1.5 – Identificação de uma edificação comercial em trabalho de reforma.

Nesse exemplo o texto de identificação contempla a destinação do projeto, como

de um estabelecimento comercial e, também, a de que o projeto é de reforma.

O presente Memorial visa descrever o projeto elétrico de reforma da edificação

a seguir:

Tipo da edificação: comercial

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Número de pavimentos: 02 pavimentos

Exemplo 1.6 – Prédio escolar.

Novamente o exemplo aponta a destinação e o tipo de projeto (reforma).

O presente Memorial Descritivo tem por objetivo discriminar o projeto das

instalações elétricas necessário para atender a reforma do prédio da Escola Municipal

HermindaIvanir Ferraz.

I.3 – Identificação do local: informar o endereço completo.

A necessidade é de informar aos fiscais e agentes públicos, representantes da

concessionária de energia, profissionais relacionados ao projeto e à execução das obras,

além de outros interessados que precisam conhecer o local e como chegar a ele, além de

analisá-lo em relação a determinados aspectos de influência deste local na edificação e

nas instalações elétricas a serem projetadas e executadas.

Exemplo 1.7 – Projeto residencial.

Este exemplo mostra como deve estar em um memorial descritivo à informação

do local onde será executada a obra, neste caso uma obra residencial.

Edificação a ser construída, na Rua Ênio Silveira, nº 55, localizado no bairro da

Barra da Tijuca, cidade do Rio de Janeiro – RJ, CEP 12345-000.

Exemplo 1.8 – Projeto escolar.

A mesma ideia para este exemplo, mostra como deve constar em um memorial

descritivo a informação do local onde será executada a obra, porém neste caso um local

para reforma de um prédio escolar.

Obra de Reforma da Escola Municipal HermindaIvanir Ferraz situada na Rua

João Hugo Hoss, Centro – São Miguel da Boa Vista – SC.

Exemplo 1.9 – Projeto industrial.

Seguindo os exemplos 1.7 e 1.8, este exemplo se refere a um projeto industrial.

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Edificação industrial localizada na Fazenda Talhada S/N, Zona Rural, na cidade

de Oeiras - PI.

I.4 – Identificação dos interessados: informar proprietário, usuários e autor do

projeto, seus perfis socioeconômicos e profissionais.

Além da identificação documental do proprietário e do responsável pelo projeto,

é necessária uma descrição sucinta de indicativo das atividades exercidas pelos usuários,

que possam influenciar em decisões de detalhes de alguns tópicos do projeto executado,

como a localização de pontos de tomadas, quantidades e potências. O perfil

socioeconômico também está relacionado com o uso de materiais e tecnologias

pertinentes aos usuários, que podem ser a família nas residências unifamiliares ou perfis

familiares médios em projetos-tipo para condomínios e cooperativas. Podem ser

analisados perfis típicos médios para categorias profissionais, a classe de renda e o

número de pessoas que utilizarão o espaço, também, devem ser usadas para caracterizar

os perfis.

Em instalações destinadas a uso comercial ou industrial, o perfil socioeconômico

dos usuários pode ser importante, mas é a funcionalidade dos ambientes e a condição

econômica do proprietário da edificação que terão maior importância. Outros interessados

podem ser identificados nesta parte, como: desenhista, técnicos, administradores de obra

etc..

Exemplo 1.10 – Projeto residencial.

Este exemplo demonstra como devem estar em um Memorial Descritivo as

informações do proprietário, número de moradores na residência e o autor do projeto.

Edificação residencial de propriedade da Sra. Ana Ribeiro, CPF 123.456.789-00,

médica, com renda familiar de R$ 20.000,00, sendo moradores seus 2 filhos adolescentes

estudantes. O autor do projeto é Gael Nunes Pereira Filho, engenheiro eletricista, CPF

123.456.789-00e CREA 12345-RJ.

Exemplo 1.11 – Projeto residencial.

Este exemplo segue a mesma ideia, porém destaca como deve vir em um memorial

descritivo às informações do perfil socioeconômico dos moradores da residência.

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Perfil socioeconômico dos moradores: toda a sua construção e instalações atende

ao perfil socioeconômico, classe média, faixa de renda de R$ 8.000,00, sendo

proprietários Marco Aurélio Dias e Maria Dias, professores, com respectivamente 46 e

45 anos e dois filhos adolescentes, um menino de 16 anos e uma menina de 14 anos.

Exemplo 1.12 – Projeto residencial.

Este exemplo mostra a descrição de um perfil socioeconômico junto com a

localização aproximada da construção.

Toda construção e instalação foram planejadas visando atender as necessidades

da família do contratante, composta pela proprietária Aurora Pereira, seu marido,

ambos são médicos, e três filhos estudantes e maiores de idade. A edificação, como

informado, está situada no bairro da Barra da Tijuca, num condomínio residencial

localizado nas proximidades da via expressa Transolímpica e foi construída em

compatibilidade com o perfil socioeconômico da família de classe média alta, com renda

média mensal de cerca de R$35.000,00.

Exemplo 1.13 – Prédio escolar.

Neste exemplo o proprietário não é uma pessoa física, sendo um proprietário de

uma universidade contratante. Mostra também o nome e o registro do responsável

técnico.

Proprietário: UESPI - Universidade Estadual do Piauí; Contratante: FUESPI -

Fundação Universidade Estadual do Piauí; Responsável Técnico: Eletrotécnico Gabriel

Ferreira, CONFEA: 123456789-0; CREA: 12345.

Exemplo 1.14 – Edificação do serviço público.

O exemplo mostra como devem ser apresentadas as informações do proprietário

e responsável técnico do projeto para um prédio público. Neste caso, uma prefeitura.

Proprietário: Prefeitura Municipal de São Miguel da Boa Vista – SC;

Responsável Técnico: Eng. Eletricista Maria da Silva, CREA- 123.456.789-00;

Telefones: (49) 1234-5678; E-mails: [email protected] e [email protected].

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II - Parâmetros de Base

São os parâmetros usados nos cálculos e nas decisões durante o desenvolvimento

do projeto. Começa pelas plantas do projeto civil, pelas informações de fornecimento de

energia, cargas elétricas de utilização da edificação, seguindo pelas condições de controle,

como: espaço, topologia e distribuição de cargas.

II.1 – Planta baixa: é o desenho que mostra a parte baixa da construção, como se

fossem apenas os alicerces das paredes e a base das colunas existentes ou a serem

construídas.

É uma espécie de diagrama, contendo os espaços especificados (compartimentos)

por uso (salas, dormitórios, banheiros etc.), seus acessos e circulação (portas, janelas e

corredores). Nas lojas, ainda se tem salões ou espaços de venda; nos bancos, espaços de

atendimento, locais de espera, cofre e espaços administrativos; nas indústrias, tem a parte

administrativa e outros espaços que podem não seguir padrões determinados, variando

muito caso a caso. Porém, seja comercial ou industrial, deve sempre estar presentes:

copas, banheiros, cozinhas, refeitórios, sala de arquivo etc.

A planta baixa serve para dar a ideia do espaço onde serão distribuídas as tomadas,

os pontos de luz, os interruptores, os circuitos de alimentação das cargas e as linhas de

distribuição. Ela deve vir representada em escala confortável para visualização,

normalmente 1:50 e ter um selo ou carimbo, contendo os dados de identificação

fundamentais, que são: título do projeto, título da planta, endereço da execução do projeto,

nome do proprietário e cpf, nome do autor e registro profissional, escala, data e outras

informações pertinentes que se apresentarem como necessárias.

Exemplo 2.1 – Planta comercial.

Uma planta comercial possui, em geral, seus maiores compartimentos destinados

para o atendimento ao público e para depósito de estoques, mas os demais

compartimentos são pequenos e, na maior parte dos comércios, são similares aos

compartimentos residenciais, contendo na maioria dos casos: banheiros, copas/cozinhas,

vestiários e escritórios. As cargas, nestes últimos são de mesma natureza que as cargas

domésticas, como: geladeira, cafeteira, micro-ondas, ferro de passar, chuveiro elétrico,

grill ou pequenas chapas, aparelho de som e TV, computador e iluminação, como a

residencial. Nos outros compartimentos maiores possuem algumas tomadas de uso geral

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e iluminação geral similar à residencial, podendo ter ainda iluminação especial para

vitrines e decorativas, além de algum outro aparelho especial para propaganda ou para

segurança. É claro que existem outros tipos de comércio que fogem aos padrões aqui

descrito e que serão tratados de forma diferenciada.

A planta da Figura 4.17 é a representação dos espaços da empresa, que atua no

ramo de cosmético. O selo é meramente ilustrativo e desvinculado do desenho, servindo

apenas para apresentar a planta em uma prancha formatada.

7As figuras que não são da autora estão com carimbo genérico, pois muitas delas foram retiradas da internet.

Portanto, para não pagar direitos autorais às empresas, muitas páginas da internet não colocam as

informações de qual empresa a planta se refere ou outras informações. Por esse mesmo motivo, não foi

utilizado os carimbos com nomes das empresas e outros dados.

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Figura 4.1 - Planta baixa comercial

Fonte: Bezerra, José Clétis, 2018.

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Exemplo 2.2 – Planta residencial.

Uma planta a residencial padrão classe média, que não representa acréscimo de

dificuldade ou com item especial a ser estudado, acompanhando o que foi descrito no

texto introdutório do item II.1. É apresentada em prancha de papel A3 para manter escala

1:50, com boa visibilidade de detalhes na Figura 4.2.

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Figura 4.2 - Planta baixa residencial

Fonte: a autora, 2019.

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Exemplo 2.3 – Planta de prédio escolar.

A planta escolar possui as salas de aulas e outros espaços didáticos em número

bem maior que os demais compartimentos. São espaços, que possuem algumas tomadas

de uso geral e iluminação por fluorescente tubular. Algumas das tomadas podem ser

utilizadas para projetores, TVs e outros aparelhos de mídia similares aos residenciais.

Alguns compartimentos são similares aos residenciais e com as mesmas cargas, mas

possuem outros, compartimentos, como a área de cozinha, que pode ter equipamentos

com características industriais. Ainda assim, é preponderante as cargas de características

residenciais, havendo banheiros com chuveiros elétricos, bombas d’água e iluminação

externa realizada com lâmpadas residenciais. Segue a planta deste exemplo na Figura 4.3.

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Figura 4.3 - Planta baixa escolar

Fonte: Bob Smith Modulars USA,

Inc., 2008.

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II.2 – Planta de situação: é a planta que representa a edificação alocada no

terreno construído ou a construir, junto com os lotes vizinhos, logradouro a que pertence

e outros logradouros que facilitam a identificação mais precisa de sua localização.

A norma NBR 6492, cita que uma planta de situação deve contar com uma série

de informações para ser considerada completa e dentro dos padrões recomendados. A

representação do lote em si precisa começar com o desenho dos muros que delimitam o

terreno, assim como a calçada à sua volta. Os imóveis vizinhos devem ser igualmente

representados, com a delimitação dos lotes de cada um e as numerações dos lotes e

quadra. A área construída deve ser representada em destaque gráfico e indicado o seu

valor em m2. Além disso, as dimensões do terreno devem ser indicadas na planta, bem

como as cotas angulares, quando essas forem necessárias. Ao mesmo tempo, a planta tem

que possuir as indicações do logradouro em que o lote está situado e, pelo menos, mais

uma rua, “a mais próxima em cruzamento”, além do afastamento de todos os elementos

de interferência, naturais ou construídos, do entorno, em relação ao lote. Indicar, também,

os acessos de veículos e de pedestres ao interior do lote. Deve ser apontado, também, o

Pólo Norte geográfico no desenho.

Tanto na planta baixa, quanto na planta de situação os símbolos de representação

gráfica devem estar listados em uma legenda, quando fugirem do padrão das normas. O

nome da planta e escalas utilizadas devem estar indicados no carimbo e o responsável

ainda deve assinar o resultado.

Exemplo 2.4 – Terreno comercial compatível com uma loja de roupa.

Este exemplo, da Figura 4.4, mostra uma planta de situação nos moldes

especificados acima e de acordo com a ABNT. É uma planta informada na referência de

origem como sendo de uma edificação comercial. As plantas de situação não apresentam,

em geral, diferenças conforme a aplicação da edificação, apenas podem se caracterizar

como diferentes em dimensões. O que muda de um comércio para outro ou até de um

comércio para uma casa ou indústria é apenas o tamanho e a forma do terreno. Mas, é

possível ter uma edificação comercial tão grande quanto uma casa, ou uma industrial

similar a um comércio, por isso deve ser especificado no memorial para qual destinação

está sendo apresentada a planta de situação.

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Figura 4.4 - Planta de situação comercial

Fonte: Viva Decora, 2018.

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Exemplo 2.5 – Terreno industrial compatível para uma indústria de sapato

Esta planta é referente a uma pequena indústria de sapato. Ela serve para

demonstrar a questão de o tamanho do terreno não estar rigidamente ligado à destinação

da edificação, como visto na Figura 4.5.

Exemplo 2.6 – Terreno residencial

Conforme Figura 4.6.

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Figura 4.5 - Planta de situação industrial

Fonte: Viva Decora, 2018.

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Figura 4.6 - Planta de situação residencial

Fonte: a autora, 2019.

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II.3 – Lista geral de carga: é a lista de todas as cargas que podem estar na

edificação e podem ser usadas supridas pelos circuitos da instalação.

É preciso conhecer as cargas (aparelhos eletrodomésticos) que vão ser utilizadas

na edificação, pois delas será definida a distribuição das tomadas no espaço e dos pontos

de luz, a definição dos circuitos e sua distribuição, além de seu dimensionamento para

especificação dos condutores e da proteção. Há que se conhecer as potências e tensões

dos aparelhos eletrodomésticos.

Exemplo 2.7 – Lista de cargas predial comercial.

Os aparelhos da Tabela 4.1 indicam uma destinação da edificação mais coerente

com o tipo comercial.

Tabela 4-1 - Lista de cargas elétricas de edificação comercial

Fonte: Governo do Estado de Mato Grosso, 2019.

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Exemplo 2.8 – Lista de cargas predial residencial.

Na Tabela 4.2, o conjunto de eletrodomésticos e outras cargas da lista tipificam

uma edificação residencial.

Tabela 4-2 - Lista de cargas de edificação residencial

Fonte: PEREIRA FILHO, 2018

Exemplo 2.9 – Lista de cargas predial.

Na Tabela 4.3, segue uma lista simplificada de cargas para apartamentos-tipo de

um prédio residencial.

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Tabela 4-3 - Lista de cargas de edificação coletiva residencial – apartamento tipo

Fonte: LIMA FILHO, 2013.

II.4 – Projeto de iluminação: é o resultado do projeto de iluminação, com os

registros das cargas de lâmpadas e posicionamento de pontos de luz.

O projeto de iluminação pode ser expedito ou mais elaborado conforme as normas

ABNT específicas. É necessário para dimensionar os circuitos de alimentação e projetar

a distribuição dos pontos de luz. Em ambos os casos terão, como um dos resultados, a

carga de iluminação a ser incluída na lista geral de cargas. Em alguns casos, a planta de

iluminação gerada no projeto de iluminação poderá definir também os pontos de luz, que

são os pontos extremos dos circuitos de suprimento da iluminação.

Exemplo 2.10 –Residencial.

A Tabela 4.4 mostra uma lista de carga de iluminação de edificação residencial,

para ser incluída na lista geral de cargas da edificação, conforme Figura 4.7.

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Tabela 4-4 - Lista de carga de iluminação de edificação residencial

Fonte: a autora, 2019.

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Figura 4.7 – Planta com distribuição de pontos de luz

Fonte: a autora, 2019

.

46

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Exemplo 2.11 – Comercial.

A Tabela 4.5, de carga se refere a uma edificação comercial, podendo-se observar

a destinação da edificação pelas descrições e tipificação das cargas.

Tabela 4-5 - Lista de carga de iluminação de edificação comercial

Fonte: FLANDOLI, 2016

II.5 – Fornecimento de energia: são as características elétricas da concessionária

de alimentação de energia para a edificação.

Deve ser informado o nível da tensão de suprimento de energia disponibilizado

pela concessionária, sendo a frequência 60 Hz, podendo ainda ser monofásica, bifásica

ou trifásica. Essa informação é obtida por consulta à documentação de fornecimento de

energia da concessionária (RECON).

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Exemplo 2.13 – Edificação comercial (Restaurante).

Observar que a alimentação do restaurante é 380 V, como tensão de linha, e 220

V, como fase neutro, mas, estas tensões são as disponíveis na rede de distribuição urbana

de baixa tensão, podendo ser suprimento residencial também.

A edificação receberá energia da CEB – Companhia Energética de Brasília na

tensão de 380/220 Volts, por alimentador trifásico.

Exemplo 2.14 – Edificação residencial.

Fornecimento de concessionária Light do Rio de Janeiro e alguns municípios do

entorno, cujas tensões são 220/127 Volts.

A concessionária que fornecerá a energia elétrica para essa residência é a Light,

fornecendo tensão trifásica de 220/127 Volts. As informações relativas ao fornecimento

de energia foram retiradas da Recon-BT- Regulamentação para o Fornecimento de

Energia Elétrica para os Consumidores Atendidos em Baixa Tensão.

Exemplo 2.15 – Edificação industrial.

Aqui, demonstra um exemplo de fornecimento em indústria, pode ser notado que

muitas vezes a indústria recebe em alta e precisa transformar para baixa a tensão, para

assim, poder usar aparelhos que necessitam dessa tensão.

A indústria têxtil desse memorial descritivo recebe em alta tensão (13,8 kV) e

possui um alimentador interno para os circuitos de baixa-tensão de cargas prediais.

Baixa-tensão nesse caso é 220 V fase-fase, de acordo com a concessionária local Light.

II.6 – Planta de localização: é a planta que determina graficamente a localização

da edificação ou terreno onde será realizada a obra.

A planta de localização possui várias finalidades, servindo para que interessados

externos à região localizem o ponto da edificação no mapa, podendo daí planejar

deslocamentos e se guiarem até o local. Também, serve para interessados próximos

realizarem avaliações de aspectos influências externas do ambiente urbano e natural.

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Exemplo 2.16 – Planta de localização relativa a uma edificação comercial.

No presente exemplo é possível observar as vias do entorno, os principais

comércios e meios de transportes disponíveis, como visto na Figura 4.8

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Figura 4.8- Planta de localização relativa a uma edificação comercial

Fonte: Google maps, 2019.

.

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II.7 – Panorama ambiental:

Trata-se de uma imagem, podendo ser uma foto aérea, de satélite, ou uma

ilustração de arte, contendo informações sobre o ambiente natural nas redondezas.

Deve ser apresentada na mesma escala da planta de localização ou desenho

equivalente que serve para mostrar o ambiente urbano ao redor da edificação do projeto,

existente ou a ser construída.

A imagem do panorama ambiental deve mostrar áreas verdes, espelhos d’água,

rios, elevações, montanhas e o mar, além de outras informações pertinentes para análise.

A planta ambiental serve para auxílio na análise de influências externas e pode ser

usada também para auxílio na localização da edificação.

Exemplo 2.17 – Planta panorâmica ambiental

Neste exemplo mostra a representação de uma planta panorâmica ambiental para

edificação residencial. Conforme exposto, deve vir com o lote da construção evidenciado

e o entorno com principais aspectos ambientais de interesse, conforme Figura 4.9.

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Figura 4.9–Panorâmica ambiental

Fonte: Google maps, 2019.

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III - Normas e Regulamentação

São as regras que prescrevem as orientações e determinações para a elaboração

dos projetos, além da indicação dos documentos legais pertinentes ao local, à propriedade

e ao projeto. Para a aprovação dos projetos estes documentos devem ser apresentados,

sob o risco da obra não contemplar a devida autorização, podendo ser embargada e até

demolida.

III.1 – Normas: são as normas e resoluções técnicas nacionais ou internacionais,

ou mesmo as referências bibliográficas que prescrevem as ações de projeto ou que

fornecem meios para obtenção de parâmetros e realização de cálculos ou de outras ações.

Devem ser informadas as normas e resoluções técnicas utilizadas no projeto, além

das referências bibliográficas também utilizadas. Outras resoluções de caráter técnico,

expedidas pelos órgãos municipais e estaduais, como o corpo de bombeiros, podem ser

utilizadas. A concessionária local também pode estabelecer norma de exigências para

serem aplicadas na região de fronteira entre o fornecimento de energia feito por ela e a

edificação em fase de projeto, ou mesmo internamente à edificação para melhorar a

proteção de ambas as partes.

Os projetos de construção civil e seus decorrentes, como o de instalações elétricas

fazem uso das normas da ABNT, sendo a principal para o de instalações elétricas a NBR

5410, que também pode fazer uso da NBR 5413 para o cálculo da iluminação. Na maioria

dos casos, apenas a 5410 é utilizada, permitindo orientar a distribuição de tomadas e de

pontos de luz, além da aplicação das demais prescrições que determinará a especificação

dos condutores e da proteção, além de orientar no traçado das linhas e sua consolidação

no encaminhamento dos circuitos.

A sequência de exemplos é para mostrar a forma de apresentação e para reforçar

a obrigatoriedade de se fazer isto no Memorial Descritivo. Não é preciso justificar

explicitamente o uso de cada norma no memorial, mas o uso delas tem justificativas

específicas implícitas e serão justificadas nos comentários de cada exemplo.

Exemplo 3.1 – Citação de normas para uma edificação escolar.

As normas para este tipo de edificação são listadas e justificadas aqui nos

comentários.

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A primeira norma da lista é a mais importante e mais presente nos projetos de

instalações elétricas. Nela consta tudo que é fundamental para a elaboração de um projeto

de instalação elétrica predial. A segunda norma é necessária, quando há exigência da

elaboração de um projeto de iluminação criterioso. A terceira pode ser utilizada em caso

de uso de tomadas especiais, conforme o caso de estabelecimento de educação, podendo

também ser necessário por conta de quesitos de licitações. No caso da norma de

eletrodutos a justificativa melhor é a elaboração de projeto com especificidades muito

diferenciadas dos padrões de instalações prediais.

Normas e padrões considerados neste projeto.

• NBR 5410:2005 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão

• NBR 5413:1992 - Iluminância de Interiores – Procedimento

• NBR 6147:2000 - Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo –

Especificação

• NBR 6150:1980 - Eletrodutos de PVC rígido

Exemplo 3.2 – Normas para edificação predial industrial.

Este exemplo demonstra às normas apresentadas em um Memorial Descritivo

destinado a edificação predial industrial. As nove primeiras normas são para

especificações e escolhas de equipamentos para tal projeto e as duas últimas normas são

as normas principais que regem os projetos elétricos. Sendo a penúltima a NBR 5410,

utilizada para qualquer obra elétrica de baixa tensão e a NBR 14039 para alta tensão, essa

é uma norma que não é normalmente utilizada em residenciais ou comércios, apenas para

projetos de grande porte como uma indústria. Na indústria são necessárias as duas normas,

pois existem partes em alta tensão e baixa tensão, conforme já explicitado neste trabalho.

O desenvolvimento do projeto foi realizado de acordo com as seguintes normas:

• NBR/IEC 60947 - Disjuntores de Baixa Tensão Industrial - Especificação.

• NBR 5419 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas -

Procedimento;

• NBR 6146 - Invólucros de equipamentos elétricos - Proteção. Especificação.

• NBR 6148 - Condutores isolados com isolação extrudada de cloreto de

polivinila (PVC) para tensões até 750 V - Sem cobertura - Especificação;

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• NBR 6150 - Eletroduto de PVC rígido - Especificação;

• NBR 6808 – ABNT – Conjunto de manobras e controle de baixa tensão

montados em fábrica – CMF – Especificação.

• NBR 7285 – ABNT - Cabos de potência com isolação sólida extrudada de

polietileno termofixo para tensões até 0,6/1,0 kV sem cobertura –

Especificação.

• NBR 9313 – ABNT - Conectores para cabos de potência isolados para tensões

até 35 KV – Condutores de cobre ou alumínio – Especificação.

• NBR 9326 – ABNT – Conectores para cabos de potência – Ensaios de ciclo

térmico e curto-circuito – Método de Ensaio.

• NBR 9513 – ABNT – Emendas para cabos de potência, isolados para tensões

até 750 V – Especificação.

• NBR 5410 – Instalações elétricas em baixa tensão

• NBR 14039 - Instalações elétricas em alta tensão

Exemplo 3.3 – Normas para edificação residencial.

Este exemplo considera apenas uma norma, a NBR5410, por ser de uma

edificação residencial tradicional, apesar de citar no mesmo parágrafo uma publicação da

concessionária.

O projeto foi realizado sob a referência técnica da norma ABNT:NBR 5410/2004,

versão corrigida, 2008 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão e da regulamentação da

concessionária, Light – Regulamentação para consumidores de Baixa Tensão, Recon-

BT.

III.2 – Regulamentação: são regulamentações para execução de obras civis, que

podem implicar em interferências no projeto de instalações elétricas.

As prefeituras municipais elaboram regulamentações para a execução de obras

civis, que podem também estabelecer regras para as instalações elétricas. Estas são

normalmente referenciadas nas NBRs já citadas e nas orientações do Corpo de

Bombeiros. São documentos legais pertinentes ao local, à propriedade e ao projeto.

Outro órgão fiscalizador, que teria a função de conferir a legalidade e qualidade

do projeto quanto ao cumprimento das normas técnicas é o CREA, porém, o mesmo

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apenas exige do profissional o pagamento de ART – Anotação de Responsabilidade

Técnica, que deixa toda a responsabilidade para o profissional engenheiro.

Exemplo 3.4 – Regulamentações aplicadas a edificações comerciais.

Este exemplo mostra como as regulamentações devem ser citadas. O exemplo

utilizado foi da região de São Paulo, mostrando qual regulamentação deve ser utilizada

em tal região para instalações elétricas.

Para o presente projeto foi consultada a Instrução Técnica Nº 41/2011 – Inspeção

visual em instalações elétricas de baixa tensão, da Secretaria de Estado dos Negócios da

Segurança Pública do Estado de São Paulo, supervisionado pelo Corpo de Bombeiro do

Estado.

Exemplo 3.5 – Regulamentações aplicadas a edificações residenciais.

Este exemplo mostra a regulamentação no município do Rio de Janeiro para

construção de uma residência, é um exemplo mais técnico e completo, pois é de um

memorial descritivo utilizado tanto para construção civil quanto para o projeto elétrico da

edificação.

Para a elaboração do estudo, foi considerada a legislação obtida através da

Certidão de Informação referente ao logradouro do empreendimento.

A seguir, são listados os decretos e leis consultados, de acordo com a Certidão

de Informação.

• Lei Complementar nº 70 de 6 de julho de 2004 - Institui o Projeto de

Estruturação Urbana (PEU) dos Bairros de Freguesia, Pechincha,

Taquara eTanque, integrantes das Unidades Espaciais de Planejamento

42 e 43, e dá outras providências.

• Lei Complementar nº 111 de 1 de fevereiro de 2011- Dispõe sobre a

Política Urbana e Ambiental do Município, além de instituir o Plano

Diretor de Desenvolvimento Urbano Sustentável do Município do Rio de

Janeiro.

• Decreto nº 38057 de 19 de novembro de 2013 - Reconhece o Sítio de

Relevante Interesse Ambiental e Paisagístico da Freguesia, Região

Administrativa XVI, com base no disposto pela Lei Complementar nº 111,

de 1 de fevereiro de 2011.

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Além das legislações referentes ao endereço em questão, foram consultados

também os documentos a seguir.

• Decreto nº 322de 03 de março de 1976 - Aprova o Regulamento de

Zoneamento do Município do Rio de Janeiro.

• Decreto nº 897de 21 de setembro de 1976 - Estabelece normas de

Segurança Contra Incêndio e Pânico no Estado do Rio de Janeiro.

• Decreto nº 10426de 06 de setembro de 1991 - Simplifica formalidades no

processo de licenciamento de edificações e dá outras providências.

• Lei Complementar nº 198de 14 de janeiro de 2019 - Institui o Código de

Obras e Edificações Simplificado do Município do Rio de Janeiro – COES.

III.3 Normas para representações gráficas: são as normas específicas para as

representações gráficas padrão utilizadas nos projetos de engenharia civil, incluindo os

de instalações elétricas.

Devem ser seguidas as prescrições mínimas contidas nas normas para

representação gráfica dos elementos das instalações elétricas. Para desenhos e plantas

serão utilizadas as normas: NBR 8402 – Execução de carácter para escrita em desenho

técnico, onde o objetivo é fixar as condições exigíveis para a escrita usada em desenhos

técnicos e documentos semelhantes; NBR 6492 – Representação de projetos de

arquitetura e NBR 10068 – Folha de desenho – Leiaute e dimensões.

A Norma 6492 é destinada a representação de projetos de arquitetura e fixa as

condições exigíveis para representação gráfica de projetos de arquitetura, visando à sua

boa compreensão.

A Norma 10068 se refere a folha de desenho – leiaute e dimensões, sendo seu

objetivo padronizar as características dimensionais das folhas em branco e pré-impressas

a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos.

Na norma NBR 6492 é possível consultar sobre o que deve constar na legenda do

desenho e outras informações importantes que devem se localizar próximas do carimbo.

Descreve também o que deve conter na planta de situação, plantas em geral, cortes,

fachadas, planta e teto refletivo.

A norma NBR 5444 que era sobre os símbolos gráficos referentes às instalações

elétricas prediais está cancelada e atualmente o setor utiliza os símbolos do data-base das

IEC 60417 e IEC 60617.

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Exemplo 3.6 – Planta em A4

Este exemplo mostra como uma planta A4 deve ter de medidas (mm), com a

legenda sendo o carimbo que toda planta deve vir.

As pranchas deveriam ser apresentadas em tamanho real e ter as formatações

escritas no espaço interno: margens e traços como mostra a Figura 4.10 e 4.11.

Figura 4.10– Planta A4

Fonte: ABNT

Exemplo 3.7 – Planta em A3

Este exemplo, assim como o 3.6 mostra como uma planta, agora em A3, deve ter

de medidas (mm), com a legenda sendo o carimbo que toda planta deve vir.

Figura 4.11–Planta A3

Fonte: ABNT

Exemplo 3.8 – Margem das folhas

A Tabela 4.6 mostra o que a ABNT pede de distância da margem esquerda e

direita, além da largura da linha do quadrado conforme a NBR 8403.

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Tabela 4-6–Margens das folhas

Fonte: ABNT

IV - Condições de Contorno

As condições de contorno dizem respeito a tudo que possa influenciar a execução

da instalação ou a sua utilização após executada e, que devam ser levadas em

consideração na elaboração do projeto, impondo tratamentos especiais ou fora dos

padrões, sendo apresentadas no Memorial Descritivo sobre ponto de vista de análise e de

rumos a serem seguidos.

IV.1 – Influências externas: são influências advindas do meio externo à

edificação, ou mesmo aos espaços do terreno onde a mesma está ou será construída.

São previstas na NBR 5410 e podem ser influências da natureza ou provocadas

em consequência das ações humanas. Devem ser consideradas: temperatura ambiente,

condições climáticas do ambiente (influências combinadas de temperatura e umidade),

altitude, presença de água, presença de corpos sólidos, presença de substâncias corrosivas

ou poluentes, solicitações mecânicas, presença de flora e mofo, presença de fauna,

influências eletromagnéticas, eletrostáticas ou ionizantes, radiação solar, descargas

atmosféricas, movimentação do ar, vento, utilização pelas pessoas e aspectos das

construções das edificações. De acordo com as influências externas observadas podem

ser determinadas: a escolha de componentes especiais, proteções adicionais ou modos de

instalar específicos para cada caso.

É necessário conhecer o ambiente do entorno da edificação, suas características

ambientais e urbanas, destacando a presença de estradas de tráfego pesado, existência de

indústrias e grandes armazéns nas proximidades, também redes de comércio, shoppings

e estruturas edificadas de grande porte. Auxiliam muito nesta análise a foto aérea

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panorâmica e a planta de localização. Estruturas naturais elevadas ou mesmo edificações

de grande porte e altura podem influenciar na temperatura, na ventilação e na presença de

umidade elevada. Presença de ar marinho ou de vegetação muito densa pode acarretar na

aceleração da oxidação dos componentes, ou em falhas por mau contato, que podem

evoluir para curto-circuitos.

Exemplo 4.1 – Análise de influências externas em uma edificação comercial.

Neste exemplo segue a descrição dos detalhes ambientais mais importantes para

caracterizar as influências externas da natureza que podem trazer algum problema para a

instalação do projeto em desenvolvimento. Há um destaque para o aspecto mais

prejudicial, a classificação de risco de a norma NBR5410 e o alerta sob os cuidados que

devem ser tomados.

O clima é do tipo tropical, quente e úmido, com variações locais, devido às

diferenças de altitude, vegetação e proximidade do oceano; a temperatura média anual

é de 22º centígrados, com médias diárias elevadas no verão (de 30º a 32º); as chuvas

variam de 1.200 a 1.800 mm anuais. Nos quatro meses do chamado alto verão – de

dezembro a março – os dias muito quentes são sempre seguidos de tardes luminosas,

quando em geral caem chuvas fortes e rápidas, trazendo noites frescas. Não há, no

entorno da edificação, estruturas elevadas construídas ou naturais que interfiram no

fluxo de ar natural. Localiza-se numa área com movimentação considerável e fica bem

próxima de uma grande avenida, com áreas comerciais e de lazer próximas. Devido à

proximidade com o oceano, o solo do terreno apresenta alta salinidade, código AF2 pela

norma, o que pode comprometer o sistema de aterramento. Para mitigar este problema,

deve-se realizar um tratamento químico no solo ou posicionar mais hastes de

aterramento em paralelo.

Exemplo 4.2 – Uso de foto panorâmica na identificação de influência externa.

O exemplo mostra como utilizar uma imagem panorâmica (foto) para indicar a

presença de aspectos naturais que podem influenciar a instalação elétrica. Os demais

aspectos ambientais ou urbanos não estão sendo destacados neste exemplo. Atualmente,

com a facilidade das fotos de satélite pela Internet, esta aplicação se tornou muito simples.

Um exemplo pode ser visto na Figura 4.12.

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A imagem panorâmica permite observar que o local da instalação possui muita

proximidade com o mar, de modo que os constantes ventos vindos do mar trazem

partículas e umidade, que podem ser prejudiciais ao funcionamento e à deterioração dos

componentes elétricos, caso não haja a proteção adequada. Esses ventos podem chegar

até 30m/s e de acordo com NBR 5410 sua classificação é AS2. As partes expostas de

terminais e contatos devem receber cobertura de pastas, condutivas ou não, a fim de

proporcionar isolamento físico das partes vivas dos contatos e emendas com o ar

contaminado.

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Figura 4.12 - Planta panorâmica

Fonte: Google maps, 2019.

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Exemplo 4.3 – Apoio de planta de localização (Figura 4.13) na identificação de

influência externa.

Esse exemplo mostra um problema por conta da localização da edificação com

proximidade grande de uma linha férrea, onde a instalação pode ser influenciada pelas

vibrações e poeiras provenientes de cargas transportadas. Os demais aspectos ambientais

não estão sendo abordados no exemplo.

Conforme observado na planta de localização e destacado o local da instalação

elétrica que está sendo projetada, é possível visualizar a grande proximidade de uma

linha férrea, por onde passam composições de passageiros e comboios de carga, que

produzem muita vibração e, os comboios, poeiras de diversas espécies. Estas ocorrências

se caracterizam como classificação de risco AH2 pela NBR 5410. Tais influências podem

atingir componentes instalados por aparafusamento ou de encaixes, além de emendas

por conectores.

Recomenda-se o uso de material de amortecimento por apoio ou por cobertura

por envolvimento de bandagem.

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Figura 4.13 - Localização da faculdade

Fonte: Google Maps, 2019.

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IV.2 – Limitações físicas: são características inerentes da construção e dos

espaços do entorno que podem impor tratamentos fora dos padrões e mesmo fora da

Norma, devendo ter as soluções especificadas e justificadas através de estudos especiais

e em bibliografia tradicional.

O aterramento é um exemplo marcante de problemas relacionados a limitações

físicas, podendo apresentar dificuldades para a sua execução, por conta das características

do solo ou por limitações de espaço de execução, também, exigindo estudos especiais e

soluções fora dos padrões usuais.

O problema pode fazer parte de um projeto maior ou se constituir, ele mesmo, do

projeto a ser resolvido. No primeiro caso, o problema deve ser apresentado logo no início

do Memorial do projeto maior, logo após as identificações iniciais e todas as referências

que serão utilizadas, além de apontar para a solução que será adotada. No caso de ser um

projeto para resolver exatamente o problema de limitação física e apenas isso, este será

feito mediante algum estudo analítico sobre a melhor solução e aí já no título do projeto

deve ser identificado que é um estudo, depois a identificação dos interessados e depois

uma introdução descrevendo o problema, o objetivo e a metodologia que será empregada.

Neste trabalho está sendo contextualizado o problema da limitação física dentro de

um projeto de instalação elétrica mais amplo.

Exemplo 4.4 – Reforma de instalação com eletrodutos metálicos enferrujados e

passagens bloqueadas em galpão de armazém.

A limitação física se caracteriza pela impossibilidade de passagem de condutores

nos eletrodutos da antiga instalação. Para uma reforma completa e que garanta a qualidade

da instalação, o recomendado é a retirada dos eletrodutos enferrujados e a reinstalação de

novos.

A impossibilidade de utilização dos eletrodutos existentes que já ficou

demonstrado quando da retirada dos condutores, apresentando dificuldades de

puxamento e com quebra de condutores pelo esforço empregado, além da tentativa de

limpeza dos dutos, que revelou possuir muitas obstruções no seu interior. A substituição

por rede de eletrodutos no interior de paredes e lajes acarretaria muito corte de

caminhos na estrutura, representando muita dificuldade, sujeira em demasia e risco nas

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estruturas. Sendo assim, a solução encontrada foi adotar as linhas por eletrodutos

aparentes, conforme especificação que segue:

Exemplo 4.5 – Reforma de instalação de alimentador de loja comercial, com

“fachada tombada” no alinhamento de terreno de via pública de região histórica.

Para o caso de edifícios ou áreas históricas tombadas, a realização de qualquer

tipo de reforma deve ser sempre submetida à análise prévia e aprovação do órgão

responsável, com fins de preservação do patrimônio. Por esse motivo, quando possível,

recomenda-se deixar a área tombada intocada e passar as novas instalações por outro

local. Para o caso de uma fachada tombada, toda a área de frente da loja comercial deve

ser contornada. Para isso, três alternativas são possíveis: a entrada das instalações do

alimentador pelos lados do edifício, pela parte de trás ou por baixo (pelo subterrâneo). As

primeiras duas opções são as mais baratas, porém, nem sempre são viáveis por conta de

obstáculos para a passagem do alimentador e dos possíveis danos ao edifício antigo que

essa reforma poderia proporcionar. Já a terceira, apesar de mais cara, é a mais segura para

esse tipo de edificação. Instalações subterrâneas, especialmente de alimentadores que

tendem a ser maiores, modificariam muito pouco as instalações existentes do patrimônio.

Os dutos seriam levados pelo solo (por baixo da fachada) até o local projetado para o

quadro de alimentação, sem maiores transtornos.

Neste memorial, como a edificação tem “fachada tombada” toda a área de frente

da loja comercial deve ser contornada. Portanto, a entrada das instalações do

alimentador deve ser por baixo (pelo subterrâneo).

Exemplo 4.6 – Aterramento em terreno de alta resistividade em edificação predial

existente e colada nas duas laterais do terreno.

Este exemplo apresenta um problema de aterramento em um terreno de alta

resistividade em uma edificação predial.

Primeiramente, para a realização do projeto de aterramento desse memorial

descritivo é necessária a análise do solo e o cálculo de sua resistividade, levando em

considerações suas possíveis variações devido à umidade, temperatura, salinidade e

profundidade. Uma vez feitas estas considerações, foi encontrado o valor mais alto

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possível da resistividade do solo. Assim, o projeto de aterramento foi realizado a partir

deste valor. Isso deve ser feito para que, em situação crítica, o aterramento ainda seja

eficiente.

IV.3 – Características da rede disponibilizada: em alguns casos, a rede

disponibilizada pode exigir uso de transformadores, capacitores ou outro dispositivo não

muito usual nas instalações elétricas prediais.

Exemplo 4.7 – Exigência de uso de transformador.

Este exemplo mostra a necessidade do uso de um transformador para uma

residência, devido ao nível de tensão que a concessionária local concede não ser o

suficiente para o equipamento que a edificação possua exige.

Devido ao nível de tensão que a rede oferece não ser capaz de abastecer o motor

da garagem e a bomba d’água da instalação, se faz necessária a utilização de um

transformador na instalação de modo a adequar os níveis de tensão e garantir o bom

funcionamento dos equipamentos. Especificação do transformador: 2,5 kVA. O

transformador é trifásico, seco, ligação triângulo estrela, 220/380 V.

Exemplo 4.8 – Uso de capacitor.

Este exemplo mostra a necessidade do uso de um capacitor para uma residência,

seu motivo e como poderia vir em um memorial descritivo.

Esta edificação residencial, na qual a instalação a ser realizada está localizada

próxima ao final do ramal de alimentação, enquanto a rede supre oficinas e pequenas

indústrias no trecho. Deve ser analisada a possibilidade do uso de capacitores de modo

a aumentar a tensão de entrada de instalação para os valores adequados.

IV.4 – Fontes alternativas: a possibilidade de uso de fontes alternativas, como o

aquecimento solar e a energia fotovoltaica pode se apresentar como solução técnica e

economicamente viável para a eficientização energética impondo modificações nos

circuitos projetados ou a inclusão de novos circuitos.

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Exemplo 4.9 – Uso de energia termossolar para aquecimento de água em uma

residência.

Este exemplo descreve o uso de energia termossolar para aquecimento de água em

uma residência e como poderia vir em um memorial descritivo.

A circulação de água entre o boiler e o chuveiro se dá através de uma bomba,

sendo uma circulação forçada ao invés de circulação natural. Os impactos do uso de um

aquecedor termossolar ao invés de um chuveiro elétrico também foram considerados no

cálculo da demanda da instalação.

Exemplo 4.10 – Uso de energia fotovoltaica em uma escola.

Quando a edificação for adotar o uso de energia fotovoltaica, o projeto de

instalações elétricas deve indicar isto antes dos dimensionamentos, informando como será

o sistema FV na edificação. Ou seja: será isolado, conectado à rede ou misto e, ainda, há

que ser informado, se a relação do sistema FV é com parte ou com o total da instalação.

Também a forma de operação deve ser destacada.

O sistema fotovoltaico a ser instalado será conectado com a rede da

concessionária de energia, interagindo apenas no fornecimento de energia, com suas

trocas entre SFV e rede, mas em nada alterando os circuitos da edificação.

IV.5 – Problemas de aterramento: o aterramento nas instalações elétricas pode

apresentar outras dificuldades para a sua execução, além de limitações de espaços e

características do solo, podendo também exigir estudos e soluções especiais fora dos

procedimentos padrão.

Exemplo 4.11 – Ausência de documentação do aterramento executado e da

sinalização em instalação existente a ser reformada.

Este exemplo mostra como a ausência de documentação do aterramento e da

sinalização em instalação existente a ser reformada pode levar a trabalhos adicionais e

custos desnecessários, fazendo com que se tenha que realizar um novo aterramento na

edificação.

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Não há documentos de referência anterior a este projeto, e as instalações

existentes de SPDA8 não poderão ser reaproveitadas, exatamente porque não há prova

documental da existência de uma malha de aterramento que atenda às disposições

normativas. Também não há sinalização em planta e os poucos materiais identificados

não condizem com o arranjo e definições que exigem este projeto, elaborado dentro das

melhores práticas usuais de instalação de SPDA e obediência a NBR 5419/2005 em

vigor. Um novo cálculo de aterramento deverá ser realizado

Exemplo 4.12 – Edificação com necessidade de aterramento reforçado

Este é um exemplo de edificação escolar com necessidade de aterramento

reforçado, mostrando como poderia vir em um memorial descritivo.

O esquema de aterramento adotado é o TN-S (terra e neutro separados), desde o

quadro geral da instalação. Cada quadro de distribuição de energia possuirá barra de

terra, na qual serão aterrados os circuitos secundários, os reatores das luminárias e as

tomadas. Todo e qualquer tipo de aterramento deverá estar interligado com a malha de

terra da subestação, para que seja realizada uma equipotencialidade do sistema. As

hastes de terra serão fincadas por meios mecânicos dentro de um poço de inspeção com

tampa 12 removível, em alvenaria ou concreto, devendo a conexão cabo/haste,

permanecer descoberto. Os eletrodos serão do tipo haste “Copperweld”, 5/8 X 3 m. Estas

serão dispostas em malha contendo 3 (três) hastes a uma distância entre elas de 3,00 m

(três metros).

IV.6 – Descargas atmosféricas: o nível de risco para a possibilidade de descargas

atmosféricas pode ser considerável a ponto de exigir um SPDA de alta eficiência não

muito comum nas instalações prediais.

Exemplo 4.13 – SPDA em edificação residencial em área de elevado índice de

ocorrência de descargas atmosféricas.

8É um Sistema de Proteção contra Descargas Elétricase tem como objetivo evitar e/ou minimizar o impacto

dos efeitos das descargas atmosféricas, que podem ocasionar incêndios, explosões, danos materiais e, até

mesmo, risco à vida de pessoas e animais.

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Este exemplo mostra um sistema de proteção contra descargas elétricas em uma

edificação residencial, normalmente não é utilizado SPDA em residência, porém este caso

é uma área de elevado índice de ocorrência de descargas atmosféricas

O local da edificação é conhecido como sendo de elevado índice de ocorrência

de raios, exigindo projeto complementar de aterramento e de para-raios. O SPDA

constante neste projeto só protege contra descargas que incidiriam sobre a edificação,

mas o elevado nível de descargas constatado pode prejudicar o funcionamento de

equipamentos eletrônicos e outras sensíveis, ou mesmo a danos irreparáveis por conta

de efeitos de indução de descargas caídas nas redes das concessionárias ou em outras

estruturas próximas.

V - Projetos Auxiliares

São projetos específicos utilizados em algumas etapas do projeto de instalações

elétricas e cujos resultados de suas elaborações se constituem em parâmetros de base ou

auxiliam na elaboração da etapa do projeto de instalações.

V.1 – Planta leiaute: é um desenho ou planta feito a partir da planta baixa da

edificação contendo o mobiliário sugerido ou efetivo existente e serve como auxílio na

projeção dos pontos de luz e de tomadas.

Este desenho pode ser entendido como um arranjo físico do mobiliário, disposição

sugerida, na planta baixa, visando compatibilização lógica dos espaços e a

compatibilização da distribuição dos pontos de luz e tomadas da instalação com o

mobiliário. A finalidade é o melhor funcionamento do espaço e da instalação,

proporcionando segurança, conforto e boa funcionalidade.

Para uso na projeção dos pontos de luz e tomadas todo o mobiliário é desenhado

em traços mais leves que a simbologia de tomadas e iluminação.

Seguem alguns exemplos de leiaute, que dispensam novos comentários, além dos

comentários gerais já apresentados.

Exemplo 5.1 – Leiaute de uma edificação residencial. (Figura 4.14)

Exemplo 5.2 – Leiaute de edificação comercial. (Figura 4.15)

Exemplo 5.3 – Leiaute de edificação escolar. (Figura 4.16)

Exemplo 5.4 – Planta leiaute prédio industrial. (Figura 4.16)

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Exemplo 5.1

Figura 4.14 - Planta leiaute residencial

Fonte: a autora, 2019.

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Figura 4.15 - Planta leiaute comercial

Fonte: Portfólio de design, 2013.

- Planta leiaute

residencial

Fonte: a autora,

2019.

Exemplo 5.2

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Figura 4.16 - Planta leiaute escolar

Fonte: Educandoteka, 2019.

- Planta leiaute

residencial

Fonte: a autora,

2019.

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Exemplo 5.3

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Figura 4.17 - Planta leiaute prédio industrial

Fonte: Nankim Projetos, 2017

- Planta leiaute

residencial

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V.2 – Planta de fornecimento de energia: é a planta de situação com a marcação

dos postes de amarração da concessionária e da edificação, além do ponto de entrega

(medidor de energia) e o traçado do alimentador do ponto de entrega até o quadro de

distribuição.

Em edificações comerciais ou industriais, o alimentador pode ter origem em um

transformador interno da edificação. O esclarecimento da linha que traz o alimentador até

o quadro é uma necessidade para o êxito da execução da instalação de suprimento de

energia aos circuitos terminais. Dependendo do porte da instalação podem existir quadros

de distribuição secundários, além do quadro que recebe o alimentador principal de

energia.

Para o Memorial descritivo de instalações elétricas é importante mostrar a

localização do poste da rede de energia elétrica da concessionária que atende ao local

mais próximo em relação à residência e o local indicado para alocar o medidor de energia.

Exemplo 5.5 – Fornecimento de energia chegando a uma residência.

No exemplo está ilustrado o medidor de consumo, o poste interno e o poste

externos de onde sai o ramal de ligação. Observar a proximidade do medidor ao poste

externo.

Esta planta pode ser a mesma de planta de situação acrescida das ilustrações

citadas. Um exemplo é visto na Figura 4.18.

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Figura 4.18 - Planta de fornecimento de energia

Fonte: a autora, 2019.

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V.3 – Projeto de Iluminação: é do projeto de iluminação que serão definidos os

pontos de luz e os caminhos dos circuitos terminais até estes, além das cargas de

iluminação.

Como citado anteriormente, o projeto de iluminação pode ser expedito ou obtido

por método específico e mais apurado.

Um projeto expedito (ou simplificado) de iluminação apenas considera um ou dois

pontos de luz por compartimento, locais onde estão as caixas de chegada dos circuitos

terminais. As cargas de iluminação são calculadas pela simples aplicação da fórmula que

parte da Iluminância exigida por norma, multiplicada pela área do compartimento,

obtendo-se, daí o fluxo luminoso necessário e a correspondente carga elétrica relativa à

fonte que será instalada no ponto de iluminação. Na NBR5410, há uma indicação de

cargas de circuitos de iluminação ainda baseada em lâmpadas incandescentes, que não há

mais razão de ser usada.

Um projeto de iluminação mais elaborado determina com critério a distribuição

de Iluminâncias e de localização de luminárias, que estarão iluminando cada ambiente,

podendo ter em alguns compartimentos as luminárias encaixadas em forro sob o teto, de

forma também a obedecer a algum critério de distribuição de luz, que pode ter aspectos

de decoração ou de arte. As caixas, que no projeto elétrico chamamos de pontos de luz

localizam-se no teto sobre o forro, de onde saem os circuitos que alimentam as luminárias,

que são os circuitos de iluminação. Nesse projeto, faz-se um cálculo mais apurado da

iluminação de acordo com o espaço de utilização, com as atividades realizadas nele e com

a idade de seus usuários. Os pontos de terminação dos circuitos de alimentação não

correspondem necessariamente à quantidade de pontos de luz existentes. O ideal é usar o

método dos lumens, da norma NBR 5413, que se refere à iluminância de interiores ou

através do método das cavidades zonais, ou ainda pelo método ponto por ponto, ou por

algum método de fabricante: PHILIPS, GE etc.

Cada projeto de iluminação é muito específico e deve atender às preferências e

necessidades dos proprietários do imóvel ou de seus usuários. Um projeto de iluminação

personalizado consegue levar em consideração estes fatores pessoais, mas não deve

deixar de lado a maneira mais correta e adequada de iluminar cada ambiente.

Um projeto de iluminação, também chamado de projeto luminotécnico, é a

combinação entre a iluminação artificial e a arquitetura do espaço, visando otimizar o

melhor uso das lâmpadas. A funcionalidade e a estética são os objetivos principais de um

bom projeto. Já o uso correto das lâmpadas, além de favorecer o ambiente, pode contribuir

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para a economia de energia. Ao personalizar o projeto, o profissional consegue se

aprofundar e deixá-lo mais eficiente e prático. Detalhes, como o uso de sensores,

lâmpadas LED, dimmerse a otimização da luz natural faz a diferença.

Exemplo 5.6 – Projeto de iluminação de um estabelecimento comercial.

Este exemplo mostra o projeto de iluminação referente a um estabelecimento

comercial com a planta de iluminação e lista de cargas de iluminação (lumens).

Para o projeto de iluminação é necessário especificar o espaço do ambiente a ser

iluminado, bem como o nível de iluminância desejado. Deve-se também apresentar como

resultados os tipos de lâmpadas e luminárias utilizados, seus fluxos luminosos, seus

fatores de depreciação e utilização e como estas estão distribuídos ao longo da área. Para

o projeto elétrico, seguirá a planta de distribuição de pontos de luz (Figura 4.19) e as

potências de iluminação por ponto de luz ou por ambiente (Tabela 4.7)

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Figura 4.19 - Exemplo de distribuição de pontos de luz

Fonte: a autora, 2019.

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Tabela 4-7 - Lista de carga de iluminação

Fonte: a autora, 2019

VI - Representações Parciais

As representações parciais em planta são desenhos de apoio ou auxílio gráfico

espacial ou topológico para a elaboração do traçado de linhas e circuitos. Resumem-se à

distribuição de tomadas e de iluminação.

VI.1 – Planta de distribuição de tomadas e leiaute: é a planta baixa com leiaute

do mobiliário acrescida dos pontos de tomadas TUGs e TUEs.

A distribuição de tomadas é feita com a orientação da NBR 5410, que receita a

quantidade e posicionamento das TUGs, e, também com as necessidades de TUEs,

determinadas por localizações preferenciais de determinados equipamentos e por

ocorrência de equipamentos de potências elevadas (acima de 1500 VA).

Após as determinações dos pontos de tomada em cada compartimento, de acordo

com a NBR 5410 e com a lista de cargas, deve-se realizar a planta de distribuição de

tomadas na planta baixa compatibilizada com o leiaute, utilizando os símbolos

determinados em norma. Assim, os interessados no projeto poderão avaliar a adequação

e propor alterações, principalmente os usuários da instalação. Deve-se colocar ao lado de

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cada ponto de tomada o símbolo com sua respectiva potência e número do circuito, exceto

para as TUGs9, que serão padronizadas. Também, deve se observar as plantas do projeto

arquitetônico, evitando colocar pontos elétricos em elementos estruturais (pilares ou vigas

de concreto) ou em interferência com outras instalações (por exemplo, com pontos dos

projetos de instalações telefônicas, hidráulicas, sanitárias, de combate a incêndio, de

segurança patrimonial etc.).

Na distribuição de tomadas é recomendável ouvir o proprietário ou os usuários,

no sentido de atender a algum desejo particular. Há que se prever a localização de tomadas

sobre as eventuais bancadas de trabalho ou de pias existentes em copas, cozinhas, áreas

de serviço e banheiros, além de prever a localização das tomadas de uso específico a no

máximo 1,50 m dos aparelhos de utilização.

Observar que o desenho do mobiliário sempre será em traços mais suaves que os

pontos de tomadas.

Esta planta de leiaute com tomadas deve indicar com clareza a localização das

tomadas, suas alturas e suas potências (caso estas sejam diferentes da potência

normalizada). A posição das mobílias neste leiaute auxilia a distribuição de tomadas, para

que estas estejam em posições convenientes para o proprietário.

Exemplo 6.1 - Distribuição de tomadas com leiaute residencial.

Este exemplo (Figura 4.20) ilustra uma residência tipo casa com distribuição de

tomadas (TUG e TUEs), sendo as TUEs especificadas de acordo com a potência dos

equipamentos relacionados.

9TUG - Tomada de Uso Geral. São pontos de tomadas destinados à ligação de equipamentos gerais, não

específicos, móveis ou fixos cuja corrente seja de até 10A.

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Figura 4.20 - Planta de leiaute residencial com distribuição dos pontos de tomada 1

Fonte: PEREIRA FILHO, 2018

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Exemplo 6.2 - Distribuição de tomadas com leiaute residencial.

Este exemplo (Figura 4.21) segue o mesmo do 6.1 para não ser muito repetitivo,

não será explicado mais uma vez o objetivo e para que serve essa planta.

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Figura 4.21 - Planta de leiaute residencial com distribuição dos pontos de tomada 2

Fonte: a autora, 2019.

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VI.2 – Planta de distribuição de pontos de luz e leiaute: é a planta de

iluminação compatibilizada com o leiaute do mobiliário.

O projeto de iluminação é sempre realizado com relação ao mobiliário e à

decoração do ambiente. Após o projeto de iluminação realizado deve-se realizar a planta

de distribuição de pontos de luminárias na planta baixa compatibilizada com leiaute,

utilizando-se os símbolos determinados em norma. Lembrar que os pontos de luminárias

nem sempre coincidem com os pontos de luz da planta elétrica. No caso de projeto

expedito, a preocupação de haver conflitos com o leiaute é a mesma. Assim como na

planta de distribuição de tomadas, a planta com leiaute deve ser incluída para melhor

visualização da adequação da iluminação e do comando em relação aos móveis. O

projetista deve localizar de maneira apropriada os comandos dos pontos de iluminação,

prevendo interruptores simples, duplos, triplos, paralelos, intermediários ou outros

dispositivos de comando localizados em locais estratégicos para operação fácil e

confortável.

Observar que o desenho do mobiliário sempre será em traços mais suaves que os

pontos de luz.

Exemplo 6.3 - Planta de leiaute residencial com distribuição dos pontos de

iluminação.

Este exemplo (Figura 4.22) ilustra uma residência com leiaute e distribuição dos

pontos de iluminação de acordo com o projeto de iluminância.

Esta planta de leiaute deve indicar com clareza a localização dos pontos de

iluminação da edificação, bem como seus interruptores. Deve-se indicar nos pontos de

iluminação a sua quantidade de lâmpadas e suas respectivas potências. Estas lâmpadas

devem ser projetadas para atender o nível mínimo de iluminância necessário para o

ambiente projetado. A localização dos pontos de tomada não deve estar presente nesta

planta.

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Figura 4.22 - Planta de leiaute residencial com distribuição dos pontos de iluminação

Fonte: a autora, 2019.

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Exemplo 6.4 - Planta leiaute comercial com distribuição dos pontos de

iluminação.

Este é um desenho de uma planta comercial (Figura 4.23) com distribuição de

pontos de iluminação, os traços vermelhos em cima das mesas e dos balcões são as

representações das luzes para aquele lugar, nas mesas foram escolhidas as representações

roxas para indicar outro tipo de ponto de iluminação que será utilizado.

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Figura 4.23 - Planta leiaute comercial com distribuição dos pontos de iluminação

Fonte: ArchDaily, 2017.

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VI.3 – Planta de distribuição de pontos de tomadas e pontos de luz: é a planta

baixa com os pontos de luz e tomadas, sem mobiliário, que servirá para o traçado das

linhas representativos da distribuição dos circuitos elétricos.

Após a compatibilização das distribuições de tomadas e pontos de luminárias com

o leiaute, o mobiliário é retirado graficamente e tem-se como resultante uma planta com

a distribuição dos pontos de tomadas, pontos de luz (não luminárias) e interruptores, que

será utilizada para a elaboração do traçado final. Observar que pontos de luminária é do

projeto de iluminação, enquanto pontos de luz é do projeto elétrico.

Exemplo 6.5 - Demonstração de uma planta residencial com a retirada dos móveis,

apenas com iluminação e tomada

Este exemplo ilustra uma residência com os pontos de luz e tomada sem o

mobiliário.

Esta planta de leiaute (Figura 4.24) deve indicar com clareza a localização dos

pontos de iluminação da edificação, seus interruptores e também os pontos de tomada.

Deve-se indicar nos pontos de iluminação a sua quantidade de lâmpadas e suas respectivas

potências, bem como os interruptores associados. Para as tomadas é necessário indicar

suas alturas e suas potências (caso essas sejam diferentes da normatizada). Esse leiaute

será utilizado para traçar as linhas de distribuição da fiação da instalação. Neste leiaute o

mobiliário não deve estar presente.

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Figura 4.24 - Planta com a retirada dos móveis

Fonte: a autora, 2019.

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Exemplo 6.6 - Demonstração de uma planta comercial com a retirada dos móveis,

apenas com iluminação e tomada.

Este é um exemplo de uma demonstração de uma planta comercial (Figura 4.25),

destinado a uso de escritório, apenas com tomada e iluminação. Como no exemplo 6.5 já

foi explicado o que deve ter, não será explicitado novamente aqui para não se tornar

repetitivo.

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Figura 4.25 - Planta com a retirada dos móveis

Fonte: Brainly, 2019.

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VII - Dimensionamentos de Circuitos

Entendendo dimensionamento como a determinação das dimensões de um objeto

ou componente, que definirá a sua escolha, pressupõe-se que algum cálculo ou avaliação

de conformidade seja feito anteriormente a esta determinação. Ou seja, a escolha ou

especificação de componentes nos projetos de engenharia são realizadas de acordo com

o resultado dos cálculos obtidos para determinar o valor de uma grandeza de natureza

física que estará presente nos objetos ou componentes durante o seu uso. No caso das

instalações elétricas podem ser: corrente elétrica, tensão, potência, energia ou frequência,

que serão experimentadas por condutores, isolamentos, uso de energia convertida, conta

de energia que se paga etc. Apenas como ilustração, um exemplo na engenharia civil seria

o dimensionamento da seção de uma viga a partir do cálculo do esforço sobre ela e do

vão considerado, de um traço de concreto tabelado e do uso de armadura10 padrão. O

dimensionamento é o cálculo; os parâmetros de base são o comprimento, o traço proposto

e a forma da armadura proposta. A especificação se seguirá com o resultado explicitado:

seção e material definidos.

Na prática o que se tem de dimensionamento no projeto de instalações elétricas se

refere aos cálculos das correntes nos circuitos terminais e no alimentador para o

dimensionamento da bitola dos condutores; a consulta em tabelas e normas para a

determinação dos condutores de neutro e os de proteção (PE); a avaliação por comparação

das correntes de projeto e da capacidade do condutor escolhido para a determinação da

corrente nominal do disjuntor; a avaliação da ocupação dos eletrodutos ou outro tipo de

duto das linhas pelos condutores para determinação final das linhas e o cálculo da

demanda. Esse cálculo é ponto de partida para o dimensionamento do alimentador, que

também definirá o padrão de fornecimento de energia pela concessionária, especificando

todos os componentes no quadro de medição e de entrada da energia da instalação.

A especificação posterior dos demais dispositivos será decorrente destas

especificações citadas e não dependerão de cálculos, mas sim de adequação de

conformidade. Como exemplos: a escolha do quadro de distribuição, que depende do

número de circuitos; os eletrodos de aterramento, que seguem recomendações da

concessionária e tabelas das bibliografias tradicionais e os dispositivos DR, que seguem

normas específicas.

10A armadura, segundo definição proposta por FUSCO (1975), “é o componente estrutural de uma estrutura

de concreto armado, formado pela associação de diversas peças de aço”.

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Antes do dimensionamento dos circuitos é necessário tratar alguns parâmetros de

base de forma a organizá-los para facilitar os cálculos e torná-los compatíveis com os

componentes disponíveis no mercado e com trabalhabilidade real durante a execução.

Assim sendo, deve-se fazer a lista geral de cargas (contendo os aparelhos, suas potências,

tensão e quantidade), planta baixa da área, tabela de distribuição de cargas nos

compartimentos, seguindo para se determinar a tabela de distribuição de cargas em

circuitos e a tabela final de distribuição de cargas, circuitos, condutores, disjuntores e

distribuição de circuitos nas fases.

É preciso se ater que todos os cálculos devem ser apresentados na Memória de

Cálculo e apenas seus resultados sejam apresentados, em forma de tabelas e descrições,

no Memorial Descritivo. Este Memorial deve ser lido sob caráter informativo objetivo,

de formas que o leitor, muitas vezes não acostumados com os cálculos, possa verificar o

cumprimento dos resultados do projeto em suas dimensões e uso de materiais, sem

interrupções ou necessitando de auxílio de algum ator externo ou outro material

técnico/didático. Na Memória de Cálculo são mostradas as fórmulas utilizadas e alguns

exemplos desses cálculos, para que se saiba como foram feitos e para que seja guardada

um histórico para o futuro. O formulário utilizado deve ter referência na bibliografia

específica e tradicional de instalações elétricas e de circuitos elétricos, além da

observação das prescrições da NBR 5410.

Uma sequência de ações recomendada para o dimensionamento do projeto é

apresentada a seguir.

VII.1 – Condutores: primeiramente, deve-se calcular a corrente em cada circuito

terminal a partir da distribuição de cargas nos circuitos, usando a equação P = V x I para

cada circuito. Após isso, para dimensionar os condutores corretamente deve usar a norma

NBR 5410. Para isso, deve-se determinar qual o método de instalação que será utilizado

e relacioná-lo a um dos métodos de referência definidos na NBR 5410. No caso de

residências, objeto de estudo desde trabalho, a grande maioria das instalações são

executadas com condutores isolados acondicionados em eletrodutos embutidos em

alvenaria. Entrando-se com este dado na Tabela 33 – Tipo de linhas elétricas, da NBR

5410, verifica-se que o método de referência correspondente é o ‘B1’11. Depois de ter

encontrado o tipo de instalação e a corrente deve-se procurar nas tabelas da NBR 5410 a

11B1 - condutores isolados em eletroduto de seção circular sobre parede de madeira

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bitola mais recomendada. As tabelas que devem ser consultadas são das 36 até 39,

devendo escolher o tipo de isolação e condutores.

Os valores de capacidade de condução de corrente fornecidos pelas tabelas 36 a

39 são referidos a uma temperatura ambiente de 30°C para todas as maneiras de instalar,

exceto as linhas enterradas, cujas capacidades são referidas a uma temperatura (no solo)

de 20°C. Se os condutores forem instalados em ambiente cuja temperatura seja diferente

da especificada acima, sua capacidade de condução de corrente deve ser determinada,

usando-se as tabelas 36 a 39, com a aplicação dos fatores de correção dados na tabela 40

da norma. Para calcular a corrente corrigida deve dividir a corrente de projeto pelo fator

de correção. Deve-se calcular, em seguida, a queda tensão para cada circuito pela Equação

4.1.

, (4.1)

onde: ρ é a resistividade do material aplicado, no caso, cobre (Cu); L é comprimento do

trecho entre os pontos analisados, ou seja, do QD (Quadro de distribuição) até a carga; I

é a corrente de projeto entre dois pontos de um determinado trecho e A, a seção do

condutor.

A queda de tensão provocada pela passagem de corrente elétrica nos condutores

dos circuitos de uma instalação deve estar dentro de determinados limites máximos

(critério que pode ser estabelecido pelo próprio projetista para sua exigência de qualidade)

a fim de não prejudicar o funcionamento dos equipamentos de utilização ligados aos

circuitos terminais.

Os efeitos de uma queda de tensão acentuada nos circuitos alimentadores e

terminais de uma instalação levarão os equipamentos a receber em seus terminais, uma

tensão inferior aos valores nominais. Isto é prejudicial ao desempenho dos equipamentos,

que, além de não funcionarem satisfatoriamente (redução de iluminância em circuitos de

iluminação, redução de conjugado ou impossibilidade de partida de motores etc.),

poderão ter sua vida útil reduzida.

A bibliografia tradicional recomenda determinados limites para queda de tensão:

• 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT, no

caso de transformador de propriedade da(s) unidade(s) consumidora(s), como

em indústrias ou conglomerados de lojas;

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• 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT da

empresa distribuidora de eletricidade, quando o ponto de entrega for aí

localizado;

• 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos de ponto de

entrega com fornecimento em tensão secundária de distribuição;

• 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso de grupo

gerador próprio.

• 4%, calculados a partir do quadro de distribuição até o ponto de utilização.

Em nenhum caso a queda de tensão nos circuitos terminais pode ser superior a

4%. As quedas de tensão maiores que as indicadas acima são permitidas para

equipamentos com corrente de partida elevada, durante o período de partida, desde que

dentro dos limites permitidos em suas normas respectivas.

Alternativamente, o condutor pode ser dimensionado pelo uso de equações ou

tabelas, que determinam a bitola a partir da queda de tensão escolhida ou exigida,

comparado ao condutor dimensionado pela capacidade de corrente.

Exemplo 7.1 – Exemplo de dimensionamento de um circuito

Abaixo um exemplo de dimensionamento de um circuito fictício

Para cada circuito separado, serão calculadas as correntes segundo a Equação

4.2:

𝐼 =𝑆

𝑉 , (4.2)

onde V = 127 V para circuitos monofásicos. Depois de calculadas as correntes, os

respectivos condutores serão escolhidos através da tabela de capacidade de corrente dos

condutores de diferentes seções.

Os resultados obtidos aplicando esta fórmula se encontram na Tabela 4.8:

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Tabela 4-8 – Distribuição de circuitos

Circuito Potência (VA) Corrente do Projeto (A)

1 112 0.88

2 85 0.67

3 97 0.76

4 4500 35.43

5 1600 12.6

6 1600 12.6

7 1600 12.6

8 1400 11.02

9 1000 7.86

10 2000 9.09

11 1100 8.66

12 1200 9.45

13 1200 9.45

14 1300 11.02

Fonte:a autora, 2019

Utilizando estes valores calculados e uma tabela de capacidade máxima de

corrente por seção para condutores de cobre com isolamento de PVC (método de

instalação B1), tem-se os condutores para os circuitos, mostrados na Tabela 4.9:

Tabela 4-9 – Distribuição dos circuitos com os seus condutores

Fonte: a autora, 2019

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Verificação da queda de tensão

Para os circuitos de TUG e de iluminação o cálculo é realizado primeiro para o

pior caso. Caso não haja queda acima dos limites, não há necessidade de calcular a

queda para os demais circuitos.

Para o cálculo, serão utilizadas as Equações 4.3 e 4.4:

𝑉 = 𝑅 × 𝐼, (4.3)

𝑅 = (𝜌 × 𝑙) 𝐴⁄ , (4.4)

onde 𝜌é a resistividade do cobre, l o comprimento do condutor e A é a seção reta do

condutor, em metros.

Considere o circuito da figura abaixo como sendo o circuito que representa o pior

caso em uma determinada instalação: maior distância e maior potência.

O circuito consiste em 2 tomadas de 600VA e uma tomada de 100VA, localizadas

em pontos diferentes da cozinha. Como há uma ramificação no circuito, será utilizado o

diagrama da Figura 4.26 para o cálculo da queda de tensão.

Figura 4.26 – Exemplo de diagrama de circuito

Fonte: a autora, 2019.

Os 3 metros foram adicionados para compensar as descidas dos condutores e

eventuais curvaturas na trajetória.

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Como as quedas de tensão de 2,2V e 1,6V da Equação 4.5 são menores que os

2,54V permitidos por norma, não há necessidade de se trocar o condutor do circuito.

VII.2 – Proteção: o primeiro passo para dimensionar o disjuntor geral do quadro

de distribuição de uma instalação, é ter as potências instaladas em cada circuito e quais

os tipos de cargas. É importante que as cargas estejam divididas em circuitos, e que as

cargas que possuam uma corrente nominal maior que 10A estejam em circuitos separados,

como solicita a NBR5410 – Instalações elétricas de baixa tensão.

Deve-se calcular o fator de demanda12 para o alimentador, enquanto para os

circuitos terminais não se usa fator de demanda. Assim, encontra-se a demanda total,

quando for o caso, e com isso calcula-se a corrente total, podendo escolher o disjuntor

adequado. Para escolher o disjuntor correto deve-se recorrer a seguinte conta: IB < IN <

IZ, onde IB é a corrente de projeto do circuito ou do alimentador; IN é a corrente nominal

do dispositivo de proteção; IZ é a capacidade de condução de corrente dos condutores.

Lembrando mais uma vez que os cálculos devem vir na memória de cálculo e

apenas sua especificação no Memorial descritivo.

Exemplo 7.2 –Exemplo de dimensionamento de um disjuntor.

O exemplo abaixo é para o dimensionamento de um disjuntor conforme os

cálculos do exemplo 7.1

12Fator de Demanda é a razão entre a Demanda Máxima atingida na instalação e a Carga Instalada

(4.5)

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A escolha de cada um dos disjuntores para os circuitos é realizada através da

verificação da corrente de projeto, tendo que respeitar a Inequação 4.6:

𝐼𝑝 ≤ 𝐼𝑑 ≤ 𝐼𝑐 , (4.6)

onde Ip representa a corrente de projeto, Id representa a corrente nominal do disjuntor

e Ic representa a corrente nominal do condutor. O disjuntor é então arbitrado

respeitando a inequação acima. A tabela 4.10 apresenta os valores nominais dos

disjuntores escolhidos para os circuitos do exemplo 7.1.

Tabela 4-10–Distribuição dos circuitos com os seus valores

Fonte: a autora, 2019.

VII.3 – Dutos: são os dispositivos de apoio ou suporte dos condutores das linhas

elétricas

Existem diversos métodos de instalação de circuitos, que variam desde condutores

abertos com apenas algumas estruturas de amarração e suporte, ou estruturas de

condutores contidos em tubos. A estrutura utilizando tubos é a mais comum nas

instalações prediais e, estes tubos, podem ser sólidos ou flexíveis corrugados, e seus

materiais vão desde PVC até metal, dependendo das especificidades da instalação. As

estruturas podem também ser sobrepostas às paredes, deitadas em camas ou bandejas,

penduradas em canaletas verticais, porém, o mais comum nas instalações prediais é que

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estas estejam embutidas na alvenaria ou no concreto. A Tabela 33 da NBR5410 ilustra os

diferentes métodos de instalação, bem como seu dimensionamento.

A área máxima a ser utilizada pelos condutores nos eletrodutos, incluído

isolamento, deve ser de: 53% no caso de um condutor; 31% no caso de dois condutores;

40% no caso de três ou mais condutores. Para determinar o diâmetro do eletroduto e,

assim, escolher a seção comercial mais adequada para a sua situação, o cálculo pode ser

feito, com o auxílio da Equação 4.7.

, (4.7)

onde: Di: diâmetro interno do eletroduto (mm); ∑Acond:é soma das áreas externas dos

condutores a serem instalados (mm²); f: é o fator preenchimento e vale 0,53 no caso de

um condutor; 0,31 no caso de dois condutores; e 0,40 no caso de três ou mais condutores.

VII.3 – Outros itens: o restante dos componentes é dimensionado

dependentemente dos condutores, disjuntores e eletrodutos.

Começando pelo quadro de distribuição, ele é dimensionado e especificado pelo

número de circuitos ou disjuntores, de barras e barramentos que ele comportará no seu

interior, confundido até com sua especificação.

O barramento, caso haja no quadro de distribuição, deve ser dimensionado pela

corrente do alimentador.

A barra de neutro também deve ter a mesma dimensão e a barra de proteção é de

dimensão padrão do QD.

As caixas de passagem dependem do número de eletrodutos ou outro tipo de duto

que se entroncam nela. Nos prediais com eletrodutos embutidos normalmente adotam-se

caixas oitavadas (ou octavadas) altas (ou fundas), próprias para lajes, localizadas nos

pontos de luz, permitindo-se até 5 eletrodutos, de formaexterna, atrelados nelas. Outras

caixas de passagem podem estar presentes, com formas quadradas ou retangular,

dependendo da necessidade de facilitação da enfiação.

As caixas de interruptores e tomadas podem ser de medida 2x4 ou 4x4, em

polegadas, dependendo da quantidade de dispositivos instalados ou da quantidade de

condutores que residem nela. Podem ser maiores também, em casos muito especiais.

Interruptores e tomadas são dimensionados e mostrados na planta de traçado.

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Os pontos de luz podem ser dimensionados, caso haja alguma requisição de

colocação de iluminação mínima. Será trivial o dimensionamento: receptáculos de louça

com rosca, sem necessidade de dimensionamento de corrente.

VIII - Especificações

Como explicado na parte VII, as especificações são decorrentes do

dimensionamento, e se fundamentam em parâmetros de base e nos resultados do

dimensionamento. Os parâmetros de base se referem à tensão e frequência da rede, apenas

se decide entre tensão fase-neutro e tensão fase-fase para os circuitos, além de

características de componentes elétricos previamente escolhidos por razões estéticas, por

se tratar de alguma aplicação especial ou por exigência da ocorrência de alguma

influência externa.

VIII.I – Condutores: os mais usados em BT são de cobre e alumínio. O cobre é

um metal muito dúctil e maleável, além de ser um excelente condutor elétrico, uma vez

que a eletricidade que flui por meio dos fios de cobre encontra muito menos resistência

do que em fios de alumínio ou aço de mesmo diâmetro. Assim, é muito utilizado

em instalações domésticas e urbanas, porque numa instalação elétrica ou em qualquer

tipo de trabalho, os condutores sofrem inevitáveis dobramentos, além disso, os condutores

de cobre são mais resistentes à oxidação e corrosão galvânica13. O alumínio, por sua vez,

é um material que apresenta uma baixa resistência mecânica e grande ductilidade e

maleabilidade. Ao resistir melhor à deformação e ter metade do peso do cobre, o alumínio

tem sua principal aplicabilidade em redes de transmissão e distribuição. Dessa forma, é

possível construir torres menos robustas com maior espaçamento entre elas.

Exemplo 8.1 – Especificação de um condutor.

Este exemplo mostra como vem uma especificação de um condutor em um

Memorial Descritivo.

Os condutores devem ser em cobre e classe de tensão 0.6/1 KV. Quanto ao tipo

de isolamento, este deverá ser em PVC 70ºC.Os condutores do ramal de entrada (fases

13A Corrosão Galvânica é um processo eletroquímico no qual um metal corrói preferencialmente a outro,

quando ambos se encontram com contacto elétrico e na presença de um eletrólito.

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+ neutro), como já mencionado, devem ser cabos de cobre (1 x 35 mm2), com isolação

PVC 70ºC. O condutor de proteção14deve ser de Cu, com área de seção de 16mm² e

isolação PVC 70º C.

VIII.2 – Eletrodutos: podem ser metálicos ou isolantes. Podem ser ainda

magnéticos ou não magnéticos e segundo a IEC – Comissão Eletrotécnica Internacional,

eles se classificam em rígidos, curváveis, transversalmente elásticos e flexíveis. Nas

instalações elétricas abrangidas pela NBR 5410 só são admitidos eletrodutos não-

propagantes de chama. As dimensões internas dos eletrodutos e de suas conexões devem

permitir que, após montagem da linha, os condutores possam ser instalados e retirados

com facilidade.

Exemplo 8.2 – Eletrodutos em Memorial Descritivo de Edificação Escolar.

Na verdade, não há diferença entre eletrodutos para edificação residencial,

escolar, comercial ou industrial. Sendo todas elas feitas ao modo de instalações prediais,

todo o tipo de solução é válido. Não obstante, que em uma instalação industrial não se

misture as maneiras de instalar predial com as industriais.

Nos locais indicados no projeto, os condutores elétricos serão protegidos por

eletrodutos de seção circular e executados obedecendo aos critérios de norma e

determinações dos fabricantes. Todos os eletrodutos serão instalados de modo a

constituírem uma rede contínua de caixa a caixa, luminária a luminária, no qual os

condutores possam a qualquer tempo ser enfiados e removidos sem prejuízo para o

isolamento. Quando embutidos em laje ou parede, deverão ser mantidas a 40 mm da

superfície, disposto de maneira a não reduzir a resistência da estrutura. As ligações e

emendas entre si ou as curvas, serão executadas por meio de luvas rosqueadas que

deverão aproximá-los até que se toquem. TIPO ELETRODUTO: PVC - Serão do tipo

rosqueavel, com rosca nas duas pontas. As luvas e curvas serão do mesmo material. Foi

adotado como seção mínima o eletroduto de bitola igual a 20mm ou ¾”. Poderá ser

utilizado eletrodutos flexíveis, porém deve-se garantir que sejam antichamas. BUCHAS

E ARRUELAS - Serão em liga de alumínio, com diâmetros compatíveis ao dos

eletrodutos.

14O condutor de proteção é utilizado para conduzir correntes de fuga ou de falta para o eletrodo de

aterramento, bem como promover a equipotencialização entre massas metálicas e a instalação elétrica.

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Todos os eletrodutos serão em PVC certificados pelo INMETRO. Onde não

houver indicação em planta terão diâmetro 3/4” e nas linhas em que o diâmetro for

diferente serão denotados junto ao traçado, podendo ser de 1” ou 1,5”.

Exemplo 8.3 – Eletroduto em Memorial Descritivo de Indústria.

É mais comum encontrar-se eletrodutos metálicos aparentes em instalações

prediais industriais.

Os eletrodutos quando aparentes na subestação serão de ferro galvanizado,

quando embutidos ou enterrados serão de PVC rígido antichama, rosqueáveis e fixos às

caixas com buchas e arruelas galvanizadas. A bitola mínima a ser utilizada será de 20mm

(3/4”). Onde não houver indicação em planta terão diâmetro 3/4″ e nas linhas em que o

diâmetro for diferente serão denotados junto ao traçado, podendo ser de 1” ou 1,5″.

Exemplo 8.4 - Eletroduto em Memorial Descritivo Residencial.

Neste exemplo é somente especificação do ramal de entrada.

Deve ser utilizado eletroduto não propagante de chama, resistente a UV,

conforme especificações da NBR 5410, de PVC rígido de seção 2″ para os ramais de

entrada e ligação. O condutor do ramal de entrada deve ser protegido por eletroduto

rígido em PVC do limite da propriedade até a medição.

VIII.3 – Tomadas (Figura 4.27): são os pontos de conexão que fornecem a

energia elétrica para um plugue de pinos conectados a ela e cuja extensão de fio leva ao

aparelho de utilização que se deseja suprir de energia. Segundo a NBR14136, o padrão

brasileiro de tomadas possui 3 terminais cilíndricos, onde o pino central é o pino de terra.

Embora normatizada em 3 pinos, ainda é bastante comum encontrar no Brasil tomadas

com padrão de dois pinos, sejam estes pinos chatos ou pinos circulares. Outros tipos de

tomadas, como a trifásica, são utilizados em setores específicos, como indústrias e

fábricas.

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Figura 4.27 – Exemplo de tomada

Fonte: Telhanorte, 2019.

Exemplo 8.5 - Especificação de tomada.

O exemplo dispensa comentário.

Tomadas Para a alimentação dos equipamentos elétricos de uso geral foram

previstas tomadas de força do tipo universal 2P+T (20/250V). A NBR14136 normalizou

o padrão de tomadas para usos domésticos e análogos em tomadas do tipo 2P+T

(20A,250V) em corrente alternada, o detalhamento das aplicações se encontra na

NBR6147. Para a alimentação de microcomputadores e equipamentos eletrônicos

sensíveis, foram previstos circuitos exclusivos, sendo que suas tomadas serão do tipo

2P+T (15A/250V). Para a alimentação dos equipamentos de ar condicionado de janela

foram previstas tomadas de força 2P+T (15/250V) três pinos chatos. Todas as tomadas

deverão ser conforme as normas NBR e possuir certificação de produto.

Exemplo 8.6 - Especificação de tomada.

O exemplo dispensa comentário.

Serão instaladas tomadas monofásicas 2P+T (20A-127V), padrão NBR 14136,

em caixas de passagens embutidas 2x4” ou 4x4”, conforme indicadas em projeto.Ref.

PIAL ou equivalente. Todas as tomadas deverão ficar a 0.30 m do piso acabado, tendo a

sua face maior na vertical. Quando instalado ao lado de portas, deverá ter 0.10 m a

contar da guarnição, conforme Figura 4.28. As tomadas serão aparentes, e devem ser

utilizados eletrodutos de PVC rígido, rosqueável; e com os pontos utilizando os

conduletes compatíveis com o fornecedor que for adotado para o perfeito encaixe e

acabamento da instalação

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Figura 4.28 - Alturas recomendadas para tomadas pela ABNT

Fonte: Instazu, 2019.

VIII.4– Interruptor: é o dispositivo que serve para ligar e desligar uma carga,

acionar ou interromper a alimentação de um circuito e uma carga suprida de energia pelo

circuito.

São usados nas entradas de rede, em pontos intermediários, nas entradas de

aparelhos e máquinas, ou melhor, em tudo onde se faz necessário o comando de ligar ou

o desligar a energia elétrica da carga.

Existem interruptores simples para comando de iluminação e pequenos aparelhos

eletrodomésticos e outros especiais, que se destinam a proteger circuitos e instalações,

podendo ser acionados sob condição mais severas de carga.

No caso de instalações elétricas prediais, os interruptores considerados são os mais

simples e de baixa corrente elétrica.

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Devem ser especificados como mostrado nos exemplos que seguem.

Exemplo 8.7 – Especificação de interruptor.

A Figura 4.29 mostra a especificação de interruptores usados em circuitos prediais

para pequenas cargas de iluminação.

Os interruptores utilizados nos circuitos de iluminação deverão ter as seguintes

características nominais: 10A/250V e estarem de acordo com as normas brasileiras.

Serão dos tipos simples, duplo, bipolar, triplo, paralelo.

Figura 4.29 - Principais tipos de interruptores

Fonte: Mundo da elétrica, 2019.

Exemplo 8.8 - Especificação de interruptor especial.

O exemplo mostra a necessidade de especificação de interruptores especiais em

edificações prediais, como sensores de movimento.

Para essa edificação, foram incluídos interruptores especiais, mais

especificamente, interruptores com sensor de movimento, O sensor de movimento

funciona a partir de um elemento de radiação infravermelho que capta a variação de

temperatura, acionando a carga. Portanto quando uma pessoa passa por esse sensor, ele

percebe essa variação de temperatura e liga a lâmpada. Por isso, foram utilizados tais

interruptores nos corredores de todos os andares do prédio e no Hall, visto que, gera

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uma economia de energia evitando que a iluminação fique acesa nos momentos em que

não possui pessoas no local.

VIII.5 – Disjuntor: O disjuntor é um dispositivo eletromecânico que tem a

função de proteger as instalações elétricas. Assim que a corrente elétrica que passa por

ele ultrapassa o seu valor nominal, ele interrompe o circuito impedindo o fornecimento

de energia para as cargas do circuito, evitando assim que elas e o circuito danifiquem.

Existem três principais especificações de disjuntores são eles: térmico, magnético

e termomagnéticos. Os térmicos são usados como proteção do sistema elétrico contra

sobreaquecimentos provocados por sobrecargas prolongadas, enquanto os magnéticos são

usados na proteção contra curto-circuito e a substituição de um fusível. Já os

termomagnéticos, conhecido também como magneto térmicos, são utilizados para

proteger contra sobrecargas e curtos-circuitos.

Exemplo 8.9 – Especificação de disjuntor.

Os disjuntores em geral são de especificações simples, onde se aponta o tipo, a

corrente nominal e a capacidade de interrupção, que é um padrão dado pelo fabricante.

Porém, outras especificações devem ser estabelecidas para aplicações que fogem aos

circuitos simples de iluminação e tomadas de pequenos aparelhos eletrodomésticos em

condições usuais de aplicação (linhas aparentes ou embutidas de pequenas cargas

prediais).

Os disjuntores usados deverão ser do tipo termomagnético (disparo para

sobrecarga e curto-circuito), com curva característica tipo “C” (5 a 10 x In), tensão

nominal máxima de 440 V, capacidade máxima de interrupção de pelo menos 10kA,

corrente nominal de acordo com os quadros de carga. A proteção dos circuitos

localizados em áreas úmidas (banheiros e copa com cubas, etc.) deverá ser realizada

através de disjuntores termomagnéticos com dispositivo diferencial residual (DR), com

corrente nominal conforme os quadros de carga, corrente diferencial residual máxima

de 30mA, bipolar tetrapolar, conforme o caso. Os equipamentos elétricos como

chuveiros, a serem instalados deverão ter sua resistência interna blindada para evitar

fugas indesejáveis à terra o que ocasionaria a abertura do dispositivo DR.

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IX - Informações Acessórias

Muitas informações que estão associadas ao projeto de instalações não são

obrigatórias de estarem no Memorial Descritivo. Ou seja, não há necessidade delas para

que seja possível desenvolver o projeto de forma clara e funcional. Entretanto, muitas

delas auxiliam a compreensão do projeto e ajudam também na execução da instalação,

quando o eletricista ou técnico executor apresenta dúvida em relação a algum item. Essas

informações extras podem vir em forma textual ou de algum desenho complementar. É o

caso dos diagramas unifilares, ou dos quadros de recomendações, que podem ser usados

impressos e afixados nos quadros de comando dos circuitos. Muitos desses objetos de

informações acessórias aparecem comumente em projetos de instalações, outros

aparecem raramente e, ainda podem surgir novas formas em cada projeto novo, onde o

projetista enxergar a necessidade de criar algum, para se esclarecer melhor e tornar a

execução mais eficaz e a instalação mais segura. Alguns deles são relacionados a seguir.

IX.1 – Diagrama unifilar: é um diagrama que representa cada linha elétrica por

um traço singular desenhado, acompanhado da simbologia de identificação de número de

fases, número de circuito, função dos condutores presentes, bitola de dutos, disjuntor de

proteção, com seu valor de corrente nominal, além da denominação e especificação da

carga a que a linha se destina. Representa-se também os barramentos de onde se originam

as linhas, usando a mesma simbologia das linhas, além dos disjuntores gerais de entrada

dos barramentos.

O diagrama pode ser desenhando na planta baixa (planta arquitetônica) ou na de

traçados, podendo também ser desenhado em uma prancha específica e incluído no

Memorial Descritivo. Ele apresenta os dispositivos contidos nas linhas e indica o destino

dos condutores em suas posições físicas relativas, apesar de ser em uma representação

bidimensional. Não é representado com clareza neste diagrama o funcionamento da

instalação, pois não permite visualizar em detalhes o percurso da corrente elétrica. A

prática adquirida com o tempo na leitura deste tipo de diagrama proporciona ao eletricista

saber interpretar com facilidade uma instalação elétrica e sem o auxílio de outros

diagramas ou planta de traçados. Em algumas instalações, onde a distribuição das linhas

segue flexível sobre teto rebaixado, podendo até ser modificada facilmente ao longo do

tempo de uso, por ser executada por dutos soltos sobre o forro ou pendurados por fios de

arame galvanizados embuchados e parafusados no teto de laje, não se projeta o traçado

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dos circuitos terminais, deixando para o eletricista ou técnico executor escolher os

melhores caminhos para os circuitos terminais. Nestes casos, o diagrama unifilar passa a

ser uma necessidade, devendo ser utilizado junto com a planta de distribuição de pontos

de luz e tomadas, identificando e definindo fisicamente os circuitos e as cargas que os

circuitos alimentam, bem como disjuntores e condutores, que ficam representados nele.

Exemplo 9.1 – Diagrama unifilar de uma instalação residencial.

A Figura 4.30 contempla um diagrama unifilar e o seu traçado correspondente

Um diagrama unifilar (Figura 4.31) de uma instalação deve conter informações

sobre os circuitos da instalação, o número de condutores das mesmas e a bitola destes

condutores. O diagrama deve também indicar os disjuntores utilizados para cada circuito,

incluindo o disjuntor geral. O diagrama é uma forma mais limpa de se observar as

informações contidas na planta de traçado.

Figura 4.30 - Traçado de diagrama unifilar

Fonte: a autora, 2019.

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Figura 4.31 - Diagrama unifilar para residência

Fonte: a autora, 2019.

Exemplo 9.2 – Diagrama unifilar um estabelecimento comercial, sem planta de

traçados.

A Figura 4.32 contempla uma planta de distribuição de iluminação e tomadas de

uma edificação comercial sem traçados e um diagrama unifilar que substitui o traçado

Um diagrama unifilar de uma instalação (Figura 4.33) deve conter informações

sobre os circuitos da instalação, o número de condutores das mesmas e a bitola destes

condutores. O diagrama deve também indicar os disjuntores utilizados para cada circuito,

incluindo o disjuntor geral.

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Figura 4.32 - Planta de distribuição de iluminação e tomadas sem traçados

Fonte: Brainly, 2019.

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Figura 4.33 - Diagrama unifilar

Fonte: Mundo da elétrica, 2019.

IX.2 – Ilustrações da concessionária: são os desenhos ilustrativos da forma ou

tipo de fornecimento da energia à edificação ou desenho de algum detalhe específico do

aterramento ou de algum componente especial sugerido pela concessionária. Seguem

alguns exemplos.

Exemplo 9.3 – Entrada individual aérea até 38 kva (100 amperes) - retirado da

Recon BT

A Figura 4.34 indica o leiaute, componentes e conexões presentes no circuito de

entrada da instalação. Podendo o padrão e componente diferirem dependendo do tipo de

instalação e da concessionária contratada.

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Figura 4.34 - Esquemático do padrão de entrada

Fonte: Recon BT- light

Exemplo 9.4 – Diagrama elétrico monofásico

Este exemplo mostra o diagrama elétrico monofásico da entrada individual até 30

kVA

A Figura 4.35 ilustra a conexão elétrica do relógio de entrada da instalação para

consumidores monofásicos, bem como o disjuntor de proteção. Ele deve demonstrar

claramente as ligações elétricas entre os componentes presentes. O diagrama pode diferir

dependendo da concessionária contratada.

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Figura 4.35 - Diagrama elétrico monofásico

Fonte: ReconBT

Exemplo 9.5 – Fornecimento de energia chegando a uma residência

A Figura 4.36 mostra o fornecimento da concessionária chegando em uma

residência, mostrando o ramal de ligação, quadro de distribuição da casa, circuitos

terminais, medidor, circuito de distribuição e o aterramento

Figura 4.36 - Fornecimento de energia chegando a uma residência

Fonte: ELEKTRO; PIRELLI (2003).

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IX.3 – Quadros Alimentadores e de Distribuição: são os quadros dos quais

partem um ou mais circuitos alimentadores e/ou circuitos terminais.

A origem da instalação elétrica da edificação é no Quadro de Medição, onde se

encontra o medidor da concessionária e o disjuntor geral, de onde sai o alimentador geral

ou principal, que termina em um Quadro de Distribuição. Em instalações industriais ou

em grandes edificações de condomínios, como em um shopping center ou um grande

edifício de muitos andares, o medidor pode estar amarrado a um barramento na

subestação, mas a situação elétrica é a mesma.

Dependendo das dimensões da edificação, o projetista pode determinar a

utilização de Quadros de Distribuição Secundários, onde chegam alimentadores

secundários, com origem no Quadro de Distribuição principal. Outros motivos podem

levar também a esta decisão, como a existência de cargas muito elevadas e fora do centro

de carga da edificação.

Dos quadros de distribuição saem os circuitos terminais, mas quando há quadros

secundários, do quadro principal podem sair alimentadores secundários e circuitos

terminais.

Os quadros de distribuição deverão ser localizados preferencialmente no Centro

de Carga da instalação, que deverá ser definido como o ponto ou região onde se

concentram as maiores potências. Entretanto, a localização dos quadros deve também

atender a outros critérios, tais como facilidade de acesso, funcionalidade, estética e

segurança, que deverão ser considerados conjuntamente para obter-se a melhor solução.

Normalmente fica atrás de porta de cozinha ou nos corredores.

A representação dos quadros é feita através de barramentos nos diagramas

unifilares e trifilares, que também representa circuitos terminais e alimentadores geral e

secundários, porém, é importante retratar fisicamente os quadros de distribuição

internamente e externamente.

Exemplo 9.6 – Diagrama unifilar ilustrativo da representação de quadros por

barramentos.

O diagrama unifilar serve também para mostrar o arranjo do circuito e ser

utilizados na montagem dos disjuntores e conexão dos circuitos no quadro de distribuição.

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O diagrama unifilar do quadro deve ilustrar os circuitos, seus respectivos

disjuntores e suas potências projetadas, como Figura 4.37. Também deve indicar os

pontos de aterramento e se os circuitos são monofásicos, bifásicos ou trifásicos.

Figura 4.37 - Quadros por barramentos

Fonte: a autora, 2019.

Exemplo 9.7 – Aspectos interno e externo de um quadro de distribuição

residencial.

Um quadro de distribuição (Figura 4.38) deve ser projetado respeitando a

acessibilidade de todos os componentes instalados, permitindo que seja feita uma fácil

identificação dos mesmos e especificado espaços para disjuntores futuros no caso de um

eventual aumento na demanda, sendo estes definidos por norma segundo a NBR5410.

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Figura 4.38 - Quadro de distribuição

Fonte: ABNT, 2014

A parte externa de um quadro de distribuição (Figura 4.39) deve ser projetada

para oferecer fácil acesso ao acionamento dos disjuntores, bem como oferecer segurança

para quem opera, isolando as partes vivas das teclas de comando.

Figura 4.39 - Quadro de distribuição

Fonte: a autora, 2019.

A parte interna do quadro de distribuição (Figura 4.40) é projetada de modo a

possuir uma visualização clara dos barramentos e de suas conexões com os disjuntores,

além de permitir que todas as conexões e montagens sejam feitas de forma confortável.

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Figura 4.40 - Quadro de distribuição de força

Fonte: Soluções industriais, 2019.

Exemplo 9.8 – Diagrama de conexões de quadro de distribuição.

Este exemplo mostra o diagrama de conexões de quadro de distribuição.

O diagrama de conexões de um quadro de distribuição (Figura 4.41) é um

diagrama elétrico com a função de indicar os contatos existentes em um quadro de

distribuição, entre os disjuntores e as fases/barramentos. O diagrama deve ser capaz de

indicar claramente a corrente do disjuntor, seu circuito associado e as fases ao qual o

mesmo está conectado.

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Figura 4.41 - Quadro de distribuição (montagem)

Fonte: PEREIRA FILHO, 2018.

IX.4 – Quadro de informações: são informações sobre os circuitos da instalação

apresentadas sob forma de tabelas, de diagramas ou quadro gráfico, que servem para a

orientação do instalador na montagem do quadro e para o usuário operar os comandos da

instalação sem riscos em caso de emergências ou necessidade de desligamentos manuais

de alguns circuitos, seja para troca de componentes ou para alguma verificação técnica.

Estes quadros também podem servir para avisos de segurança no uso das instalações, não

só em quadros de distribuição, mas em outras estruturas de passagem de condutores ou

locais de conexões.

Seguem alguns exemplos de quadros ou cartazes de informações das instalações

elétricas. A Figura 4.42 engloba 3 tipos de cartazes e a Figura 4.43 outros.

(i) cartaz colado na porta (dentro ou fora) de quadro de distribuição para identificar

a relação dos disjuntores com circuitos que comandam e protegem.

(ii) mesmo tipo de cartaz relacionando circuitos com os setores supridos de

energia por eles.

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(iii) instruções para religamento, quando disjuntor geral desarmar.

(iv) outros

Figura 4.42 - Mostrando I, II e II

Fonte: a autora

Figura 4.43 – Relacionado ao IV

Fonte: Silveira, 2019.

IX.5 – Lista de material: nada mais é que: medir, contar, somar e relacionar todo

o material a ser empregado e que aparece representado na planta residencial.

A lista de material pode ser montada à medida que se vai definindo os detalhes do

projeto, ou seja, a cada ação ou passo do projeto, verifica-se os componentes relacionados,

especificando e contando os mesmos. Há itens que se conta diretamente, como

interruptores, tomadas, caixas de passagem, buchas, arruelas, disjuntores, quadros de

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distribuição, eletrodos de aterramento, etc. Outros dependem de medição, como os

condutores e dutos (eletrodutos).

Para se determinar a medida dos eletrodutos e fios deve-se medir diretamente na

planta os eletrodutos representados no plano horizontal e somar, quando for o caso, os

eletrodutos que descem ou sobem até as caixas. Essas medidas do eletroduto no plano

horizontal são feitas com auxílio de uma régua ou ferramenta de medição de comprimento

no software de desenho utilizado. Pode ser apresentado no Memorial, ou em anexo junto

com o orçamento.

A lista de materiais necessários levantada para qualquer projeto de instalação deve

ser feita levando em consideração as exigências do projeto, os materiais empregados

devem ser de alta qualidade e atendendo todas as exigências da norma NBR 5410 e da

concessionária local.

Exemplo 9.9 – Lista de material para construção residencial:

A Figura 4.44 contempla lista de material para uma construção residencial.

A lista tem o propósito de organizar e ilustrar a quantidade de materiais

necessários para realizar a instalação. A lista é útil não só para o cliente, como também

para o projetista, pois o detalhamento da lista de materiais facilita a criação do orçamento.

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Figura 4.44 - Lista de material

Fonte: ELEKTRO; PIRELLI, 2003.

IX.6 – Diagrama trifilar:é um diagrama de circuitos terminais ou alimentadores

em que todos os condutores das 3 fases e neutro, além do condutor PE, são representados

explicitamente.

O diagrama trifilar é representado quando há necessidade de mostrar diferenças

de funcionamento ou de utilização entre condutores das fases, ou mesmo de forma

complementar para melhorar a compreensão do sistema, quando houver possibilidade de

não atendimento funcional por parte de um diagrama unifilar.

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Exemplo 9.10 – Diagrama trifilar de suprimento de energia de um prédio de

apartamentos.

É um diagrama elétrico a três fios que representa a entrada da energia no quadro

de distribuição, conforme Figura 4.45.

Figura 4.45 - Diagrama unifilar

Fonte: a autora, 2019.

X - Representação Final

Um projeto de instalações elétricas quando apresentado como um Memorial

Descritivo incorpora uma quantidade considerável de detalhes e pode ser usado de forma

confiável para a execução da instalação. Porém, não há melhor forma de representação

espacial do que o uso de desenhos e plantas, que permitem ao instalador visualizar de

forma global e abrangente a maior parte dos detalhes dos circuitos e sua funcionalidade

no suprimento de energia às cargas. Nesse sentido o diagrama de traçados, ou planta de

traçados, é a melhor representação gráfica daquilo que foi concebido e desenvolvido

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como o projeto de instalações elétricas. É a representação gráfica final da instalação

elétrica.

Ainda que somente o diagrama de traçados das linhas não seja suficiente para

informar todos os detalhes da instalação, como é feito pelo uso do Memorial Descritivo,

ele permite a um experiente técnico instalador executar uma instalação elétrica de forma

correta e em concordância com a grande parte dos quesitos do projeto representado pelo

Memorial. Faltarão alguns itens do Memorial, mas não significará que a instalação

executada estará errada. Não será exatamente o projeto do Memorial, mas será próximo,

porque os traçados representam a instalação elétrica como um todo. Por outro lado, não

incluir o diagrama de traçados no Memorial tornaria a execução das linhas algo muito

sacrificante.

O diagrama de traçados define as principais partes do sistema elétrico permitindo

identificar o número de circuitos, de condutores, os eletrodutos, a distribuição e as

potências dos circuitos, os interruptores, as tomadas, a iluminação, etc. O diagrama de

traçados é tão abrangente em informações, que é até possível apresentar um projeto

usando apenas ele, com mais informações incluídas em legendas explicativas nos espaços

da prancha desenhada. Apesar disso, o Memorial Descritivo ainda é mais completo

Esse diagrama indica a localização de todos os componentes da instalação e o

trajeto das linhas e condutores é representado por um único traço, acompanhado de

simbologia definidora de circuitos e funcionalidade dos condutores.

X.1 – Diagrama de traçados: é o diagrama que representa os caminhos das linhas

(dutos e condutores) e serve para o instalador executar a instalação, ou seja: instalar o

quadro de distribuição (QD) e os dutos, colocar os condutores nos dutos, instalar os

disjuntores no quadro e fazer todo o fechamento de conexões dos circuitos nas caixas de

passagem, nos disjuntores, nos dispositivos de tomadas e interruptores. Lembrando que

os dutos podem ser eletrodutos já embutidos na laje e nas paredes de alvenaria, instalados

como parte da obra civil.

Para o traçado do diagrama utiliza-se a planta de distribuição de pontos de luz e

tomadas. Inicia-se pelo posicionamento do quadro de distribuição, que deve ficar o mais

próximo do centro de cargas, mas sem que o alimentador fique muito comprido para não

produzir queda de tensão elevada. Ou seja, local onde haja grande concentração de

equipamentos de potências elevadas, como por exemplo: cozinhas, áreas de serviço,

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banheiros e ambientes onde possam existir aparelhos de ar condicionado. Deve ser

também um local de fácil acesso, ou seja, ambiente de serviço ou circulação.

A chegada do alimentador do quadro deve ser representada no diagrama. Em

seguida, traçam-se as linhas que encaminharão os circuitos de iluminação, saindo do QD

e chegando nos pontos de luz mais próximos. Busca-se aí formar quantidade de caminhos

suficiente para promover leveza na instalação (dutos não muito cheios e caminhos

suficientes para alcançar todos os pontos da instalação). Na prática, recomenda-se que os

dutos não sejam ocupados por mais de 8 condutores vivos e que cada caixa de passagem

no teto (ponto de luz) não tenha mais que 4 dutos chegando nela. Entretanto, deve-se

observar a taxa de ocupação recomendada por norma. Dos pontos primeiros pontos de

luz, encaminha-se as linhas para outros pontos mais afastados, percorrendo e interligando

todos os compartimentos. Deve-se ter cuidado para não criar caminhos redundantes ou

em anel. Depois, traça-se as linhas para as tomadas de uso geral a partir dos pontos de luz

e em seguida as linhas para circuitos de tomadas de uso específico. Marca-se então nos

traços a simbologia de funcionalidade dos condutores (fase, nutro e retorno), número dos

circuitos pertencentes às linhas e diâmetro do duto. Observar que os pontos de luz e as

tomadas, quando fugirem de uma indicação padrão, já possuem indicações de potências

e circuitos que os alimentam, faltando a simbologia de comando dos interruptores. Por

indicação padrão, entende-se um valor de potência que é considerado para o conjunto,

não precisando ser indicado caso a caso. Apenas os que fogem ao padrão deverão ter a

indicação escrita no desenho.

Com a planta de traçado faz-se a última contagem de componentes (caixas de

passagem, tomadas e interruptores) e as medições de condutores e dutos.

Deve ser evitar passar linhas sob o piso, pois os condutores ficam sujeitos à água

e ataque de bichos.

Como exemplo segue uma sequência do processo de desenho do diagrama de

traçados15 ilustrado na Figura 4.46.

Para realizar a planta de traçado, pode-se adotar o seguinte procedimento:

(i) posicionar o quadro de distribuição da instalação;

(ii) posicionar as tomadas e os pontos de luz;

(iii) posicionar os interruptores e definir as lâmpadas a quais estes comandam;

15As plantas e o quadro de distribuição da instalação mostrados anteriormente, ajuda na elaboração da planta

de traçado, como explicitado nos itens abaixo.

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(iv) ligar, direta ou indiretamente, todos os pontos de luz ao quadro de

distribuição, procurando sempre os caminhos mais curtos e tentando evitar cruzamentos;

(v) interligar as tomadas e interruptores aos pontos de luz;

(vi) evite uma grande quantidade de caminhos saindo do mesmo ponto de luz;

(vii) traçar os caminhos dos circuitos de iluminação;

(viii) traçar os caminhos dos circuitos de TUGs e

(ix) traçar os caminhos dos circuitos de TUEs.

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Figura 4.46 - Planta de traçado

Fonte: a autora, 2019.

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XI - Informações Complementares

Algumas informações complementares se fazem necessárias, podendo vir no

corpo do Memorial, em apêndice ou ainda em outro caderno separado. A entrega destas

pode ser junto com o Memorial descritivo ou por solicitação independente.

XI.1 – Lista de material e orçamento de material: como citado anteriormente,

consiste de contabilizar os componentes que serão instalados, devendo-se medir

condutores e dutos, além de contar os componentes de luz e tomadas diretamente da

planta de traçado final. Uma vez efetuada a contabilidade do material, registra-se em

forma de tabela, componente, quantidade, custo unitário, custo acumulado de cada item

e custo total de material. Os preços podem ser obtidos em consultas a lojas ou pela

internet.

Exemplo 11.1 – Lista de material:

A Tabela 4.11 mostra uma lista de material com quantidade usada para cada item.

Tabela 4-11 - Lista de material

Fonte: ELEKTRO; PIRELLI, 2003

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Exemplo 11.2 - Orçamento para construção residencial(Tabela 4.12).

Tabela 4-12 - Orçamento para construção residencial

Fonte: PEREIRA FILHO, 2018.

XI.2 – Orçamento da mão de obra: O custo da mão de obra também deve ser

contabilizado e apresentado no orçamento, podendo ser obtido por consulta a bibliografia

especializada, revistas técnicas, sindicato da construção civil, ou outro veículo oficial do

Município ou do Estado.

Exemplo 11.3 - Orçamento de mão de obra

Existem diversos modos de orçamento para mão de obra de eletricista, podendo

ser por ponto, por hora ou por m². Sendo este último o método mais comum para novas

instalações.

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O preço base por m² varia em média entre 35 e 40 R$/h. Sendo então o orçamento

para uma residência de 80m², dará 80 x 40 = 3200.

Ou seja, um orçamento de R$3200,00.

XI.3 – Orçamento geral: é composto do orçamento de material, da mão de obra

e de outros itens, como: custos de preparação da obra, impostos, ART e BDI.

Preparação da obra: Custos envolvidos com o preparo do local para a execução da

instalação, como vestiário, refeitório, banheiro, etc. Em obras muito pequenas, como em

apartamentos ou pequenos comércios, os espaços da própria edificação são utilizados.

Um banheiro de serviço ou chamado de empregada, pode ser usado até como vestiário. A

alimentação pode ser feita na cozinha. Quando a obra de instalações elétricas é feita junto

com outras, como a de acabamento de obra civil, exige-se muito cuidado para as

atividades de alimentação e outras não venham prejudicar o serviço ou que se tornem

insalubres (poeira, cheiro de tinta, cola etc.).

Impostos: custos envolvidos com o contrato da mão de obra e previstos em Lei.

ART – Anotação de Responsabilidade Técnica: é o instrumento encarregado de

definir quem são os responsáveis técnicos por determinada obra de Engenharia e outras

áreas na jurisdição do CREA, que cobra uma taxa para isso.

BDI - Benefícios e despesas indiretas: é um elemento orçamentário que ajuda o

profissional responsável pelos orçamentos da Construção Civil a compor o preço de

venda adequado levando em conta os custos indiretos (os não relacionados a materiais,

mão-de-obra, etc).

Custos indiretos são os que não são incorporados ao produto final, mas

contribuem para a formação do custo total: administração central da empresa, custo

financeiro do contrato, seguros, garantia e tributos sobre a receita

XI.4 – Cronograma ou planejamento de execução: é um planejamento

simplificado da execução da obra de instalação, contendo descrições das etapas e os

desembolsos correspondentes, com finalidade de estabelecer um compromisso entre

contratante e contratado.

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Exemplo 11.1 – Cronograma – físico.

Este exemplo explica o que é um cronograma-físico, como fazê-lo e no final um

exemplo consolidado de um cronograma-físico de uma obra.

Comum em obras, o cronograma físico-financeiro é “físico” porque acompanha

etapas tangíveis do projeto e “financeiro” porque prevê os gastos envolvidos.

Uma empreitada exige planejamento, definição de datas, estimativas e regras a serem

seguidas.

Esse tipo de organização, no entanto, é útil em praticamente qualquer projeto: da

construção de um prédio à gravação de um filme para o cinema, por exemplo.

Acompanhando, é possível antever grandes gastos, antecipar e captar o orçamento para

suprir as demandas.

Quando o projeto toma forma com um cronograma detalhado, fica mais fácil sua

execução. Depois do cronograma pronto, ele será um aliado poderoso que ajudará

a cumprir as datas e as metas da equipe.

Primeiro, defina todas as entregas principais do projeto e passe para o cronograma

em ordem cronológica (como assinatura do contrato, início da implantação, etc). É

possível inserir novas linhas na planilha sempre que necessário.

Depois, defina os prazos desejáveis para o cumprimento de cada etapa (em

semanas) e insira início e fim no calendário. A fórmula disponível na planilha preenche

as semanas indicadas no calendário em verde automaticamente.

Por último são calculados os custos. Os valores totais ficam nos campos à

esquerda, junto de seu detalhamento, seguidos pelos custos parciais de cada etapa. Todos

esses valores são somados automaticamente ao final de cada coluna. Na Tabela 4.13 é

demonstrado um exemplo de cronograma físico de uma obra, esse exemplo foi retirado

de um projeto final de graduação da civil da UFRJ e pode ser consultado.

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Tabela 4-13 - Cronograma físico

Fonte: CARNEIRO, Gabriel Carvalho; GUEDES, Sabrina Bugarin, 2019.

Exemplo 11.2 – Cronograma geral.

A Tabela 4.14 contempla um cronograma geral de uma obra, o que deveria ter

sido feito no planejamento inicial e o que realmente ocorreu.

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Tabela 4-14 - Cronograma geral

Fonte: Jornal de Santa Catarina, 2014.

4.2 Considerações Finais

A busca para esclarecer o emprego dos termos planejamento e projeto, fazendo

uso da análise sobre citações de autores presentes nas referências consultadas, terminou

por delinear um contorno conceitual e de significação das definições e das palavras. Foi

possível constatar que existe mais de um significado para o termo planejamento, sendo

possível empregá-lo como: planejamento inicial (ou geral) de um empreendimento,

planejamento de um projeto e planejamento da execução do projeto, onde o primeiro

envolveu organização estratégica e temporal da elaboração e da execução de um projeto,

enquanto o segundo diz respeito, com mais exatidão, ao passo a passo do processo de

elaboração e criação, envolvendo os cálculo e especificações e, finalmente, o terceiro,

que se refere apenas ao passo a passo de execução, baseado no que foi planejado no

planejamento geral e no planejamento de projeto.

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Ficou esclarecido também que a palavra projeto é usada de duas formas distintas,

que terminam por causar confusão nas retóricas das pessoas interessadas. A primeira

forma de emprego se refere a algo pronto, terminado, executado ou que se vislumbra pelo

seu resultado final, enquanto a segunda forma de compreensão diz respeito apenas aos

passos de elaboração, envolvendo cálculos e especificações, que partem de parâmetros de

base, também, envolvendo representações auxiliares, uso de normas, recomendações de

experiências anteriores e outros requisitos exigidos ou desejados, para se chegar a um

resultado em forma de roteiro de execução, representado por desenhos, plantas e legendas,

que ilustram e receitam a sua realização. A contextualização do emprego da palavra

definirá o seu significado. Para este trabalho, no entanto, ficou mais acertado empregar a

palavra projeto significando o processo de projetação ou de criação de um produto final,

seja ele de que tipo for: sistema operacional, serviço, construção, instalação, roteiro de

ações, etc..

Nesse contexto de análise, ficou evidente que toda essa estrutura de descrições,

cálculos e representações gráficas possuem resultados, para ser seguido durante a

execução daquilo que foi concebido e que o processo de projetação torna melhor e dá

condições para ser efetivamente construído ou executado. Este conjunto de informações

não só deve ser seguido durante o processo de execução como se aplica em consultas

posteriores à execução por motivos diversos. O documento que reúne essas informações

é o objeto que foi estudado neste trabalho e que é denominado Memorial Descritivo. Ficou

esclarecido também que projeto e a execução devem ter planejamentos específicos, mas

é o Memorial Descritivo que contém toda a orientação do que deve ser feito e da forma

de se fazer. O Memorial Descritivo é um objeto que descreve completamente o processo

de elaboração e de execução do projeto.

Da NBR14037, usada em empreendimentos da construção civil, que cita o

Memorial Descritivo, como um manual de uso e onde são citados tópicos de conteúdos

obrigatórios, enquadra também as instalações elétricas e orientou a análise para o

resultado da estrutura de memorial proposto.

Os exemplos comentados foram analisados e obteve-se como resultado uma

listagem estruturada de tópicos que repetitivamente estão presentes em documentos de

projetos de Engenharia Civil, listados aqui na mesma forma apresentada no Capítulo 3:

a) Identificação do projeto e do objetivo;

b) Identificação de interessados;

c) Identificação do local e da estrutura pré-existente;

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d) Apresentação de documentos legais pertinentes ao local ou à propriedade;

e) Apresentação de normas técnicas e resoluções utilizadas;

f) Apresentação de parâmetros iniciais e requisitos solicitados;

g) Apresentação de desenhos e plantas de base;

h) Apresentação de resultados de desenvolvimento e de cálculos;

i) Apresentação de desenhos e plantas resultantes dos desenvolvimentos;

j) Apresentação de recomendações de uso e de segurança e

k) Lista de material e orçamento em anexos.

Estes tópicos foram analisados, chegando-se à conclusão de que poderiam ser

agrupados com a seguinte classificação: identificações e objetivo; parâmetros iniciais e

documentos de base; apresentação de norma e resoluções; desenvolvimento do projeto e

apresentação de resultados e recomendações de uso, além de lista de material e orçamento

anexos. Tal classificação serviu para aprofundamento de análise e estabelecimento da

proposta de estrutura apresentada para o Memorial Descritivo. A estrutura é composta de

onze tópicos de conteúdos técnicos informativos, que foram chamadas de partes do

Memorial, onde cada uma das partes está detalhada em números diferentes de itens.

Destacam-se como resultado a identificação dos itens fundamentais, os que

sempre devem estar presentes em um Memorial Descritivo: a identificação do projeto,

seu objetivo, destinação, proprietários e técnicos responsáveis, planta baixa, planta de

situação (essas presentes também em Memorial Descritivo para civil e para projetos

arquitetônicos), lista geral de carga (fundamental em Memoriais Descritivos para

Instalações Elétricas para se ter ideia do que precisará ser atendido), fornecimento de

energia, normas e regulamentações (imprescindível para qualquer obra ser executada e

não ter risco de ser embargada), planta de distribuição de tomada (indispensável em um

Memorial Descritivo para Instalações Elétricas e, assim, garante a segurança de estar

dentro da norma), planta leiaute (sem distribuição de tomada e luz, para o cliente

conseguir ver a distribuição do mobiliário sugerido), especificação dos itens utilizados

(assim saberá os produtos escolhidos para a construção da obra, servindo como guarda de

memória), diagrama unifilar, diagrama de traçado final (sendo uma das plantas mais

importantes do projeto, servindo até de diagrama unifilar), lista de material e orçamento.

Alguns itens da estrutura proposta não são muito comuns, mas destacam-se com

relativa importância de acordo com suas especificidades e com a aplicação do memorial.

Algumas são relacionadas e comentadas de acordo com o contexto deste

parágrafo, como: projeto de iluminação (não são comuns de serem feitos, principalmente

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em um Memorial Descritivo para Instalações Elétricas, podendo ser feito de forma

expedida ou mais elaborado de acordo com as normas), planta de fornecimento de energia

(até para Memoriais Descritivos para Instalações Elétricas não é corriqueiro ser colocada

essa planta, pois normalmente os técnicos apenas avaliam o fornecimento e já planejam

as ligações), planta de distribuição de luminárias (mais comum em arquitetura, bastando

no projeto elétrico apenas planta de distribuição), ilustrações da concessionária e de

fornecimento de energia (aparece nos documentos da concessionária como o RECON e

não muito nos Memoriais Descritivos), diagramas unifilar e trifilar (aparecem em casos

de múltiplos alimentadores, quando há necessidade de esclarecer as alimentações

primárias e secundárias), quadro de informação (não é muito usado infelizmente, apenas

o exigido pela NBR 5410).

Muito importante destacar os itens relacionados à segurança das instalações,

normalmente esquecidos durante ou após a execução, como: o item III.2, de

Regulamentação, que mostra a atenção que deve ser tomada com as normas do Corpo de

Bombeiro; os problemas com a execução dos aterramentos, levantados no item IV.5; os

riscos provenientes da ocorrência de descargas atmosféricas, no item IV.6 e os quadros

de informações ou de avisos de segurança, como no item IX.4.

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5 CONCLUSÕES

Foi realizada uma análise conceitual e semântica sobre as palavras planejamento

e projeto, para esclarecimento do emprego das mesmas. Foram discutidas as várias

interpretações dadas às palavras, detalhando suas significações. Como continuidade desta

discussão enquadrou-se o objeto do projeto, que é a definição e a necessidade de

elaboração do Memorial Descritivo. Investigaram-se os formatos do Memorial Descritivo

encontrado em diversas fontes citadas no texto do Capítulo 3. Os aspectos de similaridade

foram organizados, dando base para a elaboração de uma proposta, que incluiu também

tópicos reconhecidos como relevantes para estarem presentes nesta estrutura, onde

também tomou-se como base a experiência do orientador do trabalho e do dia a dia da

disciplina de Instalações Elétricas.

Assim, foi esclarecido o papel do Memorial Descritivo em um empreendimento

de engenharia, tanto na elaboração do planejamento quanto no projeto, através de diversos

exemplos e definições de conceitos. Dessa forma, foi possível caracterizar o memorial

descritivo em sua essência detalhando todas as especificações e realizações do mesmo.

Sendo assim, foi proposta uma estrutura e uma sequência em forma de tutorial de

elaboração do mesmo, ilustrando exemplos de simples compreensão para ajudar às

pessoas na realização do mesmo. Além de explicar conceitualmente ou através de cálculos

cada um deles. Além de explicar conceitualmente ou através de cálculos cada um deles.

A proposta de estrutura em si já é o principal resultado deste trabalho, porém é

bom que se destaque como resultado importante a identificação dos itens fundamentais e

dos não comuns, porém de grande relevância, como: as plantas baixas e leiaute e

fornecimento de energia pela concessionária como fundamentais e influência externa e

quadro de informações como não comuns, mas de grande relevância.

Muito importante também os resultados com itens relativos a segurança pessoal e

patrimonial. A pretensão no desenvolvimento do presente trabalho seria de aprofundar

um pouco mais a pesquisa realizada, mas sabe-se que esse tema está sujeito a evoluções

e mudanças, tornando a tentativa de esgotar o conjunto de tópicos de um Memorial

descritivo, tarefa impossível. Entretanto, mesmo com esta limitação, é possível dizer que

os objetivos foram alcançados, tendo sido realizada uma discussão conceitual, com

relativa abrangência e adequada sobre planejamento e projeto, além de se alcançar o

principal resultado na forma da proposta de uma estrutura tutorial de Memorial Descritivo

para o Projeto de Instalações Elétricas Predial, com detalhamento funcional e prático,

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podendo ser utilizada em disciplinas de Instalações Elétricas da UFRJ e de outras

instituições. O trabalho certamente contribuirá para o aprendizado dos alunos de

engenharia elétrica, servindo de embasamento teórico e de fonte de informação em

relação à construção da instalação.

Esse conteúdo teórico exposto de forma plena e extensa permitirá a elaboração de

um planejamento, projeto e do memorial descritivo para Instalações Elétricas de forma

correta e completa.

Assim, o propósito desse trabalho foi concluído com sucesso, esclarecendo todas

as dúvidas que um técnico ou engenheiro eletricista possa ter em relação à elaboração de

um Memorial Descritivo.

A pesquisa realizada e a elaboração deste trabalho são exemplos do que um TCC

(Projeto de Graduação) contribui para o enriquecimento profissional dos alunos, dado que

muitos não têm a oportunidade de entrar em contato com essa área, durante sua vida

acadêmica.

Após essa pesquisa, espera-se ter colaborado para incentivar outros estudos sobre

essa temática, tendo em vista que não há muitas fontes de consulta consolidadas, devido

ao nível de privacidade que as empresas têm com seus fornecedores e os poucos

encontrados nos sites de busca não orientam em detalhes como a chegar aos resultados.

Para os próximos trabalhos sugere-se: ampliar os detalhamentos dos itens do Memorial

Descritivo; pesquisar a possibilidade de inclusão de outros itens, como aspectos da área

civil; fazer um trabalho similar para a Memória de Cálculo; além de continuar as

pesquisas dos conceitos de projeto e design em outras línguas e em que eles diferem do

português do Brasil.

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VIVADECORA. Como calcular a luz? Aprenda a fazer um cálculo luminotécnico

rápido e simplificado! 2017. Disponível em:

https://www.vivadecora.com.br/pro/iluminacao/calculo-luminotecnico/. Acesso em: 7

ago. 2019.

______. Descubra o que é Memorial descritivo e tudo o que você precisa incluir

nele.2018. Disponível em: https://www.vivadecora.com.br/pro/estudante/o-que-e-

Memorial-descritivo/. Acesso em: 7 ago. 2019.

______. Tire todas suas dúvidas sobre planta de situação e confira como fazer!

2019. Disponível em: https://www.vivadecora.com.br/pro/estudante/planta-de-situacao/.

Acesso em: 9 ago. 2019.

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148

APÊNDICE A – Normas

No Brasil, o órgão que é responsável pela elaboração das Normas Brasileiras é o

Foro Nacional de Normalização da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

A ABNT surgiu em 1940 em função do embate entre dois laboratórios de

pesquisas, o INT – Instituto Nacional de Tecnologia e o IPT – Instituto de Pesquisas

Tecnológicas, esses laboratórios, apesar de rigorosos e muito respeitados não utilizavam

os mesmos métodos para avaliação, ocorrendo frequentemente a aprovação de uma

pesquisa em um laboratório e a reprovação em outro. Com isso, eram frequentes as buscas

por uma metodologia e padronização única, resultando no surgimento da ABNT, que

também é uma das fundadoras da ISO- InternationalOrganization for Standardization,

entidade responsável por organizar as normas internacionais de publicação em trabalhos

técnicos. As normas são leis utilizadas para evitar esses conflitos, consequentemente,

tendo uma padronização que ajuda na comparação de pesquisas relacionadas a um mesmo

assunto e a indicar um padrão de qualidade.

O Organismo Certificador de Produtos (OCP) da ABNT é o mais reconhecido

pelo Inmetro. O que assegura à população que o produto comercializado está dentro dos

rigorosos padrões das normas vigentes. A Figura 4.1 mostra a sua Marca de

Conformidade.

Figura A.0.1 - Marca de Conformidade da ABNT

Fonte: ABNT

Assim, usar as Normas da ABNT no Memorial descritivo é imprescindível, neste

apêndice falaremos qual norma recorrer para cada tópico do Projeto.

Pesquisar a Norma

Como dito anteriormente, para escrever o Memorial precisa-se consultar a ABNT.

Os alunos da UFRJ têm acesso livre às normas da ABNT através da intranet. Quando o

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149

aluno entrar na Intranet com o seu login e senha verá o símbolo PROXY, mostrado na

figura abaixo, e deverá clicar nele.

Figura A.0.2 - Indicativo de onde clicar

Fonte: a autora, 2019.

Assim que clicar vai ser direcionado para a página indicado na figura abaixo e

deverá selecionar o item da ABNT indicado.

Figura A.0.3imagem com o símbolo da ABNT em destaque

Fonte: a autora, 2019.

A figura abaixo indica a página que será direcionada após selecionar o item da

ABNT e nessa página você poderá pesquisar várias normas de graça.

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Figura A.4 - página da coleção da ABNT

Fonte: a autora, 2019.

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ANEXO A – Tabelas NBR 5410

Tabela 36:

Tabela A-1 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de referência

A1, A2, B1, B2, C e D.

Fonte: NBR 5410, 2004.

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Tabela 37:

Tabela A-2 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de referência

A1, A2, B1, B2, C e D

Fonte: NBR 5410, 2004

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Tabela 38:

Tabela A-3 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de referência

E, F e G

Fonte: NBR 5410, 2004.

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Tabela 39:

Tabela A-4 - Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de referência

E, F e G.

Fonte: NBR 5410, 2004.

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Tabela 40:

Tabela A-5 - Fatores de correção para temperaturas ambientes diferentes

Fonte: NBR 5410, 2004.